CUIDADOS COM A PELE E O SOL

A chegada do calor do Verão implica as habituais e apetecíveis idas à praia. Mas os momentos de descanso e lazer na areia e no mar por vezes podem ser perigosos, principalmente se não forem tomadas as devidas precauções... A importância da nossa pele A pele é o maior órgão do corpo humano, constituindo 15% do peso corporal, é o órgão responsável pela cobertura do organismo e sua proteção. Dividido em camadas, compreende a epiderme e a derme: a epiderme é a camada externa da pele, composta por queratina, melanócitos e células imunitárias. A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme. É constituído por elementos fibrilares, como o colagénio e a elastina e outros elementos da matriz extracelular.

Por ser o maior órgão do corpo e responsável pela sua proteção, a pele requer muitos cuidados. Quando não cuidada, ela pode apresentar vários problemas, como: ressecamento, queimadura e alterações de coloração. Esta, deve ser bem cuidada para que proteja bem o organismo contra agentes externos. A utilização de hidratantes, bem como a ingestão de alimentos benéficos à pele, auxilia na manutenção da elasticidade e maciez Da mesma. Os protetores e bloqueadores solares devem ser utilizados diariamente mesmo em dias de pouco sol, já que a claridade e algumas classes de lâmpadas irradiam sobre a pele podendo provocar o envelhecimento precoce da mesma. É importante que a pele seja protegida contra os raios nocivos do sol, Ultra Violeta A (UVA) e Ultra Violeta B (UVB) para prevenir o cancro de pele e as queimaduras. A exposição excessiva ao sol, principalmente nas horas de maior intensidade solar (das 11h00 às 16h00), podem ser fatais para a saúde da pele. A melhor forma de poder gozar a praia é fora desse horário, usando,

ainda assim, um protetor solar adequado à pele, renovando a sua aplicação de duas em duas horas e sem exposições prolongadas ao sol. O Sol é essencial para a vida, mas também é perigoso As preocupações com o sol não devem estar presentes só na praia. Em qualquer atividade que exija momentos de exposição solar o uso de protetor é essencial, sendo ainda indispensável o uso de chapéu e roupas leves e claras. A excessiva exposição ao sol é de longe a causa principal de lesões da pele, podendo ir de ligeiras insolações ao envelhecimento prematuro, passando pelo aparecimento de melanoma, o mais mortífero dos cancros da pele. Atenção aos grupos de maior risco As pessoas de pele clara e as crianças são mais vulneráveis aos “escaldões”, embora não exclusivas. Qualquer tipo de pele exposta demasiado tempo ao sol pode sofrer queimaduras que surgem, normalmente, uma a dez horas após excessiva exposição solar. E, para além da exposição direta ao sol, é preciso ter cuidado com os raios refletidos na areia e na água. Principais sintomas da insolação A pele vermelha, quente e dolorida. Comichão, desidratação, febre e arrepios. Bolhas e náuseas e, finalmente, a pele fica seca e quebradiça. Em casos de queimaduras solares, para além de se consultar um médico, devem-se ingerir muitos líquidos e hidratar a pele danificada.

Cuidados com o Sol Num adulto saudável, a exposição adequada ao Sol é essencial no processo de fixação de vitamina D no organismo. Esta vitamina é essencial para o crescimento e desenvolvimento da estrutura óssea, daí que crianças, grávidas e lactantes precisem de uma maior quantidade da mesma. Também os mais velhos precisam de adição da vitamina D, pois à medida que envelhecem a pele vai perdendo a capacidade de sintetizá-la. Mas o excesso de sol prejudica a saúde da pele. E tratando-se de crianças os cuidados devem ser redobrados, devendo usar-se um protetor solar de índice elevado, t-shirt e a cabeça protegida com chapéu.

Nos adultos, o protetor solar deve ser escolhido mediante o tipo de pele, que varia muito. Os tons de pele vão do branco leitoso ao negro escuro, tendo sido classificados seis tipos de pele (fotótipos) que exigem níveis de proteção distintos e suportam tempos diferentes de exposição solar, acarretando mais ou menos risco de desenvolvimento de cancros cutâneos. Contudo, independentemente do tipo de pele, deve-se escolher um fator de proteção solar (SPF-Solar Protection Factor), no mínimo, de 15, já que segundo a Organização Mundial da Saúde, as loções solares com um índice inferior não permitem prevenir o cancro de pele. Para além disso, convém escolher um creme que proteja a pele dos raios UVB e UVA.

Escolher o protetor adequado Quando a pele é de cor leitosa, com sardas, habitual em pessoas ruivas, existe um elevado risco de queimadura solar, sendo esta uma pele extremamente sensível ao sol. Estas peles ficam normalmente vermelhas e nunca bronzeadas, devendo nestes casos ser aplicado um protetor solar de fator 50 UVB e de 15 UVA. Ainda assim, estas pessoas devem evitar exposições ao sol, protegendo-se com guarda-sol ou vestindo peças de roupa leves. As peles brancas, com sardas e cabelo louro ou castanho são muito sensíveis ao sol, ficando ligeiramente bronzeadas. Contudo, as queimaduras solares são muito frequentes, devendo-se usar como medida de proteção loções com fator UVB de 30 a 50 e UVA de 10 a 13. As peles claras, sem sardas e cabelo castanho claro e as peles morenas com cabelos castanho-escuro, obtêm gradualmente um bronzeado pronunciado e duradouro, sendo nestes casos raras as queimaduras solares. As pessoas com estas caraterísticas devem proteger-se com protetores UVB de fator 15 a 25 e UVA de 5 a 8. A pele escura e cabelo preto têm uma pigmentação sempre acentuada e duradoura, não existindo elevados riscos de queimaduras solares. Mesmo assim, deve-se recorrer ao uso de chapéu, roupa de cor clara, evitar as horas de maior calor e hidratar frequentemente a pele. Muito importante também é colocar o protetor solar cerca de uma hora antes da exposição ao sol, para que a pele o absorva convenientemente. É ainda importante que se renove a colocação do creme depois de mergulhar o corpo na água, mesmo que o produto seja à prova de água. Aproveitem o Verão, a praia e o Sol, mas tenham os devidos cuidados com a exposição solar, a vossa pele agradece.

Lígia Lemos Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica