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A REVISTA DE GESTÃO, FINANÇAS, PESSOAS E MARKETING DO COOPERATIVISMO Ano 16 77 ECONOMIA DESCOLA DA POLÍTICA E CRESCE + Marketing COOPERATIVAS DE AR...
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A REVISTA DE GESTÃO, FINANÇAS, PESSOAS E MARKETING DO COOPERATIVISMO

Ano 16

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ECONOMIA DESCOLA DA POLÍTICA E CRESCE + Marketing COOPERATIVAS DE ARTESÃOS: ACABAMENTO CAPRICHADO, ORIGINALIDADE E UMA BOA HISTÓRIA

+ CrediCoop WOCCU: BRASIL LEVA SEGUNDA MAIOR COMITIVA A VIENA

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PLANO SAFRA: SICREDI, SICOOB E CRESOL SOMAM MAIS DE R$ 26,1 BI EM RECURSOS

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A REVISTA DE GESTÃO, FINANÇAS, PESSOAS E MARKETING DO COOPERATIVISMO Diretoria Douglas Alves Ferreira Luis Cláudio G. F. Silva Redação EDITORA / Katia Penteado - MTb 11.682/SP [email protected] Arte DIRETOR DE CRIAÇÃO / Douglas Alves Ferreira ASSISTENTE DE ARTE / Caroline Moraes Mori [email protected] Publicidade DIRETOR COMERCIAL / Luis Cláudio G. F. Silva COMERCIAL / Henrique G. Silva [email protected] Administrativo Fabiana Paron [email protected] Representante BRASÍLIA Linkey Representações e Publicidade Linda Cardoso - Tel (61) 3202-4710 / 8289-1188 [email protected] Impressão TIRAGEM / 15 mil exemplares Fotos Arquivo MundoCoop e Shutter Stock

HLMAISCOOP A revista MundoCoop é uma publicação da HL/Mais Editorial Ltda. Rua Atílio Piffer, 271 - Conj. 22 - Casa Verde 02516-000 - São Paulo/SP - Telefone (11) 4323-2881

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As opiniões emitidas pelos entrevistados não refletem, o pensamento da coordenação dessa publicação. Os anúncios e artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

COOPERATIVISMO É TUDO

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s resultados que vêm sendo obtidos pela atividade produtiva, em que pesem os problemas políticos, estão possibilitando investimento em frota – tratores, máquinas agrícolas e caminhões. Esse é o tema da matéria de capa. Plano safra e seguro rural têm destaque em AgroCoop. Essas três matérias, no editorial dessa edição, refletem a força do Agro e a confiança nas perspectivas de safra recorde para 2017. Esses assuntos estão alinhados com todo o conteúdo da presente edição. Em Opinião e Brasil Coop falamos sobre a importância do Dia C, e em Coop no Mundo trazemos informações sobre as comemorações do Dia Internacional do Cooperativismo. A comercialização no varejo de produtos de cooperativas de artesãos é tema em Marketing, com especialistas e representantes de empresas e cooperativas que favorecem esse processo, contribuindo para o entendimento, pelos interessados, do principal desafio: as dinâmicas específicas do varejo

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Pessoas desenvolve o conceito de CEO e orienta quem quer chegar lá – e se manter, é claro. E, Entrevista, traz Guilherme Augusto Sousa Guedes, coordenador-geral de Integridade substituto do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que fala sobre o Programa Empresa Pró-Ética, seus objetivos, os passos para adoção e os benefícios para as instituições que recebem o selo.

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Sumário 16 23 35

ECONOMIA DESCOLA DA CRISE POLÍTICA E FAVORECE INVESTIMENTOS

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20 | Pessoas

CEO - Posto mais alto na hierarquia é sinônimo de profissional de sucesso

48 | Marketing

ENTREVISTA

60 OPINIÃO

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Para crescermos juntos, o caminho é um só:

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Cooperativas de artesãos: originalidade, acabamento caprichado e uma boa história

GUILHERME AUGUSTO GUEDES

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COORDENADOR-GERAL DE INTEGRIDADE DA CGU

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cooperação COMO A SEGURADORA DO SISTEMA UNIMED, somos especialistas em soluções para o setor cooperativista. Oferecemos um amplo portfólio de produtos que se adaptam às necessidades de cada cliente, complementando sua oferta de valor, e o mais importante: potencializando negócios que trazem proteção e retorno às cooperativas e aos cooperados. Conheça as nossas soluções em seguros:

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GUILHERME AUGUSTO GUEDES

ENT REVISTA

PRÓÉTICA

tica. Cinco letras e muito significado. Com o passar dos anos, característica fundamental passou a ser diferencial e adjetivo qualificativo. Independendo da visão individual sobre esse ponto, uma coisa é certa: cada vez mais, uma atuação ética, responsável e transparente é essencial para instituições, empresas e cooperativas. Nessa busca, a adoção de práticas que reforcem controles, governança corporativa e compliance é fundamental e compreende, inclusive, a evolução das próprias estruturas de gestão, de estratégia, de rentabilidade e de atuação no mercado.

A necessidade é tão premente que existem programas de fomento da implementação de medidas de promoção da ética e integridade e contra a corrupção, que buscam conscientizar empresas sobre seu papel no enfrentamento da corrupção e na redução dos riscos de ocorrência de fraude e corrupção nas relações entre o setor público e o setor privado, estimulando e promovendo a implantação de boas práticas para criação de um ambiente mais íntegro, ético e transparente no setor privado e em suas relações com o setor público. No Brasil, destaca-se o Programa Empresa Pró-Ética, do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), que objetiva fomentar junto ao setor empresarial a adoção voluntária de medidas de integridade e de prevenção

Quando o Pró-Ética foi instituído e o que motivou sua criação? O Pró-Ética foi instituído em 9 de dezembro de 2010, durante as comemorações do Dia Internacional de Combate à Corrupção, por meio de uma parceria da Controladoria-Geral da União (CGU) com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. A necessidade de conscientizar

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E N T R E V I S TA

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da corrupção e foi citado no último relatório de avaliação da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), de fevereiro de 2017, dando ao Brasil o reconhecimento de que o País tem sido bastante ativo no incentivo à prevenção da corrupção junto ao setor privado e à sociedade civil. Guilherme Augusto Sousa Guedes, coordenador-geral de Integridade substituto da CGU, fala sobre o Pró-Ética, seus objetivos, os passos para adoção e os benefícios para as instituições que recebem o selo, e convida: as cooperativas também devem contribuir para que esse ambiente seja pautado pela ética, a integridade e a transparência, sobretudo em suas relações com a Administração Pública. Por isso, qualquer cooperativa pode ser reconhecida pelo Pró-Ética. Confira!

o setor privado sobre a importância de prevenir e detectar atos de fraude e corrupção e incentivá-lo a adotar medidas com essa finalidade, pois o problema da corrupção extrapola a esfera pública e nenhuma solução será viável sem a participação efetiva do setor privado no enfrentamento desse tema. Além disso, alguns compromissos internacionais assumidos

pelo Brasil a partir dos anos 2000, como a Convenção sobre Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais da OCDE, recomendam que os países desenvolvam iniciativas com esse intuito de conscientizar o setor privado e incentivá-lo a implementar medidas para prevenção e combate à corrupção.

QUALQUER COOPERATIVA PODE SE CERTIFICAR PELO PRÓ-ÉTICA MUNDOCOOP

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ENTREVISTA

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No mundo atual – e o Brasil se destaca nesse cenário – ética virou qualidade, quando deveria ser característica básica das empresas e das pessoas. Como o Pró-Ética pode ajudar as empresas a terem uma ação ética e transparente? É importante destacar que o termo “Ética”, embora conste no nome do projeto, é bem mais amplo do que o que é de fato tratado no âmbito do Pró-Ética. Com efeito, o Pró-Ética tem um foco bem específico, qual seja, o fomento à adoção de programas de integridade, isto é, um conjunto de medidas voltadas para a prevenção, detecção e interrupção de atos de fraude e corrupção. Nesse sentido, pode-se dizer que o Pró-Ética contribui de diversas formas para a criação de um ambiente empresarial mais ético e transparente: promovendo e incentivando a participação das empresas na prevenção e no combate à corrupção; indicando e induzindo a adoção de boas prática para mitigar os riscos de corrupção e fraude; reconhecendo publicamente as empresas que adotam voluntariamente as medidas de integridade voltadas para prevenção e o combate à corrupção e fraudes. Os padrões preconizados pelo Pró-Ética tiveram outros programas como fonte de inspiração? O Pró-Ética tem sim como fonte de inspiração as orientações emitidas por organismos internacionais, sobretudo as orientações trazidas pela OCDE e aquelas contidas nos manuais e guias de boas práticas de compliance relacionados ao FCPA e ao UK Bribery Act, legislações internacionais que tratam do tema de prevenção e combate à corrupção. No entanto, o Pró-Ética foi desenhado para atender à realidade brasileira, com foco nas interações entre os setores público e privado existentes no País, muitas delas voltadas para participação em licitações e celebração de contratos administrativos. Desse modo, também serviram como fontes para elaboração dos padrões do

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Pró-Ética as experiências da CGU e dos membros do Comitê Gestor. Além disso, quando da reestruturação em 2014, a Lei Anticorrupção foi utilizada como principal fonte para alteração do programa. Naquela ocasião, foi realizada uma reunião com as empresas que à época integravam o Pró-Ética, em que foram apresentados os questionários que seriam utilizados e a metodologia que seria aplicada na avaliação, possibilitando que elas manifestassem suas críticas e sugestões, o que também contribuiu para o aperfeiçoamento do programa. Ou seja, foram diversas as fontes de inspiração para criação dos atuais parâmetros utilizados no Pró-Ética. Como o programa é avaliado internacionalmente? Em geral, os projetos de fomento à integridade realizados pelo Brasil, muitos deles capitaneados pela CGU, têm tido boa aceitação pelos organismos internacionais. No último relatório de avaliação da OCDE, de fevereiro de 2017, por exemplo, eles reconhecem que o Brasil tem sido bastante ativo no incentivo à prevenção da corrupção junto ao setor privado e à sociedade civil. Quantas empresas obtiveram até hoje o certificado? Esse número está dentro das expectativas? É importante esclarecer que o Pró-Ética não é uma certificação. O Regulamento do Programa, no parágrafo segundo do artigo 1º, é bem claro ao informar que: o Pró-Ética não é uma certificação, e a aprovação para integrar a lista anual de Empresas Pró-Ética não gera à empresa quaisquer direitos, garantias ou privilégios em suas relações com o setor público. Ele é um programa de fomento que reconhece publicamente aquelas empresas que voluntariamente têm adotado medidas de integridade voltadas para a prevenção, detecção e remedia-

ção de atos de corrupção e fraude, gerando, certamente, um ganho de imagem para as empresas que conseguem a aprovação. Todavia, mais importante do que o número de empresas aprovadas para integrar a lista anual de Empresas Pró-Ética, é o número de empresas interessadas em participar do projeto. Ainda é um tema novo no ambiente empresarial brasileiro, e muitas das empresas que participam do Pró-Ética estão em processo inicial de implementação dessas medidas de integridade. Outras ouvem falar do Pró-Ética, mas não sabem exatamente como ele funciona, qual o propósito do projeto. Conquistar esse público é o mais relevante para o Pró-Ética, pois demonstra que o objetivo de conscientização e promoção da integridade está sendo atingido. Ainda que essas empresas não tenham condições de serem aprovadas, a partir do Pró-Ética, elas começam a entender melhor o tema, passam a conhecer boas práticas do mercado e as medidas que podem ser implementadas em suas rotinas, ou seja, começam a contribuir para formação de um ambiente de integridade no País. Por isso, a nossa meta é de empresas inscritas, e não de empresas aprovadas. Agora, é claro que queremos que cada vez mais empresas sejam aprovadas, pois isso demonstra um aumento no número de empresas preocupadas em adotar medidas de integridade e que essas medidas estão sendo implementadas de forma mais qualificada. Além disso, as empresas aprovadas também têm a obrigação de disseminar o tema integridade entre a sua cadeia produtiva e seus principais parceiros de negócio, tornando eles mesmos multiplicadores dos padrões de integridade fomentadas pelo Pró-Ética.

Que ganhos o Pró-Ética computa desde o início até hoje? O principal ganho é o reconhecimento que as próprias empresas conferem ao programa, incluindo-o como uma referência quando se trata do tema integridade empresarial, demonstrando a seriedade do trabalho que vem sendo realizado. Olhando a relação de empresas com o selo Pró-Ética vemos que muitas são empresas globais. Essa condição favorece a adequação das estruturas de administração das empresas aos princípios e estruturas de governança corporativa e compliance demandados pela Controladoria-Geral da União? Muitas dessas empresas globais já possuíam programas de compliance para atender às legislações dos países em que atuam, o que facilitou a adaptação para a realidade brasileira e, consequentemente, a aderência aos parâmetros do Pró-Ética. Que suporte a CGU dá às empresas para que seja viabilizado o objetivo de as empresas se posicionem afirmativamente pela prevenção e pelo combate de práticas ilegais?

A CGU desenvolveu uma série de guias para auxiliar as empresas na implementação de medidas de integridade, todos disponíveis na internet. Além disso, para aquelas que são avaliadas no Pró-Ética, há o envio de um relatório com avaliação das medidas de integridade que foram apresentadas, com subsídios que podem ser utilizados pela empresa para aprimorar o seu programa de integridade. O que é exigido para uma empresa ser aprovada? Como acontece a avaliação? Os interessados em participar do projeto devem se inscrever durante o prazo de inscrições, divulgado anualmente, preencher os questionários de perfil e avaliação, anexando os documentos comprobatórios das medidas indicadas e cumprir os requisitos de admissibilidade. Todo o processo é voluntário e gratuito. Os detalhes de como participar e de como é feita a avaliação estão disponíveis no site www.cgu.gov.br/proetica. Quais os benefícios mensuráveis para as empresas? As empresas aprovadas contam com os seguintes benefícios: reconhecimento público de que estão compro-

metidas com a prevenção e o combate a atos de corrupção e fraude; publicidade positiva; e avaliação do Programa de Integridade por equipe especializada. Mesmo as empresas não aprovadas recebem um relatório com análise detalhada de suas medidas de integridade e com sugestões de aprimoramento. Desse modo, a empresa que ainda não está apta a figurar na lista anual do Pró-Ética poderá aproveitar a iniciativa para aprimorar seu programa de integridade. Como a doutrina cooperativista e as próprias cooperativas podem contribuir para o Pró-Ética? As cooperativas também estão inseridas no mercado, também se relacionam com a Administração Pública, seja por meio de fiscalizações, obtenção de autorizações e licenças, enfim, as cooperativas integram esse ambiente negocial e, portanto, contribuir para que esse ambiente seja pautado pela ética, a integridade e a transparência, sobretudo em suas relações com a Administração Pública. Por isso, qualquer cooperativa pode se certificar pelo Pró-Ética. Para isso, basta cumprir os requisitos estabelecidos no Regulamento do Pró-Ética.

Evolução Pró-Ética 2011/2013

2014

2015

2016

2017

170 empresas solicitaram acesso ao sistema 41 empresas avaliadas 16 empresas aprovadas

Em 2014 houve a reestruturação do Pró-Ética. Não foram feitas avaliações nesse ano.

97 empresas solicitaram acesso ao sistema 56 empresas enviaram o questionário preenchido completamente 33 empresas cumpriram os requisitos de admissibilidade e foram avaliadas 19 empresas aprovadas

195 empresas solicitaram acesso ao sistema 91 empresas enviaram o questionário preenchido completamente 74 empresas cumpriram os requisitos de admissibilidade e foram avaliadas 25 empresas aprovadas

375 empresas solicitaram acesso ao sistema 198 empresas enviaram o questionário preenchido completamente 171 empresas cumpriram os requisitos de admissibilidade e foram avaliadas MUNDOCOOP

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Sabemos da importância de acompanhar de perto as novidades sobre o cooperativismo e sobre o setor da saúde, estimulando a intercooperação. Conectar tudo isso com o dia a dia exige novas formas de acessar e consumir esses conteúdos. Por isso, a Seguros Unimed, seguradora especialista em soluções para as cooperativas e o setor de saúde, lançou o Portal Conexão Seguros Unimed,

um espaço para relacionamento na internet que traz notícias, entrevistas e reportagens sobre gestão, finanças e qualidade de vida. Em 2017, estaremos presentes em todas as edições da Revista MundoCoop para trazer boas reflexões e iniciativas que demonstram a força e a resiliência do sistema cooperativo.

Seguros de vida compõem estratégia para o planejamento financeiro Os profissionais liberais, autônomos e celetistas sabem que o gerenciamento de risco é muito importante no planejamento financeiro. A diminuição ou perda do rendimento, em casos de morte de um familiar, doenças graves ou acidente com afastamento temporário ou definitivo de suas atividades, pode fazer com que o profissional precise reduzir gastos ou até mesmo seja obrigado a desfazer-se de um patrimônio. Por esse motivo, os seguros de vida e acidentes pessoais fazem parte do planejamento financeiro (individual ou familiar) pois, além de serem uma estratégia de investimento para o futuro, também são uma garantia de proteção da renda e do patrimônio. A procura por seguros de pessoas tem têm crescido nos últimos anos. Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), em 2016, os planos de seguro de vida somaram prêmios de R$ 13,1 bilhões, registrando alta de 5,65%, e os de acidentes pessoais, R$ 5,2 bilhões, com alta de 4,04% em relação ao ano de 2015.

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Atualmente, existem várias opções de produtos, com cobertura para diferentes riscos: morte natural, morte acidental, invalidez permanente, invalidez parcial, entre outros. Somam-se a essas coberturas assistências opcionais, como assistência funeral e segunda opinião médica. “A Seguros Unimed, por exemplo, oferece diversas modalidades de seguros de pessoas, que incluem os planos de vida e acidentes pessoais, e é líder no segmento de Serit

e DIT - Seguros de Renda por Incapacidade Temporária para profissionais liberais e celetistas, respectivamente. Comercializamos o seguro há mais de 20 anos”, disse Silas Devai Jr., superintendente de Estratégia Comercial para Vida, Previdência e Ramos Elementares. Os seguros garantem indenização em caso de interrupção da atividade profissional por acidente ou doença. “Nesse caso, o segurado recebe a quantia contratada, que é depositada em sua conta-corrente enquanto se recupera, pelo período de até 365 dias”, revelou.

PARCERIAS A seguradora tem parcerias no ramo Vida com diversas cooperativas (de crédito e de saúde) e empresas pelo país, sendo a mais recente com o Banco do Estado de Sergipe (Banese). A instituição financeira já oferece, em seu balcão de negócios de todo o estado, o DIT e o Serit. No Sistema Unimed, cerca de 78% dos médicos das cooperativas – são 114 mil no total - são clientes da Seguros Unimed, especialmente no ramo Vida. Parcerias como essas reforçam o potencial da companhia em oferecer soluções que agreguem valor ao profissional e que garantam um futuro tranquilo, a si próprio e aos seus familiares, mesmo diante de eventualidades.

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DIA C RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL NA PRÁTICA: TODO DIA É DIA

SICREDI RIO PARANÁ SICREDI RIO PARANÁ

Programa de responsabilidade social, promovido pelas cooperativas brasileiras por meio do voluntariado, o Dia de Cooperar ou Dia C nasceu em 2009, em Minas Gerais, e logo ganhou a adesão de cooperativas de todo o País, passando a ter abrangência nacional com o Sistema OCB e suas Unidades Estaduais concentrando a organização das festividades. Ano a ano os números evoluem. Em 2016, o Dia C beneficiou mais de um milhão de pessoas. Em 2017, o balanço ainda não está fechado, pois muitas cooperativas realizam eventos sob o guarda-chuva do Dia C ao longo de todo o ano. No entanto, a expectativa do Sistema OCB é beneficiar mais de um milhão de pessoas, de 700 cidades, com mais de 1,3 mil ações em todos os Estados e no Distrito Federal. Entre as metas estão a promoção do trabalho voluntário e visibilidade ao coopeAtravés das atividades desenvolrativismo. De Norte ao Sul do País, onde há vidas, as cooperativas – independenao menos uma cooperativa, é desenvolvida temente do porte e do ramo – aproxialguma ação, como corte de cabelo, consulmam-se ainda mais das comunidades, tas e exames médicos, corrida e caminhada, mostrando o diferencial deste movifestas, apresentações musicais e teatrais, mento econômico inclusivo e socialgincanas, doações, visitas a asilos e creches, mente responsável. contação de histórias, teatro, entre muitos Reconhecendo o esforço outros serviços gratuitos. realizado pelas cooperativas, seus cooperados e colaboradores, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destaca que esse esforço coletivo “mostrou à sociedade os princípios e a essência do cooperativismo, na prática. Este é um movimento que não deixa ninguém para trás e faz isso por meio da responsabilidade socioambiental, da adesão voluntária e do interesse das cooperativas pela comunidade”.

DENTAL UNI

OCEMG

COOPERITAIPU

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SISTEMA CECRED

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DEMANDAS COMUNIDADE DE PARANAVAÍ GANHA CENTRO DE INCLUSÃO Em Paranavaí, o mês de junho começou com uma novidade de interesse da comunidade: o Programa de Inclusão Digital, Iniciativa da Instituição Financeira Cooperativa Sicredi, em parceria com a Associação das Senhoras de Rotarianos de Paranavaí, que oferece aulas de informática básica, sem custo, a crianças, adolescentes, adultos e melhor idade. Com isso, Paranavaí somou-se a outras seis cidades que mantém o projeto: Terra Boa, Floraí, Nova Esperança, Alto Paraná e os distritos de São Lourenço e Graciosa.

EVENTO

DENTAL UNI: MELHOR PLANO ODONTOLÓGICO NA AVALIAÇÃO DO PROTESTE A DENTAL UNI, ALÉM DE MANTER SEU LUGAR NO TOPO ENTRE AS MAIORES OPERADORAS BRASILEIRAS, GANHA CADA VEZ MAIS DESTAQUE PELA QUALIDADE DOS SERVIÇOS E PLANOS OFERTADOS. E O RECONHECIMENTO VEM, INCLUSIVE, EM MATÉRIA DA REVISTA EXAME, VEICULADA EM 13 DE JUNHO, QUE AVALIA OS MELHORES PLANOS ODONTOLÓGICOS SEGUNDO PESQUISA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO CONSUMIDOR – PROTESTE. SOMANDO A PONTUAÇÃO NOS QUESITOS CONSIDERADOS, A DENTAL UNI ALCANÇOU A MELHOR PONTUAÇÃO (74) NA AVALIAÇÃO FINAL COM SEU PLANO SUPERIOR.

PDGC CICLO 2017

VINHOS DE PINHALZINHO SÃO PREMIADOS A IV Avaliação Municipal do Vinho de Pinhalzinho, oeste catarinense, premiou produtores do município. A iniciativa foi do Núcleo de Vitivinicultores que participa do projeto de fortalecimento do setor com a Associação Empresarial (ACIP), Prefeitura e Epagri. O Programa de Desenvolvimento Econômico Territorial deu origem aos recursos aplicados pelo Sebrae/SC e também auxiliou na organização do setor o Projeto Empreender da Facisc e do Sebrae/SC.

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A busca pela excelência é um trabalho contínuo. Acesse o site pdgc.somoscooperativismo.coop.br e saiba como participar do Ciclo 2017 do Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC).

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PES SOAS P E S S OA S

POSTO MAIS ALTO NA HIERARQUIA É SINÔNIMO DE PROFISSIONAL DE SUCESSO

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rganograma e relação de cargos e funções cada vez mais se utilizam de terminologias em inglês e siglas correspondentes. As siglas se popularizam, e quem não as usa é taxado de desatualizado. Um exemplo claro é que hoje, usualmente, as pessoas substituem a palavra presidente por CEO. Com a profissionalização da gestão e a implantação de programas de governança cooperativa, a terminologia vem ganhando espaço no mundo cooperativo, e é cada vez mais usual a sua presença em cartões de visita. CEO é sigla em inglês para Chief Executive Officer e comumente comparada a presidente. No entanto, há controvérsias e, nesse debate, entra uma terceira denominação: chairman. Dependendo do olhar e do teórico, dos três, o CEO é o principal, mas será que é assim mesmo? CEO, pela própria tradução do nome do cargo, é o posto hierárquico mais alto, correspondendo ao presidente. No entanto, quando há um conselho de administração, o título presidente é usado para o coordenador principal desse grupo, embora alguns teóricos prefiram chairman. Há ainda os que preferem definir funções para especificar os cargos. Desse modo, o CEO é o principal executivo, responsável pela visão e pelo planejamento e objetivos estratégicos de médio e longo prazo da organização; o presidente é o responsável pelo operacional e tático da empresa; cabendo ao chairman a coordenação do conselho de administração e consequente defesa dos interesses dos sócios ou cooperados. Semântica à parte, o CEO tem um papel fundamental no mundo dos negócios

e é tema constante de pesquisas e artigos, procurando mostrar como chegar lá e, com base em quem já chegou, definir o que é usual, específico e fundamental nesses executivos. É um universo desejado por muitos, conquistado por vários, no qual poucos se destacam. “Ninguém se torna um CEO de sucesso fazendo tudo sempre igual. Inovação é atributo fundamental para empresas de todas as áreas de atuação. O CEO deve ser um exemplo deste atributo, inovando não apenas nos produtos como nos processos de sua empresa. Para isso, instaure o conceito de Open Innovation, angariando pensamentos, ideias, estudos e pesquisas de forma compartilhada em prol de melhorias”, define Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil e autor de vários livros sobre empreendedorismo, entre outras atividades. A receita de Spina agrega, ainda, outros ingredientes: “os profissionais tornam-se CEOs de sucesso a partir de experiências e conhecimentos. Para isso, dedicar-se é fundamental. Desenvolva habilidades que ainda não tem e enriqueça ainda mais os seus pontos fortes. Os resultados serão satisfatórios e, certamente, você se tornará um CEO campeão aos olhos de todos à sua volta”. PROJETO GENOMA CEO

Diretores da ghSmart, empresa norte-americana de consultoria em liderança, Lena Lytkina Botelho, Kim Rosenkoetter Powell, Dina Wang e Stephen Kincaid - fundamentados em sua experiência de mais de duas décadas assessorando conselhos, investidores e CEOs em transição para a chegada de um novo líder - desenvolveram o Projeto Genoma CEO em resposta ao estereótipo criado, em grande parte, pelas biografias oficiais exibidas em publicações como a Fortune 500. “O objetivo do projeto é identificar os atributos específicos que caracterizam CEOs de alto desempenho. Em parceria com economistas da Univer-

sity of Chicago e da Copenhagen Business School e com analistas da SAS Inc., investigamos um banco de dados criado pela nossa empresa, contendo mais de 17 mil avaliações de executivos, dos quais dois mil CEOs”, resumem os consultores em artigo publicado em maio no site da Harvard Business Review Brasil, com as conclusões do estudo. Além de desmentir muitas das hipóteses dadas como verdadeiras e comprovar que “o que faz um candidato ser bem-visto pelo conselho não tem quase nenhuma relação com os atributos necessários para ter sucesso no cargo”, comentam os consultores, citando quatro condutas fundamentais para o seu bom desempenho que descobriram ao longo da pesquisa. Eles garantem que, quando o conselho se preocupa com tais condutas durante o pro­cesso de seleção e desenvolvimen­ to, aumenta significativamente a possibilidade de contratar o CEO certo”. Segundo os idealizadores do Projeto Genoma CEO, esses pontos estão presentes em pesquisa da Korn Ferry, na qual é mostrado que, quando os profissionais passam a desenvolver, deliberadamente, essas atitudes, aumenta exponencialmente suas chances de se tornar CEOs de alto desempenho”. As atitudes detectadas devem ser praticadas “com persistência insana. A primeira delas é decidir com rapidez e convicção, entendendo que tomar uma decisão errada é melhor do que não tomar decisão nenhuma e que toda decisão pode ser revogada”. Sugerem fazer duas perguntas: se eu errar, qual será o impacto? Se eu não fizer nada, em que medida isso vai provocar atrasos? Com isso, o CEO pode ficar livre para tomar menos decisões, porém mais importantes. Os CEOs de sucesso sabem também quando não decidir, mas o fundamental é ir em frente sem hesitar.

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PESSOAS

Conquistar para causar impacto é a segunda premissa. Ou seja, após definir claramente o curso dos negócios, os CEOs devem conseguir apoio entre seus funcionários e acionistas, destacando-se por conseguir o apoio dos que planejam e por executar disciplinadamente estratégias de comunicação e persuasão. A terceira atitude é adaptar-se proativamente, estando preparado para se adequar ao meio e lidar com situações que não estão no manual, dividindo sua atenção em perspectivas de curto, médio e longo prazos. É recomendável, ainda, passar significativamente mais tempo refletindo sobre as de longo prazo, pois isso aumenta a chance de os CEOs perceberem numerosos dados ainda no começo e, portanto, fazerem mudanças estratégicas para tirar proveito disso. Transmitir confiança é a quarta atitude prioritária, pois tanto o conselho como os investidores adoram mão firme, e empregados confiam em líderes previsíveis. Segundo os consultores da ghSmart, para isso, desde as primeiras semanas no cargo, CEOs confiáveis “resistem à tentação de ir direto para o modo de execução. Eles avaliam os orçamentos e planejamentos com cuidado e se relacionam com membros do conselho, empregados e clientes para entender quais são as expectativas. Ao mesmo tempo, avaliam rapidamente os negócios para desenvolver suas próprias ideias em relação ao que é plausível e trabalham para alinhar as expectativas”. CEOs que conseguiram níveis mais altos em confiabilidade empregaram, também, outras táticas: organização e planejamento, estabelecimento de sistemas de administração de negócios que incluíam reuniões regulares, um quadro de medidas, designação clara de responsabilidades e múltiplos canais de monitoramento de desempenho e correções rápidas de rumo e cercaram-se de equipes fortes.

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Um CEO na prática Com origem diretamente atrelada ao cooperativismo, a Seguros Uni­ med é dirigida desde 2015 por Helton Freitas, mineiro de 52 anos, casado, com três filhos, médico do trabalho e especialista em Saúde Pública, com foco em Planejamento e Administração de Serviços de Saúde, é formado pela Faculdade de Medicina da UFMG (1989), cursou o MBA Executivo em Gestão de Saúde pelo Ibmec e o Programa de Gestão da Performance pela Fundação Dom Cabral. Após assumir a presidência da seguradora em complementação ao mandato do gestor anterior (Rafael Moliterno Neto, que faleceu repentina­ mente), Freitas foi eleito para a gestão 2017-2021. Sua carreira no coope­ rativismo e na Saúde é rica de experiências e foi iniciada há praticamente 30 anos, pela Coopmed, cooperativa editora e de cultura que funciona na Faculdade de Medicina da UFMG, sendo o primeiro e ainda o único presi­ dente eleito enquanto era aluno. Daí em diante, Freitas impregnou-se da Doutrina Cooperativista. Para citar apenas algumas realizações: idealizador, fundador e ex-dirigente da HCCoop – cooperativa do corpo clínico do Hospital das Clínicas da UFMG - do Sicoob Credicom, da Fencom - Federação Nacional das Cooperativas Médicas, da Cecremge - Central das Cooperativas de Economia e Crédito de Minas Gerais, do Banco Cooperativo Bancoop, presidência da Unimed BH de 2002 a 2006 – cargo para o qual foi reeleito em 2010 – e diretor de controle da Federação das Unimeds no Estado de Minas Gerais entre 2002 e 2006. Destaca-se também sua carreira como executivo em cooperativas: de 1998 a 2006, no Sistema Unimed, participou ativamente da moderniza­ ção da Unimed-BH e de diversas estruturas nacionais. Na Seguros Unimed, ingressou em 2011 como diretor de Operações. E mais: é cooperado da Unimed como médico do trabalho. “O Sistema Unimed reuniu minha formação em gestão de saúde com minha experiência em cooperativismo”, comenta Freitas, ressaltando que o fundamental para atingir a posição atual é “conhecer o que faz e fazer com entrega de resultados em todos os lugares por onde se passa”. Na receita pessoal de sucesso, o presi­ dente da Seguros Unimed insere outros elementos, como “pensar em formar suces­ sores e novos dirigentes para assumirem com o mesmo nível de entrega”. E, ao falar especificamente sobre o cooperativismo, co­ bra profissionalismo da gestão: “as cooperati­ vas sofrem muito com estruturas praticamen­ te familiares, e o amadorismo faz muito mal ao movimento. Precisamos profissionalizar a gestão com profissionais que entendem e vivem os princípios do cooperativismo. Tem de pensar a cooperativa em uma dimensão maior do que a que ela se apresenta, pois há muito potencial de crescimento”.

Credi

P

EDIÇÃO 17 CREDICOOP É PARTE INTEGRANTE DA REVISTA MUNDOCOOP

I N FO R M AÇÕ E S E T E N D Ê N C I A S D O CO O P E R AT I V I S M O D E C R É D I TO

WOCCU:

brasileiros presentes

O

evento mais significativo no calendário internacional do cooperativismo de crédito foi realizado de 23 a 26 de julho em Viena (Áustria) e reuniu representantes de 55 países. Trata-se da edição 2017 da conferência do WOCCU, instituição que atua na promoção do desenvolvimento sustentável das cooperativas de crédito por meio de programas de assistência técnica que visam fortalecer o seu desempenho financeiro e o alcance em âmbito mundial. Do Brasil, várias comitivas foram organizadas pelos sistemas de crédito cooperativo, compostas pelos principais gestores. A maior comitiva brasileira, formada por 90 pessoas, entre dirigentes, executivos e colaboradores, foi do Sicredi (que também respondeu por palestra), seguido pela Unicred, com 40 pessoas – 30 delas dirigentes – pelo Sistema Sicoob, que levou mais de 23 pessoas – presidentes do Conselhos de Administração das Centrais, conselheiros do Sicoob Confederação, executivos do Bancoob e Sicoob Confederação – e, pelo primeiro ano, teve dirigentes como palestrantes dentro da programação do evento. Colaboração e intercooperação através da Tecnologia, alinhadas ao crescimento das cooperativas, com Edson Rodrigues Lisboa Junior (superintendente de Tecnologia do Sicoob Confederação); e Economia Colaborativa Aumentada - Perspectiva dos Bancos Cooperativos com Fotis Filippopoulous (da Grécia), Andrea Karner (da Bélgica) e Marco Aurelio Almada (diretor-presidente do Bancoob), foram as palestras com a participação do Sicoob. Já o presidente-executivo do Banco Cooperativo Sicredi, João Tavares, fez uma apresentação no evento, com o tema “Estratégias de crescimento em um ambiente em constante evolução: uma perspectiva internacional”. O Future Forum foi outro espaço com presença de brasileiros. Composto por integrantes das maiores cooperativas de crédito do mundo, o encontro tem como objetivo destacar as tendências do cooperativismo de crédito. Organizados em grupos, os dirigentes escolheram temas para debaterem e, ao final, compartilharam suas conclusões. Entre os representantes do Sicredi, que participaram dos debates e compartilharam suas conclusões estão Wellington Ferreira (presidente da Sicredi União PR/SP), Luiz Hoflinger (presidente da Sicredi Vanguarda), Valmir Galhardo (diretor executivo da Central Sicredi Centro Norte), Jaime Basso (presidente da Sicredi Vale do Piquiri ABCD PR/SP), Glei Linhares (presidente da Sicredi Noroeste) e João Tavares (presidente-executivo do Banco Cooperativo Sicredi).

woccu O Woccu atua para promover o desenvolvimento sustentável das cooperativas de crédito por meio de programas de assistência técnica a fim de fortalecer o seu desempenho financeiro e alcance em âmbito mundial. A entidade registrou, em 2015 (últimos dados consolidados), 60,5 mil cooperativas de crédito em 109 países, totalizando 223 milhões de associados.

wycup Durante a conferência, sete colaboradores do Sicredi participarão do World Council Young Credit Union People (WYCUP), um concurso que premia com uma bolsa de estudos anual, dada pelo Woccu, aos cinco candidatos que fizeram contribuições significativas às suas cooperativas de crédito, com potencial de causar um impacto global. Os representantes do Sicredi inscreveram seis projetos que salientam ações focadas na sustentabilidade, inclusão e educação financeira.

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Balanço TECNOLOGIA

Unicred usa tecnologia para personalizar atendimento

NOVOS SITES LEVAM FACILIDADES AOS COOPERADOS

Oferta personalizada de produtos e serviços. Esse é o foco da ferramenta Realiza, lançada pela Unicred. “Temos uma oferta grande de produtos e serviços, mas nem todos os cooperados precisam ou querem utilizar tudo que oferecemos, por No Sistema Cecred, junho começou em novo isso resolvemos personalizar nossas ações de engajamenambiente virtual, com a implementação de portais to, focando no que é mais adequado para cada associacom ambiente renovado, moderno, fácil e inteligendo”, explica o CEO da Unicred, Fernando Fagundes. te. Entre as funcionalidades estão layout mais atrativo A Realiza proporciona análise criteriosa do perfil e limpo; fontes e espaçamentos entre as informações de cada cooperado, possibilitando a cooperatimaiores; textos de linguagem leve e de fácil entendimento, va oferecer, por meio de e-mail, SMS, mala e com o uso de diversas imagens, como ícones, fotos direta ou qualquer outra ferramenta de e ilustrações. Além disso, são responsivos e mais marketing, apenas aquilo que pode ser interativos e amigáveis, com ferramenta de busca que útil a cada cooperado. favorece a localização da informação desejada.

SICOOB AMPLIA FUNCIONALIDADES DA PLATAFORMA DIGITAL Faça Parte e o Conta Fácil são os novos aplicativos do Sicoob e objetivam incrementar o relacionamento com os atuais e futuros cooperados, oferecendo-lhes novas experiências digitais e possibilitando-lhes maior conforto e praticidade, pois permite a abertura de uma conta ou o acesso a uma conta simplificada. Esses dois Apps somam-se às mais de 140 funcionalidades de negócio que dispõe a plataforma.

Sipag chega ao Sicoob UniMais Anhanguera O Sicoob UniMais Anhanguera Cooperativa tem como aposta para seus cooperados, especialmente os profissionais da área da saúde e empresários, sua máquina de cartões, a Sipag, utilizada por mais de mais de 100 mil lojistas em todo o País, em 2016, representando aumento superior a 200% em relação ao ano anterior. A solução está disponível para estabelecimentos comerciais de diversos segmentos, profissionais liberais e de prestação de serviços.

Certificação de lideranças em Prudentópolis O Sicredi está investindo fortemente na formação e capacitação de seus associados que desejam trilhar o caminho da gestão cooperativa e conduzir o negócio ao futuro. Exemplo é o Programa de Certificação de Conselheiros Cooperativos, promovido pelo Sistema Ocepar, Sescoop/PR, Central Sicredi PR/SP/RJ e o Isae (Instituto Superior de Educação e Economia), do qual participam 42 lideranças e conselheiros da Sicredi Centro Sul PR/SC. O programa é desenvolvido ao longo de seis meses, com 12 módulos aplicados em 144 horas com temário que engloba princípios do cooperativismo de crédito, modelo de negócio, princípios da gestão etc.

No Cecred, Formacred em formato híbrido O que você vai ser quando envelhecer? Este é o título do livro lançado pela Quanta Previdência Unicred, escrito pela jornalista Lena Obst. Ele faz um raio-x da longevidade e apresenta dicas para o bem envelhecer, com cuidados com a saúde do corpo e da economia.

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Social

Capacitação

O Sistema Cecred realizou em Blumenau (SC), nos meses de maio e junho, curso de Formação de Conselheiros de Cooperativas de Crédito – Formacred, com módulos presenciais e online, tornando-se o primeiro sistema a oferecer o curso em formato híbrido. O curso reuniu 58 conselheiros, que foram qualificados e preparados para cumprir seu papel como representantes dos cooperados, frente aos desafios da gestão estratégica das cooperativas, resultou de parceria com a OCB/Sescoop e abrangeu conteúdos de abordagem comportamental, legal e organizacional, totalizando 24 horas presenciais, além de 8 horas a distância.

COOPERATIVISMO DE CRÉDITO SOLIDÁRIO FOI TEMA DE SEMINÁRIO O 1º Seminário Internacional do Cooperativismo de Crédito Solidário da Cresol Base Oeste e Cresol Central SC/RS foi realizado nos dias 4 e 5 de julho, na comunidade de Colônia Bacia, em Chapecó (SC), e reuniu representantes do Brasil, Argentina, México, Alemanha e Espanha, para reflexão sobre o tema “O cooperativismo solidário transformando a humanidade”. O evento foi uma realização da Cresol Base Oeste e Cresol Central SC/RS O seminário teve como objetivos debater o cooperativismo solidário como instrumento de transformação social da humanidade; conhecer experiências da América Latina e Europa sobre organizações que também, através do cooperativismo solidário, lutam por uma sociedade mais justa e igualitária; proporcionar um espaço de reflexão sobre as práticas do cooperativismo de crédito solidário na América Latina e na Europa; reafirmar o cooperativismo solidário como instrumento de transformação social brasileiro; e estabelecer um termo de cooperação entre as organizações sociais participantes do evento a fim de fortalecer o cooperativismo de crédito solidário. Também foram comemorados os 16 anos de história da Cooperativa de Serviços – Cresol Base Oeste SC e a Semana Internacional do Cooperativismo.

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RESULTADOS 1.

SICOOB ENGECRED-GO ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR Pelo segundo ano consecutivo, o Sicoob Engecred-GO compõe o ranking das 40 melhores empresas para se trabalhar na região Centro-Oeste, realizado pelo Instituto Great Place to Work (GPTW). O ranking é feito a partir de pesquisa que avalia o nível de confiança dos funcionários em relação a instituição.

2.

SICOOB UNISAÚDE GOIÁS ATINGE R$100 MILHÕES EM ATIVOS A cooperativa Sicoob Unisaúde Goiás conquistou recentemente os R$ 100 milhões em ativos. O presidente do conselho de administração, Sidon Oliveira Cardoso, comenta que este resultado “reforça a nossa responsabilidade junto ao quadro de associados e demonstra a confiança que as comunidades tem no trabalho que a cooperativa vem realizando”. Para 2017, o Sicoob Unisaúde Goiás assume como compromisso administrar aproximadamente R$115 milhões em ativos.

3.

SICREDI ATINGE R$ 10 BI NA CARTEIRA DE CONSÓRCIO

4.

SICOOB LESTE CAPIXABA: DESTAQUE PARA O CRÉDITO No ano passado, o número de associados do Sicoob Leste Capixaba aumentou 19,3%, encerrando o exercício em 48 mil pessoas e empresas. Entre alguns dos principais resultados da instituição está o crédito, que chegou a R$ 938 milhões emprestado, informou o presidente José Nivaldo Casagrande.

Em junho, o Sicredi atingiu a marca de R$ 10 bilhões na carteira de créditos ativos de consórcios. O crescimento na comercialização de cotas no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 24,5%, enquanto o do mercado registrou alta de 4,7%. São mais de 171 mil cotas ativas, nos segmentos de automóveis, imóveis, caminhões, tratores, implementos agrícolas, motocicletas e serviços, bens náuticos e sustentável.

5.

EM CAPANEMA, 25% DA POPULAÇÃO É SICREDI Em Capanema, município paranaense com cerca de 20 mil habitantes, os quadros do Sicredi Fronteiras PR/SC/SP atingiram a marca de 5.000 associados, correspondente a 25% da população. A instituição, que soma 54 mil associados, registrou ingresso de mais de 680 novos associados, somente no mês de maio, mantendo sua constante evolução. A cooperativa também está investindo na modernização das agências e em novas unidades.

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PESSOAL EDSON SOLKA é o novo Diretor de Tecnologia e Operações (COO), da Unicred. Com mais de 20 anos de experiência nas áreas de TI, Finanças Bancárias e Cooperativismo de Crédito, tem MBA em Gestão Estratégica de TI, Tecnologia da Informação e Gerência de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Além disso, o profissional participou do Study Tour program at HEC Montréal in Management of Financial Services Cooperatives, ministrado no HEC Montreal, no Canadá.

HUGO FERREIRA assumiu a área administrativa da Central Sicoob UniMais, em São Paulo (SP). Com experiência na Confederação Sicoob e no Bancoob, tem como função apoiar os principais processos estratégicos, por meio de uma estrutura gerencial, e soma sua experiência à do diretor executivo de Desenvolvimento da Central, Sandro Roque. É graduado em contabilidade no Centro Universitário de Brasília e mestrando em Inteligência Competitiva na Universidade Católica de Brasília.

MARCOS ANTONIO DA SILVA FERREIRA é o novo diretor Territorial do Rio de Janeiro da Mapfre Seguros, do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, em substituição a Daniel Protasio, que foi promovido a diretor Corporate Nacional da seguradora. Com mais de 30 anos de experiência no mercado segurador, está na MAPFRE Seguros desde 2000 e já atuou como diretor da Territorial Bauru e da Territorial São Paulo Sul. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Paulista, cursou pósgraduação em Gestão Empresarial e Coaching estratégico pela Fundação Getúlio Vargas.

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OBSERVATÓRIO DO COOPERATIVISMO Spread e participação dos serviços nas cooperativas de crédito apresentam comportamento inverso nos últimos anos

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Observatório de Cooperativas vem realizando pesquisas para identificar padrões nas atividades das cooperativas de crédito brasileiras. Recentemente, foi apresentada a diminuição no spread bancário e o aumento da participação de serviços sobre a receita total.

De acordo com Davi Rogerio de Moura Costa – Professor Doutor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo–FEARP/USP e diretor do Observatório Nacional de Cooperativas (Obscoop) – a análise destes dois indicadores para os últimos seis anos “ressalta um comportamento inverso, com o spread médio por cooperativa diminuindo a medida em que a participação dos serviços cresce. O gráfico abaixo demonstra este comportamento”.

GRÁFICO 1 10%

8,4%

9% 8% 7%

6,9%

7,1%

4,3%

4,6%

5%

2%

3%

O gráfico também indica um máximo de participação dos serviços no ano de 2014 (9,2%), com redução e certa estabilização nos anos seguintes, enquanto o menor

4,7%

5,0%

3,8% 2,5%

1% 0%

8,4%

8,5%

4,1%

3,8%

3,5%

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Spread Médio

5,1% 2,6%

4,6%

4%

5%

3%

9,2%

6%

GRÁFICO 2 4%

Observatório do Cooperativismo

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Diferença

Polinômio (Diferença)

Participação dos Serviços sobre a Receita Média

valor para o spread, em queda desde 2013, está em 2016 (3,5%). “A correlação encontrada entre esses dois índices foi de -0,47, apontando uma relação inversa: quando um indicador aumenta, o outro diminui”, explica Costa, frisando que estes resultados fortalecem os indícios de que recentemente as cooperativas de crédito vêm buscando diversificar e reforçar outras opções em seu portfólio. O gráfico 2, por sua vez, complementa esse quadro ao apresentar a tendência na relação entre o spread e a participação dos serviços sobre as receitas. “A linha de tendência entre as diferenças vem crescendo em ritmo desacelerado. Isto é um sinal de que o processo de ganho de importância dos serviços irá se estabilizar nos próximos anos”, analisa o diretor do Obscoop.

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ECONOMIA DESCOLA DA CRISE POLÍTICA E FAVORECE

INVES TIMEN TOS 30

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primeiro semestre do ano terminou das). Em relação a 2016, houve acréscimos de 2,3% na área e as notícias econômicas acenam a ser colhida da soja, de 17,7% no milho e 3,6% no arroz. Já com a possibilidade de o setor proa produção subiu 19,5% para a soja, 14,9% para o arroz e dutivo brasileiro haver optado por 53,5% para o milho. se emancipar da política e caminhar. Em relação às estimativas de maio, a produção aumenUm termômetro é o Focus, botou 1,7 milhão de toneladas (0,7%) e a área cresceu 117,4 letim elaborado pelo Departamento mil hectares (0,2%). O arroz, o milho e a soja, principais prode Relacionamento com Investidores e dutos deste grupo, representaram, juntos, 93,5% da estimaEstudos Especiais (Gerin) do Banco Central tiva da produção e 87,8% da área a ser colhida. do Brasil, que lista entre os objetivos monitorar a evolução Há ainda outros indícios (ou serão certezas?) do desdas expectativas de mercado para as principais variáveis macolamento da economia do cenário político, como a Finacroeconômicas, de forma a gerar subsídios para o processo me – linha de financiamento de bens de capital – que se decisório da política monetária – semanalmente apresenta constitui um dos primeiros indicadores de retomada, ao resumo das expectativas de mercado com base em diário das refletir os investimentos de curto prazo em modernização. previsões de cerca de 120 bancos, As aprovações nesta linha costu­ gestores de recursos e demais instimam rapidamente se converter em ENTRE OS SEGMENTOS investimentos na economia, pois a tuições (empresas do setor real, disBENEFICIADOS ESTÁ O contratação e o desembolso acontetribuidoras, corretoras, consultorias e outras) para a economia brasileira. cem, em média, em menos de duas DE VEÍCULOS, MÁQUINAS A edição divulgada em 10 de jusemanas. E EQUIPAMENTOS, lho de 2017 estima que o Índice de Usando a concretude dos númePRINCIPALMENTE PARA Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ros, segundo informação do Banco Nacional de Desenvolvimento fique na casa dos 3,38% no ano (a O AGRONEGÓCIO, QUE anterior era de 3,46%) com queda Econômico e Social (BNDES), entre CONTINUA REGISTRANDO na expectativa da inflação oficial, janeiro e maio, o BNDES acelerou RESULTADOS POSITIVOS a aprovação de crédito para a aquique caiu de 4,25% para 4,24%, levando o Conselho Monetário Nasição de máquinas e equipamentos, E CRESCENTES cional (CMN) a revisar para baixo a resultando numa alta acumulada de meta de inflação para os próximos 42% nos cinco primeiros meses desanos, passando a ser de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. te ano em comparação com o mesmo período de 2016. Os analistas também preveem que a Selic encerre o ano em Apenas da Finame, foram mais de 29.700 operações, 8,25% ao ano, ante estimativa anterior de 8,50%. somando R$ 8,9 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões aprovados apenas em maio, registrando expansão de 59% na compaINDICADORES ração com o mesmo mês do ano passado e destacando-se na comparação com o mesmo mês do ano anterior desde Os números confirmam sinais de recuperação da ecosetembro de 2014. Foi liberado R$ 1,5 bilhão em maio, 11% nomia também em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geacima do registrado em maio de 2016. O principal destaque ografia e Estatística (IBGE) e da Fundação Getúlio Vargas da Finame nos últimos cinco meses foi a alta de 18% dos (FGV). No dia 11 de julho, as duas instituições divulgaram desembolsos para o financiamento de equipamentos agríresultados estimulantes. Dez dos 14 locais pesquisados pelo colas, refletindo a safra recorde e os programas do Governo IBGE apresentaram crescimento na produção industrial na Federal operados pelo BNDES, como o Moderfrota. passagem de abril para maio. A inflação medida pelo Índice Mesmo com a Finame tendo desembolsado R$ 6,9 bide Preço ao Consumidor – Semanal (IPC-S), da Fundação lhões, segundo o BNDES esse total é 6% abaixo do paGetulio Vargas (FGV), apresentou recuo de 0,18% na pritamar registrado no mesmo período do ano passado. O meira semana de julho após fechar o mês passado com uma resultado, no entanto, representa uma desaceleração em queda de 0,32%. relação à retração de 10% registrada no primeiro quadriO IBGE também responde pela estimativa de safra namestre, em abril. cional de cereais, leguminosas e oleaginosas que, em junho As aprovações de crédito para bens de capital saltaram de 2017, chegou a 240,3 milhões de toneladas, com alta 168% entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo de 30,1% em relação à obtida em 2016 (184,7 milhões de período de 2016. Além disso, entre janeiro e maio, o BNDES toneladas), um aumento de 55,6 milhões de toneladas. A liberou R$ 3,1 bilhões em crédito para aquisição de máquiestimativa da área a ser colhida (61,0 milhões de hectares) nas agrícolas, como tratores e colheitadeiras, contribuindo subiu 7,0% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de para o aumento da demanda da indústria de equipamentos hectares). São esperados recordes na produção da soja (114,8 e da produtividade no campo. milhões de toneladas) e do milho (97,7 milhões de tonela-

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CAMINHÕES E MÁQUINAS AGRÍCOLAS A estimativa de safra nacional do IBGE de 240,3 milhões de toneladas, com alta de 30,1% em relação à obtida em 2016 (184,7 milhões de toneladas) e um aumento de 55,6 milhões de toneladas estimula outras atividades, como de fabricantes de veículos, máquinas e implementos agrícolas. As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no acumulado do ano - de acordo com dados da Associação Nacional dos. Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgados em 6 de julho - foram de 21,3 mil unidades, resultado maior em 21,8% frente as 17,5 mil do ano passado. Em junho 4,1 mil unidades foram comercializadas, resultado estável tanto contra maio quanto contra junho de 2016. A pesquisa da Anfavea também mostra que na produção do semestre o resultado foi superior em 41,4%: 29 mil unidades este ano e 20,5 mil em 2016. Esses números do primeiro se­ mestre foram comentados por Antonio Megale, presidente da Anfavea: “o resultado do mercado interno ainda apresenta estabilidade e não é suficiente para ocupar a capacidade ociosa que a indústria apresenta”. No que diz respeito a caminhões, os fabricantes produziram em junho 6,8 mil unidades, menor em 10,3% sobre as 7,6 mil de maio e superior em 22% no comparativo com as 5,6 mil de junho de 2016. No semestre, 36 mil caminhões saíram das linhas de montagem, o que significa expansão de 15,3% ante as 31,2 mil do ano passado. Exemplo de renovação de frota é a Coopercarga, cuja frota tem idade média de quatro anos e, após redução no ritmo de renovação, pretende retomar o tema. “Nós continuamos investindo em renovação de frota, através de nosso programa anual de compras, porém em quantidades menores do que nos anos anteriores. Tomamos essa ação devido a maior cautela que adotamos no que tange aos investimentos, sempre acompanhando o cenário econômico de nosso país. Nos últimos dois

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anos, houve um menor número de renovações se compararmos ao que costumávamos realizar. Entretanto, já para 2017 pretendemos retomar esse tema, atingindo o mesmo ritmo que tínhamos em anos anteriores, até para que possamos continuar atendendo com excelência às exigências do mercado e oferecer o melhor nível de serviço aos nossos clientes”, prevê o presidente Osni Roman. VISÃO DOS FABRICANTES A percepção dos fabricantes é a de que esses números podem ser ainda melhores. Alexandre Blasi, diretor comercial da New Holland Agriculture, por exemplo, entende o movimento como renovação de frota por idade e expansão agrícola. “O mercado é estável e se situa em 6 mil colheitadeiras e 50 mil a 55 mil

tratores. Se olharmos o mercado pelo ângulo da idade de frota, 60% dos tratores tem mais de 12 anos e 30% entre 8 e 12 anos. Em 2012/2013, teve uma grande renovação porque o cenário era favorável. Agora volta uma nova onda porque programas sociais como MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) estão fazendo aniversário e entrando no período de vencimento das primeiras compras, com natural renovação por máquinas maiores ou novas, pois entre 50% e 60% estão com mais de 12 anos, precisando de renovação”, comenta Blasi. No caso de máquinas agrícolas, João Carlos Marchesan – diretor-superintendente da Tatu Marchesan e presidente do Conselho de Administração da Abimaq (Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos) – ao informar que a frota está enve-

MODERFROTA TEM R$ 9,2 BI DISPONÍVEIS, GARANTE NERI GELLER O Moderfrota constitui-se num programa permanente de financiamento de tratores, implementos associados, e colheitadeiras, criado por meio da Medida Provisória nº 2.017, de 19 de janeiro de 2000, convertida na Lei nº 10.200, de 14 de fevereiro de 2001. Para este ano agrícola (2017/2018), o volume de recursos programados é de R$ 9,2 bilhões, sendo R$ 8,2 bilhões para produtores com Renda Bruta Anual de até R$ 90 milhões, para os quais a taxa de juros é de 7,5% ao anos, e o R$ 1,0 bilhão restante é direcionado a financiar produtores de maior renda, à taxa de juros de 10,5% ao ano, informa Neri Geller, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), frisando que “os financiamentos ao amparo do Moderfrota são direcionados quase que integralmente aos produtores rurais, seja pessoa física ou jurídica, seja reunidor em cooperativas”. A evolução dos valores destinados pelo Governo Federal a esse programa cresce ano a ano, mas, em dezembro de 2015, com a descontinuidade do PSI Rural, o volume de recursos no Moderfrota foi ampliado.

VALORES LIBERADOS DESDE 2012

MODERFROTA

PSI RURAL

TOTAL

2012/2013

9,00

11.594,00 11.603,00

2013/2014

29,00

9.341,00

9.370,00

2014/2015

3.365,00

6.697,00 10.062,00

2015/2016

4.280,00

1.442,00

2016/2017

6.813,00

--

2017/2018

9.200,00

5.732,00 6.813,00 9.200,00

(EM R$ MILHÕES)

em que a informação é mais precisa, como com os cooperados que adquiriram neste ano uma colheitadeira pela Cresol Realeza (PR), a família de Vilmar Fliegner da Silva, Valdeci Jorge Padilha e Tharles Rodrigo Padilha.

COOPERADOS QUE ADQUIRIRAM COLHEITADEIRA PELA CRESOL REALEZA (PR)

lhecida, na casa dos 10 a 15 anos, cita também a inovação tecnológica como impulsionadora da venda desses equipamentos. “Nos últimos anos, a evolução das máquinas agrícolas foi muito grande. Hoje, fala-se em inteligência, conectividade, máquinas conduzidas por algoritmos e guiadas por satélite, gerando mais produtividade, eficiência e controle dos gastos, favorecendo a renovação em busca de inovação. Por isso, acreditamos em crescimento de 15% no setor, em 2017”, relata. COOPERATIVAS DO AGRO Grande parte das cooperativas do ramo Agro deixam por conta de seus cooperados a aquisição de máquinas, equipamentos e veículos. No que diz respeito a transporte da produção, utilizam-se de frotas terceirizadas. Independentemente do porte da cooperativa, a informação nem sempre é disseminada, valendo esse procedimento inclusive para a agricultura familiar. Como explica o coordenador da Carteira de Crédito da Central Cresol Baser, Marcos Olair Kempf, o trabalho é fundamentado em um planejamento para os próximos três anos, que estima crescimento ao redor de 30% a cada safra e, para minimizar os problemas provenientes do crescimento, “contamos com um sistema próprio de contratação e com apoio direto da área de tecnologia da informação que desenvolve o sistema e o ajusta para estabelecer uma conexão máquina a máqui-

na com o sistema dos bancos parceiros da Cresol Baser e, assim, favorecer o acesso às linhas de crédito do Pronaf, Pronamp, Inovagro e Moderfrota”. Mesmo assim, para a cooperativa é praticamente impossível “identificar a quantidade de empreendimentos que foram financiados para aquisição de máquinas”, comenta Kempt. “Por exemplo, um agricultor que faz um financiamento para bovinocultura, será usado o empreendimento bovinocultura, porém a aquisição pode ser um trator que será usado apenas para atividade da bovinocultura”, explica Kempf, lembrando que há casos

RAMO TRANSPORTE Com frota essencialmente formada por veículos pesados, a Coopercarga, segundo seu presidente Osni Roman, atua com política própria que se mescla às exi­gências dos clientes. “Os principais segmentos que atendemos atuam com produtos de alto valor agregado e, por isso, prezamos pela renovação, em média, aos 5 anos do veículo. Há também clientes cujo contrato permite veículos com idade média superior, chegando até a 8 anos. Há algumas exceções nas quais os veículos possuem idade superior, porém isso vai ao encontro do perfil de algum mercado e do produto transportado. Contudo, o ponto fundamental para nós é garantir que nossos veículos entreguem segurança e qualidade nos serviços prestados”, comenta. À instabilidade econômica e política do País, que afetou os projetos de renovação de frota da Coopercarga nos últimos dois anos, Roman agrega as restrições na concessão do crédito, em relação às garantias, às exigências, etc. “Nós apoiamos nossos cooperados desde o princípio, seja no momento da negociação diretamente com os fornecedores, na compra em si e até no desenvolvimento de projetos quando necessário. Temos uma equipe estratégica e de projetos que, juntamente com toda a Diretoria, desenvolve soluções para cada caso. Nosso objetivo é sempre incentivar o cooperado para que faça os investimentos necessários para atender às demandas e exigências dos nossos clientes, desenvolvendo e agregando valor ao seu negócio”,

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CAPA

PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO COM RECURSOS DO BNDES A aquisição isolada de tratores, colheitadeiras e outros equipamen­ tos pode ser realizada por meio de alguns Programas Agropecuários do Governo Federal operados pelo Banco Nacional de Desenvolvi­ mento Econômico e Social (BNDES). O Moderfrota, o Pronamp e o Pronaf são exemplos de programas oferecidos pela instituição por meio de agentes repassadores de recursos (modalidade indireta). Como explica Carlos Alberto Vianna Costa – chefe do Departamento de Relacionamento Institucional e Gestão do Crédito Rural da Área de Operações Indiretas do BNDES – os beneficiários podem ser pro­ dutores rurais, sejam pessoas físicas ou jurídicas, e cooperativas. No caso do Pronaf, quando acionado por cooperativas, “é importante mencionar que a cooperativa da agricultura familiar deve apresentar DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), pessoa jurídica ativa e comprovar que pelo menos 60% de seus participantes são beneficiários do Pronaf”, lembra Costa. Para acessar o financiamento, o proponente deve procurar uma instituição financeira credenciada ao BNDES (agente financeiro), que informará a documentação necessária, analisará a possibilidade de concessão do crédito e negociará as garantias. Após aprovada, a operação será encaminhada ao BNDES para aprovação e posterior liberação dos recursos. “Há uma evolução crescente dos valores disponíveis a serem executados em cada Ano Agrícola, segundo orçamento autorizado pelo Ministério da Fazenda”, comenta Costa, lembrando que é percebida uma correlação ainda não dimensionada entre o tamanho das safras e a modernização de frota, a ponto de o BNDES, nos últimos anos, ter contatado “quase a totalidade do orçamento autorizado pelo MF. No Ano Agrícola 2015/2016, apenas para Moderfrota, Pronamp e Pronaf, o BNDES desempenhou R$ 7,1 bilhões dos R$ 7,6 bilhões disponíveis e, no PAP 2016/2017, foram R$ 10,8 bilhões de R$ 11,0 bilhões orçados”, relata.

explica, informando que a linha de crédito acionada pela cooperativa via instituições financeiras é a do BNDES. A iminente necessidade de profissionalização do setor, resultante do crescente aumento nos níveis de exigência dos clientes, pede ações como renovação, contratação, tecnologia oferecida e treinamento dos profissionais envolvidos no serviço de transporte. Como esse cenário afeta mais as companhias de menor porte, a Coopercarga, como frisou seu presidente, procura estar ao lado do cooperado, entregando soluções, dando suporte e auxiliando nas necessidades apontadas, que envolvem mais do que a idade da frota ou as dificuldades de renovação. “A questão da infraestrutura rodoviária de nosso país, a falta de segurança e o aumento constante nos roubos de cargas, o preço dos insumos necessários para a manutenção da frota, etc.” são alguns pontos assinalados por Roman. Para 2017, as perspectivas e planejamento da cooperativa de transporte apontam para um crescimento estimado de 15% em relação a 2016, ano em que a Coopercarga cresceu 6%, índice superior ao esperado e resultante da adoção de medidas preventivas à crise ainda no ano de 2014. “Continuaremos atuando de forma cautelosa, porém não deixaremos de investir em questões fundamentais para que possamos elevar o nível de serviço oferecido aos clientes, como na renovação da frota e até mesmo na ampliação do número de veículos, bem como ter uma maior participação de mercado, com sustentabilidade. Focaremos em negócios estratégicos, sempre priorizando pelo atendimento com excelência aos clientes que compõem a carteira da nossa cooperativa”, comunica Roman.

VERBAS DISPONÍVEIS PARA ANO AGRÍCOLA 2017/2018

PROGRAMA

ORÇAMENTO (R$ MIL)



MODERFROTA - 7,5%



MODERFROTA - 10,5%

7.600.000 850.000



PRONAMO INVESTIMENTO

900.000



PRONAF INVESTIMENTO - 2,5%

150.000



PRONAF INVESTIMENTO - 5,5%

1.850.000

Orçamento da fonte BNDES para os programas agropecuários do Governo Federal coordenados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e para o Pronaf, coordenado pela Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário – SEAF

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CARLOS ALBERTO VIANNA COSTA, CHEFE DO DEPARTAMENTO DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL E GESTÃO DO CRÉDITO RURAL DA ÁREA DE OPERAÇÕES INDIRETAS DO BNDES

PMC SOLUÇÕES PARA PEQUENAS E MÉDIAS COOPERATIVAS

Brasil: um país de empreendedores

Essa é a realidade segundo resultados de estudo elaborado pela startup Expert Market, baseada no Texas (EUA), e publicado na Fast Company, em que o Brasil aparece em 5º lugar entre os 15 países pesquisados. A pesquisa teve por objetivo descobrir quais são os países com os empreendedores “mais determinados do mundo”, ou seja, aqueles que embora enfrentaram muitas dificuldades e burocracias, ainda assim apresentaram um alto número de negócios criados. Contradições também são sinalizados pela pesquisa. Enquanto para abertura de novos negócios o Brasil ganha pontuação 125 entre 130 pontos possíveis, mostrando a dificuldade nesse campo, na escala que mede a quantidade de abertura de negócios e que varia de 1 (maior número de negócios criados) até 130 (mínimo negócios criados), o Brasil ganha pontuação 48. Ou seja, iniciar um negócio no Brasil é complicado, mas o País tem um grande número de pessoas dispostas a empreender, mesmo com todos os riscos envolvidos.

BNDES lança Canal MPME Plataforma interativa de relacionamento pela Internet, voltada exclusivamente para as micro, pequena e média empresas, o Canal do Desenvolvedor MPME entrou no ar no final de junho e permite comunicação direta do BNDES com as empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões interessadas em suas linhas de financiamento. Desse modo, o BNDES simplifica, agiliza e amplia o acesso ao crédito, inclusive de produtores rurais, microempreendedores individuais (MEIs) e transportadores autônomos de cargas (caminhoneiros). Por meio do canal, as MPMEs podem fazer manifestações de interesse de crédito, via internet, sem precisar visitar um agente repassador de recursos para iniciar a busca de apoio financeiro do BNDES para seus projetos. A plataforma simula financiamentos; aponta os agentes financeiros intermediadores (bancos) de sua preferência (o canal permite a indicação de mais de um banco), e encaminha, de forma ágil, manifestação de interesse de financiamento diretamente para os especialistas (back office) dos agentes financeiros intermediadores, responsáveis pela carteira do BNDES.

Startup forma banco de dados de projetos sociais Uma startup com o propósito de inovar e fortalecer a conexão entre o segundo e o terceiro setor, por meio do uso de tecnologia e análise inteligente de dados, para modernizar e aprimorar o processo de captação de recursos de projetos sociais. Essa é a Simbiose Social, que chegou ao mercado com o maior banco de dados de Leis de Incentivo do Brasil e uma visão completa do ecossistema de projetos sociais. Utilizando um sistema inteligente de gerenciamento de dados com todos projetos inscritos em leis de incentivo (mais de 30 mil) desde 1991, identifica e conecta projetos com empresas, com a melhor afinidade e resultados.

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IoT: regulamentação deve fomentar negócios sem barrar estímulos

Estudo feito pela comissão de Estudos de Direito Digital do Conselho Superior de Direito da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), sinaliza, entre outros aspectos, a necessidade de discussão sobre os parâmetros para regulamentação da Internet das Coisas (do inglês Internet of Things - IoT) de modo a fomentar a tecnologia no Brasil sem deixar de tutelar os direitos dos usuários e consumidores. O relatório agrega a isso proteção à privacidade, potenciais riscos à segurança que podem ser originados pelo uso inadequado da tecnologia, em face da difícil assimilação pelo ser humano de tantas funcionalidades disponíveis em variados dispositivos, ou por ataques, e o cumprimento do dever de informação e transparência. O caminho para mitigar os riscos passa pela conscientização e pela educação digital dos usuários e consumidores é fundamental, assim como as indústrias de hardware e software precisam atentar para critérios rígidos de segurança, que devem ser estabelecidos desde o início dos projetos.

OFERTA DE CRÉDITO NO CAMPO, LITERALMENTE A fintech Agronow lançou ferramenta pensada para a Agricultura 4.0: o Agronow Business Viewer, um painel de inteligência estratégica de mercado, que acessa remotamente uma área rural, independentemente do tamanho, colhe dados que indicam a produtividade e o potencial de negócio do local e identifica áreas que podem apresentar problemas com pragas ou adversidades climáticas. As análises alcançam desde uma macrorregião, como um país ou um Estado inteiros, a recortes específicos, como um município ou uma propriedade rural. Os resultados são apresentados na forma de gráficos, possibilitando o cruzamento das informações com outras análises. A tecnologia aliada às instituições financeiras chega ao produtor rural e acelera soluções. Operações como avaliação das terras e capacidade de produção, crédito para viabilizar o cultivo, melhoria do maquinário ou implementação de novos processos na fazenda passam, como auxílio da tecnologia, a acompanhar a velocidade da chamada Agricultura 4.0.

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Nova plataforma para consultas sobre fundos de investimento A Superintendência de Relações com Investidores Institucionais (SIN) começou julho com uma nova plataforma para disponibilização de dados de fundos de investimento regulados pela Comissão de Valores Mobiliários. A plataforma facilitará a busca por informações sobre fundos de investimento, tanto por regulados, quanto por investidores. Na primeira etapa de transição, serão disponibilizados os balancetes mensais dos fundos de investimento regulados pela Instrução CVM 555, além dos dados cadastrais, em periodicidade diária e com armazenamento por três meses, dos tipos mais relevantes de fundos (FIDC, FII e FIP). Nas etapas subsequentes, a migração das demais informações, hoje disponíveis na ferramenta Download Múltiplo, e até mesmo outras. Os usuários conseguirão localizar os dados de maneira mais rápida e prática.

agrocoop COOPERATIVISMO NO AGRONEGÓCIO

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CADERNO ESPECIAL DA REVISTA MUNDOCOOP PARA O COOPERATIVISMO NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

OBSERVATÓRIO DO COOPERATIVISMO Rotatividade no cargo de principal executivo nas cooperativas é menor no Agro

OPINIÃO Sua cooperativa precisa de cooperados fidelizados. 10 passos para o sucesso na implantação

Plano Safra Sicredi, Sicoob e Cresol somam mais de R$ 26,1 bi em recursos

PATROCÍNIO

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Arroz Caçarola está entre as marcas mais lembradas do NE O Arroz Caçarola, da Cooperja, continua entre as marcas mais lembradas pelos supermercadistas. O ranking divulgado pela Revista Supermercado Moderno, mostra a marca Caçarola em 4ºlugar na região Nordeste.

Mercado

o montante de R$ 190,25 bilhões destinados pelo governo federal a operações de custeio, comercialização e investimento, por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, o total de R$ 550 milhões são do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Desde sua criação, em 2003, o PSR registra crescimento, mas, como sua execução depende da disponibilidade orçamentária, ocorreram alguns recuos. Nesse contexto, o maior patamar foi registrado em 2014, quando o PSR atingiu cerca de 10 milhões de hectares segurados, com quase 120 mil produtores amparados, em diversas atividades para quase todas as regiões do País. Minorar o quadro e estimular a contratação é meta do Mapa que, para isso, divulga as características dos produtos, apresenta a base estatística desse mercado (disponível na área de indicadores do site do Mapa) e incentiva a concorrência entre as empresas ofertantes. Além disso, mantém um canal de diálogo permanente com o setor produtivo para propor ajustes e melhorias no programa. Para o seguro rural se desenvolver, “o produtor precisa enxergar o seguro como um mitigador de seu risco produtivo, como um insumo a mais e não apenas como custo na planilha”, comenta Gustavo Bracale, coordenador-geral de seguro rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em entrevista exclusiva para a MundoCoop. Reconhece que o volume de recursos do governo federal disponível para a execução do PSR “ainda está aquém da demanda potencial de mercado, o que dificulta a expansão dessa modalidade no País”. Bracale, recomenda ao produtor atenção para as condições da apólice que está contratando, de maneira que sejam adequadas à sua realidade produtiva

e de risco. Alerta, também, para a escassez de oferta de produtos para determinada atividade ou região. Como contribuição ao equacionamento das dificuldades, pede a contribuição das cooperativas na divulgação do PSR, esclarecendo o produtor sobre as características e benefícios das apólices e cobrando adequações e melhorias por parte das seguradoras. O que dificulta a evolução desse seguro quando comparado com outras modalidades? A agricultura é uma atividade de risco por natureza e muitas vezes o custo de contratação pode ser elevado para o produtor. Assim, em muitos países o governo auxilia a contratação por meio de subvenção ao prêmio, como é o caso do Brasil.

Seguro

Há uma subvenção do governo para o produtor. Como ela funciona e como vem evoluindo?

É necessário que o produtor procure uma das dez seguradoras habilitadas no PSR para contratar uma apólice, que poderá ser subvencionada posteriormente, caso seja aprovada no sistema eletrônico do Ministério da Agricultura. Além disso, precisa estar adimplente com a União. O envio das apólices é feito somente pelas seguradoras em momento autorizado pelo Mapa e não há como garantir previamente a subvenção ao produtor.

Rural

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Plano Safra 2017/2018 tem R$ 190,25 bi

O

SICREDI, SICOOB E CRESOL SOMAM MAIS DE R$ 26,1 BI EM RECURSOS

Seguro Rural é mitigador de seu risco produtivo, não custo, afirma gestor do Mapa

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Financiamento

Há diferença entre Seguro Rural e Seguro agrícola? O seguro agrícola corresponde a uma parcela do seguro rural, que engloba outras modalidades, como seguro pecuário, seguro de florestas, seguro aquícola e penhor rural, por exemplo. Que programas existem para favorecer o desenvolvimento e a contratação do Seguro Rural? No Brasil, somente o PSR, que funciona como uma parceria público-privada. O Proagro, embora seja similar, não é exatamente um seguro, pois não é regulamentado pela Susep, a definição de taxas é feita pelo governo, assim como a regulação de perdas e danos, ficando o risco inteiramente a cargo do setor público.

dia 3 de julho marcou o início da liberação aos agricultores brasileiros dos R$ 190,25 bilhões – cerca de 2,5% a mais do que no ano anterior – destinados pelo governo federal a operações de custeio, comercialização e investimento, por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018. A expectativa é de que a colheita supere 240 milhões de toneladas de grãos. Algumas linhas de crédito tiveram os juros reduzidos para permitir que os agricultores “tenham safras capazes de garantir a segurança alimentar do brasileiro e excedentes exportáveis para gerar divisas”, comentou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento, Neri Geller. Entre elas está o PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns), que reduziu os juros a 6,5% ao ano para alavancar a retomada dos investimentos em armazenagem, com vistas a amenizar ou resolver o problema de logística.

BNDES e do FCO - Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste. As cooperativas Cresol destinam mais de R$ 1,3 bilhão para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 150 milhões para as demais linhas de financiamento com taxas de juros entre 2,5% e 5,5% ano, sendo que dentro do Plano Safra os agricultores familiares têm R$ 30 bilhões. A Caixa Econômica Federal, por sua vez, vai disponibilizar mais de R$ 10 bilhões para o próximo ano safra 2017/2018, por meio de linhas com recursos obrigatórios, livres e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A maior parte dos recursos será direcionada para o custeio da produção.

AGENTES FINANCEIROS

Os valores são repassados via agentes financeiros, entre os quais estão os dois principais sistemas de crédito cooperativo, com valores similares aos da Caixa Econômica Federal. O Sicredi está direcionando mais de R$ 14,8 bilhões em crédito rural para o Plano Safra 2017/2018, projetando atingir cerca de 195 mil operações, entre custeio e investimento, fundamentalmente para pequenos e médios produtores rurais. Já Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) estima liberar em torno de R$ 10 bilhões para a safra 2017/2018, para operações de custeio, investimento e comercialização, atendendo os beneficiários do Pronamp, do Pronaf e os demais produtores, além de também trabalhar com recursos do

O Banco do Brasil, principal financiador do agronegócio brasileiro, anunciou a destinação de R$ 103 bilhões para o financiamento do Plano Safra 2017/2018. Desse total, 91,5 bilhões em crédito rural aos produtores e cooperativas, sendo R$ 72,1 bilhões para operações de custeio e comercialização e R$ 19,4 bilhões para créditos de investimento agropecuário e 11,5 bilhões para as empresas da cadeia do agronegócio.

Arnaldo Jardim critica a taxa de juros O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, criticou a redução de apenas 1% da taxa de juros do Plano Safra 2017/2018, na contramão do crescimento de 8% da produção agropecuária do Brasil. “Estarrece que o governo federal, ao definir os juros do Plano Safra, está falando no corte de apenas um ponto percentual para as linhas de crédito da agricultura empresarial, além de manter os juros do Plano destinado à agricultura familiar. Na prática, isso significa aumentar relativamente os juros. A diminuição dos juros deveria, ao menos, ser proporcional à queda da Selic”.

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Conab elabora estudo sobre rentabilidade do algodão Os produtores de algodão que investiram em novas tecnologias, mesmo com o aumento de seus custos em campo, conseguiram garantir sua rentabilidade, a partir da safra 2014/2015. É o que mostra o mais recente estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), intitulado “A Cultura do Algodão: Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos-safra 2006/07 a 2016/17”. O documento foi publicado em 12 de junho.

ABMRA

ABAG

ABMRA divulga resultados da pesquisa Hábitos do Produtor Rural

A

7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural ABMRA teve como objetivo identificar o perfil dos produtores rurais brasileiros, incluindo seus hábitos de compra, seu envolvimento com as novas tecnologias e as mídias que consultam para sua informação pessoal e profissional, além – é claro – de contribuir decisivamente para o raio-x do setor primário no País, destacando os novos agentes influenciadores. Para isso, foram entrevistados, in loco, 2.835 produtores rurais, sendo 2.110 agricultores e 725 produtores de animais de 15 estados. Participaram do levantamento agricultores de 11 culturas (algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, laranja, milho, soja, tomate e trigo) e 4 atividades animais (pecuária de corte, pecuária de leite, avicultura e suinocultura). Desse modo, por amostragem a pesquisa atinge um universo que responde por 92% da produção agrícola brasileira.

Programa de Erradicação da Febre Aftosa vai impor desafios a toda cadeia produtiva

A

Sociedade Rural Brasileira (SRB), em 5 de julho, recebeu representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) responsáveis pelo Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA). A entidade entende que o futuro da pecuária deve ser livre de vacinação, mas classifica o plano como “ambicioso” e “arrojado”. Para a SRB, os integrantes da cadeia produtiva vão precisar superar grandes desafios para colocar em prática a principal meta do programa: fazer do Brasil um País livre de febre aftosa e eliminar a vacinação até 2023. Segundo dados apresentados pelo Ministério, atualmente apenas 1% do território nacional é considerado livre da doença sem vacinação.

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Portal sobre Manejo de Plantas Daninhas Resistentes Com o objetivo de informar os produtores e distribuidores sobre o uso correto de herbicidas e, assim, ter um eficiente controle das plantas daninhas resistentes, a Arysta LifeScience desenvolveu o portal www.manejoderesistencia.com.br. No portal estão disponíveis informações técnicas sobre o manejo de diferentes espécies de pragas e as soluções da Arysta para resolver esses problemas, especialmente as plantas daninhas resistentes.

A preocupação central da entidade está nos custos para financiar o programa. A SRB apoia a necessidade de estruturar um plano de contenção robusto o suficiente para garantir a segurança do Brasil caso o foco da doença um dia reapareça no País. “Apoiamos a ideia do programa, mas precisamos assegurar que sejam aplicadas com segurança, transparência e responsabilidade”, ressalta Teresa. A diretora adiantou que a entidade vai convocar reuniões com conselheiros, lideranças do setor produtivo e especialistas em sanidade. A intenção é debater com mais profundidade os principais pontos e transmitir aos produtores rurais os reais efeitos do programa para a atividade.

Censo agropecuário começa em outubro

Aplicativo de realidade virtual para café Com o intuito de acompanhar as mudanças e o desenvolvimento do mercado, com inovação, tecnologia e pesquisa, a Yara lançou o aplicativo Yara Farm 360º, ferramenta de realidade virtual. A proposta é aproximar a tecnologia do campo, facilitar a demonstração de resultados a partir do uso de soluções nutricionais e simular os ciclos do café. O aplicativo, que já está disponível para download nos sistemas operacionais iOS e Android, pretende demonstrar de maneira inovadora os resultados no campo, permitindo que os usuários visitem lavouras pelo celular, com vídeos em 360º.

E

m reunião realizada em junho na sede da Abag, entre o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabelo de Castro, com associações e instituições representativas do agronegócio, foram apresentadas as principais diretrizes do Censo Agropecuário 2017, que irá de 1º de outubro de 2017 a fevereiro de 2018. Serão visitados 5,3 milhões de estabelecimentos rurais em 5.570 municípios.

RR Responde

*Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV/EESP e embaixador especial da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) para o cooperativismo mundial

O Plano Safra atendeu o que era esperado? E o seguro rural? ROBERTO RODRIGUES - O plano de safra 2017/2018 deveria refletir as dificuldades político-econômicas do País, mostrando números pouco alvissareiros. No entanto, o Plano de Safra foi melhor do que se esperava, até mesmo com algumas boas surpresas. Os recursos ficaram dentro até mesmo do estipulado pela PEC do Teto, porque a inflação do ano anterior foi de 6,3%. Já a taxa de juros caiu em média 1%, menos do que se esperava. De fato, com uma inflação futura estimada em algo perto de 4% a.a., e com juros reais cabíveis para o agro em torno de 3 a 3,5% ao ano, os juros máximos para o Plano de Safra não deveriam superar 7,5%. No máximo. Ficaram acima disso para a maior parte dos programas. Mas ficaram abaixo para programas muito importantes, como o financiamento para construção de armazéns e para investimentos em inovação tecnológica (6,5%). A frustração ficou por conta do seguro rural, embora o dinheiro para subvenção tenha crescido, chegando a R$ 550 milhões de reais. Ainda é pouco. O seguro precisa ser entendido sob um conceito que

está claro nos países desenvolvidos e ainda claudica nos emergentes. Garantir a estabilidade de renda dos produtores rurais é o único meio de garantir que esses continuem na atividade. E isto representa garantia de produção de alimentos para evitar a fome. Em outras palavras, a estabilidade da atividade produtiva interessa aos consumidores. Por isso, os governos se preocupam em atender aos agricultores: se faltar comida, não há tranquilidade, e os governos acabam caindo, visto que a imensa maioria dos eleitores é consumidora. O seguro, pela sua importância, deve ser acoplado ao crédito rural e a preços de garantia. E o seguro tem de cobrir as intempéries climáticas, mas também a oscilação dos preços. Temos de caminhar nessa direção.

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R$ 17,3 mi para produção sustentável no Pará e em Mato Grosso O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto de Manejo e Certificação Agrícola e Florestal (Imaflora) assinaram contrato no valor de R$ 17,3 milhões para ações de fortalecimento das cadeias produtivas e valorização de produtos em áreas protegidas na Amazônia e para apoiar a produção sustentável de cacau no entorno do Xingu. Os recursos são não reembolsáveis, provenientes do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES.

Mercado Cartão Safra: balanço positivo no cooperativismo A expansão do Cartão Safra pela Basf acontece em cooperativas desde o início de 2016. Até maio, o programa, pioneiro no mercado agrícola, tem mais de 330 distribuidores que atuam nos principais estados agrícolas do Brasil. Como relata Gustavo Bastos Alves, gerente de Acesso ao Mercado da Basf, as cooperativas Frísia, Coamo, Coopatrigo e Copacol participam do programa, e a adesão dos agricultores ao Cartão Safra da Basf “tem sido bastante alta. O número de cadastros aumenta a cada dia. É uma grande satisfação observar, que na busca por maiores produtividades, o agricultor tem utilizado nossos produtos em suas lavouras e, além disso, tem se relacionado com a empresa, por meio do nosso programa de fidelidade”. Benefícios - O produtor rural que se cadastrar acumula pontos por meio da compra de produtos da linha agrícola da BASF e troca por diversos itens em sites das principais redes varejistas. Para toda compra que ele fizer, cada R$1,00 gasto equivalerá a um 1 ponto no Cartão Safra BASF. Um ponto interessante – destaca Alves – “é a ampla diversidade de produtos disponíveis para troca, que vão desde itens básicos de casa até eletrônicos de alta tecnologia, como celulares, televisões, computadores, etc. Isso acaba engajando toda a família do produtor”. Para a cooperativa, “os benefícios estão vinculados à possibilidade de fidelização de clientes e à diferenciação no mercado. Já a Basf contribui para o desenvolvimento da agricultura, oferecendo inovação no campo”, ressalta Alves.

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Sua cooperativa precisa de cooperados fidelizados. 10 passos para o sucesso na implantação OPINIÃO

1. Mapeamento do mercado - Saber a dimensão total e real do potencial da cooperativa e assim planejar crescimento, expansão, quadro de funcionários, custos e investimentos. 2. Segmentação - Agrupar cooperados por objetivos da cooperativa, por nível de conhecimento sobre os mesmos. Criar uma base analítica para a gestão comercial. 3. Identificação do cooperados - Criar uma base de dados que permita conhecer tudo dos cooperados, aproximar-se dos mais rentáveis e ter maior segurança com crédito. 4. Diferenciação - Definir estratégias diferentes para grupos de cooperados de acordo com suas características, ter gestão sobre as visitas e dessa forma ser percebido entre todos os concorrentes que o abordam. 5. Interação com cooperados - Definir formatos de contato com os cooperados de acordo com suas características, ter gestão sobre as visitas e dessa forma ser percebido entre todos os concorrentes que o abordam. 6. Personalização de serviços - Criar serviço adequados às necessidades dos cooperados com maior efetividade nas ofertas e reduzindo ainda o custo de atender. 7. Dimensionamento de custos - Em tempos de margens apertadas desenvolver indicadores que permitam melhor controle dos custos com atendimento e serviços aos cooperados. 8. Gestão de carteiras de cooperados - Adequar a capacidade de atendimento dos vendedores e técnicos para garantir atendimento adequado e efetividade nas vendas. 9. Gestão comercial - Implementar ferramentas e sistemas de gestão que permita aos gerentes atuar mais na estratégia e menos no operacional. 10. Indicadores chaves - Implantar painel de gestão que dará segurança, velocidade, assertividade nas estratégias e crescimento da cooperativa. Luciana Martins é diretora da MPrado Consultoria Empresarial

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Cooperativista no Fórum Nacional de Integração Agroindustrial

Participação das mulheres no agronegócio: Assocon apoia projeto

Representando o cooperativismo brasileiro, Marcos Antônio Zordan, diretor agropecuário da Cooperativa Central Aurora Alimentos, é membro titular do colegiado do Fórum Nacional de Integração Agroindustrial (Foniagro), representando os setores de aves e suínos. O Foniagro é responsável por balizar os contratos de integração vertical agroindustrial no setor agropecuário. Trata-se de uma parceria firmada entre produtores (integrados) e indústria (integradora) para produção de matérias-primas e fornecimento à agroindústria.

A Associação Nacional da Pecuária Intensiva (ASSOCON) uniu-se à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) no apoio ao Núcleo Feminino da Pecuária Goiana, que reúne cerca de 120 mulheres ligadas à produção de bovinos no Estado. Com o foco nos principais gargalos e desafios da atividade, o Núcleo discute os futuros da pecuária e dissemina a participação das mulheres no campo, multiplicando conhecimentos práticos e teóricos sobre os temas que envolvem a gestão de propriedades rurais.

Opinião

Observatório de Cooperativas TEXTO ELABORADO PELO OBSCOOP

Rotatividade no cargo de principal executivo nas cooperativas é menor no Agro

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Diante deste importante tema princípio, uma elevada para entender Governança em Corotatividade nos cargos operativas, o Obscoop estudou a das empresas, per se, rotatividade dos ocupantes do carnão é benéfica. Há custo go nas Cooperativas Agropecuárias envolvidos, tais como, e de Crédito do Estado de São Paupor exemplo, de aprendizagem e lo. As informações foram retiradas adaptação. Entretanto, quando o das atas de assembleia. Os dados cargo em questão é o de principal estão no quadro abaixo: executivo, aquele responsável pela gestão, a permanência por um longo tempo (entrincheiramento) pode ocaTotal de trocas Cooperativas Cooperativas sionar efeitos prejudiciais. (Rotatividade) Crédito Agropecuárias Por exemplo: “captura” dos conselheiros e demais diSem trocas 15% 24% retores, consumo de bens Entre 1 e 4 44% 49% não pecuniários e o uso da mais de 5 41% 27% estrutura para beneficiar os próprios interesses do ocupante do cargo. Assumindo o cargo de PresidenUm problema comum encontrado te como o responsável pela gestão em organizações cujo cargo tem um foi verificada uma rotatividade méexecutivo entrincheirado é a presença dia de três (03) pessoas nas Coopedo Conselho de Administração “baterativas Agropecuárias e quatro (04) dor de carimbo”. Em outras palavras, nas de Crédito. Em outras palavras, um conselho que praticamente aceita nos últimos 20 anos passaram, em tudo que o executivo propõe. média, 3 presidentes em coopera-

tivas agropecuárias e 4 em cooperativas de crédito. Isto significaria uma permanência média de 6 e 4,5 anos, respectivamente nos cargos. Note que em 15% e 24% das cooperativas de crédito e agropecuárias não foram observadas nenhuma troca no cargo de Presidente. Destaca-se o fato de mais de cinco trocas no cargo de presidente nas cooperativas de crédito, uma quantidade supeTotal rior significativa quando comparado ao que 17% ocorre nas cooperativas 46% agropecuárias. É possí37% vel que a exigência do aval pessoal dos Presidentes das Agropecuárias explique esta diferença. Talvez a necessidade de dar o aval, se por um lado compromete o gestor com o pagamento das dívidas junto ao banco, por outro, pode estar trazendo os problemas ocasionados pelo entrincheiramento nestas organizações.

rotatividade no cargo de presidente

SÃO PAULO QUER AUMENTAR SUA PRODUÇÃO DE TRIGO Maior mercado consumidor de farinha de trigo do Brasil, o Estado de São Paulo pretende aumentar a produção do cereal. Os moinhos paulistas fecharam 2016 com uma produção de 1,8 milhão de toneladas de farinha de trigo, um aumento de 1,5% em relação a 2015. São Paulo representa 21% dos 8,225 milhões de toneladas produzidas no Brasil em 2016. “De 2012 a 2016 houve um aumento de 170% da produção de trigo em São Paulo. Uns anos atrás, a produção era de 80 a 100 mil toneladas e em 2016 atingimos 240 mil toneladas. Tudo isso com pouco aumento de área plantada, o que significa incremento da produtividade”, afirma o presidente do Sindustrigo – Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo, Christian Saigh, creditando esse crescimento à reativação, há três anos, da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, que reúne todos os elos da cadeia produtiva para discutir melhorias ao setor.

Pequeno produtor, aposte na gestão do seu negócio FÁBIO GIRARDI, DIRETOR DO SEGMENTO DE AGROINDÚSTRIA DA TOTVS

No atual cenário econômico do atividades e checar se estão ocorBrasil, os pequenos produtores ru- rendo de acordo com o esperado. rais, na busca por maior lucratividade Vale ressaltar que, quanto menor o dos negócios, precisam focar a sua período comparado, maiores são as atenção nas possibilidades de ganho chances de garantir que o que foi de eficiência para a sua produção. planejado seja cumprido. O ideal é Há um reaquecimento do setor no estabelecer ciclos de curtos períopaís, porém, temos que considerar dos (mensais, quinzenais, semanais que, do ponto de vista operacional, ou mesmo diários – dependendo as máquinas já estão no limite da sua da atividade, sim, isso é necessário), produtividade e, pelo menos em um para verificar quaisquer desvios e curto prazo, também não será viável tomar ações corretivas antes que teaumentar a área das fazendas. A al- nham grande impacto na produção. ternativa para solucionar essa equa- Isso garante a saúde financeira do ção é fazer o melhor com os recursos negócio e só é possível com o apoio de um software de gestão especialique já estão disponíveis. Para esse raciocínio ser aplicado, zado no agronegócio. Também é preciso verificar a o pequeno produtor tem que garantir um nível mínimo de gestão aos seus eficiência do plantio, isto é, se ele negócios e isso implica na adoção de ocorre no ritmo planejado, e fazer sistemas que suportem a sua fazen- um controle fitossanitário rigoroso. da. O primeiro passo dessa jornada Hoje, as tecnologias móveis permié assegurar a demonstração de indi- tem levantamentos com maior qualicadores e números da operação, por dade e prontidão sobre a infestação. meio de uma ferramenta de plane- Diretamente do campo, o funcionájamento. Com ela, será possível de- rio usa tablets ou smartphones para senhar um cenário e enxergar todos enviar fotos das pragas e doenças os detalhes, como os custos espe- da lavoura e informações sobre os rados, a forma e o sequenciamento pontos atingidos. O sistema, autodas atividades. É como ter uma foto- maticamente, calcula a área afetada grafia do que seria o andamento da e indica o tipo e a quantidade de inprodução, do plantio, passando pela sumo que precisa ser aplicado. Isso aplicação de insumos defensivos, o garante o uso de defensivos somenacompanhamento fitossanitário, os te quando é necessário e melhora a preparativos para a colheita, a arma- eficiência da defesa da lavoura, rezenagem e o transporte. Com base o duzindo as perdas ao final do ciclo. 15 Congresso Contar nisso, pode-se prever um calendárioBrasileiro do com ferramentas de acompade uma das piores crises da história do Brasil, nhamentoDiante climático também podem e um cronograma, proporcionandoAgronegócio o agronegócio assume o papel de principal protagonista no suporte econômico do País. Para debater ae outras diferença para sucesquestões do ponto de vista o do inteuma visão operacional e de fluxo de fazer todaessa resse nacional e as projeções para o futuro como as políticas públicas, as estratégias para o crescimento so de uma safra, principalmente em caixa muito mais assertiva. e a liderança do agronegócio brasileiro o 15º CBA irá reunir autoridades, economistas, estudiosos e espepodem terevenchuva Depois dessa etapa, é muito im- áreas grandes, cialistas. Nãoque perca o maior e mais importante to do agronegócio brasileiro. portante fazer o monitoramento das em lugares isolados da fazenda.

liderança e protagonismo

Realização

08 de agosto

2016

Após a colheita, a fazenda tem que encaminhar a produção para um local de armazenagem e, para isso, já tem que ter contratado empresas de transporte. Essa fase normalmente é feita manualmente, em planilhas de Excel, o que gera uma grande dificuldade para o agricultor, que tem que lidar com contratos e regras diferentes para cada prestador de serviços. Para isso, é essencial contar com uma tecnologia que apoie o gerenciamento dessas atividades, registrando dados de pesagem automaticamente. Tudo isso, facilita o controle sobre os pagamentos devidos a cada empresa. Além de organização, o sistema assegura a confiabilidade dos dados e permite o cruzamento das medições com as informadas pelas transportadoras. Os pequenos produtores rurais que conseguirem dar esse passo são aqueles que compreendem os benefícios da gestão automatizada para a sustentabilidade da empresa, principalmente em um momento de retomada econômica para a Agroindústria. Porém, não basta apenas ter softwares. Também é preciso incentivar o fator humano, para que as pessoas tenham um olhar orientado à gestão do negócio, apoiando a adoção das tecnologias e iniciando um novo aculturamento dentro das fazendas.

Observatório do Cooperativismo

AGROCOOP/ COOPERATIVISMO NO AGRONEGÓCIO É PARTE INTEGRANTE REVISTAWTC MUNDOCOOP - CONTEÚDO EDITORIAL FORNECIDO POR NOSSOS PARCEIROS HotelDA Sheraton São Paulo www.abag.com.br

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COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICOE ATIVIDADES AFINS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

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MARKETING

O desafio

do varejo

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varejo possui um modelo de gestão peculiar, pautado nas necessidades de consumo, com dinâmicas e velocidades próprias. O entendimento das dinâmicas específicas do setor é a principal dificuldade de acessar o varejo. Essas afirmações de de Patricia Cotti – diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e diretora de conteúdo da Academia de Varejo – estendem-se às cooperativas de artesãos, com recomendações: “aqueles que não estão relacionados a este mundo, por melhores gestores que sejam, tendem a sentir dificuldade diante da velocidade de informações, respostas e conclusões. O comportamento do consumidor também é algo que muda a cada dia, e entender este movimento e suas nuances é chave para o sucesso”.

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Para Cotti, as cooperativas contam com um aspecto muito importante advindo do seu conceito de origem e história. “O senso de comunidade, a participação dos pares e a origem artesanal são conceitos que a maioria das indústrias e varejos tenta trazer para os seus produtos na tentativa de gerar apelo junto ao consumidor e posicionamento diferenciado. E isto é algo bastante valorizado pelo consumidor da geração Millenial. Esta é a essência deste modelo de negócios, que, se bem trabalhado, pode gerar excelentes frutos”, cita Patrícia Cotti, ao falar sobre os diferenciais dos artesãos vinculados ao movimento cooperativista. Logística, perdas, processos internos, previsão de demanda e gestão das compras, são conhecimentos fundamentais para todos que querem colocar seus produtos no varejo e somam-se a impactos financeiros, fluxo de pagamentos, margens e imposto, é

lembrada pela diretora de conteúdo da Academia de Varejo. Ou seja, “em qualquer cooperativa, governança é sempre fundamental dada a dinâmica de interesses, por vezes conflitantes. Especificamente com relação a questões ligadas ao varejo, o estabelecimento das cadeias sustentáveis em longo prazo, sem que haja grandes rompimentos e com negociações continuas, é algo a ser considerado para que haja a garantia do ganho em escala, bem como a otimização e a redução dos custos a que o modelo de cooperativa se propõe”, resume Cotti. As cooperativas, para ela, devem ser vistas e entendidas como parte da cadeia e não como um movimento isolado dos demais elos sob pena de perder sua eficiência e eficácia. “Questões como entendimento do mercado, das demandas, indicadores econômicos, influências em custos e preços, riscos futuros e ameaças devem ser, também, debatidas e compartilhadas”, recomenda, listando volu-

me, escala, entendimento do comportamento do consumidor, linguagem de venda e marketing e aceleradores das decisões de compra, com a profissionalização da gestão, entre os benefícios que venda no varejo traz para essas cooperativas e os seus cooperados. INTERMEDIAÇÃO: POSSIBILIDADE

nados e exposição de produtos requerem estudo e prática. O Ponto Solidário, criado em 2002 como um espaço de venda e divulgação de artesanato tradicional brasileiro, é uma dessas alternativas. “Na época, existiam muitos grupos de artesanato na cidade de São Paulo, mas que não tinham onde comercializar seus produtos, e o Ponto Solidário surgiu como um ponto que reunia produtos destes empreendimentos solidários. Ao longo do tempo, o Ponto Solidário começou a trabalhar também com artesanato tradicional e solidário de todo o país, e também com artesanato indígena”, rememora Maíra Martins Lira, conselheira de comunicação e comunicóloga da empresa, informando que desde o início já foram intermedia-

PATRICIA COTTI, DIRETORA VOGAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE EXECUTIVOS DE VAREJO E MERCADO DE CONSUMO (IBEVAR)

Independentemente de entrar diretamente ou contar com algum tipo de intermediação, às vezes, “é preciso assumir que a ajuda é necessária e contar com o auxílio de especialistas mesmo que, para isso, tenha que haver uma intermediação”, comenta Cotti, uma vez que as dinâmicas do varejo são muito diversas e assuntos como perdas, mix de produtos, comportamento do consumidor, COOPERATIVAS DE gerenciamento das caARTESÃOS: ORIGINALIDADE, tegorias, planogramas, ACABAMENTO CAPRICHADO fluxos de loja, comuE UMA BOA HISTÓRIA nicação, preços escalo-

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MARKETING

das mais de 100 entidades (cooperativas, ONGs e associações). Vale destacar que o Ponto Solidário trabalha apenas com produtos cujo principal diferencial tenha sido feito à mão, com matéria-prima que não cause danos ao meio ambiente e que valorize a cultura artesanal tradicional brasileira. Além de comercializar os produtos, a empresa divulga as cooperativas, que, garante Lira, “são valorizadas pelos seus trabalhos, o que implica vendas em nossa loja e, consequentemente, novos pedidos para a cooperativa. COMUNICAÇÃO: DIFICULDADE

“Atualmente, trabalhamos com pelo menos 15 grupos estruturados como cooperativa”, comemora Maíra Lira, listando o manter contato com as cooperativas como a maior dificuldade, em todas as experiências. “Muitas vezes, a pessoa responsável por manter o contato conosco sai da cooperativa ou muda de endereço de e-mail, e com isso perdemos a comunicação com todo o grupo. Outro ponto é que muitas cooperativas não têm acesso frequente à internet ou telefone, o que implica tempo prolongado para termos retorno sobre pedidos”, diagnostica. O caminho sinalizado pela gestora do Ponto Solidário passa pela necessidade de as cooperativas “mantenham uma organização interna dos pedidos, pagamentos e prazos de entrega. Além disso, ao vender produtos para varejo, é preciso avaliar se são necessários ajustes nos preços das mercadorias: o valor que a cooperativa vende para o consumidor final pode ser muito alto quando vai para o varejo de terceiros, onde são acrescentadas margens de lucro (ou pelo menos que cobrem os custos de manter uma loja). Por fim, o acondicionamento das peças para transporte é muito importante para evitar quebras durante o ca-

minho e, portanto, prejuízo”. E Lira alerta: seja um produto alimentício, decorativo ou utilitário, os que mais fazem sucesso carregam três características: originalidade, acabamento caprichado e uma boa história. “A originalidade e o acabamento fisgam a atenção do consumidor, que muitas vezes está habituado com produtos industrializados padronizados. Mas, o diferencial mais importante é a

origem do produto: como nasceu a cooperativa, quem participa, qual a matéria prima utilizada, qual a técnica e quais os benefícios que a compra daquele produto gera para os cooperados”. Desse modo, como frisa Maíra Lira, “se a elaboração de uma etiqueta não for possível para a cooperativa, vale a pena conversar com o varejista que irá revender os produtos, que poderá recontar a história aos seus clientes”.

Gente de Fibra: um caso de sucesso Peças decorativas e utilitárias, com design moderno e uso consciente e sustentável de materiais, como artesanato em papel machê reciclado com pin­ tura e/ou cordas, compreendendo peças como pratos redondos ou quadra­ dos, fruteiras curvas, orgânicas, quadradas e triangulares, bowls, arcas, barcas e gamelas com pintura, suplás e bandejas, placas para parede, molduras para espelho, porta-retratos, castiçais e luminárias, são o objetivo e os produtos elaborados pela cooperativa Mariense de Artesanato – Gente de Fibra, de Maria da Fé (MG), criada em 1998. “Para nós, preservar o patrimônio ecológico implica reaproveitar, reu­ tilizar, além de não destruir, num ato de solidariedade com o nosso meio e conosco. Nossa proposta é tratar a reciclagem de maneira criativa e geradora de alternativas para a realidade em que vivemos”, informa Érica Campos, ad­ ministradora e responsável pela parte comercial e financeiro da cooperativa. Todas as peças são produzidas por artesãos cooperados e comercializadas em uma loja de varejo, onde são atendidos diretamente os clientes finais. Nessa instalação, “procuramos sempre praticar preços que não sejam abusivos e equiparados aos dos lojistas que são nossos parceiros. Fazemos pesquisas mensais na internet em busca de novos clientes, afim de conseguir colocar nossos produtos em lojas de design e decoração”, lembra Érica Campos. Fundamente na experiência desses quase 20 anos de atividade da Gente de Fibra e na história da cooperativa – gerada paralelamente ao Projeto de Desenvolvimento do Turismo Rural em Maria da Fé, resultado de parceria entre a Prefeitura Municipal e o Sebrae-MG, com a meta de desenvolver um artesanato que tivesse identidade local – Campos recomenda, às cooperativas de artesanato que desejam chegar ao varejo, a criação de laços estreitos com parceiros lojistas para que possam lhes representar da me­ lhor maneira possível, “praticando sempre preços diferenciados para atacado e bus­ cando sempre novos mercados e parceiros através de pesquisas de mercado e também partici­ pação em feiras e eventos voltados tanto para atacado quando varejo”.

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O canal de informações do cooperativismo

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SUSTENTACAO A SUSTENTABILIDADE NO COOPERATIVISMO

BOAS PRÁTICAS EM SUSTENTABILIDADE REDUZEM INCÊNDIOS EM ÁREA CULTIVÁVEL

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projeto Gestão Preventiva de Incêndios, desenvolvido pela área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) do Polo Ribeirão Preto da Biosev, na safra 2015/2016 e premiado em 2016 pelo Benchmarking Brasil, apresenta como principal resultado a própria redução dos incêndios agrícolas na região em lavouras de cana de açúcar, atendendo, assim, a motivação inicial. De acordo com a supervisora de SSMA da Biosev, Carina Spíndola, o programa reduziu em 78% a área cultivável atingida por incêndios e, em 99%, a incidência em áreas de preservação permanente (APP), gerando economia de R$ 2,8 milhões no Polo Ribeirão. Desenvolvido em 10 regiões no interior de São Paulo, totalizando influência em 29 municípios, o projeto envolveu mapeamento das propriedades agrícolas, estruturação de avaliação de riscos com aplicação de check list por proprie-

dade, definição da criticidade quanto ao risco de incêndio e desenvolvimento de campanhas educativas. O projeto contou com a participação de 15 pessoas das áreas Agrícola (Controle Agrícola, Desenvolvimento Agronômico e Geoprocessamento) e Ambiental da unidade Santa Elisa, localizada no município de Sertãozinho (SP). Além disso, a Biosev buscou parcerias estratégicas com instituições como a Única (União da Indústria de Cana de Açúcar) e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), prefeituras e secretarias municipais, entre outros. DETALHAMENTO

Mesmo sendo colhida crua por máquinas e deixando de ser queimada, as plantações de cana têm nos incêndios pontos de atenção, com prejuízos no campo e nas cidades, para o produtor e também para o meio ambiente. A origem está na palha crua que fica no campo, após a colheita, e que, quando incendiada, além do prejuízo ambiental, afeta a atividade biológica do solo, causando

perda de matéria prima e prejudica a próxima safra. Além disso, os incêndios não atingem apenas os canaviais, mas também matas e reservas ambientais. Nos meses mais críticos do ano, quando a umidade relativa chega a 22% e os ventos, 13Km/h, a probabilidade de ocorrência de incêndio em canavial com propagação em área de preservação permanente é alta. As ações partiram do efetivo controle das fontes de risco, conhecendo como os focos de incêndios ocorrem, quando e onde eles acontecem. As informações para o desenvolvimento do projeto foram organizadas através de um registro individual da ocorrência de incêndios, que forneceu as estatísticas necessárias para a gestão preventiva. Nesse sentido, os dados mais frequentes de pesquisa são: causa, época, local e a extensão da área queimada. Após a observação dos dados estatísticos, foi estabelecida uma meta de redução/eliminação em 100% das áreas de preservação permanente atingidas por incêndios.

Entrevista

SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA: QUESTÕES ATUAIS E FUTURAS

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Desenvolvimento Sustentável é um caminho sem volta e, por isso, “é preciso que as empresas, universidades, governos e ONGs, insiram este tema em suas estratégias de atuação, nas suas missões e, principalmente, no seu dia a dia”. Esse alerta é de Marcus Nakagawa, sócio-diretor da iSeto, professor da graduação e pós da ESPM, consultor e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida, que, em 2011, idealizou a Associação Brasileira de Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps), respondendo pela Direção administrativa da instituição. Como explica Nakagawa, os objetivos da Abraps compreendem promover o desenvolvimento sustentável e representar formalmente os profissionais de sustentabilidade na defesa de seus interesses, tornando a atividade legítima e reconhecida pela sociedade, além de articular e mobilizar os profissionais dedicados ao assunto, compartilhar, fomentar e construir conhecimento, ciente de que a implementação e a ativação dos programas nas empresas e organizações sempre serão de responsabilidade de todos da organização. Nesta conversa com a MundoCoop, Nakagawa fala sobre sustentabilidade corporativa, a situação das empresas brasileiras nesse campo e a contribuição que pode ser dada inclusive pelas cooperativas. Boa leitura! Como vem evoluindo a sustentabilidade corporativa?

A sustentabilidade corporativa está cada vez mais aumentando nas grandes empresas, pois, o mercado, os acionistas e a pressão das ONGs vêm aumentando juntamente com as mídias sociais que estão ajudando a melhorar ou piorar a imagem delas. Ainda nesse cenário, as grandes empresas estão ajudando a fortalecer o tema exigindo o mínimo em relação a questões ambientais, sociais e atualmente questões éticas das pequenas e médias empresas que atuam como suas fornecedoras. Como formar e gerir profissionais para mediação entre empresas e comunidades? Quais as características e as competências essenciais a esses profissionais?

Existem metodologias, cursos e formas para este tipo de mediação. Mas o principal é ter o bom senso, a interpessoalidade, entender o problema do outro e ter um foco em comum. Estamos andando muito a caminho da individualidade e as pessoas não entendem que não é possível serem totalmente individualistas e ainda assim conseguirem viver em socie-

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dade. Ter resiliência, entender o problema do outro como o seu, buscar um foco em comum para o desenvolvimento sustentável são as características e competências deste profissional, obviamente, além de todo conhecimento técnico sobre o tema para uma gestão empresarial, numa ONG, num negócio de impacto social ou na universidade. Quais as questões atuais a serem consideradas pelas corporações quando se fala em sustentabilidade corporativa?

As questões atuais estão ligadas a incorporar a sustentabilidade na estratégia de negócios, colocar o tema nos fóruns dos vice-presidentes, presidentes e diretorias das empresas. O tema tem de estar em todos os departamentos, no produto, no serviço da empresa, nos processos produtivos e no dia a dia de todos os funcionários, começando principalmente pela cultura e ética da empresa. E para o futuro, como se preparar para as questões futuras? Quais são elas?

Pensando principalmente qual o impacto social e ambiental da empresa e quais são as suas necessidades em um mundo no qual os recursos são finitos e as pessoas cada vez mais precisam ser inclusas e participativas, com suas necessidades básicas garantidas. Pessoas que entendam as necessidades das outras para construir um efetivo desenvolvimento sustentável. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são uma ótima base para as empresas trabalharem em comum, pois estão todos os tópicos que precisamos melhorar como humanidade. Dicas para as empresas/cooperativas implementarem os processos

Primeiro definam muito bem a missão e por que trabalharão juntos. A liga que une as pessoas é muito difícil de ser definida e precisa ficar clara para todos. Quando se tem uma missão clara e o que cada um individualmente ganhará, será mais fácil. Segundo entendam as competências e necessidades de cada um. Para os processos funcionarem temos que entender o outro e como podemos trabalhar melhor em conjunto. Quais são as competências, quais são as não competências, quais são as dificuldades, quais são os sonhos individuais, quais são as facilidades, enfim, tentar mapear todos estes pontos para que as “engrenagens” do processo não fiquem “patinando” e futuramente quebrem. E, por último, terem muito claro o objetivo a curto e longo prazo que o grupo quer chegar.

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Programa ABC

ESTUDO APONTA NECESSIDADE DE REAVALIAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS Estudo sobre as causas do baixo uso pelos agricultores de crédito no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) realizado para o Observatório ABC pelo engenheiro agrônomo e doutor em economia aplicada Alexandre Mendonça de Barros, diretor-sócio da MB Agro, constatou que não há restrição de oferta, mas sim de demanda por parte dos produtores nas áreas consideradas prioritárias pelo Programa no Norte e Nordeste (Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins). A falta de demanda resulta do risco embutido na recuperação de áreas degradadas, o que desmotiva o produtor a procurar o crédito rural. Entre as principais conclusões do estudo está o fato de que as áreas selecionadas como prioritárias pelo Programa são aquelas com maior risco climático, têm alto risco econômico e não são cobertas pelas principais rotas logísticas de exportação do Brasil. Além disso, dificilmente propiciam sistemas de integração entre lavoura e pecuária ou produção de madeira. As taxas de juros e o preço do boi na região são outros pontos que impactam no Programa ABC, de acordo com Mendonça de Barros.

momento cooperar

AÇÃO RENOVE DA CARGILL RECICLA 6 MIL LITROS DE ÓLEO VEGETAL

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om planos de implementar a coleta de óleo de soja no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Salvador, a rede KFC e a Cargill comemoram a reciclagem de 6 mil litros de óleo vegetal usado em cinco restaurantes da rede, desde junho de 2016, quando a rede de restaurante aderiu ao programa Ação Renove o Meio Ambiente. A iniciativa tornou possível a prevenção de 150 bilhões de litros de água que poderiam ser poluídos por esse resíduo. Desde sua implantação, em 2010, a Ação Renove já arrecadou mais de 1,5 milhões de litros de óleo residual, quantidade suficiente para poluir até 37,5 bilhões litros de água potável, o que representa o volume de água necessário para abastecer as necessidades básicas da população da cidade de São Paulo, com 11.967.825 pessoas por 28 dias. Esse cálculo é feito com base em informação da Organização das Nações Unidas, que estima que cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene).

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Aneurisma

cerebral ATINGE 2% DA POPULAÇÃO MUNDIAL

Os pilares da educação financeira

No início de junho, o Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre conquistou certificação LEED® for Commercial Interiors v3, nível Gold e atualização do certificado ISO 14001. Localizada em São Paulo (SP), a sede do Grupo, desde a inauguração, realizada em 2016, já contava com a LEED-CI (Leadership in Energy and Enviromental Design) para os andares da sua operação, onde estão alocados 2 mil colaboradores. O prédio conta com sistema para tratamento e reutilização de água e sua arquitetura moderna permite a economia de energia, por meio de luminárias de alta eficiência, por exemplo. Os vidros espelhados, que compõem todo o edifício, também evitam a entrada de calor, reduzindo o consumo do ar condicionado e valorizando a construção.

DOAÇÃO DO CASE MULTIAÇÃO

O Parque das Águas, em Sorocaba (SP), ganhou coletor de resíduos para descarte, doado pelo Case Multiação, programa de ações de sustentabilidade das marcas Case IH e Case Construction Equipment, da CNH Industrial. A doação do coletor, com saquinhos plásticos e placa de orientação, resulta de parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do município.

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Artigo de Fernando Fagundes, CEO da UNICRED do Brasil

e mais

+ Saúde

ALUMÍNIO: PEDIDO DE CRIAÇÃO DE FÓRUM FOI LEVADO AO G20

+ turismo

+ Sociedade + Culinária + Bem Estar

A

s associações internacionais que representam o alumínio nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil e no Canadá, somando mais de 40% da produção e do consumo mundial de alumínio, enviaram à cúpula do G20, realizado na Alemanha no início de julho, documento solicitando Fórum Global sobre o excesso de capacidade do metal, a exemplo do que o setor siderúrgico pleiteou no ano passado.

EDIÇÃO

O cooperativista no seu dia a dia

GRUPO SEGURADOR BANCO DO BRASIL E MAPFRE CONQUISTA CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

Coletor de dejetos



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CONFIRA: 3 formas de aprender e exercitar a memória MUNDOCOOP

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FINANÇAS PESSOAIS

SAÚDE E BEM-ESTAR

Os pilares da educação financeira

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Artigo de Fernando Fagundes, CEO da UNICRED do Brasil

om a economia instável e o País passando por um momento financeiro delicado, muitas pessoas acabam não conseguindo honrar suas dívidas e entram para o cadastro de maus pagadores. No entanto, uma ferramenta que ajuda o cidadão a não entrar nesse buraco ou a sair dele é a educação financeira, que, nada mais é do que saber administrar suas finanças. A tarefa não é fácil, mas com esforço e foco é possível passar de ano nessa matéria. É preciso ter discernimento para ganhar, gastar, poupar e investir o dinheiro da melhor forma possível. É saber como agir e o que fazer com o dinheiro. Essa matéria deve ser aprendida desde a infância, assim as crianças de hoje já crescem com a responsabilidade financeira na cabeça, e, amanhã, se tornam adultos mais financeiramente educados, ou seja, sabendo utilizar melhor seus recursos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas e inadimplentes cresceu na passagem de janeiro para fevereiro. O número de famílias com dívidas passou de 55,6 em janeiro para 56,2% em fevereiro. O estudo mostra que também aumentou o percentual de famílias que não conseguirão pagar suas dívidas: saltou de 9,3% para 9,8% no mesmo período.

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Um dos principais instrumentos para uma educação financeira eficaz é o planejamento. Por meio dele é possível definir objetivos, prioridade e fixar metas de curto, médio e longo prazos, adequando seu padrão de vida e limitando gastos à

renda familiar. Claro que exige disciplina, desapego e desprendimento, pois muitas vezes é necessário cortar os passeios de fim de semana, a viagem de férias, a roupa nova enfim, mas o resultado vale a pena. Alguns pilares permeiam o sucesso da educação financeira: identificar os gastos mensais, fixos e variáveis; não gastar mais do que recebe; identificar e banir gastos desnecessários; e não assumir dívidas que não conseguirá pagar. Outro destaque é a confecção de uma planilha, ela ajuda na hora de comparar a receita e a despesa, mês a mês. Com isso, é possível ter noção de como está o andamento das finanças, se está conseguindo equilibrar as contas e sair do vermelho. O

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endividamento traz consequências como perda de emprego; venda de bens; falta de dinheiro para necessidades básicas; crédito a juros altos, no caso de bancos, entre outras. É sempre importante lembrar que nas cooperativas de crédito as taxas de empréstimo, financiamento, cartão de crédito e outros produtos é bem inferior ao sistema financeiro tradicional, ou seja, uma opção mais acessível para quem quer resolver pendências financeiras. O objetivo de uma cooperativa de crédito é defender a economia individual dos seus sócios, que são os verdadeiros donos da cooperativa. Justamente por não visar lucro, as cooperativas conseguem oferecer produtos e serviços com taxas diferenciadas. Depois que sanar as dívidas, é importante pensar em uma reserva financeira. Com o orçamento equilibrado, é hora de poupar. O ideal é destinar 10% de sua renda para algum ripo de aplicação como: rdc, renda fixa, CDBs, previdência privada ou renda variável, para que, havendo necessidade, tenha de onde prover recursos.

Aneurisma cerebral é silencioso e atinge 2% da população mundial

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eralmente congênito, o aneurisma cerebral pode permanecer silencioso e se formar lentamente ao longo dos anos, aumentando e deixando a parede da artéria cada vez mais fina. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a incidência é de 2% na população mundial. “Embora os tratamentos sejam muito eficazes, os riscos são grandes. Aproximadamente, 50% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias do rompimento do aneurisma ou, o que é pior, antes mesmo de dar entrada em algum serviço de pronto atendimento”, explica o neurocirurgião Dr. Luiz Daniel Cetl, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e especialista em aneurisma cerebral pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). Estatísticas apontam que um aneurisma cerebral apresenta em média 1% a 2% de risco de ruptura ao ano. O problema é que a rotura de um aneurisma, apesar de incomum, é um evento dramático. Cerca de 15% dos pacientes morrem antes de conseguirem chegar ao hospital; 50% com aneurisma roto morrem dentro do primeiro mês da ruptura; aproximadamente, 30% dos pacientes com ruptura de aneurisma têm déficits de moderados a severos e, estima-se que, entre 8 a 20%, são dependentes de auxílio para atividades diárias. E vale destacar ainda que em torno de 65% dos pacientes com aneurisma roto que puderam ter os aneurismas tratados com sucesso não retornam ao mesmo nível de qualidade de vida de antes do sangramento. Embora não se possa antever um aneurisma cerebral, algumas mudanças de comportamento ajudam na prevenção, como praticar atividade física com frequência, ter uma boa alimentação, eliminar o tabagismo e, pelo menos, reduzir o etilismo, além de manter as doenças crônicas controladas, como a hipertensão, o diabetes, o colesterol, entre outras. De acordo com Cetl, quanto maior a conscientização da população leiga, melhores serão as ações de prevenção, o diagnóstico e o tratamento.

O QUE É UM ANEURISMA CEREBRAL?

Aneurisma cerebral é uma dilatação de uma porção de um vaso cerebral, em geral causado por uma falha na camada muscular das artérias. Essa falha, em geral, é congênita, embora o aneurisma leve anos para se desenvolver a partir disso. Muito raramente, lesões infecciosas e traumáticas podem levar a situações semelhantes, mas, em alguns casos, isso possa ser considerado pesudoaneurismas. QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

O aneurisma cerebral é assintomático antes de romper. Exceções, e de forma muito rara, são os casos de aneurismas gigantes, que podem comprimir estruturas cerebrais e, aí sim, ser sintomático. Por ser assintomática, a doença costuma ser identificada acidentalmente, quando são realizados exames para outras queixas do paciente e, a partir desta identificação, é possível determinar o procedimento e o tratamento adequados. QUAIS EXAMES PODEM DETECTAR UM ANEURISMA CEREBRAL?

Está sendo estudada a criação de rotinas de diagnóstico, mas que ainda não evoluíram devido à complexidade de identificação em exames mais comuns de imagem. No entanto, a angioressonância pode ser uma das indicações para a identificação da doença, embora não detecte 100% dos casos. A melhor alternativa para o tratamento ainda é a angiografia, uma técnica mais invasiva e de difícil introdução nos procedimentos de rotina, que deve ser realizada em sala equipada com um aparelho de raio X. QUAL É O TRATAMENTO?

Quando o aneurisma é diagnosticado a tempo, é indicada a sua monitoração, lembrando que aneurisma diagnosticado é aneurisma tratado. Detectado antes do rompimento, ou mesmo em casos de urgência/emergência, os procedimentos indicados são: endovascular (embolização) ou microcirurgia (cirurgia aberta com auxílio de microscópio cirúrgico). O objetivo de todo tratamento é excluir o aneurisma da circulação sanguínea, evitando-se assim a ruptura e o sangramento, que pode ser fatal em 25% dos casos.

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COMPORTAMENTO

TURISMO

CULINÁRIA

3 formas de aprender e exercitar a memória ara muita gente, aprender uma matéria da escola ou faculdade pode ser bastante difícil. Segundo Victor Ribeiro, especialista em aprendizagem e criador do curso Memorização Avançada, esse sentimento de dificuldade pode ser vencido. “Se você sabe falar português, significa que você aprendeu o idioma, então você é um bom aprendiz”, incentiva o especialista. Para ele, aprender significa segurar na mente, ou seja, ter acesso a uma informação e criar um significado a partir dela. “Ler e assistir a uma aula não é aprender. Você pode ler mil páginas e não aprender nada do que está escrito nela”, conta Victor, que destaca como podemos compreender melhor a forma como aprendemos as coisas. “Existem, essencialmente, três maneiras de aprender, e nós praticamos todas elas desde que nascemos”, explica. REPETIÇÃO ATIVA A primeira forma de aprender é por meio da repetição ativa. “Quando você consegue, por meio da repetição ativa, obter um input de informação, seu cérebro começa a absorver o que você está lendo”, explica, reforçando que é preciso que a repetição seja ativa, ou seja, sem simplesmente ler o que está escrito em voz alta, semelhante a uma criança cantando canções infantis. “Elas repetem e erram, e tentam repetir de novo muitas vezes, até acertarem”, completa.

OBSERVAR E CRIAR UMA RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO A segunda forma de aprender é por meio de uma representação mental que fazemos ao receber informações. “Diferente das crianças muito pequenas, que precisam visualizar aquilo que aprendem nós adultos conseguimos fazer representações mentais das informações”, explica. Vitor ressalta que o processo de memorização de algo desta forma ocorre em três etapas: pergunta, teste e celebração. Para Victor, é realizada uma pergunta com base nos novos estímulos, que nos levam a criar uma hipótese, que gera uma pergunta. “É isso que acontece quando você lê informações no livro, processa mentalmente aquilo que leu, e faz um exercício com uma pergunta”, explica. Por fim, Victor ressalta que uma rápida celebração é importante no processo de aprendizagem. “É muito importante reconhecer a vitória de um novo aprendizado”.

ASSOCIAR O NOVO APRENDIZADO COM ALGO CONHECIDO Criar associação de uma informação nova a algo que a gente conhece é uma das melhores formas de reter um novo conhecimento na mente e memorizálo. Victor Ribeiro explica que a associação é muito utilizada quando se utiliza uma metáfora para compreender algo novo. “Se você precisa entender o que é uma autarquia, por exemplo, pode fazer comparação com o departamento de uma empresa, caso você não tenha compreensão do funcionamento do serviço público e trabalhe em uma empresa privada”, explica o especialista, que recorda pequenas histórias ou contos que os professores utilizam para explicar uma matéria.

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ROSCA DE COCO

OESTE CATARINENSE CONSOLIDA TURISMO RURAL

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esfrutar de paz e tranquilidade, apreciar paisagem exuberante e se alimentar de forma saudável são alguns dos atrativos oferecidos pela Rota de Turismo Rural no oeste catarinense. O Sebrae/SC é parceiro de algumas iniciativas por meio do Programa de Desenvolvimento Econômico e Territorial (DET), que possibilitou aproveitar as potencialidades naturais para oferecer novas opções de lazer e promover o desenvolvimento local e regional. O DET com foco para a área de turismo rural estimula os produtores a investir em qualidade nos produtos e serviços, o que gera desenvolvimento, atrai pessoas e promove a valorização das famílias rurais e agroindustriais. Um dos grandes potenciais turísticos da região é o Vale das Águas, composto por 26 municípios. Um dos destaques é a cachoeira Salto Saudades, em Quilombo, formada por várias quedas d’água no Rio Chapecó. O local fica a cerca de 20 km do centro da cidade. A Rota Tu-

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rística Saberes e Sabores no Vale das Borboletas, em Seara, e a Rota de Caminhos da Conquista, de Abelardo Luz, também chamam a atenção pelo aconchego, tranquilidade, conforto e belezas naturais. PAPEL DO SEBRAE

Entre os destaques da região estão as Águas Termais, o Salto Saudades, a agricultura familiar. A meta é tornar Quilombo um dos municípios mais procurados na área de turismo no oeste de SC. Nesse contexto, o Sebrae/SC foi essencial para obter os expressivos resultados, contribuindo para dar viabilidade econômica tanto no turismo, quanto na produção de mel e outros segmentos como vinho. Lindomar Cosmann é proprietário do Eco Sítio Lindo, uma das cinco propriedades que integra a Rota Turística Saberes e Sabores no Vale das Borboletas, em Seara. Lá, os visitantes desfrutam de um dia em meio a tranquilidade e à beleza da propriedade e podem degustar frutas, geleias, sucos naturais, vinho orgânico, entre outros produtos oferecidos no café colonial.

INGREDIENTES MASSA • 02 ovos • ½ xícara de açúcar • 04 colheres de margarina • 5 ½ xícaras de farinha de trigo • 01 xícara de leite morno • 03 colheres de fermento • 02 gemas para pincelar MODO DE PREPARO Colocar todos os ingredientes amassar e passar na sovadeira. Depois, abrir um pouco com o rolo, colocar o recheio, enrolar e colocar em uma forma redonda com furo no meio. INGREDIENTES RECHEIO • 01 pacote de coco ralado • 01 xícara de água • ½ xícara de leite • 01 xícara de açúcar • 01 colher de maisena • 02 gemas MODO DE PREPARO Misture todos os ingredientes e coloque para ferver até o ponto de creme. Receita elaborada por Marli Weber, do Grupo da Linha Janguta-Município de Modelo (SC), classificada em segundo lugar entre as receitas doces no 4° concurso de receitas doces e salgadas com as farinhas Itaipu, Trial e Tribella, da Cooperativa Regional Itaipu (Cooperitaipu)

SAIBA MAIS

O DET visa a promover o desenvolvimento econômico e a transformação da realidade local. São beneficiados empreendedores individuais, empresas de pequeno porte, microempresas,, empresários e produtores rurais.

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Comprometimento e inclusão: o nosso cotidiano

LUIS CLÁUDIO GOUVEIA DA SILVA Diretor da MundoCoop

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ia C é o apelido do Dia de Cooperar, que também poderia ser dia de compartilhar, comemorar, conversar, contribuir, construir, comprometer-se. Em resumo, dia de levar a doutrina e os princípios cooperativistas à sociedade, indistintamente. Essa ação, coincidente com a comemoração do Dia Internacional do Cooperativismo, criado há 95 anos, mesmo sendo concentrada no primeiro domingo de julho, espalha-se por muitos meses, reúne crianças, jovens, adultos, maturidade, em atividades sociais, culturais, lúdicas, de saúde, educativas, de doação de sangue, arrecadação de alimentos, livros, roupas e materiais de limpeza, até prestação de serviços à comunidade, reforma e assistência a entidades filantrópicas. Enfim, é um movimento de estímulo ao voluntariado, realizado em praças, parques, escolas, teatros, cooperativas, hospitais, prontos-socorro, cinemas, etc. Edição a edição, esse evento criado em Minas Gerais, há nove anos, reúne pessoas em torno de um tema comum. Em resumo, é um dia reservado para fazer o bem ao próximo por meio de ações sociais diversificadas e simultâneas em todo o país, em torno de um tema central, que, neste ano, foi: Atitudes simples movem o mundo.

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E simplicidade é algo a ser buscado, desenvolvido, trabalhado, porque a simplicidade é efetiva, ética, verdadeira e perene. Da mesma forma que a inclusão, que foi o tema mundial do 95º Dia Internacional do Cooperativismo. É interessante e enriquecedor ver como a criatividade no bem contribui para materializar os sete princípios da doutrina cooperativista, praticados em todo o mundo. Aliás, ao próprio Dia C os princípios são aplicáveis, pois, da mesma forma que as cooperativas, a concretização das ações do Dia C envolvem adesão livre e voluntária; gestão democrática; participação econômica dos sócios (via doação do tempo, por exemplo); autonomia e independência; educação, formação e informação; cooperação entre cooperativas; e preocupação com a comunidade.

REFORMAR

paraCOMPETIR 07 de agosto de 2017

Sheraton WTC São Paulo Hotel

16oCongresso Brasileiro do

Agronegócio

Inscrições e Informações

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Entendemos que todo esse projeto tem um vínculo muito próximo com o projeto MundoCoop, uma plataforma independente de comunicação, relacionamento, promoção, focada em gestão nos seus aspectos mais amplos, como Marketing, Pessoas, Tecnologias e sustentabilidade, para cooperativas de todos os portes e ramos ou segmentos da economia. Mais do que apoiar o cooperativismo, seus valores e princípios, a plataforma de comunicação MundoCoop divulga, promove e investe na informação, na formação e na expansão do movimento cooperativista. Para nós, o Dia de Cooperar e de incluir é todo dia, assim como o é para todo aquele que está impregnado da cooperação e da simplicidade e age positivamente no meio em que está inserido.

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HLMAIS/COOP

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A Mapfre acredita no cooperativismo. E, pelo visto, estamos no caminho certo. O caminho para uma sociedade mais justa e com melhores oportunidades para todos passa pelo cooperativismo: um sistema que torna possível unir desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo. Com amplo portfólio de soluções desenvolvidas exclusivamente para as cooperativas, a Mapfre conhece e entende as reais necessidades desse setor.

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