Um pouco mais sobre caule
Vimos durante as aulas que o caule apresenta duas funções básicas, que são o suporte das folhas (órgãos fotossintéticos) e flores (estruturas reprodutivas) e a condução da seiva bruta, que vai das raízes para outras partes da planta, através do xilena e da seiva elaborada, que vai das folhas para outras partes das plantas (através do floema). Além disso, você agora sabe que existem diversos tipos de caule que representam diferentes adaptações, como os caules aéreos e eretos (tronco, haste, colmo e estipe). Outros tipos de caules aéreos são o volúvel e o rastejante. Também discutimos um exemplo de caule aquático e três exemplos de caules subterrâneos (rizoma, tubérculo e bulbo). Perceba que são várias as formas que um caule pode ter variando também a função. Como no caso do caule do tipo tubérculo que é subterrâneo e possui a função de ser uma reserva nutritiva. Um exemplo que comentamos, mas vale salientar novamente, é a batata inglesa. A batata inglesa possui gemas, que são chamadas de “olhos” pelas pessoas. Essas gemas mostram que é um caule, uma vez que raízes não possuem gemas laterais. Certamente a diversidade de tipos de caules e modificações especiais que apresentam não para por aí. Nesse texto a ideia é trazer mais exemplos de caules com adaptações legais. Vamos começar...
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Cladódio: veja a planta ilustrada abaixo. A imagem representa um cacto. Muitas dessas plantas estão adaptadas a viver em locais com limitações na disponibilidade de água. Organismos como essas plantas, que conseguem sobreviver em regiões áridas, como os desertos, são chamados de xerófilos. Note que o caule apresenta um caule verde (que faz fotossíntese) além de ser “suculento”. Isso ocorre porque o caule armazena uma boa quantidade de água, que dá essa cara para esse caule chamado de cladódio (aéreo também).
Figura 1: representação de um cladódio. Note o caule suculento e as folhas modificadas em espinho. Além disso, essas adaptações normalmente estão associadas com outras, como a modificação das folhas em espinhos, que tanto limitam a perda de água que ocorreria se fossem folhas “normais” como protegem o cacto de predadores. Perceba que como as folhas são modificadas em espinhos, a presença de um caule que realiza fotossíntese é importante. Lembre-se que espinhos também podem ser modificações do próprio caule, como ocorre no limoeiro. As plantas da família dos cactos usualmente apresentam um sistema denso de raízes, sendo que apresentam uma raiz pivotante profunda. Esses vegetais apresentam diversas outras adaptações ao ambiente seco, entre elas um metabolismo característico chamado de metabolismo ácido das crassuláceas (CAM). De forma resumida pode-se dizer que essas plantas vão abrir seus estômatos durante a noite (durante o dia ficam fechados para impedir a perda exacerbada de água). Elas armazenam então o CO2 necessário para a fotossíntese durante a noite, na forma de ácido málico (daí o nome, metabolismo ácido das crassuláceas). Depois, durante o dia, com a luz solar, elas utilizam o CO2 armazenado para a fotossíntese. Rizóforo: algumas plantas possuem caules que crescem em direção ao solo e auxiliam na sua fixação
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e sustentação. Uma planta que possui esse tipo de caule é a Rhizophora mangle, que ocorre em manguezais. Esse tipo de caule pode ser visto como uma adaptação para tipo de solo do manguezal. Faz pouco tempo que as estruturas dessa planta foram identificadas como caules. Anteriormente elas eram classificadas como um tipo de raiz-escora, como a que ocorre no milho. É possível que muitas das raízes-escoras de manguezais sejam entçao, na verdade, rizóforos. Cuidado para não confundir os nomes! Temos os rizoides das briófitas, que não são raízes porque não possuem tecidos vasculares, temos rizomas, que são caules subterrâneos e não raízes, e temos os rizóforos, que também são caules. Você também pode encontrar alguns exemplos de caules subterrâneos menos comuns, chamados de cormo (não confunda com colmo) e xilopódio. Cormo: No cormo a estrutura do caule é comprimida verticalmente e ele pode estar envolvido por catafilos secos. A base desse caule geralmente é intumescida. Perceba que eles são diferentes dos bulbos, uma vez que no cromo a reserva está no próprio caule, enquanto nos bulbos o caule é reduzido formando o prato, e a reserva fica nas folhas modificadas (catafilos).
Figura 2: ilustração esquemática de um cormo.
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Xilopódio: essas estruturas podem ser formadas por estruturas derivadas do caule e da raiz ao mesmo tempo. O xilopódio é muito espesso e lignificado (lenhoso). É comum em plantas do Cerrado e após as queimadas comuns que ocorrem nesse bioma as folhas e flores rebrotam a partir dos xilopódios.
Figura 3: ilustração representando um xilopódio. Além desses diferentes tipos de caules falamos de algumas modificações na estrutura do caule, como gavinhas, espinhos e acúleos. Existe outra modificação legal que os caules podem ter chamadas de domácias. Essa estrutura modificada permite o alojamento regular de animais. As árvores chamadas de embaúbas possuem modificações desse tipo onde as formigas montam seus ninhos. A planta ainda pode fornecer nutrientes para as formigas. Em troca, as formigas fornecem proteção contra predadores, por exemplo. Existem muitos tipos de domácias sendo comum serem estruturas modificadas a partir de folhas também. Bons estudos ☺
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