CRIATURAS DAS PROFUNDEZAS DESTRUA OS MONSTROS QUE ESTÃO ESCONDIDOS NO INTERIOR DO SEU CORAÇÃO E VEJA A SUA VIDA TOMAR O RUMO DO CRESCIMENTO
ANDRÉ RANGEL
VAMOS FALAR SOBRE:
I.
“Criaturas das profundezas? O que é isso?”
3
II.
O interior contaminado pelas “criaturas”
5
III.
Refletindo sobre as “criaturas”
6
IV.
Identificando o que mora no coração
7
1. Culpa
7
2. Inveja
11
3. Avareza
14
4. Rancor
18
Concluindo
23
V.
I. “CRIATURAS DAS PROFUNDEZAS? O QUE É ISSO?” O nome desse e-book pode parecer estranho inicialmente. Talvez, ao ouvi-lo pela primeira vez, você até tenha imaginado que este material tinha relação com algum filme antigo ou com um programa de TV sobre animais exóticos que vivem no fundo do mar. Porém, não é. Vamos falar sobre coisas esquisitas – as criaturas das profundezas – que têm grande probabilidade de morarem dentro de você! “Dentro de mim?” Sim, exatamente! Há algumas criaturas que ganham espaço e crescem no nosso interior e nós nem percebemos porque não fomos ensinados a supervisionar o que está dentro do coração. O problema é que, ainda que não nos lembremos que elas existam, se não jogarmos luz nelas, chegará um momento em que elas ficarão grandes demais e, sem pedir licença, aparecerão na nossa vida. É quando você deixa escapulir um palavrão, tem um acesso de raiva, se comporta de maneira reprovável ou demonstra total insensibilidade. Talvez, você pense: “Ah, mas isso é natural do ser humano. Não quer dizer que eu tenha criaturas ou monstros ocultos no meu coração, afinal, eu sou uma pessoa boa!” Não é exatamente sobre ser bom ou mau que vamos falar, e sim sobre coisas não resolvidas, que se instalam sem percebermos e causam um grande prejuízo para nós, para nossa família e até para outras pessoas ao nosso redor.
O FILTRO QUE DISFARÇA O INTERIOR Para você entender melhor, vamos começar com um exemplo: pense em um filtro de água. Ele é feito de um material que não permite que as impurezas passem. Podemos dizer que uma água é potável porque o filtro fez o seu papel corretamente. Ou seja, o que está sujo, ficou retido do lado de dentro e isso nos possibilitou ficar com a parte saudável da água. Agora, vamos pensar em como agimos. Desde pequenos, somos ensinados a corrigir o nosso comportamento. Quando falamos ou fazemos alguma coisa errada, imediatamente, nossos pais nos chamam a atenção. É daí que vêm frases como: “Não faça isso porque é feio; não fale aquilo senão eu vou lavar a sua boca com sabão!”. Você já ouviu coisas assim? É como se tivéssemos um filtro dentro de nós. Na verdade, nós desenvolvemos esse filtro ao longo da vida. É por isso que crianças são mais espontâneas e falam o que pensam, porque não se importam com este filtro ainda. Mas nós, como adultos de bom senso, não deixamos sair o que sabemos que pode prejudicar a nossa imagem e não falamos o que realmente pensamos das pessoas ou de uma situação por causa das consequências. Então, muitos vivem um grande “teatro”, às vezes intencional, mas, na maioria das vezes, não.
Tudo porque, nesta educação que recebemos, já existe um grande erro: corrigimos o que está do lado de fora, mas não somos ensinados, na mesma proporção, a olhar para a raiz daquilo que está lá dentro. Como não olhamos para a raiz, se o nosso filtro for perfurado e cometermos uma gafe, pensamos: “Por que eu fiz isso? Por que eu agi dessa forma? Que estranho, eu não sou assim...”. Nem nós mesmos entendemos as nossas reações, mas a explicação é: porque está dentro de nós.
POR QUE PESSOAS DECEPCIONAM? Já vimos pessoas próximas a nós se decepcionarem com outras dezenas ou até centenas de vezes, não é mesmo? Talvez, até mesmo nós tenhamos passado por isso. Quantas não são as mulheres, casadas há pouco tempo, que confidenciam a alguém: “Ele não é o homem com quem eu me casei. Ele tinha um comportamento assim e assim, mas parece que mudou da noite para o dia”. O que aconteceu? Este marido que “mudou da noite para o dia” ficando agressivo, grosseiro, impaciente ou arrogante, na verdade, sempre foi do jeito que está hoje. Ele tem “criaturas das profundezas” arraigadas em seu coração que estavam disfarçadas por causa do tal filtro. Pense por um minuto: você adulteraria se tivesse certeza de que não vai haveria nenhuma consequência? Roubaria se tivesse a garantia de que ninguém jamais saberia? Mataria alguém que você acha que merece se isso fosse ser um segredo para sempre? O filtro nos faz “disfarçar”, para nós e para os outros, as coisas bem estranhas que habitam no nosso ser. Por causa dele, ao nos olharmos no espelho, talvez nem tenhamos uma imagem real de nós mesmos. É sobre estes sentimentos e comportamentos que, racionalmente, nós não admiramos, que vamos falar nas próximas páginas. Vamos conversar sobre:
CULPA
INVEJA
AVAREZA
RANCOR
Talvez, você pense: “Ah, isso não é pra mim!”. Mas eu quero te incentivar a permanecer comigo até o final, pois você vai perceber que não é bem assim. É bem provável que você conviva com estas criaturas sem se dar conta. Meu desejo, ao disponibilizar este material, é poder te ajudar a observar cada um desses estranhos seres que perturbam a sua alma e dar a você subsídios, com base na Palavra de Deus, para vencer cada um deles na raiz, devolvendo a você a paz que apenas um coração limpo e curado por ter. Boa leitura!
II. O INTERIOR CONTAMINADO PELAS “CRIATURAS” A Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, nos advertiu sobre coisas escondidas no coração e que devem ser muito bem vigiadas. Salomão, um homem extremamente inteligente, disse assim: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Provérbios 4:23)
O verbo guardar é aplicado nesta frase no sentido de termos uma espécie de sentinela decidindo, com muito critério, quem ou o que entra ou sai do nosso coração. Por que se deve guardar o coração? Porque tudo na nossa vida parte do coração. Tudo o quê? Jesus respondeu:
“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem (...) Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos (gerados pelo egoísmo e avareza), falsos testemunhos (mentiras) , blasfêmias (geradas pela inveja e pelo ciúme).” (Mateus 15:11, 19)
Por que Jesus falou sobre a boca e depois listou uma série de pecados? Porque a boca é o estetoscópio do coração. Ela revela o que está lá dentro. Coisas ruins que saem pela boca são apenas a expressão do que está no interior. E é no interior onde são alimentadas coisas como: mentiras, vinganças, adultério, homicídios, trapaças etc. Estas coisas entram através de pensamentos, sugeridos pelo que vimos, ouvimos e vivemos, e são liberadas com palavras e atitudes. Talvez, você ache essa lista pesada demais a princípio. Mas há certas coisas que estão escondidas em nosso coração que começaram bem pequenas, porém estão crescendo ou já cresceram. Enquanto elas estiverem ocultas, no escuro, sem nenhuma supervisão, elas vão tomando proporções cada vez maiores. E um dia, sem nenhum aviso, elas irão surgir e causar grande destruição na nossa vida e nos nossos relacionamentos. É por isso que você precisa olhar para elas.
III. REFLETINDO SOBRE AS “CRIATURAS”
Antes de começarmos a falar sobre a primeira criatura, reflita sobre as perguntas a seguir: 1. 2. 3. 4. 5.
Vai tudo bem aí dentro? Está chateado com alguém? Está magoado com alguém? Você está esperando que alguém venha até você para consertar alguma coisa? Tem tido aquelas conversas imaginárias com alguém? Palavras têm saído da sua boca pelas quais você tem que pedir desculpas e isso te deixa envergonhado e faz você pensar: “De onde veio isso? ” 6. Você, nesses dias, ficou secretamente feliz por que alguém se deu mal? 7. Tem algum segredo? Alguma coisa que você espera que ninguém jamais descubra? Alguma pergunta que você espera que alguém jamais faça? 8. Você, nos últimos dias, mentiu para alguém que você ama? 9. Você acha que só o seu bem-estar importa? Tem ignorado as necessidades das pessoas ao seu redor? 10. Vive irritado e não sabe por quê? 11. Acha que a vida é injusta com você? Que outros, que nem são melhores do que você, parece que se deram melhor na vida? 12. Deseja secretamente algo que alguém tem e isso te tira a paz?
Todas as perguntas que você acabou de ler e outras parecidas têm a ver com o que vamos falar em seguida. Certamente, este assunto vai mexer com você. Mas isso é bom, muito bom! Você vai ter a oportunidade de tirar a limpo certos sentimentos que causam um peso em você e outros que já foram responsáveis por romper ou deteriorar algumas relações. Mas, não se engane: haverá uma resistência de você com você mesmo para admitir certas verdades. Em muitos momentos, você vai achar que não tem como mudar porque você foi simplesmente uma vítima do que fizeram com você. Eu imagino que, se você contasse a sua história a um grupo de pessoas, muito provavelmente, todas elas concordariam que foi realmente terrível o que se passou! Um outro motivo que impossibilitaria a sua mudança de postura seria: “Eu simplesmente não consigo ser e agir diferente”. Você não está sozinho. Todos nós passamos por isso. Mas aqui é que está o desafio: “Você vai aceitar a sua responsabilidade e aprender a guardar o seu coração? Você quer empurrar essa resistência natural e vencê-la lidando com maturidade com certos problemas? ”. Depende de você se abrir. Em Deus, você tem todas as condições de viver de forma diferente, isso eu te garanto! Então, comece orando assim: “Pai, ensina-me a guardar o meu coração, porque dele depende toda a minha vida”.
IV. IDENTIFICANDO O QUE MORA NO CORAÇÃO Tratar das “criaturas das profundezas” pode ser tão difícil e constrangedor que muitos preferem não “mexer com o que está quieto”. O problema é que “o que está quieto” não vai permanecer quieto para sempre. Mas você tomou a decisão certa! Assim que você trouxer à luz o que está escondido, começará a trilhar o caminho da sua cura!
1. CULPA A primeira criatura que vive escondida no nosso interior é a culpa. A culpa é um sentimento muito forte e também muito comum. Ela tem a ver com conclusões como: “Eu fiz algum mal a você, causei uma dor a você, tirei algo de você, traí você, menti para você”. Logo, a lógica diz: “Eu devo algo a você, eu devo desculpas, eu preciso reparar”. Sempre que machucamos alguém, intencionalmente ou não, há uma sensação de que tiramos algo daquela pessoa. Por exemplo, quando mentimos para alguém, roubamos daquela pessoa a possibilidade dela decidir com todas as informações reais que existiam. É por isso que a culpa traz consigo uma sensação de dívida com o outro e gera um mal estar permanente no nosso íntimo, mesmo que o ocorrido seja um segredo exclusivo da pessoa que cometeu o erro. Podemos representá-la assim.
CULPA:
EU DEVO ALGO A VOCÊ
CULPA: COMPANHEIRA DE JORNADA Nós experimentamos a culpa como se tivéssemos um peso enorme nas nossas costas, parecendo uma mochila volumosa que carregamos para todos os lugares. E, não importa quando e nem onde começou-se a carregar este peso - pode ter sido na infância, na época escolar; na juventude, no período da faculdade; na idade adulta -, se não o resolvermos, será
um peso que será levado para a próxima fase da vida, o casamento, por exemplo. Obviamente, uma vez não cuidada, nos acompanhará até o final da nossa vida. Se adquirimos culpa a partir de uma viagem a trabalho, ela seguirá conosco para casa e afetará a nossa família. Se o problema foi no casamento e isso gerou culpa, ela será levada para o nosso trabalho. Enquanto houver culpa não resolvida, faremos dela a nossa companheira em todo lugar que formos e ela afetará cada um dos nossos relacionamentos. O curioso é que, quem se sente culpado, não percebe o tamanho daquele peso até finalmente se livrar dele. A culpa esconde um outro sentimento. Se você cavar sobre a culpa, sabe o que vai encontrar embaixo? A raiva (irritação). E com quem a pessoa está irritada? Com ela mesma. “Eu prometi que jamais iria... mas fiz.” “Eu disse que faria... mas não fiz.” “Eu prometi que seria assim... mas não consegui ser.” Suas expectativas – aquelas que você tinha sobre si mesmo - não foram alcançadas.
OS CAMINHOS QUE O “CULPADO” PERCORRE A culpa é como se fosse uma doença no coração. Ela corrói a nossa vida por dentro. Porém, ela pode ser totalmente dissipada pela luz quando aquela situação de erro é trazida à tona e é tratada. Se tratarmos a culpa como se fosse uma dívida, existem apenas dois caminhos que a pessoa “culpada” pode percorrer:
|A| Recompensar a pessoa de quem ela tirou alguma coisa Seja o que for que tenha acontecido, a pessoa culpada tenta, de todo jeito, devolver à pessoa vitimada o que foi roubado. O problema é que isso nem sempre é possível. Como devolver algo que aconteceu há tantos anos atrás? Como trazer de volta, por exemplo, o que poderia ter sido o primeiro casamento? Como compensar o fato da pessoa não ter estado presente em ocasiões importantes em família por que algum relacionamento foi rompido na época? Como devolver sonhos, sentimentos, memórias não vividas?
|B| Pedir à pessoa que a perdoe Perdão é a decisão de cancelar a dívida de alguém, independentemente se o sentimento coopera com esta decisão ou não. O sentimento de desconforto e as feridas podem até perdurar, sendo melhorados com o tempo, mas a dívida pode ser cancelada a partir de uma decisão consciente. Estas são as duas direções que a pessoa que cometeu algo contra alguém segue normalmente. Porém, não são as duas opções isoladamente que resolverão a questão. É apenas quando associamos algo em relação a estas atitudes que podemos, finalmente, viver a cura verdadeira. Destruindo o Monstro A CONFISSÃO DOS ERROS
Vivemos em uma cultura em que erramos com as pessoas, mas confessamos o erro a Deus. Será que adianta apenas fazer isso, uma vez que Deus já sabe que erramos? Confessar o erro somente a Deus pode até trazer uma consciência tranquila durante algum tempo, mas isso não nos muda. Normalmente, quando confessamos os pecados apenas a Deus, acabamos repetindo-os. Mas, quando nós confessamos aquele mal à pessoa prejudicada (ou à outra pessoa, se falar com a pessoa prejudicada não for mais possível), muito mais do que uma consciência tranquila, Deus consegue mudar a nossa vida. É isso que a Bíblia nos incentiva a fazer e é a partir daí que mudanças começam a acontecer. Leia comigo: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados (...)”
(Tiago 5:16a - NVI)
E por que Deus manda confessarmos os nossos erros à outra pessoa? Porque Ele está sempre ligado e interessado nos nossos relacionamentos. Confessar significa jogar luz naquilo que estava escuro. Às vezes, a culpa cresce em nós como um segredo. Quando, finalmente, trazemos à tona e tratamos do assunto reconhecendo aquele erro, estamos nos abrindo para que essa criatura escondida nas profundezas do nosso ser seja expulsa e, assim, a culpa é anulada. Com ela fora de nós, estamos prontos para ser curados no nosso emocional e, às vezes, até no nosso físico.
É FÁCIL CONFESSAR? POR QUE RESISTIMOS TANTO À CONFISSÃO? Não mesmo! É difícil confessar. Mas isso acontece, principalmente, porque ao confessar a nossa culpa, tememos as consequências da verdade. Mas tememos as consequências da verdade porque não fazemos ideia de como as consequências do segredo são muito maiores e piores! O erro não confessado afeta profundamente a nossa vida, os nossos relacionamentos, as nossas reações, as pessoas à nossa volta e vai nos acompanhando de um estágio ao outro, sem que percebamos. Mas, quando tomamos coragem para fazer o que é certo e contar o que houve, apesar de toda dor, dificuldade e vergonha que este momento trará a nós e ao outro, provocamos, com a nossa atitude, um divisor de águas onde o problema começa a ser resolvido. Nós jamais conseguiremos nos perdoar enquanto a nossa culpa for um segredo. Portanto, livre-se da culpa o quanto antes!
PASSOS PARA A CURA A minha sugestão é que você dê um passo de cada vez. |A| Confesse a alguém Não a alguém que você não conhece nem tem contato. Fale com alguém em quem você confia e que você vê com frequência para te dar uma sensação de prestar contas. |B| Confesse à pessoa ofendida Em algum momento, isso vai ter que acontecer. |C| Restitua o melhor que puder Eu sei que, muitas vezes, isso nem será possível. Você não conseguirá compensar o que tirou das pessoas, assim como as pessoas não conseguirão te compensar pelas coisas que lhe roubaram. Porém, no que for possível, faça. E sabe o que vai acontecer quando você confessar o seu erro? O seu mundo do lado de fora, por algum tempo, vai ficar bem complicado, mas o seu mundo interior se tornará livre!
2. INVEJA Normalmente, identificamos facilmente quando uma pessoa tem inveja de alguém, mas assumir que nós temos inveja é praticamente impossível! “Inveja? Ah, isso é coisa de gente imatura ou infeliz... Eu sou muito superior a isso”. Esse foi o seu pensamento? Então, eu imagino que você também pense que esse assunto não é para você. Mas fique comigo até o final deste bloco para tirar a prova porque você vai perceber que todo mundo nessa vida (sem exceção), em algum nível, tem que lidar com a questão da inveja.
O QUE A INVEJA PROVOCA EM NÓS A inveja provoca algumas reações inconscientes, como: •
• • •
Você não gosta muito de alguém, mas não sabe exatamente por quê. Talvez, aquela pessoa não tenha precisado se esforçar tanto para conquistar algo que você tanto queria e nunca conseguiu. Você é extremamente crítico com alguém, seja na frente da pessoa ou por trás dela, porque, na verdade, ela tem algo admirável que você não tem. Você almeja ter o que uma pessoa tem e, quando conquista esse algo, define um outro objeto de desejo, vivendo num ciclo vicioso. Você adquire coisas que, lá no fundo, têm uma intenção de provocar nas pessoas um sentimento de desejo por aquilo que você tem.
O QUE A INVEJA DESEJA Quando sentimos inveja, afirmamos que o que sentimos não é inveja. Apenas prezamos por “justiça”. Mas, a verdade é que, o que chamamos de justiça (igualdade), não é exatamente o que queremos. Não queremos igualdade; queremos é mais! • • • • • • • • •
“Eu quero ser igual ou melhor do que você.” “Eu quero dirigir o carro que você dirige.” “Eu quero morar na casa que você mora.” “Eu quero ter os amigos que você tem.” “Eu quero caber nas roupas que você cabe.” “Eu quero ter a beleza que você tem.” “Eu quero que meus filhos sejam melhores do que os seus, mais inteligentes e bemsucedidos.” “Eu quero uma esposa ou um marido melhor que o seu.” “Além disso, eu quero provocar inveja em você.”
A verdade é que nós nunca tratamos essa questão de frente; nós, simplesmente, evitamos ter contato com a pessoa que é o nosso alvo de inveja ou, se nós queremos provocar inveja, fazemos questão de aparecer na frente de quem queremos que tenha inveja de nós.
Tudo isso faz parte da natureza da nossa carne, e é muito ruim. É algo feio, mas muito forte, e que devemos evitar a todo custo!
TER MAIS COISAS RESOLVE A QUESTÃO DA INVEJA? A questão da inveja não é resolvida simplesmente adquirindo mais e mais coisas, pois quem não trata a inveja está sempre insatisfeito. Por quê? Porque a inveja é uma doença do coração. A pessoa pode ter conseguido comprar o carro que sempre sonhou, morar na casa que idealizou, seus filhos podem ter conseguido se classificar bem para a melhor faculdade, ela pode estar numa fase boa do seu casamento, ter perdido alguns quilos e, ainda assim, se encontrar na mesma posição. Depois de ter tantas conquistas, ela apenas muda o foco do seu desejo. Agora, os outros é que são o objeto daquilo que ela deseja.
A INVEJA E OS RELACIONAMENTOS Quando somos invejosos, não conseguimos compreender propriamente o que está acontecendo dentro de nós. E, porque não entendemos, acabamos pegando aquela confusão de sentimentos e descontando nas pessoas próximas, tratando-as mal ou sendo indiferentes a elas. Porém, quando a inveja fica clara, ela apena revela um outro relacionamento que está doente dentro de nós: o relacionamento com Deus. Apesar das pessoas corroídas pela inveja acreditarem que o problema delas são as outras pessoas, se formos analisar lá no fundo, veremos que, na realidade, elas acham que a culpa é de Deus. No fundo, no fundo, elas responsabilizam Deus por aquilo que estão sentindo. Quando falamos sobre a culpa, expliquei que ela revela uma sensação de dúvida para com a outra pessoa. No caso da inveja, tem-se a sensação de que Deus está nos devendo algo. Pela nossa perspectiva, Deus poderia ter feito mais por nós, mas não fez:
INVEJA:
DEUS ME DEVE ALGO
São pensamentos assim que rondam a cabeça de quem sente inveja: “Deus poderia ter me dado mais, poderia ter ajustado as coisas para ficarem mais equilibradas, poderia ter me dado uma família diferente, me dado mais oportunidades, poderia ter evitado aquele acidente” e por aí vai...
DESTRUINDO O MONSTRO
COMO VOCÊ PODE VENCER O SENTIMENTO DE INVEJA?
|A| Reconhecendo que a inveja é real Como falei anteriormente, em geral, nenhuma pessoa quer reconhecer que tem inveja. Mas, mesmo que ninguém fale isso para você ou perceba, se você identificou este mal na sua vida, reconheça que ele é real e está instalado dentro de você. Admita que, lá no fundo, você vive a sensação de Deus estar te devendo alguma coisa. Este é um bom começo! |B| Confessando a inveja Se for necessário, confesse o seu sentimento a pessoas que têm sido afetadas por ela. É bem provável que este sentimento de inveja esteja destruindo relacionamentos. |C| Celebrando as vitórias das outras pessoas Quando você celebra a vitória de outras pessoas e diz: “Que bom que você conseguiu, parabéns, você é muito bom nisso”, ainda que você sinta que tem um pouco de falsidade nisso (porque o teu sentimento não está muito alinhado ainda), esta atitude será positiva tanto para você quanto para a outra pessoa. Afinal, você está reconhecendo uma verdade, uma vitória sobre algo que foi real, como a conquista de uma promoção no trabalho ou uma roupa bonita que a pessoa está vestindo. Se você comemorar com elas, aos poucos, você vai vencendo esse sentimento de inveja. E creia que Deus bem interessado que você seja completamente livre; Ele te ajudará! Para terminar este assunto, eu quero te dizer que, sem inveja, você vai experimentar uma vida mais positiva, com muito mais alegria e paz. Você há de concordar comigo que viver assim é bem melhor do que ficar olhando de um lado para o outro pensando no que você tem ou não tem e se comparando com as outras pessoas. Além disso, você estará obedecendo a Deus: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.” (1 Coríntios 13:4 - NVI)
Seja feliz com o que você tem hoje, pois Deus tem colocado em suas mãos coisas preciosas! Se você for fiel e grato a Ele pelo que tem, Ele vai te colocar sobre muito mais (Mateus 25:21)!
3. AVAREZA A terceira criatura das profundezas, que pode morar bem escondida no nosso coração, é a avareza. Antes de entendermos o conceito de avareza, vamos listar o que podemos fazer com o nosso dinheiro: |A| Gastar, comprando o que precisamos. |B| Guardar, quando conseguimos juntar, pensando que será necessário no futuro. |C| Doar ou dar, decidindo investir em algo ou em alguém. Popularmente falando, ser avarento significa ser mão fechada, é o famoso pão-duro. Você, com certeza, já ouviu essa expressão: “Fulano não abre a mão nem pra dar tchau ou cumprimentar”. Basicamente, avarenta é a pessoa que não está nem um pouco disposta a cumprir o terceiro item da lista: doar ou dar, mas que cumpre muito bem o item 2 e, talvez, o 1. Você se vê assim? Aposto que não. Nem um pouquinho? Seja sincero... Avareza é algo que não percebemos facilmente no espelho, mas que logo rotulamos na vida de outras pessoas. Tudo isso por causa da imagem estereotipada que a maioria de nós tem sobre o avarento: é aquele que tem muito dinheiro e não ajuda ninguém. Por exemplo: são aqueles que gastam milhões de dólares com obras de arte, mas não dão um prato de comida ao faminto. São as celebridades que ostentam carros, mansões e helicópteros, que são verdadeiras fortunas, mas que ignoram a pobreza alheia. Esses são os gananciosos, os avarentos, os mesquinhos. Julgamos a pessoa, dizendo que ela é dominada pelas suas posses e só se preocupa com ela mesma. Por causa dessa imagem que a maioria tem sobre o rico avarento, quando olhamos para essa classe de pessoas e nos comparamos, chegamos à conclusão: “Não, eu não sou de jeito nenhum assim!”. Mas, será que existe apenas este tipo clássico de ganância?
“EU NÃO AJUDO PORQUE NÃO TENHO DINHEIRO” Se esta frase lhe é familiar, alerta vermelho! Rapidamente, imagine uma cena comigo: alguém vem pedir a você uma doação de R$ 200,00, mas você olha a sua conta e diz: “Infelizmente, eu não posso te ajudar porque não tenho. Se eu tivesse, te daria...”.
Porém, você passou as suas últimas duas horas negociando com um vendedor a troca do seu carro por um novo ou refinanciando um outro bem. Você também esteve muito ocupada no shopping comprando mais três sapatos e duas bolsas que vão, finalmente, combinar com aquele vestido que ganhou. Ou seja, você usa toda a energia disponível, todo o tempo disponível e todos os recursos disponíveis para melhorar o seu estilo de vida, mas, se uma pessoa pedir que você DÊ alguma coisa a ela, imediatamente, você olha para o seu saldo bancário e decide que não pode, afinal, o seu dinheiro não é para gastar assim; ele é para gastar com as suas “necessidades”. “Mas é errado melhorar de vida, querer ter coisas boas?” Claro que não. Mas o hábito de estarmos sempre procurando coisas para melhorarmos apenas o nosso próprio padrão, nos tira o foco do quanto o bem-estar do outro também é importante. E, se não tivermos esta consciência, com o tempo, isso vai crescer dentro de nós e afetará nossos relacionamentos, pois haverá pessoas ao nosso redor que vão sentir que as coisas que possuímos são mais importantes para nós do que elas. Pode ser até que ofendamos pessoas por causa dessa paixão por ter mais e mais, protegendo nossas coisas, nossas coleções, nossos bens, sempre com medo que outros não sejam cuidadosos com os nossos “tesouros, afinal “você sabe quanto custou isso?”.
O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE AVAREZA Descobrimos, na Bíblia, que a maneira como Jesus identifica e define a questão da avareza é muito mais ampla do que pensamos. Vamos ler: “Então lhes disse: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem NÃO CONSISTE na quantidade dos seus bens.”
(Lucas 12:15 - NVI)
Estas palavras de Jesus nos ensinam que existe um tipo de avareza, de ganância, que é revelada na nossa vida quando achamos que a nossa identidade está nas nossas posses. Então, nossa atitude é pensar apenas no quanto mais podemos juntar ou gastar conosco mesmos, como se apenas nós merecêssemos ter algo. Mais ou menos assim:
AVAREZA EU DEVO A MIM
Parece exagero, mas há pessoas que perdem as suas posses e acham que perderam tudo que têm, inclusive a sua identidade. Elas ficam completamente desnorteadas! Outras pessoas têm uma reação doentia quando sai algum produto novo no mercado. Elas ficam desesperadas para terem aquilo porque, se não tiverem, parecem que vão morrer! É muitas vezes esse tipo de atitude que revela que a ganância está presente na nossa vida, pois estamos confundindo vida com posses. Jesus nos alerta em relação a isso e precisamos ser cuidadosos para não cairmos nesta armadilha! DESTRUINDO O MONSTRO
O ANTÍDOTO DA AVAREZA
Quando se trata de avareza, existe um antídoto muito eficaz: a generosidade. A generosidade tem a ver com a sua capacidade de dar. Quando você dá, significa que não está investindo nem em você mesmo, nem na sua família, nem na sua casa, mas você está deixando sair da sua vida aquele dinheiro para abençoar outra pessoa, para ajudar outra coisa ou causa. Veja o que diz o texto a seguir:
“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam.” (Mateus 6:19-20 - NVI)
“Acumular tesouros nos céus” é a expressão que Jesus usa para dizer que devemos ser generosos. Jesus nos convida à generosidade. Ser generoso significa observar o que está acontecendo ao seu redor, ao contrário do avarento, que acumula, guarda, compra para si mesmo e nunca consegue perceber a necessidade do outro.
É claro que Jesus não quer você se desligue de tudo que é bem material e vá morar debaixo de uma ponte. Não vamos ser extremistas, afinal, Ele também quer que você viva de maneira confortável! Mas generosidade é desenvolver o olhar para fora, em benefício do outro, suprindo necessidades alheias, sendo um abençoador! Se você fizer isso, cumprirá o que a Bíblia orienta, pois colocará o seu coração no maior tesouro que existe: as pessoas. Ao contrário do avarento, que coloca o seu coração nas posses, pois acha que os bens materiais são o seu tesouro. Se você quer saber exatamente onde está o seu coração agora, basta observar o que você tem feito com o seu dinheiro. Aonde você mais gasta, ali está o teu coração. É ali que você está investindo a sua vida. Essas não são palavras minhas; são de Jesus!
A RECOMPENSA DE QUEM É LIBERAL Muitos acreditam, erradamente, que Deus está atrás do dinheiro deles. Mas pense: como o dono do mundo, de todas as riquezas, do ouro e da prata, Criador do universo, poderia precisar de dinheiro? Não faz sentido, porque o que Ele precisa, tem poder para criar! Porém, Ele está muito interessado no seu, no meu, no nosso coração. Deus nos criou para sermos abençoados, sim, mas para sermos bênção para outros também! Ele quer nos usar! Então, quando damos algo, Ele se alegra duplamente: a pessoa que é objeto da nossa bênção recebe algo importante ou necessário, e nós, que tínhamos as posses nas mãos, temos o nosso coração trabalhado, ficando elegíveis para receber quantias ainda maiores em função da nossa atitude liberal. Creia: um abençoador sempre será abençoado! Há uma promessa bíblica que diz que, se você plantar, você vai colher (2 Coríntios 9:6)! Por isso, não se preocupe se, ao doar algo, parece que vai faltar para você mais à frente. Deus não quer que você fique preocupado com o seu dinheiro, com os seus bens, com as coisas que você precisa. Jesus fala o seguinte em Mateus:
“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:31-33)
Nós, os filhos, não precisamos ficar ansiosos e inquietos sobre nossas necessidades. A Bíblia diz que os gentios (que, naquela época, significavam as pessoas que não tinha aliança com Deus) é que tinham estes questionamentos.
Mas, se nós, que temos aliança com Deus, buscarmos o Seu Reino e a Sua justiça, entendendo que isso é o mais importante, todas as outras coisas serão acrescentadas à nossa vida naturalmente. É uma promessa de Jesus! Por isso, decida, hoje, ser um abençoador. A generosidade quebra o poder da ganância. Quando damos, quebramos o poder daquilo que queria nos segurar. Se você tem a consciência de que as riquezas que recebeu vieram das mãos de Deus, ficará mais fácil compartilhar e abençoar uma pessoa, um ministério, um projeto. Deus está totalmente envolvido na generosidade. Ele está à procura de pessoas que Ele possa usar como instrumento para tocar e abençoar de uma maneira intensa e profunda a vida de outros.
4. RANCOR A quarta criatura das profundezas é o rancor. Podemos chamá-la também de ira, ressentimento, raiva ou mágoa. O rancor é um sentimento de amargura e angústia profunda por alguém que nos feriu, nos magoou, nos traiu, mentiu para nós, nos fez sofrer, ou seja, alguém que fez um grande mal para nós. Muitas vezes, consideramos algumas questões tão graves que, dificilmente, conseguimos abrir mão daquilo que nos aconteceu. Foi forte demais para, simplesmente, deixarmos para lá. Quando começamos a falar sobre essas criaturas das profundezas, vimos que a culpa traz o sentimento de dívida com o outro. A inveja dá a falsa sensação de que Deus nos deve. A avareza traz a ideia que devemos a nós mesmos. Mas o rancor já significa que o outro nos deve por causa daquilo que ele nos fez passar, sentir ou pelo que nos tirou. Podemos ilustrar assim:
RANCOR VOCÊ ME DEVE ALGO
VOCÊ ME DEVE O QUÊ? Ao “exercitarmos” o rancor, sempre que olhamos para aquela pessoa, pensamos: “Você me deve”. Mas deve o quê?
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“Você me deve a minha infância”. Guardamos isso em relação aos nossos pais, se tiver acontecido um abandono ou uma ausência, por exemplo. “Você me deve boas memórias”. Lembramos disso se a pessoa não compareceu a uma data importante: formatura, casamento, aniversário, Natal etc. “Você me deve a segurança que eu não tenho”. Achamos que o comportamento instável ou ausente de outra pessoa foi o responsável pela nossa insegurança. “Você me deve a oportunidade de ter criado nossos filhos juntos”. Esta fala existe se tiver havido uma separação do casal. “Você me deve os anos da minha juventude”. Típico pensamento alimentado quando a pessoa investiu tempo num relacionamento e foi traída pela outra. “Você me deve a sua presença”. Podemos expressar isso se a pessoa, mesmo em casa, não era participativa, não dava atenção ou priorizava outras coisas.
Eu sei que este é um tema pesado, mas carregamos, muitos de nós, esse sentimento: “Você me deve, me deve, me deve...”. Esse sentimento é uma conta em aberto. Um débito que não foi pago. Temos o registro do que uma pessoa fez contra nós e não vamos fechar esta conta, não vamos declará-la resolvida enquanto a outra não nos pagar o que deve. É isso que está envolvido no ressentimento, neste sentimento de amargura, que estamos chamando de rancor. O rancor provoca uma dor muito grande em nós, mas ele é muito mais destrutivo do que acreditamos que é. E Deus nos ama de tal maneira que Ele deseja, de todo coração, que consigamos fechar essa conta. “Fechar a conta do rancor? Eu não consigo!” Eu quero te ajudar a fazer isso com esta leitura. Lembre-se que este mau sentimento não resolvido prejudica não apenas nós, mas prejudica, em algum nível, todo mundo que está envolvido conosco. Nossa família toda sofre: esposa, marido, filhos, pais. Isso acontece porque o rancor provoca reações e, às vezes, nós nem sabemos por que agimos daquele jeito. Por isso é tão importante observar o que está escondido dentro de nós.
O RANCOR ARRASTADO PARA A PRÓXIMA FASE DA VIDA Veja o verso de Efésios 4:26 em duas versões bíblicas diferentes: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” (ARA)
“Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha.” (NVI)
Esta é uma passagem que foi escrita por alguém que entendia bem do assunto. Alguém que sabia muito bem o que era ser ofendido e mal tratado: o apóstolo Paulo. E ele nos ensina, com base na vida de Jesus e nos seus ensinos, que é possível se livrar da ira, pois a mágoa e o ressentimento não são justificados pelas circunstâncias. Todos nós podemos ter o controle sobre esta questão se o nosso coração decidir isso.
Mas o que o sol tem a ver com a ira? Esta passagem nos adverte: carregue este sentimento o mínimo possível. Se você ficar irado, ok, mas não permita que a ira permaneça. Não permita que o sol se ponha sobre a próxima fase da sua vida. Porque, se você permitir, você carregará a mesma dor, a mesma mágoa, o mesmo rancor e o mesmo ressentimento para a próxima fase e, com isso, você abre as portas para a destruição pessoal e relacional em sua vida. Quando você termina uma fase da sua vida, começa uma nova e não resolveu seus rancores, é muito fácil perder de vista a fonte daquela ferida original. Isso significa que, de repente, você está num outro momento da sua vida e as pessoas facilmente irritam você, e você acha que a culpa é delas. Aí, ofende um por causa de uma bobagem e agride o outro em função de algo tão pequeno, sem discernir que a raiz daquelas atitudes é o rancor não tratado. DESTRUINDO O MONSTRO
LIVRANDO-SE DO RANCOR
O apóstolo Paulo nos diz em Efésios: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.”
(Efésios 4:31-32 - NVI)
Outra versão diz: “Façam desaparecer do vosso meio todo mau humor, assim como cólera, ódio e discussões, tal como as injúrias e as revoltas rancorosas. Toda amargura, ira, cólera, gritaria, blasfêmia e toda malícia sejam tiradas do meio de vocês”. Repare que, independentemente da versão bíblica em que você ler esta passagem, em todas elas, você vai ver algo em comum: VOCÊ tem a responsabilidade de tirar este tipo de sentimento da sua vida. É um mandamento, é uma orientação da própria Palavra de Deus. Como? Perdoando! “Mas é impossível esquecer o que aconteceu!”.
Concordo, mas eu vou dizer para você o que o perdão não é: • • •
...esquecer o que aconteceu. ...ajustar os sentimentos e, quando eles estiverem legais, achar que você estará pronto para perdoar. ...uma regra de que, agora, você vai conseguir ter uma reconciliação com aquela pessoa. Pode ser aconteça, pode ser que não.
ENTÃO, O QUE É PERDÃO? Perdão significa, simplesmente, o cancelamento de uma dívida. Uma decisão que você deve tomar pela fé, não pelo sentimento, que diz: você não me deve mais nada. Eu sei que, quando nós fazemos isso, aparentemente, nos expomos e a outra pessoa parece que foi a mais beneficiada. Isso pode gerar uma espécie de frustração porque, afinal, o outro fez tanto mal e como ele pode, ainda assim, ser a pessoa que saiu por cima? Mas isso não é verdade. Quando liberamos perdão, a pessoa mais beneficiada somos nós, os que perdoamos. O que Deus faz na nossa vida é impressionante!
3 PASSOS PARA AJUDAR VOCÊ PERDOAR: |A| Identifique com quem você está irado Se for necessário, confesse o seu sentimento a pessoas que têm sido afetadas pelo rancor. Você será tentado a achar que o problema é com alguém com quem você lida hoje, mas volte algumas páginas da sua vida e faça essa pergunta outra vez. |B| Descubra EXATAMENTE o que foi tirado de você O que especificamente você acredita que perdeu? Responder a esta pergunta não é um processo rápido. É possível que você comece uma lista e precise deixá-la aberta por alguns dias ou semanas. Você precisará pedir ajuda a Deus, porque, se você vai cancelar a dívida, precisará saber o que lhe devem. Por exemplo: se você vai perdoar um valor que alguém pediu emprestado e não devolveu, precisa saber a quantia para que o seu perdão seja significativo. |C| Cancele a dívida Faça como em uma cerimônia. Determine-se a cumprir esta missão hoje mesmo. Não postergue! E mantenha o hábito de não permitir que o sol se ponha sobre a sua ira.
PERDOE E OS SENTIMENTOS SE AJUSTARÃO DEPOIS Não dependa de sentimentos para perdoar. Se você fizer isso, pode ser que você carregue o rancor pelo resto da sua vida. Isso trará prejuízos enormes para você e outros do seu relacionamento, você envenenará o seu futuro e destruirá as suas possibilidades de crescimento. Como vimos, perdão é apenas o cancelamento de dívidas com relação à outra pessoa, e não o cancelamento de sentimentos. Acredite que, se você decidir agir em obediência a Deus perdoando, com o tempo, os sentimentos vão se ajustar. Mas, hoje, é urgente que você se posicione como uma pessoa que libera todos aqueles que te causaram mal. Afinal de contas, você não está conseguindo muita coisa simplesmente se agarrando a este rancor. Apenas o perdão quebra o poder do rancor. É como uma luz que é jogada na escuridão. Aquilo que estava escondido lá num cantinho, sem aparentemente ninguém saber, vem à tona e a situação se resolve. Pratique e você viverá a sua cura!
LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ FOI PERDOADO POR DEUS Raciocine da seguinte forma se o seu orgulho tentar te impedir de querer perdoar. Quando você teve uma questão desagradável com alguém, você pode ter tido uma pequena responsabilidade disso ter acontecido, mesmo que tenha sido mínima. Mas, quando Deus enviou Jesus, Jesus não tinha nada a ver com o seu pecado. Ele enviou Seu Filho para morrer para que esses seus pecados pudessem ser pagos completamente. Se Deus cancelou todo o nosso débito, sem que nós merecêssemos ou pudéssemos recompensar da mesma forma pelo fez por nós, então, nós também podemos fechar esta conta, mesmo que a pessoa não mereça e nem nos devolva o que tirou de nós. Então, agora, o seu Pai celestial te convida: • • • •
“Que tal fecharmos essa conta?” “Que tal deixarmos para trás?” “Que tal apenas dizermos: Você não me deve mais?” “Que tal PERDOAR?”
O que você vai responder? A decisão de perdoar tirará um peso de você e fará a sua vida crescer e florescer! Experimente isso na sua vida!
V. CONCLUINDO
Porque Deus te ama profundamente, Ele já te capacitou para vencer cada uma dessas criaturas que, hoje, podem estar morando nas profundezas do seu coração. Por isso, Ele a você deu um antídoto para cada monstro:
CULPA X CONFISSÃO
INVEJA X RECONHECIMENTO & CELEBRAÇÃO
AVAREZA X GENEROSIDADE RANCOR X PERDÃO
Deus realmente tem um plano muito bom para você. Se você começar a andar mais perto dEle, ouvindo a Sua voz e sendo dirigido pelo Seu espírito, você vai experimentar algo novo e maravilhoso! Não adie mais resolver suas questões internas. Não adie mais viver a sua cura! Há algo muito melhor que te aguarda se você desocupar o seu coração de todos estes sentimentos maléficos. Agora, Deus convida você a olhar para dentro de você mesmo e ajustar aquilo que precisa ser ajustado com a ajuda dEle. Talvez, com a ajuda de outras pessoas também. Elimine toda dívida da sua vida! Saia da posição de vítima e desse lugar de autodefesa. Deus te ama e planejou o melhor para você!
O AMOR DE DEUS TE CAPACITA E TE CURA
Que você possa experimentar uma vida plena e abundante que Ele preparou antes mesmo de você nascer!