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A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ...

A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ensino, a pesquisa e a extensão da Agrossilvicultura no Brasil The Contribution of the Universidade Federal de Viçosa to Agroforestry teaching, research and extension in Brazil Laércio Couto2, Rasmo Garcia3, Antonio Bartolomeu do Vale4, Antonio de Arruda Tsukamoto Filho5 e Rodrigo Silva do Vale6 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi apresentar uma síntese da atuação da Universidade Federal de Viçosa – UFV, por meio de seus departamentos, no desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão da agrossilvicultura no Brasil. Foi realizada uma ampla consulta nas bibliotecas central e setoriais da UFV, além de buscas nos Currículos Lattes de pesquisadores. Ao longo dos anos, a UFV consolidou sua posição de destaque na área, desenvolvendo várias teses de mestrado e doutorado, bem como publicando inúmeros artigos científicos em revistas e eventos nacionais e internacionais. O curso de Ciência Florestal foi o que mais contribuiu para produção de teses e trabalhos publicados nessa área, principalmente no exterior. Pode-se afirmar que, nos últimos anos, os avanços técnico, científico e tecnológico da agrossilvicultura no Brasil se devem, em muito, à contribuição da Universidade Federal de Viçosa. Palavras-chave: Sistema agroflorestal, pesquisa agroflorestal e agrossilvicultura.

ABSTRACT: This work aimed to present a brief report on the contribution of the Universidade Federal de Viçosa – UFV, by way of its departments, to the development of research, teaching and extension of Agroforestry in Brazil. Thus, an extensive bibliographic review was conducted at the Central Library and at the Departmental libraries, as well as an assessment of the Lattes Curriculum of the researchers involved. The UFV has consolidated its prominent position in this area by producing several Master’s (18) and Doctorate theses (13), as well as by publishing countless scientific articles in national and international journals and events. The Forest Science course has produced the largest number of Doctorate (6) and Master’s theses (13), and published the largest number of papers, mainly in foreign journals. It can be stated that the technical, scientific and technological progress of Agroforestry area in Brazil has been mainly due to the contribution of the UFV. Key words: Agroforestry systems, agroforestry research, agroforestry science.

Trabalho convidado. Prof. Associado do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa – UFV, 36570000 Viçosa-MG, . 3 Prof. Associado do Dep. de Zootecnia – UFV; 4 Prof. Associado do Dep. de Engenharia Florestal – UFV. 5 Prof. do Curso de Engenharia Florestal, Instituto de Ciências Agrárias - ICA, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA/Tapajós, Rua Vera Paz, Bairro Salé, 68035-110 Santarém-PA, ; 6 Eng.-Agrônomo, Diretor Técnico do Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN, . 1 2

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INTRODUÇÃO A Universidade Federal de Viçosa – UFV – teve sua origem na Escola Superior de Agricultura e Veterinária – ESAV, criada pelo Decreto no 6.053 de 30 de março de 1922 e inaugurada em 28 de agosto de 1926 pelo seu idealizador, Dr. Arthur da Silva Bernardes, na época Presidente da República. A primeira iniciativa voltada para a área florestal aconteceu em 1927, com a criação do Departamento de Silvicultura da ESAV. Esta, por sua vez, transformou-se em Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG – em 1948, visando o maior desenvolvimento da agricultura no Estado e no País. Em 5 de maio de 1960, com o apoio da FAO, foi criada a primeira escola de Engenharia Florestal do Brasil, a Escola Nacional de Florestas – ENF, sendo integrada à UREMG pelo acordo entre os Ministérios da Agricultura e Educação e Cultura. Posteriormente, em 14 de novembro de 1963, a ENF foi transferida para a Universidade Federal do Paraná – UFPR, deixando Viçosa, o berço da Engenharia Florestal no Brasil. O governo do Estado de Minas Gerais, juntamente com a UREMG, resolveu manter a unidade de ensino florestal de nível superior, e pelo Decreto no 7.419 de 21 de fevereiro de 1964 criou a Escola Superior de Florestas – ESF, iniciando imediatamente suas atividades e tendo como diretor o professor Dr. Arlindo de Paula Gonçalves. A UREMG passou a ser denominada UFV após a sua federalização em 15 de julho de 1969. Com as transformações administrativas foram criados os Centros, dentre eles o Centro de Ciências Agrárias – CCA, cuja estrutura administrativa foi a departamentalização. Assim, a ESF foi transformada em Departamento de Engenharia Florestal – DEF, que passou a oferecer o curso de Engenharia Florestal.

COUTO, L. et al.

A UFV vem, desde a sua origem, seguindo a trilogia Ensino-Pesquisa-Extensão como padrão de desenvolvimento técnico-científico e social, no qual foi inserido o desenvolvimento da Ciência Florestal. O DEF, procurando promover o seu desenvolvimento técnico-científico e social, criou em 1974 a Sociedade de Investigações Florestais – SIF, entidade destinada a realizar a integração Universidade x empresas e também para servir de suporte à criação do curso de pós-graduação em Ciência Florestal em nível de mestrado, em 1975, e posteriormente em nível de doutorado, em 1989. Em 1987, foi criada no DEF a disciplina agrossilvicultura, oferecida nos dois primeiros anos dentro do escopo de Problemas Especiais e oficialmente em 1989 em nível de pós-graduação, integrando com disciplinas de outros departamentos o desenvolvimento desta nova área do conhecimento. Desde então, a UFV, através do DEF, vem promovendo a formação de mestres e doutores nesta área. Em 1999, esta disciplina passou a ser oferecida em nível de graduação, atendendo à demanda de estudantes não só da Engenharia Florestal, como também de outros departamentos. Paralelamente ao ensino da disciplina agrossilvicultura, foi desenvolvido um intenso programa de pesquisa para geração de conhecimento técnico-científico e promoção de cursos de extensão, a fim de transferir informações aos produtores rurais e às empresas florestais. Diante da constatação da importância da UFV para o desenvolvimento dessa área de conhecimento no País, procurou-se realizar este trabalho com o objetivo de apresentar uma síntese da sua atuação, por meio de seus departamentos, principalmente o de Engenharia Florestal, no desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão da agrossilvicultura no Brasil.

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O levantamento das informações referentes aos trabalhos desenvolvidos na área de agrossilvicultura pela UFV foi realizado, utilizando-se a base de dados registrados nas suas bibliotecas central e setoriais, principalmente dos departamentos que desenvolvem atividades nesta área do conhecimento, além de consultas ao Currículo Lattes dos pesquisadores.

em outros órgãos de pesquisas públicas e privadas do País. Os pesquisadores têm procurado criar novas tecnologias que permitam oferecer alternativas para garantir a sustentabilidade do produtor rural e das empresas, além de promover programas de recuperação de áreas degradadas, bacias hidrográficas e desenvolvimento regional. Dentre as várias linhas de pesquisas adotadas, podem ser citadas: Estudos comparativos de viabilidade econômica dos sistemas agroflorestais em relação a outras alternativas de plantio em monocultivo; desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade para utilização dos sistemas agroflorestais; sistemas agroflorestais como alternativas na recomposição vegetal de áreas degradadas; estudos de fixação de carbono em sistemas agroflorestais; avaliação de sistemas agroflorestais para pequenos produtores rurais; e desenvolvimento de pesquisas com sistemas específicos, por exemplo os sistemas silvipastoris e o desenvolvimento de sistemas inteligentes na área de Agrossilvicultura.

Ensino

Extensão

O DEF/UFV oferece a disciplina agrossilvicultura para os graduandos do curso de Engenharia Florestal, Agronomia e Zootecnia, e para pós-graduandos de mestrado e doutorado da UFV, capacitando os profissionais a elaborarem projetos de pesquisa e programas de desenvolvimento, bem como para atuarem como professores e instrutores nesta área de conhecimento.

A difusão de tecnologia pela UFV se dá por meio de cursos de extensão e publicações, que são encaminhadas às bibliotecas universitárias e aos órgãos de extensão e pesquisas do País, estando disponíveis para consultas pelo público. Com o uso da informática e da Internet, a Biblioteca Central disponibiliza em seu site as teses e outras publicações mais recentes para consulta, facilitando a disseminação do conhecimento e da informação.

Pesquisa

Diversos departamentos da UFV, geralmente, promovem uma série de eventos, como cursos, seminários, congressos, palestras e reuniões, para divulgar as suas informações técnico-científicas desenvolvidas em cada área.

METODOLOGIA A UFV está localizada no município de Viçosa, região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, mas a sua área de atuação abrange todo o território nacional, com trabalhos desenvolvidos também no exterior. Ao longo de sua existência, a UFV sempre procurou se pautar na excelência das suas atividades de trabalho dentro da trilogia Ensino-PesquisaExtensão, o que a tornou referência no Brasil. Na área de agrossilvicultura, a Universidade é uma das pioneiras na realização de estudos científicos, tendo papel marcante no crescimento dessa ciência no Brasil.

O desenvolvimento da pesquisa na área de agrossilvicultura pelos professores e pesquisadores da UFV vem sendo realizado nas propriedades rurais, nas empresas florestais e

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Na UFV, além do DEF, são desenvolvidos trabalhos com sistemas agroflorestais nos Departamentos de Zootecnia, Fitotecnia, Solos e Economia Rural, o que mostra a abrangência e o compromisso da Universidade para com o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão da agrossilvicultura no Brasil. Pelo fato de se ter profissionais de diferentes áreas trabalhando com Agrossilvicultura, conseguese obter uma multidisciplinaridade das atividades, permitindo aumentar a confiabilidade e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

14 12

Total de Teses

A agrossilvicultura é uma modalidade de uso da terra que vem sendo praticada há muito tempo em diferentes regiões do mundo, mas que veio a se consolidar como ciência somente a partir da década de 1980, com a expansão das pesquisas nessa área. No Brasil, a UFV teve importância fundamental nesse processo, atuando desde 1982, quando os primeiros trabalhos foram realizados pelo DEF, em parceria com empresas associadas à SIF. A partir de então, muitas pesquisas foram desenvolvidas, gerando uma série de informações que permitiram demonstrar a viabilidade técnica, econômica e ambiental dos sistemas agroflorestais e, conseqüentemente, sua implantação em áreas de empresas privadas e em muitas propriedades rurais nas diferentes regiões brasileiras.

(Figura 2), respectivamente (UFV, 2004). Boa parte desse porcentual refere-se a pesquisas voltadas ao uso de espécies do gênero Eucalyptus nos sistemas silviagrícolas, silvipastoris e agrossilvipastoris, principalmente no Estado de Minas Gerais, o que foi uma conseqüência natural da grande importância desse gênero para a economia do Estado de Minas Gerais e do Brasil.

Teses de Mestrado

10

Teses de Doutorado

8 6 4 2 0

Ciênc ia Economia Fitote cnia Zootecnia Flores tal Rural

Biologia A nimal

Curs o

Figura 1 – Produção total de teses pelos cursos da Universidade Federal de Viçosa na área de agrossilvicultura, no período de 1987 a 2004. – Total production of theses by the Universidade Federal de Viçosa courses in the agroforestry area, from 1987 to 2004. 80

Tese de Mestrado Tese de Doutorado

70 60

Porcentagem

O DESENVOLVIMENTO DA AGROSSILVICULTURA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

COUTO, L. et al.

50 40 30 20 10

Teses defendidas na área de agrossilvicultura na Universidade Federal de Viçosa O curso de pós-graduação em Ciência Florestal foi o que mais desenvolveu trabalhos ao longo desses anos. Foram 13 teses de mestrado e 6 de doutorado (Figura 1), o que corresponde a 72,2 e 46,1% do total publicado

0 Ciência Florestal

Economia Rural

Fitotecnia

Zootecnia

Biologia Animal

Figura 2 – Distribuição porcentual, por curso, da produção total de teses desenvolvidas, desde 1987, pela Universidade Federal de Viçosa na área de agrossilvicultura. – Percent distribution, by course, of the total production of theses produced since 1987, at the Universidade Federal de Viçosa in the agroforestry area.

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A grande participação da SIF e de suas associadas no suporte ao desenvolvimento da maioria das teses e dissertações do curso de pósgraduação em Ciência Florestal contribuiu consideravelmente para fomentar estudos relacionados a sistemas agroflorestais com eucaliptos. Procurava-se, na época, buscar informações e desenvolver técnicas que pudessem ser utilizadas principalmente nos programas de fomento florestal das empresas da área de siderurgia a carvão vegetal e de papel e celulose (Guerra, 1995). Este objetivo foi alcançado e hoje fala-se em fomento agroflorestal, e não simplesmente em fomento florestal. A dissertação de mestrado de Carlos Vitorino Dantas Moniz sobre eucalipto interplantado com milho em Belo Oriente-MG, com o apoio da Cenibra, foi a primeira tese deste gênero desenvolvida em Minas Gerais. Por outro lado, a tese de mestrado do engenheiro florestal Jorge Ribaski, com algaroba e capim-búffel, foi a primeira em agrossilvicultura defendida na UFV. Depois da Ciência Florestal, foi o curso de Zootecnia o que mais realizou estudos, sendo duas teses de mestrado e três de doutorado, 11,1 e 23% do total, respectivamente. Nesse curso, os sistemas silvipastoris com eucalipto foram os mais pesquisados, havendo também uma diversificação, buscando soluções para as regiões semi-áridas do Nordeste brasileiro. O curso de Fitotecnia vem logo em seguida, com quatro trabalhos produzidos, sendo duas teses de mestrado (11,1% do total) e duas de doutorado (15,4% do total), tendo a maioria estudado os sistemas agroflorestais com cafeeiro (Coffea arabica L.). Neste aspecto cumpre destacar a cultura do café como uma das principais atividades econômicas da Zona da Mata de Minas Gerais e o grande potencial existente para a sua consorciação com espécies florestais de grande valor econômico, como a Toona ciliata, também chamada cedroaustraliano (Tsukamoto Filho et al., 2002).

As estatísticas revelam que de 1987 a 2004 foram realizados na UFV 31 trabalhos de pesquisa nessa área de estudo, entre teses de mestrado e doutorado. A relação desses trabalhos está no Quadro 1, que traz também os nomes dos autores, dos orientadores e do curso onde foram desenvolvidos. São, em média, quase dois trabalhos por ano, ao longo de 17 anos, o que é muito expressivo se comparado a algumas áreas do conhecimento dentro do DEF e da própria UFV. Vale ressaltar que a agrossilvicultura, do ponto de vista científico, é considerada ainda uma ciência nova no Brasil, tendo em torno de 22 anos. A Figura 3 mostra o número total de trabalhos publicados por ano pela Universidade, no período considerado. Na prática, o resultado dessa produção científica foi a formação e qualificação de 29 profissionais, que podem atuar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão em agrossilvicultura. Este fato ajudou a consolidar essa ciência como uma alternativa viável de uso da terra e dos recursos naturais em praticamente todo o território nacional e, também, a desenvolver políticas públicas de incentivo voltadas diretamente a esse setor. Essas políticas, embora recentes e ainda insuficientes, têm facilitado a implantação de sistemas agroflorestais nas propriedades rurais em todo o País. Publicações em revistas científicas nacionais Os trabalhos publicados na Revista Árvore, veículo de divulgação técnico-científica da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), também retratam a contribuição da UFV para o desenvolvimento da agrossilvicultura no Brasil. Ao longo de 7 anos, de 1996 a 2003, foram publicados 14 artigos científicos elaborados por professores e pesquisadores dessa Universidade (Machado, 2002; SIF, 2004).

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COUTO, L. et al.

– Quadro1 – Relação das teses desenvolvidas pela Universidade Federal de Viçosa na área de agrossilvicultura, no período de 1987 a 2004 – List of the theses produced by the Universidade Federal de Viçosa in the Agroforestry area, from 1987 to 2004

¹

Ano

Título

Autor

Orientador

Curso

Laércio Couto

Ciência Florestal

Ricardo H. S. Santos

Fitotecnia

Laércio Couto

Ciência Florestal

José Norberto Muniz

Economia Rural

Herminia E. P. Martinez

Fitotecnia

Rasmo Garcia

Zootecnia

Laércio Couto

Ciência Florestal

Geraldo G. Reis

Ciência Florestal

Ricardo S. Brites

Ciência Florestal

Rasmo Garcia

Zootecnia

Laércio Couto

Ciência Florestal

Laércio Couto

Ciência Florestal

Laércio Couto

Ciência Florestal

Laércio Couto

Ciência Florestal

José M. Gomes

Ciência Florestal

Laércio Couto

Ciência Florestal

Mestrado 1

2004

2

2003

3

2001

4

2001

5

2001

6

2000

7

1999

8

1999

9

1997

10

1995

11

1995

12

1993

13

1991

14

1990

15

1990

16

1989

Sistemas agroflorestais com café (Coffea arabica L.) e cedro-australiano (Toona ciliata M. Roem. var. Australis Juliana S. Müller (F. Muell) Bahadur) na Zona da Mata de Minas Gerais: Estudo de caso. Avaliação do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo de Catalina J. Botero cafeeiros sob níveis de sombreamento e adubação. Revegetação de área degradada pela mineração de caulim Mariângela Vidal na Zona da Mata, em Minas Gerais: um estudo de caso. Avaliação do programa de sistemas agroflorestais em Maria N. C. comunidade seringueira no município de Epitaciolândia – Macêdo AC. Crescimento e produção do Coffea arabica, fertilidade do Yonara P. Neves solo e retenção de umidade em sistema agroflorestal. Avaliação de um sistema agrossilvipastoril, constituído por Eucalyptus urophylla S.T. Blake e Panicum maximum Jacq. Carlos M. S. cv. Tanzânia-1, na região dos cerrados de Minas Gerais, Andrade Brasil. Estudos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais Francis Dubè com Eucalyptus sp. no noroeste de Minas Gerais: o caso da Companhia Mineira de Metais. Estudo silvicultural e econômico do consórcio de José M. S. Silva Eucalyptus grandis com gramíneas sob diferentes espaçamentos, em áreas acidentadas. Zoneamento agroclimático para implantação de sistemas Cassia C. M. agroflorestais com eucaliptos, em Minas Gerais. Ferreira Crescimento inicial de eucaliptos consorciados com Narrúbia O. leguminosas na região de cerrado em Minas Gerais. Almeida Diagnóstico e desenho de sistemas agroflorestais em Fernando S. microbacias hidrográficas no município de Araponga, Zona Franco da Mata de Minas Gerais. Comportamento inicial do Eucalyptus grandis W. Hill ex. Paulo S. F. Neto Maiden em plantio consorciado com leguminosas na região do Médio Rio Doce, Minas Gerais. Comportamento do Eucalyptus citriodora Hooker, em áreas João C. C. pastejadas por bovinos e ovinos no Vale do Rio Doce, Almeida Minas Gerais. Comportamento do Eucalyptus cloeziana F. Muell em Fábio L. C. Santos plantio consorciado com forrageiras, na região do cerrado, em Montes Claros, Minas Gerais. Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus grandis W. Hill ex. Maiden) em plantio consorciado com feijão Carlos A. M. Passos (Phaseolus vulgaris L.), no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Comportamento inicial de paricá, tatajuba e eucalipto, em Luciano C. T. plantio consorciado com milho e capim marandu, em Marques Paragominas, Pará.

Continua... Continued...

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– Quadro1, cont. / Table 1, cont.– ¹

Ano

Título

Autor

Orientador

Curso

Carlos V. D. Moniz

Laércio Couto

Ciência Florestal

Jorge Ribaski

Antonio Bartolomeu do Vale

Ciência Florestal

Rodrigo Silva do Vale

Laércio Couto

Ciência Florestal

Laércio Couto

Ciência Florestal

Mestrado 17 18

Comportamento inicial do eucalipto (Eucalyptus torelliana 1987 F. Muell), em plantio consorciado com milho (Zea mays L.), no vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Comportamento da algaroba (Prosopis juliflora Sw Dc) e 1987 do capim-búfel (Cenchrus ciliaris L.) em plantio consorciado, na região de Petrolina, PE.

Doutorado Agrossilvicultura com eucalipto como alternativa para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata de Minas Gerais. Fixação de carbono em um sistema agroflorestal com eucalipto na região do cerrado de Minas Gerais. Sistema de produção agroflorestal pecuário para região semi-árida do nordeste do Brasil. Análise técnica e econômica de sistemas agroflorestais em Machadinho d’oeste, Rondônia Análise comparativa de cafeeiros (Coffea arabica L.) em sistema agroflorestal e monocultivo na Zona da Mata de Minas Gerais. Sistemas agroflorestais: uma contribuição para a conservação dos recursos naturais na Zona da Mata de Minas Gerais. Sistemas agroflorestais versus monoculturas: Coleóptera, Scarabaeidae e microbiota do solo como bioindicadores de sustentabilidade. Definição de indicadores de sustentabilidade para sistemas agroflorestais. Produtividade de componentes de um sistema silvipastoril constituído por Eucalyptus saligna Smith e pastagens cultivada e nativa no Rio Grande do Sul. Interferência de Brachiaria brizantha sobre Eucalyptus citriodora e Eucalyptus grandis, cultivados em solos com diferentes teores de água. Rentabilidade de sistemas de produção agroflorestais e de pecuária para a região amazônica - um estudo de caso.

1

2004

2

2003

3

2003

4

2003

5

2001

6

2000

7

2000

8

2000

9

1998

10

1997

11

1997

12

1996 Tolerância de gramíneas tropicais ao sombreamento.

13

Sistemas agroflorestais com eucalipto para uso em 1996 programas de fomento florestal, na região de Divinópolis, MG.

Antonio A. T. Filho Fabianno C. Carvalho Michelliny de M. B. Gama

Rasmo Garcia

Zootecnia

Márcio Lopes da Silva

Ciência Florestal

Mônica M. Campanha

Fernando L. Finger

Fitotecnia

Fernando S. Franco

Laércio Couto

Ciência Florestal

Sebastião L. A. Júnior

José Cola Zanuncio

Biologia Animal

Omar Daniel

Laércio Couto

Ciência Florestal

Jamir L. S. Silva

Rasmo Garcia

Zootecnia

Wilson da Silva

Tocio Sediyama

Fitotecnia

Carlos A. M. Leite

Economia Rural

Rasmo Garcia

Zootecnia

Laércio Couto

Ciência Florestal

Francisco M. Rodrigues Carlos R. T. Castro Carlos A. M. Passos

Fonte: UFV (2004).

Nesse período, outras revistas científicas brasileiras também publicaram pesquisas desenvolvidas pela UFV, ou que tiveram a sua participação, como a Revista Brasileira de Zootecnia (dois artigos) (SBZ, 2004), Revista Ciência Florestal (um artigo), Revista Cerne (um artigo), Revista Informe Agropecuário (um

artigo), Acta Scientiarum (um artigo), Ciência e Agrotecnologia (um artigo), Floresta (um artigo) e Instituto Agronômico de Campinas (um artigo). Observou-se que a grande maioria dessas publicações científicas é fruto de parte dos trabalhos de teses de doutorado ou de dissertações Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

s

8

COUTO, L. et al.

6

Total de Trabalhos

5 4 3 2 1 0

1987 1989 1990 1991 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2003 2004

Ano Figura 3 – Número total de trabalhos científicos publicados na área de agrossilvicultura pela Universidade Federal de Viçosa, entre 1987 e 2004. – Total number of scientific articles published in the agroforestry area by the Universidade Federal de Viçosa between 1987 and 2004.

de mestrado desenvolvidos nos cursos de pósgraduação da UFV, naqueles onde a agrossilvicultura é objeto de estudo. Constatou-se que o curso de Ciência Florestal foi o que mais publicou, seguido pelo curso de Zootecnia. Publicações em revistas científicas internacionais As publicações internacionais merecem destaque especial, já que projetam a UFV e os seus cursos no cenário científico mundial. O primeiro trabalho publicado no exterior foi em 1982, logo depois de uma série de discussões que efetivamente levaram ao reconhecimento da agrossilvicultura como uma ciência e que permitiram a conceituação, classificação e identificação dos sistemas existentes. Ao todo, foram publicados cinco artigos em revistas científicas internacionais, como mostra o Quadro 2. Esses trabalhos tiveram sua origem no DEF, mas foram produzidos com a colaboração

de professores de outros departamentos da UFV e de outras universidades do Brasil e do exterior. A publicação do artigo Interplanting soybean with eucalypts as a 2-tier agroforestry venture in south-eastern Brazil, é considerada o resultado do primeiro trabalho de pesquisa no Brasil que efetivamente avaliou o uso de eucalipto em sistema agroflorestal com soja (Glycine max L.), tendo sido implantado no município de Bom Despacho, Minas Gerais, com o apoio da Cia Agrícola e Florestal Santa Bárbara Ltda. – CAF – e da SIF. Esse estudo impulsionou a realização de outras pesquisas pela UFV na área de agrossilvicultura, a maior parte delas com o apoio das associadas da SIF, como a CAF em Bom Despacho e Dionísio, a Reflorestadora do Alto Jequitinhonha Ltda. – Refloralje – em Montes Claros, a Celulose Nipo-Brasileira S.A. – Cenibra – em Guanhães e Belo Oriente, a Pains Florestal, atualmente GERDAU, em Divinópolis e a Companhia Mineira de Metais – CMM – em Vazante, todas

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em Minas Gerais. Vale ressaltar, no entanto, que esta última empresa foi realmente a pioneira em Minas Gerais e no Brasil na implantação da prática da agrossilvicultura com eucalipto em grande escala de uma forma permanente. Liderada pelo engenheiro florestal Luciano Lage Magalhães, ex-aluno do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, uma equipe de jovens engenheiros florestais e agrônomos formados na UFV, estão praticando, desde a década de 1980, talvez o maior exemplo em nível mundial de agrossilvicultura com eucaliptos. Em Vazante, Minas Gerais, a CMM, uma empresa do Grupo Votorantin associada à SIF, tem estabelecido o plantio de eucalipto com arroz, soja, milho, milheto e pastagens com produção simultânea de grãos, madeira e carne (Dubé, 1999). A CMM foi também a empresa onde se implantou o maior número de experimentos, visando a obtenção de dissertações de mestrado e teses de doutorado em Agrossilvicultura

da UFV. Ela tem apoiado também todas as ações da UFV relacionadas com a visita de alunos de graduação e pós-graduação e de técnicos de entidades governamentais, de ONGs e de empresas nacionais e internacionais. Publicações em anais de eventos A UFV esteve presente em alguns eventos importantes realizados entre 1990 e 2003 no Brasil, inclusive naqueles não-específicos da área de agrossilvicultura. Nesses eventos foram publicados mais de 65 trabalhos de pesquisa, entre artigos completos e resumidos (UFV, 2004). Nos eventos realizados no exterior, a UFV também marcou a sua posição de destaque na área de agrossilvicultura ao publicar alguns trabalhos que contribuíram para o desenvolvimento dessa ciência no Brasil, os quais estão listados no Quadro 3.

– Quadro 2 – Artigos científicos produzidos pela Universidade Federal de Viçosa e que foram publicados em revistas internacionais – Scientific articles produced by the Universidade Federal de Viçosa and published in international journals

Ano

Revista

Autores

2002

A simulation model for evaluating technical and economic aspects of an industrial eucalyptus-based agroforestry system in Minas Gerais - Brazil.

Título

Agroforestry Systems

DUBÉ, F.; COUTO, L.; SILVA, M.L.; LEITE, H.; GARCIA, R.; ARAÚJO, G.A.A.

1995

Intercropping eucalypts with beans in Minas Gerais, Brazil.

International Tree Crops Journal

COUTO, L.; GOMES, J.M.; BINKLEY, D.; BETTERS, D.R.; PASSOS, C.A.M.

1994

Cattle and sheep in eucalypt plantations: a silvopastoral alternative in Minas Gerais, Brazil.

Agroforestry Systems

COUTO, L.; ROATH, R.L.; BETTERS, D.R.; GARCIA, R.; ALMEIDA, J.C.C.

1994

Intercroping eucalypts with maize in Minas Gerais, Brazil.

Agroforestry Systems

COUTO, L.; BINKLEY, D.; BETTERS, D.R.; MONIZ, C.V.D.

1982

Interplanting soybean with eucalypts as a 2-tier agroforestry venture in south-eastern Brazil.

Australian Forest Research

COUTO, L.; BARROS, N.F.; REZENDE, G.C.

Fonte: CNPq (2004).

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004 s

10

COUTO, L. et al.

– Quadro 3 – Lista de trabalhos publicados pela Universidade Federal de Viçosa em alguns eventos internacionais – List of works published by the Universidade Federal de Viçosa in some international events Ano

2004

2004

2004

2004

Título “In Situ” management of Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) for simultaneous production of wood and forage in a silvopastoral system in Northeastern Brazil

Tropical home gardens in riverine communities of Amazonia estuary, Marajó Island, Brazil Financial and risk evaluation of multi-strata agroforestry systems in Rondônia, Eastern Amazonia, Brasil Carbon fixation in an agrosilvipastoral system with eucalypt in the cerrado region of Minas Gerais, Brazil.

Evento

Autores

1st World Congress of Agroforestry.

GARCIA, R.; CARVALHO, F.C.; ARAÚJO FILHO, J.A.; DUTRA, L.A.;

Flórida. USA.

COUTO, L.; GARCEZ NETO, A.F.

1st World Congress of Agroforestry. Flórida. USA st

GAMA, M.B; GAMA, J.R.V. GAMA, M.B;

1 World Congress of Agroforestry.

SILVA, M.L.;

Flórida. USA

VILCAHUAMAN, L.J.M.

st

1 World Congress of Agroforestry. Flórida. USA.

2001

Overview of agroforestry practices in central Brazil.

The 7th Biennial Conference on Agroforestry in North America and The 6th Annual Conference of the Plains and Prairie Forestry Association.

2000

Characterization of agroforestry experiences with coffe in the Zona da Mata of Minas Gerais, Brazil.

XXI IUFRO World Congress.

2000

Sistemas agroflorestais (silvipastoris e agrissilvipastoris) na região Centro-oeste do Brasil: potencialidades, estado atual da pesquisa e da adoção de tecnologia.

Simpósio Internacional “Sistemas Agroflorestais Pecuários na América do Sul”.

TSUKAMOTO FILHO, A.A.; COUTO, L.; NEVES, J.C.L.

DUBÉ, F.; GEYER, W.A.; COUTO, L.

FRANCO, F.S.; COUTO, L.; CARDOSO, I.M.; MOREIRA, C.M.; ITO, M.I.; MULLER, J.S.

DANIEL, O.; PASSOS, C.A.M; COUTO, L.

Juiz de Fora-MG, Brasil. Simpósio Internacional “Sistemas Agroflorestais Pecuários na América do Sul”. Juiz de Fora-MG, Brasil.

GARCIA, R.; ANDRADE, C.M.S. de

2000

Sistemas silvipastoris na Região Sudeste

1999

Aspectos económicos de los sistemas agrosilvopastoriles con Eucalyptus sp. en el sudeste de Brasil.

Primer Congreso Latinoamericano de Agroforesteria para la Producción Animal Sostenible.

DUBÈ, F.; COUTO, L.; GARCIA, R.; ARAÚJO, A.A.; LEITE, H.G.; SILVA, M.L.

1993

Agroforestry as an alternative to reduce cost of shortrotation eucalypt plantations in South-Eastern Brazil.

The Third North American Agroforestry Conference.

COUTO, L.; GRAÇA, L.R.; BETTERS, D.R.; PASSOS, C.A.M.

Fonte: CNPq (2004).

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004 s

A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ...

Novamente, a UFV demonstrou o seu pioneirismo ao apresentar, em nível internacional, o primeiro trabalho na área de agrossilvicultura, Carbon fixation in an agrosilvipastoral system with eucalypt in the cerrado region of Minas Gerais, Brazil, que avaliou a fixação de carbono em um sistema agrissilvipastoril rotativo, que consiste no plantio de espécies florestais (eucalipto) e agrícolas (arroz e soja) e na formação de pastagem para criação de animais (gado de corte) em uma mesma área, de forma escalonada no tempo. Esse estudo foi resultado de um trabalho de tese de doutorado defendida no curso de Ciência Florestal (Quadro 1). Ensino da agrossilvicultura na UFV O conteúdo básico da disciplina Agrossilvicultura praticamente é o mesmo para o curso de graduação e pós-graduação, diferenciandose somente na forma de abordagem dos assuntos. Nos programas analíticos dessas disciplinas constam questões relacionadas aos princípios básicos da agrossilvicultura, às políticas de incentivo à sua utilização, à pesquisa e extensão agroflorestal, à elaboração de projetos e às perspectivas futuras e tendências de mercado. Os temas que fazem parte do conteúdo dessas disciplinas são discutidos durante quatro horas por semana, sendo duas teóricas e duas práticas, totalizando 60 horas/aula. No caso específico do curso de graduação é exigida como pré-requisito a disciplina Práticas Silviculturais – ENF 331 ou Silvicultura Geral – ENF 339 (UFV, 2004). Constam também nos cursos, visitas a proprietários rurais e empresas que praticam a agrossilvicultura, para que os estudantes possam ter uma visão prática dos assuntos discutidos em sala de aula. Curso de extensão em agrossilvicultura Nos trabalhos de extensão em Agrossilvicultura, a UFV tem se esforçado ao máximo

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para garantir a transferência de conhecimentos com qualidade aos produtores rurais. O DEF, por exemplo, oferece na Semana do Fazendeiro o curso de agrossilvicultura, mo qual se discute desde princípios básicos dessa ciência até linhas de crédito aos produtores, e onde se pode também conhecer experiências práticas implantadas em propriedades rurais da região. A Semana do Fazendeiro foi a primeira manifestação extensionista do País, e seu objetivo é difundir conhecimentos técnicos das diversas áreas de atuação da UFV, visando a melhoria da produtividade e da produção e o bem-estar social do produtor e sua família. No decorrer da semana, há cursos em diversas áreas, exposição de máquinas e implementos agrícolas, exposição de artesanatos e Clínica Tecnológica. O curso de Agrossilvicultura, para produtores rurais, vem sendo ministrado desde 1990, quando ocorreu a 62a Semana do Fazendeiro. Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura – SBAG A UFV vem demonstrando, ao longo dos anos, sua excelência no ensino, na pesquisa e na extensão da agrossilvicultura no Brasil, marcando o cenário nacional e conquistando o respeito dos mais importantes pesquisadores da área no País e no exterior. Criada em 2001, dentro da Universidade Federal de Viçosa, mas com representantes em todo o território nacional, a Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura – SBAG – veio para consolidar ainda mais essa posição de destaque conquistada pela UFV, com muito esforço, dedicação e pioneirismo. A criação da Sociedade representa um marco histórico muito importante para o desenvolvimento da agrossilvicultura no Brasil, pois ela é uma referência para os pesquisadores no que concerne à troca e divulgação de informações, à transmissão de conhecimentos, às discussões científicas e Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004

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políticas, à colaboração em trabalhos de pesquisa e projetos, ao intercâmbio acadêmico e ao fortalecimento da área. Uma das primeiras ações da SBAG foi o lançamento, neste ano, da sua revista Agrossilvicultura, um veículo de divulgação técnicocientífica relacionado diretamente a essa ciência e que até então não existia no Brasil. Com isto, torna-se mais fácil ter acesso às informações da área, dentre vários outros benefícios. Outros indicadores que revelam a importância da UFV para a agrossilvicultura brasileira são os seus projetos para o futuro, mas já em andamento, por exemplo a criação do Centro Latino-Americano de Agrossilvicultura, com apoio de instituições nacionais e internacionais, e do curso de pós-graduação em Agrossilvicultura, congregando os três departamentos que representam os componentes básicos dos sistemas agroflorestais, Engenharia Florestal, Zootecnia e Fitotecnia, logicamente com o apoio dos demais departamentos da Universidade Federal de Viçosa. A importância do CBCN e da SIF para a agrossilvicultura Somando forças aos trabalhos desenvolvidos pela UFV na área de agrossilvicultura, têm-se as atuações da SIF e do Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável – CBCN, duas instituições sem fins lucrativos que são conveniadas a essa Universidade. O CBCN, anteriormente Centro Mineiro para Conservação da Natureza – CMCN, criado em 1967 por professores do Departamento de Engenharia Florestal da UFV, é uma Organização Não-Governamental (ONG) que se dedica, integralmente, à causa ambientalista e ao desenvolvimento sustentável, disseminando informações e realizando projetos

COUTO, L. et al.

ambientais em parcerias com as mais diversas instituições. Essa entidade tem grande potencial para desenvolver projetos na área de agrossilvicultura, como já foi feito em alguns casos, como no município de Itanhandú – Minas Gerais, onde uma das atividades de um projeto consolidado em 2001 era a utilização de sistemas agroflorestais com espécies florestais nativas e exóticas para recuperação e sustentabilidade de ecossistemas degradados (CBCN, 2004). As árvores constituem um meio de promover maior proteção ao solo e melhorar a sua fertilidade, além de produzir madeira para abastecimento das propriedades rurais e do mercado consumidor. Um dos trabalhos mais recentes, apoiados pelo CBCN, foi o desenvolvimento de uma tese de doutorado que busca analisar a viabilidade técnica, econômica, social e ambiental dos sistemas silvipastoris com eucaliptos na Zona da Mata de Minas Gerais (Quadro 1). Por sua vez, a SIF, criada em 1974, é uma entidade que promove a pesquisa florestal através da elaboração, execução, análise e divulgação de pesquisas e estudos relacionados com problemas técnicos e econômicos da indústria brasileira, bem como da Ciência Florestal como um todo. A SIF, por meio das suas empresas associadas e co-participantes, já apoiou o desenvolvimento de dez trabalhos na área de agrossilvicultura, representados por teses de doutorado e dissertações de mestrado, o que sem dúvida realça a sua importância para a área (SIF, 2004). O CBCN e a SIF podem contribuir ainda mais para o desenvolvimento da agrossilvicultura no Brasil, em face dos seus programas específicos para esse tipo de atividade dentro das suas estruturas de trabalho. Esses programas permitirão maior dinamismo na elaboração e execução de projetos, assim como na troca de informações com outros setores da sociedade.

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004 s

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A contribuição da Universidade Federal de Viçosa para o ...

CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pela UFV retratam um cenário de expansão da agrossilvicultura no Brasil. O reflexo dessa expansão representa geração de emprego, fixação do homem no meio rural, uso sustentável dos recursos naturais, diversidade de produtos e abastecimento de madeira para os mercados interno e externo. Isto é um pouco do que o País precisa para melhorar a qualidade de vida da sua população rural. É verdade que o desenvolvimento da agrossilvicultura no Brasil nos últimos anos se deve em muito à contribuição da UFV, que não mediu esforços para que essa nobre ciência tivesse o reconhecimento merecido no cenário nacional e internacional, como ficou demonstrado ao longo deste trabalho. É verdade também que a sua contribuição não pára por aqui, ao contrário, está se iniciando um novo ciclo de trabalho, sustentado pela excelência da trilogia Ensino-Pesquisa-Extensão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CENTRO BRASILEIRO PARA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL –CBCN. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2004.

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO – CNPq. Disponível em: . Disponível em: 5 ago. 2004. DUBÉ, F. Estudos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no Noroeste do Estado de Minas Gerais: o caso da Companhia Mineira de Metais. 1999. 146 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1999. GUERRA, C. Meio ambiente e trabalho no mundo do eucalipto. 2.ed. Belo Horizonte: Associação Agência Terra, 1995. 142 p. MACHADO, C. C. Resumo da revista árvore. Viçosa: Sociedade de Investigações Florestais, v.1-2, 2002. 324 p. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA – SBZ. Revista Brasileira de Zootecnia. Disponível em: . Acesso em: 27 ago. 2004. SOCIEDADE DE INVESTIGAÇÕES FLORESTAIS – SIF. Revista Árvore. Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2004. TSUKAMOTO FILHO, A. A. et al. Viabilidade econômica de um sistema agroflorestal com Toona-café na região da Zona da Mata de Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 4., 2002, Ihéus. Anais... Ihéus: CEPLAC. 2002. CD-ROM UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2004.

Agrossilvicultura, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2004 s