Foto: Abílio Maia - Palmal em Anagé-BA.
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Palma forrageira: ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
seco, com precipitações pluviométricas variando de 400 a 800 milímetros, irregularmente distribuídas e concentradas no verão. A temperatura oscila entre 23ºC a 28ºC, com amplitude diária de, mais ou menos 10ºC. A luminosidade média é de 2.800 horas de luz ao ano. A cobertura vegetal predominante é a caatinga constituída por plantas efêmeras, suculentas ou carnosas e lenhosas, geralmente, tolerantes a longos períodos de estiagem. As explorações agrícolas, nesse espaço geográfico, mutatis mutandis,
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A
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zona fisiográfica do Semiárido da Bahia ocupa 360 mil km2, área que corresponde a 64 e 51,7% respectivamente, do território baiano e do Nordeste, sendo composta por 258 municípios, onde residem 48% da população estadual, em torno de 6,3 milhões de pessoas, (BLAMONT et al., 2002). As condições edafoclimáticas do Semi-árido são caracterizadas por solos rasos, pedregosos ou arenosos, com pouca matéria orgânica, porém ricos em minerais solúveis e pH neutro ou próximo de sete. O clima é
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Francisco Paulo Brandão Chiacchio* Augusto Sávio Mesquita** Jucimara Rodrigues dos Santos***
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uma oportunidade econômica ainda desperdiçada para o Semi-árido baiano são centradas em cultivos de sequeiros e criações de bovinos, caprinos e ovinos, excetuando-se aquelas praticadas nas “ilhas de prosperidade”, onde a irrigação é viável. Em face às agruras do clima, que resultam em cíclicas estiagens, o desempenho desse frágil modelo agrícola é severamente prejudicado, fato que impõe graves restrições à sobrevivência e determina os piores resultados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Desenvolvimento Econômico (IDE), do Estado.
*Doutor em Agronomia, Especialista em Fiscalização/Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), Salvador – BA. **Mestre em Agronomia, Fiscal Federal Agropecuário/Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)/Delegacia Federal da Agricultura na Bahia (DFA-BA), Salvador – BA; e-mail:
[email protected] ***Mestre em Agronomia, Coordenadora da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), Salvador – BA; e-mail:
[email protected] Bahia Agríc., v.7, n.3, nov. 2006
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Alimentação humana Desde o período pré-hispânico que a palma forrageira é utilizada pelo homem no México, assumindo um papel importante na economia agrícola do Império Asteca, juntamente com o milho e a agave, consideradas as espécies vegetais mais antigas cultivadas no território mexicano (REINOLDS; ARIAS, 2004). Na alimentação humana, geralmente, são usados em preparações culinárias os brotos da palma ou raquetes jovens (cladódios), denominados de verdura e os frutos, ao natural ou processados. a) Frutos de palma
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cosméticos, na proteção e conservação do solo, dentre outros usos nobres, a exemplo da fabricação de adesivos, colas, fibras para artesanato, papel, corantes, mucilagem, antitranspirante e ornamentação (BARBERA, 2001).
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A grande diversidade de usos e aplicações da palma forrageira revela a versatilidade dessa espécie vegetal, que apesar de ser cultivada no Semi-árido baiano para alimentação animal, não tem sua potencialidade explorada plenamente. Em conseqüência, vêm sendo desperdiçadas excelentes oportunidades para melhoria dos índices sociais e econômicos desse espaço geográfico, mediante a geração de postos de trabalho, renda, oferta de alimentos e preservação ambiental. Mundialmente, a palma forrageira é usada na alimentação humana, arraçoamento animal, como fonte de energia, na medicina, na indústria de
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Usos e aplicações da palma
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Face à complexidade do gênero Opuntia, provocada pelas variações fenotípicas reguladas por condições climáticas, pela poliploidia que ocorrem em um grande número de populações, pela alta capacidade de hibridação, a taxonomia do gênero é muito difícil, razão pela qual poucos pesquisadores se dedicam ao seu estudo (SCHEINVAR, 2001). No mundo, já foram descritas cerca de 300 espécies de cactáceas pertencentes ao gênero Opuntia, distribuídas desde o Canadá até a Argentina (SCHEINVAR, 2001; REINOLDS; ARIAS, 2004). Entre as espécies selvagens e cultivadas mais utilizadas, 12 espécies pertencem a Opuntia e uma Nopalea. Segundo Bravo (1978) as palmas forrageiras pertencem à classe Liliateae; família Cactaceae; subfamília Opuntioideae, tribu Opuntiae; gênero Opuntia, subgênero Opuntia e Nopalea; do reino Vegetal; sub-reino Embryophita; divisão Angiospermae.
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Na Bahia, a palma forrageira (Opuntia ficus-indica Mill.) faz parte do rol de atividades agrícolas de sequeiro do Semi-árido, para suprir a falta de forragem para os animais nos períodos longos de seca. Entretanto, em alguns municípios, mormente na região da Chapada Diamantina, a palma é utilizada na alimentação humana. Com o broto da palma, também denominado palma-verdura, são feitos diversos pratos da culinária (GUEDES, 2002; GUEDES et al. 2004). A FAO reconhece o potencial da palma e sua importância para contribuir com o desenvolvimento das regiões áridas e semi-áridas, especialmente nos países em desenvolvimento, através da exploração econômica das várias espécies, com conseqüências excelentes para o meio ambiente e para segurança alimentar. Mundialmente, a palma, conforme registros na literatura, é utilizada para produzir forragem, verdura para consumo humano, principalmente no México, frutas frescas, processadas para os mercados nacional e internacional, especialmente EUA e Europa, além da possibilidade de exploração das propriedades medicinais, constatadas experimentalmente no tratamento de diabetes, gastrite e obesidade. Diante desses aspectos, este trabalho pretende reunir informações sobre a palma forrageira, a fim de despertar nos segmentos público e privado a sua elevada importância e potencialidade para o desenvolvimento social e econômico do Semiárido baiano, na certeza de que essa cactácea poderá contribuir seriamente para a geração de postos de trabalho e de renda, preservação ambiental, segurança alimentar, com reflexos positivos diretos nos indicadores sócio-econômicos regionais.
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Botânica e características morfológicas
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Foto: Abílio Maia - Palmal em Anagé-BA.
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Socioeconomia
O uso da fruta da palma na alimentação humana era comum no México desde o período que antecedeu a colonização espanhola (INGLESE, 2001). Após a conquista, a fruta manteve seu papel básico na dieta da população mexicana à época e, decorrido um século, já estava sendo consumida no Sul da Itália e na ilha da Sicília (VARVARA apud INGLESE, 2001). Dos planaltos mexicanos a palma migrou para outras regiões, onde está sendo cultivada para produção de frutos. Atualmente, é cultivada nas zonas áridas e semi-áridas do mundo inteiro, em sistemas sustentados com altos rendimentos e baixa demanda de energia (BALDINI et al. 1982). Cada espécie do gênero Opuntia produz frutos de diferentes formas, cores e sabor delicado (CANTWELL, 2001), cuja composição química é apresentada na Tabela 1 e os dados contidos na Tabela 2 estabelecem uma comparação com as composições da laranja e do mamão. A Figura 1, mostra detalhe de um cladódio frutificado.
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Foto: Globo Rural (2001)
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Figura 1- Cladódio frutificado
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A produtividade de frutas é muito variável entre os países produtores, porém é superior a de outras frutíferas cultivadas no semi-árido, bem como a época de colheita (INGLESE, 2001). Vários autores apud CANTWELL (2001), mencionaram que a produtividade oscila entre 4-10 t/ha a 6-15 t/ha, no México e Chile, respectivamente; 15-25 t/ha em Israel e Itália e 10-30 t/ha na África do Sul. A comercialização dos frutos, geralmente, é feita a granel ou em caixas. No município de Valinhos – SP, existe um pomar centenário de palma forrageira, implantado por colonizadores italianos, ocupando, atualmente, uma área de 1,5 ha, sendo que 70% da produção de frutas são exportadas e o restante comercializado no mercado interno, com faturamento em torno de US$ 8 mil/ano (GLASS, 2004). No palmal são produzidos cerca de 100 mil frutos/ano, estimando-se uma produtividade em torno de 5,5 mil kg/ha, comercializados por volta de R$ 26,00/kg (Figuras 2 e 3). b) Broto de palma (verdura) No México, a exploração da palma forrageira é bastante diversificada. Utiliza-se todo o potencial produtivo da planta, a exemplo de
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ceitas culinárias, consumidas esporadicamente como alimento exótico. No Brasil, especificamente em alguns municípios do Sertão baiano e da Chapada Diamantina, o broto de palma entra na dieta alimentar da população, a ponto do broto está sendo empacotado e comercializado nas feiras livres (GUEDES et al., 2002). As qualidades nutricionais do broto de palma são objeto das Tabelas 3 e 4, que estabelecem, ainda, uma comparação com outros vegetais. O reconhecimento do valor nutricional desta planta tem motivado, nos últimos anos, o desenvolvimento de trabalhos pela Universidade Federal de Pernambuco, em parceria com o Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) e outros colaboradores, objetivando introduzir a verdura de palma na dieta alimentar do nordestino. A propósito, várias receitas de pratos com sabores regionais vêm sendo desenvolvidas por Guedes (2002 e 2004) e por Guedes et al. (2004). Iniciativas como essas devem assumir caráter prioritário, desempenhando papel fundamental nos programas sociais, na expectativa de reduzir a fome e minimizar as deficiências nutricionais da população. As cultivares de palma utilizadas para produção de verdura ou broto variam em função da região de cultivo. São usadas, desde variedades selvagens a melhoradas ou domesticadas, em plantios comerciais. Nestes, predominam ‘Milpa Alta’, ‘Copena V1’, ‘Copena F1’,‘Moradilla’,
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produção de frutas, de brotos jovens sob a forma de verdura para alimentar a população, forragens para os animais, cercas vivas para proteção dos solos, na medicina entre outros usos e aplicações (FLORES VALDEZ, 2001). O cultivo de palma forrageira para produção de verdura é desenvolvido em três sistemas de produção: palmais nativos selvagens, hortas familiares e plantios comerciais (SODI, 1964). As raquetes ou brotos de palma, devem ser colhidos 30 a 60 dias após a brotação, com 80 a 120 gramas e 15 a 20 cm de comprimento, a fim de que possam ser utilizados como verdura na alimentação humana (FLORES VALDEZ, 2001). GUEDES et al. (2004) fornecem equivalência do peso do cladódio em relação ao tamanho: pequeno = 40-60 g; médio = 90110 g e grande = 150-200 g. Para esses autores, o cladódio ideal para uso em preparações culinárias deve apresentar as seguintes características: tamanho da palma da mão de uma pessoa adulta, cor verde brilhante, sem espinhos e facilmente quebrável quando dobradas. No mundo, o uso de broto palma ou verdura, basicamente, é restrito ao México e outros países com influência mexicana (FLORES VALDEZ, 2001), onde existem mais de 200 receitas de comidas à base de palma forrageira (GUEDES et al., 2004). Nos EUA e alguns países europeus e asiáticos, a verdura participa de re-
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Figura 3 - Plantio comercial de palma para produção de frutas, Valinhos-SP
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Figura 2 - Frutos embalados para exportação
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Socioeconomia
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‘Atixco’ e ‘Polotitan’ (FLORES VALDEZ, 2001). Segundo esse autor, a produtividade do cultivar Milpa Alpa é da ordem de 80 a 90 t/ha, comercializado em fardos de 250 a 300 kg, com preços variando entre US$ 8 a 24, dependo da época do ano.
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Socioeconomia
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Alimentação animal A má distribuição e irregularidade de chuvas no Semi-árido são responsáveis por estiagens prolongadas, resultando em sérios prejuízos econômicos para os pecuaristas, que, assim, são forçados a comercializar o rebanho, periodicamente, com preços abaixo do mercado, em função da falta de alimentos (FELKER, 2001). Diante desse cenário, a produção de alimentos para as populações e para os rebanhos na região, deverá ser baseada em espécies vegetais que apresentem características de alta adaptabilidade às condições edafo-climáticas regionais. Pelas características morfofisiológicas das espécies da família Cactaceae, plantas CAM1, especialmente a palma forrageira – O. ficusindica e N. cochenillifera, possuem os requisitos para suportar os rigores de clima e as especificidades físicoquímicas dos solos das zonas semiáridas. A propósito, estas plantas já vêm sendo cultivadas, em diversos países e no Semi-árido baiano, para produção de forragem animal, porém não na plenitude do potencial. Segundo Felker (2001), a palma forrageira, ao lado dos atributos de resistência a estiagens prolongadas, podem fornecer energia, água e vitamina A, garantindo o suprimento de alimentos extremamente importantes para a manutenção dos rebanhos, evitando frustrações na atividade pecuária, nos períodos de seca. No Nordeste Brasileiro predominam três cultivares de palma forrageira (Tabelas 5 e 6), das quais duas pertencem a O. ficus-indica, vulgarmente conhecidas como redonda ou orelha-de-onça e gigante, graúda, azeda ou santa e uma pertencente a N. cochenillifera, denominada de
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A agroindustrialização da palma forrageira resulta em diversas preparações, produtos e derivados, permitindo o uso diversificado das raquetes jovens e dos frutos, fato que resulta em agregação de valor à produção, com efeitos positivos na geração de postos de trabalho e renda. Vários autores determinaram a composição química da polpa dos frutos de palma (SÁENZ-HERNÁNDEZ, 2001), permitindo concluir que possui valor nutritivo comparável ao de outras frutas e que o teor de sólidos solúveis é maior que o da ameixa, ce-
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Agroindustrialização
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O SEBRAE, em Pernambuco, ao lado da Universidade Federal e da Federação de Agricultura daquele Estado, também busca ampliar o uso da palma na ração animal, potencializando o seu valor nutricional. São, portanto, desenvolvidas tecnologias que permitam substituir os componentes energéticos nas formulações de rações de ruminantes, monogástricos e para complementação nas de aves (Figuras 4 e 5).
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miúda, língua-de-vaca ou doce (MAIA NETO, 2000). Relativamente ao rendimento médio de cultivo, Felker (2001) considera os valores citados na literatura sobre o tema muitos altos. No particular, Blanco (1957) obteve produções que variaram de 100 a 200 t de peso fresco, ao ano. Maia Neto (2000) cita que, no sertão pernambucano, foi alcançado rendimento médio de 400 t/ha/ano, quando se adotou tecnologia mexicana de produção, com adensamento de plantas e de 110 t/ha/ano com a tecnologia preconizada pela Empresa de Pesquisa de Pernambuco (IPA). Os altos valores energéticos de digestibilidade e de teor nutritivo, principais atributos da palma forrageira, não são suficientes para suprir as necessidades alimentícias dos animais, tornando-se necessário o balanceamento da ração em proteínas e minerais (FELKER, 2001). Esse autor recomenda três maneiras para elevar o teor protéico na palma forrageira, a fim de reduzir a necessidade de suplementação: 1) usar de adubações nitrogenadas e fosfatadas durante o cultivo; 2) selecionar clones ou cultivares com altos teores de Fósforo e Nitrogênio; 3) inocular bactérias fixadoras de Nitrogênio no sistema radicular das plantas, a exemplo de Azozpirillum spp.
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reja, damasco, maçã, melão e pêssego (PIMIENTA, 1990; SCHIMIDTHEBBEL E PENNACHIOTI, 1985). Os teores de proteínas, gorduras, fibras e cinzas são semelhantes ao de outras frutíferas, porém com teor total de aminoácidos bem superior (SÁENZHERNÁNDEZ, 2001). Segundo aquele autor, sucos e polpas são os produtos freqüentemente extraídos dos frutos de palma forrageira. Todavia, Sawaya et al. (1983) prepararam doce em forma de pasta, com ou sem branqueamento das frutas, utilizando uma proporção de polpa: açúcar da ordem de 60:40; 1,25% de pectina e ácido cítrico: ácido tartárico, na proporção de 1:1. Quando adicionaram cravo-da-índia, extrato de grapefruit (pomelo; Citrus decumana ), extrato de laranja e aroma de amêndoa, conseguiram melhoria no sabor. O congelamento de frutos em fatias ou em quartos, com e sem casca, foi obtido com sucesso por Sáenz et al. (1988). Outras preparações agroindustrializadas são usuais, a exemplo de fabricação de bebidas alcoólicas, xarope, frutas secas, cristalizadas. A propósito, os índios mexicanos, à época da colonização espanhola, já consumiam frutas secas de palma.
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A medicina popular, principalmente a mexicana, registra a cura de um grande número de doenças com o uso da palma forrageira (SÁENZ HERNÁNDEZ, 2001). O fruto da palma é considerado antidiarréico, antidisentérico, peitoral, antiasmático e béquico, diurético, cardiotônico, antiinflamatório da bexiga e da uretra, aliviando o ardor causado pela cistite e uretite (FIGO-DA-ÍNDIA, 2004). Os efeitos diurético e antidiabético da palma foram comprovados cientificamente por McLaughlin (1981) e Gulías e Robles (1989), respectivamente. Também, FratiMurani et al. (1983) e IbanézCamacho et al. (1983) constataram a ação antiglicêmica da palma. Já Fernandez et al. (1990) estudaram o papel do extrato de cladódios sobre
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Uso medicinal
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Tirado (1986) e Badillo (1987) fizeram doce de cladódios em pasta, adicionando suco e casca de laranja e açúcar, nas proporções de 1:1, 5:0,8:0,08 e açúcar e ácido cítrico, nas proporções de 1:0,6:0,01, respectivamente. Guedes (2002 e 2004) e Guedes et al. (2004) aviaram receitas com diversas preparações culinárias salgadas, saladas, doces, sucos, conservas, a partir de frutos e do broto palma (Figura 6). Ressalte-se que as sementes possuem de 5,8% a 13% de óleo comestível, com alto grau de não saturação, com 57,7% a 73,4% de ácido linoléico, de qualidade similar a outros vegetais comestíveis, a exemplo do de milho e de sementes de uva (SÁENZ HERNÁNDEZ, 2001). Esse autor também chama atenção para o uso alimentício, medicinal e na cosmética da mucilagem obtida da casca dos frutos e dos cladódios.
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Figura 5 - Palma para arraçoamento animal no Semi-Árido baiano
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Entre os diversos usos e aplicações da palma forrageira pelos indígenas mexicanos, a produção de carmim, corante de alto valor, produzido por um inseto do grupo dos coccídeos, a cochonilha Dactylopius coccus Costa, que utiliza a palma como planta hospeira, foi o que mais chamou atenção dos colonizadores espanhóis devido às suas qualidades comerciais, fato que determinou a sua designação popular como grana cochinilla (BARBERA, 2001). O inseto é um parasita específico das espécies do gênero Opuntia e Nopalea, preferentemente O. ficusindica. As fêmeas dos insetos nos dois últimos ínstars contêm entre 19% e 24% do peso seco em ácido cármico (FLORES-FLORES; TAKELENBURG, 2001). Para esses autores, atualmente, o Peru é maior produtor de cochonilha seca para extração do corante, contribuindo com 85% da produção mundial, que é da ordem de 500 t, sendo que o restante provém das Ilhas Canárias, México, Bolívia e Chile. A expectativa dos peruanos é de que o preço da cochonilha seca alcance US$ 15/kg. A Europa, Japão e os EUA são os principais mercados para a cochonilha seca peruana. O Peru utiliza a metade da produção para fabricar o carmim, que é uma laca feita a partir do ácido cármico. Tanto a cochonilha como o carmim são utilizados como corante vermelho nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética e no tingimento de lã (FLORES-FLORES; TAKELENBURG, 2001) (Figura 7).
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Figura 7 - Lã tingida com carmim em diferentes tonalidades.
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Fonte: BARBERA, 2001
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Figura 6 - Doce, geléia de frutos (em cima), pedaços de verdura, e frutos em conserva.
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Produção de corantes
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forrageira desidratada para o controle de obesidade.
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a redução de níveis de colesterol no sangue. Existem menções na literatura sobre o uso de cápsulas de palma
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Fonte: BARBERA, 2001
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irrigáveis). Esse quadro de restrições naturais é agravado, ainda, pela insuficiência dos investimentos estatais em infra-estrutura e de apoio à organização social. Todavia, a despeito dessas dificuldades, o Semi-árido baiano é um espaço geográfico de grande potencial produtivo. Em meio aos seus 360 mil km2, há nichos ecológicos privilegiados para a prática de agricultura racional, desde aquelas explorações sob regime de irrigação, como as que se observa no principal pólo de fruticultura tropical do Brasil, Juazeiro-Petrolina, até a condução de atividades de sequeiro, que, quando manejadas dentro de padrões de eficiência econômica, podem resultar em melhoria do bem-estar das comunidades rurais e incremento da renda agrícola estadual. Assim, saber explorar o grande potencial produtivo do Semi-árido com alternativas sustentadas de desenvolvimento, torna-se imperativo. O cerne da questão reside, pois, na exploração competitiva desse potencial, mediante investimentos públicos e privados, como acentua Delfim Netto (2004): “ Há muitos problemas que temos de resolver, um dos quais de extraordinária importância para acelerar o desenvolvimento: o aproveitamento das van-
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Aproximadamente dois terços do território baiano insere-se no Semiárido, espaço geográfico marcado pelas limitações à produção agrícola, impostas pelas peculiaridades dos seus recursos naturais. Ao lado das agruras do clima, que impõem severo déficit hídrico e, portanto, baixo desempenho econômico às explorações agrícolas praticadas, notadamente devido ao regime de má distribuição das parcas precipitações pluviométricas, depara-se com o baixo potencial de irrigação (sabe-se que menos de 3% da área da Bahia são
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Conclusão
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A indústria de cosméticos tem produzido e colocado no mercado uma grande variedade de produtos, principalmente no México, destacando-se xampus, loções adstringentes, loções para o corpo, sabonetes etc. (SÁENZ HERNÁNDEZ, 2001). Os principais usos e aplicações da palma forrageira encontram-se resumidos na Tabela 7.
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Indústria de cosméticos
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tagens comparativas. É uma questão que divide a “tribo” dos economistas entre os que acreditam que vantagens comparativas podem ser criadas pela mão do homem e aqueles que acham que elas são um dom que Deus deu a cada país.” Inexoravelmente, a exploração racional da palma forrageira inserese nesse propósito. Esta cactácea, em virtude de suas especificidades fisiológicas, medra com desenvoltura em solos do Semi-árido, podendo atingir elevados níveis de rendimento. Conforme se depreende das informações apresentadas neste trabalho, há uma gama de aptidões e produtos inerentes a esta planta que precisa ser explorada pelos sertanejos da Bahia. Desde o uso no arraçoamento animal, prática já consolidada pelos pecuaristas, até o emprego na alimentação humana, em face ao seu expressivo valor alimentício, tanto na subsistência, como em escala comercial, mediante produção dentro de padrões de conformidade exigidos pelos mercados e com a desejável diferenciação de produtos. Ademais, tem-se que prever a exploração da palma forrageira como frutífera, que pode assegurar ganhos da ordem de R$ 26,00/kg, a exemplo dos resultados obtidos em Valinhos-SP e matériaprima para a fabricação de produtos
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1 CAM - O sucesso agroecológico da palma diz respeito à sua capacidade de captação diária de CO 2 e a perda de água, fenômenos que ocorrem geralmente à noite, cujo intercâmbio de gases é, atualmente conhecido como metabolismo ácido das crassuláceas – Crassulacean acid metabolism - CAM (NOBEL, 2001), diferindo da assimilação fotossintética das plantas clorofiladas C3 e C4, caracterizadas por formarem como primeiro produto da fotossíntese, ácidos com três e quatro moléculas de Carbono, respectivamente. Essas características são extremamente importantes do ponto de vista ambiental, podendo ser utilizadas para reduzir os danos causados pelo efeito estufa ao ambiente, resultante do aumento na concentração de CO2 e outros gases na atmosfera.
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Nota
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Banco do Brasil S/A e Banco do Nordeste S/A, além de bancos privados com boa capilaridade de agências no Semi-árido baiano e que se disponham a aplicar os recursos previstos em exigibilidades (percentual de aplicação compulsória sobre os depósitos bancários, atualmente de 25%, no crédito rural), serão peças fundamentais nesse processo. A possibilidade de captação de recursos internacionais, a exemplo daqueles operados pelo Banco Mundial, conjuga favoravelmente nessa direção. Com a evolução das discussões em torno da sustentabilidade do desenvolvimento, que culminaram com o estabelecimento do tratado de Kyoto, há um grande potencial de financiamento a taxas de juros privilegiadas, com base na previsão de seqüestro de Carbono da atmosfera. A premissa básica é a elaboração de projetos bem estruturados, que possam ser atrativos para empreendedores dos países ricos, que queiram ou sejam obrigados a investir na compra de certificados de seqüestro de Carbono. Indubitavelmente, essa fonte de financiamento não pode ser desconsiderada, especialmente para uma região que precisa, definitivamente, ser inserida eficazmente na economia de mercado e melhorar as condições de vida dos seus habitantes.
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industriais de significativo valor agregado: sucos, polpas, doces, conservas, pratos para alimentação rápida, bebidas alcoólicas, cosméticos, adesivos, colas, fibras, papel, corantes, mucilagem, antitranspirante. Para consecução desse desígnio o apoio do Estado é fundamental. Há que se investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D), especialmente através dos órgãos públicos de pesquisa e extensão, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e universidades estaduais, como a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco (FAMESF-UNEB) e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Aí o apoio financeiro dos Governos federal, estadual e municipais será crucial, percebendo-se que poderá ser viabilizado através dos órgãos: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI), Secretaria de Combate à Pobreza e as Desigualdades Sociais (SECOMP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), além, naturalmente, das Prefeituras Municipais. Sempre que possível e com o necessário amparo legal, são desejáveis as parcerias com a iniciativa privada e com o chamado Terceiro Setor, onde se localizam as Organizações Não Governamentais. O cabedal de conhecimentos gerados e a consolidação das tecnologias testadas in situ, especialmente em propriedades agrícolas familiares, serão a base para que se inicie um processo de estruturação da cadeia produtiva. Nesse horizonte que se delineia, o apoio creditício torna-se determinante, mormente com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que, neste Plano Agrícola e Pecuário, conta com recursos da ordem de R$ 5,4 bilhões. Instituições como o
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