Entre os caminhos e as rotas dos ciganos do Vale do Mamanguape. 1 Edilma do Nascimento Jacinto Monteiro (PPGA-UFPB)2 Maria Patrícia Lopes Goldfarb (DCS/PPGA-UFPB)3 Renan Jacinto Monteiro (UACS-UFCG )4 Hermana Cecília Oliveira Ferreira (DCS-UFPB)5 RESUMO Apesar da visibilidade e do reconhecimento obtidos através dos estudos e pesquisas realizados no Brasil durante as décadas de 80 e 90 acerca dos ciganos do sertão paraibano, seja pela academia, seja pela sociedade civil, outros agrupamentos étnicos permaneceram despercebidos e marginalizados em algumas cidades mais discretas do estado. Por esta via, a ideia de elaborar um mapeamento dos ciganos no estado da Paraíba tem gerado novas inquietações epistemológicas e instigado na construção de pesquisas, alimentando novas possibilidades na tentativa de compreender os ciganos enquanto grupo étnico em contextos e arranjos sociais diferenciados dos modelos analisados até o momento. Deste modo, o presente trabalho consiste na sistematização de alguns primeiros fragmentos de uma etnografia ainda em fase de construção, a respeito dos ciganos que vivem no Vale de Mamanguape no estado da Paraíba. A proposta se baseia na reflexão antropológica sobre os dados colhidos até então, calcada na observação participante, entrevistas abertas e conversas informais. Assim, objetiva-se a construção de um diálogo relacionando os autores da Antropologia com as demais áreas das ciências humanas na busca pela compreensão dos modos de vida do grupo, sociabilidades, práticas cotidianas, e na relação dialética entre ciganos e não-ciganos, e mais principalmente, na ressignificação do nomadismo a partir das rotas descritas pelo grupo. Palavras-Chave: Ciganos, Nomadismo, Rotas, Redes. 1
Trabalho apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto de 2014, Natal/RN. 2 Mestranda no Programa de Pós -Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Pesquisadora dos grupos de pesquisa CRIAS e GEC, ambos vinculados ao CNPq. 3 Professora adjunta na Universidade Federal da Paraíba, integrante do Departamento de Ciências Sociais UFPB e do Programa de Pós -Graduação em Antropologia da UFPB. Coordenadora do Grupo de Estudos Culturais (GEC), filiado ao CNPq. 4 Graduando no bacharelado em Ciências Sociais na Universidade Federal de Campina Grande. Aluno bolsista do PET de Antropologia, colaborador da pesquisa de mestrado intitulada “Crescendo e se Reconhecendo como ciganos (as): Uma etnografia sobre crianças Calón no Vale do Mamanguape”, d a pesquisadora Edilma do N. J. Monteiro. 5 Graduanda no curso de Ciências Sociais na UFPB. Bolsista PIBIC do projeto intitulado “Mapeamento dos ciganos em Mamanguape” e integrante do grupo de pesquisa GEC, filiado ao CNPq.
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INTRODUÇÃO Nas narrativas literárias, científicas ou linguísticas; nas longas histórias que se contam sobre os ciganos podemos citar duas matrizes tidas como lugar de origem desse povo, Índia e Egito, especialmente devido à vinculação entre o sânscrito e dialetos ciganos (MOONEN, 1994; COELHO, 1894; CHINA, 1936). Características culturais como o nomadismo são utilizadas para reforçar a ideia de que os ciganos seriam nômades, sendo o nomadismo um castigo atribuído a uma traição dos ciganos ao menino Jesus, condenados assim a vagar pelo mundo. Em oposição a esta lenda, numa das idas a campo uma cigana mais velha me relatou que o povo cigano era nômade por que Jesus os havia protegido de uma forma especial, sendo um povo escolhido por Deus para trilhar várias regiões geográficas da terra, debaixo da proteção das mãos do Divino Cristo. Em ruptura com velhos estigmas que persistem a cerca dos grupos ciganos, este trabalho analisa seus modos vidas e formas identitárias que se desenvolvem no contexto interacional brasileiro. Para discutirmos tais questões baseamo-nos em experiências etnográficas com os ciganos que estão atualmente localizados em municípios do Vale do Mamanguape no estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil6 . Desde o ano de 2013 estamos realizando incursões em bairros onde residem famílias ciganas, tentando compreender os processos de interação entre ciganos e não ciganos; os elementos culturais característicos deste povo e as formas de ressignificação de tais características ao longo da história. Ainda buscamos conhecer como estes estão organizados localmente e os motivos da escolha destas localidades para estabelecerem os seus ranchos7 .
CHEGANDO AO CAMPO, A CONSTRUÇÃO DO ESTAR LÁ E ALGUMAS DESCOBERTAS.
Nossa primeira ida ao campo de pesquisa foi cercada de ansiedade, medo de rejeição e desejo de conhecer o cotidiano dessa população, um misto de realismo e exotismo sobre os nativos. Inicialmente fomos acompanhadas por uma moradora do 6
O Vale do Mamanguape é uma região que fica ao norte da zona da mata paraibana. A região é constituída por nove municípios são eles: Baía da Traíção, Cuité de Mamanguape, Curral de Cima, Itapororoca, Jacaraú, Mamanguape, Marcação, Mataraca e Pedro Régis 7 “Rancho”, “Arranchado”- temo êmico, utilizado pelos ciganos para referir-se as casas, barracas, ou locais onde estão morando provisoriamente ou não.
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município de Mamanguape8 , a pessoa que havia informado sobre a presença de ciganos neste município. O local, também chamado de “rua dos ciganos” fica aproximadamente a 9 km de distancia do centro da cidade e localizado ao lado de um canavial. Tal localização parece ser peculiar na constituição de moradias entre os ciganos, o que é apontado por outros pesquisadores, como Goldfarb (2004), ao falar de Sousa-PB e Leal (2012), ao falar de Patos-PB. Abaixo podemos visualizar uma imagem da rua e um mapa com a localização aproximada da “rua dos ciganos” e uma extensão maior onde há localização de outros ciganos que estão fora desta rua.
Foto 1: Imagem da “Rua dos Ciganos” no amanhecer do dia 01/01/2014. Foto de Monteiro, Renan. Janeiro, 2014
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O município de Mamanguape é o município sede da Região Metropolitana do Vale do Mamanguape, no estado da Paraíba. Fica localizado há 62 km da capital paraibana. Tem uma área de 348,745 km², e possui o total de 42.537 habitantes (IBGE, 2012).
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Figura 1: Localização geral dos ciganos e da “rua dos ciganos”.
Localização que abrange a maioria das residências dos ciganos. Localização aproximada da “rua dos ciganos”
Diferente das demais ruas do bairro, a rua dos ciganos está sempre movimentada, mesmo em horários nos quais as pessoas costumam descansar, como depois do almoço. Por volta das treze horas, pode-se encontrar senhores conversando, crianças e adolescentes9 brincando, jovens casados também conversando na porta e pais levando seus filhos para a escola. Percebi um ritmo de vida que se diferenciava das demais ruas naquele bairro. Além das casas, na primeira ida a campo visualizei duas barracas montadas nas proximidades das casas, fato que aguçava ainda mais nossas hipóteses sobre a existência de uma valorização ideológica e prática do nomadismo entre ciganos sedentarizados. Goldfarb (2004a) apresenta em sua tese esse nomadismo como uma forte forma de identificação entre os ciganos, especialmente desenvolvido a partir de suas memórias do passado. Nesta entrada no campo fomos recepcionados por senhores ciganos, sendo direcionadas a uma espécie de liderança a quem pedimos autorização para pesquisar. Ao longo da pesquisa percebemos que as moradias entre os ciganos possuem uma dinâmica
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Essas categorias que atribuem distinções etárias que utilizo, estão relacionados no meu entendimento, e segundo o Estatuto da Criança e Adolescente. As minhas idas ao campo tem me feito refletir em torno de uma infância estendida e de uma não existência de adolescência entre os ciganos.
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imbricada de uma forte circulação entre as redes, redes que se estabelecem em função de relações de parentesco. Assistimos a uma grande mobilidade de pessoas que partem e que chegam, e observamos que rotas são construídas dentro de um espaço que é dinâmico. Santanna (1983, p.49), nos fala dessa mobilidade que está “ora se espalhando, ora se reagrupando”, mas sempre ligadas a três perspectivas: procedência, descendência e atividades econômicas. Percebemos no Vale do Mamanguape que as rotas são traçadas por laços parentais, por laços de afinidades e/ou quando estão fazendo negócios. Esse processo de fluxo que acontece entre o grupo de ciganos não está fixado há um tempo limite de permanência e partida do local de deslocamento. Num primeiro momento observamos que a liderança entre os ciganos era construída considerando a idade e o tempo de permanências do cigano naquele local, depois percebemos que a liderança pode ser legitimada pela capacidade de dar proteção e segurança aos demais membros da família ou do grupo. A questão da liderança também é semelhando ao que foi dito por Santanna: “um sistema de chefia definido, com na base na autoridade dos mais velhos, um princípio de cooperação econômica entre seus membros, bem como regras de residência mais ou menos determinadas...” (SANTANNA, 1983, p. 74).
CIGANOS NO VALE DO MAMANGUAPE: UM POVO DE HISTÓRIA E TRAJETOS, RELATOS E FATOS. Os ciganos, os quais, trabalhamos afirmam serem pertencentes da etnia Calón. Mesmo diante desta afirmação percebemos que os ciganos localizados no Vale do Mamanguape nos parecem diferentes, em muitos aspectos, dos que estão descritos por Goldfarb (2004b) e localizados em Sousa. A condição econômica é o que mais parece se diferenciar. Comerciantes, os ciganos do Vale do Mamanguape apresentam uma condição econômica mais favorável do que os que estão em outras regiões da Paraíba. Em nosso universo de pesquisa tudo o que for material pode ser vendido e trocado, e os fluxos nas trocas de automóveis e imóveis são bem recorrentes. Verificamos a venda de animais, jóias e outros bens materiais de valores, como carros, imóveis ou som de alta potência.
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Em conversas informais e observação direta constatamos que entre os ciganos a rede de parentesco é o fator predominante para a permanência dos ciganos naquele espaço. Conforme aponta Pereira (2009), geralmente os ciganos se estabelecem em espaços onde já existem ciganos, onde ficam em grupos de iguais. A circulação dos ciganos também deriva dessas redes de parentescos, onde existem compadres, tios e primos, sempre é um bom lugar para ir e passar um tempo. Podemos perceber esta circulação também como uma forma de migração, pois: “As migrações representam também uma movimentação nos universos sociais e é deste ponto de vista que elas nos interessam de modo particular. Mesmo porque, a própria definição do espaço e do ambiente geográfica é condicionada culturalmente”. (DUHAN, 1973, p. 136).
Assim como a população de nordestinos estudada por Duhan, os ciganos tem uma lógica de mobilidade onde “(...) a movimentação das pessoas alarga o horizonte geográfico da comunidade.” (DUHAN, p.136, 1973), tenho “o espaço geográfico e espaço social são uma realidade única” (DUHAN, 1973, p.137). Pudemos ver sempre uma família arranchada ou um cigano vindo de outro local e de passagem por ali. Ao indagarmos os motivos das viagens eles ressaltam que: “viajam para rever familiares”, viajam para festas, viajam para reencontros ou viajam para fazer negócios. Apresentamos um esboço de rotas descritas pelos os ciganos que colaboram com a pesquisa:
Figura 2: Rotas de viagens
Fonte: Google Maps.
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O mapa a cima esboça as rotas mais frequentemente apontadas pelos ciganos, os lugares que eles mais citam para realizar negócios, “passar um tempo” ou simplesmente “fazer parada”. Podemos perceber também ciganos de outros Estados, demarcando a presença de fluxo entre os ciganos da Paraíba e de outros estados, como Pernambuco, Rio Grande do Norte Alagoas. Os fluxos aqui tratados, conforme aponta Hannerz (1997), dizem respeito a deslocamentos e redistribuição de pessoas, de relações, “numa compreensão da cultura como processo”. A dinâmica das rotas nos remete a ideia de expansão territorial, e nos lembra da noção de territorialidade dada pelo geógrafo Haesbaert (apoud Guimarais, 2012), quando o mesmo fala sobre duas perspectiva de territórios. Aqui citamos apenas um dos tipos, que se assemelha com a lógica das rotas dos ciganos; que é a definição de território-rede, utilizado para identificar a ideia de uma expansão do seu espaço a partir das redes que vão sendo formados no fluxo contínuo de idas e vindas:
(...) os territórios-rede, configurados, sobretudo, na topologia ou lógica das redes, ou seja, são espacialmente descontínuos, dinâmicos (com diversos graus de mobilidade) e mais suscetíveis a sobreposições; e aquilo que denominamos “aglomerados”, mais indefinidos, muitas vezes mesclas confusas de territórios-zona e territórios-rede, onde fica muito difícil identificar uma lógica coerente e/ou uma cartografia espacialmente bem definida (HAESBAERT apoud GUIMARAIS, 2012:85).
Essa definição nos ajuda a pensar esse processo de territorialização a partir dessas rotas e fluxos recorrentes entre os ciganos no Vale do Mamanguape. Esta mobilidade bem presente entre os ciganos foi observada também nas festividades de final do ano. Conhecemos ciganos vindos dos municípios de Jupi, Garanhuns e Caruaru, ambos localizados no estado de Pernambuco, como também ciganos vindo com suas famílias de Arês, município do Rio Grande do Norte. Outro município bem falado é Vitória de Santo Antão-PE. Tilly (Apoud Truzzi, 2008), fala das mobilidades existentes a partir de quatro diferentes classificações de migrações: locais, circulares, de carreiras e em cadeia. Destas quatro trago a reflexão de duas destas classificações. As migrações locais e em cadeia, segundo classificação de Tilly Apoud Truzzi, seriam as: 7
Locais: quando o indivíduo se desloca a um mercado (seja este de trabalho, de terras, seja mesmo matrimonial) geograficamente contíguo, que normalmente já lhe é familiar (...), e Em cadeia: que envolve o deslocamento de indivíduos motivados por uma série de arranjos e informações fornecidas por parentes e conterrâneos já instalados no local de destino. (Tilly Apoud Truzzi 2008, p.2)
Os ciganos atualmente não mais viajam em burros, mas agora em carros bem equipados e até luxuosos. Nas paradas, os ranchos podem ser de alvenaria (casas/galpões), ou de barracas de lonas
e de palhas. Como podemos visualizar nas
seguintes imagens:
Foto 2: Imagem de Barracas armadas na Rua dos Ciganos. Foto de Monteiro, Edilma. Setembro, 2013.
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Foto 3: Imagem de Barraca armada. Foto de Monteiro, Edilma. Outubro, 2013.
Foto 4: Imagem de barraca armada. Foto de Monteiro, Edilma. Dezembro, 2013.10
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As imagens são para dá dimensão através delas da dinâmica presente neste grupo.
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De todo modo, observa-se que a dinâmica da vida cotidiana se constrói a partir das relações de parentesco, quer seja consanguíneos ou afins. As rotas e redes que são formadas nós leva a refletir a existência de um nomadismo no presente, mas estamos apenas no começo da investigação. Cabe, ainda, dizer que trata-se de um trabalho em construção, que as primeiras idas ao campo foram para estabelecer um diálogo entre pesquisadoras e os ciganos, bem como para se ter um panorama mais geral da dinâmica cultural destes ciganos CONSIDERAÇÕES Nossas primeiras incursões tem nos suscitado muitas curiosidades. A primeira das questões para se refletir foram as rotas e a formação de uma rede que se estabelece a partir dos laços de parentescos.
As rotas são um fato sempre dito pelos ciganos e
visualizado por nós durante as idas à campo, a partir do intenso fluxo das famílias ciganas naquela localidade. Para além das rotas, os ciganos sempre nos mostram variadas perspectivas possíveis a serem estudadas e pesquisadas, mas, tentar compreender essa questão sobre as rotas nos ajuda a refletir antigos questionamentos, tais como: “os ciganos ainda viajam? Os ciganos agora estão parados?”. Foi perante algumas perguntas como estas mencionadas, e diante dos fatos observados no cotidiano deste grupo de ciganos no Vale do Mamanguape, que surge este trabalho, apresentando nossos primeiros dados empíricos. A pesquisa continua e há uma longa estrada a ser percorrida.
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REFERÊNCIAS CAMPOS, Cláudia Camargo. Ciganos e suas tradições. 1ed. São Paulo: Madras Editora Ltda, 1999 CHINA, José de Oliveira. Os ciganos no Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1936 COELHO, Adolfo. Os ciganos de Portugal: com um estudo sobre o calão.- Lisboa: Imp. Nacional, 1892. GOLDFARB, Maria Patrícia Lopes. O Tempo de Atrás: um estudo sobre a construção da identidade cigana em Sousa-PB. UFPB. 2004 GOLDFARB, Maria Patrícia Lopes. Tempo e Espaço na Construção da Identidade Cigana. Revista Vivência (UFRN), Natal, v. I, p. 79-86, 2004. GOLDFARB, Maria Patrícia Lopes. Definindo os Ciganos: as representações coletivas sobre a população cigana na cidade de Sousa-PB. Ariús: Revista de Ciências Humanas e Artes (UFCG), v. 14, p. 76-82, 2008. GUIMARAIS, Marcos Tovansk Silva: O associativismo transnacional ciganos, identidades, diásporas e territórios. Tese de doutorado. USP. São Paulo, 2012. 229p. HANNERZ, Ulf. Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia transnacional. Mana [online].1997, vol.3, n.1, pp. 7-39. ISSN 0104-9313. Disponível em . Acesso em: 12/06/2012 NASCIMENTO, Caroline L. Dantas do. Pensar os ciganos em Patos. In: Ciganos em Patos- PB: O desafio atravessado por geração e gênero. Monografia de Bacharelado em Ciências Sociais. UFCG, 2013. MOONEN, Frans. Ciganos Calon no Sertão da Paraíba. João Pessoa, MCS/UFPB, Cadernos de Ciências Sociais, nº. 32, 1994. MORAES FILHO, Melo. Os Ciganos no Brasil e o cancioneiro dos ciganos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981 PEREIRA, Cristina da Costa. Os Ciganos ainda estão na Estrada. Rio de Janeiro: Rocco, 2009 TRUZZI, Osvaldo. Redes e processos migratórios. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ts/v20n1/a10v20n1.pdf. Acesso em 11 de fevereiro de 2014
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