REPRODUÇÃO DE PACÚ (Piaractus Mesopotamicus)

VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 REVISÃO DE LITERATURA REPRODU...
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VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 REVISÃO DE LITERATURA REPRODUÇÃO DE PACÚ (Piaractus Mesopotamicus) 1Freitas Oliveira, J. A., 1Cavichiolo, F., 1Jesus, G.L.C., 1Koprowski, J.S., 1Mattana, E. V. C., 1Baldo, G. A. A. 1Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados, MS Programa de Educação Tutorial – PET/ZOO, MEC/SESu.

INTRODUÇÃO: O pacú, Piaractus Mesopotamicus, é um dos peixes de maior valor comercial na piscicultura brasileira, por esta razão, vários estudos vêm sendo realizados ao seu respeito. Esta revisão bibliográfica descreve sobre a reprodução artificial do mesmo, pois estas técnicas possibilitam o melhoramento genético e perpetuação da espécie o que não seria possível na natureza. Com a reprodução em cativeiro é possível produzir larvas que serão utilizadas para a criação, visando à terminação ou formação do plantel de reprodutores bem como, sobrevivência de 20 a 70% dos ovos, uma vez que na natureza menos de 1% chegaria a virar alevino. DESENVOLVIMENTO: Escolha dos reprodutores O piscicultor, na ocasião em que se pretende conduzir o processo reprodutivo, se depara com a necessidade da escolha de suas matrizes, devendo selecionar dentre os animais adultos aqueles que participarão dessa fase. Essa escolha merece atenção especial, pois dela dependerá a qualidade do produto resultante (TEIXEIRA FILHO, 1991). De acordo com Ferraz de Lima et al., (1984) o tamanho médio da primeira maturação gonadal, na fêmea é de 34 cm com idade média de 3 anos sendo que todas as fêmeas da população estarão aptas a reprodução, o que corresponde aproximadamente a 5 anos. Nos machos, a idade varia de 3 a 4 anos. De acordo com Kubitza (2000), os machos mais adequados para serem utilizados como reprodutores para indução da desova devem liberar sêmen de cor branca, com aspecto denso após uma leve pressão no abdômen. Com relação às fêmeas, devem ser selecionadas aquelas com abdômen distendido e macio ao toque, com papila genital avermelhada e intumescida. É valido ressaltar que, devido à idade, fica quase inviável esperar formar um primeiro reprodutor no plantel, por esta razão, deve se capturar exemplares adultos em seus habitat naturais, necessitando passar por um período de adaptação em cativeiro, recebendo alimentação apropriada e isolamento nos primeiros meses, para uma primeira coleta de espermatozóides e ovócitos. Reprodução induzida Algumas espécies, os denominados peixes reofílicos, como por exemplo, o pacú, nas condições de cativeiro, não conseguem se reproduzir naturalmente, pois necessitam realizar migração (piracema), rumo às cabeceiras dos rios para a reprodução. Para essas espécies, que nas

VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 condições de cativeiro não reproduzem naturalmente, pressupõe-se o processo de reprodução induzida a fim de que seja possível a obtenção de larvas para posterior cultivo. A reprodução induzida consiste na utilização de hormônios naturais e/ou sintéticos a fim de que seja possível induzir a ovulação e espermiação dos peixes. Neste sentido, justifica-se a reprodução induzida, para a obtenção de uma produção em massa de larvas com alta taxa de sobrevivência para o abastecimento dos sistemas de criação de espécies reofílicas (MOREIRA, 2001). Segundo Baldisserotto & Gomes (2005), este tipo de procedimento tem sido bastante estudado e há muitos relatos sobre o uso de diferentes indutores. A literatura descreve o uso de produtos naturais, como o extrato de pituitária e HCG (gonadotrofina coriônica humana), além de substâncias sintéticas, como os análogos do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH ou LH-RH) e de antagonistas do hormônio bloqueador de gonadotrofinas como a dopamina Incubação e larvicultura Após a extrusão dos gametas, fertilização e hidratação dos ovos estes, são colocados em incubadoras de 60 a 200 litros, com fluxo de água aberto com ou sem aeração. Os ovos são incubados em densidade de 500 a 3000 ovos por litro de água e a eclosão ocorre de 22 a 28ºC, com taxas de eclosão variando de 60 a 95% (BERNARDINO & LIMA, 1999). Após 48 horas da fecundação as larvas são levadas para uma incubadora de 200 litros (100.000 a 300.000 larvas) onde permanecem por 4 a 6 dias, recebendo alimentação natural. Pinto & Castilho, (1984) e Jomori, et al., (2003) relatam que após 4 a 5 dias da eclosão dos ovos as larvas de pacu já podem receber alimentos exógenos. Desta forma, a alimentação das larvas é considerada um dos fatores críticos da larvicultura, pois o alimento natural exerce influência muito importante no seu desenvolvimento (BALDISSEROTTO & GOMES, 2005). CONCLUSÃO: A reprodução de peixes migratórios é um trabalho muito interessante, e que pode ser explorado para uma venda em escala de alevinos, hoje sabe-se que uma grande porcentagem de criadores de peixes compram seus alevinos já treinados. Assim abrindo uma enorme vantagem para quem trabalha ou pretende trabalhar com a reprodução e melhoramento genético de peixes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BALDISSEROTTO, B; GOMES, L. C. Espécies nativas para a piscicultura no Brasil. 1º ed. Santa Maria: UFMS, 2005, 472p. BERNARDINO, G.; LIMA, V. A. Situação da criação de Colossoma e Piaractus no sudeste do Brasil (1988-1991). In:__. Criação de Colossoma e Piaractus no Brasil. Brasília: Ibama, 1999, p.262-266.

VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 FERRAZ DE LIMA, J. A., G. BARBIERI & J. R. VERANI. Período de reprodução, tamanho e idade da primeira maturação gonadal do pacu, Colossoma mitrei, em ambiente natural (Rio Cuiabá, Pantanal do Mato Grosso). Anais... Simpósio Brasileiro de Aqüicultura III. São Carlos, SP. p. 477497. 1984. JOMORI, R.K. et al. Economic evaluation of Piaractus mesopotamicus juvenile production in different rearing systems. Aquaculture, v.243, p.175-183, 2005. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2009. KUBITZA, F. Tilápia: tecnologia e planejamento na produção comercial. 2. ed. Jundiaí, SP: Editora DEGASPARI, 2000. 289 p. MOREIRA, H.L.M. Fundamentos da moderna aqüicultura. 1º ed. Canoas: ULBRA, 2001, 200p. TEIXEIRA FILHO, A.R. Piscicultura ao alcance de todos. São Paulo, Nobel, 212 p., 1991.