A “Anatomia”das Algas Observação Microscópica das Macroalgas Ana R. M. Leite; Emanuel S. Costa; Filipa A. Carneiro; Íris F. G. Carvalho; Margarita Yakubovich; Sara T. A. Alves
Objectivos: • Analisar a estrutura microscópica de espécies de algas de diferentes Filos, recolhidas na Praia da Aguda. • Comparar a estrutura dos tecidos celulares das algas com a das plantas.
Introdução: As algas definem-se como sendo seres vivos aquáticos e autotróficos fotossintéticos. Constituindo um grupo bastante heterogéneo, as algas podem ser unicelulares ou pluricelulares, microscópicas ou macroscópicas e de coloração bastante variável (verde, castanho ou vermelha). Não possuem diferenciação tecidular, ou seja, ao contrário das plantas, não possuem raízes, caules ou folhas distinguíveis. É exactamente esta particularidade das macroalgas que é possível observar ao microscópio óptico.
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Resultados: O presente trabalho apresenta os resultados obtidos através do estudo realizado sobre a estrutura microscópica das algas recolhidas na Praia da Aguda e posteriormente estudadas em laboratório. Fizeram-se várias preparações com diferentes tipos de algas que foram posteriormente observadas ao microscópio óptico composto e também comparadas com tecidos celulares de plantas. Desta forma conseguiu-se observar os tecidos celulares das algas dos três Filos distintos, figura 1, o que nos permitiu concluir sobre os vários aspectos da sua estrutura celular.
Fig. 1 Ulva rigida
Sargassum muticum
Gracilaria gracilis
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Relativamente as células da alga verde, Ulva rígida, evidencia-se em cada célula, figura 2, a presença de vacúolos e cloroplastos.
Figura 2: Foto das células da Ulva rígida (ampliação 400)
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Na figura 3, que se refere à mesma alga depois de submetida a um aumento de temperatura, evidencia-se a forma poliédrica das células desta alga, bem como a parede celular. Neste caso, o aumento de temperatura a que a alga foi submetida permitiu uma diminuição do fluido celular e uniformização na distribuição das células.
Esquema representativo da foto da figura 3
Figura 3: Foto da Ulva rígida depois de submetida a um aumento de temperatura
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Na análise microscópica da alga vermelha, Gracilaria gracilis, observa-se que as células são semelhantes e apresentam uma forma aproximadamente “esférica” numa matriz gelatinosa, característica deste tipo de alga, produtora de agar-agar (figura 4).
Fig. 4. Células da Gracilaria gracilis numa matriz (ampliação 400)
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Esquema representativo da foto da figura 4
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Na foto da figura 5 evidencia-se a parede celular da mesma alga (Gracilaria gracilis).
Fig. 5 Foto da parede celular da alga Gracilaria gracilis
Esquema representativo da figura 5
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Ainda em relação a alga Gracilaria gracilis verifica-se, figuras 6, uma alteração significativa da cor bem como da forma das suas células, após o aumento de temperatura a que foi submetida.
Figura 6- Fotos das células da Gracilaria gracilis após aumento de temperatura (ampliação 400)
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Na preparação, com o tecido celular da alga castanha, Sargassum muticum, foi possível observar apenas a parede celular das suas células,
figura 7.
Fig. 7 Foto da parede celular da Sargassum muticum
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Comparação dos tecidos das algas com o tecido epidérmico das folhas de plantas. Ao contrário dos tecidos das algas, os tecidos das plantas são diferenciados. Por exemplo, tanto o Antúrio como a Tradescância, figuras 8 e 9, apresentam órgãos com diferenciação tecidular, sendo a forma das células epidérmicas diferente em cada uma destas plantas, figuras 10 e 11. O mesmo órgão, a folha, apresenta tecido epidermíco a revesti-lo, onde se diferenciam estruturas especializadas nas trocas gasosas (estomas). Esta característica comum a todas as plantas não se observa nas células das algas.
Fig.8 Antúrio
Fig. 9 Tradescância
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Fig. 10. Foto da película epidérmica da folha do Antúrio ( ampliação 400)
Fig. 11 Foto da película epidérmica da folha da Tradescância (ampliação 400)
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1- Células estomáticas 2- Ostíolo 3- Célula epidérmica 4- Núcleo 5- Parede celular
1- Célula epidérmica 2- Células estomáticas 3- Ostíolo
Esquema representativo da figura 10
Esquema representativo da figura 11
O mesmo órgão, a folha, apresenta tecido epidermíco a revesti-lo, onde se diferenciam estruturas especializadas nas trocas gasosas (estomas). Esta característica comum a todas as plantas não se observa nas células das algas. 12
Conclusão: Esta actividade revelou-se eficaz na observação dos tecidos celulares das algas bem como no enriquecimento do nosso conhecimento nesta matéria. As algas não são só seres extremamente complexos como, em comparação com as plantas, apresentam diferença na estrutura celular.
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