O VERBO ANO 21 - Nº 488

DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

SEGUNDA QUINZENA DE OUTUBRO DE 2017

MISSÃO DA IGREJA

SE NÃO EU, QUEM?

SE NÃO AGORA, QUANDO? No Mês Missionário, os discípulos missionários diocesanos intensificaram as ações em prol da evangelização. Nesta edição, O Verbo trás o registro do Dia Mundial das Missões e Semanas Missionárias Paroquiais, bem como destaca o 4º Congresso Missionário Nacional que foi marcado pela promoção da integração das forças missionárias, pelo incentivo à cooperação intereclesial e a missão de agentes. Na expectativa do encerramento do Ano Missionário Diocesano, com realização do Encontro Diocesano das Santas Missões Populares, no dia 26 de novembro, os agentes das Santas Missões Populares da Diocese de Jundiaí reafirmaram o compromisso de se colocar a serviço, participando ativamente da missão de Cristo, sendo instrumento de Deus.

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Pastoral da Criança recebe visita do Nacional Em nome de Dom Vicente Costa, Padre Leandro Megeto recebeu, em 25 de outubro, Josiane Evaristo da Silva, assessora nacional da Pastoral da Criança que veio de Curitiba para conhecer a realidade da Diocese e dar início ao projeto ‘Ruas para Brincar’ que será implantado em Jundiaí. Página 8

Diocese presente na Assembleia das Igrejas Particulares Página 4

Entrevista com padre Adeilson Rodrigues dos Santos Página 12

O Verbo Editorial

Não é arte, é crime!

Pe. Márcio Felipe de Souza Alves Editor-chefe



Em meados de outubro, circulou pelas redes sociais um vídeo intitulado: “não é arte, é crime”! No mês em que celebramos o tricentenário do Encontro Milagroso da Imagem da Senhora Aparecida, nas águas do Rio Paraíba do Sul, não só os católicos, mas todos os homens e mulheres de boa vontade foram surpreendidos com a dureza de coração dos perversos que atentam contra a fé do povo. Como entender a mente daquele que se diz “artista”, Antônio Obá, que anteriormente, na capital gaúcha, naquela exposição da chamada arte moderna, no Banco Santander, escreveu em hóstias o nome do órgão genital feminino? Penso que a liberdade de expressão tem limites. Devemos sim, respeitar a opinião dos outros. Mas não podemos ser coniventes com aqueles que violam o maior bem que temos: a fé na pessoa de Jesus Cristo.

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Mais uma vez recordo: estamos vivendo com alegria os 300 anos de Bênçãos e Graças no Brasil. Não mais pelas redes de Felipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia seremos achados. O Mestre nos quer encontrar pelas suas próprias redes. Uma vez que fomos encontrados, não podemos nos calar. Até que ponto chega a falta de respeito de um ser humano, que pelo visto, não tem nenhum escrúpulo: pegar a imagem da Padroeira do Brasil, colocar em suas partes íntimas e depois triturá-la num ralador! Ao ralar a imagem da Senhora Aparecida, podemos dizer que todos os brasileiros foram também, naquela singela imagem, triturados. Reconhecemos que não adoramos a imagem, e por mais que alguém não ame a Mãe do Redentor, é chamado sim, a respeitar. Alguns, por terem critérios laicistas, dirão que a atitude do “artista” é de fato uma arte. Mas concluímos que esta atitude pensada, e muito bem pensada, é crime e não arte. O código penal, no número 208, nos diz: “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” é crime. Contra fatos não existem argumentos. Aqui não nos cabe obrigar a justiça a tomar as devidas providências. Mesmo porque segundo o có-

digo penal, é muito evidente quais providências as autoridades deveriam tomar. Estamos diante de uma perversidade. E, como cristãos, não podemos nos calar. Para tudo há limite. Brincar com a fé do povo já é demais. Fazemos parte de uma Igreja, não podemos compactuar com estes perversos. A Igreja de Cristo sempre foi perseguida. Mas diante da perseguição, sigamos o exemplo de tantos que não tiveram medo de entregar a sua vida por causa do Evangelho. Lembremo-nos dos mártires do Rio Grande do Norte que foram canonizados no último dia 15 em Roma: os padres André de Soveral, Ambrósio Francisco e seus 28 companheiros. Diante da invasão dos holandeses que teriam perseguido e assassinado adeptos da religião católica que não aceitaram virar calvinistas, não tiveram medo de testemunhar a sua fé em Jesus Cristo, com o próprio sangue. Estejamos sempre unidos na oração. Quem reza, e quem de fato vive segundo o ensinamento do Cristo, não procura fazer justiça com as próprias mãos. Tenhamos o mesmo sentimento que Jesus teve para com os seus algozes: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem” (Lc 24,34). É essencial pedir que o Pai os perdoe. Mas podemos colaborar um pouco mais, defendendo a nossa fé, a Igreja de Cristo, que é nossa!

Diretor Responsável Dom Vicente Costa Bispo Diocesano Diretores Fundadores Dom Roberto Pinarello de Almeida Dom Amaury Castanho (In memoriam)

Jornalista (Redação e diagramação) Jussane Cristina da S. C. Rodrigues MTB 26.006

Editor-chefe Pe. Márcio Felipe de Souza Alves Coordenador Administrativo Rodrigo Santana Jornalista Responsável Diácono Pedro Fávaro Jr. - MTB 11.659

Revisão: Seminarista Elias Pavan

Jornalista (Redação)

Déborah Figueiredo - MTB 0083712- SP

Designer: Guilherme Monico

O VERBO ANO 21 - Nº 488 2ª Quinzena - Outubro/2017

Liturgia: obra da redenção dos homens

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, Liturgia significa “serviço de e em favor do povo”. Significa que o povo de Deus faz parte da Obra de Deus. Através da Liturgia, os fiéis exprimem na vida e manifestam aos outros o mistério de Cristo e a natureza da Igreja. Esta obra de redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus estão prefiguradas nas obras que Ele operou em favor do povo da Antiga Aliança e que são plenamente realizadas em Jesus Cristo pelo mistério pascal da Paixão, Ressurreição e Ascenção, em que “morrendo, destruiu nossa morte e ressuscitando, restaurou nossa vida”. Foi do lado de Cristo, na Cruz, que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja. A Liturgia edifica os que estão na Igreja, dando energia para que preguem Cristo e mostrem aos que estão fora, a Igreja como sinal erguido das nações para reunir os filhos dispersos, até que haja um só Pastor e um só rebanho. Assim como foi enviado pelo Pai, Cristo enviou os apóstolos para anunciarem a redenção e

Redação: Cúria Diocesana Rua Roberto Mange, 400 - Anhangabaú Cx. Postal 21 - CEP 13.208-200 Jundiaí - SP - Fone: (11) 4583-7474, Ramal 7496 E-mail: [email protected] Homepage da Diocese de Jundiaí www.dj.org.br Impressão Lauda Editora Con. e Com. Ltda. Publicação oficial autorizada pela Diocese de Jundiaí. Registrado sob o nº 88.757, Lei 6015/73.

2ª QUINZENA -OUTUBRO/2017 - Nº 488

realizarem a obra de salvação que proclamavam, mediante o sacrifício e os sacramentos, em torno do qual toda a vida litúrgica gira. Os primeiros cristãos eram batizados em Pentecostes data em que a Igreja se manifestou ao mundo - e “mantinham-se fiéis à doutrina dos Apóstolos, à participação na fração do pão e nas orações, louvando a Deus e sendo bem vistos pelo povo” (At. 2, 4147). Desde então, nunca mais a Igreja deixou de se reunir em assembleia para celebrar o mistério pascal, lendo as Escrituras, celebrando a Eucaristia e dando Graças a Deus. Fazer da nossa vida uma Liturgia é seguir Cristo, oferecer-se a Ele, juntar-se ao seu sacrifício vivente com todo o coração, é fazer o trabalho de Deus. Se você tem alguma dúvida sobre a Liturgia e sinais litúrgicos, envie sua pergunta para [email protected]. Ela poderá ser respondida neste espaço no Jornal O Verbo. Fonte:

Liturgia em Mutirão: subsídio para a formação. Brasília, Edições CNBB, 2007/ Missal Romano

Autorizadas transcrições desde que mencionada a fonte. Os artigos são de responsabilidade de seus autores. Podem ser enviados com antecedência à Redação que, todavia, não abre mão de editá-los. O ideal é que sejam enviados à redação por e-mail ou em CD-ROM. A tiragem desta edição é de 15.000 exemplares e a circulação abrange as 66 paróquias e comunidades das cidades de Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva, Jundiaí, Louveira, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea Paulista. O VERBO

O Verbo

O Mês Missionário de outubro 2017 “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)

Dom Vicente Costa Bispo Diocesano



a missão anuncia e torna presente a Pessoa do próprio Cristo, de modo que ele se torna nosso “contemporâneo”, a fim de podermos partilhar de sua vida e do mistério pascal de sua morte e ressurreição”.

Prezados irmãos e irmãs da Igreja de Deus que se faz presente na Diocese de Jundiaí: Na Igreja, o mês de outubro é dedicado à missão. É uma ótima oportunidade para acendermos, com maior intensidade, o ardor missionário, intensificando as orações, bem como para assumir com maior compromisso o mandato do Senhor: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19). Queridos irmãos diocesanos: para a maior vivência deste mês missionário, apresento-lhes três motivações importantes: (1) Em âmbito da Igreja Universal. Neste ano comemoramos o 91º aniversário do Dia Mundial das Missões, iniciado pelo Papa Pio XI, em 1926. Para este evento, celebrado neste ano no dia 22 de outubro, o Papa Francisco enviou uma O VERBO

Mensagem para a Igreja, com o título: “A missão no coração da fé cristã”. Ele aborda três questões importantes: Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão? A missão da Igreja, destinada a todas as pessoas de boa vontade, consiste no anúncio do Evangelho de Jesus Cristo, “a Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6)” (n. 1). Portanto, a missão anuncia e torna presente a Pessoa do próprio Cristo, de modo que ele se torna nosso “contemporâneo”, a fim de podermos partilhar de sua vida e do mistério pascal de sua morte e ressurreição. De fato, “o mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo” (n. 5), do Bom Samaritano que cura as muitas feridas da humanidade, do Bom Pastor que dá descanso e vida a tantos que andam perdidos e sem rumo nos caminhos da vida. Na sua Mensagem, o Papa insiste que a missão da Igreja, e, portanto, a nossa missão deve ser animada e inspirada “por uma espiritualidade de êxodo contínuo” (n. 6), pois precisamos sair de nós mesmos, do próprio comodismo para termos coragem de alcançar tantos irmãos e irmãs que vivem nas periferias existenciais da vida, comunicando-lhes vida, esperança e amor à luz do Evangelho. Por fim, o Papa Francisco lembra que os jovens são a esperança da missão, os protagonistas da mis-

são, os “‘caminheiros da fé’, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra”. Neste sentido, afirma o Papa: “A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade” (n. 8).



A Igreja do Brasil reforça a importância de caminharmos juntos na missão, após nos deixarmos encontrar por Jesus Cristo, pois a missão se realiza com a participação de todos, na sinodalidade, isto é, no caminhar juntos e na comunhão”. (2) Em âmbito da Igreja do Brasil. Como em outros anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha Missionária neste mês de outubro. O tema da Campanha Missionária 2017 é: “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, e o lema: “Juntos na missão permanente”. A Igreja do Brasil reforça a importância de caminharmos juntos na missão, após nos deixarmos encontrar por Jesus Cristo, pois a missão se realiza com a participação de todos, na sinodalidade, isto é, no caminhar juntos e na comunhão. O tema da Campanha Missionária deste ano foi aprofundado no 4º Congresso Missionário Nacional,

realizado nos dias 7 a 10 de setembro de 2017, na Arquidiocese de Olinda e Recife (P)E. Algumas pessoas da nossa Diocese participaram deste Congresso (veja a reportagem nesta edição, páginas 6 e 7). O objetivo do 4º Congresso Missionário nacional foi impulsionar as Igrejas do Brasil para um dinamismo de saída e de um caminhar juntos no testemunho da alegria do Evangelho, da comunhão e do profetismo. Este evento faz parte do 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), a ser realizado em 2018, na Bolívia. No Brasil, a Campanha Missionária é coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) que envia subsídios (cartazes, novena, oração...) para serem distribuídos em nossas comunidades com o objetivo de ajudar na reflexão, na oração e na oferta generosa feitas no Dia Mundial das Missões (21 e 22 de outubro). (3) Em âmbito da Igreja local. A querida e amada Igreja de Jundiaí ainda respira e vive o sopro renovador do Espírito Santo a partir do projeto das Santas Missões Populares, iniciado no ano de 2015, com a realização do 1º Retiro Missionário Diocesano (26 a 28 de junho). Nesse ano, a maioria das nossas Paróquias realizou as Semanas Missionárias com belíssimas experiências de missão. Mas a missão não pode parar: ela é permanente. Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017, Papa Francisco insiste na necessidade de todos os membros da Igreja viverem uma “espiritualidade missionária profunda vivida dia-a-dia e dum esforço constante de

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formação e animação missionária (...) para que, em cada um, cresça um coração missionário” (n. 9). Só assim poderemos dar uma resposta evangélica e eficaz às graves e vastas necessidades da evangelização, principalmente em relação aos cristãos batizados que não participam ativamente da comunidade cristã. Outro grande desafio à missão é a falta da presença do Evangelho, por falta de cristãos leigos e leigas que são chamados a ser “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,1314) em ambientes vitais da sociedade, como por exemplo: a família, o mundo da política, do trabalho, da cultura e da educação, dos meios de comunicação social, entre outros. Queridos irmãos diocesanos: como tornar a nossa Igreja Diocesana em estado permanente de missão? Eis a questão crucial e essencial da evangelização. Termino com as palavras conclusivas do Papa Francisco na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2017: “Façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso ‘sim’ à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; conceda-nos um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação” (n. 10). Assim seja! E a todos abençoo. 3

O Verbo

Assembleia reflete sobre a participação de cristãos leigos na sociedade

Voz de Roma

A grande lei do Povo de Deus é a lei do amor, a Deus e pelo próximo

Confira a catequese do Papa Francisco que reflete sobre a missão do Povo de Deus: ser sinal do amor divino. ja, a quem está temeroso ou indiferente, a quem pensa não poder mais mudar: o Senhor chama também você a fazer parte do seu povo e o faz com grande respeito e amor! Ele nos convida a fazer parte deste povo, povo de Deus. Papa Francisco



Queridos irmãos e irmãs!

Hoje vamos refletir sobre um dos termos com o qual o Concílio Vaticano II definiu a Igreja, aquele do “Povo de Deus” (cfr. Const. Dog. Lumen Gentium, 9; Catecismo da Igreja Católica, 782). 1. O que significa dizer ser “Povo de Deus”? Antes de tudo quer dizer que Deus não pertence propriamente a algum povo; porque Ele nos chama, convoca-nos, convida-nos a fazer parte do seu povo, e este convite é dirigido a todos, sem distinção, porque a misericórdia de Deus “quer a salvação para todos” (1 Tm 2, 4). Jesus não diz aos Apóstolos e a nós para formarmos um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: ide e fazei discípulos todos os povos (cfr Mt 28, 19). São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, “não há judeu nem grego… pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gal 3, 28). Gostaria de dizer também a quem se sente distante de Deus e da Igre-

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2. Como tornar-se membros deste povo? Não é através do nascimento físico, mas através de um novo nascimento... É através do Batismo que nós somos introduzidos neste povo, através da fé em Cristo, dom de Deus que deve ser alimentado e crescer em toda a nossa vida. (...) 3. Qual é a lei do Povo de Deus? É a lei do amor, amor a Deus e amor ao próximo segundo o mandamento novo que nos deixou o Senhor (cfr Jo 13, 34). Um amor, porém, que não é estéril sentimentalismo ou algo vago, mas que é o reconhecer Deus como único Senhor da vida e, ao mesmo tempo, acolher o outro como verdadeiro irmão, superando divisões, rivalidades, incompreensões, egoísmos; as duas coisas andam juntas. (...) Nós precisamos pedir ao Senhor que nos faça entender bem esta lei do amor. 4. Que missão tem este povo? Aquela de levar ao mundo a esperança e a salvação de Deus: ser sinal do amor de Deus que chama todos à amizade com Ele; ser fermento que faz fermentar a massa, sal que dá o sabor e que preserva da corrupção, ser uma luz que ilumina.(...) Façamos que a

nossa vida seja uma luz de Cristo; juntos levaremos a luz do Evangelho a toda a realidade. 5. Qual é a finalidade deste povo? A finalidade é o Reino de Deus, iniciado na terra pelo próprio Deus e que deve ser ampliado até a conclusão, até a segunda vinda de Cristo, vida nossa (cfr Lumen gentium, 9). A finalidade então é a comunhão plena com o Senhor, a familiaridade com o Senhor, entrar na sua própria vida divina, onde viveremos a alegria do seu amor sem medidas, uma alegria plena. Queridos irmãos e irmãs, ser Igreja, ser Povo de Deus, segundo o grande desígnio do amor do Pai, quer dizer ser o fermento de Deus nesta nossa humanidade, quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus neste nosso mundo, que muitas vezes está perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, que dêem esperança, que dêem novo vigor no caminho. A Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um possa sentir-se acolhido, amado, perdoado, encorajado a viver segundo a vida boa do Evangelho. E para fazer o outro sentir-se acolhido, amado, perdoado, encorajado, a Igreja deve estar com as portas abertas, para que todos possam entrar. E nós devemos sair destas portas e anunciar o Evangelho..” Fonte: vatican.va

A 39ª Assembleia reuniu representantes do estado de São Paulo.

Mais de 260 pessoas entre Bispos, padres e leigos reuniram-se em Itaici, Indaiatuba (SP) entre os dias 20 e 22 de outubro e participaram da 39ª Assembleia das Igrejas Particulares do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as dioceses do estado de São Paulo. De Jundiaí participaram o coordenador diocesano da Ação Evangelizadora, padre Leandro Megeto, Emerson Coletti, Maria Angela Palma Ribeiro, Sebastião Nereu da Veiga e Joice Cristina Pereira Rodrigues. O Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Campinas e presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Airton José dos Santos abriu oficialmente o evento, que teve por tema central a “Formação dos cristãos leigos e leigas para a participação na vida social e política como um processo de iniciação a Vida Cristã”. Outros temas abordados foram o “O Processo de Iniciação à Vida Cristã para formar cristãos leigos e leigas para a participação à vida social e política” e “Ano do Laicato”. Antes do encerramento, a coordenadora do Conselho Nacional do Laicato do Brasil do Regional Sul 1, Fátima Aparecida Ferra, conclamou: “o Ano do Laicato é o

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Grupo de Jundiaí.

ano de todos os leigos com vários carismas. O conselho dos leigos como organismo articulador dos leigos deve ser espaço de formação para vida nos tribunais do mundo, da economia, política, conselhos paritários, etc. Pede-se as dioceses para se organizarem em Conselhos para fazer comunhão como toda Igreja”. Por ocasião do Dia Mundial das Missões, foi realizada uma coleta em prol da Ação missionária na diocese de Pemba (Moçambique, África). O dinheiro arrecadado será revertido para o Fundo Missionário do Regional Sul 1. Segundo o Estatuto do Regional,  a Assembleia das Igrejas particulares é órgão que expressa a comunhão, a participação e a missão das Dioceses deste Regional e chama-se Assembleia das Igrejas porque tem a participação de leigas e leigos que atuam nas Igrejas locais. O VERBO

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Notas Oficiais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil



“Vencer a intolerância e o fundamentalismo” E Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom”  (Gn 1,31).

Os bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunidos em Brasília de 24 a 26 de outubro de 2017, dirigem esta mensagem ao povo brasileiro, diante de recentes fatos que, em nome da arte e da cultura, desrespeitaram a sexualidade humana e vilipendiaram símbolos e sinais religiosos, dentre eles o crucifixo e a Eucaristia, tão caros à fé dos católicos. Em toda sua história, a Igreja sempre valorizou a cultura e a arte, por revelarem a grandeza da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, fazendo emergir a beleza que conduz ao divino. “A arte é



numa harmonia que respeita os valores e a sensibilidade de cada uma e de toda pessoa humana na sua cultura e nos seus valores. Lamentavelmente, crescem em nosso meio o desrespeito e a intolerância que destroem esta harmonia, que deve marcar a relação da arte com a fé, da cultura com as religiões. Se, por um lado, a arte deve ser livre e criativa, por outro, os artistas e responsáveis pela promoção artística não podem desconsiderar os sentimentos de um povo ou de grupos que vivem valores, muitas vezes, revestidos de uma sacralidade inviolável. O desrespeito e a intolerância, por parte de artistas para com esses valores, fecham as portas ao diálogo, constroem muros e impedem a cultura do encontro. Preocupam, portanto, o nível e a abrangência destas intolerâncias que, demasiada-

mente alimentadas em redes sociais, têm levado pessoas e grupos a radicalismos que põem em risco o justo apreço pela arte, a autêntica liberdade, a sexualidade, os direitos humanos, a democracia do País. Vivemos numa sociedade pluralista, por isto, precisamos saber conviver com os diferentes. Isso, contudo, não subtrai à Igreja o direito de anunciar o Evangelho e as verdades nele contidas, a respeito de Deus, do ser humano e da criação. Em desacordo com ideologias como a de gênero, é nosso dever ressaltar, sempre mais, a beleza do homem e da mulher, tais como Deus os criou, bem como os valores da fé, expressos também nos símbolos religiosos que, com sua arte e beleza, nos remetem a Deus. Desrespeitar estes símbolos é vilipendiar o coração de quem os considera

instrumentos sagrados na sua relação com Deus, além de constituir crime previsto no Código Penal. Animamos a sociedade brasileira a promover o diálogo e o encontro, por meio dos quais as pessoas, em suas diferenças, respeitam e exigem respeito, e permitem sentir a riqueza que cada um traz dentro de si. Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira dos brasileiros, nos ensine o caminho da beleza e do amor, da fraternidade e da paz. Brasília, 26 de outubro de 2017. Cardeal Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília Presidente da CNBB Dom Murilo S. R. Krieger Arcebispo de S. Salvador da Bahia Vice-Presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília Secretário-Geral da CNBB

“É preciso vencer a tentação do desânimo”

Aprendei a fazer o bem, buscai o que é correto, defendei o direito do oprimido” (Is 1,17). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através de seu Conselho Permanente, reunido em Brasília de 24 a 26 de outubro de 2017, manifesta, mais uma vez, sua apreensão e indignação com a grave realidade político-social vivida pelo País, afetando tanto a população quanto as instituições brasileiras. O VERBO

como uma porta aberta para o infinito, para uma beleza e para uma verdade que vão mais além da vida quotidiana” (Bento XVI – 2011). O mundo no qual vivemos, ensina Paulo VI, precisa de beleza para não cair no desespero (Cf. Mensagem aos Artistas – 1965). Reconhecemos que “para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte” (São João Paulo II – Carta aos artistas 1999). Somos, por isso, agradecidos aos artistas pela infinidade de obras que enriquecem a cultura, animam o espírito e inspiram a fé. Merecem destaque a pintura, a música, a arquitetura, a escultura e tantas outras expressões artísticas que ressaltam a beleza da criação, do ser humano, da sexualidade, e o espírito religioso do povo brasileiro. Arte e fé, portanto, devem caminhar unidas,

Repudiamos a falta de ética, que há décadas, se instalou e continua instalada em instituições públicas, empresas, grupos sociais e na atuação de inúmeros políticos que, traindo a missão para a qual foram eleitos, jogam a atividade política no descrédito. A barganha na liberação de emendas parlamentares pelo Governo é uma afronta aos brasileiros. A retirada de indispensáveis recursos da saúde, da educação, dos programas sociais consolidados, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), do Programa de Cisternas no Nordeste, aprofunda o dra-

ma da pobreza de milhões de pessoas. O divórcio entre o mundo político e a sociedade brasileira é grave. A apatia, o desencanto e o desinteresse pela política, que vemos crescer dia a dia no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais, têm sua raiz mais profunda em práticas políticas que comprometem a busca do bem comum, privilegiando interesses particulares. Tais práticas ferem a política e a esperança dos cidadãos que parecem não mais acreditar na força transformadora e renovadora do voto. É grave tirar a espe-

rança de um povo. Urge ficar atentos, pois, situações como esta abrem espaço para salvadores da pátria, radicalismos e fundamentalismos que aumentam a crise e o sofrimento, especialmente dos mais pobres, além de ameaçar a democracia no País. Apesar de tudo, é preciso vencer a tentação do desânimo. Só uma reação do povo, consciente e organizado, no exercício de sua cidadania, é capaz de purificar a política, banindo de seu meio aqueles que seguem o caminho da corrupção e do desprezo pelo bem comum. Incentivamos a população a ser protagonista

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das mudanças de que o Brasil precisa, manifestando-se, de forma pacífica, sempre que seus direitos e conquistas forem ameaçados. Chamados a “esperar contra toda esperança” (Rm 4,18) e certos de que Deus não nos abandona, contamos com a atuação dos políticos que honram seu mandato, buscando o bem comum. Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, anime e encoraje seus filhos e filhas no compromisso de construir um País justo, solidário e fraterno. Brasília, 26 de outubro de 2017. 5

O Verbo

Compromisso missionário: dom de se colocar a serviço



O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram acerca do Verbo da vida, é o que nós vos anunciamos, pois a vida manifestou-Se e nós vimo-la e dela damos testemunho: nós vos anunciamos a vida eterna que estava junto do Pai e nos foi manifestada. Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em comunhão conosco. E a comunhão em que estamos é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. E escrevemos tudo isto para a nossa alegria ser completa” (1 Jo, 1, 1-4)”.

cesano os princípios espirituais que acompanham a missão: o princípio da providência e o princípio da autoridade. Já, a lembrança desses dois princípios espirituais, o da providência e o da autoridade, vem para fortalecer a nossa fé e nos motivar a dar uma resposta firme e decidida ao mandato missioná-

O Catecismo da Igreja Católica, no Capítulo Segundo, parágrafo 425, “A transmissão da fé cristã é, antes de mais, o anúncio de Jesus Cristo, para Levar à fé n’Ele. Neste ano de 2017, ao conclamar o Ano Missionário Diocesano, o Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa, lembrou a cada fiel dio-

rio de Jesus. Assim, todos são convidados a voltarem-se para Deus, sabendo que vem Dele todo o bem e toda prosperidade que esperamos. Em Deus tudo prospera: a nossa alma, o nosso espírito, a nossa saúde, os nossos relacionamentos, a nossa vida em família, a nossa

missão. O cristão tem que mostrar com a sua atitude que acredita na Palavra, rezando mais, procurando com mais empenho se afastar do pecado, promovendo a paz, perdoando, querendo de todo coração fazer a vontade de Deus. Essa é a parte de cada um. O Evangelho de Marcos, Ca-

pítulo 16, versículos de 1 a 18, proclama “ Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”. Aqueles que obedecem essa ordem de Jesus recebem dele a graça providencial, isso é, não lhes falta coisa alguma para o desempe-

nho de sua missão, pois Deus confirma com sinais e milagres a pregação do Evangelho. Também não lhes falta a proteção de Deus enquanto estão na missão, pois Deus guarda aqueles que se colocam sob o Senhorio de Jesus de toda ação do mal. Essa graça providencial também se estende à famí-

lia do missionário, já que essa se torna co-participante da missão ao abrir mão da presença de seu familiar enquanto este está fora de casa evangelizando, tendo os familiares que fazer, não raras vezes, verdadeiros sacrifícios para que a pessoa possa se ausentar de casa e de suas obrigações habituais.

4º Congresso Missionário Nacional: uma Igreja em Saída O 4º Congresso Missionário Nacional reuniu entre os dias 7 e 10 de setembro, 700 delegados representantes dos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outros 100 convidados que ficaram hospedados por famílias da Arquidiocese de Olinda e Recife. Representaram a Diocese de Jundiaí, irmã Alcinda Primon, CMC, Francisca Margarida da Silva e o casal César Rogério e Lucimara Regina Macedo Santos. A metodologia do Congresso girou em torno de quatro palavras inspiradoras, uma para cada dia do evento: encontrar, contemplar, discernir e propor, sendo que o tema contou

Missa de Encerramento foi marcada pelo envio dos missionários.

Equipe que representou a Diocese de Jundiaí no Congresso.

com três eixos: a Alegria do Evangelho; Sinodalidade e comunhão; Testemunho e profe-

Para debater o conteúdo quatro conferências foram realizadas com desdobramento das

tismo. Além disso, “Igreja em saída na perspectiva ad gentes” foi o eixo transversal.

reflexões em mais 30 oficinas. O 4º Congresso Missionários Nacional esteve em sintonia

com a caminhada missionária da Igreja e serviu de preparação do Brasil ao 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), a ser realizado nos dias 11 a 15 de julho de 2018, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O Congresso, promovido pelas Pontifícias Obras Missionárias, em comunhão com o Conselho Missionário Nacional e a Arquidiocese de Olinda buscou a promoção da integração das forças missionárias e incentivou a cooperação intereclesial e a missão de agentes. Os participantes também questionaram as medidas do atual governo. Segundo os congressistas, governo e Congresso Nacional trabalham

para o “fortalecimento de políticas neoliberais que retiram direitos”. No documento final, irmãs, leigas, leigos, bispos e padres demostraram preocupação com as medidas tomadas pelo Congresso Nacional e pelo Governo que “viram as coisas ao povo” e “agravam a situação dos trabalhadores/as, dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e dos que vivem em outras periferias geográficas e existenciais”.

Colaboração: Irmã Alcinda Primon

Mensagem do 4º Congresso Missionário Nacional às Comunidades Eclesiais do Brasil Vocês serão minhas testemunhas até os confins da terra (cf. At 1,8).

Contemplar a realidade com o olhar de discípulo missionário: O exemplo dos mártires e profetas, como Dom Helder Câmara, ajudou-nos a olhar para o Brasil, mergulhado numa profunda crise que fere, no coração e na alma, a nós e a tantos irmãos e irmãs empobrecidos, excluídos e descartados. Como se estivesse anestesiada, a população brasileira assiste ao fortalecimento de políticas neoliberais que retiram direitos e agravam a situação dos trabalhadores/as, dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e dos que vivem em outras periferias geográficas e existenciais. As reformas trabalhista, 6

previdenciária, política e da educação, bem como a retomada das privatizações mostram que o governo e o Congresso Nacional viraram as costas ao povo. A corrupção e a falta de ética, que atingem tanto a classe política, quanto empresarial e outros setores da sociedade, têm levado o desencanto e a desesperança aos brasileiros e brasileiras. Causam-nos indignação a devastação da Amazônia, a degradação da natureza e a violência que ceifa a vida de lideranças.(...) O decreto do governo que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) é um duro golpe nos direitos dos povos indígenas e no bioma amazônico. Essa realidade, longe de nos

desanimar, cobra-nos uma ação missionária vigorosa, transformadora, libertadora. (...) Somos guiados pela fé e pela esperança cristãs capazes de reacender, no coração de todos, a chama do amor pela vida, pela justiça e pela paz. Discernir os caminhos da missão que gera alegria: A palavra de Deus é luz, sabedoria e força que nos tornam discípulos missionários ousados e criativos, mais capazes de colaborar com a transformação de estruturas caducas e a construção de uma nova sociedade, que seja sinal do Reino de Deus em nosso meio. Os documentos da Igreja são também fonte salutar que nos ajudam a

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compreender melhor a natureza missionária da Igreja. (...) A missão constitui verdadeiro  kairòs, tempo propício de salvação na história. Somos provocados a sair de nós mesmos, deixar nossa terra, tirar

as sandálias para “pisar” o solo sagrado do outro, como hóspedes, aqui e além-fronteiras. A proximidade e a reciprocidade levam ao encontro com o outro que faz contemplar o horizonte escatológico do Reino de Deus. Na missão, animam-nos o testemunho e o profetismo de tantas mulheres e homens que encontraram sua alegria no Evangelho e a partilharam com os prediletos de Deus na radicalidade da doação de sua vida. Os profetas e mártires são exemplo de coragem e de fidelidade a Cristo e ao Evangelho até o extremo de entregar a própria vida... Na missão, Aquele que chama e envia, bem como a mensagem enviada e seu destinatário são maiores que o envia-

do, isto é, o missionário. Sem este, no entanto, não há quem seja enviado e a mensagem do amor de Deus não chega a seus destinatários... No cumprimento da missão, os evangelizadores se lembrem de que sua alegria não está nos prodígios que possam realizar, no sucesso que venham a alcançar, mas em saber que seus nomes estarão inscritos na “memória afetiva de Deus” por terem sido fieis mensageiros do Evangelho (cf. Lc 10,17-20). Comprometer-se com Jesus Cristo e o Reino de Deus para uma Igreja em saída: O 4º Congresso Missionário Nacional foi o encontro de irmãs e irmãos que

partilharam sua fé, suas lutas, suas angústias, seus sonhos, suas esperanças. Durante todo o tempo, sentimos agir em nós o Espírito Santo, protagonista da missão, reforçando nossa convicção de que ser missionário é uma graça e uma responsabilidade. Por isso, renovamos nosso compromisso com a Infância e Adolescência Missionária e com a Juventude Missionária, a fim de que crianças, adolescentes e jovens sejam protagonistas da missão onde quer que estejam. Reafirmamos a vocação dos cristãos leigos e leigas como sujeitos na missão. Confirmamos o testemunho das consagradas e consagrados, dos seminaristas, dos ministros ordenados – diá-

conos, padres e bispos – que cada vez mais assumem a missão como resposta ao chamado de Deus. Impulsionados pela Santíssima Trindade, viveremos esta nossa vocação na sinodalidade e na comunhão, comprometidos com a Igreja em saída que promove o encontro e anuncia a alegria do Evangelho a todos. Assumimos a tarefa de apostar, cada vez mais, nos espaços que nos ajudam a ser uma Igreja sinodal, fortalecendo os organismos e conselhos missionários em todas as instâncias... Maria, Mãe Aparecida, comunicadora da alegria do Evangelho, caminhe conosco! Recife, 10 de setembro de 2017 2ª QUINZENA - OUTUBRO/2017 - Nº 488

Papa convoca

Mês Missionário Extraordinário para outubro de 2019 Convocação foi feita depois da oração dominical e tem como objetivo ‘alimentar o ardor da atividade evangelizadora da Igreja’. O Papa Francisco convocou no domingo, 22 de outubro, um Mês Missionário Extraordinário para outubro de 2019, com o objetivo de “alimentar o ardor da atividade evangelizadora da Igreja”. A convocação foi feita depois da oração dominical do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, e também consta em uma carta ao prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos, Fernando Filoni. A celebração também servirá para festejar o centenário da carta do Papa Bento XV sobre o trabalho missionário no mundo. “Convoco um mês missionário extraordinário em outubro de 2019, com o objetivo de despertar ainda mais a consciência missionária da ‘missio ad gentes’ e de retomar com um novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral”, indicou Francisco na carta, divulgada pela Santa Sé. O pontífice indicou Filoni para preparar esse evento, especialmente através de “uma ampla sensibilização das igrejas particulares, dos institutos de vida consagrada e das sociedades de vida apostólica, assim como das associações, movimentos e comunidades eclesiais”. “Que o mês missionário extraordinário seja um tempo de graça intensa e fértil para promover iniciativas e intensificar, de maneira especial, a oração - a alma de toda a missão -, o anúncio do evangelho, a reflexão bíblica e teo-

lógica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e de solidariedade entre as igrejas”, disse Francisco. O Papa lembrou do texto apostólico com o qual Bento XV, segundo ele, quis dar um “novo impulso ao compromisso missionário de anunciar o Evangelho” no ano de 1919, quando terminou a Primeira Guerra, após um “tremendo” conflito mundial. “Ele sentiu necessidade de requalificar evangelicamente a missão no mundo, purificando-a de qualquer incrustação colonial e preservando-a daquelas ambições nacionalistas e expansionistas que causaram tantos revés”, escreveu Francisco na carta. O pontífice realizou o anúncio no mesmo dia em que a Igreja Católica celebra a Jornada Missionária Mundial, em memória também do Santo João Paulo II, o “Papa missionário”. Fonte: zenit.org.pt 7

Igreja na Diocese



Diocese recebe visita da Pastoral da Criança Nacional A Pastoral da Criança

tem a criança como prioridade absoluta. Para que elas “tenham vida e vida em abundância”.

A Diocese de Jundiaí recebeu entre os dias 25 e 29 de outubro, a visita da assessora nacional da Pastoral da Criança, Josiane Evaristo da Silva, que veio de Curitiba para conhecer o trabalho pastoral na região e ajudar a coordenação local a traçar ações focadas em superar as dificuldades encontradas. Outro objetivo da visita foi dar início a implantação do projeto ‘Ruas de Brincar’, uma parceria entre o Instituto Alana, Prefeitura de Jundiaí e a Pastoral da Criança. O projeto prevê que espaços públicos abandonados e algumas ruas nos bairros de Jundiaí sejam transformados em lugares onde as crianças possam brincar em segurança. O Instituto Alana é uma organização não governamental de São Paulo que trabalha na “busca de garantir condições para a vivência plena da Infância”. Josiane chegou na Diocese na quarta-feira dia 25 e foi acolhida pelo coordenador do Centro Diocesano da

Ação Evangelizadora, Padre Leandro Megeto, em nome do Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa. Nos quatro dias seguintes, acompanhada de membros da coordenação, ela visitou diversas paróquias e comunidades nas cidades de Jundiaí, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Cajamar. No dia 28, a assessora participou da Missa em Ação de Graças pelos 23 anos da presença da Pastoral da Criança na paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Jundiaí. Já no dia 30, Nicole Friedrich Neumann, neta da Doutora Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança no Brasil, chegou em Jundiaí para, junto com Josiane participar de duas reuniões na Prefeitura, uma com o Instituto Alana e outra com o Prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado. “A Pastoral da Criança vai entrar como uma força para ajudar a desenvolver esse projeto na Diocese de Jundiaí e a ideia é que depois possamos expandi-lo e implantar em outras dioceses brasileiras”, explica Josiane. Atualmente, na Diocese de Jundiaí, a Pastoral da Criança está presente em 29 paróquias, atendendo 1607 crianças. Desafios No início, a Pastoral da

Nicole Neuman, neta da Doutora Zilda Arns (à esquerda) e Josiane Silva.

Criança tinha como foco a desnutrição infantil, o que levou a uma associação com periferias e famílias pobres. Atualmente, porém, o foco foi para o outro extremo: combater a obesidade infantil que atinge crianças de todas as classes sociais. “Hoje, as crianças não brincam, ficam paradas no celular, computador e vídeo game e, enquanto os pais trabalham fora, elas passam o dia tomando refrigerante, comendo bolachas doces e salgadinhos. Nós temos no Brasil um número muito alto de crianças com diabetes, pressão e colesterol alto. A preocupação da Pastoral hoje é atingir um outro nível, porque o nosso lema é para que todas as crianças tenham vida e não apenas as mais pobres”, explica Sonia Maria F. R. Noguero, coordenadora diocesana da Pastoral. O projeto Ruas de Brincar vem como uma forma de

Assessora nacional encontra líderes da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, em Campo Limpo Paulista.

Membros do Instituto Alana, Pastoral da Criança, funcionários da Prefeitura e o Prefeito Luiz Fernando Machado discutem o projeto ‘Ruas de Brincar’.

ajudar no combate da obesidade infantil, uma vez que abre esse espaço para que as crianças possam se exercitar brincando e promove a interação entre elas, contribuindo para o desenvolvimento físico, metal e emocional. Outro desafio enfrentado pela Pastoral da Criança é atrair pessoas que possam ser líderes e voluntários, ajudando a expandir o trabalho realizado. Com uma maioria de agentes idosos, a Pastoral

carece de jovens que possam assumir lideranças, renovando o ânimo dos que já participam, entrando com força para assumir este trabalho que tem salvado milhares de crianças. “Participar da Pastoral é uma lição de amor à vida, porque a missão da Pastoral é a missão de Jesus. É um aprendizado diário de se colocar a serviço e se realizar neste trabalho”, testemunha e convida Sônia.

Morre Dom Enrico Angelo Crippa

O vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora 8

de Montenegro, Dom Enrico Angelo Crippa, OSB, faleceu na madrugada do sábado 21 de outubro. Dom Enrico também foi membro do Conselho de Formadores e Diretor Espiritual do Seminário Diocesano Nossa Senhora do Desterro por vários anos. Segundo informações da Congregação Valombrosana da Ordem de São Bento, a qual pertencia o presbíte-

ro, ele ficou internado por um mês no Hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí, onde faleceu, vítima de parada cardiorrespiratória. O corpo foi velado na matriz da Paróquia Nossa Senhora de Montenegro, em Jundiaí, onde a comunidade monástica, padres, religiosos, seminaristas e centenas de fiéis se despediram do presbítero. O Bispo Diocesano, Dom Vicente

Costa, e grupo de padres que se encontram em peregrinação, mesmo distantes, uniram-se em oração a família valombrosana e aos fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Montenegro. O corpo foi sepultado na tarde do domingo dia 22 de outubro, no Cemitério Municipal Nossa Senhora de Montenegro, após Missa de Corpo Presente presidida por Dom Robson Medeiros,

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OSB, Superior da Ordem Beneditinos de Vallombrosa, e concelebrada pelo Vigário Geral da Diocese, padre João Estevão da Silva, e padres. A Igreja de Jundiaí perdeu um grande pastor, que deixou o exemplo de como ser Igreja e de como estar à frente do Povo de Deus. Descanse em paz, Dom Enrico! O VERBO

O Verbo

Pedimos a sua bênção, Santo Padre! Os padres da Diocese de Jundiaí, Márcio Odair Ramos e Paulo Eduardo Ferreira de Souza estiveram frente a frente com o Papa Francisco, a quem cumprimentaram e de quem receberam uma bênção, no dia 21 de outubro. Ambos os presbíteros estão estudando e residindo em Roma. Nesta data, o Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala do Consistório, cerca de 100 membros da Comunidade do Pontifício Colégio Pio-Brasileiro de Roma, por ocasião dos trezentos anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ao dirigir-se aos sacerdotes estudantes em Roma, Francisco falou dos quatro pilares que sustentam a vida de um presbítero: a dimensão espiritual, a dimensão acadêmica, a dimensão humana e a dimensão pastoral. 

Padre Márcio Odair Ramos.

Padre Paulo Eduardo Ferreira de Souza.

Falando em Exclusão

Encantos de outubro

Maria Cristina C. de Andrade

Considero de encantos o mês de outubro: floresce em todos os dias e em alguns mais. Inicia-se com a O VERBO

lembrança de Santa Teresinha do Menino Jesus, no dia primeiro. A Santinha das rosas, que viveu no Carmelo de Lisieux e que afirmou que desejava passar o seu céu fazendo o bem sobre a terra. Quanto à sua vocação na Igreja, concluiu que seria o amor e assim se fez. Alguns dias depois, a memória de São Francisco de Assis do “Cântico das Criaturas”, que louvou a Deus pela natureza tão bela, protegeu os animais e abraçou a pobreza para seguir melhor o exemplo de Cristo. Recebeu, no corpo macerado, as cinco chagas do Senhor Jesus. No dia doze, a festa de Nossa Senhora Apareci-

da que, há 300 anos, acenou das águas do Rio Paraíba. Sobre ela, escreveu o Papa Francisco em seu Devocional: “Primeiro o corpo, depois a cabeça, em seguida a unificação do corpo e a cabeça. (...) O Brasil colonial estava dividido pelo muro vergonhoso da escravatura. Nossa Senhora Aparecida se apresenta com a face negra, primeiro dividida e depois unida, nas mãos dos pescadores. Em Aparecida, Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado, de compactação do que está dividido”. Interessante, foi em 12 de outubro, há exatos 35 anos, que Dom Roberto Pinarello

de Almeida, nosso segundo bispo diocesano, um pouco antes da Missa vespertina na Catedral Nossa Senhora Desterro, me pediu que iniciasse um trabalho pastoral com mulheres em situação de vulnerabilidade social, após observar quatro delas que passavam, pela praça, revestidas pela fuligem da miséria. Em meio aos ensinamentos de Deus, nessas décadas, a de que Ele pode restaurar a Sua Imagem despedaçada pelo mundo, pelos que aplaudem a decadência das virtudes, da mesma forma que os corvos saúdam as carnes em decomposição. E no dia 15, a memória de Santa Teresa de Jesus, Te-

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resa de Ávila, que declara: “Nada te perturbe, nada te amedronte. Tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!” Em um mês de tantas vivências significativas, quando o desânimo se avizinha por acontecimentos que vilipendiam a fé e tentam impor que aquele que acredita não tem direito a manifestar sua opinião, como em defesa da dignidade do ser humano no respeito à decência, fortaleço-me nas palavras de Jesus Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20). 9

O Verbo

Tudo pela missão!

Pe. Norberto Savietto



Que nós todos redobremos o nosso ardor missionário e procuremos aceitar as missões novas que vamos receber para que o Reino de Deus seja mais anunciado e instaurado concretamente, nessa sociedade que, a cada dia mais, vai perdendo a noção dos verdadeiros valores”.

Essa é uma frase que nosso bispo Dom Vicente pronuncia repetidas vezes. Ele o faz com propriedade pois é missionário desde jovem, quando deixou sua terra natal para anunciar o Evangelho aqui no Brasil. E até agora, continua incansável, a serviço das missões, em todos os sentidos. Lembro aqui, também, um outro bispo muito conhecido entre nós, que já terminou a sua missão aqui na terra: Dom Joaquim Justino Carreira, que sempre falava que deveríamos fazer o que era mais necessário e não aquilo que gostaríamos de fazer, isto é, encarar os desafios mais difíceis, com coragem. Há vários anos já, numa reunião de conselho, que estava decidindo sobre al-

gumas mudanças de padres, eu disse que os padres mais experientes deveriam ir para os lugares mais desafiadores.  Recordo ainda, uma tia minha, religiosa franciscana, que disse uma coisa que jamais esqueci: “nunca pedi nada e nunca rejeitei nada”, o que quer dizer: vou para onde Deus quiser, onde acharem que eu serei mais útil, onde precisarem mais de mim. E assim viveu a maior parte do tempo de sua vida religiosa em missões pela África, em lugares de muita pobreza e precariedade. Embora o discurso na Igreja sobre as missões continue o mesmo, na prática há uma tendência muito forte entre as pessoas, sejam religiosos ou leigos, de rejeitar coisas difíceis e se envere-

dar por caminhos que apresentam menos sofrimento. A sociedade toda está nesse rumo, mas essa mentalidade não poderia contaminar a Igreja. O nosso pastor e Mestre, Jesus Cristo, que é o centro de toda a nossa espiritualidade, saiu da sua condição divina e veio até nós: “Ele, estando na forma de Deus, não usou do seu direito de ser tratado como um Deus, mas se despojou, tomando a condição de escravo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2, 6-7b) e continua a mesma carta: “tende os mesmos sentimentos de Jesus” (Fp 2,5). Que nós todos, como Igreja viva, Igreja peregrina, em saída, Igreja que vai ao encontro dos mais abandonados, pobres e necessi-

tados e pecadores, também redobremos o nosso ardor missionário e procuremos, no que for possível, aceitar as missões novas que vamos receber e que possamos nos desdobrar  ao máximo para que o Reino de Deus seja mais anunciado e instaurado concretamente, nessa sociedade que, a cada dia mais, vai perdendo a noção dos verdadeiros valores. Que Santa Teresinha e São Francisco Xavier, padroeiros das missões, intercedam por nós e que também com as orações do Papa Francisco, incansável missionário, e do nosso bispo Dom Vicente, cada vez mais nos envolvamos em nossos trabalhos pastorais e façamos TUDO PELAS MISSÕES.

Encontro reflete a dignidade da pessoa humana e a missão do católico batizado No dia 27 de outubro foi realizado o 4° Encontro do Fórum Cáritas e Doutrina Social da Igreja. Nesse mesmo dia, tivemos várias outras reuniões e encontros das pastorais sociais e movimentos envolvendo lideranças e agentes de nossa Diocese de Jundiaí, dentre os quais a apresentação da Campanha da Fraternidade 2018 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Itaici, o que demonstra que nossa Diocese está em movimento objetivando vivenciar o amor, a justiça e o acolhimento ensinados por Jesus. Durante o 4° encontro fizemos um levantamento dos entraves para aplicar em nossas comunidades os ensinamentos sociais da Igreja e nos propusemos a dar continuidade aos encontros em 2018 para aprofundamento, formação e ações concretas para a construção de uma sociedade justa e solidária. 10

Em breve, será disponibilizado o calendário de 2018 dos Encontros de Doutrina Social da Igreja, que também estarão articulados a outros eventos da Diocese, tais como: “Campanha da Fraternidade”, “Grito dos Excluídos”, “Feira da Solidariedade”, “Caminhada dos Mártires”, “Cursos do Núcleo de Formação Diocesana de Fé e Política”, “Dia Mundial dos Pobres” instituído pelo Papa Francisco, etc. Os encontros sobre a Doutrina Social da Igreja, que contam com o apoio de nosso querido Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa, surgem em um momento em que a Cáritas, organização considerada um dos braços sociais da Diocese, articula-se ao Núcleo de Formação Diocesana de Fé e Política para um aprofundamento do magistério da Igreja para as questões da sociedade contemporânea. Nos encontros fomos pro-

vocados a refletir criticamente sobre a realidade de uma sociedade de consumo, que supervaloriza o capital, que concentra a riqueza das mãos de pouquíssimos, que trata as pessoas como coisas descartáveis, que “transforma” direitos e serviços sociais em mercadorias. O amor a Deus e o amor ao próximo efetivamente se manifestam em uma sociedade nesses moldes? Esse tipo de sociedade consegue superar as injustiças e desigualdades ou só as aprofunda? Ao encerrarmos o ciclo de encontros de 2017, enfatizando que ele continuará em 2018, o palestrante, professor Sérgio de Abreu, apresentou e comentou a mensagem do Papa Francisco que instituiu o “Dia Mundial dos Pobres” e que nos convoca a participar da “Jornada Mundial dos Pobres”, na semana que antecede o XXXIII Domingo do Tempo Comum – neste ano, em 19 de novembro de 2017,

com a mobilização e criação de muitos momentos de encontro e amizade, de solidariedade e ajuda concreta aos pobres e marginalizados. A mensagem do Papa Francisco para o 1° Dia Mundial dos Pobres é uma catequese, que nos questiona, nos inquieta. Em um dos trechos dessa mensagem, o Papa reflete sobre o mandamento de Jesus, citada no Evangelho de São João ( 1Jo 3, 18): (...) “A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo ‘discípulo amado’ até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. (...) Portanto

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somos chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.” Em nossos Encontros do Fórum Cáritas e Doutrina Social da Igreja, somos chamados a olhar para o outro e reconhecer a dignidade da pessoa humana naqueles que foram desprezados, excluídos e marginalizados. Em especial somos convocados a assumir nosso batismo e sermos testemunhas do amor de Deus através de obras de caridade: “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1 Jo 3, 18). Esperamos vocês em 2018! Núcleo Cáritas “Caridade, Justiça e Paz”.

O VERBO

Igreja na Diocese

Dia Mundial das Missões



A missão é propagar a Boa Nova

Deus de misericórdia, que enviaste o Teu Filho Jesus Cristo e nos sustentas com a força do Espírito Santo, ensina-nos a caminhar juntos e, a exemplo de Maria, nossa Mãe Aparecida, na celebração dos 300 anos do encontro da imagem, sejamos, em toda a parte, testemunhas proféticas da alegria do Evangelho para uma Igreja em saída. Amém”. ORAÇÃO DO MÊS MISSIONÁRIO 2017.

O Dia Mundial das Missões foi marcado na Paróquia São Francisco de Assis de Campo Limpo Paulista com o 8.º dia das Visitas Missionárias. Dessa vez, os missionários visitaram o Bairro São José I, local onde fica a Igreja matriz. Para além das visitas, as crianças e jovens da catequese prepararam e realizaram uma exposição montada em salas temáticas e com algumas apresentações de dança e teatro que abordaram a situação missionária de cada um dos cinco continentes. A Missa de Encerramento em Ação de Graças pelo Dia Mundial das Missões foi presidida pelo padre Leandro Megeto, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora, momento em que os missionários apresentaram um vídeo, expuseram fotos, deram testemunhos e O VERBO

ofereceram suas contribuições à missão universal, por meio dos envelopes da Campanha Missionária. Para Levino Neto de Oliveira, um dos formadores paroquiais das Santas Missões Populares, foi “um dia de forte intercâmbio de dons, ocasião em que os missionários levaram a Palavra de Deus a várias pessoas de nosso bairro. Foram encontradas realidades muito tristes, mas também realidades que despertaram ainda mais o nosso ardor pela missão”, declarou.

Missionários da Paróquia São Francisco de Assis em ação.

Padre Leandro presidiu a Missa do Dia Mundial das Missões.

Crianças missionárias Mais de 200 pessoas, dentre essas, 165 crianças missionárias, mais de 20 assessores e 15 coordenadores participaram no domingo dia 22, do encontro da Infância e Adolescência Missionária (IAM), na Comunidade São Vicente de Paulo, da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no Jardim das Tulipas, em Jundiaí. A coordenadora diocesana da IAM, irmã Nilva de Souza, FP, e a assessora, irmã Alcinda Primon, CMC, também marcaram presença. O evento contou com momentos de formação e espiritualidade, a partir do tema central “A Alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, Os participantes foram convidados a refletir e a rezarem pelas missões na Diocese de Jundiaí. As crianças assumiram perante Deus e a Igreja o compromisso de tornar Jesus conhecido.

Na comunidade São Vicente de Paulo, em Jundiaí, jovens da IAM celebraram o Dia Mundial das Missões e se comprometeram com a Evangelização.

Sábado de Formação de Missionários na Paróquia São Cristovão Novos passos em direção à realização das Semanas Missionárias foram dados na Paróquia São Cristovão, em Itu. O encontro de formação dos missionários aconteceu no sábado dia 21 de outubo. A comunidade paroquial formada por catequistas, membros dos conselhos paroquiais, ministros da Eucaristia, viveu esse momento com acompanhamento da coordenação diocesana das Santas Missões Populares; irmã Alcinda Primon, CMC, e o casal César Rogério e Lu-

cimara Regina Macedo e do pároco, padre Paulo Toni Jr. e foi uma resposta da Igreja

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Particular de Jundiaí ao chamado da Igreja para um estado permanente de missão. 11

Igreja na Diocese

Senhor: aqui estou, envia-me!



Leva-me aonde os homens necessitem Tua palavra Necessitem de força de viver, Onde falte a esperança, Onde tudo seja triste simplesmente, por não saber de ti. (CANÇÃO: ALMA MISSONÀRIA).”

O padre Adeilson Rodrigues dos Santos, a partir de janeiro de 2018 exercerá seu ministério presbiteral na Diocese de Roraima. O presbítero será enviado para a Igreja da Amazônia dentro do Projeto Missionário Regional Sul 1 (Dioceses do Estado de São Paulo) e Regional Norte 1 (Dioceses da Amazônia) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Padre Adeilson substituirá os padres José Roberto de Oliveira e Norberto Savietto que, desde 2015 exercem seu ministério presbiteral em missão nessa Diocese. Confira, a seguir, entrevista exclusiva com o padre que, atualmente, é pároco da Paróquia São Francisco de Assis, em Campo Limpo Paulista.

Entrevista com o padre Adeilson Rodrigues dos Santos O Verbo: Como nasceu o desejo de sair em missão? Padre Adeilson: Sei que a igreja é missionária, mas nunca tinha pensado em sair, deixar o que considero seguro. Quando Dom Vicente convidou os padres para dar continuidade a missão assumida com a Diocese de Roraima, acendeu uma chama dentro do meu coração, rezei e pedi um sinal ao Senhor: ele é fiel e nos concede o que pedimos. Diante da resposta só pude afirmar, aqui estou, envia-me! O Verbo: No mês de agosto deste ano o senhor fez um curso de formação no Centro Cultural Missionário – CCM, em Brasília (DF), instituição mantida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e especializada na área da missiologia. Que aprendizado o senhor espera levar para a missão? Padre Adeilson: O que levo para missão é o desejo de partilhar o que tenho recebido da Igreja,

para onde vai o padre Adeilson

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O Verbo: O padre já sabe para onde vai, e qual será a paróquia de atuação? Padre Adeilson: Sim. Substituirei e darei continuidade ao trabalho que a nossa diocese assumiu com a Diocese de Roraima (RR). Assumirei duas paróquias, a Área Missionária Santo Isidoro, constituída por nove Comunidades, na cidade de Caroebe, e a outra, na cidade de São João da Baliza: Paróquia São João Batista e São

Luís, formada por 12 comunidades. O Verbo: Já conhece a realidade local para onde o senhor vai? Padre Adeilson: Sim, o Bispo da Diocese de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, nos apresentou na última reunião geral do clero. O Verbo: E quando o senhor viaja? Padre Adeilson: Viajarei no dia 10 de janeiro de 2018. O Verbo: O que você espera desta missão? Padre Adeilson: A única coisa que espero é tornar o Cristo conhecido, levo a experiência de João “que cresça e eu diminua”.

pedir a oração de todos, para que eu cumpra a vontade do Cristo, que me chama para ser um trabalhador de sua vinha e que eu não espere reconhecimento ou recompensa. Queridos leitores, Deus nos fez missionários, sua palavra se cumpre em nós, e Ele nos diz: “descerá sobre vós o meu espírito e ele vos dará força, e vós sereis minhas testemunhas” (cfr At 1,8). Sejam missionários na condição de casados, solteiros... Sejam, de fato, cristãos ou seja, outro Cristo.

O Verbo: Deixe uma mensagem para os nossos leitores. Padre Adeilson: Aproveito a oportunidade para

Projeto Missionário Regional Sul 1 e Regional Norte 1

Diocese de Roraima:

A Diocese de Roraima foi elevada à dignidade de Diocese por São João Paulo II, no dia 16 de outubro de 1979, pertencente à Província Eclesiástica de Manaus. Seu território é de 230.104 km², organizado em nove paróquias, 10 Áreas Missionárias, três Áreas Indígenas. Dom Mário Antônio da Silva é o atual Bispo da Diocese de

de Jesus Cristo. E também o que tem me ajudado é o diálogo com o nosso bispo Dom Vicente. O Verbo: A partir do encontro, como o padre avalia os desafios da Missão na atualidade? Padre Adeilson: A missão nunca mudou, ela continua a mesma, homens que necessitam de Cristo, e o Cristo que necessita dos homens para anunciá-lo. Ele mesmo nos diz: “a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita” (Mt 9, 37-38).

Roraima. A Sé Episcopal está na Catedral Cristo Redentor, na cidade de Boa Vista.

O Projeto Missionário da CNBB Sul 1 – Norte 1 nasceu em 1994, durante a Assembleia Geral dos Bispos, em Itaici (SP) e tem por slogam “Cristo aponta para a Amazônia (Paulo VI)” . Os principais objetivos do Projeto são: 1- A cooperação entre as Igrejas do Regional Sul 1 e Norte 1; 2- O despertar nos cristãos o ardor e o

compromisso com a missão; 3- Enviar, manter e acompa-

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nhar missionários na Amazônia. O VERBO