14 de Agosto de 2013

Clima econômico da América Latina entrou na zona de avaliação desfavorável do ciclo de negócios Indicador IFO/FGV de Clima Econômico da América Latina¹

O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) - elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – recuou de 5,2 para 4,4 pontos entre abril e julho, o menor nível desde julho de 2012 (Gráfico 1). A piora decorreu de uma deterioração tanto no Indicador Ifo/FGV de Expectativas (IE), como no Indicador Ifo/FGV da Situação Atual (ISA). Ambos ficaram abaixo da média histórica dos últimos dez anos, sinalizando a entrada da região em uma fase desfavorável do ciclo econômico (ver Tabelas em anexo).¹ Gráfico 1: Índice de Clima Econômico da América Latina

5,2

4,4

(em pontos) 6.5 6.0

5.8

6.0

5.9

5.1 5.5

Situação Atual

5.0

5.5

Média de 10 anos

5.2

5.2

5.1

4.5

4.4

4.0

4.8 4.4

4.0 3.5 3.0

2.9

2.5

5,1

4,5

Expectativas

5,2

4,3

Abril/2013 Julho/2013

jul-03

jul-04

jul-05

jul-06

jul-07

jul-08

jul-09

jul-10

jul-11

jul-12

jul-13

O Indicador Ifo de Clima Econômico (ICE) para o Mundo sofreu pequena queda, de 5,4 para 5,2 pontos, mas continua na zona de avaliação favorável. Houve, no entanto, considerável heterogeneidade entre os resultados das principais regiões. Nos Estados Unidos e na União Europeia, foi registrado aumento no ICE (ambos em zona favorável), puxado principalmente pela melhora nas expectativas. Já a Ásia apresentou tendência similar à da América Latina, com queda expressiva do ICE, de 6,1 para 5,1 pontos. Embora tanto a avaliação da situação atual e das expectativas tenham piorado na Ásia, a maior queda foi no Indicador Ifo de Expectativas que passou de 7,1 para 5,7 pontos. O comportamento diferenciado das regiões é ilustrado pelos resultados de países selecionados (Gráfico 2). Enquanto os países europeus e os Estados Unidos estão melhorando o clima econômico, os países asiáticos pioraram. Em adição, todos os BRICS registraram queda no ICE e estão agora na zona desfavorável. Deste grupo, os piores resultados foram os do Brasil e da África do Sul.

¹O ICE, ISA e IE oscilam entre 1 e 9 pontos, sendo calculado da seguinte forma: trimestralmente, especialistas nas economias da América Latina respondem a um questionário com opções de resposta de natureza qualitativa (situação boa/ruim; deve melhorar/piorar). A cada resposta favorável, são atribuídos 9 pontos; às neutras, 5 pontos: às desfavoráveis, 1 ponto. O ICE representa a média aritmética de ISA (avaliação sobre o momento presente) e IE (expectativas para os meses seguintes). Para mais informações, consulte a nota técnica ao final deste relatório.

Gráfico 2: Índice de Clima Econômico de países/regiões selecionadas

9.0

(em pontos) 8.0 7.0

6.3 5.6

6.0 5.0

4.6

4.7

5.1

6.3 6.4 5.9

5.9

5.9

5.2 5.2

6.1

5.8

4.8

4.9

4.4

4.9

3.9

3.8

4.0

5.9

5.6 5.2

5.1

5.0

5.6

4.9 4.5

4.1

4.3 3.9

3.8

3.1

3.0 2.0 1.0 0.0 União Européia

Estados Unidos

Japão

Alemanha

França

Reino Unido

China

abr/13

jul/13

jan/13

Índia

Rússia

África do Sul

Brasil

RESULTADO DOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA Sete países analisados pela Sondagem da América Latina registraram clima econômico favorável. No entanto, apenas dois apresentaram melhora no indicador entre as pesquisas de abril e julho — Colômbia e Uruguai — e, um se manteve estável, a Bolívia. Todos os outros tiveram queda do ICE. Entre os que apresentaram ICE desfavorável, Argentina e Venezuela já estavam nessa situação em abril. Chama atenção a piora nas condições do Brasil e do Chile que passaram de uma zona favorável para desfavorável. No caso do Chile, o ICE recuou de 6,4 para 4,4 pontos e no Brasil, de 5,6 para 3,8 pontos. A avaliação da situação atual permaneceu favorável em oito países, mas apenas no Uruguai o indicador subiu. Argentina, Brasil e Venezuela continuaram na zona de avaliação desfavorável. O Indicador Ifo/FGV de Expectativas foi favorável em quatro países — Bolívia, México, Paraguai e Colômbia —, mas só melhorou nesse último. Todos os outros países ficaram ou passaram para a região de expectativas desfavoráveis. Nesse último caso estão Brasil e o Peru. Ademais, mesmo os que já estavam com expectativas desfavoráveis em abril, registraram piora no indicador. A Sondagem da América Latina de julho mostrou piores condições econômicas da região. As previsões de desaceleração do crescimento chinês e seus efeitos nos preços de commodities possuem forte impacto em vários países latinos com forte dependência das exportações desses produtos, como é o caso do Chile e do Peru. As previsões tendem a ser mais pessimistas quanto aos preços dos metais que são os principais produtos de exportação desses países. Logo, não é surpresa que a piora do clima econômico na Ásia e, em especial na China, tenha sido acompanhado por comportamento similar na América Latina.

II

RANKING DOS PAÍSES Posição Anterior

Posição Atual

País

1

1

2

2

3

ICE Médio dos últimos 4 trimestres Abr-13

Jul-13

Paraguai

6,4

7,0

Peru

6,3

6,2

3

Chile

6,1

5,8

6

4

Bolívia

5,5

5,5

9

5

Colômbia

4,9

5,4

5

6

Uruguai

5,6

5,4

7

7

México

5,3

5,4

4

8

Brasil

5,7

5,3

8

9

Equador

5,0

5,0

10

10

Argentina

4,0

4,3

11

11

Venezuela

2,4

1,8

ANEXO ISA América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

ÍNDICE DE SITUAÇÃO ATUAL (em pontos) jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 5,9 5,9 5,9 5,2 5,8 5,6 4,9 5,1 4,9 5,1 4,5 6,6 7,0 7,5 7,2 6,3 5,0 3,0 3,6 3,9 3,0 4,4 5,0 3,9 4,2 4,4 4,3 5,0 5,0 7,0 5,8 5,7 5,7 7,7 7,2 6,8 5,8 6,3 5,6 4,5 4,9 4,6 4,7 3,3 8,2 8,6 8,6 6,7 7,0 7,6 6,5 7,7 8,6 8,2 7,0 5,3 6,4 7,3 6,6 8,3 8,3 5,3 6,1 5,9 5,6 5,3 5,4 5,4 5,4 5,9 7,5 7,3 7,0 6,0 5,0 7,0 6,0 5,3 5,3 5,0 4,2 5,2 5,3 5,2 5,0 5,0 5,7 5,0 8,5 7,9 7,7 6,3 5,0 2,1 4,2 3,0 6,1 7,9 7,7 8,3 8,0 7,7 7,6 7,6 7,7 7,0 6,8 7,7 7,6 7,0 9,0 8,6 9,0 8,0 8,4 7,8 7,4 6,0 7,2 5,5 6,5 1,7 1,6 2,5 2,7 3,3 3,4 2,6 2,6 1,0 1,0 1,0

Média 10 anos 5,1 5,0 4,2 6,2 7,0 5,9 4,5 4,5 4,7 7,2 6,8 3,2

IE América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

ÍNDICE DE EXPECTATIVAS (em pontos) jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 jan/13 abr/13 jul/13 5,7 5,3 5,3 3,5 4,2 4,8 4,6 5,3 6,0 5,2 4,3 5,0 5,8 4,3 3,2 3,0 1,7 2,2 6,1 6,5 3,7 2,8 3,4 3,9 5,0 3,7 4,3 5,0 5,7 5,0 5,0 5,0 5,0 5,7 4,6 4,7 3,7 6,0 6,7 5,9 7,3 7,2 6,4 4,2 7,8 6,1 5,8 3,0 2,7 4,7 4,3 4,0 4,6 4,5 1,8 6,2 6,5 7,5 4,3 5,0 5,0 2,3 3,9 4,7 5,0 6,9 5,4 5,0 5,8 4,1 4,5 6,1 3,0 4,0 3,0 5,0 4,0 5,6 5,9 5,3 2,9 2,9 4,3 4,5 4,7 6,3 5,7 5,6 6,5 6,1 5,7 5,0 3,3 3,9 5,8 7,9 7,9 8,3 6,8 6,3 5,0 4,4 4,8 5,2 6,6 4,7 4,7 6,3 5,7 4,1 6,7 5,4 6,0 3,7 4,1 5,0 5,0 4,5 5,4 4,0 4,0 3,7 2,7 5,5 4,4 5,6 3,4 4,2 4,2 2,0 1,8 1,0

Média 10 anos 5,3 4,6 4,6 6,0 5,9 5,4 4,2 5,1 5,8 5,9 6,7 4,2

III

ICE América Latina Argentina Bolívia Brasil Chile Colômbia Equador México Paraguai Peru Uruguai Venezuela

ÍNDICE DE CLIMA ECONÔMICO (em pontos) jan/11 abr/11 jul/11 out/11 jan/12 abr/12 jul/12 out/12 5,8 5,6 5,6 4,4 5,0 5,2 4,8 5,2 5,8 6,4 5,9 5,2 4,7 3,4 2,6 4,9 4,2 3,9 4,6 4,1 4,3 5,0 5,4 6,0 6,7 5,9 5,8 4,8 6,2 6,2 5,2 6,1 8,0 7,4 7,2 4,9 4,9 6,2 5,4 5,9 5,8 6,5 7,4 5,5 6,7 6,7 3,8 5,0 5,4 5,2 5,6 5,0 6,0 6,7 5,0 5,0 5,5 5,6 5,2 3,6 4,1 4,8 4,9 4,9 7,5 7,0 6,7 5,7 4,2 3,0 5,0 5,5 7,3 6,5 6,1 6,2 6,4 7,2 5,9 5,8 7,9 7,0 7,5 5,9 6,3 6,4 6,2 5,3 2,7 2,2 4,0 3,6 4,5 3,4 3,4 3,4

jan/13 abr/13 jul/13 5,5 5,2 4,4 5,2 3,4 3,6 5,4 5,4 5,4 5,9 5,6 3,8 6,6 6,4 4,4 5,3 5,3 6,1 4,0 6,0 5,0 5,7 5,7 5,3 7,0 8,1 7,3 7,0 6,7 5,6 6,3 4,8 5,3 1,5 1,4 1,0

Média 10 anos 5,2 4,8 4,4 6,1 6,4 5,7 4,3 4,8 5,2 6,5 6,8 3,7

Nota Metodológica A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia simultaneamente - em todos os países da região, método que permite a construção de um ágil e abrangente retrato da situação econômica de países e blocos econômicos. Em julho de 2013, foram consultados 149 especialistas em 17 países. A pesquisa gera informações tanto de natureza qualitativa quanto quantitativa. O Índice de Clima Econômico (ICE) é o indicador-síntese, composto por dois quesitos de natureza qualitativa, o índice da Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE), que tratam, respectivamente, da situação econômica geral do país no momento e nos próximos seis meses. As respostas individuais são combinadas para cada país sem qualquer ponderação. Para se chegar ao valor médio de cada índice, atribuise 9 pontos às respostas positivas (+), 5 às respostas indiferentes (=) e 1 às respostas negativas (-). O ICE é uma media aritmética dos dois índices que o compõem. O procedimento de agregação de dados para determinado grupo de países ou continente é feito de acordo com a participação relativa do comércio exterior (exportações + importações) de cada país em relação ao total da região. Segundo critérios específicos da pesquisa, a fase do ciclo econômico em que se encontra o país no momento é determinada por uma combinação entre ISA e IE. Quando os dois índices superam o limite médio de 5 pontos, a economia está na fase de expansão. Quando ambos estão abaixo de 5 pontos, há recessão. A fase de piora ocorre quando o ISA é superior e o IE inferior a 5 pontos. E a fase de recuperação com IE superior e ISA inferior a 5 pontos.

IV