2013 - Câmara Municipal de Foz do ...

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 6/2013 Concede o Título de Cidadã Honorária de Foz do Iguaçu a Senhora MARIA ÚRSULA CHRISTÓFOLLI DE OLIVEIRA. Autor...
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PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 6/2013

Concede o Título de Cidadã Honorária de Foz do Iguaçu a Senhora MARIA ÚRSULA CHRISTÓFOLLI DE OLIVEIRA. Autor: Vereador Beni Rodrigues Vereador Luiz Queiroga

A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova: Art. 1º Fica concedido a Senhora Maria Úrsula Christófolli De Oliveira, o Título de Cidadã Honorária de Foz do Iguaçu, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Município de Foz do Iguaçu. Art. 2º A Câmara Municipal determinará a data para entrega solene do Título ora concedido, nos termos da Lei nº 3.111, de 10 de outubro de 2005 e Lei nº 3.856, de 29 de julho de 2011. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

Dona Maria, na verdade é Maria Úrsula Christófolli de Oliveira. Nasceu em 2 de fevereiro de 1930, portanto tem 83 anos. O local do nascimento é uma vila desenhada entre morros (Monte Mariano) perto da cidade de Muçum, no Rio Grande do Sul. Aos 15 anos, partiu com a família e com outros vizinhos para uma "expedição" rumo ao oeste do Paraná. Estavam em busca de terras mais produtivas. Foram 23 dias de viagem. O grupo seguiu num caminhão velho que quebrava a todo instante e, a partir de Foz do Iguaçu, todos viajaram de navio pelo rio Paraná até chegar à cidade de Santa Helena. Foi uma viagem de muito desespero, de períodos de fome e de privação. Com quase 18 anos, Dona Maria recebeu um convite para vir ao internato de freiras que tinha sido aberto em Foz do Iguaçu - o Instituto São José. Os colonos de Santa Helena queriam que ela estudasse "fora" pra depois ensinar as outras crianças. Ela veio, sozinha, e não voltou mais. Aos 20 anos, deixou o Instituto São José para trabalhar com a família Basso, no bar e na mercearia que eles tinham na avenida Brasil. De trás do balcão, viu a cidade crescer, conheceu os pioneiros que já estavam aqui e construiu a vida. Dona Maria casou-se com Omar de Oliveira, um funcionário do Banco do Brasil em 1953. Tiveram sete filhos - todos nascidos em Foz. Atuou como costureira, confeiteira e comerciante. Acompanhou várias crises na fronteira, chegou ao ponto de racionar a comida que dava aos filhos e, por diversas vezes, cruzou o rio Iguaçu de canoa para comprar produtos na Argentina e revender em Foz. Iniciativas empreendedoras como essa a ajudaram a crescer. O casal teve uma participação ativa em vários acontecimentos relacionados à história de Foz. Talvez o mais significativo seja o fato de Omar ter sido prefeito da cidade durante três meses, por conta do afastamento do então prefeito, o coronel Caetano Pinto Rocha, em 1974. Foi Omar que anunciou a morte do prefeito afastado. Foi também nesse período que a cidade completou 60 anos de emancipação e quem preparou o bolo para a comemoração foi Dona Maria. Dona Maria descobriu aos poucos, meio que por acaso, a habilidade de confeiteira, testando com os ingredientes. Graças à inspiração trazida por esse dom ela abriu, em 1989, a confeitaria "Marias e Maria" - com o apoio dos filhos. Durante esses 65 anos de moradia em Foz, Dona Maria viveu histórias curiosas: - no começo da construção da Ponte da Amizade, atendeu, em casa, o engenheiro Tasso Costa Rodrigues. Ele pediu que Dona Maria costurasse bandeirinhas vermelhas para sinalizar a obra. Queria evitar acidentes. Buscou a encomenda no dia seguinte, bem cedo. Minutos depois, Dona Maria foi avisada de uma tragédia: a embarcação em que o engenheiro estava virou e ele não conseguiu se salvar;

- Em uma das vindas do Presidente João Batista Figueiredo a Foz, para visitar a obra da hidrelétrica de Itaipu, Dona Maria foi contratada para fazer o coquetel. Emprestou um jogo de chá, inteirinho de prata, pra servir os Presidentes do Brasil e do Paraguai Alfredo Strossner. Costuma dizer: "A vida é uma graça que Deus nos entrega, cabe a cada um fazer essa dádiva render. Tenha certeza de que Deus nunca nos abandona. Se você bateu em uma porta e ninguém abriu, procure outra. Se a segunda porta também não for aberta, procure mais uma. Talvez seja preciso voltar à primeira. Então volte, não tenha vergonha: volte, bata e tente de novo. É preciso enfrentar os desafios até alcançar a realização. Minha vida é prova disso." Diante do exposto, contam os signatários com o apoio dos demais Pares para a aprovação da matéria em tela.

BR/LQ/pf