brasil - Frente Integralista Brasileira

ATITUDE PRESERVANDO A MEMÓRIA DO INTEGRALISMO pág. 4 Ação! “No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber de...
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ATITUDE PRESERVANDO A MEMÓRIA DO INTEGRALISMO pág. 4

Ação!

“No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber despertar, moverá montanhas.”

Gustavo Barroso

Ano I - N° 04 - SETEMBRO / OUTUBRO de 2011 - ediÇão NaCional

estratégias para a luta no século xxi entendendo o modus operandi do neomarxismo no brasil

Brasil

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7 de Outubro - O Companheiro Ítalo L. Neto ressalta a importância da fundação do integralismo e reforça a importância da militância que todo brasileiro deve fazer em favor do Brasil. Internacional - A Frente Integralista Brasileira prepara-se para um novo patamar em atuação no cenário internacional. Em breve artigo, são apontados alguns dos objetivos a nível global.

“A Offensiva” Na seção Memórias nosso novo colunista, Ferreira Cunha, expõe ao leitor a trajetória do popular periódico da Acção Integralista Brasileira, “A Offensiva”, que no período de sua existência levou aos brasileiros os mais relevantes fatos do pág. 5 cotidiano integralista.

editorial voz dos companheiros recomendamos avante

Ao futuro do

brasil pág. 3

Anauê! *** Acesse e divulgue o Portal Nacional:

www.integralismo.org.br

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Ano I - N° 04 - SETEMBRO / OUTUBRO de 2011 - ediÇão NaCional

VOZ DOS COMPANHEIROS

EDITORIAL

A presente edição de Ação!, lançada em pleno mês de Outubro, aniversário de fundação do Integralismo e da Acção Integralista Brasileira - ambas fundadas em outubro de 1932, buscou dar continuidade aos relevantes temas que já vinham sendo apresentados em suas páginas, mas, nesta edição, com destaque ao texto do Companheiro Rafael Sandoval, Coordenador da Região Centro-Oeste e Presidente do Núcleo do Distrito Federal, que, mais uma vez auxilia os Companheiros de todo o Brasil a compreender o modus operandi do neomarxismo no Brasil. É altamente recomendável, no entanto, que, se o leitor não teve contato com os textos anteriores de Rafael Sandoval nas páginas de Ação!, que o faça para construir em sua mente um mapa razoável da confusão em que os neomarxistas tem jogado a população brasileira nas últimas décadas, subvertendo conceitos e invertendo princípios para nortear sua luta em território mestiço. Compreender o modus operandi do neomarxismo é extremamente importante para que possamos responder com eficácia aos tipos de táticas que operam os inimigos do Brasil de hoje. Mais do que uma edição de celebração dos 79 anos do Integralismo, buscamos ajudar a apresentar, então, uma perspectiva futura para um dos cenários estratégicos de curto e médio prazo que estamos nos mobilizando para enfrentar. Uma novidade nesta edição é a mudança do titular da seção Memórias: o Companheiro Ferreira Cunha substituirá Guilherme Jorge Figueira na publicação de artigos referentes à história do integralismo. Em oposição às três edições que antecederam esta, não tivemos qualquer mudança gráfica, o que é um avanço, pois, reforça o fato de que finalmente alcançamos um padrão e um nível de qualidade adequados para uma publicação do porte de Ação!, que representa e reforça a imagem institucional da Frente Integralista Brasileira como organização séria e – principalmente – atuante na difusão do integralismo e na defesa do Brasil. Encerrando, gostaríamos de reforçar a necessidade de que todos os Companheiros envolvam-se no projeto editorial de Ação!, trazendo para si a responsabilidade de fazê-lo crescer e ganhar corpo, seja divulgando em uma lista de e-mails, imprimindo para um amigo, fotografando uma atividade integralista ou mesmo nos enviando um texto que, após avaliação, poderá ser publicado e difundido em todo Brasil. Anauê!

Ação! ANO I - N° IV LXXIX DA era integralista Esta é uma publicação oficial da Frente Integralista Brasileira - FIB, sob responsabilidade da Diretoria Administrativa Nacional e de suas secretarias regimentares. É livre a reprodução e distribuição. Distribuição gratuita em todo território nacional. Caixa Postal 1156, São Paulo - SP - CEP 01032-970

As mensagens devem ser dirigidas à seção “Voz dos Companheiros” pelo correio eletrônico info@integralismo. org.br, ou pelo Portal Nacional (www.integralismo.org.br), informando nome, endereço e telefone para contato. Ação! recomenda mensagens curtas e objetivas e se reserva o direito de publicar apenas trechos.

Último Segundo

Resgate da Soberania

“Muito bem dada a resposta ao Último Segundo. Foi um ‘tapa na cara’ a altura do que foi publicado pelo iG, é disso que essa imprensa aparelhada pelo partido precisa. ”

“Vcs estão de parabéns! Eu acredito que ainda há tempo de resgatarmos nossa soberania. As multi-nacionais não podem mais controlar nossa economia, as ONGs estrangeiras só tem interesse em se _Juliana Dutra apossar das pesquisas feitas Campo Grande, MS com nossa biodiversidade para registrar a patente. Vamos dar um basta nisso, vamos dar um basta nos políticos que se vendem para os interesses estrangeiros. Enfoque no Integralismo A solução é o Integralismo! “Quero dizer que admiro muito Anauê!” a doutrina integralista, bem como, que pretendo seguir na _Sandro Camargo carreira acadêmica dando enfo- Votorantim, SP que ao conteúdo do mesmo. ” _Thiago Moraes Curitiba, PR

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CONTRA

“Gostaria de dizer que aprecio muito o trabalho dos integralistas. Minha pergunta é se os textos do site são livres para reprodução em outros sites da internet.” _Pedro Marcus Caldas Novas, MG R: Sim, os textos do Portal Nacional e de todas as demais mídias a ele vinculadas, como ‘Ação!’, são livres para reprodução desde que citem a fonte e mantenham intacto seu conteúdo. ENVIE VOCÊ TAMBÉM UMA MENSAGEM [email protected]

Você é a favor ou contra a criação do estado do Tapajós e do estado do Carajás com a divisão territorial do estado do Pará?

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Textos para reprodução

EM FOCO>>

A Constituição Brasileira de 1988 tem sido sucessivamente desrespeitada pelo STF. Em sua opinião, qual deve ser a solução para o retorno da ordem constitucional?

Nos últimos meses a Constituição Brasileira de 1988 tem sido sucessivamente A FAVOR desrespeitada pelo Supremo Tribunal Federal, instituição que deveria zelar pela defesa da constituição e que, dentre inúmeros absurdos, decidiu, por unanimidade, que são legais as manifestações a favor da descriminalização do tráfico e do consumo de drogas, bem como decidiu também conceder a libertação do criminoso italiano Cesare Battisti. Em sua opinião, qual deve ser a solução para o retorno da ordem constitucional? Acesse o Portal Nacional e participe, a VOTOS: 428 votação estará aberta até o fim de dezembro.

Expediente

COLABORADORES

Eduardo Ferraz

Ferreira Cunha

Direção Geral

Itapetininga, SP

Thiago Duarte

Italo Lorenzon Neto

Coordenação

Rio Claro, SP

Rafael Sandoval Brasília, DF

Victor Emanuel Vilela Barbuy Presidente Nacional

www.integralismo.org.br [email protected]

Ano I - N° 04 - SETEMBRO / OUTUBRO de 2011 - ediÇão NaCional

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ANÁLISE [email protected]

Ao Futuro do Brasil A necessidade de formular estratégias para a luta no século XXI, entendendo o modus operandi do neomarxismo no Brasil Rafael Sandoval [email protected] É preciso antes de qualquer coisa narrar a história de dois grandes personagens históricos aos quais sem eles jamais teríamos o nosso modo de pensamento. Santo Agostinho, cujo nome de batismo foi Aurélio Agostinho, nasceu em 354 d.c em Tagasta, cidade africana. Era filho de uma mãe católica fervorosa e de um pai pagão. Sua formação intelectual se deu inteiramente na língua latina, tendo pouco contato com autores gregos. Foi professor em Tagasta e Cartago, transferindo-se mais tarde a Roma. Antes de se converter ao catolicismo teve contato com várias doutrinas como o maniqueísmo, que era profundamente dualista e via toda constituição da realidade e do cosmo sobre esse prisma. Recebeu em 387 d.C seu batismo do bispo Ambrósio e, mais tarde, em seu retorno à África, funda uma comunidade religiosa. Santo Agostinho foi um dos pais da Igreja. Se aos dezenove anos (373 d.C) abraçara o maniqueísmo, no ano de 383/384 d.C tendo em vista a insustentabilidade da doutrina maniqueísta, sobretudo depois de seu encontro com o bispo maniqueu Fausto, afasta-se da doutrina de Mani, “ficando tentado a abraçar a Filosofia da Academia Cética”( REALE, Giovanni, 1990.), mas, não a seguindo devido ao fato de não encontrar “o nome de Cristo” . Foi através dos pais da Igreja que a Filosofia Grega foi introduzida no ocidente, bem como seu racionalismo, sendo modificados determinados conceitos, tal como o conceito de criação, uma vez que para os gregos tal conceito é inexistente, mas, para nós cristãos, Deus cria ex nihilo, ou seja, Deus cria do nada e o introduz na existência. Embora, para Santo Agostinho a fé anteceda a razão, é nele que vemos a ligação de ambos e também a concepção de “Filosofar na Fé” de influência de Plotino, algo até então novo, sem essa nova perspectiva e sem os embates contra os heréticos, como os maniqueístas e os donatistas provavelmente não teríamos o “modo de pensamento” e a civilização cristã que temos hoje; não só isso, uma vez que foi também um dos mais influentes teólogos da Igreja em Geral. Devemos lembrar, não obstante, que mesmo na reforma protestante o pensamento de Santo Agostinho fora bastante influente. O segundo grande personagem foi, so-

bretudo o responsável por sintetizar a filosofia de Aristóteles à doutrina Cristã; se Santo Agostinho é predominantemente platonista, Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, nosso segundo grande personagem é predominantemente aristotélico. Santo Tomás de Aquino nasceu em Roccasecca, no Sul do Lácio em 1221. Demonstrado grande talento especulativo, foi descoberto por Alberto Magno quando Santo Tomás de Aquino fora seu aluno. O século XIII ao século XIV significa o apogeu da escolástica. Neste período há uma predominância da filosofia de Aristóteles até então quando já não se tem mais a necessidade de utilizar da tradução dos árabes, como a do árabe Avicena. É introduzido doravante o pensamento empírico-racionalista aristotélico, enriquecendo a doutrina Cristã. Foi Santo Tomás de Aquino um grande exegeta de Aristóteles, defendendo o pensador de certo modo condenado até então na Idade Média. Embora Santo Tomás de Aquino se baseie sobremodo no pensamento aristotélico, também incorporou elementos neoplatônicos e estóicos em seu pensamento, o pensamento teológico de Santo Tomás de Aquino é também uma das bases da doutrina católica. Com efeito, analisando a história desses grandes personagens podemos perceber algo que nos golpeia e possui uma evidência tão clara como o próprio branco; uma evidência que nos golpeia de tal forma que deixa-nos zonzos e confusos tendo em vista algumas expectativas românticas. O enriquecimento de uma doutrina, o expandir de uma doutrina, o olhar para trás, para os antigos não é inimiga da tradição, na verdade é, tal como entendera Gustavo Barroso, “é buscar nos exemplos do passado a fé construtiva do futuro” (BARROSO, Gustavo, 1936.). Santo Agostinho utilizou de componentes gregos pagão, notadamente platônicos; Santo Tomás de Aquino utilizou também de componentes gregos pagão, notadamente, o aristotelismo e nos dois casos não houve a degeneração, mas o enriquecimento. Quando há o enriquecimento responsável, a busca correta dos antigos não há degeneração, não se deve confundir tradição com saudosismos: saudosismo cega e mata; não nos possibilita ver um palmo à frente. Ora, diante da terrível realidade brasileira apresenta-nos a necessidade de enrique-

cer, conseguir novas formas de atuação. Isto, sobretudo, tendo em vista uma polarização da sociedade brasileira, bem como também uma polarização de pensamento e da forma padronizada de reagir ao “pior dos mundos possíveis” que a realidade brasileira está se tornando; tendo em vista o marchar dos diversos movimentos políticos trajados de movimentos sociais e movimentos de “luta pela liberdade”; movimentos estes que exercem a função de “braços” do partido dominante. Como uma forma padronizada de reação da maioria da nossa sociedade, é possível apontar a profunda polarização de comportamentos de duas classes que podem agir. Aqueles que compõem a maioria da população brasileira, definida em sua maioria como proletariado, acostumados até então com suas apertadas correntes, com uma carga de trabalho de muitas horas diárias e tantas outras, por conseguinte semanais e ao qual a burguesia sempre se mostrou indiferente quanto a seu sofrimento; mostra-se satisfeita ante a possibilidade – e até mesmo realidade –, de uma corrente maior que lhe dá mais liberdade; não há de imediato mais pelo que lutar uma vez que se é “feliz” tendo bolsa família; com a possibilidade de crédito, com a possibilidade de comprar um carro popular, um novo aparelho de som, uma TV de LCD; mesmo que não se tenha educação de qualidade, saúde de qualidade. É impensável para aqueles que sempre estiveram acorrentados ousarem lutar por definitivamente cortar a corrente: isto é pedir demais! É algo impensável e motivo de desconfiança para um homem que já ficara 35 anos preso numa cela de 4m² e agora está preso numa cela de 9m²... a revolta dar-se-á quando quiserem retorná-lo à cela anterior, de 4m². A segunda reação dar-se com a classe média brasileira – muitas vezes saudosista -,

“...combatemos, ademais, o mau hábito da classe média de distinguir classes: no integralismo todos são brasileiros.”

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uma vez que não se pode contar com a burguesia, sendo ela quase indiferente aos problemas brasileiros. A classe média brasileira até então confortável com seus privilégios de pequenoburgueses - o que significa serem quase ricos -, acreditam certamente e isto desde o interior da alma que as coisas se resolverão por si só, de maneira repentina; esperam talvez que um Deux ex machina caia do céu e destrua todos os inimigos que colocam em risco alguns de seus privilégios. É o típico sentimento da garota mimada que passara toda a infância protegida pelos pais e, na adolescência e na idade adulta, devido a uma patente beleza, com mimos de pretendentes ao namoro. Os problemas amiúde para a maioria das pessoas dessa classe, à semelhança da bela moça, se resolveram até então de maneira simplória: bastava, quando criança, chorar um pouco para o pai que ele logo resolvia tanto os problemas da escola como quando dava o presente que ela tanto queria para o natal; bastava, quando adolescente, sorri para o menino nerd que este logo se preocupava de carregar seus livros; quando adulta, bastava sorrir para um pretendente que este pagava a conta do almoço; bastava mexer no cabelo com graça para o garçom que este logo tomava todas as diligências para a bela senhorita. A maioria dos que compõem esta classe não estão habituados com a luta, copiam o próprio espírito burguês; quando muito, suas atividades se resumem às redes sociais, a assinar petições online, escrever artigos em blogs, ou, quando muito, criar teorias conspiracionistas – nada mais que isso. Alguns ainda procuram jogar a responsabilidade e até mesmo esperar uma ação do povo brasileiro (em sua maioria proletariado), este povo até então desprezado pela “classe espiritual”, pela “classe formadora opinião”, pela “classe politizada” como insistem em dizer; como se parte da culpa não fosse dela mesma. Ora, por que afirmar isso? Por que lançar a essa classe parte da culpa? Simples, o neomarxismo, o marxismo que atualmente vemos se desvelando através do partido dominante e dos diversos movimentos políticos que são seus “braços” é um marxismo de superestrutura; o que isto quer dizer; quer dizer que é um marxismo com um modus operandi contrário ao do marxismo clássico de infra-estrutura. O que isto significa? Que a revolução dá-se de cima para baixo. Enquanto no marxismo clássico proposto por Marx, Engels e os posteriores ideólogos a revolução dar-se-ia por meio da luta do proletário ou de uma vanguarda pequeno-burguesa; no neo-marxismo a “luta” dar-se por meio das ideias, da cultura, ou seja, da superestrutura, tendo em vista que a religião, a filosofia, as ideias de determinada época constituem a superestrutura. Com efeito, é a partir de determinados círculos intelectuais, escola, universidades, jornais e mesmo a Igreja - assim compreende claramente Gramsci – que dar-se a revolução. Primeiro, vale dizer, através da influência na superestrutura resulta em mudanças no próprio senso comum e na própria “concepção de mundo” da sociedade. O próprio chefe nacional, Plínio Salgado, na obra o Conceito Cristão da Democracia, já apontara no capítulo X o modus operandi do neo-marxismo ao qual já percebera há mais de 65 anos a forma de ação do neo-marxismo. Num

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brilhantismo inconfundível o chefe nacional escreveu: A disseminação da indiferença religiosa em todas as categorias mentais das sociedades enfraquece as resistências nacionais e abre campo à repulsa dos deveres prefixados pela disciplina moral. A prática da astúcia tem por fim tranqüilizar os responsáveis pela ordem religiosa vigente aparentando respeito pela liberdade de consciência e até mesmo pondo em relevo falsas identidades de propósitos com as da doutrina religiosa. Utilizam-se, em espaços neutros, certos conceitos como fraternidade, a justiça, a intangibilidade da pessoa humana, conceitos que perdem as colorações específicas de suas procedências para servirem a manobras que contrariam a sua verdadeira, profunda e sagrada significação. (SALGADO, Plínio. O conceito Cristão da Democracia, pág. 78-79, 1945.). É pertinente a pergunta: no Brasil, de onde nascem estas concepções neo-marxistas -, embora adaptadas para a realidade brasileira - imbuídas de processos ardilosos de Maquiavel? Das Universidades; a classe formadora de opinião está nas Universidades; esta classe, em essência, é uma classe média: é a “classe formadora de opinião”. Eis lá onde está a ação prática dos neo-marxistas! Retornemos, por um momento, à história de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Para que ambos, tanto Santo Agostinho quanto Santo Tomás de Aquino obtivessem sucesso na luta contra os hereges foi necessário um enriquecimento da doutrina cristã, um olhar para o passado, para a obra do Filósofo (Aristóteles), no caso de Santo Tomás de Aquino, e da obra de Platão no caso de Santo Agostinho, houve, portanto, um enriquecimento, uma adaptação. Não significa adotarmos, todavia, o modo de luta maquiavélico inescrupuloso de nossos inimigos - inimigos estes de tudo que é tradicional, superior e profundo - em que os fins justificam os meios... não; uma vez que a virtude, sobretudo a virtude da justiça deve ordenar todas as nossas ações; entretanto, é necessário identificarmos nossos próprios erros num exame de consciência vendo dessa forma a nossa própria ingenuidade para assim triunfarmos, temos, dessa forma, que nos adaptarmos à realidade do século XXI; isto é, vermos onde estamos sendo saudosistas e não tradicionalistas. Até porque, vale lembrar, a nossa maior luta é uma luta interna; combatemos dia e noite as más tendências típicas do espírito burguês que possam irromper na alma; combatemos, ademais, o mau hábito da classe média de distinguir classes: no integralismo todos são brasileiros. À revolução Integralista, três anauês! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROSO, Gustavo. Espírito do Século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936. GRAMSCI, Antonio. Os Intelectuais e a Organização da Cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. SALGADO, Plínio. O Conceito Cristão da Democracia. Coimbra: Estudos, 1945.

Preservando a Memória do Integralismo

Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira, reunido na cidade de Taubaté (SP), com o veterano da AIB e do PRP, Sr. Francisco, durante gravação do documentário.

Membros e colaboradores da Frente Integralista Brasileira estão realizando pesquisa e coleta de material para a produção de documentário sobre a história do integralismo. Ainda sem nome definido, o projeto registrará a experiência de diversos camisas-verdes e o trabalho dos integralistas na defesa do Brasil desde a fundação do movimento. O documentário, que deverá ter cerca de 70 minutos, será produzido sem aporte de patrocínios, de maneira livre e independente, a partir do trabalho de voluntários e da ação dos núcleos integralistas em todo país. O trabalho buscará apoiar-se em depoimentos fortes e inéditos a respeito da atuação do integralismo em diversas fases da história do Brasil. Com uma abordagem objetiva, a idéia central da produção é proporcionar aos interessados uma visão que passará pelas origens do integralismo, pelos eventos do passado, até conectá-lo com o presente e com o papel que deve desempenhar o integralismo em um futuro próximo no cenário político nacional. Dividido em sete capítulos, que farão uma abordagem dos 79 anos do integralismo, o documentário será disponibilizado na íntegra no Portal Nacional, em sete partes, sem custos para quem quiser assisti-lo, mas, ainda não tem previsão de lançamento.

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recomendamos

A participação dos companheiros em nossas páginas nas redes sociais Orkut, Facebook, Twitter, YouTube e Flickr. Juntem-se aos pouco mais de 3300 colaboradores nestas redes e ajudem a promover o diálogo e o debate saudável sobre os diversos temas do cotidiano nacional e internacional. Todas as redes em que estamos presentes podem ser acessadas através do Portal Nacional

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MEMÓRIAS

Páginas de A Offensiva: na esquerda a capa de um exemplar do ano de 1935; no centro matéria de um exemplar de 1937 e na direita página interna de 1935.

“A Offensiva” Integralista Ferreira Cunha [email protected] O I Congresso Integralista, realizado na cidade de Vitória – ES, em fevereiro de 1934, elaborou as primeiras diretrizes administrativas da Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937), definindo através de Estatutos os objetivos do movimento e a aclamação de Plínio Salgado como Chefe Nacional da AIB. Logo após o primeiro evento nacional do movimento Integralista foi fundado, no dia 17 de maio de 1934, na cidade do Rio de Janeiro, o jornal A Offensiva. Impresso inicialmente na gráfica do jornal Diário de Notícias, sua distribuição sofreu diversas mudanças durante sua existência, sendo inicialmente semanal e posteriormente diário. Os exemplares eram adquiridos através de assinaturas ou comprados em lojas e bancas de jornal por todo o Brasil. A Offensiva era o principal periódico Integralista editado pela AIB, responsável por levar a mensagem do movimento para as massas. Sua direção foi alternada algumas vezes, porém, o principal responsável pelo periódico foi o camisa-verde Madeiras de Freitas. Nas páginas do jornal as notícias traziam as principais ações realizadas pelos Núcleos Integralistas em todo o Brasil, como também eram publicadas as resoluções e estatutos elaborados durante os eventos Integralistas, a exemplo dos I e II Congresso Integralista. Além de documentos administrativos diversos, artigos de personalidades do mo-

vimento, como Miguel Reale, Ovídio da Cunha, Olbiano de Melo, Gustavo Barroso, entre outros; eram divulgados nas seções do periódico. Alguns inclusive utilizar-se-iam de pseudônimos para não serem identificados, dados os temas polêmicos abordados. Entre as diversas atividades e fatos que foram publicados no correr dos anos no jornal A Offensiva, alguns tiveram maior destaque, como o plebiscito Integralista, realizado no dia 23 de maio, pela Acção Integralista Brasileira; no qual diversos postulantes tiveram a oportunidade de se candidatar como representante do movimento na eleição presidencial de 1937 - tendo sido eleito o Chefe Nacional da AIB, Plínio Salgado, que pronunciou momentos antes da votação um discurso intitulado “Salvemos a Democracia”, ressaltando o método democrático de escolha do candidato da AIB, diferenciando-se dos demais partidos políticos. Em 10 de novembro de 1937, apenas nove dias após a marcha dos 50.000 mil, que levou uma “onda verde” à capital da República, Vargas ordenou o cerco ao Congresso Nacional, fechando a Câmara e decretando o Estado Novo. Com esta medida os partidos políticos, dentre eles a Acção Integralista Brasileira, tiveram seu registro cassado. Na tentativa de se adaptar ao novo cenário e continuar o projeto Integralista, Salgado fundou a Associação Brasi-

leira de Cultura – ABC, que se utilizou da máquina midiática Integralista, bem como de A Offensiva, para continuar sua campanha. Entretanto a campanha implacável de perseguição realizada pelo Estado Novo fez com que no dia 19 de março de 1938 o principal jornal Integralista encerrasse suas atividades.

BIBLIOGRAFIA: CARONE, Edgard. A Terceira República (19371945). São Paulo: Editora Difel, 1982. FERREIRA, Marcus. O Integralismo na cidade de Matão, Oswaldo Tagliavini e sua maquina de idéias. Rio de Janeiro: Editora CBE, 2006. LOUREIRO, MARIA AMELIA SALGADO. Plínio Salgado, meu pai. São Paulo: Editora GRD, 2001 IMAGENS: (da esquerda para a direita) A Offensiva, N.62, página 01, 20-07-1935 - ANO II A Offensiva, N°515, página 03, 16-06-1937 - ANO IV A Offensiva, Nº78, página 07, 09-11-1935 - ANO II

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79 anos de Integralismo Italo Lorenzon Neto [email protected] Há setenta e nove anos, Plínio Salgado publicou o que seria o documento inaugural da única Doutrina capaz de unir todos os brasileiros sob o estandarte de um Brasil Legítimo, expressão da voz de sua estirpe, de seu povo. Sendo o Integralismo a proposta de se analisar o mundo da forma como é, e então concluir como realmente deve ser. Ele se configura, necessariamente, na única resposta possível de homens sãos contra o relativismo materialista, que, nada acrescenta ao Homem além de sofismas e injunções vazias e ególatras. É uma resposta doutrinária às ideologias, que buscam adequar o Homem e o Mundo à fértil imaginação de Capitalistas-comunistas. É a resposta tradicional, que apresenta modelos comprovadamente eficientes, contra um “progressismo” dogmático que sacrifica o Homem e seu Espírito em prol de uma visão manca do mundo ideal.

Além de tudo isso, essa data não marca apenas o legado doutrinário de Plínio Salgado. Sendo um homem de ação, o Manifesto foi o marco de fundação de uma Ação, que visava defender o Brasil contra o imperialismo dos servos de Mamom. Os camisas-verdes receberam o merecido título de “Soldados de Deus e da Pátria”, pois, não formaram menos que um Exército, pronto para a guerra. Hoje, o Movimento Integralista configura-se, como não poderia deixar de ser, como o único Movimento legitimamente brasileiro. Enquanto as ideologias apresentam demagogia, o Integralismo apresenta a Ação. Enquanto as ideologias materialistas apresentam siglas, o Integralismo apresenta o Brasil. A militância é dever do brasileiro de bem, do Integralista. Todo aquele que preza pelo país preza, mesmo sem saber, pelo Inte-

gralismo. E é aí que mora a genialidade de Plínio Salgado. Há setenta e nove anos, ele fundou uma Doutrina que era a integral expressão dos anseios do povo brasileiro: ontem e hoje. Plínio Salgado nos definiu como “a Revolução em marcha. Mas a revolução com idéias. Por isso, franca, leal e corajosa.” E é a essa Marcha, perene, que damos continuidade. Dia após dia. Pois é nosso imorredouro dever para com nossos maiores a defesa de seu legado e do Brasil Autêntico que eles representam. Aos nossos compatriotas, pelo bem do Brasil, Anauê!

AVANTE!

Por onde segue a nobre marcha...

Integralismo, no mundo Eduardo Ferraz [email protected] Embora tenha sido elaborado tendo em vista a realidade brasileira, o Integralismo tem chamado cada vez mais a atenção de pessoas em diferentes nações, em todo o planeta. Nos últimos meses contatos de interessados em diversos países se propuseram ou buscaram ajuda para criar em suas respectivas pátrias, núcleos similares aos nossos. É por esta razão, que tornamos pública hoje, mesmo que timidamente, por meio deste pequeno artigo, a Secretaria de Relações Internacionais, criada há cerca de dois anos tendo em vista o crescimento da demanda internacional e responsável direta pelos objetivos estratégicos e táticos de nossa organização em nível internacional. A Secretaria buscará estabelecer contato, solidariedade e cooperação com as mais diversas organizações que possam de alguma forma compartilhar de parte de nossas idéias, respeitando os princípios estabelecidos pela chamada Paz de Westfália no ano de 1648. Isso significa que a FIB defenderá e desenvolverá o Integralismo no exterior respeitando os princípios básicos da Diplomacia Moderna, como a Soberania dos Estados e a Autonomia dos Povos. Respeitando assim, o desenvolvimento do Integralismo no exterior com as adequações necessárias à realidade so-

cial, política e econômica das demais nações. Será missão também da Secretaria levar ao exterior alguns instrumentos fundamentais para auxiliar os estrangeiros na nobre missão de divulgar a causa integralista ao redor do mundo, como o Instituto Plínio Salgado, que, quando possível, deverá ser disponibilizado em outros idiomas para levar cursos de fundamental importância para a difusão da doutrina do sigma em diferentes nações. No exterior, nossa organização atuará com uma Agenda Internacional dividida em duas temáticas: uma exclusivamente voltada ao movimento integralista e outra voltada a temas de interesse geral, onde o Integralismo buscará levar aos demais cidadãos do planeta seu ponto de vista e suas soluções para os diferentes temas. Por exemplo, na “Agenda Sigma” (voltada exclusivamente ao integralismo) teremos como foco o estabelecimento de representações e o contato oficial com organizações que de alguma forma se aproximam do pensamento integralista; já na “Agenda Social”, temas como Respeito e Paz Mundial serão o foco de atuação da Secretaria. Mais novidades a respeito de nossa atuação em nível internacional virão nos próximos meses, aguardem.

De cima para baixo: Integralistas de Santos (SP) durante desfile militar na orla; Integralistas observaram protestos “contra a corrupção”, na Av. Paulista, em São Paulo (SP); Integralista esclarece interessado, no Anhembi.