Fevereiro 2015
Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina OUTUBRO/2015
JANEIRO/2016
70
72
Situação Atual
58
60
Clima econômico registrou suave melhora na América Latina, mas continua desfavorável em quase todos os países O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV – aumentou de 70 para 72 pontos entre outubro de 2015 e janeiro de 2016. Com o resultado, o índice consolida a acomodação na faixa entre 71 e 74 registrada nas últimas quatro edições da pesquisa pontos, muito baixa em termos históricos. Em janeiro, a alta do indicador é explicada por acréscimos de dois pontos tanto no Indicador da Situação Atual (ISA) quanto no Indicador de Expectativas (IE). Ambos, no entanto, continuam na zona desfavorável do ciclo, característica de períodos de recessão. Gráfico 1: Índice de Clima Econômico do mundo e da América Latina (em pontos)
140 120
97
100 80
Expectativas
72
60
Indice de Clima Econômico América Latina
Indice de Clima Econômico Mundo
No plano mundial, a tendência de queda no ICE, iniciada em julho de 2015, foi mantida e o indicador atingiu o patamar de 97 pontos, em janeiro. À exceção do Japão, todas as principais economias desenvolvidas registraram recuo. Mesmo com a queda, a maioria deles encontra-se na zona favorável do ciclo ou próximos a ela (caso da França, Gráfico 2). Entre os BRICS, o clima econômico melhorou no Brasil (ICE de 47 pontos), mas ainda é o pior do grupo. A queda no ICE da China deve-se, majoritariamente, à piora do IE, que passou de 86 para 78 pontos, enquanto o ISA subiu de 62 para 66 pontos. Os resultados da Sondagem seguem em linha com o “World Economic Outlook” divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A projeção do crescimento da economia mundial de 3,4%, feita em outubro, foi revista para 3,2%, na publicação de janeiro de 2016. Logo, o cenário externo, embora melhor do que em 2015, mostra uma recuperação muito lenta da economia mundial.
jan/16
jul/15
jan/15
jul/14
jul/13
jan/14
jul/12
jan/13
jan/12
jul/11
jan/11
jul/10
jul/09
jan/10
jul/08
jan/09
jan/08
jul/07
jan/07
jul/06
jul/05
84
jan/06
82
jan/05
40
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Fevereiro de 2016
Gráfico 2: Indicador de Clima Econômico de países/regiões selecionadas (em pontos)
160
133 133 129
140 120
122 118 118 115 107 109 109 105
133 134
127
122
120 106 96
100
103
94
89
89 74
80
72
64
68
60
51
70 56
47 48 48 44
40 20
0
União Européia
Estados Unidos
Japão
Alemanha
França jul/15
Reino Unido out/15
China
Índia
Rússia
África do Sul
Brasil
jan/16
Todos os países selecionados para análise da América Latina registraram melhora no clima econômico (Gráfico 3), com exceção de Chile e México. No Chile, o resultado confirma os prognósticos de baixo crescimento para o país, que é dependente do preço do cobre. No México, a queda do preço do petróleo, com impacto negativo sobre as receitas fiscais, e a expectativa de aumento na taxa de juros nos Estados Unidos levaram a uma piora nas expectativas. A melhora do ICE deve ser analisada com cautela.
Gráfico 3: Indicador do Clima Econômico para países da América Latina
140 120
119 109
107
100
90
86 88
80 80
104 99 95
92
72 66
68
60
97 97 93
90 87 83
83
72
65
48 47 44
66
60
40
40
44
2020 20 20 0 Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia Equador jul/15 out/15
México jan/16
Paraguai
Peru
Uruguai Venezuela 2
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Fevereiro de 2016
A situação atual mantém-se estável em relação à sondagem de outubro e em nível favorável na Bolívia (120 pontos) e na Colômbia (108 pontos). A situação atual melhorou, mas continua desfavorável na Argentina, México e Peru. O Brasil registra o menor nível possível do indicador (20 pontos) desde julho de 2015, assim como a Venezuela, que repete esse comportamento desde janeiro de 2013. O indicador é desfavorável e piorou na margem para o Chile, Equador, Uruguai e Paraguai (este na zona “neutra”, 100 pontos). Logo, predomina uma avaliação desfavorável na região. O destaque da Sondagem de janeiro é a melhora no indicador das expectativas em todos os países, exceto México e Peru, que continuou na zona favorável. Nesse caso, a Argentina sobressai, com o avanço do IE de 94 para 166 pontos entre outubro e janeiro. Os especialistas, portanto, aprovaram as medidas inicias do novo governo e revelaram grande otimismo com o futuro cenário da economia argentina. O IE do Uruguai, embora na zona desfavorável, avançou em 86%, um reflexo do resultado argentino. O mesmo pode ser dito em relação às outras economias pequenas do Mercosul: Bolívia (melhora em 50%); e, o Paraguai (35%, que passou para uma zona favorável de expectativas). No Brasil, o IE passou de 68 pontos para 74 pontos. A Argentina é o terceiro principal mercado de exportação dos produtos brasileiros e o segundo para manufaturas. A desvalorização da moeda brasileira, junto com o anúncio de eliminação das barreiras protecionistas na Argentina, pode ter sido um dos fatores que influenciaram a melhora das expectativas. Ressalta-se, porém que a Sondagem não indagou aos especialistas qual o efeito específico de mudança do governo argentino nos países da região. A Venezuela permaneceu com o pior indicador das expectativas, o que ocorre desde julho de 2013. Em síntese, a melhora do ICE da América Latina foi influenciado pelas expectativas positivas em relação ao novo governo argentino, com reflexo em alguns países da América do Sul.
RANKING DOS PAÍSES
Posição Anterior
Posição Atual
País
1 2 4 3 5 7 8 6 9 10 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Paraguai Peru Colômbia Bolívia Uruguai México Argentina Chile Equador Brasil Venezuela
ICE Médio dos últimos 4 trimestres Out/15 5,6 5,6 4,6 4,7 4,5 4,2 3,5 4,2 2,8 2,5 1,0
Jan/16 5,3 5,2 4,6 4,4 4,3 4,2 4,0 4,0 2,4 2,4 1,0
3
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Fevereiro de 2016
ANEXO
ICE América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
INDICADOR DE CLIMA ECONÔMICO (EM PONTOS) jul/13 out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 jan/16 88 72 107 75 88 122 100 106 145 111 105 20
88 77 108 95 104 113 100 89 128 119 95 20
95 77 124 89 104 138 107 103 140 132 100 20
90 75 140 71 95 137 100 98 130 134 109 20
84 57 113 55 89 131 73 102 105 112 104 20
80 47 124 57 75 117 84 97 125 116 95 20
75 63 110 57 85 90 80 84 127 131 100 20
71 76 92 49 113 84 46 72 127 100 100 20
74 66 92 48 68 107 60 90 99 119 93 20
70 72 80 44 72 86 40 87 95 97 66 20
72 109 90 47 65 88 44 83 104 97 83 20
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
jan/15
abr/15
jul/15
out/15
jan/16
90 88 114 66 140 106 120 100 154 140 130 20
80 74 116 84 140 110 126 66 134 128 112 20
88 74 148 84 132 140 140 82 140 138 114 20
82 44 180 68 108 146 120 78 130 128 136 20
72 34 126 42 86 168 100 78 110 112 126 20
64 34 148 30 40 152 116 78 140 82 110 20
58 38 160 30 50 140 140 56 136 100 114 20
60 52 116 22 82 114 46 66 136 74 124 20
58 50 116 20 36 100 60 74 108 94 108 20
58 50 120 20 52 108 40 74 110 76 90 20
60 52 120 20 30 108 36 84 100 88 88 20
Média 10 anos 97 89 96 105 113 112 84 93 110 129 126 58
INDICADOR DA SITUAÇÃO ATUAL (EM PONTOS) ISA América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
IEX América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
jul/13 86 56 100 84 36 138 80 112 136 82 80 20
INDICADOR DE EXPECTATIVAS (EM PONTOS) out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 96 80 100 106 68 116 74 112 122 110 78 20
102 80 100 94 76 136 74 124 140 126 86 20
98 106 100 74 82 128 80 118 130 140 82 20
96 80 100 68 92 94 46 126 100 112 82 20
96 60 100 84 110 82 52 116 110 150 80 20
92 88 60 84 120 40 20 112 118 162 86 20
82 100 68 76 144 54 46 78 118 126 76 20
jul/15 90 82 68 76 100 114 60 106 90 144 78 20
out/15 jan/16 82 94 40 68 92 64 40 100 80 118 42 20
84 166 60 74 100 68 52 82 108 106 78 20
Média 10 anos 95 93 106 105 121 124 93 84 108 138 141 56
Média 10 anos 99 84 87 106 105 100 75 102 111 120 110 59
4
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Fevereiro de 2016
Nota Metodológica A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em
informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região, método que permite a construção de um ágil e abrangente retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. Em janeiro de 2016, foram consultados 1085 especialistas econômicos em 120 países, dos quais 127 da América Latina. A pesquisa gera informações tanto de natureza qualitativa quanto quantitativa. O Indicador de Clima Econômico (ICE) é o indicadorsíntese, composto por dois quesitos de natureza qualitativa, o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE), que tratam, respectivamente, da situação econômica geral do país no momento e nos próximos seis meses. As respostas individuais são combinadas para cada país sem qualquer ponderação. Para se chegar ao valor médio de cada indicador, atribui-se 9 pontos às respostas positivas (+), 5 às respostas indiferentes (=) e 1 às respostas negativas (-). O ICE é uma media aritmética dos dois indicadores que o compõem. O procedimento de agregação de dados para determinado grupo de países ou continente é feito de acordo com a participação relativa do comércio exterior (exportações + importações) de cada país em relação ao total da região.
Segundo critérios específicos da pesquisa, a fase do ciclo econômico em que se encontra o país no momento é determinada por uma combinação entre ISA e IE. Quando os dois indicadores superam o limite médio de 5 pontos, a economia está na fase de expansão. Quando ambos estão abaixo de 5 pontos, há recessão. A fase de piora ocorre quando o ISA é superior e o IE inferior a 5 pontos. E a fase de recuperação com IE superior e ISA inferior a 5 pontos. Os indicadores nesse informe são apresentados considerando o valor 5 como 100. Assim, indicadores acima de 100 estão na zona favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.
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