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Monitor do PIB-FGV - IBRE

Monitor do PIB-FGV Número 30 | 20.outubro.2015 Monitor do PIB-FGV Indicador mensal de agosto de 2015 Apresentação O Monitor do PIB-FGV tem sido divu...
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Monitor do PIB-FGV Número 30 | 20.outubro.2015

Monitor do PIB-FGV Indicador mensal de agosto de 2015

Apresentação O Monitor do PIB-FGV tem sido divulgado desde fevereiro de 2014, de forma restrita. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia do PIB trimestral do IBGE. Sua série inicia-se em 2000, sendo ajustado trimestralmente ao PIB-Tri do IBGE. O Monitor do PIB-FGV antecede o PIB-Tri do IBGE nos meses em que este é divulgado. A partir deste número o Monitor do PIB-FGV passará a ter divulgação pública, anexado ao Boletim Macro do IBRE, acompanhado de uma tabela detalhada iniciada em 2000. Atualmente o Monitor divulga o PIB mensal em volume pela ótica da oferta e da demanda semelhante à divulgação do IBGE. E, disponibiliza adicionalmente a desagregação: Consumo das Famílias (em bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços, classificados em nacionais e importados); Formação Bruta de Capital Fixo (em máquinas e equipamentos, construção e outros, classificados em nacionais e importados); Exportações e Importações (em produtos agrícolas, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário e, serviços). O IBRE-FGV deseja com esse indicador prover a sociedade de informações mais amplas sobre a atividade econômica brasileira, possibilitando uma análise mais detalhada.

Análise dos Resultados Segundo o CODACE (Comitê de Datação do Ciclo Econômico), a economia brasileira entrou em recessão no segundo trimestre de 2014 e não apresenta até o momento qualquer indicação que vislumbre data para saída. Em 2014 o PIB teve um desempenho pífio, crescendo 0,1% e o PIB per capita apresentou taxa negativa de 1%. Para 2015 o Boletim Macro IBRE prevê uma queda de 3% significando uma queda do PIB per capita de 4%. Não há registro histórico de resultados piores do que esses. O Monitor do PIB-FGV permite que se acompanhe essa queda mês a mês, certificando o resultado negativo que está sendo previsto pelo modelo do Boletim Macro IBRE. A taxa acumulada em 12 meses até agosto, segundo a estimativa do Monitor do PIB-FGV, foi de -1,7%, maior do que a até julho (-1,6%). O exame desta série acumulada em 12 meses, na tabela e gráfico abaixo, mostra que o PIB sofreu forte desaceleração a partir do quarto trimestre de 2010, apresentou

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Monitor do PIB-FGV – Indicador mensal de agosto de 2015

efêmera reação do primeiro trimestre de 2013 até março de 2014 e passou a apresentar taxa de variação crescentemente negativa a partir de janeiro do corrente ano.

Tabela 1: Taxa Acumulada em 12 meses - em %

Período Agropec.

Indústria

Serviços

Impostos

PIB

C. Fam.

C. Gov.

FBCF

Export.

Import.

jan/15

0,2

-1,5

0,3

-0,7

-0,2

0,7

1,1

-5,5

-1,5

-2,1

fev/15

0,2

-2,4

-0,2

-1,7

-0,9

0,0

0,7

-6,8

-2,3

-3,3

mar/15

0,6

-2,5

-0,2

-1,9

-0,9

0,2

0,4

-6,9

-1,0

-2,5

abr/15

0,9

-2,7

-0,3

-2,2

-1,0

-0,1

0,3

-7,2

-1,1

-3,1

mai/15

1,3

-3,2

-0,5

-2,8

-1,3

-0,5

-0,3

-8,1

-0,6

-4,3

jun/15

1,6

-2,9

-0,5

-2,8

-1,2

-0,6

-0,3

-7,9

1,0

-4,7

jul/15

1,9

-3,4

-0,7

-3,5

-1,6

-0,8

-0,6

-8,5

-0,6

-6,1

ago/15

2,5

-3,9

-0,8

-3,8

-1,7

-1,3

-0,7

-9,3

-0,6

-7,7

8,0

PIB - Tx. acum. 12 m. (em %)

6,0 4,0 2,0 0,0 -2,0

jul/15

abr/15

jan/15

out/14

jul/14

abr/14

jan/14

out/13

jul/13

abr/13

jan/13

out/12

jul/12

abr/12

jan/12

out/11

jul/11

abr/11

jan/11

out/10

jul/10

abr/10

jan/10

-4,0

Resultados pela Ótica da Oferta A Agropecuária continua a apresentar taxas de crescimento acumuladas de 12 meses positivas e em agosto foi de 2,5%. Os Serviços passaram a apresentar taxas de variação acumuladas de 12 meses negativas a partir de fevereiro de 2015 e até agosto foi de -0,8%. Estes resultados são comuns a todos os seus subsetores, à exceção de Serviços de informação, Intermediação financeira e Serviços imobiliários. O pior desempenho é o do Comércio que apresenta taxas negativas desde setembro de 2014 e em agosto do corrente apresentava a taxa de -5,6%. Entre os três grandes setores de atividade, chama a atenção os resultados para o total da Indústria pela magnitude de suas quedas comparadas com os demais setores. Ela começou a apresentar resultados negativos, na taxa acumulada em 12 meses, a partir setembro de 2014 e em agosto chegou a -3,9%. Na atividade industrial, dois subsetores tem destaque: o excelente resultado da extrativa mineral que se tornou positivo desde março de 2014 e, durante o ano de

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2015, tem apresentado taxas positivas em torno de 10%. O outro destaque é para a indústria de transformação que apresenta os piores resultados (-7,2% no acumulado de 12 meses até agosto) com uma sequência de números negativos desde junho de 2014; eletricidade e construção acompanham esses resultados negativos. É relevante chamar a atenção para a crítica situação da indústria de transformação. Pelas Contas Nacionais, ela chegou a representar em 1985 (na comparação a preços correntes) 35,9% da economia brasileira e declinou a partir daí chegando a 13,6% em 1998; teve uma efêmera recuperação para 17,9% em 2004 e voltou a declinar para 10,9% em 2014. Considerando a trajetória a preços constantes a queda é de 16,3% em 1996 para 12,7% em 2014. É possível alegar que essa tem sido a trajetória usual à medida que os países vão se desenvolvendo. Entretanto, é útil avaliar como tem evoluído a participação da indústria de transformação doméstica em termos da oferta doméstica de produtos da indústria de transformação. Pelas Contas Nacionais a importação participava em 2000 com 13,4 da oferta doméstica de bens da indústria de transformação, reduz para 10,9 em 2005 e volta a aumentar para 17,3% em 2014. Por sua vez, as exportações brasileiras de produtos dessa indústria cuja participação na demanda destes produtos era de 9,4% em 2000, cresce para 13% em 2004 e volta a cair para 8% em 2014. Estes resultados podem ser atribuídos a diversos fatores: à maior ou menor abertura comercial ao longo desses anos e à taxa de câmbio, entre outros, que favorecem ou desfavorecem as exportações ou as importações. Entretanto, aqueles resultados evidenciam de fato a queda da competitividade da indústria de transformação brasileira, cuja produtividade do trabalho se reduziu em 2009 para 80% do seu valor de 1995. Desde então teve tímida recuperação e em 2014 representava 95% do seu valor de 1995.

Resultados pela Ótica da Demanda A Formação Bruta de Capital Fixo comanda a recessão com taxas acumuladas em 12 meses negativas desde agosto de 2014 chegando a agosto do corrente ano com queda de 9,3%. Sua desagregação mostra o componente de máquinas e equipamentos com uma taxa negativa de -17,7% no acumulado até agosto. A queda nas máquinas e equipamentos nacionais é ainda superior à dos importados. Construção desacelera de uma taxa positiva de 14,4% em outubro de 2010, recuando para -6,4% em agosto deste ano.

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40,0

Formação Bruta de Capital Fixo - Componentes

30,0

Taxa acum. 12m. (em %)

20,0 10,0 0,0 -10,0 -20,0 jul/15

abr/15

jan/15

out/14

jul/14

abr/14

Outros jan/14

out/13

jul/13

abr/13

jan/13

Construção out/12

jul/12

abr/12

jan/12

out/11

jul/11

abr/11

out/10

jul/10

abr/10

jan/10

jan/11

Máquinas e equipamentos

-30,0

O Consumo das Famílias inicia seu périplo negativo em fevereiro deste ano e acumula até agosto queda de 1,3%. A desagregação do consumo das famílias por categoria de bens aponta que a taxa acumulada de 12 meses dos produtos duráveis despenca de 16,8% em agosto de 2010 para -9,3% em agosto do corrente ano, tendo se tornada negativa a partir de abril de 2014. A queda é maior para os bens duráveis importados (-15,6%). O consumo de Serviços resiste por mais tempo, mas também se reduz a partir de setembro de 2011 (5,1%) e em agosto chegou a 0,5%, pouco superior à taxa de não duráveis, que se tornou negativa a partir de junho de 2015, e é de -0,6% no acumulado em 12 meses até agosto. No caso do consumo de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos, etc.) seu desempenho está fortemente associado à crise que se abateu sobre o Brasil em 2009 e a resposta que a política proporcionada pelo Governo de incentivo ao crédito e de redução de impostos, associada à forte redução da taxa de juros empreendida pelo Banco Central. Esses elementos foram enfraquecidos a partir do forte aumento do grau de endividamento das famílias, do retorno da taxa de juros compatível com o combate à inflação e o fim das desonerações fiscais que resultaram numa redução da taxa de crescimento do consumo de duráveis. Já desde abril de 2014 a taxa de variação do consumo de duráveis se torna negativa e não há política de incentivos que a faça reverter no quadro de elevadas taxas de juros, queda de renda e aumento de desemprego atual. O consumo de semiduráveis se tornou negativo em outubro de 2014. Mais preocupantes são os desempenhos de produtos não duráveis (alimentação, vestuário, gasolina, etc.) e serviços cujas taxas já apresentam valores negativos, retratando a queda do poder de compra das famílias com a elevação da inflação e o aumento do desemprego. As taxas de variação acumulada em 12 meses das exportações de bens e serviços brasileiras têm tido valores inferiores às das importações de tal forma que desde abril de 2006 as diferenças entre essas duas taxas (exportações líquidas de importação) têm sido negativas. Isso ocorre até julho de 2014 quando passam a ser positivas. Entretanto, a partir de novembro de 2014,

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isso decorre do fato de que as taxas negativas das exportações são menores do que as taxas negativas das importações. 20,0

Consumo das Famílias por categoria de bens

15,0

Taxa acum. 12m. (em %)

10,0 5,0 0,0 -5,0 -10,0 jul/15

abr/15

jan/15

Serviços out/14

jul/14

abr/14

jan/14

out/13

Produtos duráveis jul/13

abr/13

jan/13

out/12

jul/12

abr/12

jan/12

Produtos semi duráveis out/11

jul/11

abr/11

jan/11

out/10

abr/10

jan/10

jul/10

Produtos não duráveis

-15,0

Examinando as Exportações por categorias uso dos bens e serviços observa-se que as exportações de produtos agrícolas se mantiveram com taxas acumuladas em 12 meses elevadas até julho de 2014 quando se reduzem abruptamente à quase a metade no mês seguinte, continuam se reduzindo, se tornam negativas e, no acumulado até agosto, foi 0,3%. A extrativa mineral mantém taxas acumuladas de 12 meses negativas de agosto de 2012 a março de 2014, voltam a ficar positivas desde então e em agosto foi 16,2%. Os bens industrializados exportados apresentam forte redução nas taxas acumuladas em 12 meses com destaque para os bens de consumo duráveis (-15,8%) e os bens de capital (-26,5%). 35,0

Exportação por categoria de bens

30,0

Taxa acum. em 12m. (em %)

25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 -5,0 -10,0

jul/15

abr/15

jan/15

out/14

jul/14

abr/14

jan/14

out/13

Bens intermediários jul/13

abr/13

jan/13

out/12

jul/12

abr/12

Extrativa Mineral jan/12

out/11

jul/11

abr/11

jan/11

jul/10

abr/10

jan/10

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out/10

Produtos Agrícolas

-15,0

Monitor do PIB-FGV – Indicador mensal de agosto de 2015

Com respeito às Importações por categorias de usos dos bens e serviços observa-se que houve forte redução na taxa acumulada em 12 meses, a partir de abril de 2014, dos bens intermediários em linha com a desaceleração da indústria de transformação doméstica. Reduzem também fortemente bens de capital e serviços. 60,0

Importação por categoria de bens

50,0

Taxa acum. em 12m. (em %)

40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 -10,0 -20,0 jul/15

abr/15

jan/15

Serviços

out/14

jul/14

jan/14

out/13

abr/14

Bens de capital jul/13

abr/13

jan/13

out/12

jul/12

abr/12

Bens intermediários jan/12

out/11

jul/11

abr/11

jan/11

out/10

abr/10

jan/10

jul/10

Bens de consumo duráveis

-30,0

Taxa Mensal Dessazonalizada Na série dessazonalizada a taxa mensal do PIB de agosto em relação a julho é de -0,31%, o quinto resultado negativo seguido dessa comparação. Tabela 2: Taxa mensal com ajuste sazonal (MsM) - em %

Período Agropec.

Indústria

Serviços

PIB

C. Fam.

C. Gov.

FBCF

Export.

Import.

abr/15

-1,62

-2,64

-1,10

-1,73

-1,01

0,71

-5,35

-11,90

-12,94

mai/15

-3,46

0,20

-0,64

-0,39

-0,29

-0,57

0,01

8,81

1,98

jun/15

-1,45

-2,08

0,27

-1,45

-1,54

-0,43

-4,04

9,65

0,07

jul/15

1,01

-0,66

-0,51

-0,02

0,23

0,95

-0,46

-8,09

-3,28

ago/15

1,37

-1,48

-0,39

-0,31

-2,67

-1,14

-1,14

-9,34

-8,58

PIB - Taxa mensal dessazonalizada (em %)

3,00 2,00 1,00 0,00 -1,00 -2,00

6| |

jul/15

abr/15

jan/15

out/14

jul/14

abr/14

jan/14

out/13

jul/13

abr/13

jan/13

out/12

jul/12

abr/12

jan/12

out/11

jul/11

abr/11

jan/11

out/10

jul/10

abr/10

jan/10

-3,00

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Equipe Técnica Claudio Monteiro Considera – Coordenador Doutor em economia pela UFF e Mestre em economia pela UnB Professor de economia da UFF Cargos ocupados: - Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (1999-2002) - Diretor de Pesquisa do Ipea (1993-1998) - Chefe de Contas Nacionais do IBGE (1986-1992) Maria Alice de Gusmão Veloso Graduada em economia pela UFRJ com diversas especializações em Contas Nacionais no exterior Consultora econômica na FGV Cargos ocupados: - Chefe de Contas Nacionais da FGV/IBRE (1980-1986) - Coordenadora de Contas Nacionais do IBGE (1986-1993) Juliana Carvalho da Cunha Mestranda em Finanças e Economia Empresarial pela FGV/EPGE Graduada em Economia pela UFF André Luiz Silva de Souza Pós Graduação: MBA em e-business pela Fundação Getúlio Vargas Graduado em Economia pelo Centro Universitário Augusto Motta. .

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