Monitor do PIB-FGV Número 32| 18.dezembro.2015
Monitor do PIB-FGV Indicador mensal de outubro de 2015
Neste número 32, com informações até outubro, o Monitor do PIB-FGV (ver apêndice com nota explicativa) aponta para os seguintes resultados, conforme a tabela Excel anexa:
1) O
PIB
brasileiro
continua
Gráfico 1: Taxa de variação do PIB (valores acumulados em 12 meses, %)
caindo e, até outubro, registra queda de 2,9%, no acumulado em
12
meses,
adequação
à
sinalizando
previsão
do
Boletim Macro do IBRE de recuo
de
3,6%
este
ano.
Mensalmente, essa taxa tem se reduzido desde março de 2014, tornando-se negativa a partir de janeiro de 2015.
2) Em termos de taxas dessazonalizadas estima-se que o PIB recuou -1,1% no trimestre terminado em outubro em relação ao trimestre anterior terminado em julho. Este é o quarto trimestre consecutivo a apresentar taxa negativa em relação ao imediatamente anterior. 3) Das 12 atividades que compõem o PIB, seis apresentam, até o mês de outubro, taxas acumuladas em 12 meses negativas com destaque para as indústrias de Transformação (-8,8%) e Construção (-7,6%), e para os serviços de Comércio (-7%) e Transportes (-4,6%). A Transformação foi a primeira a apresentar taxa negativa, já em julho de 2014. 4) Em
termos
da
demanda,
a
Formação Bruta de Capital Fixo
Gráfico 2: Taxa de variação da FBCF e composição por componentes (valores acumulados em 12 meses, % e p.p.)
liderou o processo recessivo: sua taxa acumulada em 12 meses se torna negativa partir de agosto de 2014 e, em outubro, chega a 11,8%; ‘máquinas
seu e
componente equipamentos’
iniciou a queda em junho de 2014, e apresenta em outubro queda de 21,2%.
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Monitor do PIB-FGV – Indicador mensal de outubro de 2015
5) O Consumo das Famílias, por sua vez, embora com taxas progressivamente menores, no acumulado em 12 meses, desde agosto de 2013, só apresentou
Gráfico 3: Taxa de variação do Consumo das Famílias e composição por componentes (valores acumulados em 12 meses, % e p.p.)
taxas negativas, a partir de abril de 2015, e em outubro a taxa foi negativa
em
componente (cerca
de
2,3%.
mais 50%),
(transportes,
Seu
importante os
outros
Serviços serviços,
aluguéis, etc.), apresentava, mês a mês, taxas acumuladas em torno de 3,5% até 2013, tendo caído para algo em torno de 2% em 2014. Em setembro a taxa foi zero e em outubro a taxa se torna negativa em -0,4%. 6) O segundo componente mais importante do Consumo das Famílias, os bens não duráveis (alimentos, bebidas, combustíveis, etc., que representam 27%, em média), apresentam resultados negativos a partir de julho deste ano, enquanto os semiduráveis (vestuário, borracha, plásticos, etc.) já tiveram os primeiro resultados negativos a partir de fevereiro. Por sua vez, os duráveis (veículos, eletrodomésticos, nacionais e importados) já registraram números negativos desde junho de 2014, chegando a -11,9% em outubro. 7) As Exportações, que vinham com taxas acumuladas de 12 meses
Gráfico 4: Taxa de variação das Exportações e composição por componentes (valores acumulados em 12 meses, % e p.p.)
negativas desde novembro de 2014, tiveram a queda na sua taxa de 12 meses reduzida e em setembro
apresentaram
taxa
positiva de 0,1% e em outubro a taxa
alcançou
aspectos
são
+2,1%. marcantes
Três em
outubro: a forte queda na taxa de bens de capital (-17,9%), o ótimo desempenho da extrativa mineral (+18,6%) e a redução na taxa negativa
de
exportações
dos
produtos industrializados duráveis de (-12% em setembro para -3,4%).
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8) As
Importações,
cujas
taxas
acumuladas em 12 meses eram elevadas,
começaram
a
Gráfico 5: Taxa de variação das Importações e composição por componentes (valores acumulados em 12 meses, % e p.p.)
se
desacelerar a partir de janeiro de 2014,
e
apresentam
variação
negativa a partir de outubro de 2014 (-1,6%). Em outubro, do corrente ano, a taxa é negativa em 10,6%. A importação de duráveis apresenta taxas de 12 meses negativas desde agosto de 2012, e em outubro, do corrente ano, sofreu
queda
de
18,3%.
A
importação de bens de capital tem taxas de 12 meses negativas desde fevereiro de 2014 e em outubro do corrente ano a taxa foi 14,6%, enquanto a de bens intermediários tornou-se negativa em outubro de 2014 e em outubro, do corrente ano, é de -11,3%. Em resumo, o ano de 2015 tem sido marcado pela contínua e intensa piora da atividade econômica. A queda estimada para o mês de outubro pelo Monitor do PIB é muito expressiva, refletindo a continuidade da deterioração do cenário macroeconômico.
APÊNDICE – NOTA EXPLICATIVA O Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis do PIB anual até 2013, último ano de divulgação.
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A posteriori, o indicador é ajustado ao PIB-Tri do IBGE sempre que há mudanças metodológicas como ocorreu nesta última divulgação de 17 de novembro e nas demais informações divulgadas posteriormente pelo IBGE. Ele é também ajustado trimestralmente aos indicadores do PIB Trimestral do IBGE, à medida que vão sendo divulgados. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais calculados pelas Contas Nacionais, sem ajuste sazonal. Além disto, são utilizados os mesmos modelos de dessazonalização do IBGE para calcular todas as séries desagregadas (pela ótica da oferta e da demanda) com ajuste sazonal.
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O IBGE divulgou no dia 17 de novembro as Contas anuais dos anos de 2012 e 2013 e revisou os anos anteriores desde 2000 e atualizou outras informações ao longo do mês de novembro.
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Monitor do PIB-FGV – Indicador mensal de outubro de 2015
Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem o PIB-Tri do IBGE nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente proxy para as tendências do PIB e seus componentes. 2
A partir do seu número 30, com resultados até agosto de 2015, o Monitor do PIB-FGV passou a ter divulgação pública, anexado ao Boletim Macro IBRE. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são: Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços. Adicionalmente eles são classificados em nacionais e importados; Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados;
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Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços. São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxa mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior.
Equipe Técnica Claudio Monteiro Considera – Coordenador Doutor em economia pela UFF e Mestre em economia pela UnB Professor de economia da UFF Cargos ocupados: - Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (1999-2002) - Diretor de Pesquisa do Ipea (1993-1998) - Chefe de Contas Nacionais do IBGE (1986-1992)
Maria Alice de Gusmão Veloso Graduada em economia pela UFRJ com diversas especializações em Contas Nacionais no exterior Consultora econômica na FGV Cargos ocupados: - Chefe de Contas Nacionais da FGV/IBRE (1980-1986) - Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE (1986-1993)
Juliana Carvalho da Cunha Mestranda em Finanças e Economia Empresarial pela FGV/EPGE Graduada em Economia pela UFF
André Luiz Silva de Souza Pós Graduação: MBA em e-business pela Fundação Getulio Vargas Graduado em Economia pelo Centro Universitário Augusto Motta.
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As edições anteriores estão disponíveis no site http://portalibre.fgv.br/. O IBGE divulga as aberturas máquinas e equipamentos, construção e outros nos últimos trimestres de cada ano, mas não há separação entre nacionais e importados. 3
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