Clima econômico da América Latina melhora em abril, mas ... - IBRE

Maio de 2016 Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina JANEIRO/2016 ABRIL/2016 74 72 Situação Atual 60 60 Clima econômico da Amér...
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Maio de 2016

Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina JANEIRO/2016

ABRIL/2016

74

72

Situação Atual

60

60

Clima econômico da América Latina melhora em abril, mas permanece desfavorável O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – avançou pelo segundo trimestre consecutivo, ao passar de72 pontos para 74 pontos entre janeiro e abril de 2016. A alta foi determinada pela melhora das expectativas. O Índice de Expectativas (IE) subiu 4 pontos, de 84 para 88 pontos; enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) ficou estável em 60 pontos. Estes resultados, no entanto, estão distantes de serem animadores. Primeiro porque todos os indicadores estão na zona desfavorável e abaixo da média histórica dos últimos dez anos. Segundo, porque a região está com desempenho relativamente pior do que o da média mundial. O ICE do mundo registrou uma pequena melhora e situa-se agora exatamente em 100 pontos, no limite entre as zonas de clima desfavorável e favorável (Gráfico 1).

Gráfico 1: Indicador de Clima Econômico do mundo e da América Latina (em pontos)

140

Expectativas 120

88

100 80 60

Indicador de Clima Econômico América Latina Indicador de Clima Econômico Mundo

A melhora no plano mundial é liderada pelos países desenvolvidos, exceto o Japão, cujo ICE caiu 30 pontos em relação ao trimestre anterior. Nos Estados Unidos, todos os indicadores subiram e se encontram na região favorável. Na União Europeia, o ICE recuou marginalmente influenciado pelo ISA, mas permanece na zona favorável. No grupo dos principais países em desenvolvimento (BRICS), apesar de todos registrarem avanço no ICE, apenas a Índia está na zona favorável (Gráfico 2). Estamos longe, porém, de uma fase de crescimento sustentado como o que ocorreu antes da Crise de 2008. Entre julho de 2003 e janeiro de 2008, o ICE permaneceu na zona favorável capitaneado, em especial, pelo desempenho da China.

abr/16

abr/15

abr/14

abr/13

abr/12

abr/11

abr/10

abr/09

abr/08

abr/07

abr/06

abr/05

abr/04

abr/03

abr/02

40

abr/01

84

Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Maio de 2016

Gráfico 2: Indicador de Clima Econômico de países/regiões selecionadas (em pontos)

160

133 129

140

120

118

115 110 111107 105

100

109

89

80

134 126

120

96 94

97

122126

112 103 83

79

7472

68

60

68 51

56

55 48 48 44 47

40 20 0 União Estados Européia Unidos

Japão

Alemanha França out/15

Reino China Unido jan/16 abr/16

Índia

Rússia

África do Sul

Brasil

Na amostra de países da América Latina selecionados individualmente para análise, só dois registraram ICE favorável na Sondagem de abril: Paraguai e Peru. O Paraguai já estava na zona favorável em janeiro e o aumento no indicador foi de apenas um ponto. No Peru, o ICE passou de 97 pontos para 104 pontos, com melhora tanto das avaliações sobre a situação atual e quanto das expectativas. No dia 5 de junho haverá eleições presidenciais no país e parece que os dois principais candidatos são avaliados positivamente. O IE aumentou 8 pontos, passando a 114 pontos, em abril. Todos os outros países da América Latina registram ICE desfavorável e podem ser divididos em dois grupos. O primeiro seria o dos países com ICE desfavorável, mas com tendência de melhora. Neste grupo estariam Brasil, Colômbia, México e Uruguai. Em todos esses, a alta do ICE é liderada pelas expectativas. No Brasil, a percepção sobre a situação atual permaneceu no patamar mínimo, mas o Indicador das Expectativas (IE) cresceu 16 pontos. Nos outros países, o ISA ficou constante (México) ou piorou (Colômbia e Uruguai). Neste grupo, o ICE mais baixo é o do Brasil (55 pontos) e o mais alto é o da Colômbia (93 pontos) seguido do México (89 pontos) e do Uruguai (85 pontos). O outro grupo de países apresentou queda ou estabilidade do ICE entre janeiro e abril e níveis diferentes de qualidade do Clima Econômico. No Chile, o baixo preço do cobre e os debates sobre reformas trabalhistas são alguns dos fatores ressaltados por especialistas para explicar a queda no ICE de 65 pontos para 50 pontos. O ISA chegou ao patamar mínimo (20 pontos) e o IE caiu para 80 pontos. Na Argentina, as expectativas com o novo governo se acomodaram e, passada a fase de “euforia”, o ICE caiu de 166 pontos para 140 pontos, o que ainda é um ótimo resultado. À exceção de janeiro de 2016, este o maior indicador desde outubro de 2003. Venezuela e Equador permaneceram na mesma posição de janeiro de 2016. Ambos com ICEs muito baixos. A Sondagem de abril traz a avaliação dos principais problemas que os países enfrentam para crescer. Brasil, Chile, Equador e Venezuela consideram como o principal problema a falta de confiança nas políticas do governo. O segundo principal problema no Brasil é o déficit público (o mesmo na Argentina, Colômbia e Uruguai). O terceiro problema no Brasil é desemprego (o mesmo para o Paraguai). A falta de competitividade internacional é o quarto problema para o Brasil, mas é o primeiro para a Bolívia e o Chile e o segundo para Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

2

Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Maio de 2016

PRINCPAIS PROBLEMAS PARA O CRESCIMENTO DOS PAÍSES: ORDENADOS PELA IMPORTÂNCIA QUE OS ESPECIALISTAS CONFEREM ÀS QUESTÕES Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Falta de confiança na política econômica

1

1

1

2

Demanda insuficiente

5

2

2

2

Desemprego

4

3

Inflação

1

5

Falta de competitividade internacional

1

Barreiras às exportações

2

4

Falta de capital

1 3 5

1 1

2

Dívida externa

Venezuela

3

2

2

1 2

Uruguai

2

1

2

2

3 6

Falta de mão de obra qualificada Déficit público

Peru

1 2

1

1

1

1

2

6

2

3

2

3

3

3

2

4

RANKING DOS PAÍSES Posição Anterior

Posição Atual

2

1

1

2

3

3

4

4

6

5

7

6

5

7

8

8

10

9

9

10

11

11

País

Peru Paraguai Colômbia Bolívia México Argentina Uruguai Chile Brasil Equador Venezuela

ICE Médio dos últimos 4 trimestres jan-16

abr-16

5,2 5,3 4,6 4,4 4,2 4,0 4,3 4,0 2,4 2,4 1,0

5,2 5,0 4,7 4,5 4,4 4,3 4,1 3,2 2,4 2,4 1,0

3

Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Maio de 2016

ANEXO

América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

INDICADOR DE CLIMA ECONÔMICO (EM PONTOS) out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 out/15 jan/16 abr/16 Média 10 anos 88 95 90 84 80 75 71 74 70 72 74 96 77 77 75 57 47 63 76 66 72 109 97 89 108 124 140 113 124 110 92 92 80 90 100 96 95 89 71 55 57 57 49 48 44 47 55 104 104 104 95 89 75 85 113 68 72 65 50 112 113 138 137 131 117 90 84 107 86 88 93 112 100 107 100 73 84 80 46 60 40 44 44 83 89 103 98 102 97 84 72 90 87 83 89 93 128 140 130 105 125 127 127 99 95 104 105 110 119 132 134 112 116 131 100 119 97 97 104 129 95 100 109 104 95 100 100 93 66 83 85 125 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 57

ISA

out/13

jan/14

abr/14

jul/14

out/14

jan/15

abr/15

jul/15

out/15

jan/16

abr/16

80 74 116 84 140 110 126 66 134 128 112 20

88 74 148 84 132 140 140 82 140 138 114 20

82 44 180 68 108 146 120 78 130 128 136 20

72 34 126 42 86 168 100 78 110 112 126 20

64 34 148 30 40 152 116 78 140 82 110 20

58 38 160 30 50 140 140 56 136 100 114 20

60 52 116 22 82 114 46 66 136 74 124 20

58 50 116 20 36 100 60 74 108 94 108 20

58 50 120 20 52 108 40 74 110 76 90 20

60 52 120 20 30 108 36 84 100 88 88 20

60 54 120 20 20 100 36 84 90 94 80 20

ICE

INDICADOR DA SITUAÇÃO ATUAL (EM PONTOS)

América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

IE América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

INDICADOR DE EXPECTATIVAS (EM PONTOS) out/13 jan/14 abr/14 jul/14 out/14 jan/15 abr/15 jul/15 96 80 100 106 68 116 74 112 122 110 78 20

102 80 100 94 76 136 74 124 140 126 86 20

98 106 100 74 82 128 80 118 130 140 82 20

96 80 100 68 92 94 46 126 100 112 82 20

96 60 100 84 110 82 52 116 110 150 80 20

92 88 60 84 120 40 20 112 118 162 86 20

82 100 68 76 144 54 46 78 118 126 76 20

90 82 68 76 100 114 60 106 90 144 78 20

out/15 jan/16 abr/16 82 94 40 68 92 64 40 100 80 118 42 20

84 166 60 74 100 68 52 82 108 106 78 20

88 140 80 90 80 86 52 94 120 114 90 20

Média 10 anos 94 92 106 103 118 124 92 84 108 137 140 55

Média 10 anos 98 85 87 105 105 100 75 102 111 120 109 58

4

Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Maio de 2016

Nota Metodológica A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região, método que permite a construção de um ágil e abrangente

retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. Em março de 2016, foram consultados 1078 especialistas econômicos em 116 países, dos quais 127 da América Latina. A pesquisa gera informações tanto de natureza qualitativa quanto quantitativa. O Indicador de Clima Econômico (ICE) é o indicadorsíntese, composto por dois quesitos de natureza qualitativa, o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE), que tratam, respectivamente, da situação econômica geral do país no momento e nos próximos seis meses. As respostas individuais são combinadas para cada país sem qualquer ponderação. Para se chegar ao valor médio de cada indicador, atribui-se 9 pontos às respostas positivas (+), 5 às respostas indiferentes (=) e 1 às respostas negativas (-). O ICE é uma media aritmética dos dois indicadores que o compõem. O procedimento de agregação de dados para determinado grupo de países ou continente é feito de acordo com a participação relativa do comércio exterior (exportações + importações) de cada país em relação ao total da região. Segundo critérios específicos da pesquisa, a fase do ciclo econômico em que se encontra o país no momento é determinada por uma combinação entre ISA e IE. Quando os dois indicadores superam o limite médio de 5 pontos, a economia está na fase de expansão.

Quando ambos estão abaixo de 5 pontos, há recessão. A fase de piora ocorre quando o ISA é superior e o IE inferior a 5 pontos. E a fase de recuperação com IE superior e ISA inferior a 5 pontos. Os indicadores nesse informe são apresentados considerando o valor 5 como 100. Assim, indicadores acima de 100 estão na zona favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.

5