Linguagens, códigos e suas tecnologias- Redação 27 e 9

Linguagens, códigos e suas tecnologias- Redação 27 e 9 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ...
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Linguagens, códigos e suas tecnologias- Redação 27 e 9

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O papel da cultura no combate à violência entre jovens no Brasil”, apresentando uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I O maior problema social da periferia é a ausência de futuro. O jovem da periferia vive como se estivesse em uma corrida de obstáculos. Ele tem de enfrentar a desagregação familiar que a pobreza e a fragmentação do território geram; a ausência de diferenciação entre a escola e o mundo da rua, em que o professor não consegue mais ser um representante da cadeia simbólica da civilização, tornando-se somente mais uma pessoa na sala de aula; a ausência de perspectiva profissional, que, muitas vezes, o obriga a entrar para o tráfico; a violência entre os pares etc. Essa luta pela sobrevivência material e psíquica faz com que o sujeito vá se exaurindo e, em determinado momento, não consiga mais pular o próximo obstáculo. Quando cai, ele se volta à drogadição, ao alcoolismo e à violência, sintomas do desamparo e uma tentativa de amenizar a dor e a frustração. O estigma e o preconceito não reconhecem o outro. Tratam a todos de um mesmo grupo como se fossem iguais. É a questão da invisibilidade de quem mora na periferia. A transformação deve ocorrer pela verdadeira inclusão na cadeia simbólica, o que pressupõe o trânsito das pessoas pela cidade, pela cultura, pelo melhor que o ser humano produziu. Isso subentende a possibilidade da circulação da palavra, que se dá com base na construção de uma tessitura no território, e do território para toda a cidade e para o mundo. É esse movimento que gera escutas, cria matizes, diferenças, canais de comunicação, aberturas de pensamentos, outras formas de trabalho e sobrevivência. Adaptado de http://www.itaucultural.org.br/materiacontinuum/junho-julho-2010-espacosem-transformacao/ TEXTO II Com uma maturidade que contrasta com a idade, a doce Natália Ayla Miranda, 11 anos, diz que prefere ocupar o tempo aprendendo música do que ficar pelas ruas do bairro onde mora. “É perigoso. Tem muito tiroteio, tráfico de drogas...”, justifica com naturalidade. Moradora do Curuzu, Natália estuda percussão na Band’Erê, banda mirim do Ilê Aiyê, por iniciativa da família. “Onde a gente mora, ela vê meninos novinhos se perdendo e já tem consciência do que é certo e o que é errado”, explica a tia de Natália, Rosângela da Silva, 49. Desempregada e responsável por criar a sobrinha, a tia não esconde o orgulho. “Com a música, ela se esforça mais na escola e fica longe da rua. É muito bom!”. A pequena percussionista é apenas um exemplo das inúmeras crianças e jovens beneficiados por programas de arte-educação que usam a música como instrumento pedagógico capaz de transformar uma sociedade. Fonte: http://www.correio24horas.com.br/single-guia/noticia/projetos-sociais-apostam-namusica-como-ferramenta-de-transformacao-da-sociedade/

TEXTO III Eu vejo ao longe o patamar constante de um sobrevivente Que compreende, entende, sempre fez o que lembre Que o poder é nada mais é que cedo ou tarde Pode crer que a justiça divina é inviolável O compromisso é com o povo, é o x da questão É o resgate do ladrão A música do irmão, a recuperação lotada de reflexão Ai Jão, podes crer Rap é o som e tenho o dom da imaginação Trilha sonora e facção VPN rapnacional.com Bem vindo ao jogo Ao dicionário marcado Também é claro: O caçador de embalo Que empapuçado do lixo que a fome forma com o vício Que deixa exausto e confisco segundo as leis de um livro Total afigo Não sou Dom Pedro, mas eu grito Pelo bem do rap eu fico, embaço, critico Fui chamado pro palco pelos parceiros, apoiado Se há controvérsia, dispare, reage ou fique calado Porque a cultura aqui é nossa Mexeu com nós é roça Rap é compromisso como é o míssil que destroça É coisa nostra da favela abrindo a porta Só periferia que domina tal proposta Saúde mute é ter poder Viver com proceder (Cultura, Sabotage)

INTRODUÇÃO Contextualização ou Tese: _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________

Tese ou Esclarecimento sobre a tese: _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ________________________________________________________

DESENVOLVIMENTO Argumento 1 _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Estratégia argumentativa _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Argumento 2 _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Estratégia argumentativa _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Argumento 3 _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ Estratégia argumentativa _____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________

CONCLUSÃO – PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ________________________________________________________

Aquarela de uma só cor Governo Sarney, 1985. Nasce o Ministério da Cultura no Brasil, com a finalidade de promover, gerenciar, financiar e, portanto, valorizar o patrimônio material e imaterial do país. Desde então, torna-se mais fácil aproximar a população de seus costumes. No entanto, mais de 30 anos depois, cabe pensar até que ponto existe esse acesso.

Em primeiro lugar, é importante entender o que é cultura, a fim de analisarmos a sua relação com todos os indivíduos. No Brasil, um país tão populoso, há a presença de inúmeros povos, etnias e grupos sociais que possuem seu próprio conjunto de crenças, tradições e produções artísticas, tendo, portanto, uma cultura específica. Democratizá-la, em nosso país, é, então, valorizar todas as manifestações, não preterindo uma em razão de outra, garantindo que todos os grupos sejam contemplados. Entretanto, nem sempre o acesso a toda essa diversidade é tão presente, deixando a aquarela brasileira, a princípio cheia de cores, apenas na letra da música.

Nesse sentido, um país que deveria ser símbolo de variedade, de mistura de tons e costumes, acaba se resumindo a uma cultura monocromática, e o acesso, que já é pouco, fica prejudicado por uma falta de interesse dos próprios cidadãos. Sabe-se que é importante garantir o acesso à leitura, ao teatro, ao cinema. No entanto, é preciso, em primeiro lugar, que a população perceba a importância desses itens para a formação de um indivíduo. Possibilitar essa aproximação – o que tem sido pouco feito – sem criar essa consciência no povo brasileiro não é resolver, mas mascarar o problema da falta de democratização.

Torna-se evidente, portanto, que o processo de aproximação do povo brasileiro com seu patrimônio cultural está longe de acabar. Ainda há muito o que ser feito. Um bom caminho seria a promoção dos costumes de grupos desprivilegiados socialmente, tanto por parte do governo quanto da mídia e iniciativa privada, para divulgação e valorização das práticas e manifestações, por meio de programas de televisão,

campanhas e até festivais temáticos. Além disso, a criação de locais de estímulo ao contato

das

crianças,

adolescentes

e

adultos

com o

universo

literário

e

cinematográfico, por exemplo, poderia representar uma tentativa de democratização mais tangível e realizável. Só assim poderemos alcançar, de vez, o colorido cantado por Ary Barroso na histórica Aquarela do Brasil.