Novembro.2016

CENÁRIO INTERNACIONAL CENÁRIO BRASIL E MINAS Novembro.2016 ANÁLISE SETORIAL 2 SUMÁRIO CENÁRIO BRASIL E MINAS CENÁRIO INTERNACIONAL ECONOMIA MUN...
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CENÁRIO INTERNACIONAL

CENÁRIO BRASIL E MINAS

Novembro.2016 ANÁLISE SETORIAL

2

SUMÁRIO

CENÁRIO BRASIL E MINAS

CENÁRIO INTERNACIONAL ECONOMIA MUNDIAL

04

ANÁLISE SETORIAL

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

07

AUTOMOTIVO

25

CONFIANÇA E EXPECTATIVAS

10

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

26

FATURAMENTO

11

CONSTRUÇÃO CIVIL

27

SERVIÇOS

12

INDÚSTRIA EXTRATIVA

28

COMÉRCIO

13

METALURGIA

29

EMPREGO

14

CRÉDITO

16

FINANÇAS PÚBLICAS

18

INFLAÇÃO E JUROS

19

CÂMBIO

20

SETOR EXTERNO

21

PROJEÇÕES

24

3

SÍNTESE Donald Trump venceu as eleições americanas com uma campanha eloquente e carregada de discursos populistas, prometendo promover reduções de impostos, deportar imigrantes ilegais e retirar ou renegociar acordos de livre comércio, causando grande repercussão no cenário internacional. O primeiro discurso de Trump como presidente eleito revela uma tendência à moderação, a qual pode ser favoravelmente influenciada se sua administração contemplar aconselhamentos técnicos, políticos e legais. Caso contrário, a prevalecer o tom radical de sua campanha, a economia mundial entrará em choque, impactada consideravelmente pela redução dos fluxos comerciais.

No cenário interno, merece destaque a recuperação na margem, ainda que modesta, da produção industrial no Brasil (0,5%) e em Minas Gerais (2,0%), após a queda verificada em agosto/16. O corte da taxa Selic dá início ao ciclo de corte da taxa básica de juros no Brasil. Na reunião realizada nos dias 18 e 19 de outubro, a meta para a Selic foi reduzida em 0,25 p.p., para 14,00% a.a, dando início ao processo de afrouxamento monetário no país. A medida é influenciada pela evolução positiva da inflação. O IPCA acumulado em 12 meses manteve-se em desaceleração, caindo para 7,87% em outubro/16, com alta de 0,26% no mês.

Até que esse cenário se torne mais claro, é possível antecipar um ambiente com condições financeiras mais apertadas e com instabilidade nos mercados.

PIB 2015

ECONOMIA MUNDIAL

3,1%

2016(e)

3,1%

PIB 2017(e)

3,4%

PIB

PRODUÇÃO INDUSTRIAL Indústria Geral (M/M-1)

0,5 %

Ao mesmo tempo, o aumento da incerteza quanto aos impactos da eleição de Donald Trump para presidente dos EUA tem se manifestado através da valorização da moeda americana, com potencial impacto inflacionário no Brasil. Adicionalmente, o dólar se fortalece frente a diversas divisas em decorrência da possibilidade crescente de retomada do processo de normalização da política monetária do FED (com aumento nos juros) ainda em 2016. Em virtude do aumento da aversão ao risco nos mercados globais decorrente do resultado eleitoral nos EUA, a perspectiva é de depreciação do real no curtíssimo prazo em relação à moeda americana, com elevada volatilidade, que poderá ser minimizada a partir da retomada das intervenções do Bacen no mercado de câmbio doméstico.

4

CENÁRIO INTERNACIONAL

VITÓRIA DE TRUMP PODE ALTERAR RITMO DO PROCESSO DE NORMALIZAÇÃO MONETÁRIA

Fonte: Bloomberg e FMI.

(e)Estimativas: FMI *

EUA

PIB 2015

2,4 %

PIB 2016(e)

2,2 %

PIB 2017(e)

2,5 %

De acordo com as primeiras estimativas do Diretório de Análises Econômicas dos EUA, o país cresceu no 3º trimestre de 2016 a uma taxa anual de 2,9%, refletindo as contribuições positivas do consumo das famílias (2,1%), do investimento privado (3,1%), dos gastos de governo (0,5%), assim como da variação de 12,6% dos estoques, a qual não deve se sustentar nesse nível nos próximos trimestres. O mercado de trabalho segue dando indicações de que a economia americana está cada vez mais próxima de atingir o pleno emprego. A taxa de desemprego saiu de 5,0% em setembro para 4,9% em outubro. No entanto, a criação de empregos perde dinamismo. No 10º mês do ano, foram geradas 161 mil novas vagas de trabalho, patamar inferior à média observada em 2015 e no primeiro semestre de 2016. O FED, banco central americano, manteve inalterada a taxa básica de juros da economia americana na reunião de novembro, o que não deve se repetir na sua última reunião do ano, em 14 de dezembro. A surpreendente eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA é uma nova diretriz para o FED. O cenário econômico pode ser amplamente afetado pela agenda de campanha de Trump, que se implementada for, implicará em expansionismo fiscal, deterioração do déficit público e aumento da inflação. No entanto, o que vai acontecer dependerá de como a retórica da campanha de Trump se traduzirá em propostas efetivas. Como os membros do FED e o novo presidente têm mandatos que não coincidem, é esperado que a autoridade monetária reaja às políticas de Trump. Nesse sentido, os juros americanos devem subir 0,25 p.p. em dezembro. Vale lembrar que esse processo já está precificado pelo mercado financeiro. O retorno dos títulos de 10 anos do tesouro americano saíram de uma taxa media de 1,5% ao ano no final do 1º.semestre de 2016 e atingiram 2,2% ao ano em novembro.

5

CENÁRIO INTERNACIONAL

BANCO CENTRAL EUROPEU E BANCO CENTRAL INGLÊS MANTÊM INALTERADAS AS TAXAS BÁSICAS DE JUROS Fonte: Bloomberg, BCE e FMI.

(e)Estimativas: FMI

ÁREA DO EURO

PIB 2015

1,7 %

PIB 2016(e)

1,6 %

PIB 2017(e)

1,4 %

Os dados mais recentes da Área do Euro seguem indicando resiliência da atividade econômica na região. A produção industrial do bloco no terceiro trimestre foi fraca, a inflação continua baixa e o desemprego ainda se encontra em níveis elevados. Nesse sentido, o Banco Central Europeu-BCE manteve inalterada a taxa de juros básica da região em -0,4% ao ano, conforme esperado. O presidente do BCE, Mario Draghi, tem sinalizado que, se necessário for, estenderá o programa de relaxamento quantitativo para além da data de seu vencimento, prevista para março de 2017. A instabilidade política e do setor financeiro da Europa continua sendo um importante foco de atenção. No Reino Unido, o Banco Central Inglês – BoE também manteve inalterada a taxa básica de juros em 0,25% ao ano. No comunicado pós reunião, os integrantes do BoE não sustentaram a indicação de corte de juros ainda este ano, o que pode ser explicado pelo aumento das expectativas de inflação, pressionada pelos movimentos de desvalorização da libra esterlina registrados após o Brexit.

6

CENÁRIO INTERNACIONAL

CHINA

PIB 2015(e)

6,9 %

PIB 2016(e)

6,6 %

PIB 2017(e)

6,2 %

O PIB da China apresentou expansão de 6,7% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Na margem, houve discreta desaceleração de um crescimento de 1,9% no segundo trimestre para 1,8% entre julho e setembro.

PIB DO 3º. TRIMESTRE CRESCE U 6,7%

No mês de outubro, a produção industrial avançou 6,1% na comparação com o mesmo período de 2015, um pouco abaixo do verificado em agosto (6,3%). As vendas do varejo subiram 10,0%, ritmo inferior às expectativas e ao registrado no mês anterior (10,7%). Os investimentos em ativos fixos acumularam expansão de 8,3%, resultado levemente superior às expectativas e ao verificado em setembro (8,2%), apoiado ainda pelos investimentos no setor imobiliário, o que não deve se manter nos próximos meses. Esses resultados dão sustentação ao cumprimento da meta de crescimento do PIB deste ano (6,5%). No entanto, é esperado algum arrefecimento da economia adiante, em resposta às restrições impostas ao setor imobiliário, que implicam também uma desaceleração do crédito concedido ao segmento. A estabilização do crescimento segue prioritária na condução da política econômica, em detrimento das reformas estruturais, que têm sido adiadas, impondo riscos de médio prazo advindos especialmente do excesso de capacidade instalada e do aumento do endividamento.

Monitor Econônico. agos 2015

Fonte: Bloomberg, NBS of China, Markit².

(e)Estimativas: FMI

* PMI - Purchasing Managers' Index

7

INDÚSTRIA GERAL 0,5% -4,9% -6,0% 1,1%

SET-16 / AGO-16*

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

SET-16 / SET-15 2016(e) 2017(e)

PRODUÇÃO INDUSTRIAL . BRASIL Em setembro/16, a produção da indústria geral permaneceu relativamente estável (0,5%) em relação a agosto/16, na série livre de influências sazonais. Enquanto a indústria extrativa cresceu 2,6%, a de transformação apresentou variação de apenas 0,2%, no período. No comparativo com a produção de setembro/15, a contração na indústria geral foi de 4,9%, influenciada principalmente pela queda da indústria extrativa (-9,1%), ao passo que a transformação retraiu 4,1%. Os setores que apresentaram os piores desempenhos foram a produção de fumo (-52,8%), de outros equipamentos de transporte (-24,2%) e de minerais não metálicos (-15,4%). Os únicos setores que registraram crescimento, nesta base de comparação, foram os de produção de celulose e papel (4,8%), o de alimentos (4,1%) e de produtos têxteis (3,3%).

INDÚSTRIA GERAL (Var. % acumulada em 12 meses)

-6,3% -7,1% -7,6% -8,3% -8,8% -8,9% -9,0% -9,6% -9,6% -9,5% -9,8% -9,6% -9,3% set-15

Na análise dos últimos 12 meses, a indústria extrativa continua a mostrar recuos cada vez maiores, ao contrário da transformação. O último resultado nessa base de comparação mostra que a produção do primeiro setor caiu 11,2% e do segundo, 8,5%. Entre os segmentos da transformação, os dois piores resultados foram na produção de equipamentos eletroeletrônicos (-25,6%) e de veículos automotores (-21,8%). Apenas alimentos (1,7%) e celulose e papel (1,0%) apresentaram resultados positivos. Fonte: IBGE, CNI. | (e)Estimativas: Relatório Focus - Banco Central do Brasil. | *Com ajuste sazonal. .

jan-16

mar-16

mai-16

jul-16

set-16

INDÚSTRIA EXTRATIVA (Var. % acumulada em 12 meses)

7,9% 7,1% 5,8% 3,9%

1,5% -0,3%

set-15

No acumulado deste ano até setembro, a indústria sofreu queda de 7,8%, com recuo de 12,6% no setor extrativo e de 7,0% na transformação.

nov-15

nov-15

jan-16

-2,5% mar-16

-4,6% -6,2% -7,9% -8,9% -10,3% -11,2% mai-16

jul-16

set-16

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (Var. % acumulada em 12 meses)

-8,1% -8,9% -9,2% -8,5% -9,3% -9,9% -10,4% -10,2% -10,6% -10,3% -10,0%-10,1% -9,7% set-15

nov-15

jan-16

mar-16

mai-16

jul-16

set-16

8

INDÚSTRIA GERAL 2,0% -1,8% -7,0% 0,9%

SET-16 / AGO-16*

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

SET-16 / SET-15 (e)

2016

2017(e) INDÚSTRIA GERAL (Var. % acumulada em 12 meses)

PRODUÇÃO INDUSTRIAL . MINAS GERAIS Diferentemente do observado no mês anterior, a indústria mineira voltou a registrar crescimento (2,0%) entre agosto e setembro, na série com ajuste sazonal. O resultado contribuiu positivamente com a desaceleração da contração no acumulado em 12 meses, período em que a produção da indústria geral do estado mostra queda de 7,5%, ante 8,2% no acumulado em 12 meses até agosto. No comparativo com setembro/15, a produção industrial de Minas Gerais também teve desempenho negativo, com redução de 1,8%, resultante do balanço da contração de 11,7% da indústria extrativa e da variação positiva de 2,0% da indústria de transformação.

-6,5% -6,7% -7,0% -7,3% set-15

nov-15

-7,5% -8,5% -8,5% -8,4% -8,2% -8,2% -8,3% -8,1% -8,2% jan-16

mar-16

Fonte: IBGE, FIEMG. | (e)Estimativas: FIEMG. | *Com ajuste sazonal.

set-16

1,6% 0,4% 0,3% 0,9% -1,5% -2,4% -3,0%

set-15

nov-15

jan-16

mar-16

-4,6%

-6,1%

-8,0%

mai-16

-9,5%

-10,9% -12,0%

jul-16

set-16

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (Var. % acumulada em 12 meses)

-7,6% -7,3% -8,6% -9,2% -8,9% -8,5% -9,5% -9,8% -10,0% -10,8% -10,6% -10,3% set-15

Monitor Econônico. agos 2015

jul-16

INDÚSTRIA EXTRATIVA (Var. % acumulada em 12 meses)

No acumulado do ano, a produção industrial geral acumula queda de 6,9%, a indústria extrativa de 14,5% e a de transformação, 4,0%. O recuo acentuado na indústria extrativa também é observado no acumulado em 12 meses até setembro (12,0%), ao passo que, na transformação a variação negativa é de 5,8%. Além do setor têxtil, que retraiu 13,2% nesse período, os segmentos da transformação com os piores resultados foram os de máquinas e equipamentos (33,0%), veículos (-23,2%), produtos de metal (-12,5%) e minerais não metálicos (11,7%), os mesmos que tiveram retrações mais intensas no acumulado do ano. Os únicos que permanecem em crescimento são os de produção de alimentos e de bebidas, com aumentos de 5,7% e 9,1%, respectivamente.

mai-16

nov-15

jan-16

mar-16

mai-16

jul-16

-5,8%

set-16

9

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

Móveis

Edição e Reprodução de Gravações

-15,6%

-16,0%

PRODUÇÃO INDUSTRIAL DESTAQUES SETORIAIS NEGATIVOS (VAR. % ACUMULADA EM 12 MESES)*

Fumo

Outros Equipamentos de Transportes

Veículos Automotores

-19,5%

-20,8%

-21,8%

Minerais Não Metálicos

Indústria Extrativa

Produtos de Metal

Produtos Têxteis

-11,7%

-12,0%

-12,5%

-13,2%

Veículos Automotores

Equipamentos Eletroeletrônicos

-25,6%

Máquinas e Equipamentos

-23,2% -33,0% Monitor Econônico. agos 2015

Fonte: IBGE. | *Até Setembro/16.

10

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS CONFIANÇA E EXPECTATIVAS ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL - ICEI

EXPECTATIVA PARA OS PRÓXIMOS 6 MESES 51,5

50

45,7 47,3 35,0 31,4

36,4 32,8

out-15

36,0 34,0

36,5 32,5

dez-15

37,1 34,1

37,4

36,8

50,0

abr-16

50,2

39,3 40,4

34,9 jun-16

ago-16

out-15

out-16

36,9

39,8 37,4

40,9

36,4

dez-15

38,0

41,5 42,1

Pequenas out/16 out/15 set/16 out/16 50,2 31,1 48,3 45,2 Sondagem Industrial 51,8 38,4 50,0 48,5

out/15 31,4

Demanda

39,9

53,6

Quantidade Exportada

49,0

51,9

47,5

45,0

52,8

Compra de Matérias-Primas

39,1

50,6

49,6

36,7

Emprego

38,5

48,3

46,1

Intenção de Investimento

36,6

39,2

41,1

Indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam otimismo.

41,3

43,7

51,1

52,3 50,6

54,8

58,7 57,2

56,8 54,1

47,0 39,3 abr-16

Brasil

Total set/16 52,1

ICEI

41,2

fev-16

Minas Gerais

Minas Gerais

Fonte: FIEMG e CNI.

48,8

50

34,6

Brasil

Expectativas

43,5

45,1

52,1

52,3

41,3

37,5

fev-16

38,0

53,7

56,2

jun-16

ago-16

out-16

Minas Gerais

Médias out/15 set/16 out/16 29,9 54,0 48,7

Grandes out/15 set/16 out/16 32,3 53,0 53,5

36,8

54,5

50,4

42,5

55,2

54,6

40,0

40,3

48,7

47,4

56,3

53,1

52,1

43,8

43,8

36,2

53,8

50,0

42,2

52,9

52,8

37,2

44,5

44,1

35,5

51,9

46,2

41,0

48,6

47,2

25,6

31,9

28,6

25,5

38,6

33,9

49,5

43,9

52,8

11 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS FATURAMENTO

BRASIL

SET-16 / SET-15

-15,4%

MINAS GERAIS

ACUMULADO NO ANO

-12,4%

-13,2%

-11,7%

FATURAMENTO INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (Var. % acumulada em 12 meses)

A indústria de transformação de Minas Gerais apresentou nova queda no faturamento em setembro, reflexo do recuo nas vendas para o mercado doméstico. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador registrou perda de 11,7%. No ano (janeiro a setembro), houve retração de 13,2% no faturamento, com destaque para o setor de veículos (-41,8%), a maior variação negativa entre os setores pesquisados. No acumulado dos últimos 12 meses, o faturamento -5,3% diminuiu 15,9%, o pior resultado desde outubro de 2015. -6,7% O faturamento real da indústria nacional também mostrou decréscimo em todas as bases de comparação analisadas. Em relação a setembro/15, o indicador exibiu queda de 15,4%, a maior da série histórica iniciada em janeiro de 2003. De janeiro a setembro de 2016, a variável recuou 12,4% e no acumulado dos últimos 12 meses, 13,0%.

-7,8% -8,8%

-9,3%

-9,3% -10,7% -10,7% -10,8%

-11,8%

-11,3%

-12,0%

-12,4%

-13,0%

-14,0%

Ainda que instável, a melhora recente das expectativas dos empresários e consumidores aponta para alguma reação positiva das vendas nos próximos meses, tendendo a contribuir positivamente com o faturamento da indústria de transformação.

-16,1% -17,1%

set-15

nov-15

-17,9%

-17,2%

jan-16

-17,6%

-16,7% -16,6%

mar-16 Brasil

mai-16

Minas Gerais

Fonte: FIEMG (http://www7.fiemg.com.br/produto/fiemg-index) e CNI (http://www.portaldaindustria.com.br/cni/publicacoes-e-estatisticas/estatisticas/2016/07/1,38498/indicadores-industriais.html).

-15,9% -16,0% -16,2% -16,5%

jul-16

set-16

12

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS SERVIÇOS

VOLUME DE SERVIÇOS SET-16 / SET-15 ACUMULADO NO ANO

BRASIL

MINAS GERAIS

-4,8% -4,7%

-2,6% -5,0%

VOLUME DE SERVIÇOS (Var. % acumulada em 12 meses)

Após ter registrado queda de 1,4% em agosto, o volume de produção do setor de serviços registrou em setembro novo recuo na margem (-0,3%), na série livre de influências sazonais. Comparado a setembro/15, a retração do setor no Brasil foi de 4,8% e de 2,6% em Minas Gerais. No acumulado até setembro, a queda é de 4,7% no país e de 5% no estado. Na comparação anual, todos os 5 subsetores* monitorados registraram perda. O subsetor de ‘transportes, serviços auxiliares de transporte e -1,8% correio’, com queda de 9% comparado a setembro/15, contribuiu com -2,5% mais da metade da variação negativa do setor de serviços brasilero no -2,9% -3,1% mês (-2,9 pontos percentuais). Vale destacar que este subsetor é -3,2% fortemente dependente do nível de atividade econômica. -3,6% -3,7% -3,7% -3,9% Mesmo com as consecutivas quedas registradas ao longo do ano, na -4,4% comparação trimestral, observa-se um arrefecimento do ritmo de retração -4,5% -4,6% -4,7% -4,8% -4,9% -4,9% dos serviços no país. Comparado ao trimestre imediatamente anterior, o -4,9% -5,0% -5,0% recuo registrado no 3° trimestre foi de 0,5%, menor do que as quedas dos -5,3% -5,4% trimestres anteriores (-1,1% no 2° trimestre e -1,4% no 1° trimestre). A -5,5% -5,6% -5,7% -5,8% -5,8% principal contribuição para esse resultado foi o crescimento de 1,1% do subsetor ‘serviços prestados às famílias’, que demonstra alguns sinais de recuperação, decorrentes da melhora nos indicadores de confiança de consumidores e empresários. set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16 set/16 Brasil

Minas Gerais

Fonte: IBGE. *Serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios e outros serviços.

13 SETEMBRO/16

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

BRASIL

-5,9% -8,6% -6,6% -10,0%

TOTAL (Set-16 / Set-15) TOTAL AMPLIADO (Set-16 / Set-15) TOTAL (ACUMULADO EM 12 MESES) TOTAL AMPLIADO (ACUMULADO EM 12 MESES)

VENDAS NO VAREJO Em setembro/16, as vendas do comércio varejista brasileiro registraram queda de 1% na margem, intensificando o recuo dos últimos 3 meses na série com ajuste sazonal. Na comparação anual, a queda das vendas no varejo atingiu 5,9%, enquanto no acumulado do ano o recuo é de 6,5% comparado a igual período de 2015. Para as oito atividades pesquisadas, seis delas apresentaram retração na margem, com destaque para os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,4%) e de móveis e eletrodomésticos (-2,1%), principais influências negativas no resultado global do varejo. A queda de 3% nas concessões de crédito à pessoa física, comparativamente a agosto/16 na série com ajustes sazonais, e a taxa de desemprego de 11,8% no mês, ajudam a explicar a disseminação dos resultados negativos entre os subsetores. As vendas do varejo ampliado, que inclui ainda os segmentos de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresentaram estabilidade em relação a agosto/16 (-0,1%), após forte queda em relação a julho/16 (2%), na série livre de efeitos sazonais. O resultado de setembro/16 foi influenciado positivamente pelo avanço de 2,9% em veículos, motos, partes e peças, sendo negativamente pressionado pelo recuo de 3,1% no volume de vendas de material de construção. De janeiro a setembro, o varejo ampliado acumula queda de 9,2%, comparado a igual período de 2015.

MINAS GERAIS

-0,3% -3,2% -1,2% -5,6%

VOLUME DE VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA (Var. % acumulada em 12 meses)

-2,1%

-2,7%

-6,0%

-3,5%

-6,8%

set-15

-4,3%

-7,8%

-5,3% -5,3%

-8,6%

nov-15

-5,8% -6,1% -6,5%

-5,1%

set-15

-1,4%

jan-16

-5,8%

-1,9%

-6,5% nov-15

-2,4%

-7,0%

-6,7% -6,6%

-9,4% -9,1% -9,6% -9,7% -9,7% -10,0% -10,4% -10,2% -10,0% mar-16

mai-16

PMC BR

-0,7% -1,0%

-6,6% -6,8%

jul-16

set-16

PMC Ampliado BR

-1,8%

-7,0% jan-16

PMC MG

-1,7%

-6,3%

-1,6%

-6,9%

-1,5% -1,5%

-7,0%

mar-16

-6,7% mai-16

PMC Ampliado MG

Fonte: IBGE. | PMC Ampliada: inclui veículos e motocicletas, partes e peças e de material de construção. | *Remuneração livre de pagamentos esporádicos, como férias, 13º salário, prêmios, etc.

-1,6%

-6,3%

-1,4%

-6,8% jul-16

-1,2%

-6,0%

-5,6%

set-16

14

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS EMPREGO De acordo com os resultados da PNAD Contínua/IBGE, a taxa de desocupação no Brasil, estimada em 11,8% da população economicamente ativa (PEA), a maior taxa desde o início da pesquisa, permaneceu estável no trimestre móvel encerrado em setembro/16, em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior (junho-agosto/16). Em relação ao mesmo trimestre de 2015, o aumento foi de 2,9 pontos percentuais. O número de desempregados totalizou 12,02 milhões no trimestre móvel julho-setembro/16.

TAXA DE DESOCUPAÇÃO TRIMESTRAL (%)

8,9%

A taxa de participação no mercado de trabalho das pessoas com idade para trabalhar continuou em contração, passando para 61,2% no último trimestre analisado. A população economicamente ativa diminuiu em 304 mil pessoas, enquanto o número de ocupados retraiu em 302 mil. Os registros do Caged do Ministério do Trabalho, mostram que o emprego formal no Brasil apresentou um saldo negativo de cerca de 39 mil ocupações em setembro/16. Se comparado a setembro/15, a redução foi bem inferior (-88 mil). Nos últimos 12 meses, o saldo negativo acumulado foi de 1,6 milhão de postos. Em Minas Gerais, o saldo do mês de setembro foi negativo em aproximadamente 16 mil vagas, praticamente a metade do verificado em setembro/15. No acumulado em 12 meses, o saldo no estado foi negativo em 159.314 postos. Nesse período, tanto no Brasil como em Minas Gerais, os empregos industriais representaram quase 60% das perdas, especialmente impactadas pelas demissões nos segmentos da construção e automobilístico.

9,5%

8,9% 9,0% 9,0%

jul-set/15

set-nov

10,2%

nov-jan

11,8% 11,6% 11,8% 11,2% 11,2% 11,3% 10,9%

jan-mar

mar-mai

mai-jul

jul-set/16

TAXA DE PARTICIPAÇÃO TRIMESTRAL* (%)

Fonte: IBGE. | *Percentual de pessoas na força de trabalho (ocupados + desempregados) em relação às pessoas em idade de trabalhar.

61,6% 61,5% 61,4%

61,4%

61,5%

61,3%

61,6% 61,6%

61,4% 61,4%

61,5%

61,4%

61,2%

jul-set/15

set-nov

nov-jan

jan-mar

mar-mai

mai-jul

jul-set/16

15

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

Móveis

Alimentos

Máquinas e Equipamentos

-22.693

-31.061

-36.778

ECONOMIA

-1.599.733

INDÚSTRIA

-908.199

Minerais NãoMetálicos

Vestuário e Acessórios

Veículos Automotores

-39.010

-42.868

-44.659

SALDO DE EMPREGO DESTAQUES SETORIAIS NEGATIVOS (SALDO ACUMULADO EM 12 MESES)*

Serviços Produtos de Especializados Obras de Metal para Construção Infraestrutura

Construção de Edifícios

-45.665 -85.985 -152.659 -197.677

Extração de Borracha e Minerais Metálicos Material Plástico

-2.796

Monitor Econônico. agos 2015

Fonte: MTPS. | *Até Setembro/16, dados com ajuste.

-2.879

ECONOMIA

-159.314

INDÚSTRIA

-95.224

Móveis

Minerais NãoMetálicos

Vestuário e Acessórios

-2.954

-3.663

-4.357

Serviços Produtos de Especializados Veículos Metal para Construção Automotores

-5.093

-6.298

Obras de Infraestrutura

Construção de Edifícios

-19.111

-20.204

-10.615

16

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS CRÉDITO E CONCESSÕES . BRASIL

CRÉDITO (% do PIB)

54,0% 53,8% 54,0% 54,5% 54,1% 53,6% 53,2% 52,7% Em setembro, o volume de operações de crédito do sistema financeiro caiu 52,7%

52,0% 51,5% 51,2% 0,2%, em relação a agosto, e 1,7% na comparação com mesmo mês do ano 50,8% anterior. Como proporção do PIB, o saldo das operações de crédito recuou para 50,8% (3,2 p.p. abaixo do resultado de setembro/15), mantendo a tendência de queda gradual iniciada em janeiro/16. O destaque negativo foi, novamente, o recuo nos créditos destinados à indústria (-0,7% na set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 comparação com o montante registrado em agosto, puxado pela variação de -0,9% da indústria de transformação). Esses números ecoam as pesquisas CONCESSÕES - RECURSOS LIVRES (T/T-12) de sentimento, conduzidas pela CNI1 e pela FIEMG2, que retratam as dificuldades correntes de obtenção de crédito. No terceiro trimestre de 2016, 0,8% 0,1% os indicadores de sentimento do empresariado em relação ao acesso ao crédito encontravam-se próximos das mínimas históricas. -2,6% -3,5% -3,6% As novas concessões recuaram 10,2% no mês, em relação a setembro/15, -4,4% -8,0% -7,1% -7,4% -8,8% -9,2% -10,7% -11,2% puxadas pela redução de 29,0% em recursos direcionados. Em particular, as concessões do BNDES para pessoa jurídica (PJ) foram 28,0% menores set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 nessa base de comparação. CONCESSÕES - RECURSOS DIRECIONADOS (T/T-12)

A taxa média de juros do sistema financeiro atingiu 33,0% a.a. (com 53,4% a.a. no crédito livre e 11,1% a.a. no direcionado). O juro médio para pessoa -9,6% física subiu para 42,5% a.a, sendo 73,3% no segmento livre e 10,4% no -16,0% -19,6% -19,7% -21,7% -22,6% -24,2% -23,5% -19,4% direcionado. Na direção oposta, o juro médio para PJ recuou 0,6 ponto -20,4% -26,4% -29,0% percentual (p.p.), no mês, para 21,4% a.a. A redução no juro das novas -39,1% operações ocorreu tanto para recursos livres (-0,8 p.p., para 29,8% a.a.) quanto para direcionados (-0,4 p.p., para 12,0% a.a., com redução de 0,6 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 p.p., em média, nos juros do BNDES). Fonte: Banco Central do Brasil. 1 http://www.portaldaindustria.com.br/cni/publicacoes-e-estatisticas/estatisticas/2016/10/1,38499/sondagem-industrial.html

2

http://www7.fiemg.com.br/produto/sondagem-industrial-de-minas-gerais

17

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS INADIMPLÊNCIA E SPREAD . BRASIL A inadimplência das operações de crédito no sistema financeiro (atrasos de mais de 90 dias) manteve-se em 3,7%, como resultado da estabilidade nos segmentos de pessoa física (4,2%) e pessoa jurídica (3,3%). As renegociações e reestruturações de crédito no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) vêm sendo responsáveis pela inércia na evolução dos indicadores de inadimplência durante a recessão atual. Os indicadores de inadimplência poderiam ter chegado a dois dígitos na ausência desse processo de repactuação de crédito, tendo em vista o elevado percentual de operações de crédito que passou por renegociação ou reestruturação - mais de 10% no segmento de pessoa física (PF) e 6% no segmento de pessoa jurídica (PJ). O aperto das condições de crédito é evidenciado através da trajetória crescente do spread bancário desde 2014. Em setembro/16, o spread geral atingiu 23,4 p.p. (0,2 p.p. acima do mês anterior e 4,9 p.p. acima do spread registrado em setembro/15). De acordo com o Bacen, o aumento do spread concentra-se em concessões às pessoas físicas sem garantias, tais como cheque especial, crédito pessoal sem consignação e cartão de crédito rotativo, em função do aumento na percepção do risco dos tomadores de crédito como resultado da queda continuada do emprego e da renda. Nas operações com recursos livres, o spread médio subiu 0,6 p.p., para 41,2 p.p. Por outro lado, o spread médio voltou a recuar 0,1 p.p. para 4,3 p.p. na carteira de crédito direcionado. Fonte: Banco Central do Brasil.

TAXA DE INADIMPLÊNCIA (%)

4,0%

2,4%

4,1%

2,5%

set/15

4,2%

2,7%

4,2%

2,6%

nov/15

4,3%

2,7%

4,3%

2,8%

jan/16

4,3%

2,9%

4,3% 3,1%

mar/16

Pessoa Física

4,3% 3,2%

4,1%

4,1%

3,0%

3,0%

mai/16

4,1%

4,2% 3,3%

3,3%

jul/16

set/16

Pessoa Jurídica

SPREAD BANCÁRIO (pontos percentuais)

31,5

3,4 set/15

33,1

33,3

32,1

3,9

3,5

3,3

nov/15

34,3

35,8

37,3

38,9

39,6

39,6

40,3

4,2

3,9

4,1

3,9

4,2

4,1

4,5

jan/16 Recursos Livres

mar/16

mai/16 Recursos Direcionados

jul/16

40,6

4,4

41,2

4,3 set/16

18

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS FINANÇAS PÚBLICAS . BRASIL O setor público consolidado teve déficit primário de R$ 26,6 bilhões em setembro/16, o pior resultado no nono mês do ano desde o início da série histórica, em 2001. Os déficits do Governo Central e dos governos regionais foram de, respectivamente, R$ 26,5 bilhões e R$ 298 milhões, enquanto empresas estatais tiveram superávit primário de R$ 154 milhões. O déficit primário acumulado nos primeiros nove meses do ano chegou a R$ 85,5 bilhões. No mesmo período, em 2015, era negativo em R$ 8,4 bilhões. Entre 2002 e 2014, a média para os primeiros nove meses do ano foi um superávit de R$ 63,1 bilhões. Nos 12 meses encerrados em setembro/16 o déficit primário subiu para R$ 188,3 bilhões (contra R$ 169 bilhões nos doze meses encerrados em agosto/16). Isso equivale a 3,08% do PIB, 0,3 p.p. acima do acumulado até agosto, o pior resultado da série. Na direção oposta, o resultado nominal acumulado em doze meses recuou para um déficit de 9,42% do PIB, contra 9,64%, em agosto. Contudo, vale destacar que a repatriação de recursos deve melhorar substancialmente o resultado primário em outubro/16 e que, em virtude da queda de receitas tributárias decorrente da contração econômica, o resultado primário deve ser bastante negativo nos últimos dois meses do ano. A dívida bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) deteriorou em setembro, subindo 0,6 p.p. em relação ao mês anterior, para 70,7% do PIB. De acordo com o relatório Prisma Fiscal*, o mercado estima dívida bruta do Governo Geral em 73,5% do PIB ao final de 2016 (78,2% em 2017).

NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO (%PIB)

9,16

0,44

9,33

9,33

0,70

10,38 10,90 10,76

0,89

1,88

9,75

2,11

1,77

10,14 10,11

2,29

Déficit Nominal set/15

jan/16

nov/15

2,34

2,52

9,98 2,51

9,60 2,54

9,64 2,78

9,42 3,08

Déficit Primário mai/16

mar/16

set/16

jul/16

DÍVIDA BRUTA DO GOVERNO GERAL (%PIB)

64,7

set/15

65,0

65,3

nov/15

66,5

67,5

jan/16

Fonte: Banco Central do Brasil. Governo Geral = Governo Federal, INSS, Governos Estaduais e Governos Municipais. http://www.spe.fazenda.gov.br/prisma-fiscal *

67,7

67,4

mar/16

67,8

68,8

mai/16

68,7

69,6

jul/16

70,2

70,7

set/16

19

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS 11,50%

14,25%

10,71% 10,36% 10,48%10,67% 9,39% 9,28% 9,93%

9,30%

14,00%

(% 12 meses)

9,32%

13,30%

8,84% 8,74% 8,97% 8,48% 7,87%

8,20%

12,20%

11,10%

7,10% 6,00%

Destaques IPCA (12 meses) GRUPOS DO IPCA SET/16

14,40%

Selic (%)

IPCA e Metas de Inflação

10,40%

14,25%

out/15

dez/15 IPCA (12 meses)

fev/16

abr/16

jun/16

Teto da Meta

ago/16

out/16

10,00%

Selic (%)

INFLAÇÃO E JUROS . BRASIL A inflação do IPCA acumulada em 12 meses manteve-se em desaceleração, caindo para 7,87% em outubro/16, com alta de 0,26% no mês. A moderação no avanço dos preços de serviços em relação ao mesmo período de 2015 persistiu em outubro, levando esse grupo a uma alta de 6,9% em 12 meses. Esse número é importante, tendo em vista que a autoridade monetária brasileira elencou a queda nos preços de serviços como fator condicionante para determinar o ritmo de queda dos juros básicos no país. Na reunião realizada nos dias 18 e 19 de outubro, a meta para a Selic foi reduzida em 0,25 p.p., para 14,00% a.a. A próxima reunião – a última em 2016 – será realizada nos dias 29 e 30 de novembro, quando o mercado estima nova queda de 0,25 p.p. na meta para a Selic. Essa

OUT/16

Alimentação e Bebidas

13,31%

12,39%

Saúde e Cuidados Pessoais

11,49%

11,35%

Educação

9,29%

9,20%

Despesas Pessoais

8,20%

7,59%

Transporte

6,34%

5,33%

Vestuário

5,24%

5,01%

Artigos de Residência

5,25%

4,70%

Habitação

4,78%

4,43%

Comunicação

2,78%

2,46%

projeção é consistente com dois fatores: (1) ainda que os componentes do IPCA mais impactados pelo ciclo econômico e pela política monetária mantenham-se em desaceleração no acumulado de 12 meses, o ritmo de moderação de preços ainda é lento para garantir que a meta de inflação em 4,50% seja atingida em 2017, dadas as trajetórias possíveis para as taxas de juros e de câmbio. O relatório Focus tem apresentado estimativas para variação do IPCA em 2017 levemente abaixo de 5,00%, ou seja, ainda acima do centro da meta. (2) Ao mesmo tempo, o aumento da incerteza quanto aos impactos da eleição de Donald Trump para presidente dos EUA tem se manifestado através da valorização da moeda americana, com potencial impacto inflacionário no Brasil proveniente da elevação, em reais, dos preços de bens importados. É provável, portanto, que a autoridade monetária mantenha o ritmo de cortes na taxa Selic, levando-a para 13,75% a.a. na reunião de novembro.

Fonte: Banco Central do Brasil e IBGE. | * Boletim Focus Bacen (11/11/2016) http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

20

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

CÂMBIO . BRASIL A taxa média de câmbio retomou a trajetória de apreciação em outubro, atingindo 3,19 R$/US$ no mês, contra 3,26 R$/US$ em setembro e 3,21 R$/US$ em agosto. O programa de repatriação de ativos contribuiu para a valorização do real, frente ao dólar, em outubro, decorrente de volumosa e não-recorrente entrada de divisas. Adicionalmente, o encaminhamento positivo das iniciativas de contenção do déficit público na Câmara Federal (PEC 241) reforça a probabilidade de que a trajetória de crescimento explosivo do endividamento público seja revertida nos próximos anos. Por outro lado, o dólar se fortalece frente a diversas divisas em decorrência da possibilidade crescente de retomada do processo de normalização da política monetária do FED (com aumento nos juros) ainda em 2016. Adicionalmente, em virtude do aumento da aversão ao risco nos mercados globais decorrente do resultado eleitoral nos EUA, a perspectiva é de depreciação do real no curtíssimo prazo em relação à moeda americana, com elevada volatilidade, que poderá ser minimizada a partir da retomada das intervenções do Bacen no mercado de câmbio doméstico. De acordo com a pesquisa Focus*, o mercado estima que a taxa de câmbio atinja 3,22 R$/US$ no final de 2016 e 3,40 R$/US$ no final do próximo ano, com cotação média em 3,32 R$/US$ ao longo de 2017. Fonte: Banco Central do Brasil. | *http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

TAXA MÉDIA MENSAL DE CÂMBIO (R$/US$)

3,88

3,78

3,87

4,05

out-15 nov-15 dez-15 jan-16

3,97

3,70

3,57

3,54

3,42

fev-16 mar-16 abr-16 mai-16 jun-16

3,28

jul-16

3,21

3,26

ago-16 set-16

3,19

out-16

21 BALANÇA COMERCIAL – US$ BILHÕES BRASIL

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS

EXPORTAÇÃO

IMPORTAÇÃO

SALDO

13,7 16,0 153,1 160,5

11,4 14,1 114,6 148,3

2,3 2,0 38,5 12,2

OUT-16 OUT-15 ACUMULADO 2016* ACUMULADO 2015*

BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA (US$ bilhões) 16,8

16,0 13,8 14,1

2,0 out/15

11,2 12,6

1,2 nov/15

10,5 6,2

dez/15

17,6

16,0

10,3 0,9 jan/16

15,4

13,3

10,3 3,0

fev/16

12,8

11,6

10,5

4,4

4,9

mar/16

Exportações

16,7

11,1 6,4 4,0

abr/16

mai/16

Importações

SETOR EXTERNO - BALANÇA COMERCIAL . BRASIL

jun/16

16,3

11,8

4,6 jul/16

17,0

15,8

12,8

12,0

4,1

3,8

ago/16

set/16

13,7 11,4

2,3 out/16

Saldo Balança

recuando 0,4% sobre setembro/16, pela média diária.

As exportações brasileiras totalizaram US$ 13,7 bilhões em outubro/16, resultando em um recuo de 14,5% comparado a outubro/15. As importações somaram US$ 11,4 bilhões no mês, registrando queda de 19,1% na comparação anual.

Assim, o saldo comercial no mês foi de US$ 2,3 bilhões, valor que, embora seja 17,5% maior ao registrado em igual período de 2015, apresenta uma trajetória descendente desde julho/16. A mudança de comportamento das exportações e importações é devida à apreciação cambial observada ao longo do ano, assim como à melhora da confiança de empresários e consumidores, que estimula a recuperação das importações.

Pelo terceiro mês seguido, as exportações registraram queda na comparação mensal, recuando 8,8% em relação a setembro/16, pela média diária. Em contrapartida, as importações registraram certa estabilidade,

Nesse sentido, segundo o Boletim Focus, a expectativa para o saldo comercial ao final de 2016 foi mais uma vez reduzida de US$ 49,1 bilhões há 4 semanas, para US$ 47,7 bilhões.

Fonte: MDIC. | *Acumulado até Outubro/16.

22

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS EXPORTAÇÕES (US$ bilhões) MINAS GERAIS

BÁSICOS

SEMIMANUFATURADOS

MANUFATURADOS

TOTAL

Out/16 (US$ bi)

1,1

0,5

0,3

1,9

Out/16 - Out/15

-5,7%

0,1%

-12,3%

-5,6%

9,9

4,3

3,6

17,8

-3,6%

-2,9%

-8,4%

-4,5%

Acumulado do Ano (US$ bi) Acum. 2016/Acum. 2015

SETOR EXTERNO - EXPORTAÇÕES . MINAS GERAIS As exportações mineiras totalizaram US$ 1,9 bilhão em outubro/16, recuando 5,6% em relação a outubro/15.

pelo resultado do grupo foram os setores de veículos automotores (-26,5%), produtos farmacêuticos (-18,1%) e metalurgia (-3,4%). Juntos, esses setores representavam 55,24% das exportações de manufaturados do estado.

No mês, a principal contribuição para a queda nas exportações do estado veio do grupo de produtos básicos. Esse grupo, que representou 57% do total exportado no mês, registrou recuo de 5,7% na comparação anual, influenciado principalmente pela queda nas exportações de minério de ferro (-18,7% no volume exportado).

Para o grupo de semimanufaturados, que registrou leve crescimento de 0,1%, comparado a outubro/15, destaca-se a produção e refino de açúcar, cujas vendas avançaram 32,3% na comparação anual. As principais quedas para este grupo foram nos setores de celulose (-19,4%) e ferrogusa e ferro-ligas (-13,4%) .

O grupo de manufaturados também registrou significativa queda, contraindo 12,3%, comparado a outubro/15. Os principais responsáveis

No acumulado do ano, os embarques ainda são 4,5% menores aos efetuados em igual período de 2015, somando US$ 17,8 bilhões.

Fonte: MDIC.

23

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS TRANSAÇÕES CORRENTES E INVESTIMENTO DIRETO. BRASIL A conta de transações correntes do balanço de pagamentos (BP) brasileiro teve déficit de US$ 476 milhões em setembro/16, levando o resultado negativo acumulado em doze meses a US$ 23,3 bilhões (equivalente a 1,31% do PIB). Com isso, a tendência de recuperação das contas externas foi mantida no mês. Em setembro/15, o déficit na conta corrente do BP estava em 4,09% do PIB, já em queda desde o pico atingido em março e abril de 2015 (-4,51%). O superávit comercial segue como principal responsável pelo ajuste externo, com saldo de US$ 3,8 bilhões em setembro/16 (US$ 2,7 bilhões no mesmo mês em 2015), ajudado pela menor remessa de lucros e dividendos no mês (US$ 0,9 bilhão, contra US$ 2,0 bilhões no nono mês de 2015). As estimativas para déficits de transações correntes em 2016 e 2017 situamse em US$ 18,8 bilhões e US$ 26,0 bilhões, respectivamente, de acordo com a pesquisa Focus*. A deterioração esperada para 2017 é explicada pela expectativa de aumento das importações, resultante da recuperação prevista na atividade econômica. O ingresso de investimentos diretos segue financiando folgadamente o déficit em transações correntes. Nos 12 meses encerrados em setembro, os ingressos líquidos de investimentos diretos no país totalizaram US$ 73,2 bilhões (4,12% do PIB), mantendo negativa a necessidade de financiamento externo (NFE) acumulada em 12 meses (desde novembro de 2015). Fonte: Banco Central do Brasil. | *http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

TRANSAÇÕES CORRENTES (% PIB)

-1,31%

-4,09%

set/15

-3,95%

-3,73%

-3,33%

nov/15

-2,92%

-2,62%

jan/16

-2,34%

mar/16

-1,93%

-1,46% -1,67% -1,67% -1,57%

mai/16

jul/16

set/16

INVESTIMENTO DIRETO (% PIB)

4,24% 4,23%

4,39%

4,47% 4,53% 4,50%

4,41% 4,07%

3,76% 3,83%

4,17% 4,12%

3,70%

set/15

nov/15

jan/16

mar/16

mai/16

jul/16

set/16

24

CENÁRIO BRASIL E MINAS GERAIS PROJEÇÕES BRASIL

2016

2017

PIB (%)

-3,40

1,00

Produção Industrial (%)

-6,02

Comércio restrito (%)*

2016

2017

PIB (%)

-3,74

0,76

1,11

Produção Industrial (%)

-6,95

0,88

-5,18

1,52

Comércio restrito (%)

-0,99

0,87

Comércio ampliado (%)*

-7,41

2,02

Massa Salarial Real - RMBH (%)

-3,01

0,38

Massa Salarial Real (%)*

-4,97

-0,82

IPCA (%)

6,80

4,93

IGP-M (%)

7,25

5,30

Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$)

3,30

3,40

Taxa de câmbio - média do período (R$/US$)

3,45

3,36

Meta Taxa Selic - fim de período (%a.a.) 13,75

10,75

Meta Taxa Selic - média do período (%a.a.) 14,16

11,67

Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 44,90

49,90

Conta Corrente (US$ bilhões) -19,00

-25,35

Balança Comercial (US$ bilhões) 47,42

45,00

Investimento Direto no País (US$ bilhões) 65,00

70,00

Fonte: Relatório Focus Banco Central do Brasil (11/11/2016) http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp, FIEMG e *Tendências Consultoria.

MINAS GERAIS

Faturamento (%) -11,48

-0,91

25 PRODUÇÃO FÍSICA SET/161

CENÁRIO SETORIAL AUTOMOTIVO

FATURAMENTO SET/16¹ EXPORTAÇÕES OUT/16¹

BRASIL

0,5%

MINAS GERAIS

2,6%

BRASIL

-19,6%

MINAS GERAIS

-35,0% QUANTIDADE

VALOR (US$)

BRASIL

-16,3%

-3,0%

MINAS GERAIS

-24,0%

-26,5%

DESTAQUES A produção de veículos no país apresentou a primeira variação positiva desde fevereiro de 2014, na comparação interanual. Em Minas Gerais, a produção aumentou pela terceira vez neste ano, na mesma base de comparação. Na análise dos dados acumulados, os índices de produção do Brasil e do estado vêm registando desaceleração no ritmo de queda ao longo de 2016, indicando uma acomodação gradual da atividade. Vale ressaltar, contudo, que os fundamentos desfavoráveis da demanda, em especial o nível de emprego, a renda e o acesso ao crédito, continuam enfraquecendo o mercado interno. O faturamento do setor automobilístico do Brasil e de Minas Gerais recuou pelo 31º mês consecutivo em relação ao mesmo mês do ano anterior, acumulando nos últimos 12 meses, quedas de 29,1% e 42,6%, respectivamente. Em relação ao mercado de trabalho, houve o fechamento de 4.234 postos de trabalho no país e de 817 postos de trabalho no estado em setembro, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Apesar do aumento persistente no desemprego, pode ser observada uma diminuição na intensidade da destruição de postos de trabalho no setor neste ano, quando analisados os dados acumulados nos últimos 12 meses.

PROJEÇÕES As vendas internas deverão fechar 2016 com recuo de 18,5%. A recuperação gradativa da confiança dos consumidores, reflexo da dissipação das incertezas especialmente no campo político, não será suficiente para uma inflexão nas vendas, que seguirão prejudicadas pelos fundamentos desfavoráveis da demanda. Em linha com as vendas internas desaquecidas, a perspectiva é de queda de 12,5% da produção neste ano. Em 2017, as expectativas de aumento na confiança dos agentes econômicos e da melhora nas condições de acesso ao crédito deverão colaborar para a evolução positiva das vendas internas e da produção que, segundo projeções da Tendências Consultoria, encerrarão o ano com expansões de 10,2% e 17,4%, respectivamente. As condições ainda adversas da demanda – principalmente no que se refere ao mercado de trabalho – serão limitadores para uma recuperação pujante do setor. No que diz respeito às exportações, a expectativa é de elevações de 16,6% em 2016 e 6,0% em 2017, em virtude do maior direcionamento da produção ao mercado externo e dos acordos comerciais recentemente fechados com parceiros da América Latina.

Cenário SETORIAL . Automotivo

Fonte: IBGE, FIEMG, CNI, MDIC, ANFAVEA, MTPS e Tendências Consultoria. | ¹Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior.

26 PRODUÇÃO FÍSICA Set/20162

CENÁRIO SETORIAL MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS*

FATURAMENTO Set/20162 EXPORTAÇÕES Out/20162

BRASIL

- 9,4%

MINAS GERAIS

-15,5%

BRASIL

- 8,4%

MINAS GERAIS

- 27,3%

BRASIL

2,1%

MINAS GERAIS

-35,9%

DESTAQUES A produção de máquinas e equipamentos apresentou novo recuo na comparação anual, caindo 9,4% em setembro/16. No ano, a produção é 13,7% menor que a registrada em igual período de 2015. Para Minas Gerais, o recuo é ainda mais expressivo, atingindo 29,6% entre janeiro e setembro/16. A diferença do desempenho setorial entre o estado e o país se deve em parte à maior especialização das indústrias mineiras em máquinas da linha amarela, que registra queda de 28,0% no acumulado do ano. Esse segmento é voltado para as atividades de extração mineral e da construção civil, que foram fortemente afetadas pela crise econômica. As exportações nacionais registraram crescimento de 2,1% em outubro/16 na comparação anual. Em Minas Gerais, as vendas externas recuaram 35,9% nessa mesma base de comparação. Assim como na produção, o desempenho das exportações do estado foi impactado pelo segmento de máquinas da linha amarela, cujos embarques representavam 20% do total exportado, e apresentaram recuo de 33,1% no mês. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas externas brasileiras cresceram 1,5% comparado a igual período de 2015.

PROJEÇÕES² Fatores como a elevada capacidade ociosa de setores demandantes, a oferta de crédito relativamente restrita e a ausência de perspectivas de um novo ciclo de crescimento nos preços das commodities para os próximos anos devem ser importantes limitantes para uma recuperação do setor no curto prazo. Nesse sentido, as estimativas para o setor são de queda de 9,8% na produção física e de 16,8% no consumo aparente em 2016. Para as exportações, espera-se crescimento de 7,4% em 2016, enquanto para as importações, as expectativas são de recuo de 20,2% no ano.

Fonte: IBGE, FIEMG, CNI, MDIC e Tendências Consultoria. | ¹Variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior. | ²Tendências Consultoria. *Máquinas e Equipamentos representam, aproximadamente, 54% do setor de Bens de Capital.

27

CENÁRIO SETORIAL CONSTRUÇÃO CIVIL

BRASIL NÍVEL DE ATIVIDADE (CNI/FIEMG) SET/16 MINAS GERAIS PRODUÇÃO FÍSICA DE INSUMOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (ICC) SET/16¹

BRASIL

BRASIL CUSTO DA CONSTRUÇÃO/M² (INCC) OUT/16¹ MINAS GERAIS

Mantém-se em contração (abaixo dos 50 pontos²). -11,5% 6,4%

R$ 1.021,25

8,0%

R$ 960,22

DESTAQUES De acordo com a Tendências Consultoria, a produção de insumos para a construção no país sofreu queda de 3,7% em setembro, em relação a agosto, na série dessazonalizada e registrou a 31ª retração seguida, com recuo de 11,5%, na comparação com igual mês do ano anterior.

PROJEÇÕES³

O emprego na construção, assim como na economia em geral, continua em contração, como mostra a PNAD Contínua do IBGE. No trimestre móvel encerrado em setembro, foram estimadas 7,140 milhões pessoas ocupadas em atividades da construção, 7,9% do total de empregos no país. Se comparado ao trimestre móvel imediatamente anterior (junhoagosto/16), a redução no número de postos de trabalho foi de 78 mil, e em relação ao mesmo trimestre de 2015, de 171 mil.

O índice de expectativas² para os próximos 6 meses da Sondagem da Indústria da Construção da CNI/FIEMG, referente a outubro, continuou a indicar pessimismo por parte dos empresários brasileiros do setor quanto ao nível de atividade (45,2 pontos), emprego (43,3), compra de insumos (44,6), novos empreendimentos (44,7) e intenção de investir (28,8). Em Minas Gerais, as expectativas também são negativas. Os indicadores foram pontuados em 40,9 para o nível de atividade, 38,6 para o emprego, 38,3 para a compra de insumos, 39,9 para novos empreendimentos, e 25,8 pontos para a intenção de investir.

Em outubro/16, na comparação anual, o custo nacional da construção civil aumentou, tanto no componente materiais, como na mão de obra, sendo mais intenso nesse último. Os preços dos materiais sofreram alta de 3,5% no Brasil e de 5,4% em Minas Gerais e o custo de mão de obra cresceu 11,2% no estado e 9,6% no país.

Espera-se que a produção de insumos para o setor no país encerre o ano com queda de 10,1% e que mostre leve recuperação em 2017, com aumento de 1,2%. As expectativas para os custos de mão de obra e de materiais para este ano são de alta de 8,4% e 3,1%, respectivamente. Para 2017, as projeções apontam aumentos de 3,4% nos preços de materiais e de 5,7% na mão de obra.

Fonte: IBGE, MTE, FIEMG, CNI, Tendências Consultoria. | ¹Variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior. | ² Os índices variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 indicam crescimento, e abaixo de 50 indicam queda. Quanto mais afastado de 50 mais intenso é o aumento ou a queda..

28

CENÁRIO SETORIAL INDÚSTRIA EXTRATIVA

PRODUÇÃO FÍSICA* SET/161

EXPORTAÇÕES MINÉRIO DE FERRO OUT/161

BRASIL

-9,2%

MINAS GERAIS

-11,8% QUANTIDADE

VALOR (US$)

BRASIL

-10,7%

-2,9%

MINAS GERAIS

-18,7%

-10,0%

DESTAQUES O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão em Mariana-MG, em novembro de 2015, continua impactando negativamente os volumes de produção da indústria extrativa mineira. Em setembro/16, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção permanece em queda (-11,8%) por 11 meses consecutivos. No acumulado do ano até setembro e nos últimos 12 meses também houve decréscimo no volume produzido no estado (-14,5% e -12,0%, respectivamente). No Brasil, a produção da commodity apresentou recuo de 9,2%, no comparativo anual, em grande parte motivado pela retração no estado, onde a produção do setor é fortemente concentrada na extração de minério de ferro. Em 2016, a produção mineral no país diminuiu 12,6%, enquanto na análise dos últimos 12 meses, a redução foi de 11,3%. O crescimento do consumo de aço na China, influenciado por medidas de estímulo ao crédito adotadas pelo país, tem intensificado a valorização nos preços do minério de ferro desde o terceiro trimestre de 2016. No entanto, a recomposição dos estoques chineses não foi suficiente para reverter as quedas verificadas nos indicadores de exportação do Brasil em outubro.

PROJEÇÕES² A projeção de queda (-1,8%) na produção nacional de minério de ferro em 2016 é influenciada negativamente pela manutenção da paralisação das atividades extrativas em Mariana-MG, bem como pela estratégia das principais mineradoras em restringir novos gastos em operações com custos elevados ao longo do ano. Por outro lado, a expectativa é de aumento de 8,4% na extração mineral brasileira em 2017, em função da expansão na mina da Vale em Carajás-PA, com previsão de produção de 230 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O preço médio do minério deverá ser influenciado pelo incremento da produção de mineradoras australianas. A projeção é de permanência entre US$45 e US$50/ton. em 2017, após sustentar-se em torno de US$54 em 2016. Os estoques chineses deverão estar praticamente abastecidos até o final deste ano, potencializando a tendência de queda no preço da commodity na passagem de 2016 para o 2017. Embora a estimativa seja de redução na cotação do minério de ferro (-12,7%), a projeção para o valor exportado da commodity em 2017 é de elevação de 3,1%, em virtude da expectativa de aumento na produção nacional.

Fonte: IBGE, Tendências Consultoria, FIEMG, FMI, MDIC. | ¹Variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior. | ²Tendências Consultoria. *PIM / IBGE - CNAE 2.0 = Extração de minérios + produção nacional de petróleo e gás natural.

29 PRODUÇÃO FÍSICA SET/161

CENÁRIO SETORIAL

FATURAMENTO SET/161

METALURGIA

EXPORTAÇÕES (US$) OUT/161

BRASIL

0,4

MINAS GERAIS

1,9

BRASIL MINAS GERAIS

-13,9 6,0

BRASIL

-18,1

MINAS GERAIS

-5,2

DESTAQUES No Brasil e em Minas Gerais, o setor de metalurgia apresentou pequena melhora de 0,4% e 1,9%, respectivamente, na produção industrial em setembro/16, comparativamente ao mesmo mês de 2015. No entanto, os demais indicadores continuaram em queda, com exceção do faturamento real de Minas Gerais. Vale ressaltar que, a elevação nas vendas de produtos metalúrgicos em Minas foi pontual, motivada pela maior entrega de encomendas no mercado doméstico. Os dados da Sondagem Industrial e do Índice de Confiança da Confederação Nacional da Indústria – CNI – mostram um cenário pouco animador para as empresas metalúrgicas. Os dados de outubro indicaram grande insatisfação dos empresários do setor em relação às condições atuais de negócio. As expectativas para os próximos seis meses também são pessimistas em relação à evolução da demanda, à compra de matérias-primas, às exportações e às contratações. O cenário econômico mundial também exerce influência nessa percepção, pois, além do excesso de oferta global de aço, desde o final de 2015 foram adotadas algumas medidas que dificultam a entrada de produtos siderúrgicos brasileiros nos Estados Unidos.

PROJEÇÕES² O consumo nacional aparente de aço (o total da produção mais importações menos exportações) deve encerrar 2016 com queda de 15,5%, decorrente do baixo dinamismo da atividade econômica. A produção de aço bruto no Brasil deve recuar 7,6% em 2016 e apresentar crescimento de 3,2% em 2017, de acordo com a Tendências Consultoria2. A cotação média de bobinas laminadas a quente no Brasil deve recuar 1,8% em 2016, comparativamente a 2015. Para 2017, a projeção é de crescimento de 2,2% no preço médio das bobinas.

Fonte: IBGE, MTE, FIEMG, CNI, IABr e Tendências Consultoria. | ¹Variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior. | ²Tendências Consultoria.

INDICADORES IndústriaIS DE MINAS GERAIS

FICHA TÉCNICA REALIZAÇÃO: Sistema FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

PRESIDENTE: Olavo Machado Junior

RESPONSABILIDADE TÉCNICA: Assessoria Econômica da FIEMG

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