INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

Escola Secundária de D. Dinis SANTO TIRSO

Delegação Regional de Norte da IGE Datas da visita: 8 e 9 de Novembro de 2010

I – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

E S C A L A D E A V ALI A Ç Ã O Níveis de classificação dos cinco domínios

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

MUITO BOM – Predominam os

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária de D. Dinis – Santo Tirso, na sequência da visita efectuada entre 8 e 9 de Novembro de 2010.

BOM – A escola revela bastantes

Os capítulos do relatório – Caracterização da Escola, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

O texto integral deste relatório está disponível no sítio da IGE na área

Avaliação Externa das Escolas 2010-2011

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sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

II – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Secundária de D. Dinis, criada em 1971 como liceu nacional, localiza-se na cidade e concelho de Santo Tirso, distrito do Porto. O espaço escolar organiza-se em cinco pavilhões bastante dispersos, destacando-se a existência de seis laboratórios, quatro salas de artes, duas salas multimédia, quatro salas de informática, a biblioteca escolar, o pavilhão e a zona exterior para actividades gimno-desportivas, bem como significativos espaços verdes com flora diversificada. Frequentam este estabelecimento de ensino 947 alunos (43 turmas), dos quais 436 (18 turmas) no 3.º ciclo do ensino básico, 398 (18 turmas) nos cursos científico-humanísticos e 113 (7 turmas) nos cursos profissionais, ambos do nível secundário de educação. A média de alunos por turma é de 24,2 no 3.º ciclo, 22,1 nos cursos científico-humanísticos e 16,1 nos profissionais. O contexto socioeconómico e cultural dos alunos é caracterizado pelos seguintes indicadores: 32,3% beneficiam de auxílios económicos da Acção Social Escolar (11,8% integrados no escalão A e 20,5% no escalão B); 62,3% têm computador e Internet em casa (20,8% têm apenas computador) e 97,4% têm naturalidade portuguesa. No que diz respeito a profissionais, a Escola dispõe de 116 docentes, dos quais 80,2% pertencem aos quadros de escola ou de zona pedagógica, 84,5% têm 10 ou mais anos de serviço e 98,3% têm 30 ou mais anos de idade; e conta com 39 não docentes (9 assistentes técnicos e 30 assistentes operacionais), dos quais 97,4% são trabalhadores em funções públicas com contrato por tempo indeterminado, 79,5% têm 10 ou mais anos de serviço e todos têm 30 ou mais anos de idade. São conhecidas as habilitações de 95,7% dos encarregados de educação e, destes, 52,3% não têm o 9.º ano e 47,7% têm o 3.º ciclo ou mais (13,7% com ensino secundário e 8,8% com formação pós ensino secundário). Conhecem-se as áreas profissionais de 77,4% dos encarregados de educação e, destes, 42,2% são operários, artífices e trabalhadores da indústria; 21,4% trabalhadores dos serviços e comércio; 18,6% quadros superiores, dirigentes e profissionais intelectuais; 8,7% técnicos e profissionais de nível intermédio; 8,3% profissionais não qualificados e 0,8% são trabalhadores da agricultura e das pescas.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados

BOM

As taxas globais de sucesso do último triénio são, globalmente, superiores às nacionais, no 3.º ciclo e nos cursos científico-humanísticos, mas apresentam uma tendência de descida contínua. Esta tendência também se verifica em relação aos resultados dos exames nacionais do 3.º ciclo, mas não é tão generalizada nos exames nacionais do 12.º ano. Em 2009-2010, foram nulas as taxas de abandono escolar no ensino básico. A Escola procede à monitorização sistemática da evolução dos resultados escolares dos alunos e tem diversificado as medidas de apoio que promove. Os alunos são envolvidos em actividades que valorizam a cidadania e está garantida a sua efectiva representação nos diversos órgãos e estruturas previstos. A direcção incrementa iniciativas para aumentar a participação dos discentes nas decisões escolares. Contudo, se por um lado, estes consideram que as suas opiniões não são tidas em conta, por outro, manifestam pouca vontade para intervir e a sua participação na programação das actividades da Escola é reduzida. Os alunos têm um comportamento disciplinado e sobressai a existência de um bom ambiente educativo facilitador das aprendizagens. Sem enjeitar a sua tradição de escola vocacionada para o prosseguimento de estudos, a oferta de cursos profissionalizantes, em especial os cursos profissionais, está perfeitamente assumida e valorizada. A comunidade educativa ambiciona que a Escola seja sinónimo de qualidade, inovação e abertura ao meio e demonstra satisfação em relação ao impacto futuro das aprendizagens que esta proporciona.

2. Prestação do serviço educativo

BOM

A Escola dispõe de mecanismos regulares de coordenação e harmonização do serviço educativo que presta, nomeadamente no que se refere à gestão curricular. Ainda que de modo não sistemático, pratica-se uma gestão conjunta de programas, articulando conteúdos afins entre algumas disciplinas. As práticas de Escola Secundária de D. Dinis – Santo Tirso

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interdisciplinaridade são visíveis, sobretudo, no plano das actividades de enriquecimento curricular. É em cada disciplina que se torna visível o trabalho de articulação vertical do currículo. Neste contexto, a gestão articulada e sequencial do processo de ensino e de aprendizagem revela algumas fragilidades. Estão instituídas práticas regulares de cooperação entre docentes nos domínios da planificação, da elaboração de materiais pedagógicos e da avaliação dos alunos. A monitorização das práticas lectivas é predominantemente efectivada por análise documental, reservando-se a observação de aulas para o processo de avaliação de desempenho dos docentes. A Escola estabeleceu um conjunto diversificado de modalidades de acompanhamento e apoio aos alunos, estando perfeitamente tipificadas as necessidades para as quais cada uma é reservada. Existe um trabalho flexível e bem coordenado, que possibilita a disponibilização atempada e intencional das acções de acompanhamento e apoio às necessidades educativas dos alunos. A Escola dispõe de uma oferta formativa diversificada que incorpora e valoriza a dimensão artística, a vertente cívica e política, a preocupação ambiental, a educação para a saúde, incluindo a educação sexual, e a componente da prática experimental e profissional.

3. Organização e gestão escolar

BOM

Os documentos estruturantes da vida escolar nem sempre se mostram muito articulados, embora se reconheça que existe um esforço no sentido de a organização e gestão decorrerem da prossecução dos objectivos definidos no Projecto Educativo. A falta de um projecto curricular de escola actualizado não facilita a contextualização do planeamento da acção educativa. Este centra-se muito nos docentes, não sendo evidente a participação de outros actores internos. A falta de um psicólogo escolar e de actividades da sua responsabilidade dificulta a orientação escolar e profissional dos alunos e compromete a melhoria dos resultados. O ano lectivo é cuidadosamente delineado com a contribuição activa dos diferentes órgãos, estruturas e responsáveis escolares. O princípio da continuidade é privilegiado na gestão dos recursos humanos, designadamente dos docentes, mas também são tidas em conta as características pessoais, profissionais e académicas que possam potenciar ou dificultar o desempenho de todos os elementos da comunidade escolar. Apesar de a formação contínua dos profissionais estar muito dependente de entidades externas, a Escola tem concretizado algumas iniciativas. O espaço escolar revela algum desgaste e desconforto, mas a sua gestão respeita as normas básicas de segurança e de higiene e responde às exigências dos cursos leccionados. A requalificação das instalações, prevista para 2011, é unanimemente considerada um factor que beneficiará a acção educativa. Existem evidências de que a gestão dos recursos financeiros é acompanhada pelos órgãos competentes e que está de acordo com as necessidades sentidas e prioridades estabelecidas. Verifica-se a candidatura a programas financiados e rentabilizam-se os espaços existentes. Os responsáveis escolares investem, com sucesso, no efectivo envolvimento dos encarregados de educação e de outros elementos da comunidade educativa na vida escolar, bem como no acompanhamento do percurso escolar dos educandos por parte dos respectivos encarregados de educação. São incrementadas medidas de discriminação positiva, de modo a promover a igualdade de oportunidades do sucesso pessoal, educativo e profissional dos alunos.

4. Liderança

BOM

A visão, os objectivos e as estratégias estão definidos no Projecto Educativo da Escola. Esta, apoiada no reforço da participação e do envolvimento da comunidade educativa no seu todo, concretiza a sua actividade em planos de acção consequentes, apesar de não estarem hierarquizados nem calendarizados os objectivos estabelecidos no citado projecto. São estabelecidas metas quantificáveis apenas em relação aos resultados escolares. A plena integração dos elementos da comunidade escolar e a eficácia da comunicação interna são objecto de uma atenção especial que, conjuntamente com a partilha de responsabilidades e a valorização da complementaridade de funções, têm conseguido estabelecer um clima relacional positivo e aumentar os índices de motivação dos profissionais. O Director, bem coadjuvado pelas variadas lideranças intermédias, mostra-se capaz e exerce a sua influência no sentido do cumprimento das tarefas e das orientações decididas.

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A Escola revela abertura e predisposição para a procura de inovações que favoreçam o combate aos problemas persistentes, embora não sejam suficientemente rentabilizadas as tecnologias de informação e comunicação no processo educativo. A Escola tem uma política activa de estabelecimento de parcerias e protocolos com várias entidades e instituições locais e regionais e de envolvimento em projectos de iniciativa nacional e internacional. Para resolver o défice de visibilidade externa que afirma haver, sobre todas as iniciativas que desenvolve, criou recentemente um gabinete de comunicação, numa clara intenção de aumentar a sua capacidade de atracção.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

SUFICIENTE

A Escola tem práticas regulares de auto-avaliação sobre os resultados dos alunos e sobre a concretização das actividades previstas. Nelas envolve toda a comunidade educativa. Está constituída uma equipa de autoavaliação que tem procurado aprofundar os seus conhecimentos sobre esta temática. O relatório de autoavaliação elaborado, relativo ao período 2007-2008 e 2008-2009, revela algumas contradições e já parece ultrapassado face à realidade organizacional que, actualmente, se vive na Escola. Apesar da boa vontade de todos os intervenientes e do trabalho que a Escola já realizou, estes procedimentos não podem considerar-se como parte integrante de um processo de avaliação interna rigoroso, sistemático e abrangente. A determinação que os responsáveis escolares demonstram em aprofundar o trabalho de auto-avaliação já encetado possibilitará a consolidação dos pontos fortes e a sustentação de acções de melhoria. A identificação dos factores externos que favorecem ou dificultam a sua acção já é um exercício que a Escola está habituada a fazer. Este contexto, conjugado com a postura positiva da comunidade educativa, assegura que a Escola tem condições ímpares para ultrapassar os seus aspectos menos conseguidos e iniciar um ciclo de melhoria e progresso sustentado.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico As taxas globais de sucesso, no triénio 2007-2008 a 2009-2010, foram de 94,7%, 92,3% e 85,5%, no 3.º ciclo, e de 81,6%, 78,5% e 77%, nos cursos científico-humanísticos. Apesar de uma evidente tendência decrescente, estas taxas foram superiores às nacionais, com excepção da dos cursos científico-humanísticos em 2009/2010. Neste ano lectivo, apenas as taxas de transição/conclusão dos 9.º, 11.º e 12.º anos (88,6%, 88,4% e 70,1%) foram superiores às nacionais (84,9%, 85,5% e 64,2%). No mesmo ano lectivo, não se registaram casos de abandono escolar no ensino básico. Em relação aos cursos profissionalizantes terminados em 2010, verifica-se que a taxa de conclusão dos cursos profissionais (iniciados em 2007) e dos cursos de educação e formação (iniciados em 2008) foi de 67,7% e de 54,5%, respectivamente. Nos exames nacionais do 3.º ciclo, no supra referido triénio, as taxas de alunos com classificação igual ou superior a três, em Língua Portuguesa (87,4%, 67,4% e 66,1%), foram superiores às nacionais em 2008 (84,9%) e inferiores em 2009 e 2010 (71,8% e 70,2%); já em Matemática (72,8%, 67,6% e 54,5%), foram sempre superiores às taxas homólogas nacionais (57,4%, 65,9% e 51,3%). Por sua vez, nos exames nacionais do 12.º ano – 2010 (1.ª fase), as médias das classificações dos alunos que realizaram as provas de Português (9,8 valores), de Matemática A (11,5 valores), de História A (11,8 valores) e de Desenho A (14 valores), com excepção desta última, foram inferiores às nacionais (11, 12,2, 11,9 e 12,6 valores, respectivamente). No triénio em análise, as médias das classificações nas referidas provas, globalmente, não evidenciam uma tendência de melhoria sustentada. Os órgãos de direcção, administração e gestão, bem como as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica verificam, regularmente, os índices de sucesso nas diversas disciplinas, analisam o percurso escolar dos alunos e traçam a evolução dos resultados. A comunidade educativa, apesar de ter consciência de que se regista uma tendência decrescente dos resultados escolares, revela alguma dificuldade em identificar os factores internos explicativos desta realidade. Embora sem ter ainda conseguido reverter a situação, a Escola tem diversificado as medidas de apoio educativo que implementa, tornando-as mais estratégicas e específicas.

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1.2 Participação e desenvolvimento cívico A participação dos alunos na elaboração dos principais documentos, para além do papel pouco interventivo dos seus representantes nos órgãos e estruturas onde estão representados, passa pela resposta a questionários de opinião. A relação de confiança existente entre os alunos e os directores de turma leva a que seja junto destes que manifestam as suas opiniões e que dão as suas sugestões. Contudo, não se mostram muito confiantes de que as suas opiniões sejam tidas em conta pelos responsáveis escolares. A direcção reúne, trimestralmente, com a assembleia de delegados das turmas e procura que a Associação de Estudantes se mantenha activa. Esta, embora com responsáveis eleitos nos dois últimos anos, não demonstra grande dinamismo e os alunos revelaram desconhecer as reais finalidades da sua existência. A Escola desenvolve vários projectos que, entre outros, valorizam a educação para a cidadania (p. ex. a actividade Ao encontro …, o Programa Cuida-te, o Clube de Protecção Civil e o Programa Eco-Escolas – Associação Bandeira Azul da Europa), a responsabilidade pelo bem-estar próprio e dos outros (p, ex., o Clube de Meditação e os programas Escolas Livres de Tabaco, Passe e Trilhos) e o estímulo pessoal na superação de dificuldades (p. ex., o Prémio de Empenho Escolar).

1.3 Comportamento e disciplina Na visita efectuada às instalações, a equipa de avaliação externa encontrou, no interior e no exterior das salas de aula, um ambiente propício à aprendizagem e de boa convivência. Também os diversos elementos da comunidade escolar manifestam, actualmente, uma opinião muito favorável em relação ao comportamento e à disciplina dos alunos. A Escola distribui o Regulamento Interno aos alunos (quando estes frequentam a Escola pela primeira vez), valoriza a componente cívica e comportamental nos critérios de avaliação e, como medidas de prevenção, criou o Gabinete de Apoio ao Aluno e respeita a continuidade das equipas pedagógicas. Os alunos demonstram respeitar as regras estabelecidas, mesmo quando destas afirmam discordar. No ano lectivo anterior, existe registo da aplicação de cinco repreensões registadas e de um caso de suspensão da escola. A boa relação entre professores e alunos é um dos pontos mais destacados pelos próprios, seguido da relação entre os alunos, e há consenso sobre a existência de ambiente educativo facilitador das aprendizagens.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens A comunidade educativa afirma-se consciente da expectativa do prosseguimento de estudos da maioria dos alunos que frequenta a Escola e, neste sentido, o seu discurso centra-se na defesa de um ensino de qualidade, rigor e exigência. É esta, aliás, a imagem que a Escola tem na comunidade local. Porém, nem todos têm a mesma consciência de que a tendência decrescente dos resultados escolares que se verifica poderá afectar esta imagem. Respondendo aos desafios externos e tendo em consideração as necessidades e ambições que alunos e famílias vinham a revelar, a Escola, designadamente a partir de 2006, passou a proporcionar cursos de educação e formação de jovens e, principalmente, cursos profissionais de nível secundário que, com o 3.º ciclo e os cursos científico-humanísticos, se encontram integrados e valorizados numa oferta formativa claramente assumida. Os responsáveis escolares ambicionam construir uma Escola mais aberta ao meio e as diversas parcerias estabelecidas com entidades externas são estratégias com esse objectivo. Na generalidade, constata-se satisfação em relação ao trabalho educativo e formativo realizado e a existência de um Quadro de Honra – Aproveitamento, bem como a divulgação pública de trabalhos realizados pelos alunos, individualmente ou em grupo, são iniciativas destinadas a valorizar e estimular o sucesso dos alunos. Estes, por sua vez, demonstram confiança na sua escola e identificam-se com ela.

2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade A crescente harmonização de orientações e procedimentos, nomeadamente no plano da gestão curricular, processa-se nas reuniões semanais dos quatro coordenadores de departamento curricular. Na falta de um projecto curricular de escola mais concreto e actualizado, a articulação horizontal do currículo, a nível intra e Escola Secundária de D. Dinis – Santo Tirso

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interdepartamental, materializa-se em planificações que configuram uma gestão conjunta dos programas, estruturando conteúdos afins entre pequenos conjuntos de disciplinas. De igual modo se verifica a existência de práticas de interdisciplinaridade que são visíveis nos projectos curriculares de turma e, sobretudo, no Plano Anual de Actividades. Embora a própria Escola considere ser este um aspecto a melhorar, a sequencialidade educativa, facilitada pelo facto de os professores leccionarem simultaneamente o 3.º ciclo e o ensino secundário, é objecto de atenção nos grupos de recrutamento, onde se elaboram as planificações de longo e médio prazo de cada disciplina, de modo a garantir a articulação curricular vertical. Na falta de um psicólogo escolar, são os directores de turma que orientam os alunos e as famílias nas opções a tomar ao longo de todo o percurso formativo que a Escola disponibiliza. Por sua vez, para os alunos do 12.º ano, realizam-se sessões de informação sobre a oferta formativa do ensino superior.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula Existe uma planificação individual de cada docente que é partilhada com o grupo de professores que leccionam a mesma disciplina/nível e é adaptada a cada turma, designadamente no âmbito do trabalho dos conselhos de turma. Este trabalho cooperativo estende-se à produção de materiais de apoio e de matrizes/provas de avaliação, cujos resultados são analisados também conjuntamente. Estas análises têm em conta os critérios de avaliação aprovados e delas resultam reajustamentos nas planificações e orientações comuns a seguir. Os coordenadores das estruturas de coordenação e supervisão pedagógica acompanham a prática lectiva dos professores, com recurso a dispositivos, como a análise de planificações, fichas de trabalho e instrumentos de avaliação elaborados; a monitorização do cumprimento dos programas e projectos curriculares de turma e dos resultados dos alunos e, ainda, a análise das sínteses reflexivas sobre as próprias práticas que cada docente elabora. A observação de aulas passa pelos procedimentos relativos à avaliação de desempenho de docentes e a Escola mostra-se mais actuante em relação à coordenação educativa do que à supervisão pedagógica.

2.3 Diferenciação e apoios Não existem grupos significativos de alunos que exijam medidas de diferenciação muito acentuada. Os conselhos de turma identificam as necessidades educativas individuais existentes e os serviços de psicologia e apoios educativos, coordenados por um elemento da direcção, mobilizam os recursos necessários para lhes dar uma resposta rápida. Para tornar mais clara a atribuição destes apoios e procurar uma maior eficácia, foi elaborado um documento onde se distinguem os diversos tipos de necessidades que os alunos revelam, predominantemente cognitivas ou não, e se estabelece um conjunto alargado de modalidades de acompanhamento e apoio para cada uma delas. De todas as medidas implementadas (apoio pedagógico a Língua Portuguesa, Matemática e Inglês, extensão curricular para compensar ausências de curta duração, preparação para os exames nacionais, sala de estudo, funcionamento de um gabinete de apoio), são de realçar o apoio especializado aos quatro alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, com o recurso a uma docente especializada colocada na Escola a tempo parcial, as actividades do professor tutor que presta apoio individualizado a alunos com dificuldades de integração e insuficiente assistência familiar, a figura do professor acompanhante, para apoio a pequenos grupos de alunos (máximo 5) desmotivados e/ou que apresentem sintomas de desorientação e, ainda, o acompanhamento especializado de psicologia que, no ano lectivo anterior, abrangeu 47 alunos. Contudo, não foram previstas medidas específicas para alunos que apresentem capacidades excepcionais. Há uma boa colaboração entre os directores de turmas, os serviços de psicologia e apoios educativos e a professora da educação especial e é de registar que, logo no início do ano lectivo, uma grande parte das actividades de apoio já consta dos horários de alunos e professores. Porém, é de salientar que todo este trabalho não teve, ainda, a eficácia desejável, a julgar pelos 71,8% e 73,9% de alunos, respectivamente, com planos de recuperação e de acompanhamento que, no ano lectivo passado, transitaram de ano ou concluíram o ensino básico e pela evolução do sucesso académico que se vem registando.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem Exclusivamente dirigida a jovens, a oferta educativa da Escola, no presente ano lectivo, inclui o 3.º ciclo, com a disciplina de opção Expressão Plástica, os cursos científico-humanísticos e os cursos profissionais de Técnico de

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Design, de Restauração, de Turismo, de Análise Laboratorial, de Informática de Gestão e de Design Gráfico. Por falta de candidatos suficientes, não abriu qualquer curso de educação e formação de jovens. No Plano Anual de Actividades 2010-2011, consta um conjunto significativo de acções, da responsabilidade dos grupos de recrutamento, que visam a educação integral dos alunos e que versam as dimensões artística, cívica, ambiental e saúde, entre outras. Nas mesmas vertentes, existem projectos e programas que envolvem, de uma forma mais abrangente, a comunidade educativa e que valorizam o percurso escolar dos discentes, p. ex., os clubes de Protecção Civil e de Meditação, os programas Passe, Promoção e Educação para a Saúde e Comenius – Assistente Comenius, a Semana da Escola, incluindo o Jantar Queirosiano. A dimensão desportiva é também trabalhada no âmbito do Desporto Escolar. A valorização dos saberes profissionais está muito ligada aos cursos profissionalizantes e assenta, fundamentalmente, em visitas a empresas e a instituições regionais e nacionais. A biblioteca escolar, em forte articulação com os departamentos curriculares, funciona como um espaço de valorização do conhecimento. O desenvolvimento do gosto pela ciência e de uma atitude positiva pelo método científico exercita-se nas aulas e é trabalhado em algumas actividades de enriquecimento curricular. O projecto de investigação e intervenção educativa Santo Tirso comVida é uma iniciativa transversal que ultrapassa o espaço e a comunidade escolar. Contudo, não foram apresentadas evidências de que a Escola esteja envolvida em iniciativas nacionais e internacionais ligadas às ciências e ao intercâmbio de jovens ou de escolas congéneres.

3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O Projecto Educativo define 10 objectivos que, crescentemente, se revelam as linhas orientadoras da vida escolar. O Plano Anual de Actividades inclui um conjunto muito alargado de actividades, exclusivamente, propostas por docentes e dirigidas, na sua maioria, aos alunos. Não se questionando que tenha havido um esforço em relacionar os referidos documentos, a verdade é que nem sempre se identificam, com clareza e rigor, os objectivos que se pretendem atingir com cada uma das actividades previstas. O Projecto Curricular de Escola é um documento vago e desactualizado, no qual os docentes já não parecem rever-se. Dentro das acções que a Escola considera permanentes, inclui-se o trabalho realizado pelos serviços de psicologia e apoios educativos que, este ano lectivo, não conta com a participação de um psicólogo. Esta ausência foi unanimemente considerada muito prejudicial para o sucesso e a orientação escolar e profissional dos alunos, podendo ameaçar o cumprimento de alguns dos objectivos expressos no Projecto Educativo. A planificação do ano lectivo é cuidadosamente feita pelo Director, havendo a auscultação dos diversos profissionais, das suas estruturas representativas, do Conselho Geral e do Conselho Pedagógico. A gestão do tempo escolar é feita de forma a evitar descontinuidades nos horários dos alunos, a proporcionar tempos comuns para potenciar a articulação entre docentes e a procurar garantir a ocupação plena dos tempos escolares dos discentes. Nas áreas transversais, no 3.º ciclo, privilegia-se o reforço das aprendizagens a Língua Portuguesa e a Matemática.

3.2 Gestão dos recursos humanos A estabilidade e a experiência dos recursos humanos que trabalham na Escola são factores que facilitam a gestão do pessoal docente e não docente. O Director revela estar atento às características de cada profissional, tem em consideração as sugestões das diversas estruturas representativas e de coordenação e respeita os critérios aprovados. Destes, salienta-se, na distribuição do serviço docente, a continuidade pedagógica. A atribuição das turmas do 7.º ano, este ano lectivo, mereceu uma atenção especial, com a criação de equipas pedagógicas por disciplina, no âmbito do projecto Desenvolver Ambientes de Aprendizagem. Os assistentes operacionais revelam conhecer as suas competências e estão integrados em algumas equipas de trabalho (p. ex., equipa de auto-avaliação). Quanto aos Serviços Administrativos, alunos e professores mostram-se descontentes em relação ao atendimento que é feito pelos assistentes técnicos. Foi aprovado um plano de formação contínua para os profissionais, mas a sua concretização está muito sujeita à oferta do centro de formação respectivo. Contudo, realizaram-se algumas actividades de formação da

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iniciativa interna, como é o caso das acções sobre segurança escolar, workshops sobre relacionamento interpessoal e alguns seminários para docentes e não docentes sobre temáticas variadas. Os docentes mais recentemente colocados na Escola revelam satisfação pela forma como foram recebidos e integrados, ressaltando a reunião específica que tiveram com o Director e a sua equipa, bem como a visita à região que lhes foi proporcionada. É de realçar a significativa presença de professores aposentados, na sessão de apresentação desta avaliação, o que ilustra a vontade de, com benefícios recíprocos, os manter ligados à vida escolar.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros O espaço escolar revela o desgaste do tempo e algum desconforto que a comunidade escolar faz questão de salientar. Face ao descontentamento registado, a direcção tomou algumas medidas de remediação (p. ex. reforçar a higiene nas casas de banho). De uma forma geral, a manutenção e a gestão dos espaços e equipamentos respondem às exigências da diversidade formativa que a Escola oferece e às necessidades da população escolar que serve. Durante o ano lectivo 2009-2010, os responsáveis escolares foram envolvidos na elaboração do projecto de requalificação das instalações, a cargo da Parque Escolar, E.P.E., cujas obras deverão ter início no 1.º trimestre de 2011. De acordo com o referido projecto, passará a existir um único edifício e a comunidade educativa revelou estar certa de que serão criadas melhores condições para o desenvolvimento da acção educativa. As questões da segurança são trabalhadas no Clube de Protecção Civil, o plano de segurança interno tem sido testado (p. ex., realização de exercícios de evacuação) e está em pleno funcionamento o controlo electrónico de entradas e saídas dos alunos. Os recursos financeiros disponíveis não foram apresentados como um constrangimento à acção e, inclusivamente, foram referidos alguns investimentos em equipamentos. A direcção candidata-se aos fundos do Programa Operacional Potencial Humano, de programas do Ministério da Educação (Rede de Bibliotecas Escolares e Plano da Matemática II, p. ex.) e cede as instalações desportivas a título oneroso. As linhas orientadoras definidas pelo Conselho Geral (p. ex., evitar despesas com a manutenção das instalações) são tidas em conta, pelo Director, na elaboração do projecto de orçamento.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa Várias iniciativas, como o convite para os pais dos alunos do 7.º ano almoçarem na Escola no dia da recepção dos alunos, revelam que o envolvimento dos encarregados de educação na vida escolar e, em especial, o acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos são aspectos a que a Escola dá importância central. Esta co-responsabilização revela-se também nas múltiplas reuniões e encontros individuais dos pais com os directores de turma e da sua eleição e participação activa nos diversos órgãos e nos conselhos de turma. Os pais afirmam que se sentem ouvidos e que as suas opiniões são tidas em conta. A presença dos pais nas diversas reuniões para que são convocados é monitorizada e, apesar de os próprios a considerarem insuficiente, os docentes entendem que os seus níveis de presença são bons. A Associação de Pais e Encarregados de Educação mantém um relacionamento estratégico com os responsáveis escolares. Embora sem um dinamismo assinalável, esta associação tem iniciativas interessantes como, p. ex., o patrocínio do Prémio de Empenho Escola e a oferta de mobiliário para a sala de estudo. A Escola revela uma política activa de mobilização dos diversos elementos da comunidade educativa para dar resposta às exigências da sua oferta formativa (p. ex., estágios profissionais, actividades lectivas e projectos de enriquecimento curricular), para responder às exigências/necessidades dos alunos e das famílias (p. ex., projectos Santo Tirso comVida e Escola Amiga) e para a resolução de problemas com que se debate (p. ex., o projecto Desenvolver Ambientes de Aprendizagem e as situações, ainda que pontuais, de jovens em risco).

3.5 Equidade e justiça Ainda que não existam evidentes situações de heterogeneidade socioeconómica, a Escola está atenta para que eventuais situações problemáticas possam ser minoradas. Neste propósito, é visível a cooperação com entidades externas, como a Câmara Municipal de Santo Tirso, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e o Rotary Clube. Escola Secundária de D. Dinis – Santo Tirso

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Para além dos apoios da acção social escolar, accionados sempre que se mostre necessário, são incrementadas estratégias de discriminação positiva, com vista a garantir oportunidades semelhantes de sucesso escolar. Neste âmbito podem referir-se actividades em variados domínios, como o da língua portuguesa não materna, das necessidades educativas especiais, das dificuldades de aprendizagem e integração escolar, da preparação para exames, entre outras. Embora não tivessem sido enunciadas formas de supervisão da aplicação dos critérios de avaliação, não foram referenciados casos de falta de imparcialidade neste âmbito. A comunidade educativa considera que os alunos são tratados e avaliados com justiça e equidade.

4. Liderança 4.1 Visão e estratégia A Escola tem uma visão clara do seu papel - educar cidadãos que desenvolvam as competências essenciais ao sucesso profissional e pessoal, com vista à integração numa sociedade em permanente mudança – e trabalha, com crescente intencionalidade, com base nos objectivos e nas estratégias constantes no Projecto Educativo. Este documento não hierarquizou nem calendarizou os objectivos que definiu, mas estabeleceu metas quantificáveis ao nível do sucesso escolar que, claramente, estão a ser difíceis de atingir. Conscientes dos problemas persistentes, os responsáveis escolares delinearam planos de acção consequentes, cuja monitorização é levada a cabo regularmente nas reuniões dos órgãos de direcção, administração e gestão. Sem descurar o seu passado, a oferta formativa da Escola é definida através de um processo em que participam os órgãos de gestão de topo e intermédia, em função da análise das necessidades locais (p. ex., foi descontinuado o curso profissional de Técnico de Informática de Gestão, devido à percepção de saturação do mercado de trabalho) e dos recursos humanos e materiais que a Escola possui. A Associação de Pais e Encarregados de Educação é auscultada neste processo. A Escola tem vindo a optar por uma crescente cooperação com os agentes e instituições locais e regionais. Anualmente, promove-se um conjunto de actividades integradas na Semana da Escola que visa, entre outros objectivos, manter e consolidar uma imagem externa positiva. A comunidade educativa identifica como áreas de excelência, interna e externamente reconhecidas, a boa preparação dos alunos para o ensino superior e o clima relacional interno.

4.2 Motivação e empenho O bom acolhimento e integração de alunos, professores e demais trabalhadores, a abertura à cooperação com entidades externas, a crescente eficácia na comunicação interna, o clima relacional positivo existente e as práticas instituídas de auscultação prévia à tomada de decisões constituem-se, actualmente, importantes factores de motivação e envolvimento da comunidade escolar nas tarefas decorrentes do Projecto Educativo e das orientações traçadas pelos órgãos dirigentes. As atribuições das adjuntas e assessoras do Director estão formalmente definidas e estas responsáveis, tal como os coordenadores das diferentes estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, conhecem bem as suas responsabilidades, particularmente as de coordenação, que desempenham com motivação, empenho e frequentes momentos de articulação entre si, valorizando a complementaridade de funções e competências dos diversos órgãos e estruturas. As lideranças, designadamente o Director, mostramse capazes e exercem a sua influência no sentido do cumprimento dos objectivos e orientações fixadas. A assiduidade do pessoal docente e não docente não constitui entrave ao normal funcionamento das actividades lectivas e as ausências de curta duração dos professores são colmatadas com um plano específico, embora ainda 19%, no 3.º ciclo, e 33%, no ensino secundário, das faltas dos docentes não tivessem sido substituídas.

4.3 Abertura à inovação A abertura à inovação revela-se não apenas pela adesão a projectos nacionais (p. ex., implementação dos novos programas de Língua Portuguesa e Matemática no ensino básico), pelo desenvolvimento de projectos internos (p. ex., o plano articulado de trabalho da Biblioteca Escolar) e pela aposta nas tecnologias da informação e

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comunicação (uso generalizado do e-mail institucional entre os docentes), mas também pela predisposição para a procura de pequenas inovações que favoreçam o combate pelo sucesso escolar. Neste sentido, foi criada a Ficha de ocorrências que mantém os pais informados da vida escolar dos seus filhos e é aplicado, mensalmente, a encarregados de educação um questionário para avaliar o seu grau de satisfação e para introduzir melhorias no trabalho dos directores de turma. Aproveitando a oportunidade criada pelo programa de formação Líderes Inovadores, a Escola está a desenvolver o projecto Desenvolver Ambientes de Aprendizagem, orientado para melhorar os resultados académicos do 7.º ano e aumentar a cooperação docente. Os responsáveis escolares demonstram estar abertos à inovação e disponíveis a mobilizar o apoio para a tornar consistente. Contudo, o uso da Internet como meio pedagógico é considerado escasso pelos docentes, os alunos revelam pouco interesse em visitar o site da Escola e a plataforma Moodle é uma ferramenta pouco utilizada por alunos e professores.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos A Câmara Municipal de Santo Tirso constituiu-se um parceiro privilegiado da Escola. Para além de outras iniciativas, as duas entidades, conjuntamente com a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, assinaram um protocolo para implementação de um programa, no âmbito da saúde e do bem-estar físico – Santo Tirso comVida – que envolve os alunos e respectivas famílias. A Junta de Freguesia de Santo Tirso tem vindo a assegurar postos de estágio para alunos dos cursos profissionalizantes. São várias as entidades com as quais a Escola estabelece parcerias e protocolos: a Fundação Serralves (projecto Escola Amiga), o Instituto Português da Juventude (programa Cuida-te), o Ginásio Clube de Santo Tirso (utilização de instalações desportivas), o Instituto da Droga e Toxicodependência (Programa Trilhos), o Centro de Saúde de Santo Tirso (p. ex., programas Escolas Livres de Tabaco e Passe, bem como o acompanhamento e oferta de formação do projecto de Educação Sexual da Escola), o Centro de Cultura Musical das Caldas da Saúde (regime articulado do ensino da Música) e com variadas empresas da região, no âmbito dos estágios dos cursos profissionais. A Escola está igualmente envolvida em projectos de iniciativa nacional e internacional: Comenius, Plano da Matemática II, Implementação dos novos programas de Matemática e de Língua Portuguesa e Desporto Escolar. As acções inerentes a estes programas e projectos são suficientemente divulgadas. Com vista ao reforço desta dimensão, a Escola criou recentemente um gabinete de comunicação que recebe informação relativa a todas as iniciativas escolares e programa a forma de lhes assegurar uma maior visibilidade externa e capacidade de atracção.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola 5.1 Auto-avaliação A Escola, desde 2008-2009, tem uma equipa de auto-avaliação que, com base no cruzamento de informações resultantes de análise documental e de inquéritos aplicados a representantes de docentes, não docentes, alunos e pais, elaborou e apresentou à comunidade educativa, em Julho de 2010, o Relatório da Auto-Avaliação da Escola, relativo ao período 2007-2008 e 2008-2009. Este relatório, que identifica pontos fortes e fracos e formula sugestões de melhoria, revela-se bastante confuso e não parece recolher o consenso da comunidade educativa. O Director, com base nos relatórios trimestrais sobre os resultados dos alunos e no acompanhamento da realização das actividades lectivas e não lectivas, elaborou o relatório anual 2009-2010. Este relatório inclui, ainda, uma reflexão sobre o primeiro ano de concretização do seu projecto de intervenção e enuncia as áreas prioritárias de acção pró-activa para o próximo ano lectivo. O facto de o processo de avaliação interna ser a primeira das áreas prioritárias enunciadas no referido relatório do Director, conjugado com a afirmação da necessidade de serem criados dispositivos regulares e sistemáticos de recolha de informação sobre o funcionamento escolar e de um maior envolvimento formal e estruturado dos diversos elementos da comunidade educativa, revela que a Escola está consciente da necessidade do aprofundamento do trabalho que tem de realizar, para construir um processo de auto-avaliação mais consistente e enquadrado numa estratégia consequente de melhoria. Escola Secundária de D. Dinis – Santo Tirso

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5.2 Sustentabilidade do progresso A comunidade educativa está desperta para a necessidade de clarificar os seus pontos fortes e os seus aspectos menos conseguidos. Os responsáveis escolares estão abertos a uma maior abertura da Escola ao meio, vislumbrando possibilidades e ameaças a que têm de estar atentos, os profissionais mostram-se entusiasmados com as práticas mais colaborativas e inovadoras que vêm implementando, os alunos demonstram uma postura positiva e os pais estão despertos para o trabalho educativo que se realiza na Escola. Todos estes factores, conjugados com a imagem favorável que tem na comunidade envolvente, a experiência dos seus profissionais, designadamente dos docentes, e o previsível aprofundamento do processo de autoavaliação, constituem condições para que a Escola consiga inverter a tendência decrescente dos seus resultados escolares. A consolidação das lideranças que já se revelam assumidas e actuantes e a crescente coerência entre os documentos estruturantes da acção deixam prever um desenvolvimento organizacional que permita à Escola atingir e ultrapassar os seus objectivos

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos da Escola Secundária de D. Dinis (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam [o agrupamento/a escola] e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por: •

Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;



Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;



Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;



Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes 

A existência de um bom clima relacional que se revela facilitador das aprendizagens e aumenta os índices de motivação dos profissionais;



A satisfação da comunidade educativa em relação ao impacto das aprendizagens proporcionadas;



O trabalho flexível e bem coordenado na disponibilização das acções de acompanhamento e apoio aos alunos com necessidades educativas;



A diversidade e a abrangência de uma oferta educativa perfeitamente assumida e valorizada;



A contribuição activa dos diferentes órgãos e estruturas intermédias na planificação do ano lectivo;



O investimento bem sucedido no envolvimento dos encarregados de educação e de outros elementos da comunidade educativa na vida escolar;



A capacidade de liderança do Director no sentido do cumprimento das tarefas e das orientações estabelecidas.

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Pontos fracos 

A tendência decrescente, no último triénio, das taxas de sucesso do 3.º ciclo e dos cursos científicohumanísticos;



A reduzida participação e co-responsabilização dos alunos na programação das actividades da Escola;



As fragilidades na gestão articulada e sequencial do processo de ensino e de aprendizagem;



A desactualização do Projecto Curricular de Escola;



A falta de hierarquização e calendarização dos objectivos, condicionando o valor estratégico do Projecto Educativo da Escola;



A inexistência de um processo rigoroso, sistemático e abrangente de auto-avaliação.

Oportunidades 

A requalificação das instalações, com início previsto para o 1.º trimestre de 2011, ao criar melhores condições para o desenvolvimento da acção educativa, poderá favorecer a melhoria dos resultados escolares.

Constrangimentos 

A inexistência de um psicólogo escolar poderá prejudicar o acompanhamento e a orientação escolar/profissional dos alunos.

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