Exportações de serviços: um desafio para o Brasil 33 º ENCONTRO NACIONAL DOS EXPORTADORES ENAEX

Lia Valls Pereira FGV/IBRE e UERJ

Rio, 8 de agosto de 2014

Apresentação 1. O papel dos serviços nas exportações: velhas e novas questões. 2. As cadeias globais de valor: o papel dos serviços e os acordos comerciais. 3. O Brasil no comércio mundial de serviços. 4. Sugestões de políticas.

Exportações de serviços: breve histórico • O tema das exportações de serviços está presente no debate brasileiro desde a década de 1970/1980: os serviços de engenharia. • 1990: As novas tecnologias, a redução nos custos de transporte e a inclusão de serviços na Rodada Uruguai.

• Serviços: uma pauta só para países desenvolvidos? • Final dos anos 1990/2000: serviços como novas oportunidades para países em desenvolvimento: o caso da Índia. • Iniciativas para melhorar as estatísticas de serviços e estudos sobre os desafios das exportações de serviços.

Exportações de serviços: novas questões? • A passagem da “economia de manufatura” para a “economia de serviços”. Cresce a participação dos serviços no valor adicionado da indústria e do agronegócio.  Influi no custo final do produto: logística; infraestrutura...  Influi no valor adicionado: P&D; marketing; serviços customizados; assistência técnica; softwares ...

 O caso da agricultura: ser competitivo “na porteira”, mas se perde até chegar ao destino final.  Na indústria a agregação de valor associada aos serviços (93% do valor do iPad) .

As cadeias globais de valor e os serviços • A fragmentação das etapas de produção não é novidade. A fragmentação dos serviços (terceirização fora do território do país) é mais recente e está associada as novas TI. • As barreiras ao comércio de serviços são regulações e, logo, exigem negociações sobre arcabouços institucionais domésticos. A experiência no âmbito da OMC mostra as dificuldades dessas negociações. • No âmbito regional em geral se negociam listas positivasXnegativas. • Os acordos de livre comércio da nova geração e a agenda “modesta” do Brasil. SERVIÇOS SÃO IMPORTANTES INDEPENDENTE DAS CGV

O Brasil nas CGV: ano 2009

Fonte: Base de dados do “Made in the world”. www.wto.org

O Brasil nas CGV: ano 2009

Fonte: www.wto.org

Principais exportadores de serviços Rank 1 2 3 4 5 6 7

2001 United States United Kingdom France Germany Japan Spain Italy

2012 Part% Rank 1 United States 18,1 2 United Kingdom 7,4 3 Germany 5,5 4 France 5,5 5 China 4,4 6 Japan 3,9 7 India 3,9

3,5 8 Netherlands 9 Belgium-Luxembourg 2,9 10 Hong Kong, China 11 Canada 12 China

2,9 2,4 2,3

8 Spain 9 Netherlands 10 Hong Kong, China 11 Ireland 12 Singapore

Part% 14,3 6,4 5,9 4,8 4,4 3,3 3,2 3,1 3,0 2,8 2,7 2,6

Brasil e Índia no comércio mundial

Principais importadores de serviços Rank 2001 Part. (%) 1 United States 13,0 2 Germany 9,2 3 Japan 7,4 4 United Kingdom 6,3 5 France 4,3 6 Italy 3,9 7 Netherlands 3,7 8 Canada 2,9 9 Belgium-Luxemb. 2,7 10 China 2,7 11 Ireland 2,4 12 Spain 2,3 25 Brazil 1,1

Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 17

2012 Part. (%) United States 9,9 Germany 7,1 China 6,7 Japan 4,2 United Kingdom 4,2 France 4,1 India 3,1 Netherlands 2,9 Singapore 2,8 Ireland 2,7 Korea, Rep. 2,6 Canada 2,5 Brazil 1,9

Serviços: enfoque macroeconômico (US$ bilhões) Em 2012, o déficit de serviços ultrapassa o de rendas. Em 2013, o déficit de serviços foi de US$ 47 bilhões e o de rendas US$ 40 bilhões.

Participação dos serviços no total do comércio (%). 2013

Porque aumentou o déficit de serviços?

Serviços empresariais, profissionais e técnicos

ESTRUTURA DAS RECEITAS DE SERVIÇOS (%) 2013

Estrutura (%) da receita de serviços profissionais

Estrutura das exportações de serviços ESTRUTURA DE DESPESAS (%) 2013

Sugestões de políticas • Os serviços são importantes como fontes de exportações direta e indireta. • A estrutura da receita de serviços se mantem desde os anos 1990. Exceto serviços de engenharia, os outros itens devem ser de Pmes ou de pessoas físicas (alto valor adicionado?) • Nas despesas, as importações concentradas em poucos itens (viagens e alugueis).

Sugestões de políticas • Políticas horizontais: educação e qualificação de mão de obra. AUMENTO DA PRODUTIVIDADE • Existem diversos programas voltados para inovação e incentivo as novas tecnologias. A importância de avaliação antes de lançar mais medidas... • Setores requerem diagnósticos distintos. • Serviços: oportunidades para as PMEs • Participar das negociações