Novembro 2015
Versão em português
Piora das expectativas sinaliza desaceleração do crescimento na América Latina e no Mundo
Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina Julho/2014
Outubro/2015
74
70
O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – caiu 5% em relação a julho passado, mantendose em nível inferior à média histórica pelo 10º. trimestre consecutivo. O ICE Mundial também recuou no trimestre (-7%), ficando abaixo da média pela primeira vez desde outubro de 2012. (gráfico 1). Gráfico 1: Indicador de Clima Econômico do mundo e da América Latina (em pontos)
Situação Atual
140
120 100
58
58
80
60
90
82
out/15
out/14
out/13
out/12
out/11
out/10
out/09
out/08
out/07
out/06
out/05
out/04
out/03
out/02
out/01
out/00
40
Expectativas
Indicador de Clima Econômico América Latina Indicador de Clima Econômico Mundo
Na América Latina, a queda no clima econômico foi determinada pela piora das expectativas, já que a avaliação da situação atual da economia ficou estável em relação a julho. Ao nível mundial, houve queda dos dois indicadores. A piora do ICE foi disseminada entre as principais economias ocidentais. O indicador continua em nível favorável nos Estados Unidos e na União Europeia. Em ambos os casos, a piora no clima está associada ao Índice de Expectativas (IE), sem alterações na percepção sobre a situação atual na União Europeia, e com o registro de melhora na margem no caso dos Estados Unidos. No grupo dos BRICS, apenas a Índia registra clima econômico favorável e melhora em relação à última Sondagem. A avaliação do clima na Rússia melhorou, mas não o suficiente para o país passar para a região favorável do ICE. Entre os BRICS, o Brasil apresentou o pior Indicador de Clima Econômico (gráfico 2).
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Novembro de 2015
Gráfico: Indicador de Clima Econômico de países/regiões selecionadas (em pontos) 150
160 140 126 122 118 120 118 120 109109 107 100 89 80
146
133 133 111 106 96
133134
128127 120
91 89 74 62 64
68
60
75
70 56
49 48 44
40 20 0
União Européia
Estados Unidos
Japão
Alemanha
França
abr/15
Reino Unido jul/15
China
Índia
Rússia
África do Sul
Brasil
out/15
Em outubro, o ICE do Brasil atingiu o menor nível da série iniciada em janeiro de 1989 (44 pontos). O IE brasileiro passou de 76 pontos para 68 pontos (recuo de 11% entre julho e outubro). As expectativas, porém, não chegaram ao “fundo do poço” (um indicador de 20 pontos) e o menor da série foi registrado em outubro de 2008 (54 pontos). Já o Índice da Situação Atual (ISA) do Brasil manteve-se, em outubro, no nível mínimo (20 pontos), que havia alcançado em julho passado. A Sondagem de outubro mostrou que a piora do clima econômico é comum a quase todos os países latinos que são destacados para análise. Apenas Chile e Argentina registraram melhora no ICE em relação a julho, mas ambos continuam em nível inferior à média, na fase desfavorável do ciclo econômico. Peru e Colômbia, que estavam em fase mais favorável, passaram para a região de avaliação negativa (desfavorável). A Argentina foi o único país que registrou melhora no IE entre julho e outubro, embora permaneça na fase desfavorável. Em todos os outros países, as expectativas pioraram e somente o Peru se encontra em situação mais confortável. A avaliação sobre a situação atual da economia melhorou e o ISA permaneceu na zona favorável em quatro países: Bolívia, Chile, Colômbia e Paraguai. Na Argentina, Brasil, México e Venezuela, o indicador ficou estável e no Equador, Peru e Uruguai apresentou queda. Por fim, a Sondagem de outubro consultou os especialistas acerca dos principais fatores que vêm limitando o crescimento econômico do país. A tabela mostra, em ordem decrescente de importância, os problemas citados como relevantes: falta de competitividade internacional foi o problema mais citado (10 países), seguido de falta de confiança na política do governo (7 países), falta de mão de obra qualificada (6 países), inflação (5 países), déficit público (5 países), falta de capital (3 países), demanda insuficiente (2 países), desemprego (2 países), barreiras às exportações (2 países) e dívida externa (2 países). O país com o maior número de fatores limitativos ao crescimento é a Venezuela (8), seguida da Argentina e Equador (6), Brasil (5), Chile e Uruguai (4), Paraguai e Peru (3), Bolívia e Colômbia (2) e México (1). No plano mundial, a falta de confiança na política do governo e a demanda insuficiente são considerados os principais problemas. Na América Latina, a falta de confiança na política governamental reflete um cenário de incertezas. No Brasil, inflação e falta de confiança na política do governo são os principais problemas.
2
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Novembro de 2015
Argentina Falta de confiança na política econômica
Bolívia
Brasil
Chile
1
1
1
Mexico
1
1
Inflação
1
Falta de competitividade internacional
3
Barreiras às exportações
2
4
Uruguai
2
Venezuela
1
1 3
1
2
1
3
2
1
1
3 4
2
Falta de mão de obra qualificada
Peru
4
3 1
Paraguai
3
5
Desemprego
2
4
2
2
1
Dívida externa Falta de capital
Ecuador
2
Demanda insuficiente
Déficit público
Colômbia
4
1
4
5
3
3
3
2
3
3
RANKING DOS PAÍSES Posição Anterior
Posição Atual
País
1 2 3 4 5 7 6 9 8 10 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Paraguai Peru Bolívia Colômbia Uruguai Chile México Argentina Equador Brasil Venezuela
ICE Médio dos últimos 4 trimestres jul-15 out-15 120 112 117 112 105 94 100 92 97 90 85 85 86 83 63 69 68 57 53 50 20 20
3
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Novembro de 2015
ANEXO INDICADOR DA SITUAÇÃO ATUAL (EM PONTOS) ISA América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
jan/15
abr/15
jul/15
out/15
Média 10 anos
102 60 114 94 164 112 140 114 158 152 110 20
90 88 114 66 140 106 120 100 154 140 130 20
80 74 116 84 140 110 126 66 134 128 112 20
88 74 148 84 132 140 140 82 140 138 114 20
82 44 180 68 108 146 120 78 130 128 136 20
72 34 126 42 86 168 100 78 110 112 126 20
64 34 148 30 40 152 116 78 140 82 110 20
58 38 160 30 50 140 140 56 136 100 114 20
60 52 116 22 82 114 46 66 136 74 124 20
58 50 116 20 36 100 60 74 108 94 108 20
58 50 120 20 52 108 40 74 110 76 90 20
97 94 105 107 124 124 94 85 107 140 142 58
INDICADOR DE EXPECTATIVAS (EM PONTOS) IEX América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
jan/15
abr/15
jul/15
out/15
Média 10 anos
104 74 100 128 90 100 100 114 166 114 80 36
86 56 100 84 36 138 80 112 136 82 80 20
96 80 100 106 68 116 74 112 122 110 78 20
102 80 100 94 76 136 74 124 140 126 86 20
98 106 100 74 82 128 80 118 130 140 82 20
96 80 100 68 92 94 46 126 100 112 82 20
96 60 100 84 110 82 52 116 110 150 80 20
92 88 60 84 120 40 20 112 118 162 86 20
82 100 68 76 144 54 46 78 118 126 76 20
90 82 68 76 100 114 60 106 90 144 78 20
82 94 40 68 92 64 40 100 80 118 42 20
99 83 88 107 105 101 76 102 112 121 111 62
INDICADOR DE CLIMA ECONÔMICO (EM PONTOS) ICE América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela
abr/13
jul/13
out/13
jan/14
abr/14
jul/14
out/14
jan/15
abr/15
jul/15
out/15
Média 10 anos
103 67 107 111 127 106 120 114 162 133 95 28
88 72 107 75 88 122 100 106 145 111 105 20
88 77 108 95 104 113 100 89 128 119 95 20
95 77 124 89 104 138 107 103 140 132 100 20
90 75 140 71 95 137 100 98 130 134 109 20
84 57 113 55 89 131 73 102 105 112 104 20
80 47 124 57 75 117 84 97 125 116 95 20
75 63 110 57 85 90 80 84 127 131 100 20
71 76 92 49 113 84 46 72 127 100 100 20
74 66 92 48 68 107 60 90 99 119 93 20
70 72 80 44 72 86 40 87 95 97 66 20
98 89 96 107 115 113 85 93 110 130 127 60
4
Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV Novembro de 2015
Nota Metodológica A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região, método que permite a construção de um ágil e abrangente retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. Em outubro de 2015, foram consultados 1040 especialistas econômicos em 113 países, dos quais 129 da América Latina. A pesquisa gera informações tanto de natureza qualitativa quanto quantitativa. O Indicador de Clima Econômico (ICE) é o indicador-
síntese, composto por dois quesitos de natureza qualitativa, o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE), que tratam, respectivamente, da situação econômica geral do país no momento e nos próximos seis meses. As respostas individuais são combinadas para cada país sem qualquer ponderação. Para se chegar ao valor médio de cada indicador, atribui-se 9 pontos às respostas positivas (+), 5 às respostas indiferentes (=) e 1 às respostas negativas (-). O ICE é uma media aritmética dos dois indicadores que o compõem. O procedimento de agregação de dados para determinado grupo de países ou continente é feito de acordo com a participação relativa do comércio exterior (exportações + importações) de cada país em relação ao total da região. Segundo critérios específicos da pesquisa, a fase do ciclo econômico em que se encontra o país no momento é determinada por uma combinação entre ISA e IE. Quando os dois indicadores superam o limite médio de 5 pontos, a economia está na fase de expansão. Quando ambos estão abaixo de 5 pontos, há recessão. A fase de piora ocorre quando o ISA é superior e o IE inferior a 5 pontos. E a fase de recuperação com IE superior e ISA inferior a 5 pontos. Os indicadores nesse informe são apresentados considerando o valor 5 como 100. Assim, indicadores acima de 100 estão na zona
favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.
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