Região Metropolitana do Recife no Contexto de Pernambuco no

Região Metropolitana do Recife no Contexto de Pernambuco no Censo 2010 Jan Bitoun1 Lívia Miranda2 Maria Angela de Almeida Souza3 Maria Rejane Souza de...
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Região Metropolitana do Recife no Contexto de Pernambuco no Censo 2010 Jan Bitoun1 Lívia Miranda2 Maria Angela de Almeida Souza3 Maria Rejane Souza de Britto Lyra4

Resumo Identificar as tendências da distribuição e composição demográficas, do Estado de Pernambuco e de suas regiões, em especial, da Região Metropolitana do Recife, a partir dos resultados do Censo Demográfico de 2010, é o objetivo deste texto. O trabalho integra um conjunto de estudos do Observatório das Metrópoles que visam identificar o perfil das Regiões Metropolitanas brasileiras, comparativamente ao ano de 2000, e sua inserção estadual. Os dados foram analisados sob dois enfoques: um temporal, no qual a composição demográfica metropolitana é apresentada em uma perspectiva comparativa, enfatizando suas transformações mais estruturais; e, outro espacial que privilegia observar o peso da RM Recife no Estado de Pernambuco e as alterações ocorridas entre o pólo e a periferia metropolitana, considerando os níveis de integração dos municípios com o núcleo metropolitano. Esse conjunto de dados confirmou uma marcante característica dos processos demográficos em Pernambuco: as mudanças na geografia econômica pelas quais o Estado vem passando, não impulsionaram significativas mudanças na sua estrutura social, que na escala estadual ainda estão submetidas à permanência de um rural pouco dinâmico. As reflexões aqui iniciadas deverão ser complementadas posteriormente, a partir dos dados amostrais do Censo Demográfico de 2010.

Considerações Iniciais O Brasil, de acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apresenta uma população de 190.755.799 habitantes. A Região Nordeste concentra 28% desse contingente populacional, mantendo-se como a 2ª região mais populosa do Brasil, nas duas últimas décadas. O Estado de Pernambuco situa-se na 7o posição entre os estados mais populosos, em 2000 e 2010, embora sua participação venha decrescendo no contexto da população brasileira, ao longo do século, passando na última década de 4,7% para 4,6%. A Região Metropolitana do Recife (RM Recife) é a 5ª região mais populosa entre as RM brasileiras,

1

Geógrafo, Dr. em Geografia e Professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco e Pesquisador fundador do Observatório Pernambuco de Políticas Públicas e Práticas Socioambientais. 2 ra Arquiteta e Urbanista, D em Desenvolvimento Urbano, Professora no Curso de Arquitetura e Urbanismo e Colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Campina Grande e Pesquisadora fundadora do Observatório Pernambuco. 3 ra Arquiteta e Urbanista, D em História, Professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco e Coordenadora do Observatório Pernambuco. 4 ra Estatística, D em Demografia, Pesquisadora Colaboradora do Observatório Pernambuco.

concentra 3.690.485 habitantes que residem em 1.247.497 domicílios. 42,6% da população metropolitana está domiciliada na capital Recife, o pólo da metrópole. Com o objetivo de identificar tendências demográficas, especificamente mudanças na distribuição e na composição da população entre os anos de 2000 e 2010, este texto destaca a relação da RM Recife no contexto do Estado de Pernambuco, buscando identificar se as mudanças demográficas ocorridas naquela região acompanham ou se diferenciam das mudanças ocorridas no conjunto do Estado e de suas outras regiões e, mais especificamente, se a população das RMR continua aumentando em detrimento de alguma região em especial. A análise em tela foi elaborada pela equipe do Observatório Pernambuco de Políticas Públicas e Práticas Socioambientais, o qual está vinculado à rede nacional Observatório das Metrópoles coordenado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ). A sua estrutura está baseada nas informações censitárias do IBGE e segue o alinhamento das pesquisas desenvolvidas no âmbito dessa rede. O texto foi estruturado em três itens, além destas considerações iniciais e das considerações finais. No primeiro item é estabelecida uma breve discussão sobre a divisão do território em regiões e as regionalizações disponíveis para o estado, a composição atual e alterações na composição da RM nas últimas décadas. O segundo item trata do crescimento e distribuição geral da população no conjunto do Estado e nas suas mesorregiões, detalhando os municípios da Região Metropolitana do Recife classificados segundo o seu nível de integração com o pólo metropolitano. O terceiro item apresenta mudanças na composição da população entre 2000 e 2010, que se expressa por meio da estrutura etária por sexo e idade, do índice de envelhecimento e da idade média da população do Estado, de suas mesorregiões, em especial da região Metropolitana

do

Recife

com

seus

municípios.

1. Divisão Territorial do Estado

BRASIL

de Pernambuco e da Região Metropolitana do Recife Pernambuco está localizado na costa do nordeste brasileiro (Figura 1), tem uma área de 98.311,62 km2 onde reside uma

N

população de 8.796.448 habitantes em 2.993.825 domicílios distribuídos em 184

PERNAMBUCO 1000 Km

0 Km

1000 Kilometers

municípios e um Distrito Estadual. Desse total 2.390.427 estão situados em área urbana e 603.398 são domicílios rurais (IBGE,

2010).

Como

outros

estados

Figura 1-. Pernambuco Localização Geográfica. Fonte: IBGE 2010. Elaboração Observatório das Metrópoles PE

nordestinos, Pernambuco se encontra em um momento favorável da sua economia. Atravessa um ciclo expansivo de investimentos e de ampliação das oportunidades de emprego formal. As transformações socioespaciais recentes no Estado estão sendo estimuladas por grandes projetos econômicos orquestrados a partir das agendas do governo. Entre eles se destacam: refinaria Abreu e Lima, estaleiro, montadora, siderúrgica, Cidade da Copa, Pólo farmacoquímico, fábrica de veículos Fiat, transposição do rio São Francisco, transnordestina, perímetro irrigado do São Francisco etc. Esses projetos têm impulsionado a dinâmica local e atraindo população para as regiões nas quais estão instalados. 1.1. Diversidade de Fisiografias e Processos nas Mesorregiões de Pernambuco Por suas características fisiográficas, Pernambuco

possui três Mesorregiões (Mata, Agreste e

Sertão) como mostra a Figuras 2. As três Regiões Fisiográficas do Estado estão divididas, para fins 5

de planejamento, em 12 Regiões de Desenvolvimento (RD). Tal regionalização esta descrita na Figura 2 e no Quadro 1.

RD S. Moxotó

Sertão

Agreste

Mata

Litoral

Figura 1 - Pernambuco e suas mesorregiões de desenvolvimento, Segundo as Regiões Fisiográficas. Fonte: Agência Condepe/Fidem Fonte: Agência Condepe/Fidem

Quadro 1 – Pernambuco: população residente por Regiões de Desenvolvimento (IBGE 2010) 5

O governo estadual promoveu em 2003 uma adequação da regionalização existente (19 Microrregiões) . Definiu

MR

RD

ZONA DA MATA

METROPOLITANA

Norte

Sul

AGRESTE

Agreste Central

Agreste Meridional

Agreste Setentrional

Sertão Araripe Sertão Central

SERTÃO

Sertão Itaparica Sertão Moxotó

Sertão Pajeú Sertão do São Francisco

Municípios Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de S. Agostinho, Camaragibe, Fernando de Noronha, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata. Alianca, Buenos Aires, Camutanga, Carpina, Cha de Alegria, Condado, Ferreiros, Gloria do Goitá, Goiana, Itambe, Itaquitinga, Lagoa do Carro, Lagoa do Itaenga, Macaparana, Nazaré da Mata, Paudalho, Timbauba, Tracunhaem, Vicência. Água Preta, Amaraji, Barreiros, Belem de Maria, Catende, Cha Grande, Cortes, Escada, Gameleira, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Maraial, Palmares, Pombos, Primavera, Quipapá, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito do Sul, São Jose da Coroa Grande, Sirinhaem, Tamandare, Vitoria de Santo Antão, Xexeu. Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra de Guabiraba, Belo Jardim, Bezerros, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São Felix, Caruaru, Cupira, Gravata, Ibirajuba, Jatauba, Lagoa dos Gatos, Panelas, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Sanharó, São Bento do Una, São Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó. Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão, Buique, Caetés, Calcado, Canhotinho, Capoeiras, Correntes, Garanhuns, Iati, Itaiba, Jucati, Jupi, Jurema, Lagoa do Ouro, Lajedo, Palmeirina, Paranatama, Pedra, Saloa, São João, Terezinha, Tupanatinga, Venturosa. Bom Jardim, Casinhas, Cumaru, Feira Nova, Frei Miguelinho, João Alfredo, Limoeiro, Machados, Orobo, Passira, Salgadinho, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambuca, São Vicente Ferrer, Surubim, Taquaritinga do Norte, Toritama, Vertente do Lerio, Vertentes. Araripina, Bodoco, Exu, Granito, Ipubi, Moreilandia, Ouricuri, Santa Cruz, Santa Filomena, Trindade. Cedro, Mirandiba, Parnamirim, Salgueiro, São José do Belmonte, Serrita, Terra Nova, Verdejante. Belem de São Francisco, Carnaubeira da Penha, Floresta, Itacuruba, Jatoba, Petrolândia, Tacaratu. Arcoverde, Betania, Custodia, Ibimirim, Inaja, Manari, Sertânia Afogados da Ingazeira, Brejinho, Calumbi, Carnauba, Flores, Iguaraci, Ingazeira, Itapetim, Quixaba, Santa Cruz Da Baixa Verde, Santa Terezinha, São Jose do Egito, Serra Talhada, Solidao, Tabira, Triunfo, Tuparetama. Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande,Orocó, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista

PERNAMBUCO

Pop (hab) 2010

TGC (% a.a)

3.693,177

1,0

577.191

0,6

733.447

1,0

1.048.968

1,2

641.727

0,8

463.771

1,3

307.642

1,0

171.307

0.7

134.212

1,4

212.556

1.4

314.603

0,6

434.713

2,4

8.796.448

1,1

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Elaboração Observatório das Metrópoles PE

A RD Metropolitana é a mais populosa. Essa região, além da Região Metropolitana do Recife (RM Recife), inclui o Território Estadual de Fernando de Noronha. A RD Sertão do São Francisco contém parte da Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) Petrolina - Juazeiro. A RIDE Petrolina o

Juazeiro foi institucionalizada pela Lei Complementar n 113/01 e regulamentada pelo Decreto n

o

4366/02. É interestadual é abrange quatro municípios de Pernambuco (Petrolina, Lagoa Grande,

Santa Maria da Boa Vista e Orocó) e quatro municípios baianos (Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá). Em Pernambuco a RIDE reúne 400.332 habitantes (IBGE, 2010). Como veremos mais detalhadamente a seguir, as novas informações censitárias revelam fortes contrastes no interior do Estado. Alguns investimentos econômicos e arranjos produtivos locais impulsionam o crescimento populacional, em patamares superiores às médias mesorregionais, enquanto outras áreas permanecem estagnadas e dependentes de um rural muito pouco produtivo. Entre as áreas mais dinâmicas se destacam: a região do Perímetro Irrigado do Sertão do São Francisco, que teve forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que alcançou uma taxa média de crescimento anual de 7,2% a.a, entre 2000 e 2008; a região do Sertão Central impactada pelas obras da Transposição do rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina; as regiões do Agreste Central e Setentrional beneficiadas pelo pólo industrial de confecções. Esses dados configuram uma leve tendência a descentralização do desenvolvimento para o interior do Estado. No entanto, essa dinâmica não chega a desconfigurar a forte centralidade que é ainda é exercida pela Região Metropolitana do Recife. 1.2 Polarização da Região Metropolitana do Recife e de seu município sede A RM Recife foi institucionalizada pela Lei Federal no 14 de 1973, é formada por 14 municípios: Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Goiana, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata. Concentra 42% da população em 2,81% do território estadual (IBGE, 2010). Concentra também a maior parte do PIB estadual (65,1%) e, as mais expressivas dinâmicas urbanas. Desse total, 3.589.674 habitantes são residentes da zona urbana (51 % da população urbana em PE) e 101.383 2

habitantes moram na zona rural (5,81 % da população rural do Estado). Com 218km , a capital Recife representa 7,2% da área metropolitana e concentra 41,6 % dos habitantes dessa região. (Figura 3) A RM Recife exibe um padrão de ocupação espacial caracterizado, ora por uma malha contínua que ultrapassa limites político-administrativos municipais, ora por incorporar núcleos urbanos isolados que apresentam pouca integração à sua dinâmica de fluxos, funções e relações socioeconômicas. Nas últimas décadas, a participação relativa da população do Recife na RM é decrescente. Sofreu uma redução de 44 % (1991) para 42,6% (2000) e para 41,64% (2010). Por sua vez, a população do seu entorno cresceu 237.412 habitantes (IBGE, 2010). Os municípios de Jaboatão dos Guararapes (644.620 hab), Olinda (377.779 hab.) e Paulista (300.466 hab) são núcleos urbanos conurbados com o Recife (município-polo). Esses apresentam um nível muito alto de integração.6 Os demais municípios metropolitanos se caracterizam por diferenciados processos de integração que variam do alto ao médio. Destacam-se do conjunto, os municípios de Abreu e Lima (94.429 hab.), Camaragibe 6

O nível de integração a que se refere o parágrafo foi sugerido pelo estudo do Observatório das Metrópoles (2005a) - Análise das Regiões Metropolitanas do Brasil: Identificação dos Espaços Metropolitanos e Construção de Tipologias. Essa pesquisa propôs uma metodologia para delimitar a extensão das aglomerações metropolitanas brasileiras a partir do grau de integração ao polo metropolitano. A partir de indicadores sintéticos (evolução demográfica, fluxos de deslocamentos pendulares, densidade e características ocupacionais). O estudo estabeleceu cinco níveis de integração: muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo.

(144.460 hab.) e Cabo de Santo Agostinho (185.025 hab.) por apresentarem um alto nível de integração com o Recife. Como se verá a seguir, os movimentos populacionais nesse conjunto de municípios tendem a se intensificar em função dos novos empreendimentos promovidos para a Região (Figura 4).

Entre as mesorregiões do Estado é a RD ITAPISSUMA ILHA DE ITAMARACÁ

ARAÇOIABA

ITAPISSUMA

IGARASSU

ILHA DE ITAMARACÁ

ARAÇOIABA

ABREU E LIMA

IGARASSU

PAULISTA CAMARAGIBE

ABREU E LIMA

OLINDA

PAULISTA SÃO LOURENÇO DA MATA

RECIFE

CAMARAGIBE SÃO LOURENÇO DA MATA

RECIFE

JABOATÃO DOS GUARARAPES

CABO DE SANTO AGOSTINHO

MORENO

JABOATÃO DOS GUARARAPES OCEA NO A TLÂN TICO

OCEA NO A TLÂN TICO

MORENO

OLINDA

CABO DE SANTO AGOSTINHO

IPOJUCA N

IPOJUCA N

LEGENDA

LEGENDA

10 MUNICIPIOS (Base IBGE, 2000) RM RECIFE: INSTITUCIONALIZAÇÃO Lei Federal n.º14 de 8 de junho de 1973 Municipios emancipados em 1982 Municipios emancipados em 1995 Lei Estadual Complementar n.º10 de 1994

Km

0

10 KmKilometers

MUNICIPIOS (Base IBGE, 2000) NÍVEL DE INTEGRAÇÃO POLO MUITO ALTA MEDIA ALTA

10 Km

0

10 KmKilometers

Figura 3 - Institucionalização dos municípios na Região Metropolitana do Recife

Figura 4 - Nível de integração com o pólo metropolitano dos

Fonte: Fonte: Observatório das Metrópoles – IPPUR-PPGEO-MDU-FASE

Fonte: Observatório das Metrópoles – IPPUR-PPGEO-MDU-FASE

Metropolitana

que vem

recebendo

a

municípios na Região Metropolitana do Recife

maior

concentração de empreendimentos econômicos. Tais empreendimentos impactam significativamente na sua dinâmica e organização espacial, mas como já mencionado anteriormente, com mudanças menos significativas na estrutura social, como veremos a seguir. Na porção noroeste e mais recentemente no litoral sul, novas estruturas urbanísticas têm sido incorporadas pelo mercado imobiliário de elevado padrão econômico, por meio da implantação de condomínios fechados, bem dotados, de infraestrutura, condições de acessibilidade. Ainda na região sul, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, a implantação do Complexo Industrial e Portuário de Suape, com seus empreendimentos correlacionados, vem atraindo investimentos, inclusive imobiliários, para a

região. Outras centralidades podem ser geradas, com grandes projetos indutores de transformação urbanística, dentre os quais se destaca a Cidade da Copa, no município de São Lourenço da Mata, localizado a oeste do núcleo metropolitano e os Pólo Farmacoquimico e Fábrica de Automóveis Fiat que se localizarão na região ao norte da metrópole, já no município de Goiana (RD Zona da Mata Norte). A infraestrutura para viabilizar a implantação dos referidos complexos está promovendo a expansão da RM

para os Municipios

contíguos pertencentes às RDs da Zona da

LEGENDA GOIANA

RM RECIFE E COLAR METROPOLITANO RD MATA NORTE RD MATA SUL REGIÃO METROPOLITANA

ITAQUITINGA

Mata Norte e Sul. Essa ampliação conforma ITAPISSUMA ILHA DE ITAMARACÁ

TRACUNHAÉM

um Colar Metropolitano. Embora ainda não

ARAÇOIABA

IGARASSÚ

tenha sido institucionalizado por lei, o novo Colar

Metropolitano

municípios:

Vitória

envolve

nove

Santo

Antão,

de

ABREU E LIMA PAUDALHO CHÃ DE ALEGRIA

PAULISTA

CAMARAGIBE MORENO

OLINDA

Sirinhaén, Ribeirão e Escada (RD Mata Sul); RECIFE

Chã de Alegria, Paudalho, Tracunhaém,

municípios

duplicação

de

estão

CABO DE SANTO AGOSTINHO

ATLÂ

previstos:

de

rodovias,

ANO

conjunto

JABOATÃO DOS GUARARAPES

construção de escolas técnicas, de hospitais

OCE

esse

MORENO NTIC O

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

Itaquitinga e Goiana (RD Mata Norte). Para

ESCADA IPOJUCA

regionais, de alojamentos e futuros bairros N

residenciais populares (Agência Condepe-

RIBEIRÃO SIRINHAÉN

Fidem, 2006: 17-19). Foi pouco discutida a viabilidade

da

municípios Metropolitano.

inserção

canavieiros A

de

alguns

no

Colar

delimitação

proposta

10 Km

0

10 Km

20 Kilometers

Figura 2 – Região Metropolitana do Recife e Colar

parece ter sido feita apenas por critério de

Metropolitano

contiguidade territorial.

Fonte: Fonte: Observatório das Metrópoles – IPPUR-PPGEO-MDUFASE

Um estudo mais

detalhado das dinâmicas e fluxos entre essa região e o núcleo metropolitano pode revelar áreas em que o efeito direto dos novos empreendimentos é mais forte. Corre-se o risco de incorporar ao novo Colar, núcleos urbanos isolados (em que os fluxos, funções e relações socioeconômicas estão vinculados mais fortemente à produção canavieira), enquanto outros, descontínuos mas integrados pelos eixos rodoviários podem se apresentar mais dinâmicos.7

A Figura 5 apresenta o colar

metropolitano proposto pela Agencia Condepe-Fidem.

7

Essa hipótese poderá ser confirmada posteriormente, quando for possível a comparação entre as variáveis de migração e mobilidade. Tais variáveis constam do questionário da amostra, que ainda não teve seus resultados disponibilizados pelo IBGE para o Censo 2010. Por hora serão observados apenas os incrementos populacionais por meio das taxas geométricas de crescimento nos municípios do novo Colar Metropolitano (ver Parte 2).

2. Pernambuco na dinâmica nacional de crescimento da população residente Como já mencionado, Pernambuco é um dos sete estados mais populosos do país e se destaca nesse conjunto por sua pequena área, se comparado aos demais: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul. Na figura 6, pode-se observar que os sete Estados estão situados na área litorânea oriental do Atlântico Sul por onde se processou a conquista colonial portuguesa e onde ainda se concentra a grande maioria da população do país. Como Pernambuco, o estado do Rio de Janeiro, apresenta uma área relativamente pequena e seu grande tamanho populacional dá-se através de um desequilíbrio muito grande entre o interior e uma aglomeração urbana formada em torno da capital.

Figura 3 - – Brasil. Concentração da população dos estados brasileiros, 2010 Fonte: Censo Demográfico do IBGE. Dados do Diário Oficial da União em 04.11.2010.

No caso do Rio, este já foi capital do país; em Pernambuco, Recife se manteve sempre capital provincial e estadual. Mas, Rio de Janeiro e Recife se caracterizam pela macrocefalia urbana das suas aglomerações em relação ao estado onde se situam. Observa-se, na figura 6, que, com área territorial somente um pouco maior que Rio de Janeiro e Pernambuco, Santa Catarina, que não apresenta essa macrocefalia, está participando da classe de concentração imediatamente inferior. Diferente do estado do Rio de Janeiro que se espraia ao longo do litoral, Pernambuco possui um litoral de pequena extensão e seu território orienta-se de leste a oeste. Essa orientação contribui para que se configure um padrão de distribuição da população, condicionado pelas acentuadas diferenças fisiográficas entre as regiões da Mata, do Agreste e do Sertão acima representadas na figura 2

Na figura 7, observa-se que tanto a divisão do território do estado em municípios quanto os totais de população destas unidades de base da federação seguem um padrão diferente em cada uma das regiões fisiográficas.

MR Mata Pernambucana

MR Sertão Pernambucano MR Agreste Pernambucano

MR Metropolitana do Recife

MR Sertão de São Francisco

Rd Metropolitna do Recife

Figura 4 - Pernambuco. Concentração da população dos municípios. 2010 Fonte: Censo Demográfico do IBGE. Dados do Diário Oficial da União em 04.11.2010.

Na Mata, incluindo a Região Metropolitana do Recife, os municípios são muito pequenos, constituindo-se pequenas e médias áreas que configuram uma malha densa de unidades políticoadministrativas na qual as sedes municipais estão muito próximas umas das outras, chegando a formar aglomerações. Mas essas diferenças de áreas quase não aparecem na divisão em classes de população, estando a quase totalidade dos municípios entre os mais populosos do estado. Esse fato expressa a elevada densidade populacional no conjunto da região fisiográfica onde o habitat se distribui em dois grandes conjuntos: a aglomeração urbana da Região Metropolitana do Recife e a malha urbana e de habitat rural semi-disperso presentes nas áreas canavieiras e expressão da organização do território desde os tempos do Brasil colonial. Desde a segunda metade do século passado vem se acelerando o adensamento construtivo e populacional na faixa diretamente litorânea provocando o crescimento dos municípios nessa situação e também uma transformação da distribuição da população dentro dos territórios municipais. No Agreste, há também uma malha densa de municípios propiciando a existência de uma rede urbana compostas por cidades próximas umas das outras. Mas, diferente da Mata, já aparecem maiores contrastes populacionais entre os municípios Alguns, geralmente com área maiores, constam entre os municípios mais populosos do estado. Acompanha-se, na figura 7 o eixo correspondendo ao vale do Ipojuca e a BR 232, (Gravatá, Bezerros, Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira), outra concentração relativa ocorre no vale do médio e alto Capibaribe, em municípios sediando o pólo de confecção do Agreste Setentrional (Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Surubim, Brejo da Madre de Deus). No Agreste Meridional, destacam-se Garanhuns e Bom Conselho no meio de pequenos e médios municípios predominantemente agropecuários.

No Sertão, metade ocidental do estado onde as condições de semi-aridez se impõem, os municípios são bem mais extensos; as sedes municipais estão separadas por dezenas de quilômetros e às vezes a comunicação entre a sede e povoados e sítios da área rural do município representa um desafio considerando a precariedade das infraestruturas vicinais num contexto de baixas densidades populacionais. Há uma correspondência entre classe de tamanho populacional e municípios extensos em área (Petrolina, Serra Talhada, Salgueiro, Araripina). Outrossim, o efeito de condicionantes naturais sub-regionais é nítido na distribuição dos municípios mais populosos: Vale do São Francisco onde desde os meados do século passado há grandes obras públicas (barragens e perímetros irrigados); sopé da Chapada do Araripe onde do lado pernambucano se desenvolveu um importante pólo de produção de gesso; várzea do Rio Pajeú onde é possível praticar a agricultura de vazante no meio de terras onde predominam práticas extensivas de exploração da caatinga. As características apresentadas em cada região potencializaram no início do século passado um quadro de vulnerabilidade social consubstanciado pela predominância da monocultura da cana-deaçúcar concentradora de poderes e de renda na mão dos grandes proprietários na populosa região da Mata mal saída das relações escravistas. Nas duas outras regiões, a vulnerabilidade da população devia-se a circuitos de comercialização desfavoráveis aos produtores rurais que estavam envolvidos no sistema agrícola da policultura agrestina (em sítios de pequenos e médios tamanhos) e, no sertão (por meio de relações de parceria entre proprietários e trabalhadores rurais) no sistema produtivo consorciado gado-algodão. Essa vulnerabilidade transformava-se em flagelo em períodos de seca que, no imaginário nacional, passaram a ser vistos como sendo a causa do atraso nordestino. O fato de Pernambuco ter reduzido durante o século XX a sua participação no total da população brasileira (Tabela 1) de cerca de 7% a cerca de 4,6% remete evidentemente a essa vulnerabilidade que transformou o estado em foco de emigração num período de forte crescimento vegetativo da população. Assim, migrantes pernambucanos participaram da implantação concentrada da indústria brasileira no Sudeste desde as décadas de 20 e da interiorização da população brasileira desde os anos 40 seja nos cerrados do Centro-Oeste seja nas florestas da Amazônia. De 1920 até 2010 a população brasileira foi multiplicada por 6,2, conquanto a parte dela residindo em Pernambuco somente foi multiplicada por 4,2. É importante citar, contudo, o movimento de migração de retorno, a partir da década de 1980, que foi especialmente expressivo para a região do Agreste, o que pode ser explicado pelas oportunidades de trabalho, geradas pela diversificação das atividades econômicas e pelo pólo de confecções instalado na região. (LYRA, 2003) O novo censo aponta tendência para a inversão do crescimento em Pernambuco Os dados apresentados na tabela 1 revelam uma inflexão no crescimento da população brasileira decorrente da redução generalizada da taxa de natalidade ocorrida desde a década de 80. De 1950 até 1980, os acréscimos decenais de população vão aumentando de cerca de 19 milhões, na década de 50, até alcançar cerca de 26,6 milhões, na década de 70. Desde a década de 80 esses acréscimos vêm diminuindo de 25,7 milhões a 22,6 milhões nos anos 90 e 21,1 milhões na primeira

década do século XXI. Evidenciam-se, com essa mudança de sentido dos acréscimos decenais, os efeitos da transformação, no país, dos padrões reprodutivos marcados pela redução rápida das taxas de natalidade e fecundidade. Pernambuco acompanha esse movimento com algumas variações: elevação do acréscimo de 0,74 milhão nos anos 50 para 1,11 milhão nos anos 60; a inflexão ocorre já na década de 70 com um acréscimo de 0,99 milhão; a redução do acréscimo prossegue durante as duas décadas seguintes (80: 0,87 milhão e 90: 0,78 milhão).

Tabela 1 População do Brasil e de Pernambuco nos Censos Demográficos - 1872/2010 ANOS CENSITÁRIOS

Brasil (BR)

LOCALIDADES Pernambuco (PE)

% PE/BR

1872 (1) 1890 (1) 1900

(1)

9.930.478 14.333.915 17.438.434

841.539 1.030.224 1.178.150

8,47 7,19 6,76

1920 (1) 1940

(1)

30.635.605 41.236.315

2.154.835 2.688.240

7,03 6,52

(1)

51.944.397 70.992.343 94.508.583

3.395.766 4.138.289 5.253.901

6,54 5,83 5,56

1980 (3) 1991 (3) 2000

(2)

121.150.573 146.917.459 169.590.693

6.244.275 7.122.548 7.911.937

5,15 4,85 4,67

(3)

190.755.799

8.796.448

4,61

1950 (2) 1960 (2) 1970

2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1872, 1890, 1900, 1920,1940, 1950, 1960,1970, 1980,1991, 2000 e Sinopese do Censo Demográfico de 2010. (1) População presente. (2) População recenseada. (3) População residente.

A antecipação da redução do acréscimo em Pernambuco em relação ao Brasil pode ser decorrência do peso do fluxo de emigrantes na década de setenta com balanço migratório extremamente negativo. Impressiona então o dado do período 2000/2010 quando se inverte novamente em Pernambuco o sentido do acréscimo decenal que aumenta para 0,88 milhão dessa vez decorrente de um balanço migratório positivo (em grande parte devido à migração de retorno) no contexto de baixo crescimento natural. Esse novo fato sinaliza uma redução muito significativa da tendência à diminuição do peso da população do estado no total da população brasileira. Na última década, houve uma perda de 0,06% o que é quase um dado positivo se considerarmos a dinâmica muito forte de crescimento dos estados do Centro-Oeste. Revela que pode ter se interrompido a tendência de esvaziamento de Pernambuco em relação aos outros estados da área litorânea oriental do Brasil. Esse comportamento populacional seria decorrente de uma conjuntura na década passada mais favorável ao Nordeste (investimentos públicos e privados, transferências governamentais, aumento do salário mínimo) e que também se traduz por ritmos de crescimento associados a uma nova geografia econômica do estado.

2.1 Pernambuco: As dinâmicas de concentração e desconcentração da população residente em escala estadual Essa nova geografia econômica não é de toda “nova”. Na tabela 2 identificam-se alguns movimentos que expressam a consolidação contínua, expressa na dinâmica populacional de um projeto de transformação econômico de todo um território. Assim a mesorregião menos populosa de Pernambuco, o São Francisco Pernambucano, manteve desde os anos 70 taxas de crescimento ao ano sempre muito superiores às taxas do Brasil, do Nordeste e de Pernambuco. Nessa mesorregião houve os efeitos cumulativos de grandes obras públicas (barragens) e de implantação de perímetros irrigados com nas últimas décadas orientações produtivas destacando a fruticultura de exportação e a vitivinicultura, ambas com incorporação de inovações. No mesmo intervalo de tempo (1970-2010) a Mesorregião Metropolitana do Recife, com agentes econômicos bem mais diversos e uma economia urbana mais complexa, apresenta duas tendências: uma, de 1970 a 2000 durante a qual as taxas de crescimento ao ano mantiveram-se superiores às taxas do Brasil (excetuando a década de 90), do Nordeste, de Pernambuco e das demais mesorregiões do estado (excetuando durante todo o período o São Francisco Pernambucano. Assim sendo, a tendência à concentração populacional da população estadual na mesorregião metropolitana do Recife (35,4% da população de Pernambuco em 1970) prosseguia até atingir 42,2% em 2000.

Tabela 2 - Evolução da População Residente, Taxa de Crescimento e Participação Relativa sobre Pernambuco. Brasil, Nordeste, Pernambuco e Mesorregiões.1970-2010

Mesorregiões

121.150,6 146.917,5

169.590,7

Nordeste

2000/2010

94.508,6

1991/2000

(por mil)

1980/91

2000

Brasil

2010

1991

1980

1970

Brasil, Nordeste, Pernambuco e Região Metropolitana do Recife

1970/80

Taxa de Crescimento (% ao ano)

População residente

(por mil)

28.675,1

35.419,2

42.470,2

47.693,3

190.755, 8 53.082,0

Pernambuco (por mil)

5.160,6

6.142,0

7.127,9

7.918,3

8.796,4

Percentagem s/ PE

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

12,8

12,8

12,3

11,5

11,3

1,7

1,0

0,5

0,9

Sertão Pernambucano

2,5

1,8

1,6

1,2

2,1

1,7

1,3

1,1

1,8

1,4

1,2

1,1

São Frco Pernambucano

3,7

4,3

5,3

5,9

6,6

3,4

3,3

2,3

2,2

Agreste Pernambucano

29,8

27,1

25,5

25,2

25,2

0,8

0,8

1,0

1,1

Mata Pernambucana

18,2

16,9

15,9

15,2

14,9

1,0

0,8

0,7

0,8

Metropolitana do Recife

35,4

38,9

41,0

42,2

42,0

2,7

1,9

1,5

1,0

Fonte: FIBGE. Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Chamada: (1) Fernando de Noronha, pelo artigo 75 da constituição estadual de 05-10-1988, é distrito estadual de Pernambuco.

Há, na primeira década do século XX uma inversão de tendência: A taxa de crescimento da população da mesorregião metropolitana é inferior às taxas do Brasil, do Nordeste e mesmo do estado. As mesorregiões do Sertão Pernambucano e do Agreste Pernambucano apresentam taxas crescentes se comparadas às taxas das décadas anteriores sempre declinantes. No Sertão

Pernambucano, destaca-se o crescimento de centros urbanos principais (Arcoverde, Serra Talhada, Ouricuri) e dos municípios do pólo gesseiro do Araripe. Há um forte aumento da taxa de crescimento ao ano (0,9% nos anos 2000 , 0,5% nos anos 90 ) mesmo se ainda no censo de 2010, são discretos os efeitos populacionais dos canteiros de obras da ferrovia Transnordestina e dos canais de transposição do São Francisco. No Agreste Pernambucano, além de se verificar o crescimento dos maiores centros, ocorre uma verdadeira explosão populacional em municípios do pólo de confecções do Agreste Setentrional com taxas superiores a 4% ao ano (Santa Cruz do Capibaribe e Toritama). A dinâmica populacional reativada dessas mesorregiões do interior do estado bem como a continuidade da atração exercida pela mesorregião do São Francisco Pernambucano parecem se conjugar para interromper o processo de concentração da população estadual na mesorregião metropolitana que apresenta uma pequena redução de 42,2% a 42% no último período intercensitário. Mas essa interrupção pode estar um tanto ilusória desde que se aprofunde a análise na mesorregião da Mata Pernambucana limítrofe da mesorregião Metropolitana do Recife. A Zona da Mata apresenta a taxa de crescimento mais baixa (0,8%) entre as mesorregiões estaduais, mas também um pouco superior a da década de 90 (0,7%). Mas esse crescimento está, em sua maior parte, concentrado em alguns municípios vizinhos da mesorregião metropolitana: alguns componentes do “Colar Metropolitano”, a sul e oeste (Sirinhaém, Escada, Vitória de Santo Antão, Chão de Alegria e Pau d’Álho) que apresentam taxas bem superiores à média mesorregional; outros a pouca distância da metrópole como Carpina e Lagoa do Carro a oeste e Tamandaré ao sul. Essas dinâmicas locais pelas suas localizações (entorno do complexo portuário-industrial de Suape na extremidade sul da Região Metropolitana, eixos rodoviários para oeste – BR 232 e BR408 melhorados na década de 90 e novamente em curso de ampliação para atender à localização da “Cidade da Copa”) sugerem em vez de uma desconcentração um espraiamento metropolitano além dos limites da mesorregião. Esse espraiamento a sul e oeste na Mata ainda não alcançava em 2010 os municípios a norte que deverão receber na segunda década do século XXI os impactos de novos empreendimentos em Goiana, bem como da duplicação da BR 101 (Fiat, Pólo Farmoquímico) recém concluída. Na tabela 3, tratando das taxas de urbanização e das taxas de crescimento ao ano da população urbana na década 2000-2010, evidencia-se um forte aumento das taxas de urbanização nas mesorregiões do Agreste (+ 7,7%) e do Sertão (+ 6,1%) onde às taxas de crescimento urbano ao ano (2,3% e 2,0% respectivamente) correspondem em geral taxas negativas de crescimento da população rural. Na mesorregião do São Francisco Pernambucano com a maior taxa de crescimento urbano ao ano (2,5%) a taxa de urbanização pouco cresce (+ 1,8%). Ali, na quase totalidade dos municípios, há também crescimento da população em quadros rurais em função do desenvolvimento dos perímetros irrigados. Na mesorregião da Mata, onde as taxas de urbanização são maiores, ampliam-se somente de 5,7% durante a década. Com efeito, se continue o histórico movimento de saída da população trabalhadora das áreas rurais plantadas em cana-de-açúcar (seja na Mata, seja na mesorregião Metropolitana) a expansão das chácaras a oeste da metrópole e de loteamentos na faixa litorânea, ambas nas mãos de agentes urbanos, pode ocorrer em quadros rurais e compensa

um pouco a diminuição da população contada como sendo rural.

Tabela 3 - População Residente por Situação do Domicílio, Taxa de Urbanização, Taxa

Densidade

Total

2000

Estado de 7.918,3 8.796,4 6.058,2 Pernambuco Sertão 911,9 996,8 484,9 Pernambucano São Frco 465,7 578,2 284,0 Pernambucano Agreste 1.993,9 2.217,6 1.219,2 Pernambucano Mata 1.207,3 1.310,6 833,4 Pernambucana Metropolitana de 3.339,6 3.693,2 3.236,7 Recife (1) Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010 Chamada: (1) Inclusive o Distrito de Fernando de Noronha com 2010.

Pernambuco,

2000

2010

7.052,2

76,5

80,2

1,5

98.146,3

89,6

590,9

53,2

59,3

2,0

37.997,4

26,2

362,9

61,0

62,8

2,5

24.482,9

23,6

1.527,0

61,1

68,9

2,3

24.480,0

90,6

979,7

69,0

74,7

1,6

8.395,3

156,1

3.591,8

96,9

97,3

1,0

2.790,8

1.323,3

Urbana 2010

demográfica.

2010

População residente e situação do domicílio (por mil)

2000

Mesorregiões

e

Densidade demográfica, 2010 2 (hab/Km )

Área

Área, 2010 2 (em Km )

Pernambuco e Mesorregiões

urbano,

Taxa de crescimento urbano 2000-10 (% a.a.)

Geométrica de Crescimento Mesorregiões . 2000 e 2010.

Taxa de urbanização (em %)

2.051 habitantes em 2000 e uma população de 2.630 em

2.2 Dinâmicas de concentração desconcentração da população residente na Região Metropolitana do Recife No âmbito da Região Metropolitana do Recife (isto é a mesorregião metropolitana excluindo-se o Distrito Estadual de Fernando de Noronha) estão muito evidentes as tendências ao espraiamento da mancha urbana em direção à periferia e à redução da população residente em quadros rurais (Tabelas 4 e 5). No conjunto de municípios mais urbanizados formado pelo pólo e pelos municípios de muito alto nível de integração há uma tendência nas décadas de 70 e 80 à expansão da população em municípios vizinhos do pólo metropolitano, espacialmente direcionada pela construção dos conjuntos habitacionais: Olinda logo nos primeiros anos de existência do Banco Nacional da Habitação (década de 70: 3,7% ao ano) e, durante as duas décadas, Paulista e Jaboatão dos Guararapes apresentam altas taxas de crescimento ao ano (10,4 e 5,4 em Paulista e 5,1 e 3,6 em Jaboatão dos Guararapes). A implantação de conjuntos habitacionais traduz-se também por fortes taxas de crescimento entre 1970 e 1991 em municípios mais distantes: Abreu e Lima (Conjunto Caetés) e, entre 1980 e 1991, em São Lourenço da Mata (Conjunto Capibaribe). Mesmo considerando que a edificação dos conjuntos habitacionais deu-se principalmente em municípios de muito alto nível de integração, a proporção da população residente em Recife e nesses municípios reduz-se de 82,3% em 1970 a 80,0% em 1991 do total metropolitano. Nas décadas seguintes, o espraiamento é quase exclusivamente orientado por forças de mercado

seja ele formal ou informal. Em municípios como Recife e Camaragibe na área central da Região Metropolitana, a década de 1990 é marcada por uma elevação da taxa de crescimento devido principalmente ao adensamento de assentamentos populares mesmo se também ocorrem empreendimentos imobiliários fixando famílias em áreas privilegiadas (condomínios de Aldeia em Camaragibe e orla marítima em Recife, Paulista e Jaboatão dos Guararapes). Esboça-se ainda durante a década de 90 uma tendência que se consolida na primeira década do século XXI: o deslocamento das maiores taxas de crescimento para municípios de médio nível de integração situados mais distantes do pólo. Tabela 4 - Evolução da População Residente, Taxa de Crescimento e Participação Relativa

sobre Região Metropolitana do Recife e Municipios Segundo Níveis de Integração ao Pólo. 1970-2010

Alto nível Muito alto de nível de integração integração

Pól o

Recife (% s/ RMR) Jaboatão dos Guararapes Olinda Paulista SubTotal (% s/ RMR) Abreu e Lima

Médio nível de integração

Cabo de Sto Agostinho Camaragibe SubTotal (% s/ RMR) Araçoiaba Igarassu Ilha de Itamaracá Ipojuca Itapissuma Moreno São Lourenço da Mata Fernando de Noronha (1) SubTotal (% s/ RMR) RM Recife (% sobre RMR) (por mil)

Taxa de Crescimento (% ao ano)

População residente

Região Metropolitana do Recife 1970

1980

1991

2000

2010

1970/ 80

1980/ 91

1991/ 2000

2000/ 2010

58,1

50,3

44,4

42,6

41,6

1,3

0,7

1,0

0,8

11,0

13,8

16,7

17,4

17,5

3,6

2,0

1,0

10,7 2,4

11,8 5,0

11,7 7,2

11,0 7,9

10,2 8,1

3,7 10,4

1,7 5,4

0,8 2,4

0,3 1,4

24,2 1,4

30,5 2,0

35,6 2,6

36,3 2,7

35,8 2,6

5,2 6,1

3,3 4,6

1,7 1,6

0,9 0,6

4,2 2,3 7,8 0,5 2,1 0,4 2,0 0,5 1,7 2,9

4,3 3,7 10,0 0,4 2,6 0,3 1,6 0,5 1,5 2,4

4,3 3,4 10,4 0,4 2,4 0,4 1,6 0,6 1,3 2,9

4,6 3,9 11,1 0,5 2,5 0,5 1,8 0,6 1,5 2,7

5,0 3,9 11,5 0,5 2,8 0,6 2,2 0,6 1,5 2,8

3,2 7,8 5,3 0,2 5,0 1,5 1,0 3,0 1,1 0,7

1,8 1,1 2,2 1,7 1,1 3,1 1,3 3,0 1,0 3,9

2,1 2,9 2,2 4,0 1,9 3,5 3,0 2,3 2,6 0,6

1,9 1,2 1,4 1,9 2,2 3,3 3,1 1,7 1,4 1,3

-

-

0,1

0,1

0,1

-

-

2,2

2,5

2,0

2,2

2,0

2,0

10,0

9,2

9,6

10,0

11,1

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

1.827,2

2.386,5

2.921,7

3.339,6

3.693,2

5,1

Fonte: FIBGE. Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Chamada: (1) Fernando de Noronha, pelo artigo 75 da constituição estadual de 05-10-1988, é distrito estadual de Pernambuco.

Na ultima década, a elevação do preço do solo gerou um arrefecimento generalizado das taxas de crescimento no pólo e nos municípios de muito alto nível de integração que juntos reúnem somente 78,4% do total da população metropolitana. No grupo de municípios de alto nível de integração a manutenção de uma tendência positiva na proporção da população residente em relação à população total da metrópole (11,1% em 2000 e 11,5% em 2010) deve-se exclusivamente à forte taxa de crescimento (1,9% ao ano) do município do Cabo de Santo Agostinho diretamente impactado, como Ipojuca a sul, pelos empreendimentos do Porto de Suape. As maiores taxas de crescimento podem ser observadas em municípios mais distantes onde segundas residências se tornam residências

principais (Ilha de Itamaracá) e onde o preço do solo se mantém relativamente mais baixo (Igarassu, Itapissuma, Araçoiaba, Moreno, São Lourenço da Mata) permitindo a expansão de loteamentos acessíveis a segmentos menos abastados inclusive em quadros rurais (em Ilha de Itamaracá, Itapissuma, Igarassu a taxa de urbanização estagna ou se retrai conforme pode ser observado na tabela 5). Mas esse quadro parece bastante volátil se considerarmos os empreendimentos já consolidados em torno de Suape e lançados nas periferias oeste e norte da Região Metropolitana, explicando então à tendência ao espraiamento além dos seus limites em municípios do “Colar Metropolitano”, conforme visto acima, na busca de terrenos mais baratos.

Tabela 5 - População Residente por Situação do Domicílio, Taxa de Urbanização, Taxa

2000

2010

2000

2010

2000

2010

Área, 2010 2 (em Km )

Densidade demográfica, 2010 2 (hab/Km )

População residente e situação do domicílio (por mil)

3.339,6

3.693,2

3.236,7

3.591,8

96,9

97,3

1,0

2.790,8

1.323,3

1.422,9

1.537,7

1.422,9

1.537,7

100,0

100,0

0,8

218,5

7.037,5

581,6

644,6

568,5

630,6

97,8

97,8

1,0

258,6

2.492,7

367,9 262,2 1.211,7

377,8 300,5 1.322,9

360,6 262,2 1.191,3

370,3 300,5 1.301,4

98,0 100,0 98,3

98,0 100,0 98,4

0,3 1,4 0,9

41,7 97,4 -

9.059,4 3.084,9 -

89,0

94,4

77,7

86,6

87,3

91,7

1,1

130,3

724,7

153,0

185,0

134,5

167,8

87,9

90,7

2,2

446,6

414,3

128,7 370,7

144,5 423,9

128,7 340,9

144,5 398,9

100,0 92,0

100,0 94,1

1,2 1,6

51,2 -

2.821,6 -

Araçoiaba Igarassu Ilha de Itamaracá

15,1 82,3 15,9

18,2 102,0 21,9

12,4 75,7 12,9

15,3 93,9 17,0

82,4 92,1 81,5

84,1 92,1 77,7

2,1 2,2 2,8

92,3 305,6 66,7

196,7 333,8 328,1

Ipojuca Itapissuma Moreno

59,3 20,1 49,2

80,6 23,8 56,7

40,3 16,3 38,3

59,7 18,3 50,2

68,0 81,2 77,8

74,1 77,1 88,5

4,0 1,2 2,7

532,6 74,2 196,1

151,4 320,3 289,1

São Lourenço da Mata

90,4

102,9

83,5

96,8

92,4

94,1

1,5

262,2

392,4

Sub-total

317,1

406,1

267,1

351,2

84,2

86,5

2,8

-

-

Região Metropolitana segundo Nível de integração

Muito alto nível de integração

Jaboatão dos Guararapes Olinda Paulista Sub-total

Alto nível de integração

Metropolitana de Recife (1) Polo Recife

Abreu e Lima Cabo de Santo Agostinho Camaragibe Sub-total

Médio nível de integração

Taxa de crescimento urbano 2000-10 (% a.a.)

Geométrica de Crescimento urbano, Área e Densidade demográfica. Região Metropolitana por municípios segundo o nível de integração ao pólo metropolitano. 2000 e 2010.

Total

Urbana

Taxa de urbanização (em %)

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Chamada: (1) Inclusive o Distrito de Fernando de Noronha com 2.051 habitantes em 2000 e uma população de 2.630 em 2010.

3. Composição da População por Sexo e Idade Os processos vivenciados pela população de Pernambuco se expressam na composição da população por sexo e idade, que sintetiza aspectos estruturais da população. Os efeitos da queda da

fecundidade, bem como do afluxo populacional em busca de oportunidades de trabalho, ou mesma a perda de população que sai em busca de outras áreas mais propícias, mencionados no item anterior, se refletem na idade média, no índice de envelhecimento da população e na razão de dependência da população na faixa produtiva. 3.1 Ritmos de envelhecimento Diferenciados entre regiões do Estado de Pernambuco As pirâmides das populações residentes de Pernambuco e de suas mesorregiões, em 2000 e 2010, distribuídas por grupos etários qüinqüenais - Gráficos 1.a 6 – revelam que, comparando-se com 2000, os dados do Censo Demográfico de 2010 mostram que ocorreu em Pernambuco e em todas as suas mesorregiões, uma redução absoluta no contingente populacional dos grupos etários entre 0-4 anos e 5-9 anos, seguidos pelos grupos de 10-14 anos e 15-19 anos. Isto significa tendência geral de envelhecimento da população pernambucana, seja no seu conjunto, seja em cada uma das suas mesorregiões. Tal tendência é reforçada pela concentração da população nas faixas mais elevadas de idade em 2010. Nesse sentido, de modo geral, a estrutura da população pernambucana reflete, na década, a tendência que a redução da fecundidade, a queda da mortalidade e o respectivo aumento da esperança de vida, vêm, em conjunto, produzindo na estrutura de população que se apresenta mais envelhecida. Apesar da tendência geral, duas das mesorregiões pernambucanas apresentam comportamento diferenciado da média estadual – a Mesorregião (MR) do Sertão de São Francisco, que se apresenta como a mais jovem população do estado – possui o maior percentual de crianças menores de 5 anos (11,8% em 2000 para 9,3% em 2010) e o menor percentual de idosos maiores de 65 anos (de 4,6% em 2000 para 5,5% em 2010); e a Mesorregião Metropolitana do Recife (RMR), que, ao contrário, se apresenta com a população mais envelhecida de Pernambuco. As demais Mesorregiões – Sertão Pernambucano, Agreste Pernambucano e Mata Pernambucana – apresentam comportamento semelhante à média estadual. Tais características se vinculam a processos inerentes a essas mesorregiões, que concentram população na faixa de 25 a 39 anos de idade, revelando processo de atração de população para a região. No caso da mesorregião do São Francisco, tal atração é exercida, especialmente, pelas atividades de fruticultura da região; Já a Mesorregião Metropolitana do Recife, exerce atração populacional por se constituir centro de estudos, de oportunidades de trabalho diversificado, etc. O índice de envelhecimento - que mede a proporção entre o número de pessoas com 65 anos e mais e o número de crianças e adolescentes abaixo de 15 anos – revela, como indicador sintético e com expressividade, as mudanças etárias da população estadual e de suas mesorregiões. Quanto maior o índice, mais envelhecida a população.

No caso de Pernambuco, conforme apresenta a tabela 6, o índice de envelhecimento da população se eleva de 0,20 em 2000 para 0,29 em 2010, situando-se, neste último Censo, pouco abaixo do índice de envelhecimento da população brasileira (0,31).

Gráfico 1 - Estado de Pernambuco, 20002010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 Homens 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

-8

-6

Gráfico 2 - Mesorregião do Sertão Pernambucano, 2000-2010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Mulheres

-4 -2 2000

0

2 2010

4

6

8

-8

Gráfico 3 - Mesorregião do Agreste Pernambucano, 2000-2010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 Homens 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

-8

-6

-2 2000

0

2 2010

4

75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

6

8

Homens

-8

.

-6

-2 2000

0

2 2010

4

-2 2000

0

2 2010

4

6

8

6

-6

Mulheres

-4

-2 0 2000

2 4 2010

6

8

Gráfico 6 - Mesorregião Metropolitana do Recife, 2000-2010

Mulheres

-4

-4

Homens

-8

Gráfico 5 - Mesorregião do Sertão de São Francisco, 2000-2010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

-6

Gráfico 4 - Mesorregião da Mata Pernambucana, 2000-2010.

Mulheres

-4

Mulheres

Homens

8

75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Homens

-8

-6

Mulheres

-4

-2 2000

0

2 2010

4

6

8

No contexto estadual, as Mesorregiões Metropolitana do Recife e do Agreste Pernambucano se apresentam, em 2010, com um índice de envelhecimento de 0,31, situando-se acima da média de Pernambuco (0,29). A população do Agreste, contudo, envelhece de modo menos acelerado, na década, uma vez que esta mesorregião passa da condição da região mais envelhecida do estado em 2000 (0,23) para se igualar à Metropolitana em 2010 (0,31), enquanto esta apresentava em 2000 uma população mais jovem que a do Agreste (0,20). A população da Mesorregião de São Francisco, que também envelhece na década, passando seu índice de envelhecimento de 0,13 (2000) para 0,19 (2010). A Mesorregião da Mata Pernambucana segue a de São Francisco em nível mais baixo de índice de envelhecimento (de 0,17 em 2000 para 0,25 em 2010). A idade média da população consiste em outro indicador que, comparativamente, indica tendências, apesar de não se constituir um indicador tão forte como a idade mediana. Constata-se que, em 2010, a idade média da população pernambucana de 31,2 anos de idade encontra-se abaixo da média brasileira (35 anos) e apenas abaixo da idade média da população da Mesorregião Metropolitana do Recife (32,5 anos). Os principais fatores que contribuem para o envelhecimento da população incidem de modo mais evidente nesta mesorregião, especialmente no Recife, tais como - redução da fecundidade, a queda da mortalidade e o aumento da esperança de vida. Contudo, outros processos que serão abordadas no item seguinte, com o detalhamento da população dos diversos municípios que a compõem, podem interferir na idade média, como o número absoluto de população que se concentra nas faixas produtivas e são atraídas, seja por oportunidades de estudo ou de trabalho nesta mesorregião.

Tabela 6 Idade média, Razão de dependência e Índice de envelhecimento da população. Pernambuco, Mesorregiões. 2000 e 2010 Idade média Estado e Mesorregiões

Índice de Envelhecimento (2)

2000

2010

2000

2010

2000

2010

28,3

31,2

59,35

49,34

0,20

0,29

Sertão Pernambucano

27,6

30,3

70,76

58,69

0,20

0,28

São Frco Pernambucano

25,9

28,5

65,75

54,02

0,13

0,19

Agreste Pernambucano

28,5

30,9

67,70

55,25

0,23

0,31

Mata Pernambucana

27,1

30,2

64,18

52,15

0,17

0,25

Metropolitana de Recife

29,0

32,5

49,77

42,21

0,20

0,31

Estado de Pernambuco Mesorregiões

Razão de dependência econômica (1)

Fonte: FIBGE. Censo Demográfico 2010. Chamada: (1) Razão de dependência econômica é a percentagem do número de crianças de até 14 anos somados à população de até 65 anos e mais dividido pela população de 15 a 64 anos. (2) Índice de Envelhecimento é o resultado da razão entre a população de 65 anos ou mais e a população de 0 a 4 anos de idade. Mede o número de pessoas idosas em uma população,

A razão de dependência8 constitui-se um outro indicador importante para análise da composição etária da população, uma vez que representa a carga de crianças e idosos, como denomina Jannuzzi (2001), sobre a população em idade economicamente ativa. Esta população em idade de trabalhar é conceituada de forma distinta em diversos países, porém, em termos gerais, considera-se a faixa etária compreendida entre 15 e 64 anos como aquela constitutiva da população em idade produtiva ou população potencialmente ativa, que representa a idade de trabalhar. Os grupos que estão fora desse limite são compostos por pessoas muito jovens e idosas que, em termos do processo econômico, são consideradas como componentes da ”população dependente”, ressalvando-se, que os idosos participam cada vez mais com sua aposentadoria. Constata-se na tabela 6 que a Mesorregião Metropolitana do Recife apresenta em 2010 a menor razão de dependência (42,21%) entre todas as regiões do estado, cuja média se aproxima a 50%. Todas as demais mesorregiões de Pernambuco apresentam razão de dependência da população mais elevada, destacando-se a Mesorregião do Sertão Pernambucano, em que a população dependente representa 59%, refletindo um expressivo volume de menores de 15 anos e das pessoas mais idosas com menores possibilidades de contribuir em termos de trabalho para o grupo familiar. 3.2 O Destacado Envelhecimento da População Metropolitana e de seu Município Pólo O destacado envelhecimento da população da Mesorregião Metropolitana do Recife possui uma contribuição significativa da população do município pólo da região – o Recife. Este possui a população mais envelhecida da região e tal característica se traduz na pirâmide etária (Gráfico 7), especificamente no estreitamento da base e no alargamento das faixas etárias superiores. . A diminuição da faixa etária de 0 a 4 anos do Recife, na última década, comparativamente à de sua região metropolitana indica que o declínio da fecundidade foi mais acentuado na cidade pólo da metrópole. Embora tal declínio tenha ocorrido em décadas anteriores, ele prosseguiu a um ritmo moderado a partir da década de 90. Alem do mais, se a queda da fecundidade foi uma tendência geral, ela não ocorreu no mesmo momento, nem com a mesma intensidade nos territórios analisados. Observa-se, também, no ano 2000, uma redução na população jovem de 15 a 29 anos, de ambos os sexos, e na população masculina de 30 a 34 anos, o que sugere deslocamento de população, em idade ativa e em idade de formação da família9, do pólo para outros municípios dentro ou fora da metrópole. As parcelas restantes da população, em ambos os períodos, a partir dos 35 anos, apresentam ligeira diferença a favor do Recife, sobretudo a partir dos 40 anos de idade no ano 2000, destacando-se as mulheres do pólo metropolitano quanto aos seus efetivos populacionais, quando comparados aos da RM do Recife.

8

Definida pelo quociente entre a população dependente (crianças de até 14 anos) somados ao número de idosos acima de 65 anos) e a população potencialmente ativa (pessoas entre 15 e 65 anos) a razão de dependência é expressa em termos de 100 habitantes 9 Em demografia, a fase de “formação da família” corresponde à primeira fase do ciclo vital - representada pela variável idade (até 34 anos). As demais fases que complementam o ciclo vital da família são: "consolidação" (35 – 49 anos) e "fragmentação" (59 anos e mais).

Gráfico 6 - Mesorregião Metropolitana do Recife, 2000-2010 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Homens

-8

-6

Gráfico 7 - Município pólo, Recife, 20002010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 Homens 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Mulheres

-4

-2 0 2000

2 4 2010

6

-8

8

Homens

-8

-6

-2 0 2000

2 4 2010

6

-8

8

-8

-6

75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Mulheres

-4

-2 0 2000

2 4 2010

6

2 2010

4

6

8

-6

Mulheres

-4

-2 2000

0

2 4 2010

6

8

Gráfico 11 - Município de Ipojuca, 2000 2010 .

Gráfico 10 - Municípios da RM do Nível Médio de Integração, 2000-2010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 Homens 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

0

75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 Homens 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

Mulheres

-4

-4 -2 2000

Gráfico 9 - Municípios da RM do Nível Alto de Integração, 2000-2010.

Gráfico 8 - Municípios da RM do Nível Muito Alto, 2000-2010. 75 e + 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 - 9 0 - 4

-6

Mulheres

8

Homens

-8

-6

-4 -2 2000

Mulheres

0 2 2010

4

6

8

Reunindo os municípios da Região Metropolitana do Recife segundo os níveis de integração que estes mantêm com o pólo metropolitano, observa-se a população se apresenta mais envelhecida à medida que os níveis de integração com o pólo se apresentam mais elevados. Nesse sentido, os municípios de média integração – aqueles que geograficamente se encontram mais afastados do pólo

metropolitano (Figura 4), possuem a população mais jovem da Região Metropolitana do Recife (Gráfico 10). É importante citar que, ao trabalhar com dados agregados por grandes regiões, diferenças internas entre municípios, que certamente existem, são homogeneizadas, uma vez que são os dados médios das que são colocados em comparação nessa escala de análise. É o caso do município de Ipojuca (Gráfico 11), cuja estrutura populacional apresenta semelhanças em relação à estrutura do conjunto de municípios do nível médio de integração ao pólo metropolitano, mas destaca uma concentração bastante diferenciada de população na idade ativa (dos 15 aos 64 anos), que em 2000 representavam 61,6% e em 2010 elevou esse percentual para 81,3%. O dinamismo econômico que se iniciou com a instalação da Refinaria Abreu e Lima, neste município, começou a atrair migrantes intra-estadual e interestadual, o que levou à mudanças significativas no alargamento da pirâmide entre 2000 e 2010, especialmente nas faixas etárias de 25 a 54 anos de idade. Em 2000, a população concentrada na faixa etária de 25 a 54 anos, apresentou um valor 33,66%, aumentando para 40,64% em 2010, apontando para um equilíbrio nas grandezas numéricas em relação ao sexo. O índice de envelhecimento da Região Metropolitana do Recife (0,31) e de seus municípios apresentado na tabela 7 confirma que a população do município de Ipojuca (0,15) é a mais jovem da região, em contraposição à população do município pólo - Recife (0,39) - que se caracteriza pela população mais envelhecida, seguido do município de Olinda (0,36) – vizinho ao norte do Recife, situado no núcleo metropolitano. Todos os municípios apresentam, com ritmos diferenciados, tendência de envelhecimento da população. A idade média da população dos municípios metropolitanos, apesar de não se constituir um indicador tão forte como a idade mediana, confirma a tendência de envelhecimento da população por meio da elevação da idade média das pessoas. Constata-se que, em 2010, Recife e Olinda se apresentam como os municípios de maior idade média entre os demais da RM Recife. A razão de dependência dos municípios da RM Recife, apresentada na tabela 7, se mostra como uma tendência generalizada de redução na última década. Observa-se uma associação entre os níveis de integração dos municípios com o pólo metropolitano e esses indicadores que expressam a composição da população dos municípios: à medida que o nível de integração é mais elevado, a população é mais envelhecida, porém a razão de dependência é menor. E vice-versa, nos municípios de menor nível de integração, a população é mais jovem, porém a os municípios se afastam dos grupos que estão fora desse limite são compostos por pessoas muito jovens e possui uma maior carga de crianças e idosos sobre a população em idade de trabalhar.

Tabela 7 Idade média, Razão de dependência e Índice de envelhecimento da população. Região Metropolitana do Recife por municípios, segundo o nível de integração ao pólo metropolitano. 2000 e 2010 Região e Municípios

Idade média 2000

2010

Razão de dependência econômica (1) 2000 2010

Índice de Envelhecimento (2) 2000 2010

29,0

32,5

49,77

42,21

0,20

0,31

Polo

Recife

30,2

33,7

48,5

41,0

0,25

0,39

Jaboatão dos Guararapes

27,9

31,5

50,2

42,4

0,15

0,25

Olinda

29,8

33,4

48,3

42,9

0,23

0,36

Paulista

28,9

32,6

45,8

40,4

0,16

0,28

SubTotal

28,7

32,3

48,6

42,08

0,17

0,29

Abreu e Lima

28,1

31,9

50,3

43,1

0,16

0,27

Cabo de Sto Agostinho

26,9

30,3

54,6

44,0

0,14

0,21

Camaragibe

28,2

31,9

49,6

41,8

0,16

0,28

SubTotal

27,7

31,2

51,8

43,04

0,15

0,25

Araçoiaba

26,8

28,7

68,1

52,7

0,14

0,19

Igarassu

27,2

30,7

55,7

45,8

0,15

0,24

Ilha de Itamaracá

27,8

30,6

49,1

38,9

0,15

0,22

Ipojuca

25,5

27,8

62,3

50,8

0,12

0,15

Itapissuma

26,2

29,4

62,8

48,7

0,14

0,20

Moreno

28,1

31,3

55,2

46,2

0,19

0,28

São Lourenço da Mata

27,4

30,9

56,3

45,1

0,15

0,25

Médio nível de integração

Alto nível de integração

Muito alto nível de integração

Região Metropolitana de Recife

SubTotal 27,0 30,1 57,5 46,69 0,15 0,22 Fonte: FIBGE. Censo Demográfico 2010. Chamada: (1) Razão de dependência econômica é a percentagem do número de crianças de até 14 anos somados à população de até 65 anos e mais dividido pela população de 15 a 64 anos. (2) Índice de Envelhecimento é o resultado da razão entre a população de 65 anos ou mais e a população de 0 a 4 anos de idade. Mede o número de pessoas idosas em uma população,

Considerações Finais Na primeira década do século XXI, foi possível observar algumas inflexões nas tendências demográficas e de crescimento populacional da Região Metropolitana do Recife e de Pernambuco Essas inflexões, num estado situado na fachada do Atlântico Sul cujo povoamento é antigo e estruturado durante toda a história do país, não representam rupturas, mas expressam uma transformação em curso do perfil de Pernambuco na federação. Há uma diversificação das oportunidades econômicas no estado, sinalizando a possibilidade de redução da macrocefalia da RMR nos seus limites instituídos desde 1993. Entre os municípios que a compõem, há uma aceleração do crescimento em periferia e os primeiros sinais dos impactos na dinâmica e na estrutura populacional dos grandes investimentos em curso no Sul da aglomeração (Porto de Suape, e desenvolvimento imobiliário-turístico), principais manifestações de uma nova geografia econômica na RMR. Quanto à posição de Pernambuco na federação, os dados analisados apontam para a redução de características populacionais “negativas” em relação a variáveis consideradas indicadores de desenvolvimento. Durante o período de industrialização / urbanização do país (os dois últimos terços do século XX), Pernambuco foi um foco de emigração. As suas taxas de crescimento populacional

eram sempre muito inferiores àquelas verificadas no Brasil e a sua estrutura demográfica expressava o atraso do estado na transição demográfica (mantendo taxas relativamente elevadas de fecundidade e de mortalidade em relação aos estados da fachada atlântica situados no sudeste e no sul do país) revelando uma situação de subdesenvolvimento. Nesse contexto, a urbanização, as maiores taxas de crescimento e a mudança dos comportamentos demográficos se concentravam na Região Metropolitana, que era o principal foco de modernização do estado, destacando-se também a Mesorregião do Sertão São Franciscano com um contingente populacional crescente, mas muito menor. Significativamente, essas duas regiões foram alvos de grandes investimentos da União. A primeira no âmbito da política de desenvolvimento urbano que na década de 70 instituiu as Regiões Metropolitanas no Brasil; a segunda no âmbito das obras contínuas de aproveitamento dos recursos hídricos do Rio São Francisco para fornecimento de energia e implantação de perímetros de agricultura irrigada. Na última década, com um movimento iniciado nos anos 90, Pernambuco deixa de apresentar indicadores de crescimento populacional e de estrutura demográfica destoantes da média do país. Isso se deve à importante migração de retorno e ao rápido ingresso do estado na fase final da transição demográfica com relativamente baixas taxas de fecundidade e de mortalidade. Configura-se um quadro caracterizado pelo crescimento da população em idade economicamente ativa e uma tendência ainda incipiente ao envelhecimento. Esse quadro está mais completo na Região Metropolitana que nas demais regiões do estado onde a atração de população em idade economicamente ativa se concentra em algumas áreas (polo de confecções do Agreste, polo gesseiro do Sertão, Sertão São Franciscano, Agreste e Sertão Central, dotados de uma rede de cidades médias ao longo da BR 232), sendo mais discreta a tendência ao envelhecimento da população. Nesse contexto, o peso populacional da Região Metropolitana deixa de aumentar na população Pernambucana mantendo-se, no entanto, na faixa dos 40%. Como foi visto, esse dado precisa ser relativizado, já que na Mesorregião da Mata, alguns municípios limítrofes da RMR (no ainda não instituído “Colar Metropolitano”) apresentam forte crescimento em especial a sul e oeste da aglomeração. De qualquer modo essa nova geografia econômica do estado aponta para a necessidade de maior atenção dos governos estadual e federal para dinâmicas urbano-rurais mais complexas no interior de Pernambuco. Na Região Metropolitana, cujos contornos precisam ser revistos debatendo-se o status do “Colar Metropolitano”, destacam-se dois fenômenos que merecem estudos mais pormenorizados:  O descolamento dos municípios de Recife e Olinda, com uma população mais madura e significativas taxas de envelhecimento do resto da metrópole onde a dinâmica populacional se desloca para os municípios mais periféricos (sobretudo para aqueles qualificados de médio nível de integração);  O impacto dos grandes investimentos realizados em periferia metropolitana sul (Porto Industrial de Suape) no crescimento populacional e na estrutura demográfica dos municípios de muito alto (Jaboatão dos Guararapes), alto (Cabo de Santo Agostinho) e médio (Ipojuca) níveis de

integração ao polo metropolitano (Recife); esse impacto é um marco na primeira década do século XX e pode ser verificado também em estudos que demonstram o crescimento e a multiplicação dos assentamentos de baixa renda nesses municípios (SIGAP, 2011) Com base nesses dois fenômenos pode se projetar para a segunda década do século XXI as seguintes preocupações:  Em que medida, as estratégias público-privadas de empreendimentos imobiliários de luxo apoiados no Grande Projeto Urbano denominado Eixo Cultural Recife-Olinda fortalecerão um tipo de “gentrificação” em ambos os municípios onde se tornaram menos centrais na agenda política as intervenções de urbanização em áreas pobres.  Os novos grandes investimentos em curso em Goiana no “Colar Metropolitano Norte” (montadora Fiat e polo farmacoquimico) e na periferia oeste da Região Metropolitana (Cidade da Copa em São Lourenço da Mata) irão gerar uma dinâmica populacional impactante em municípios periféricos desses quadrantes da aglomeração com as mesmas características de habitat verificadas no quadrante sul na década passada.  A retomada da construção de conjuntos habitacionais no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida pode-se tornar mais um influente vetor de espraiamento periférico da aglomeração metropolitana no contexto da valorização do solo e da manutenção da concentração fundiária característica da franja rural-urbana da Grande Recife; concentração essa que não foi afetada pelos instrumentos da Reforma Urbana, bem como não avançou a regularização fundiária dos assentamentos precários.

Referências Bibliográficas BITOUN, J.; MIRANDA, L. Desenvolvimento e Cidades no Brasil: contribuições para o debate sobre as políticas territoriais. Recife: FASE / Observatório das Metrópoles, 2010. ISBN 978 85 86471 45 2 IBGE. CENSOS DEMOGRÁFICOS 1991, 2000. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2000. ____. CENSO DEMOGRÁFICO 2010: Resultados Preliminares do Universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. (Disponível em www.ibge.gov.br, Acessado em 17 de agosto de 2011) ____. Território Estratégico de Suape: Diretrizes para uma Ocupação Sustentável. Recife: Ag. Condepe-Fidem, 2006. ____;Plano Diretor Metrópole Estratégica: Região Metropolitana do Recife. Recife: Ag. Condepe-Fidem 1998 JANNUZZI, Paulo. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, medidas e aplicações. Campinas: Allínea/PUCCampinas, 2001 LYRA, Maria Rejane Britto. O processo de migração de retorno no fluxo Pernambuco – São Paulo - Pernambuco Campinas, SP: UNICAMP, 2003. MARINHO, Geraldo; LEITÃO, Lúcia; LACERDA, Norma. Transformações urbanísticas na região metropolitana do Recife: um estudo prospectivo. Cadernos Metrópole 17. 2007. OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES. Metrodata. Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles, 2011. (Disponível em http://www.observatóriodasmetropoles.net/) OBSERVATÓRIO PERNAMBUCO. Sistema de Informações Geográficas dos Assentamentos Populares da Região Metropolitana do Recife. Recife, UFPE/PPGEO-MDU/FASE-PE PERNAMBUCO; AGENCIA CONDEPE/FIDEM. Região de Desenvolvimento Agreste Setentrional, disponível para consulta em: http://www.condepefidem.pe.gov.br/regiao_desenvolvimento/agreste_setentrional/perfil.asp RECIFE, Prefeitura. ATLAS do Desenvolvimento Humano na Região Metropolitana do Recife: Atlas Metropolitano. Recife: Prefeitura do Recife, 2009. CD-ROM SOUZA, Maria .Angela .A, CLEMENTINO,Maria do Livramento. Como Anda a Região Metropolitana do Recife e de Natal. Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles / Letra Capital, 2009.