Encarte A repercussão do Mulheres em Campo é refletida na quantidade de acessos diários ao site, mais de 500 cliques, e na participação do público com sugestão de temas e nomes para entrevista. “Começamos como uma plataforma online grátis, mas devido ao grande

conquista de resultados

número de acessos migramos para uma versão mais

Mariana classifica a homenagem recebida pelo portal

eficiente, paga, e começamos a buscar apoio de em-

Mulheres em Campo no Dia Internacional da Mulher, em

presas locais”, revela a criadora. Ela acrescenta que

2016, oferecida por um dos maiores portais de leite do

em poucos meses o site já havia recebido apoio de

Brasil, como um dos indicativos de que o site começava

empresas de pequeno e médio porte de diversas par-

a alcançar seus objetivos. Logo surgiram convites para

tes do país que acreditaram na importância do traba-

falar do trabalho em revistas e, assim, a popularidade do

lho do Mulheres em Campo. “Temos também, desde o

site crescia cada vez mais. Em outubro de 2016, duran-

início, o apoio do designer William Nogi, que foi o res-

te o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio,

ponsável pela criação de nossa identidade visual e nos

surgiu o convite para lançar uma coluna “Mulheres em

auxilia com o marketing digital.”

Campo” na Revista Agron. Além do reconhecimento por parte da imprensa, a realização do workshop representou uma conquista, pois foi o primeiro com a temática feminina na região. “O feedback do público presente foi extremamente positivo e motivador. O sucesso do evento foi tão grande que fomos convidadas a levá-lo para outros estados. Em paralelo, recebemos mensagens diárias de incentivo e agradecimento pelo nosso trabalho. É incrível e altamente compensador ver que as mulheres realmente identificam-se com que propagamos e que nós conseguimos de alguma forma estar próximas umas das outras, informando,

www.mulheresemcampo.com.br

auxiliando ou incentivando, mesmo que seja por meio da tela de um computador”, conclui Mariana.

talita garcia

danielle bellodi baratela

Bela Vista Senepol

Diretora administrativa Fazenda Santa Cecília

“Conheci o Mulheres em Campo pelas redes sociais e

“Faço parte do Núcleo da Mulher da Cooperativa

passei a acompanhar de perto o trabalho incrível que as

Agroindustrial (Coplana) e soube do workshop promovi-

meninas estão realizando. Sou criadora de Senepol em

do pelo Mulheres em Campo pelas redes sociais. A ini-

Jaboticabal (SP) e sempre senti falta de iniciativas como

ciativa das meninas é fantástica, durante o evento pu-

essa na região. Estamos passando por um momento de

demos trocar informações e experiências. Inclusive, co-

grande exposição e elas foram pioneiras em organizar

loquei a minha propriedade à disposição das estudan-

um workshop com foco no desenvolvimento de lideran-

tes que participaram do workshop e que precisam fa-

ça feminina no setor por aqui. Acredito que o evento rea-

zer estágio, pois entendo que essa interação só tem a

lizado, assim como o site Mulheres em Campo, além de

acrescentar ao trabalho desenvolvido na fazenda (cul-

reunir mulheres interessadas em adquirir novos conhe-

tivo de cana e soja), pois elas agregarão mais conheci-

cimentos, fortaleça o sentimento de união, motivando

mento ao negócio.”

estudantes e trabalhadoras do campo a ir além e enfrentar as barreiras da discriminação no setor.”

VALTRA jovem Valtra do Brasil | Edição 18 | Ano 7 | Agosto 2017

mulheres em campo Jovem estudante cria site voltado para divulgação e reconhecimento das mulheres que atuam no agronegócio Natacha Portal –

Divulgação

Um espaço para reunir, compartilhar e divulgar informações, conhecimento, ideias, histórias e a atuação de mulheres que trabalham e vivem no campo, com o objetivo de aproximar estudantes, profissionais e produtoras rurais, unidas por uma agricultura e pecuária mais acessível e rentável. Essa é a missão do site Mulheres em Campo, criado pela estudante de engenharia agronômica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de

Percebia que as meninas estavam mais interessadas pelas ciências agrárias, entretanto, ainda faltava o reconhecimento da mulher atuante no setor MARIANA ANTUNES

Jaboticabal, São Paulo, Mariana Antunes , de 22 anos.

desafios

“Minha mãe sempre foi apaixonada pela vida no campo

Como em muitos outros setores da sociedade, as mu-

e assiste com frequência programas de televisão que

lheres têm alcançado destaque com papéis de lide-

abordam essa temática. Um dia ela me questionou so-

rança, porém ainda têm que enfrentar a dificuldade de

bre o motivo das mulheres serem minoria nessa área,

atuar em um ambiente que, até hoje, é predominante-

visto que elas quase não apareciam nesses programas”,

mente ocupado por homens. Mariana argumenta que

conta Mariana. A partir do questionamento da mãe, a

há mulheres que nasceram em famílias produtoras ru-

jovem começou a relacionar os fatos. “Como estudan-

rais, e, por isso, seguem a tradição familiar, enquanto

te de agronomia eu percebia que as meninas estavam

outras buscam no estudo uma chance para ingressar

mais interessadas pelas ciências agrárias, entretanto,

na atividade rural.

ainda faltava o reconhecimento da mulher atuante no setor”, complementa.

“As mulheres encontram mais dificuldades no caminho. Podemos citar a falta de alojamento para receber

A necessidade de valorizar o trabalho da mulher do

mulheres em algumas fazendas, a falta de confian-

campo levou a estudante a realizar uma ampla investi-

ça por parte de alguns produtores rurais, bem como

gação. “Primeiramente eu pesquisei se havia algum site

o descaso de alguns funcionários homens com elas,

ou organização na qual eu pudesse fazer parte ou me

sendo assim, elas valorizam este trabalho ainda mais

associar, e, depois de não encontrar, decidi em novem-

e dedicam-se muito para alcançar os resultados de-

bro de 2015 criar o portal Mulheres em Campo”, comen-

sejados”, pontua.

ta Mariana. Em dezembro do mesmo ano o site já estava no ar. Além de aproximar mulheres envolvidas com atividades no campo, o site fomenta a liderança feminina e o empreendedorismo rural por meio de entrevistas com mulheres atuantes no setor, realização de encontros, divulgação de artigos, eventos, notícias e vagas de estágio/trainee.

gente que faz

Fundadora e criadora de conteúdo, graduanda em Engenharia Agronômica pela Unesp Jaboticabal, 22 anos

HEID OLIVEIRA

Auxiliar de eventos, Técnica em Agronegócios pelo Senar e Gestão de Pessoas no Setor Rural pela Faculdade CNA, atuou como professora na CEI em Arapoema/TO, 21 anos

amanda ANTUNES

Gestão de Recursos Humanos e Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos, 27 anos

alessandra decicino

Colunista, Engenheira Agrônoma (UFG) com especialização em Gestão do Agronegócio (UFLA), sediada em Uberlândia/MG

mulheres para discutir o protagonismo feminino no meio

como estudante ou profissional.

rural, auxiliando-as em diversas atividades. “São inúme-

Além de entrevistas em textos e vídeos com mulhe-

reativado pela Cooperativa Agroindustrial (Coplana) de Jaboticabal/SP, o Núcleo São Paulo das Mulheres do Agronegócio e o Núcleo Feminino de Pecuária Goiana. Esses e outros grupos são de extrema importância para fortalecer a presença feminina no campo e mudar o cenário de machismo que ainda existe em nossa sociedade”, destaca a estudante.

res do setor, notícias, cursos, eventos e diversas informações pertinentes às mulheres, o Mulheres em Campo realizou seu primeiro encontro em maio de 2017, intitulado “I Workshop em Liderança Feminina no Agronegócio” e contou com a participação de cerca de 70 pessoas, entre estudantes, professores e produtoras rurais de Jaboticabal (SP) e região. O evento contou com as palestrantes Jaqueline Casale, diretora de desenvolvimento empresarial em uma empresa de máquinas agrícolas, e Teresa Cristina Vendramini, produtora

Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio A AGCO, detentora da marca Valtra, é patrocinadora do 2º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, a ser realizado de 17 a 18 de outubro de 2017, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. As participantes poderão visitar a fábrica da Valtra em Mogi das Cruzes (SP), basta enviar e-mail para [email protected] com confirmação da inscrição. Alunas e professora do curso de Gestão do Agronegócio, da cidade de Avaré/SP prestigiando o evento

ronara lasmar

Colunista, Engenheira Agrônoma (UFG) com especialização em Proteção de Plantas (UFV) e MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio (FGV). Atua como mentora e coach de agrônomos (recém formados, recolocação e direcionamento de carreira), sediada em Formosa/GO

pe de mais sete mulheres no desenvolvimento de conteúdo. Todas têm uma ligação direta com o campo, seja

Café do Norte Pioneiro (PR), o Núcleo da Mulher que foi

carolina d'avila

Colunista, Engenheira Agrônoma (UFG) com MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio (FGV). Atua na área técnica e comercial no estado de Goiás, sediada em Goiânia/GO

fernanda drudi

Colunista, Engenheira Agrônoma e mestranda com ênfase em Máquinas Agrícolas pela Unesp Botucatu, 26 anos

Comandado por Mariana, o site conta com uma equi-

A boa notícia é que já existem organizações que reúnem

ras cooperativas e núcleos, como o grupo Mulheres do

ANA VICTÓRIA COROLIN

Estagiária em criação de conteúdo, graduanda em Zootecnia pela Unesp Jaboticabal, 18 anos

rural e atual presidente executiva da Sociedade Rural Brasileira, ambas compartilharam suas experiências e contaram como foi a trajetória para alcançar o sucesso pessoal e profissional.

Reconhecimento do público As redes sociais são grandes aliadas para divulgação e alcance de novos leitores para o Mulheres em Campo. A interação é feita por meio de comentários, marcações e reações a cada publicação nas páginas do site. “Para fazer um bom trabalho e conseguir visibilidade, nós também estamos presentes em eventos, como a Agrishow, e no nosso xodó, o Congresso Nacional das

As mulheres encontram mais dificuldades no caminho

Mulheres do Agronegócio, uma brilhante iniciativa que tivemos o orgulho de prestigiar em sua primeira edição, que ocorreu em outubro de 2016”, ressalta Mariana.