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Alerta para pais e educadores (baseado em artigo do SINEP MG) Nos últimos dias, acompanhamos a repercussão em torno do jogo “Baleia Azul” e da série “13 Reasons Why”. Originado nas redes sociais russas, o jogo da “Baleia Azul” ou “Blue Whale” trata-se de um suposto jogo de incentivo ao suicídio, em que adolescentes são previamente selecionados para participarem de um desafio de 50 dias, cumprindo tarefas diárias que incluem automutilação, sendo a última delas a morte. Já a série “13 Reasons Why”, da Netflix, aborda diversas questões muito sérias: bullying no Ensino Médio, machismo, homofobia, abuso sexual e, de uma forma geral, a difícil missão de ser adolescente. Toda a série é focada em uma questão central: o suicídio de uma jovem de 17 anos, que faz 13 gravações em fitas cassetes, apontando as pessoas que a desapontaram, e que, segundo ela, foram responsáveis pelo seu suicídio. Para o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor-doutor do Departamento de Psicologia Médica e psiquiatra da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a série utiliza a culpabilização coletiva e a abordagem crua, com cenas explícitas de estupro e do próprio ato do suicídio. Enquanto há uma tentativa benéfica de promover uma conscientização sobre a influência de bullying, assédio, machismo e violência, surgem ponderações em torno do impacto nocivo provocado pelo tratamento do tema suicídio. O suposto jogo da Baleia Azul é apenas o pano de fundo para um cenário de aumento de casos de suicídio entre jovens que se repete há anos. Meses atrás, o jogo do momento era o da asfixia. Agora é o da Baleia Azul. Daqui a um tempo, terá um novo. A questão que devemos levantar é: o que vamos fazer para evitar? É importante ressaltar que qualquer abordagem que faça alusão a temas tão complexos e relevantes como esses requer sempre cautela e acompanhamento por parte dos pais. Entretanto, esses momentos podem gerar também grandes oportunidades para um diálogo aberto e para uma boa reflexão junto aos filhos. O suicídio está entre as principais causas de morte na adolescência, competindo com acidentes causados por veículos e, no caso de países como o Brasil, violência armada. O número de suicídios em jovens está aumentando em todo o mundo e ninguém ainda sabe explicar a razão. Os especialistas apontam que em 90% dos casos, a pessoa tinha algum tipo de transtorno mental, principalmente depressão. Segundo o psicólogo, Flávio Voight, precisamos analisar esses jogos e séries como sendo o estopim para um problema mais profundo e mais urgente. Uma criança não vai se matar só por causa de um desafio de Internet ou de um seriado. Adolescentes se matam quando se sentem profundamente sozinhos, quando se sentem profundamente incompreendidos, quando já não veem mais sentido na vida. Então, neste ponto, precisamos ir além de apenas conversar sobre o desafio da baleia azul ou proibir/obrigar seu filho a ver uma série que fale sobre suicídio. O que pode realmente ajudar a prevenir uma tragédia é permitir que seu filho se sinta seguro para conversar, respeitado nas suas individualidades. Tentar encaixar todas as angústias de um jovem com tendências suicidas em um seriado ou um jogo é desprezar alguém que já se sente profundamente desprezado. Por isso que precisamos falar de depressão, tristeza, morte e suicídio, precisamos falar sobre todos os temas, escutando de verdade as tristezas e angústias daquela pessoa tão vulnerável que está ali. Sabemos que não é nada fácil a tarefa de educar e formar crianças e adolescentes. Como educadores, estamos cientes e comprometidos com esse grande desafio, mas é fundamental a parceria das famílias, pois não é só do ambiente escolar e social que vêm os apelos, eles estão sobretudo na facilidade do acesso a qualquer informação na Internet e nas redes sociais.

Atenciosamente e à disposição, Direção Geral do IENT #juntossomosmais