magazine Capacidade de investimento será o ponto crucial para definir o futuro da exploração do petróleo no pré-sal. Não por menos este é o tema principal desta edição da Guiaoffshore Magazine, que surge para reunir numa só revista as nossas publicações especializadas Produtos&Serviços e Cursos&Carreiras. Na linha de frente de busca por recursos, a Petrobras se dispõe, no papel, a investir mais de US$ 220 bilhões até 2014. Mas está de mãos atadas por conta da capitalização, que ocorrerá a partir da concessão de 5 bilhões de barris pela União, e é tida como a maior operação do gênero no mundo. Caso não realize rapidamente este lançamento de ações, a Petrobras terá duas saídas: reduzir investimentos ou aumentar a dívida. Se optar pela última, perderá seu grau de investimentos, e com ele os benefícios de tomar financiamentos com melhores condições. Como pano de fundo, para tornar o cenário ainda mais inebriante, estão as eleições, que dão o tom apaixonado das críticas do lado da oposição e cauteloso da parte do governo. Interessadas em disputar parte dos esperados investimentos que movimentarão o mercado petrolífero offshore nos próximos anos, as micro, pequena e médias empresas vão à luta em busca de recursos. E, como avalia as reportagens de Regina Teixeira, os bancos estatais parecem dispostos a participar do jogo financeiro. O BNDES larga com vantagem, não apenas pela condição de principal agente repassador dos recursos do Fundo da Marinha Mercante, que deverá transferir ao mercado este ano R$ 15 bilhões, mas também por criar condições de crédito específicas para atendimento de diferentes portes dessas empresas.
Produtos, Serviços, Cursos & Carreiras Setembro 2010
SUMÁRIO O enigma da capitalização da Petrobras 2 A hora e a vez das microempresas no BNDES 4 Caixa cria linha de R$ 2 bilhões para financiar a área petrolífera 10 BB financia até 90% do valor do projeto da indústria naval 12 Petrobras quer ampliar sua base de fornecedores entre as micro e pequenas empresas 15 Expansão do setor petrolífero impulsiona empresas a realizar novos investimentos 18
O Banco do Brasil criou este ano linha de crédito própria para o setor naval offshore, que em apenas três meses resultaram em R$ 2 bilhões em operações. Mais R$ 2,5 bilhões em crédito serão concedidos ao setor até dezembro. Disposta a seguir o mesmo caminho, a Caixa também criou um departamento exclusivo para atender ao segmento petrolífero e está prestes a também se tornar repassadora dos recursos do Fundo da Marinha Mercante.
Formação de Profissionais com nível de excelência
De olho nas oportunidades de emprego que, certamente, surgirão nos próximos anos, os profissionais do mercado de petróleo e gás ou os que pretendem ingressar nele buscam ampliar a capacitação pessoal. A falta de mão de obra especializada criou, inclusive, um novo fenômeno no Brasil: a importação de mão de obra estrangeira de alto nível, que aporta no país para trabalhar sobretudo na exploração e produção offshore, como atesta nossa equipe de reportagem.
AVEVA anuncia parceria com o SENAI para treinar engenheiros de projeto no Brasil
Para o governo e para especialistas em legalização de estrangeiros, o fenômeno se deve à crescente onda de investimentos na indústria petrolífera, e também à recente consolidação da economia nacional. Não sabem dizer ao certo se o fato é passageiro, mas os profissionais brasileiros começam a abrir o olho. A dobradinha capital e trabalho parece que também será decisiva na definição do que a indústria petrolífera offshore poderá dar de retorno à sociedade brasileira. Por enquanto, o que podemos dizer, assim como o tema de capa desta revista, é que o futuro do pré-sal é enigmático.
26 Demanda por mão de obra qualificada está em alta na área petrolífera 28 O desafio de recrutar profissionais qualificados para atender a demanda do setor de óleo e gás 31 Processo seletivo exige múltiplas habilidades de candidato e até empatia com entrevistador 32 Adaptação é a palavra-chave para profissionais offshore
A difícil arte de formar o líder vindo da carreira técnica
Marco Antonio Monteiro EDITOR
MAGAZINE
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Boa leitura a todos.
GUI@OFFSHORE
20 Uso de mão de obra estrangeira avança velozmente na área petrolífera
35 Redação: Marco Antonio Monteiro (Editor), Regina Teixeira, Thais Fernandes (Repórteres), Luiz Eduardo Velloso (Fotógrafo) Marina Lazzarotto (Pesquisa) Colaboradores (Artigos): Silvio Celestino e Adriano Bravo Arte e Diagramação Lourenço Maciel Publicidade / Comercial: José Zille (
[email protected]) Telefone da Redação (21) 2240-5077 – Email:
[email protected]
Endereço (sede própria): Rua Evaristo da Veiga, 35 sala 1512 – Centro – Rio de Janeiro – CEP 20031-040 A revista Gui@offshore Magazine é uma publicação da editora MCM Comunicação Ltda, proprietária do portal Gui@offshore (www.guiaoffshore.com.br). A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte endereço: http://www.guiaoffshore.com.br/revista_gm.pdf
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FINANÇAS
O enigma da capitalização da Petrobras Administração de gigantesco volume de recursos e política partidária nunca combinaram muito no Brasil. E justamente neste momento, no calor do debate préeleitoral, tenta-se definir o processo de capitalização da Petrobras, tido como maior da história da economia mundial, que se dará por meio de cessão onerosa pela União de 5 bilhões de barris. A sua conversão em dinheiro que, para analistas de mercado, poderá chegar a até US$ 50 bilhões, servirá para a estatal deslanchar investimentos superiores a US$ 220 bilhões até 2014. De um lado, a Petrobras, respaldada por seus acionistas minoritários e mercado financeiro em geral, defende uma operação rápida, precisa e pelo menor valor possível a ser pago por barril, para garantir a participação de todos no lançamento das ações. Do outro, o governo federal, com a chance única de aumentar consideravelmente sua fatia no capital da empresa e respaldar o Tesouro Nacional por esta operação bilionária. Ambos representam os papéis claros no jogo mercantil. O vendedor quer receber mais e o comprador, pagar menos. Mas mais do que isso, ambos estão de olho em como os valores podem suscitar ações judiciais e estender para tribunais uma discussão feita a portas fechadas entre os protagonistas. Enquanto estas incertezas não se dissipam, as ações da companhia estão estagnadas e a Petrobras foi a petroleira que mais perdeu patrimônio depois da BP este ano. No caso da britânica, o acidente no Golfo do México fez com que suas ações despencassem nos últimos meses e a empresa reduzisse em quase 10% seu patrimônio. Já Petrobras, que tem ações cotadas na casa dos
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R$ 26 – menos de um terço do que projetavam analistas para esta época, quando foi anunciada a descoberta do pré-sal – teve uma redução em torno de R$ 60 bilhões em seu capital desde janeiro. O valor equivale ao patrimônio de um banco do porte do Bradesco. Eric Conrads, gerente de hedge na Cidade do México, destaca em relatórios que para cada dólar que se negocia o preço do barril, “estamos falando de bilhões” que serão movimentados mundo afora. “É preciso mais cuidado e mais transparência”, cobra. Também em relatório sobre sua percepção no país, Christopher Palmer, gerente para países emergentes da Gartmore Investment lembra que o que está “comendo” as ações da Petrobras é o elevado nível de intervenção política. “Isso implica uma considerável perda de credibilidade junto ao mercado financeiro”, comenta. Para aproveitar um jargão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e homenageá-lo em seu final de mandato, "nunca antes na história deste país" se viu um período com discussões político-econômicas tão aquecidas. Tanto a Petrobras, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) – que representa o governo – contrataram consultorias independentes para a avaliação do valor da área que será repassada na cessão onerosa. Este valor, que até o final da edição não havia sido concluído é a base de sustentação do processo de capitalização da companhia. Consenso do mercado, este valor poderia ficar entre os US$ 5 e US$ 10. Na Petrobras, segundo fontes, o máximo a ser pago seria US$ 6. Na ANP, julgam os entendidos, não daria para ser menos de US$ 10. Considerando cinco bilhões de barris a serem repassados, o valor a ser recebido pelo governo, variaria entre US$ 25 bilhões e US$ 50 bilhões. A Petrobras pode lançar ações até no máximo US$ 80 bilhões. Se o valor definido ficar na mínima, o governo teria recursos apenas para bancar uma parcela inferior aos 30% que correspondem a sua atual fatia no capital da empresa. Neste caso teria que recorrer ao Tesouro para emissão de novos títulos para o pagamento de uma parcela extra. No caso do valor máximo, o governo teria condições de usar todos os recursos recebidos na cessão onerosa, elevando a participação no capital da estatal em mais de dez pontos porcentuais.
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“Isso não é bom para a Petrobras pelo fato de propiciar uma entrada menor de recursos dos acionistas privados, na forma de dinheiro e não de títulos públicos, não resolvendo a contento o problema da capacidade de investimentos da empresa”, sinaliza o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. A Petrobras precisa buscar no mercado caixa para cumprir seus investimentos de no mínimo US$ 224 bilhões nos próximos cinco anos. Além de caixa direto, a capitalização deverá aumentar o patrimônio líquido da empresa o que permitiria a ela tomar novos financiamentos sem comprometer índices de boa governança corporativa e não ameaçar uma eventual perda do grau de investimento obtido a duras penas junto a três agências de risco. “Com a Dilma disparando nas pesquisas, tudo o que menos o governo quer é deixar arestas para que uma discussão deste porte atravanque as eleições”, confidenciou uma fonte próxima da campanha da candidata Dilma Rousseff. A ordem, ao que se sabe a bocas pequenas é parar a capitalização se ela manchar de tintas mesmo que minimamente a campanha de Dilma.
temendo que a operação fracasse tanto por divergências de preços entre as consultorias da ANP e da estatal, quanto por ações judiciais, e mesmo indisponibilidade de fundos estrangeiros a participar da negociação. Porém, se a Petrobras não realizar rapidamente este lançamento de ações terá duas saídas: reduzir investimentos ou aumentar a dívida. Se optar pela última, perde seu grau de investimentos, e com ele os benefícios de tomar financiamentos com melhores condições. Ou seja, só resta à companhia reduzir os investimentos e isso implica cortar as duas refinarias Premium, destinadas ao Maranhão e ao Ceará, que consumiriam investimentos de US$ 20 bilhões e são alvo de duras críticas do mercado financeiro. Na opinião de analistas, tratase de um gasto muito alto em projetos com retorno baixo. “O grande foco da Petrobras no refino é difícil de entender”, resumiu o analista de petróleo do Credit Suisse, Emerson Leite, em relatório enviado a clientes.
Mesmo para especialistas, que discordam da tese dos analistas sobre não investir em refinarias, a escolha do local é questionável. “É justificável que o Brasil invista em refinarias, mas por que em tantas e por que justamente naquela região? Isso é uma decisão política que pode ser questionada”, comentou o consultor Luiz Henrique Sanches, ex-diretor comercial da refinaria de Manguinhos, no Rio, a única de controle privado no Brasil. Em junho, o próprio presidente declarou haver ordenado a construção de refinarias no Nordeste, contrariando a orientação técnica defendida pelos dirigentes do grupo. “O governo é majoritário e deve aumentar sua participação na empresa. Portanto, manda e influencia. Mas o que o mercado quer saber é até quanto esta influência prejudica a valorização da empresa enquanto companhia de capital aberto. É preciso transparência e decisões baseadas em conceitos técnicos para que esta visão não se torne cada vez mais turva”, avaliou Eduardo Roche, analista sênior da Asset Manager.
O tom não é menos preocupante do outro lado da mesa. Os coordenadores da campanha de José Serra garantem: querem adiar ao máximo esta capitalização. “Se houver uma vitória do partido, o novo marco regulatório deixa de existir. Não há porque pressa em negociar assuntos tão sérios para o futuro do país ao apagar das luzes de um governo”, garante um assessor. Aí entra o segundo fator desconcertante em matéria de capitalização: o prazo. Por enquanto, o lançamento das ações está previsto para ocorrer em meados de setembro e a conclusão da operação no final do mês, a três dias da eleição. Isso se não houver uma ordem direta do presidente Lula. Fontes afirmam que o ministro Guido Mantega agiu diretamente para pedir a Lula por um adiamento,
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INVESTIMENTO
A hora e a vez das microempresas no BNDES Por Regina Teixeira
As perspectivas futuras de negócios que se descortinam com a prospecção
ano para aquisição de máquinas e equipamentos, o
do pré-sal não têm escala de comparação com nenhum outro setor. Segundo
PSI terá vigência até 31 de dezembro deste ano.
estimativas de analistas, o volume de investimento pode ultrapassar a cifra
Do início de 2008 até o fim do primeiro semestre
de US$ 40 bilhões, considerando somente a primeira fase de exploração dos
deste ano, a participação dos empréstimos concedidos
campos que abrigam as maiores reservas, como Tupi e Iara, na Bacia de
pelo BNDES às micro, pequenas e médias empresas
Santos, em São Paulo. Isso faz com que as estimativas de crescimento da
é pouco inferior aos financiamentos concedidos aos
demanda do setor petrolífero por fornecedores de equipamentos, de peças e
dez maiores clientes da instituição. Os dez maiores
serviços também aumentem vertiginosamente, gerando muitas oportunidades
tomadores de recursos junto ao banco responderam
de trabalho, inclusive para as MPMEs (micro, pequenas e médias empresas).
por 27,8% das contratações e por 28,6% dos
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o
desembolsos totais do Banco, entre janeiro de 2008 e
principal banco de financiamento de longo prazo do país, é o agente mais
junho de 2010.
ativo das MPMEs. O volume de recursos destinados pelo banco, de janeiro
Excluindo-se do cálculo o empréstimo excepcional de
a julho deste ano, somente para esse segmento de empresas, é significativo.
R$ 25 bilhões concedido à Petrobras em 2009, para
Em apenas sete meses, a instituição realizou 299 mil operações as empresas
fazer frente crise internacional, o peso das MPMEs
de menor porte, representando 92% do volume total de operações realizadas
sobre o total dos desembolsos do BNDES supera o
pelo banco no período. Em valores, isso equivale a R$ 25,6 bilhões (35% do
dos dez maiores clientes do Banco. Enquanto os re-
total de R$ 72,6 bilhões desembolsados pelo BNDES nos primeiros sete
passes aos grandes grupos atingiu 21,8% do total, as
meses do ano) e já supera os R$ 24 bilhões liberados pelo banco às MPMEs
MPMEs ficaram com 25,7% das liberações entre
em todo o ano passado, quando foram efetuadas 367 mil operações com
janeiro de 2008 e junho de 2010.
essas empresas. Para 2010, as estimativas de desembolsos totais do BNDES ultrapassam R$ 130 bilhões.
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Em termos relativos, o BNDES mantém, desde 1996, padrão estável em seus empréstimos por porte de
O PSI (Programa de Sustentação do Investimento), implementado pelo
empresa. Ou seja, nos últimos 15 anos, o banco vem
BNDES, tem tido um importante papel na expansão do crédito. Isso contribui
destinando, em média, recursos em um patamar infe-
para que o banco aumente seu apoio às MPMEs e a abrangência de seus
rior a 30% de seus desembolsos totais aos seus dez
empréstimos. O PSI foi lançado em meados do ano passado para garantir a
maiores clientes, com alguns períodos excepcionais
oferta de crédito e, com isso, a manutenção dos investimentos diante da
de alta, como o influenciado pelo crédito à Petrobras.
conjuntura de crise internacional. Com taxas de juros atrativas de 5,5% ao
A tendência atual, no entanto, é de desconcentração,
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devido à maior abrangência do crédito do
desenvolvimento tecnológico dessas
assume o risco de crédito da operação
BNDES, proporcionada principalmente
indústrias, por meio das linhas de crédito
perante o BNDES (operações de menor
pelo PSI.
voltadas à inovação, que têm taxas de juros
porte, em geral nas linhas Finame (linha
muito competitivas, instrumentos
de crédito muito utilizada pelas
importantes para a capacitação das
pequenas e médias empresas, localizadas
MPMEs”, ressalta o especialista do
em qualquer região do país), BNDES
BNDES. Dependendo da linha de crédito,
Automático e Cartão BNDES.
como a de inovação tecnológica, a taxa de
O Cartão BNDES, mecanismo de crédito
juro é fixa em 4,5% ao ano.
exclusivo às MPMEs, permite limite
específico para MPMEs fornecedoras do
O gerente do Departamento de Gás e
máximo de crédito de R$ 1 milhão por
setor petrolífero, as políticas operacionais
Petróleo explica que as empresas
banco emissor (atualmente Banco do
interessadas em obter financiamento do
Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF),
BNDES têm duas possibilidades para
Bradesco, Banrisul e Nossa Caixa).
pleitear recursos: podem fazer isso de
Os prazos de financiamento variam de
forma direta ou indireta. A primeira
acordo com a linha de crédito utilizada.
opção é quando a instituição
No Cartão BNDES, por exemplo, o
libera recursos diretamente para o
parcelamento pode ser feito em até 48
empreendedor; são geralmente operações
meses. Já no Finame e no BNDES
de financiamento acima de R$ 10
Automático, esse prazo se estende até 60
milhões. Na maioria desses casos, a
meses, incluindo carência de seis meses.
“O fortalecimento das pequenas e médias empresas é prioridade no BNDES”, ressalta o gerente do Departamento de Gás e Petróleo, Vinícius Samu de Figueiredo. Ele explica que embora o BNDES não possua programa de financiamento
já contam com linhas de crédito que atendem às necessidades dessas empresas, pois as condições para esse segmento de empresas são consideradas as mais atrativas do Banco: TJLP (atualmente em 6% ao ano, mais 0,9% ao ano de spread básico). As MPMES são isentas do pagamento de taxas de intermediação financeira do BNDES.
opção é a linha Finem, destinada à
Para
Segundo Samu de Figueiredo, o BNDES
realização de projetos de implantação,
empreendedor deve se dirigir ao banco
terá recursos para apoiar a demanda
expansão e modernização, incluída a
credenciado para a linha correspondente
adicional decorrente dos projetos
aquisição de máquinas e equipamentos
e lá buscar as informações sobre a
envolvendo o pré-sal, embora não exista
novos de fabricação nacional. Já a forma
documentação necessária para obter os
ainda uma estimativa sobre a dimensão
indireta de financiamento é obtida via
recursos - elas variam de acordo com a
disso. “O Banco tem entre suas
um agente financeiro credenciado que
instituição financeira.
prioridades o fortalecimento e o desenvolvimento da indústria nacional”, diz ele. O aumento do índice de nacionalização das encomendas da Petrobras é uma política de governo e está associado ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Promimp (Plano Nacional de Qualificação Profissional), que conta também com a participação do BNDES. Estão sendo mapeados os segmentos industriais que apresentam maior potencial de desenvolvimento. “O banco está disponível e tem recursos suficientes para financiar investimentos em capacitação, implantação, expansão e
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Estaleiro Atlantico Sul - Promef
pleitear
financiamento,
o
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FMM prevê repassar R$ 15 bilhões O volume de desembolso aguardado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), destinado a projetos de financiamento ao setor naval – a maior parte deles relacionados direta ou indiretamente ao segmento de petróleo - chega a R$ 15 bilhões. Esse montante foi anunciado em dezembro de 2009 pelo comitê do Fundo. Segundo informações do BNDES, grande parte dessa demanda deve ir para o Banco, que é o principal agente repassador de recursos do FMM. Vários setores poderão obter financiamento, pois há projetos para construção e modernização de embarcações de apoio, de carga em geral, cabotagem e longo curso, embarcação de transporte de passageiros, navegação de interior e estaleiros, embarcações de apoio marítimo offshore , embarcações de apoio portuário, rebocadores, balsas, embarcações pesqueiras, embarcações de pesquisa hidrográfica e oceanográfica, e embarcações da Marinha do Brasil, além de arsenais e bases navais.
nenhuma nova linha específica para financiar investimentos do pré-sal. Porém, determinados projetos, com grande valor unitário (por exemplo, sondas e FPSOs), poderão ser objeto de estruturação financeira especial. A perspectiva é de aumento na demanda de recursos de financiamento em função do grande número de projetos a serem executados - sondas, plataformas de produção e embarcações de apoio marítimo. A Petrobras já abriu licitação para fornecedores de sondas. Em relação a taxas de juros e carências para o setor naval, as regras atuais atendem os projetos do FMM priorizados a partir de dezembro de 2009. Deve-se ressaltar que o custo financeiro dos financiamentos compreende as seguintes alternativas: variação do dólar americano; Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6% ao ano, ou uma combinação dos dois anteriores.
De acordo com o BNDES, as liberações de recursos a projetos apoiados pelo FMM foram crescentes nos últimos cinco anos. Em 2005, o volume de desembolso atingiu R$ 393,7 milhões. A estimativa em 2010 é que o montante de liberação chegue a R$ 1,7 bilhão para o setor. Veja no gráfico a seguir a evolução dos desembolsos ano a ano. A carteira ativa de projetos do BNDES , com recursos do FMM, soma R$ 11,4 bilhões , englobando operações contratadas e em liberação, Aí estão somados os projetos do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef 1), da Transpetro, a subsidiária de logística e transporte da Petrobras, além de plataformas, navios de apoio, embarcações de navegação de interior e estaleiros. Desse total, R$ 9,2 bilhões deverão ser desembolsados ao longo de três anos, à medida da construção do bem financiado. O BNDES está financiando a expansão da frota
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A área técnica do BNDES está realizando estudos para avaliar quais seriam as ‘’dimensões ideais’’ de um parque de construção naval para o Brasil. A condição básica considerada pelos técnicos do banco é a garantia de sustentabilidade de longo prazo da indústria naval brasileira. A preocupação é evitar super-dimensionamentos de estaleiros e de capacidade de produção, diante da corrida de investimentos a ser gerada pelo pré-sal. Com isso, o banco quer evitar equívocos do passado, como os ocorridos em décadas anteriores, quando o Brasil viveu um “boom” de investimentos no setor, chegando a empregar mais de 40 mil pessoas no segmento naval, e, em seguida, essa indústria entrou em colapso.
da Transpetro no âmbito do Promef 1, que licitou 23 navios–
Em termos de financiamento, a grande parte dos recursos para o setor naval é proveniente do Fundo da Marinha Mercante (FMM) e o BNDES busca atender a demanda de projetos apresentados. Segundo Samu de Figueiredo, a princípio, não está sendo criada
construção dos sete navios. O Promef II prevê a construção de
tanque. Os financiamentos do BNDES a este programa atingiram R$ 4,7 bilhões, montante em fase de desembolso. O BNDES aprovou em julho deste ano um financiamento para a construção das primeiras embarcações do Promef II, da Transpetro. Foram aprovados R$ 2,6 bilhões, provenientes do FMM, para a aquisição pela subsidiária da Petrobras de sete navios-tanque, encomendados ao estaleiro Atlântico Sul (em Pernambuco). Paralelamente, o Banco aprovou crédito de R$ 1,3 bilhão ao estaleiro Atlântico Sul para financiar parte da 26 navios-tanque. Grande parte dessa demanda deve ir para o BNDES. Todo esse volume de recursos reforça a atual conjuntura de reaquecimento da indústria naval brasileira.
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INVESTIMENTO
Caixa cria linha de R$ 2 bilhões para financiar a área petrolífera Por Regina Teixeira
Instituição pretende oferecer crédito para estaleiros com filiação ao Fundo da Marinha Mercante
investimento das médias e grandes empresas. Segundo Rangel, será lançado, em breve, um produto de capital de giro voltado para as empresas participantes da cadeia do setor petrolífero. Ele não precisou a data de lançamento do produto. Rangel explica que prazos dos financiamentos da Caixa são condizentes com a natureza das operações
A Caixa Econômica Federal entrou com todo gás no promissor mercado de investimentos do setor petrolífero. Só para dimensionar a importância hoje do setor, a Caixa Econômica criou uma superintendência regional para atender exclusivamente a cadeia de petróleo. A nova divisão tem recursos da ordem de R$ 2 bilhões em projetos concluídos ou em análise para este ano, informa o superintendente regional do Banco Edalmo Porto Rangel. Os bancos públicos, Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES, estão todos direcionados para um setor que receberá US$ 220 bilhões em investimentos apenas da Petrobras. A cadeia produtiva de óleo e gás reúne em torno de 80 mil empresas. E existe por parte do Governo federal todo um interesse de impulsionar esse mercado. Um episódio recente que confirma esse engajamento aconteceu em junho deste ano, quando a Caixa emprestou R$ 2 bilhões à Petrobras, por meio de uma nota de crédito à exportação. A operação foi identificada pelo Banco Central coma uma das grandes transações que puxaram os dados de crédito às empresas em junho. Segundo informações da Caixa, o foco, em um primeiro momento, são as pequenas e médias empresas. Mas a instituição também pretende concluir, em breve, a filiação ao FMM (Fundo da Marinha Mercante), para financiar operações de grande porte, como estaleiros. "Começamos a estudar os projetos e avaliar prazos, carência e taxas", continua Rangel.
contratadas pelas empresas. O passo a passo para obtenção de financiamento não difere muito das demais instituições estatais financeiras. Para conseguir uma linha de crédito, a empresa precisa ser aprovada pelo modelo de risco Caixa e deve estar em dia com suas obrigações contraídas no sistema financeiro. As linhas de investimento possuem carência e prazo para amortização de até 120 meses. O prazo da carência é de acordo com a necessidade do projeto financiado pela Caixa. As linhas de capital de giro têm prazo de até 36 meses, e a forma de amortização é adequada ao fluxo de caixa da empresa. Para dar conta da nova missão, a Caixa prepara o primeiro empréstimo da sua história com créditos a performar. "A área de risco está avaliando como fazer isso. Temos três pilotos com empresas para testar a solução. Até setembro devemos começar a usar a nova modelagem tanto com recursos próprios quando de repasses do BNDES", avisa Rangel. Ainda assim, esses
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Demanda do pré-sal
recursos não serão suficientes, diz ele. A Caixa também
Somente para atender a demanda do pré-sal, a Caixa desenvolveu um produto de crédito de longo prazo com recursos próprios para suprir a necessidade de
estuda formas alternativas de funding. "Mesmo se os bancos se unissem, o crédito típico apenas não seria
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suficiente para financiar os investimentos do pré-sal.
34,2% em setembro de 2008, chegasse a 40% em setembro de 2009. Para
Vamos ter de buscar recursos no mercado de
2010 as perspectivas são ainda melhores.
capitais, com outra engenharia financeira", afirma. O primeiro Fundo de Investimento em Participações (FIP), de R$ 400 milhões, já está em operação para financiar a construção de sondas. Um novo fundo, de R$ 1,5 bilhão, deve sair até setembro, com aplicações de investidores institucionais, para atuar em todo o setor de óleo e gás.
Crédito em alta
Outro projeto grande envolvendo a participação da Caixa está ligado ao desenvolvimento das regiões contempladas com a extração de petróleo. A estatal quer fomentar o desenvolvimento urbano das regiões com exploração de petróleo para evitar que o fenômeno de degradação ocorra nas cidades onde a exploração será intensa. Para isso o objetivo é financiar a infraestrutura e a habitação em locais onde serão construídos estaleiros e complexos petroquímicos, como Suape, Rio Grande, Niterói, Natal, Salvador, entre outros.
líquido médio alcançou 25,8%. O Índice de Basiléia da CAIXA fechou o semestre em 17,1%, superior aos 11% mínimos exigidos pelo Banco Central
Ao alcançar no segundo trimestre de 2010 o lucro líquido de R$ 890 milhões (alta de 14,5% frente ao primeiro trimestre), o banco fechou o semestre com lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, variação de 44,1% em relação ao mesmo período de 2009. O patrimônio líquido consolidado atingiu R$ 14,3 bilhões ao final de junho, aumento de 5,9% no semestre, e o retorno sobre o patrimônio
do Brasil. A CAIXA está presente em todo o Brasil com uma rede de 36,2 mil unidades de atendimento. São 6,6 mil unidades próprias, entre agências, postos e salas de auto-atendimento, e 29,6 mil correspondentes bancários, incluindo 10,5 mil lotéricos.
O panorama de concessão de crédito envolvendo bancos estatais sofreu uma reviravolta em apenas um ano. Em 2009, a demanda por crédito entre as micro e pequenas empresas crescia a uma taxa de 26%, quando aconteceu o impacto da crise internacional. Isso acabou impactando as linhas de crédito para o setor. O resultado foi que, de um saldo de R$ 115,54 bilhões, em novembro de 2009, os financiamentos ao setor recuaram a R$ 112,78 bilhões, queda de 2,4%. Além da retração da economia, os empresários passaram a conviver com a desconfiança dos bancos, que restringiram limites de financiamentos pré-aprovados, aumentaram juros e as exigências de garantia, dificultando o acesso a novas linhas de crédito. Mas desde fevereiro de 2009 a determinação do Governo foi para que os bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES) tomassem a frente do mercado e fossem mais agressivos. Em agosto de 2009, os empréstimos de até R$ 100 mil, usados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) como referência para avaliar o crédito às pequenas e micro empresas, já somavam R$ 120,08 bilhões, uma alta de 6,47% no ano. O avanço dos bancos estatais, diante da retração das instituições privadas, fez com que a participação dessas instituições do mercado de crédito, que era de
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BB financia até 90% do valor do projeto da indústria naval Por Regina Teixeira
Maior banco público do país, o Banco do Brasil criou, em junho deste ano, uma área específica para analisar projetos de infra-estrutura na área de petróleo e gás. “A necessidade de investimentos para viabilizar a exploração de
Recursos são repassados pelo Fundo da Marinha Mercante. Em 2009, o banco financiou seis projetos vinculados à indústria naval e à infraestrutura portuária por meio do FMM
petróleo na camada do pré-sal representa um aumento de demanda”, afirma o diretor de crédito
indicam que o volume de crédito vem tomando corpo. Em 2009, o BB
do BB, Walter Malieni. Além do BNDES (Banco
financiou seis projetos relacionados à indústria naval e à infra-estrutura
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
por meio do FMM, totalizando R$ 367,8 milhões em
o BB também é um dos repassadores dos recursos
desembolso. Com isso, a carteira do FMM chegou a R$ 680,5 milhões em
do Fundo da Marinha Mercante (FMM). “Esses
dezembro, evolução de 117,6% em relação a dezembro/2008. “No que diz
recursos financiam indiretamente as médias e
respeito ao valor a ser financiado com recursos do FMM pode se chegar a
pequenas empresas que fazem parte da cadeia
90% do solicitado”, destacou Malieni.
produtiva da indústria naval”, ressalta o diretor.
Segundo o diretor de crédito do BB, o FMM é a fonte convencional para
O BB passou a ser repassador de recursos do
financiamento à marinha mercante e à construção naval. “Os projetos que
FMM para a área de petróleo e gás, em 2007.
recebem recursos do Fundo são priorizados pelo Conselho Diretor do
De acordo com resultados apurados nos primeiros
Fundo da Marinha Mercante, em reuniões anuais ou, excepcionalmente,
três meses deste ano, chegou a R$ 2 bilhões o
semestrais”, explica.
saldo de empréstimos realizados pela instituição.
Mas existem alternativas de captação de recursos, além das clássicas. Uma
O Banco do Brasil dispõe ainda R$ 2,5 bilhões em
alternativa de financiamento às pequenas e médias empresas da cadeia de
operações com funding do FMM - recentemente
petróleo e indústria naval poderia ser feita com uma modalidade do BB
capitalizado pela União.
chamada Adiantamento a Fornecedores (AF). Trata-se de uma operação de
Como um dos agentes financeiros do FMM, o BB
antecipação de pagamento a fornecedores e que funciona como um capital
repassa
os
de giro para financiar a produção de um bem ou serviço já negociado com
pelo
a empresa compradora. Esse tipo de operação permite a uma empresa âncora,
Conselho Diretor do Fundo. Os números
líder de uma cadeia produtiva, oferecer aos seus fornecedores uma
recursos
projetos prioritários
12
portuária
de
acordo
com
determinados
GUIA AOFFSHORE
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13
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PRODUTOS & SERVIÇOS
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alternativa de financiamento da produção
é equivalente à Taxa de Juros de Longo
exigências de equipamentos mais
mais competitiva, sem impacto no seu
Prazo - TJLP e/ou índice de variação da
sofisticados “, disse . “Trata-se de um
fluxo de caixa.
taxa de câmbio calculado com base
novo ciclo produtivo neste setor, que tem
Os prazos de financiamento para se
nas cotações de venda do dólar dos EUA,
uma longa cadeia produtiva”, disse na
buscar crédito no BB depende de diversos
divulgadas pelo Banco Central do Brasil.
ocasião Malieni.
fatores. No processo de análise são consideradas as características do cliente e da operação. No caso do AF, o pré-
O estudo setorial do Banco do Brasil teve como referência as encomendas licitadas,
Potencial maior do pré-sal
contratadas e em construção em
requisito é que a empresa âncora
No início de 2010, o BB divulgou na
estaleiros brasileiros. Globalmente, o
celebre convênio com o BB para esse fim.
imprensa a avaliação de um longo estudo
setor contabiliza 424 encomendas até
Segundo Milieni, a solução financeira
setorial que fez sobre as perspectivas do
2020, das quais 146 seriam de apoio para
”Adiantamento a Fornecedores” não
setor naval e as oportunidades que a
atuação offshore, 47 plataformas, 164
tem orçamento determinado. “Trata-se
instituição terá em participar desses
navios offshore, 46 navios tanques, 28
de uma linha de financiamento com
projetos até 2020. O estudo, que
sondas (as sondas têm previsão para
a
consumiu noves meses de trabalho,
operar a partir de 2013). Além disso,
antecipação de valores de bens entregues
provou que o potencial de investimentos
quatro estaleiros brasileiros estão
e serviços prestados”, diz.
no pré-sal seria bem maior que as
preparados tecnicamente para construir
Em relação aos encargos financeiros,
estimativas
Foram
plataformas. Os estados brasileiros que
são
quesitos:
consideradas as especificidades da
serão mais agraciados com a injeção de
como características do cliente e também
exploração do petróleo, em áreas ainda
investimentos são: Rio de Janeiro, Rio
da operação. O custo financeiro do FMM
mais profundas e também houve
Grande do Sul e estados do Nordeste.
recursos próprios,
avaliados
destinada
alguns
anunciadas.
Navio plataforma FPSO Petrojarl Cidade de Rio das Ostras
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INVESTIMENTO
Petrobras quer ampliar sua base de fornecedores entre as micro e pequenas empresas Por Regina Teixeira
Cadastro corporativo tem mais de 5 mil fornecedores qualificados, mas que seriam insuficientes para atender toda a demanda que surgirá com a perfuração dos campos do pré-sal
se aos cursos de qualificação profissional, oferecidos em parceria com o Sebrae, ou de iniciativa do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (de Prominp), lançado pelo governo federal em 2003. A partir do momento em que as empresas fornecedoras entregam todas informações requeridas no processo de cadastro da Petrobras, a avaliação leva, em média 30 dias. Nos casos onde se faz necessária visita técnica de avaliação, este prazo é de 60 a 90 dias. As principais exigências para avaliação
Diante do excelente panorama de oportunidades de trabalho que se abre com
das empresas estão contempladas em cinco critérios
a perfuração dos campos do pré-sal, fornecedores de equipamentos, peças e
de avaliação, onde são verificados aspectos
serviços do setor petrolífero estão de olho no cadastro da Petrobras. As
Econômicos, Legais, Técnicos, de SMS-Saúde, Meio
micro, pequenas e médias empresas também querem fazer parte desse
Ambiente e Segurança Operacional, e também os
universo. A Petrobras planeja investir, até 2014, em torno de US$ 220
aspectos Gerenciais. Este processo é feito a partir do
bilhões na exploração de petróleo. Sendo que mais de US$ 100 bilhões serão
Portal de Cadastro (acesso pelo site da Petrobras/
aplicados nas atividades de prospecção da camada pré-sal. De acordo com a
Canal Fornecedor), onde estão detalhados todos os
área de materiais da estatal, atualmente o cadastro corporativo possui 5.300
requisitos e etapas do processo
fornecedores qualificados. Número insuficiente para atender toda demanda
No entanto, para concorrer a uma oportunidade de
que surgirá com a perfuração dos campos. A área de materiais informou que
compor também essa lista de fornecedores, as
para atender essa demanda a Petrobras precisará aumentar sua base de
empresas precisam preparar-se para as exigências da
fornecedores.
companhia na qualidade do produto ou serviço
O primeiro passo para as empresas interessadas em se tornar fornecedoras
oferecido. Além disso, as informações contábeis e
da Petrobras é acessar o portal de cadastro (http://cadastro.petrobras.com.br/
fiscais também precisam estar em dia. Para orientar e
portal/), que inclui informações sobre o nível de exigência para a venda de
adequar as empresas candidatas, existe um canal de
bens e serviços à estatal. Uma vez incluída na base, a empresa pode candidatar-
orientações do Prominp, que é coordenado pelo
15
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Ministério de Minas e Energia (MME).
do pré-sal terão maior peso na produção
recursos serão destinados à entrada em
As empresas podem se cadastrar no site
somente depois de 2014. Agora, a
operação da Refinaria Abreu e Lima (PE);
www.prominp.com.br.
empresa tem como foco aperfeiçoar a
as obras da refinaria Premium I e a
produção em áreas que já contam com
primeira fase do Complexo Petroquímico
estruturas em operação.
do Rio de janeiro (Comperj), que ganhou
treinamento de profissionais de níveis
O objetivo da companhia é de ter 26
mais uma refinaria com capacidade de
básico, médio, técnico, inspetor e supe-
sondas em operação até 2014 e 53 até
produzir 165 mil barris de petróleo por
rior, para atender a demanda de mão-de-
2020, além de 504 barcos de apoio até
dia (bpd) para produção principalmente
obra qualificada oriunda do grande vol-
2020 (254 em 2009). A área de
de diesel. "Com esses investimentos, a
ume de investimentos projetado pelas
Abastecimento (refino, transporte e
carga fresca processada no Brasil em
operadoras de petróleo e gás do País.
comercialização-RTC) vai receber
2014 s e rá de 2,3 milhõe s bpd",
investimentos de US$ 73,6 bilhões. No
informou a Petrobras. Mesmo com o
plano anterior foi de US$ 43,4 bilhões.
crescimento do refino, a estatal prevê
Esse volume de recursos inclui também
exportar quase um milhão de barris por
os projetos de novas refinarias da
dia de petróleo até 2014.
O Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP) do Prominp visa o
Os candidatos aprovados para os cursos, após o término do treinamento, serão eventualmente aproveitados pelas empresas fornecedoras de bens e serviços do setor, que são as grandes demandadoras
A meta para a produção de petróleo em
Como comparação, a área de Exploração
2014 é de 3,9 milhões de barris de óleo
e Produção (E&P) passou de 59% dos
equivalente por dia e em 2020, de 5,4
recursos totais no plano anterior para 53% Plano de metas
milhões de boe/d.
agora. Abastecimento, que inclui refino,
2014 está prevista a segunda etapa do
O Plano de Negócios 2010-2014 da
subiu de 25 para 30% do total.
Comperj, com capacidade de 165 mil bpd
Petrobras, lançado em junho, prevê
Quando anunciou Plano de Negócios
para
investimentos de US$ 224 bilhões. Isso
2010-2014, a empresa informou que além
petroquímicos básicos, e ainda a Refinaria
equivale a uma média de US$ 44,8 bilhões
da ampliação de unidades existentes, os
Premium II.
de profissionais qualificados.
por ano. Este montante representa um aumento de 20% em relação ao Plano anterior, sendo US$ 31,6 bilhões referentes a novos projetos, dos quais 62% dedicados para a área de E&P (US$ 19,7 bilhões). O Plano de Negócios considera investimentos de 95% (US$ 212,3 bilhões) aplicados no Brasil e 5% (US$ 11,7 bilhões) no exterior, com uma taxa de conteúdo local totalizando 67%, o que significa um nível de contratação anual no País de cerca de US$ 28,4 bilhões. O plano é US$ 50 bilhões maior que o anterior, de US$ 174,4 bilhões (20092013), e ficou no teto da estimativa anterior da empresa, que previa investimentos entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões para o período de 2010 a 2014. As áreas
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companhia, que foram todos mantidos.
a
Para o período pós
produção
de
produtos
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NEGÓCIOS
Expansão do setor petrolífero impulsiona empresas a realizar novos investimentos Por Regina Teixeira
Com a indústria de petróleo pulsando, as empresas já bem estabelecidas no setor também estão revendo seus planos de investimentos a médio e longo prazos para aproveitar todas oportunidades de bons negócios que surgirão. E isso inclui também mão de obra mais qualificada. Entre essas empresas que não estão medindo esforços para aproveitar a onda de crescimento do setor petrolífero estão a OGX Petróleo e Gás Participações S.A, a EBSE – Engenharia de Soluções, e a Engevix. Integrante do Grupo EBX, capitaneado pelo empresário Eike Batista, a OGX é focada na exploração e produção de óleo e gás natural. Conta com equipe de profissionais altamente qualificados. Segundo fontes do mercado, no primeiro semestre deste ano, por exemplo, a Petrobras se ressentiu por perder parte de seu quadro de funcionários para a OGX. Eike Batista, considerado o 8º homem mais rico do mundo, de acordo com a Revista Forbes, já reiterou várias vezes o compromisso da OGX de fazer encomendas no país, gerando mais empregos e qualificando mão de obra. Em termos de prospecção, a empresa não poderia estar em melhor fase. “Os últimos meses foram marcados pelo importante progresso da campanha exploratória no sul da bacia de Campos, com novas descobertas de grande relevância, bem como o início de novo ciclo com a perfuração em três novas regiões: blocos mais ao norte da bacia de Campos e bacias de Santos e Parnaíba, sendo as duas primeiras já com sucesso. Também ampliamos nossa fronteira de atuação com a aquisição de cinco blocos exploratórios terrestres de grande potencial na Colômbia, mostrando que estamos capacitados para buscar oportunidades em
18
regiões de alto potencial para as quais tenhamos conhecimento diferenciado”, comentou Paulo Mendonça, Diretor Geral da OGX.
Investimento em Tecnologia Para complementar a boa fase da empresa, na primeira quinzena de agosto, Eike informou ao mercado a descoberta de "metade de uma Bolívia" em gás natural no Maranhão, na bacia do Parnaíba, volume que, segundo ele, garantiria pelo menos 25 por cento do consumo de gás no Brasil. Embora ressalte que são apenas estimativas, o empresário acredita que as reservas na região podem atingir 15 trilhões de pés cúbicos, quase dobrando as reservas atuais do Brasil. Segundo ele, a produção poderia chegar a cerca de 15 milhões de m³ diários ao longo de 40 anos, volume equivalente à metade que o gasoduto Brasil-Bolívia pode transportar diariamente. "É uma coisa especial e pode ter certeza absoluta que essa é uma nova província que se abre no país", disse Eike, que fez inclusive uma visita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 19 de agosto, para comunicar pessoalmente a descoberta. Como principais eventos para os próximos meses, Mendonça destaca o término das perfurações dos poços que seguem em andamento nas bacias de Campos, Santos e Parnaíba, assim como o início de mais catorze poços até o final de 2010. “Estão programados testes e estudos adicionais que serão realizados a fim de proporcionar um maior conhecimento dos prospectos perfurados”, informou Mendonça. A OGX tem blocos exploratórios nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba.
EBSE prevê investimentos de R$ 25 milhões Na EBSE – Engenharia de Soluções, um dos mais tradicionais fabricantes nacionais de equipamentos industriais – o cronograma de investimento é robusto. Com uma carteira de clientes que inclui entre as grandes empresas a Petrobras, a EBSE vislumbra com a prospecção do pré-sal perspectivas
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para os próximos cinco anos compõem esse orçamento”, ressalta Bonilha.
promissoras. A empresa pretende investir R$ 25 milhões nos próximos cinco anos para atender o setor. “As perspectivas são excelentes tanto em downstream quanto em upstream, diz o diretor superintendente da empresa, Marcelo Bonilha. Segundo o executivo, a EBSE está preparada para enfrentar os novos desafios. “Temos uma experiência de quase cem anos. Fabricamos tubos API, temos todas as certificações de qualidade, Selo ASME, ISO até 18.000. Contratamos e treinamos mão de obra jovem, agregamos novos conhecimentos através de parcerias com empresas experientes do exterior. Temos um parque fabril de mais de 100 mil m², próximo de uma ferrovia, uma rodovia e de portos. A Petrobras e outras empresas de grande porte confiam em nossa competência. E isto é muito importante”, exemplifica Bonilha. A previsão de crescimento do faturamento chega a 100% nos próximos cinco anos. “O mercado está bastante aquecido e isto nos garante um bom futuro. Precisamos trabalhar bastante para isso”, diz. Em setembro, a EBSE prevê inaugurar uma unidade em Pernambuco. Isso já visando o crescente mercado do nordeste. A região terá o Rnest, refinaria do Nordeste em construção, subsidiária da Petrobras; o Estaleiro Atlântico Sul, perspectiva de novas refinarias e além de outras grandes empresas que querem instalar-se por lá.
A respeito da mão de obra que todos os projetos devem demandar, o executivo diz que prevê contratações principalmente nas atividades de montagens, pois é uma unidade nova na empresa, em Pernambuco. “O objetivo é contratar e treinar pessoas da região”, avisa.
Engevix espera faturar 20% a mais Marcelo Bonilha - Superintendente da EBSE
Nicho de mercado Para atender o setor petrolífero, a EBSE tem um amplo portfólio com fabricação de tubos para condução de óleo, gás e derivados, pré-fabricação de spools, fabricação de skids, fabricação de equipamentos caldeirados, montagem de módulos e serviços de montagem eletromecânica. A política de investimento da empresa tem a tradição de buscar no mercado apenas o que for rigorosamente necessário. A EBSE em sua cultura tem o departamento de pesquisa e desenvolvimento bastante ativo. “Recentemente entregamos um separador para a plataforma P-55, da Petrobras, com aço cladeado. Tecnologicamente é um passo gigantesco. O pré-sal precisará muito desses equipamentos. Vamos usar recursos próprios. Os R$ 25 milhões previstos
A Engevix está envolvida com vários projetos de engenharia na área de petróleo e gás, alguns tendo a Petrobras como cliente. Segundo o diretor executivo da empresa, Gerson de Mello Almada, as perspectivas de negócios são boas. “Temos capacitação técnica em trabalhos na área de petróleo e gás”, ressalta o executivo que projeta em função da forte demanda do setor de petróleo aumento de faturamento da ordem de 20%. Entre os projetos de vulto em que a Engevix faz parte está o do Comperj – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Petrobras. Será construído numa área de 45 milhões de m², localizada no município de Itaboraí, com investimentos previstos em torno de US$ 8,38 bilhões. A empresa compõe o consórcio que reúne também a Skanska e a Promon. A obra começou este ano. Para atender o setor a empresa oferece serviços de engenharia, gerenciamento e EPC (equipamento de proteção coletiva).
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CAPACITAÇÃO
Formação de Profissionais com nível de excelência Thaís Fernandes
O crescimento da indústria brasileira de petróleo e gás natural resulta, em
Em 10 anos de atividade, Programa de Recursos Humanos da ANP gerou impacto direto na expansão da indústria do petróleo e gás natural no Brasil
grande parte, da competência e qualificação dos profissionais que se dedicaram, ao longo dos anos, ao trabalho nas mais diversas funções da cadeia petrolífera e ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram ultrapassar limites na prospecção e produção de petróleo e gás. A formação dessa mão-de-obra extremamente capacitada se deve muito à atuação do Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-ANP), que completou uma década no ano passado. O PRH-ANP foi implementado em 1999 com o objetivo de estimular a criação de especializações profissionais – e fortalecer as já existentes – em áreas consideradas estratégicas para atender às demandas da indústria do petróleo e gás natural. De acordo com Ana Maria Cunha, coordenadora de atividades do Programa, naquela época existiam no Brasil apenas 20 ou 30 cursos de especialização voltados para a área. O incentivo à formação de mão-de-obra especializada era uma resposta à expansão observada no setor após sua abertura à iniciativa privada, em 1997. Segundo Anália Francisca Martins, coordenadora de tecnologia e formação de recursos humanos da ANP, o PRH é um programa pioneiro no setor. Na década de 1970, existiu um programa similar voltado para a capacitação de mão-de-obra para a área de energia nuclear, mas ele não teve continuação. “Esse programa serviu de inspiração para o PRH”, diz. Para elaborar o Programa, a ANP identificou, junto às empresas, as áreas em que havia maior carência de profissionais qualificados. Então, por meio de um sistema de editais públicos, convocou as universidades a criarem disciplinas de graduação, mestrado e doutorado paralelas aos seus cursos originais voltadas para as necessidades do setor de petróleo e gás.
Anália Francisca Martins, coordenadora de tecnologia e formação de recursos humanos da ANP
20
Após a realização de três editais públicos (em março e outubro de 1999 e
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CURSOS & CARREIRAS
novembro de 2000), foram implementados por meio do PRH-ANP 36 programas de formação de recursos humanos em 23 instituições de ensino de nível superior espalhadas por 13 estados brasileiros (confira a lista dos programas no quadro 1). O PRH é administrado pela ANP e executado por essas instituições, que realizam processos seletivos para a escolha de alunos que receberão bolsas do Programa. “Hoje podemos dizer que o número de especializações no Brasil chega a 400”, estima Ana Maria Cunha. E avalia: “Diria que o PRH teve um impacto direto no crescimento do setor de petróleo e gás no país.”
Resultados expressivos Ana Maria Cunha ressalta que os programas do PRHANP hoje estão maduros e mostram resultados expressivos. Nesses 10 anos de atuação, o Programa já concedeu 4.586 bolsas e formou 2.933 alunos. Desse total, 2.208 ex-bolsistas foram alocados no setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Ao todo, mais de 170 empresas e instituições estão empregando atualmente esses profissionais. “O nível médio de empregabilidade é de 70%”, destaca. A maior parte dos profissionais consegue uma colocação na Petrobras, empresa que hoje emprega 234 ex-bolsistas do PRH-ANP. “Os bolsistas do PRH passam em grande número e nas primeiras colocações nos concursos da Petrobras”, diz. A própria ANP também absorve ex-bolsistas do PRH, que hoje totalizam 24 profissionais do quadro de pessoal da Agência. “Mas não podemos dizer que estamos
nacionais – sendo 26 prêmios Petrobras de Tecnologia – e 45 internacionais.
atendendo toda a demanda do setor porque ela é
O conhecimento gerado pelo Programa rendeu, apenas de janeiro a dezembro
grande”, ressalta.
de 2008, 104 artigos em publicações indexadas (que contam com corpo de
O sucesso do PRH-ANP também fica evidente quando
revisores) brasileiras e 86 em publicações estrangeiras, além de 30 livros
se considera o desenvolvimento científico e
publicados no Brasil e sete no exterior. Em relação a capítulos publicados em
tecnológico proporcionado e alavancado pelo
livros, foram 73 no Brasil e 42 no exterior. O número de patentes obtidas no
programa. Esse trabalho de excelente qualidade se
país somente no ano passado chegou a 11. “Os programas estão crescendo
reflete no número de prêmios recebidos por bolsistas: 135 ao todo até 2008. Desses, 90 foram prêmios
em qualidade e hoje estão estabilizados”, avalia Ana Maria Cunha. Segundo a coordenadora de atividades do PRH-ANP, os programas se
21
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CURSOS & CARREIRAS
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tornaram multidisciplinares e hoje se
“O PRH é um programa privilegiado,
Agora, segundo Ana Maria Cunha, a
alinham à quase totalidade da cadeia
porque
de
Petrobras está injetando recursos na
produtiva do petróleo. Apenas áreas
continuidade em relação aos recursos
implementação de um programa com o
mais recentes, como o pré-sal e
investidos”, diz Anália Francisca Mar-
mesmo formato do PRH técnico. “Essa
biocombustíveis, não estão cobertas.
tins. Segundo ela, a crise econômica que
parceria da ANP com a Petrobras acontece
“O pré-sal dará origem à maior demanda
afetou o mundo recentemente não
em uma área essencial para a formação de
para os próximos anos”, avalia Ana
impactou esse setor. “O PRH é, em grande
recursos humanos”, diz.
Maria Cunha.
parte, auto-sustentável. Seus 36
Para preencher essa carência, a ANP pretende ampliar o PRH. Está previsto o lançamento ainda em 2009 de um novo
não
tem
problemas
programas conseguem alavancar recursos de todas as fontes de financiamento brasileiras para petróleo e gás”, completa.
os
programas
atualmente
beneficiados pelo PRH-ANP, o maior número concentra-se na região Sudeste. Mas há uma exigência legal de que 40%
edital, que irá operar em 2010. As linhas a
Os recursos destinados ao PRH-ANP são
dos recursos sejam destinados às regiões
serem beneficiadas no novo edital já estão
aplicados na concessão de bolsas de
Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “A
estabelecidas e dão ênfase a temas de
estudo (de iniciação científica, mestrado
realidade dessas regiões hoje é
ponta. Além dos programas voltados para
e doutorado) e bolsas para o coordenador
completamente diferente do que era há 8
o pré-sal e os biocombustíveis, serão
de cada programa (que deve ser um pro-
anos”, afirma Ana Maria Cunha. De
contemplados aqueles relacionados a
fessor da instituição) e para um profes-
acordo com ela, a Universidade Federal
eficiência energética e fontes alternativas
sor-visitante (um profissional do mercado
do Rio Grande do Norte (UFRN), por
de energia e à saúde ocupacional do
que agregue conhecimento prático ao
exemplo, é a segunda instituição a
trabalhador da indústria do petróleo e gás
ensino). “O valor das bolsas é um dos
alavancar recursos do PRH-ANP para
natural. “Serão implementados mais 10
maiores do mercado”, destaca Anália Mar-
projetos de pesquisa – só perde para a
programas, mas ainda não estão definidos
tins. Também estão previstos recursos
Universidade Federal do Rio de Janeiro
o número de bolsas a serem concedidas e
para outros gastos, como material para a
(UFRJ).
o montante de recursos a serem aplicados”,
pesquisa, participação em congressos e
descentralizar a formação de recursos
diz Ana Maria Cunha.
cursos, pedidos de patentes e publicações
humanos”, comemora.
de livros. (Veja no quadro 2 o valor das bolsas)
Continuidade de recursos Até 2008, já foram investidos R$ 164.349 milhões nos programas do PRH-ANP. Esses recursos são direcionados pelo Fundo Setorial CT-Petro, que gerencia parte dos royalties pagos pela indústria do petróleo. Além disso, o PRH-ANP está sendo reforçado por recursos oriundos das próprias concessionárias do setor, que são obrigadas por lei a investir 1% de sua receita
bruta
em
pesquisa
e
desenvolvimento. Desse montante, 50% devem ser aplicados em instituições de pesquisa e parte desses recursos está sendo direcionada ao PRH-ANP.
22
Entre
“Estamos
conseguindo
Anália Martins destaca ainda o duplo benefício do PRH-ANP à indústria do
De 2001 a 2004, o PRH-ANP também
petróleo e gás natural. “Além do efeito
teve uma vertente técnica, em que
do Programa sobre a formação de mão-
trabalhou com oito centros federais de
de-obra especializada para o mercado, há
educação tecnológica (Cefets). Nesse
o impacto sobre o desenvolvimento
caso, o financiamento era feito apenas pela
científico e tecnológico do setor”, afirma.
ANP, mas sofreu contingenciamento, o
E conclui: “É sem dúvida um programa
que levou à interrupção do programa.
de sucesso.”
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ENTREVISTA
Uso de mão de obra estrangeira avança velozmente na área petrolífera O bom momento da economia brasileira acabou criando um quadro de
Especialista em legalização de estrangeiros considera que situação se deve ao aumento dos investimentos externos no país
importação de mão de obra poucas vezes visto no país. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dão conta que foram concedidas 18,85% a mais de autorizações de trabalho a estrangeiros no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período de 2009. Foram 3.519 concessões a mais do que janeiro a junho de 2010, que registrou ao todo 22.188 autorizações, sendo 20.760 temporárias e 1.428 permanentes. No último mês analisado, junho, o ministério concedeu 3.497 autorizações - o maior número observado para este mês em cinco anos. Das concessões temporárias, a maior parte foi concedida aos que trabalham a bordo de embarcações ou em plataformas estrangeiras (8.244). No período de 2005 a 2009, no total foram concedidas 165.993 autorizações. Por país, os cidadãos dos Estados Unidos foram os que mais tiveram autorizações para trabalhar em solo brasileiro, 5.590; Filipinas, 4.969; Reino Unido, 3.496; Índia, 2.630 e França, 1.908, vieram logo atrás. O setor petrolífero é líder na absorção de estrangeiros no mercado brasileiro por receber embarcações e plataformas estrangeiras, que já vêm tripuladas do exterior. Cada embarcação estrangeira chega com uma equipe de profissionais, que são autorizados a ingressar no Brasil. Como o setor tem tido um crescimento exponencial, é cada vez maior a presença de embarcações e plataformas estrangeiras, o que gera aumento no número de autorizações concedidas. Em meio a este fenômeno, tramita no Congresso Nacional a Lei do Estrangeiro, que pretende adequar a nova realidade econômica do país às demandas do
Carlos Aud Sobrinho, diretor da CAS
mercado de trabalho atual .Mas o fato é que o quadro acima gera crescente
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preocupação dos profissionais brasileiros, que sentem suas posições
Guiaoffshore: Qual é em sua opinião o maior
ameaçadas dentro das empresas. Entretanto, na opinião de profissionais
problema enfrentado pelas empresas com a
especializados que lidam com a legalização do trabalhador estrangeiro no
contratação de mão de obra estrangeira?
país, e inclusive dos próprios representantes do Ministério do Trabalho,
Carlos Aud: É quando termina o visto de uma
esta situação espelha um momento da economia globalizada, com a realização
tripulação fixa indispensável, pois para obter um novo
de grandes investimentos no país, a exemplo do pré-sal e novos investimentos
visto existe um prazo de 90 dias de carência, ou seja,
no setor siderúrgicos, só para ficar nos dois mais expressivos exemplos. E
o estrangeiro tem que sair do País e aguardar 90 dias
para derrubar qualquer argumento mais radical usam um fato irrefutável e
antes de poder retirar um novo visto. E isso às vezes
atestado pelo MTE: o número de brasileiros no exterior é quatro vezes maior
cria um hiato que prejudica a produção.
que o de estrangeiros trabalhando no Brasil.
Guiaoffshore: Como as empresas que precisam de
Dr. Carlos Aud Sobrinho, diretor da CAS, empresa com 38 anos de experiência
mão de obra estrangeira devem se portar? O que o sr.
na legalização de documentação de estrangeiros, é um dos adeptos desta
sugere?
linha de raciocínio, do tipo via de mão dupla. “O Brasil cada vez mais ganha projeção Internacional, em toda área energética. Temos a tecnologia em águas profundas, temos energia alternativa e isso ajuda a atrair mais estrangeiros para cá”, argumenta, para em seguida lançar um vaticínio: “Estimamos que o advento do pré-sal vai fazer com que pelo menos 10% dos empregos diretos e indiretos sejam ocupados por estrangeiros”. Leia a seguir a entrevista concedida pelo executivo à Revista Guiaoffshore Magazine.
- É preciso planejar com muita antecedência. Pelo menos seis meses antes de quando quiser trazer mão de obra estrangeira. Procurar auxílio de consultores experientes na área, para adequar a operação às normas e legislação vigentes. Nunca pedir o visto em cima da hora. Com a limitação feita à manutenção dos estrangeiros, de acordo com o tempo de operação para
Guiaoffshore: A entrada de mão obra estrangeira no país na área petrolífera
possam permanecer com o visto, seria importante
cresce ano a ano. No período de 2005 a 2009, no total foram concedidas
uma flexibilização e isso não diminuiria a demanda
165.993 autorizações As autorizações concedidas apenas ao setor petrolífero
por mão de obra brasileira.
passaram de 33% em 2009 para 45,5% nos três primeiros meses de 2010. O sr. não considera esses números um pouco preocupantes para o trabalhador brasileiro? Carlos Aud: É preciso analisar também a outra ponta da saída de trabalhadores brasileiros para o exterior. Anualmente, há uma saída de 3 milhões de brasileiros para trabalhar no exterior e em grande parte é contratada pela indústria petrolífera, que é uma das áreas que mais emprega atualmente no mundo. Muitos profissionais brasileiros se especializam e vão trabalhar em multinacionais lá fora. A própria Petrobras tem uma extensa atividade no exterior e contrata brasileiros para trabalhar lá fora. A entrada de 5 mil a 11 mil trabalhadores estrangeiros por trimestre no Brasil, especialmente na área petrolífera, é para atender uma enorme demanda por técnicos e profissionais qualificados e altamente
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Guiaoffshore: O Sr. acha que não há razão para o trabalhador brasileiro se preocupar então? Carlos Aud: Não, porque quando entra uma empresa estrangeira no Brasil ela gera centenas de milhares de empregos diretos e indiretos. Quando se traz uma plataforma, por exemplo, usam-se estaleiros, posto de gasolina, lavagem de roupa, comida, hotelaria, além dos transportes marítimo, aéreo e terrestre. Estimamos que o advento do pré-sal vai gerar no mínimo 7 milhões e meio de empregos diretos e indiretos para brasileiros, enquanto para a fatia de estrangeiros não compreenderá nem 10% desse total.
especializados nesta indústria. Além disso, o Brasil cada vez mais ganha
Guiaoffshore: Qual é a sua análise a respeito da
projeção Internacional, em toda área energética. Temos a tecnologia em
carência de mão de obra qualificada no país?
águas profundas, nós temos energia alternativa e isso ajuda a atrair mais
Carlos Aud: Existe a falta de mão de obra qualificada
estrangeiros para cá, não concorda? O crescimento da siderurgia no Brasil
em alguns setores e, no caso da área petrolífera, isso
também contribuiu para o aumento da demanda de profissionais.
se agravará com a prospecção no pré-sal. O processo
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de nacionalização muito acelerado junto com o rápido
Guiaoffshore: Qual é sua opinião a respeito dessas mudanças advindas com
crescimento e a saída de técnicos brasileiros para o
a nova lei do estrangeiro?
exterior fazem surgir o perigo de acidentes, que não
Carlos Aud - Acho que toda a área de imigração está sendo bem conduzida
podemos dimensionar, pois a área de petróleo exige
pelo governo brasileiro e que nós apenas devemos, no caso da indústria
uma experiência de longo prazo.
petrolífera, acompanhar esse desenvolvimento do pré-sal, para que não haja
Guiaoffshore: A lei do estrangeiro altera a
qualquer empecilho. E que possamos proteger nossas embarcações e nossos
proporcionalidade da CLT, que estabelece 2/3 de
técnicos mais experientes, principalmente, ao não se abrir mão da mão de
empregados brasileiros numa empresa?
obra nacional. Mas já sabemos que realmente no médio prazo, se esse
Carlos Aud: A proporcionalidade tratada na CLT relaciona-se ao estrangeiro que é empregado por empresa brasileira. A legislação que rege o contrato de estrangeiros para oo segmento offshore é diferenciada, pois em sua maioria se trata de estrangeiro trabalhando para empresa estrangeira. A CLT entra no caso de contrato de trabalho estrangeiro em empresas brasileiras, porém se aplica a outras áreas, pois o contrato da área offshore se equipara com o contrato de assistência técnica. Guiaoffshore: A penalidade para situação de irregularidades na mão de obra estrangeira é grande?
progresso continuar, faltará mão de obra especializada e precisaremos evitar problemas semelhantes ao ocorrido no Golfo do México, que para mim se deveu à pressa e à falta de pessoas experientes. Temos que tirar uma lição desta tragédia, ao se empregar pessoal mais experiente, para evitar problemas sérios e, às vezes, irreversíveis. Se nacionalizarmos nossa produção com muita rapidez, haverá o perigo de ocorrer sérios problemas na prospecção offshore, com acidentes que não poderemos dimensionar. Guiaoffshore: O que o Sr. tem a dizer aos profissionais brasileiros que estão preocupado com a grande entrada de estrangeiros no Brasil? Carlos Aud – Não deveríamos criar barreiras, uma vez que a cada prospecção que é feita gera-se milhões de empregos diretos e indiretos n o Brasil, além de que com o convívio e com a tecnologia, cria-se também uma melhor qualificação da nossa mão de obra. A tendência é aumentar cada vez mais o número de
Carlos Aud - A penalidade vai desde multas diárias
empregos no Brasil.
altíssimas (tanto para a empresa quanto para o
A lei do estrangeiro que está em tramitação no Congresso adapta a legislação
empregado) até a extradição. Segundo o Código Pe-
do estrangeiro com a legislação dos países que recebem imigração e vivem a
nal, a empresa que contratar ilegalmente um
globalização. Estamos vivenciando um momento diferente na economia, por
estrangeiro terá a responsabilidade recaída
que o Brasil é um dos poucos paises do mundo que não está em crise e
diretamente em seu presidente. Os valores são
quando atrai mão de obra, atrai também capital. Com isso, o brasileiro se
arbitrados pelas autoridades de acordo com a
beneficia direta e indiretamente. Isso inclusive aumenta muito os valores
gravidade da infração.
salariais, porque entrará em parâmetro internacional.
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TREINAMENTO
AVEVA anuncia parceria com o SENAI para treinar engenheiros de projeto no Brasil A empresa AVEVA, fornecedora de ferramentas para projetos de engenharia e gerenciamento de informações para plantas, geração de energia e indústria marítima, firmou com o SENAI uma parceria para treinamento industrial. Consciente da necessidade urgente no mercado de mais engenheiros de projeto e tubulação, a AVEVA e o SENAI uniram-se para treinar candidatos ao mercado de trabalho em tecnologia AVEVA PDMS em desenho de plantas. A parceria fornecerá aos engenheiros a oportunidade de aprender o software e alinhar suas habilidades com os pré-requisitos e necessidades dos empregadores de hoje. O curso será ministrado em 20 unidades nas dependências do Senai, em várias cidades do Brasil. "Existe no Brasil uma demanda real por engenheiros
treinados em PDMS. Poderíamos vislumbrar uma escassez no horizonte enquanto a economia global melhora. Nossa parceria com o SENAI visa resolver esse problema em potencial e proporcionar à indústria os trabalhadores qualificados dos quais necessita para continuar a expansão econômica e industrial. Estamos satisfeitos por trabalhar com o Senai para atender a essa crescente necessidade da indústria por engenheiros qualificados", frisa Santiago Pena, Vice-presidente da AVEVA para a América Latina. O SENAI e AVEVA têm realizado treinamentos em PDMS em São Paulo e Salvador, mas o acordo de expansão abrange a partir de novembro todas as unidades SENAI, dando cobertura total ao mercado Brasileiro. "Nossa nova parceria com a AVEVA irá proporcionar aos estudantes de engenharia uma importante vantagem competitiva. Tendo engenheiros mais qualificados em PDMS que possam apoiar projetos 3D beneficiará não só aos seus empregadores, mas também ao país", explica José Manuel de Aguiar Martins, diretor-geral do SENAI. O AVEVA PDMS é uma solução de gerenciamento de projetos e detalhamento de instalações industrias. O sistema é baseado na modelagem de sólidos em ambiente multidisciplinar tridimensional em escala. O processo de detalhamento do projeto é baseado na utilização de componentes de biblioteca parametrizada, sendo as informações centralizadas em banco de dados relacional com possibilidade de trabalho sincronizado em diferente localidades simultaneamente. As diversas disciplinas envolvidas no projeto são tubulação, equipamentos, estruturas metálicas, civil, bandejamento, dutos de ventilação, ar condicionado e ventilação (HVAC) entre outras.
Santiago Pena, Vice-presidente da AVEVA para a América Latina
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O sistema AVEVA PDMS tipicamente é utilizado por profissionais como Engenheiros, Técnicos Projetistas nas mais diferentes áreas, profissionais ligados a área de gerenciamento de materiais entre outras. Portanto a característica do sistema permite sua utilização nas diferentes etapas de execução de um projeto de uma planta industrial, desde a fase de projeto conceitual passando pelas etapas de projeto básico, detalhamento, construção, montagem, comissionamento, operação e manutenção.
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PESQUISA
Demanda por mão de obra qualificada está em alta na área petrolífera Pesquisa inédita realizada pela HAYS, empresa especializada em recrutamento
Estudo da HAYS registra que profissões mais demandadas serão geólogos, geofísicos, especialistas em perfuração e equipamentos, e gerentes de projetos
de executivos de alta e média gerência, com mais de 7 mil profissionais, em 30 países, revelou que as empresas brasileiras pagam em média US$ 72,5 mil anuais aos seus colaboradores em posições de gerência, ligeiramente abaixo da média mundial, de US$ 75 mil. O Brasil está em oitavo lugar, se comparado aos demais países pesquisados. “Há uma grande diferença entre os salários pagos pela indústria de alguns países, como a Austrália e a Indonésia, que chega a 400%. Por essa razão, não é difícil entender porque há tanta transferência de mão de obra pelo mundo”, comenta Alexia Franco, diretora da HAYS no Rio de Janeiro, onde a divisão de petróleo e gás da empresa opera desde junho de 2009. Para a executiva, o mercado brasileiro está aquecido e vai crescer muito nos próximos anos, principalmente por causa das recentes descobertas na camada pré-sal. “Observamos que a disputa por profissionais especializados nesse setor está bastante acirrada. O Brasil não tem mão de obra qualificada na quantidade necessária para atender à demanda interna”, afirma Alexia. Estimase que haja um déficit de 207 mil trabalhadores qualificados no setor. Segundo a diretora da HAYS, as empresas que atuam na indústria de petróleo e gás são mundiais e, por isso, as buscas por profissionais são realizadas de forma global. “Além do Brasil, atuamos no Oriente Médio, África, Europa, Ásia e Oceania. Por isso, os resultados da pesquisa nos ajudaram a entender o mercado como um todo, o que nos permite atender a contratos internacionais, prospectar profissionais em outros países e oferecer trabalhadores brasileiros para multinacionais”, diz a diretora. Como estratégia para reter talentos, as empresas lançam mão de vários tipos
Alexia Franco, diretora da HAYS no Rio de Janeiro
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de benefícios. “As empresas do setor de petróleo e gás consultadas pela
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pesquisa oferecem benefícios de forma
em alta”, explica a diretora da HAYS. No
Em 2008 a HAYS foi responsável por
consistente. Mas os profissionais de
mundo, as regiões que abrirão mais
cerca de 50 mil contratações em regime
grandes empresas globais recebem mais
oportunidades, segundo a pesquisa, são:
permanente e 270 mil assinaturas de vagas
se compararmos com a média das
Oriente Médio, África, Ásia, Austrália,
temporárias no mundo todo. No ano fis-
indústrias (51% dos colaboradores têm
Reino Unido e Norte da Europa, Leste
cal encerrado em junho de 2009, seu
plano de saúde, 50% recebem bônus, 47%
Europeu e América do Sul.
faturamento mundial alcançou £ 2,4
têm ajuda de custo para moradia, 30%
O levantamento também registrou
bilhões, com lucro líquido de £ 670,8
têm habitação paga pela empresa e 36%
otimismo entre os colaboradores da
milhões e lucro operacional de £ 158
têm carro ou transporte oferecidos pela
indústria de petróleo e gás para os
milhões. Seu modelo de negócios tem
empresa), diz Alexia.
próximos meses. A maioria dos
como foco os resultados, base de sua
entrevistados (75%) acredita que o
prática comercial, e é 100% voltado ao
mercado vai se recuperar em menos de 12
sucesso da missão e à parceria de longo
Áreas mais aquecidas
30
meses e apenas 15% descreve sua
prazo com as empresas empregadoras.
A pesquisa apontou que os profissionais
confiança no mercado de trabalho no setor
mais demandados nos próximos meses
de forma negativa.
pelo mercado de petróleo e gás no Brasil
A área de expertise Hays Oil & Gas no
na cadeia de exploração (upstream) serão:
excelência, paixão pelo negócio e
Brasil, baseada no Rio de Janeiro, é um
geólogos, geofísicos, especialistas em
construção de relações duradouras.
dos dez polos mundiais da empresa e
perfuração,
em
atende toda a América do Sul, em
equipamentos e gerentes de projetos. No
sintonia com outros escritórios da
setor de distribuição (downstream),
H AY S n o m u n d o . A e q u i p e d e
haverá uma procura crescente por
consultores é 100% dedicada ao setor.
profissionais da área de infraestrutura,
“Nossa expectativa é fazer com que a
visando a construção de refinarias e
divisão Hays Oil & Gas chegue a 30%
Hays Engineering, Hays Human Resources,
gasodutos. “As empresas estão se
do total de posições trabalhadas pela
Hays Legal, Hays Logistics, Hays Pro-
consorciando para atuar em grandes
HAYS no Rio de Janeiro e, em cinco
curement, Hays Pharma, Hays Sales &
projetos, por isso, as áreas de orçamento
anos, represente 50% do faturamento
Marketing, Hays Taxation, Hays Oil &
e planejamento de obras industriais estão
do escritório carioca”, diz Alexia Franco.
Gas e Hays Information Technology.
especialistas
Isso é resultado do exercício diário de seus valores corporativos: transparência,
Chegou ao Brasil em 2006, estabelecendose primeiro em São Paulo e em seguida no Rio de Janeiro. No País, a HAYS atua em 12 áreas de expertise independentes: Hays Accountancy & Finance, Hays Banking,
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O desafio de recrutar profissionais qualificados para atender a demanda do setor de óleo e gás Por Adriano Bravo*
Com a descoberta da camada pré-sal, o setor de óleo e gás ficou reaquecido e elevou o Brasil a um dos principais países produtores de petróleo. O bom momento deve prosseguir até 2020, com investimentos totais estimados em U$ 210 bilhões e novas posições abertas para o mercado – cerca de 200 mil novas vagas, diretas e indiretas. A meta do Governo é utilizar 80% de mão de obra local, mas a falta de profissionais qualificados virou um desafio também para as empresas do setor que precisam encontrar rapidamente perfis que se encaixem em áreas peculiares do projeto Pré-sal. Atualmente, o maior déficit é de engenheiros, profissionais de pesquisa de exploração e desenvolvimento (engenheiros de reservatório, geofísicos, petrofísicos e geólogos de petróleo e gás), e profissionais voltados para as sondas de perfuração e para as plataformas de produção. Esse é um setor da economia formado por profissões que eram pouco atraentes ou desconhecidas do público geral e que não ofereciam, até então, amplas oportunidades. Para se ter uma ideia, em 1991 as universidades formaram sete vezes mais advogados do que engenheiros. Mas com as profundas mudanças ocorridas de dez anos para cá, principalmente nos últimos cinco anos, baseadas nas novas descobertas da Petrobras e de empresas internacionais, ocorreu o rápido crescimento do setor, que começou a demonstrar estrangulamento muito rápido de profissionais plenos e seniores, principalmente quando as empresas passaram a demandar mão de obra nacional. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) feito no início deste ano mostrou que o Brasil não tem número suficiente de engenheiros para dar conta dos novos postos que devem surgir
com o crescimento econômico. No Brasil, cerca de 30 mil engenheiros saem das universidades por ano. De cada sete engenheiros formados no país, apenas dois estão formalmente empregados em funções típicas da profissão. É muito pouco se compararmos com outros países. Na Coreia do Sul, por exemplo, este número chega a 80 mil e na Rússia, 140 mil. China e Índia vão mais além: por ano se formam 600 mil e 250 mil engenheiros, respectivamente. Devido a essa falta de profissionais especializados, a remuneração para quem atua nesses segmentos está elevada. Uma série de posições para a área de pesquisa de reservas chega a atingir cerca de R$ 30 mil. Recém-formados em engenharia com inglês fluente e que pretendem trabalhar em regime offshore chegam a ganhar em torno de R$ 7 mil. A carência só começará a equilibrar-se dentro de cinco a 10 anos, dependendo da área de formação. As empresas especializadas em recrutamento vêm aumentando seu contingente, até mesmo de engenheiros, para dar conta do entendimento técnico das posições e da demanda contínua. Esta demanda já ultrapassou a simples procura local e passou até mesmo a focar a busca em profissionais, brasileiros, alocados em projetos no exterior e em profissionais oriundos de países do Mercosul. Para se ter uma ideia, em algumas posições especializadas contamos apenas com quatro ou cinco profissionais em todo território nacional para uma demanda que supera seu número físico. Muitas das vezes esbarramos em questões como a falta de domínio do inglês ou a falta experiência relevante no setor de upstream para posições de alta gerência. Com esta lacuna a ser preenchida, a saída tem sido a contratação de mão de obra
estrangeira. Segundo relatório recente do Ministério do Trabalho, mais de 90% dos quase 180 mil estrangeiros que receberam, ao longo dos últimos cinco anos, algum tipo de visto de trabalho para atuar em terras brasileiras, têm diploma universitário, ensino médio completo ou algum grau de especialização técnica. Isto infelizmente demonstra que e a mão de obra nacional não está preparada para competir com a estrangeira. Essa demanda por trabalhadores mais bem qualificados é infelizmente uma tendência, pois o nosso sistema educacional não reage na velocidade exigida pelo mercado. Assim, a vinda de trabalhadores expatriados para o Brasil tem funcionado como um ‘pulmão’ enquanto os trabalhadores locais vão sendo encontrados ou qualificados. Os custos destes profissionais estrangeiros no Brasil são muito maiores que trabalhadores com o mesmo grau de qualificação, e isto torna a ideia de qualificar os profissionais brasileiros compensadora. A boa notícia é que o setor de petróleo e gás implica na vinda do exterior de equipamentos sofisticados, como naviossonda para coleta de dados geofísicos e unidades de perfuração. Na medida em que esses barcos ingressam no Brasil com estrangeiros a bordo vão, gradualmente, incorporando profissionais brasileiros às tripulações por conta das regras de conteúdo nacional, sindicatos, governo e pelas empresas. Além disso, Governo, ANP, Universidades e SENAI uniram esforços para elevar o número de formandos de 30 mil para 100 mil nos próximos cinco anos. Estas são soluções eficazes para evitar que não somente o Pré-Sal, mas a economia brasileira como um todo não trave seu crescimento por falta de profissionais para cuidar dos principais empreendimentos de infraestrutura do país.
*Headhunter, CEO da Petra Executive Search
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Processo seletivo exige múltiplas habilidades de candidato e até empatia com entrevistador Por Fernando Montero da Costa
O que passar como primeira imagem
outras
num processo seletivo? Qual a
fornecidas
pelo
candidato.
O
importância do primeiro contato com
candidato
não
conhece
o
o entrevistador ou dono de uma vaga
entrevistador:
momento
da
a emprego? De que vale compreender
entrevista é de incerteza, pois, regra
as necessidades da empresa no que
geral, não há qualquer informação a
tange à vaga que se pleiteia? Por que
respeito do selecionador.
saber
e
Nível profissional do entrevistador:
estabelecer certa proximidade com
não se sabe ao certo qual é o nível
se
inter-relacionar
nosso entrevistador pode valer o êxito na conquista da vaga de
o
prévias
do selecionador e isto tende a deixar Fernando Montero da Costa, Diretor de Operações da Human Brasil
o candidato inseguro. Exemplo: se o
Com base nestas e em outras
situações e problemas usuais em
diretor, um gerente ou um assistente,
indagações é que possível entender
entrevistas e dá dicas para se obter
um trainee ou coordenador, um su-
um pouco melhor as nuances e
sucesso:
pervisor ou um estagiário. Qualquer
particularidades dos processos
Coerência com as informações já
um desses níveis / cargos pode estar
seletivos, cuja atenção pode (ou não)
passadas anteriormente: ou seja, o
à sua frente e expressando atitudes
levar o candidato à conquista da tão
conteúdo
não
variadas durante a entrevista. E, em
almejada vaga de emprego.
representa uma contradição ou
muitos casos, o selecionador sequer
Fernando Montero da Costa, Diretor
inconsistência em relação ao CV,
revela o seu papel na organização, o
de Operações da Human Brasil
histórico ou quaisquer outras
que, dependendo das colocações,
(empresa especializada na seleção e
referências profissionais prévias
pode colocar o candidato em “saias
recrutamento de talentos, formação,
fornecidas.
justas”.
desenvolvimento e consultoria
Ausência de informação prévia: o
Utilização de diferentes linguagens:
estratégica
nas
entrevistador não tem como balizar
no caso de algumas vagas de caráter
organizações), relata abaixo algumas
ou validar a entrevista com quaisquer
mais técnico, esse fator exerce par-
emprego?
32
informações
de
pessoas
da
entrevista
entrevistador é um analista ou um
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ticular influência no contexto da
que, de acordo com estudos de
RH internacionais, acabam até certo
entrevista. Caso o candidato não seja
análise comportamental desenvolvidos
ponto sendo tanto ou mais exigentes
da área, restará pouca chance de
pelos cientistas de renome, existem
em termos de perfil comportamental
seguir no processo, pois sequer está
alguns fatores preponderantes que
quanto as multinacionais.”
em condições de entender o linguajar
afetam mais ou menos os resultados
O mesmo tipo de expectativa
adotado pelo entrevistador.
das
emprego,
comportamental pode ou não variar
A interação com o entrevistador pode
particularmente no que tange a car-
em se tratando de diferentes
provocar conflitos ou situações
gos executivos, de gerência ou
segmentos setoriais, por exemplo: No
difíceis: a busca de uma maior
diretoria de alto nível. Isto porque a
setor
interação ou intimidade com o
expectativa gerada num processo de
construção civil e financeiro, nos
entrevistador
o
entrevista é diferente dos candidatos
quais a questão do componente
candidato em situações delicadas,
a vagas mais operativas ou de
técnico são preponderantes, além dos
especialmente quando contextualiza
funções menos seniores.
fatores já citados anteriormente,
casos pessoais que possam induzir
“Aspectos comportamentais, tais
acrescenta-se o perfil de precisão,
o selecionador a juízo de valor fora
como
precaução, uniformidade e visão de
de um contexto profissional.
competitividade,
Falta de habilidade para tratar os
resultados, elevada capacidade de
meticulosidade.
aspectos não-técnicos ou de ordem
auto-estima e auto-motivação e
Já nos setores comercial e de serviços,
mais
objetividade, são muito apreciados
nos
pode
colocar
comportamental:
esta
entrevistas
de
de
iniciativa
própria,
orientação
a
industrial,
processos,
quais
engenharia/
perfeccionismo
a
pressão
e
do
ocorrência é especialmente comum
em executivos”, explica.
nas chamadas “entrevistas por
“Esses mesmos aspectos, quando
contato direto com clientes exigem
competências”,
o
combinados com habilidades de
mais de seus profissionais, acresce-
entrevistador convida o candidato a
influência, medidas através do nível
se ao perfil dominante e influente
contextualizar alguma situação de
de empatia, capacidade de gerar e
cunho comportamental e/ou de
certas características de auto-
estabelecer relações de confiança,
competências vividas em algum
controle, estabilidade, paciência,
facilidade
momento no passado e que são
amabilidade,
otimismo, persuasão e excelente
necessárias
adequado
comunicação, fecham o perfil do líder
exercício do cargo que pleiteia na
ou gestor para o cargo almejado”,
empresa.
completa o especialista.
Falta de química com o entrevistador:
Este tipo de expectativa de perfil
a ausência de química ou empatia com
da
comportamental tem sido buscada
o entrevistador pode tirá-lo do
acrescenta-se fatores comportamentais
tanto por empresas multinacionais
processo seletivo em questão.
que fazem a diferença, tais como:
quanto
100%
adaptabilidade, vigor, alto nível de
Fernando Montero lista também dois
brasileiras. “O que normalmente
energia, capacidade de lidar com a
dos principais indícios que sinalizam
muda é o tempo do processo, número
diversidade, flexibilidade e em
que um candidato irá à frente no
de entrevistas, questionários de
particular, aspectos de firmeza,
processo seletivo: “A capacidade de
avaliação aplicados, etc. Em muitos
transmitir confiança e a habilidade de
independência e capacidade de
casos, por mais sui generis que possa
gerar credibilidade.”
assunção de riscos.
parecer, empresas 100% nacionais,
O diretor da Human Brasil ressata
inspiradas nas novas tendências de
nas
para
o
quais
para
por
relacionamento externo e muitas vezes
relacionar-se,
empresas
tenacidade
e
ponderação. No
que
diz
respeito
aos
empreendedores ou empresários fundadores de novos negócios, além dominância
e
influência,
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Adaptação é a palavra-chave para profissionais offshore Por Villela da Matta*
Planejamento e gerenciamento da carreira, a partir da delimitação de metas e objetivos claros são fundamentais, sobretudo no mercado de trabalho atual, no qual as mudanças ocorrem de forma cada vez mais rápida. Para os profissionais offshore esse planejamento é ainda mais relevante, uma vez que estes colaboradores precisam estar preparados para os impactos ocasionados por essa atividade em sua vida pessoal e profissional. Segundo pesquisa, os grandes problemas que acometem o trabalhador offshore são irritabilidade, ansiedade, depressão, impaciência e insônia, causados, principalmente, pela distância dos amigos, da família e da rotina com a qual estava acostumado, bem como pela escala de 12 horas ininterrupta, o austero modelo de trabalho e exposição ao risco. Por isso, é essencial que esses profissionais tenham um coach que otimize seu desenvolvimento profissional e aumente sua performance. O problema é que geralmente as pessoas não gostam de mudanças, por mais necessárias que sejam, pois o conceito de mudança remete a sensação de novos desafios e ainda provoca diferentes sensações e entendimentos comportamentais. E quando essas mudanças são mal conduzidas tornam as pessoas inseguras,
34
pessimistas, negativas, desmotivadas, o que mexe com o entusiasmo e, consequentemente, com sua habilidade de lidar com pessoas. É por isso que processo de coaching é tão relevante para a empresa e para o profissional, pois quando aplicado com responsabilidade e utilizando as ferramentas corretas, pode ser a solução quando um trabalhador ou uma equipe está em falta de sintonia e pode acabar em descarrilamento. O coaching é uma ferramenta moderna com comprovações científicas capaz de reverter qualquer quadro negativo de uma corporação, em um curto espaço de tempo. É uma espécie de assessoria individual ou de grupo que foca em planejamento e
* Fundador e Presidente da Sociedade Brasileira de Coaching®. É Certified Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e Graduate School of Master Coaches e membro do ICC.
resultados, contribuindo com performance e qualidade de vida. Motivação Para que não haja arrependimento e “surpresas” com a profissão, é fundamental que o funcionário saiba exatamente no que consiste seu trabalho e atividade na empresa, conheça detalhadamente qual a finalidade da ação que está exercendo e sua importância para a corporação. Isso deve ocorrer antes e durante o exercício da função. Vale ressaltar que também é importante que o funcionário tenha em mente que a satisfação no trabalho, acabará por refletir em sua vida pessoal, e que o desenvolvimento profissional e o aumento do seu desempenho irão gerar mais oportunidades, reconhecimento e sucesso. Mas para que isso aconteça, é necessário criar condições para que o colaborador se adapte à condição de confinamento, regime de turnos, afastamento do convívio familiar e social, utilização do tempo livre, entre outras, e o coach é fundamental para que o trabalhador enxergue essa nova realidade e se adeque a ela, examinando os prós e contras da profissão por ele escolhida, e trabalhando, principalmente, para que ele não pratique uma autosabotagem inconsciente, visando retornar a sua “zona de conforto”.
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A difícil arte de formar o líder vindo da carreira técnica Por Silvio Celestino*
Por vezes a promoção de um
sequência de ações que, quando
e mais valioso se sente para a empresa
profissional a um cargo de liderança
repetidas, produzem o mesmo
e para si mesmo. Entretanto, ao
faz a empresa perder um técnico nota
resultado. Por isto a segurança de um
ingressar na carreira de liderança as
10 e ganhar um líder nota 1. Existem
indivíduo oriundo da carreira técnica
máquinas e os processos vão para o
muitos fatores a se considerar
cenário, ou seja, o indivíduo
quando decidimos promover
deixa de interagir com eles e
alguém a um posto no qual
passa a lidar com pessoas de
estará responsável por
um modo muito específico:
pessoas e pela obtenção de
obter resultados por meio
resultados por meio delas. O
delas. Neste contexto o
principal é despertar no
conhecimento clássico já não
indivíduo sua capacidade de
conta tanto, pois cada
sair da esfera técnica e
indivíduo é um ser único e
interessar-se por desenvolver
portanto, a melhor forma de
outros e integrá-los aos
conhecê-lo é conversando
propósitos da empresa e
com ele, observando suas
principalmente dos clientes.
ações e refletindo sobre seus
O desafio começa quando
propósitos - que podem
observamos que em sua vida
mudar de um momento a outro
*Silvio Celestino - Senior Partner da Alliance Coaching
voltada para máquinas e
e por fatores desconhecidos
processos, o profissional evolui
está em seu conhecimento. Quanto
por
adquirindo o conhecimento clássico
mais sólido ele for, quanto mais
profissional. Além disso, nem todos
- aquele que pode ser obtido em livros
profundo e preciso, maior a velocidade
os comportamentos são lógicos, o que
ou em cursos. Seu mundo possui uma
com que consegue resolver os
é incompreensível para aqueles
lógica que é expressa a partir de uma
problemas que lhe são apresentados
formados tecnicamente. Para piorar
estarem
fora
da
esfera
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uma mesma pessoa que o novo líder
acreditar que tudo pode ser aprendido
empresariais, observo que o papel da
conseguia fazer mover-se no passado
estudando e lendo. Na verdade por
empresa é oferecer um sistema que
com uma frase inspiradora, agora
maior que seja seu conhecimento
permita a existência de um fluxo
considera esta mesma mensagem
sobre inteligência emocional - e há
constante de novas lideranças (pipe-
inócua, enfadonha e desmotivadora.
muitos livros consagrados a respeito,
line de líderes). Nele, de acordo com o
E finalmente chega o fator da maior
se a pessoa não se sujeitar à interação
nível hierárquico da pessoa, ela tem
complexidade para o técnico em cargo
com outros com os propósitos de
acesso a palestras, workshops e
de liderança: a emoção. Seres
dominar suas emoções e amadurecer,
cursos que a despertem para estas
humanos são máquinas geradoras de
dificilmente conseguirá exercer a
questões do auto-desenvolvimento,
emoção. Se em um dado instante a
liderança sem tornar-se disfuncional.
emoções e maturidade. Mas,
pessoa produzir uma que seja
Nas organizações observamos
disfuncional, seu trabalho e por vezes
gestores, inclusive no mais alto posto
o da equipe estará irremediavelmente
da empresa, que são capazes de gerar
perdido. Neste fator reside a maior
excelentes resultados financeiros, mas
parte do dispêndio de energia do líder,
estão profundamente estressados e
seu estresse e, no longo prazo, seu
alguns com doenças em decorrência
esgotamento. Por exemplo, um
disso. Lamentavelmente em
engenheiro que "dirigia-se a um
muitos
computador" com palavrões quando
profissionalmente mas ineficientes na
este demorava para responder a um
vida pessoal, o que é uma forma
comando, ao tomar a mesma atitude
terrível de fracasso. A passagem da
com um de seus liderados gera as
carreira técnica para a de liderança
condições para que este último
exige que o indivíduo se exponha a
produza medo e se paralise. Um
experiências que possam aprimorá-lo
técnico que conseguia consertar
no trato das emoções, principalmente
velozmente vários equipamentos ao
nos momentos críticos, que são
paulatinamente ter uma visão cada vez
mesmo tempo, ao tentar fazer sua
aqueles onde os resultados não estão
maior de si mesmo e de seu papel
equipe realizar muitos projetos em
acontecendo, o clima organizacional
frente aos desafios da corporação.
paralelo gera as condições para que
está negativo, ou há uma crise em
Apesar da relevância incontestável da
ela fique frustrada, ansiosa e
curso. A capacidade de dominá-las e
carreira técnica, o que se espera de um
estressada. Nestes exemplos o
lidar com as dos subordinados,
profissional ao chegar à maturidade é
resultado fica comprometido por sua
superiores,
clientes
que seja capaz de se responsabilizar
não realização, qualidade ou atraso. É
desempenha um papel fundamental
por pessoas e desenvolvê-las. Daí a
quando o líder tem de enfrentar a mais
nestas ocasiões e é um fator-chave
importância de todos se inspirarem a
difícil das emoções: a sua própria. O
para o desenvolvimento de sua
enfrentar este desafio fundamental
desenvolvimento intelectual na
carreira. Nestes quase 10 anos de
para as organizações e o país: a
carreira técnica faz o indivíduo
experiência como coach de líderes
formação de líderes.
casos
são
pares
eficientes
e
complementariamente, a partir de uma certo ponto em sua carreira, tem a possibilidade de submeter-se a uma metodologia específica de formação de liderança: o coaching. Em linhas gerais
é
o
processo
de
desenvolvimento de competências do líder e que pode ser utilizado também de forma abrangente para que o indivíduo possa desenvolver outras esferas de sua vida. Entretanto, todas estas ações devem ser integradas à estratégia da empresa de forma a
auxiliar
o
profissional
a
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