SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA
O poder da
cruz
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BILL CROWDER
Introdução
O poder da cruz
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uando escrevi o livro, Windows on Easter (Janelas da Páscoa), do qual este livreto foi adaptado, meu objetivo era reavaliar os acontecimentos familiares relacionados à morte e ressurreição de Cristo, examinando-os pelos olhos de alguns dos homens e mulheres que estiveram presentes. Esses momentos que abriram a eternidade para os que não a mereciam, à custa da vida daquele que é eternamente digno, não devem de modo algum cair no esquecimento. Uma destas testemunhas oculares foi o centurião romano que auxiliou na crucificação. Os religiosos da época fazem a assombrosa pergunta: “Você estava lá quando crucificaram o meu Senhor?” Ah, sim, este homem estava lá.
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Ao tentarmos imaginar o que ele viu e sentiu, que a graça e a misericórdia de Cristo alcance os nossos corações para sermos profundamente transformados, assim como ocorreu com o centurião. Através dos séculos, os soldados foram menosprezados e honrados — menosprezados por quem atacam e conquistam, honrados por quem protegem e defendem. Ficamos frequentemente chocados pelas ações que a guerra, em si mesma resultado de ódio e pecado, compele o exército a executar; entretanto, ficamos geralmente maravilhados pela coragem exigida dos soldados para que ajam assim. Aqueles dentre nós que nunca vivenciaram o terror do combate, não conseguem compreender o fardo que o trabalho de um soldado tem sobre os seus ombros. Nunca entenderemos completamente o que os soldados vivenciaram na linha de frente. Os soldados sofrem as dificuldades do treinamento e são frequentemente sujeitos, em serviço ou combate, a um estilo de vida de privações. É uma vida que algumas vezes mal parece civilizada, alternando entre atos de coragem e barbarismo. Viver continuamente à sombra da morte, enfrentar a realidade de que você é um agente da morte — mesmo que por uma causa justa — é algo difícil. A vida de um soldado não é fácil. Não é hoje, e não era há dois mil anos. Entretanto, mesmo os corações endurecidos pelo calor das batalhas e pelas lutas do serviço militar não estão além do alcance do evangelho ou do poder da cruz.
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o poder da cruz
… da nã do
…mesmo os corações endurecidos pelo calor das batalhas e pelas lutas do serviço militar não estão além do alcance do evangelho ou do poder da cruz. Veremos este poder em ação na vida de um soldado — o centurião encarregado da crucificação de Jesus Cristo.
Bill Crowder Ministérios Pão Diário
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Sumário 1
A vida de um centurião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
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Centuriões no Novo Testamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
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O centurião ao pé da cruz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Título original : The Power of The Cross Foto da capa: iStockPhoto Imagens internas: (p.1) StockPhoto; (p.7) Vera Kratochvil / PublicDomain.com&Wikipedia; (p.11) Creative Commons; (p.19) Spanish Browne / Stockxching ISBN: 978-1-60485-843-3 Exceto se indicado o contrário, as citações bíblicas são extraídas da Edição Revista e Atualizada de João F. de Almeida © 1993, Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reservados. © 2013,2015 Ministérios Pão Diário. Todos os direitos reservados. PORTUGUESE
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A vida de um centurião
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osso filho mais velho está no exército há muitos anos. Assistir ao seu progresso nos postos, partindo de soldado para primeiro-sargento foi um aprendizado nos modos da vida militar. Os soldados se comprometem a colocar a missão antes do conforto, seus companheiros antes de si mesmos e a obediência ao serviço acima de suas opiniões pessoais e sobre às ordens que recebem. É um estilo de vida enraizado em disciplina, hierarquia e trabalho em equipe. Os elementos centrais dos deveres do soldado não mudaram durante os séculos. Certamente a tecnologia, o aparato de combate e o treino mudaram. Mas os compromissos básicos com a obediência, tarefas, disciplina, autoridade e trabalho em equipe não mudaram. Com isso
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em mente, consideremos como a vida militar deve ter sido para um centurião romano do primeiro século. A palavra centurião vem do termo latim centum, que significa “uma centena.” Um centurião era um oficial romano que comandava cem homens. Para termos uma compreensão adequada do papel de um centurião, é útil entender o planejamento de uma legião romana. Cada legião era dividida em dez coortes (dez unidades de uma legião do exército romano), cada coorte em três manípulos (subdivisões) e cada manípulo em duas centúrias. Em uma legião havia trinta manípulos e sessenta centúrias. Uma centúria sempre consistia de cem soldados, sendo que sessenta centúrias formavam uma legião combinada de seis mil tropas. No exército romano, o posto de centurião era o posto mais alto que um soldado comum poderia alcançar. A função era semelhante ao que conhecemos como capitão da companhia. Sessenta centuriões serviam cada legião, com hierarquia entre
A crucificação era um método de execução comumente praticado pelo Império Romano. Provavelmente originou-se na antiga Pérsia e foi adotada por Alexandre o Grande. A vítima crucificada era amarrada ou pregada a uma grande cruz em formato de “T” e ali deixada até que morresse.
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o poder da cruz
Os Lu co co
esses sessenta. A promoção ao posto de centurião era geralmente fundamentada em experiência e conhecimento e, assim como no exército hoje, os centuriões eram promovidos com transferência para cargos de maiores responsabilidades. Os centuriões atingiam seu posto, tipicamente, do modo mais difícil, e era um
Os centuriões mencionados nos livros de Lucas 7 e Atos 10 eram homens respeitados, com recursos financeiros e que contribuíam com suas comunidades. posto de prestígio e honra, que exigia o respeito de outros. Estes oficiais recebiam pensões abastadas em sua aposentadoria e eram vistos como ilustres nas cidades onde moravam. Os centuriões mencionados nos livros de Lucas 7 e Atos 10 eram homens respeitados, com recursos financeiros e que contribuíam com suas comunidades. Não era fácil receber a posição estratégica de centurião. Ainda que alguns podiam comprar o seu posto, e outros eram
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nomeados por serem favorecidos por oficiais de postos mais elevados ou oficiais romanos, a maioria dos centuriões era nomeada pelos tribunos superiores. Estas promoções quase sempre se baseavam em mérito do soldado, sendo a boa conduta considerada fator-chave. As tarefas de um centurião se encaixavam em duas áreas básicas. No combate, o centurião era responsável por implementar a estratégia militar. Ele quase sempre permanecia de prontidão, liderando o ataque para a batalha. Fora do campo de batalha, o centurião aplicava a disciplina aos oficiais, mediava conflitos interpessoais entre seus homens, provia segurança e proteção quando necessário, supervisionava ações policiais em áreas ocupadas e, mais particularmente para nossos propósitos, supervisionava as mortes por execução. Como regra geral, para cidadãos romanos estas execuções eram feitas por meio da espada (romanos 13) e, para os não romanos, por meio da crucificação Harper’s Bible Dictionary, (Dicionário Bíblico).
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Centuriões no Novo Testamento
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uitos centuriões são mencionados no Novo Testamento. Os relatos dos centuriões mais proeminentes revelam em que grau a mensagem e a influência de Cristo estavam transpondo barreiras e linhas sociais, étnicas e políticas.
O centurião de Cafarnaum (Mateus 8:5-13)
Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse:
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Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado. Este homem veio a Jesus em favor de seu servo. Ele demonstrou grande submissão (ao chamar Jesus de “Senhor”) e grande fé ao declarar que acreditava No contexto do primeiro século, este cenário é extraordinário. Primeiro, um centurião romano chama um rabi judeu de “Senhor” e demonstra submissão a um mestre judeu. Segundo, a atitude de Jesus de ir à casa de um gentio imediatamente o tornaria impuro cerimonialmente, o que o impossibilitaria de participar da adoração no Templo. Esta interação mostra grande amor e complacência de cada um destes homens com relação ao outro.
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Os re in so
Este encontro deixa claro que nem ascendência étnica nem vocação determinam a aptidão de alguém para a cidadania do reino.
que Cristo precisava apenas dizer as palavras e seu servo seria restaurado. Como se isso já não fosse notável o suficiente, a preocupação deste valente guerreiro com um mero
Os relatos dos centuriões mais proeminentes revelam em que grau a mensagem e a influência de Cristo transpunham barreiras sociais, étnicas e políticas. escravo que o leva a buscar o rabi de Nazaré é algo realmente incrível.
O centurião de Cesareia (Atos 10:1,2,22,44-48)
Morava em Cesareia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. […] Então, disseram: O centurião Cornélio,
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homem reto e temente a Deus e tendo bom testemunho de toda a nação judaica, foi instruído por um santo anjo para chamar-te a sua casa e ouvir as tuas palavras. […] Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraramse, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro: Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então, lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias. Cornélio, um gentio convertido e de reconhecido valor, era um centurião que lidava gentilmente com o povo judeu que o estimava. Por sua exposição ao judaísmo seu coração estava preparado para a semente do evangelho e quando
A palavra traduzida como regimento é a palavra grega σπερα, e se refere a uma unidade militar romana composta em média por 600 soldados (Léxico Louw-Nida). Isto significa que Cornélio era um de seis centuriões que lideravam o regimento italiano.
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O se m
Pedro levou-lhe a mensagem da cruz, ele creu.
O centurião do naufrágio (Atos 27:1,11,42-44; 28:16)
Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros
O coração de Cornélio fora preparado para a semente do evangelho e quando Pedro levou-lhe a mensagem da cruz, ele creu.
presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial […]. Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia […]. O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra. Quanto aos demais, que se salvassem, uns, em tábuas, e outros, em destroços do navio. E foi assim que todos se salvaram em terra […].
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Uma vez em Roma, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava. Júlio, o centurião responsável por entregar Paulo para o julgamento em Roma, relutou no começo, não querendo aceitar o conselho do apóstolo. Durante o naufrágio, entretanto, ele foi exposto à vitalidade da fé de Paulo e viu o poder de Deus operando milagres, e salvou a vida de Paulo quando esta fora ameaçada.
A preocupação dos soldados de que prisioneiros escapassem é compreensível. A lei romana responsabilizava diretamente os guardas pelos prisioneiros fugitivos. Roma impingia punição sumária aos guardas cujos prisioneiros escapassem. The New American Commentary: Acts (Novo comentário americano: Atos).
Os centuriões não eram o que hoje chamaríamos de pessoas gentis e suaves. Eles faziam parte de uma força de ocupação — soldados profissionais aplicando o braço de ferro de Roma e subjugando-os à escravidão. Os odiados conquistadores romanos eram brutais e rápidos em sua abordagem a todo e qualquer problema. No entanto, de
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Os ap en no m
Os centuriões eram soldados profissionais aplicando o braço de ferro de Roma […]. No entanto […] Os centuriões mencionados no Novo Testamento são uniformemente mencionados como merecedores de méritos… acordo com o Easton’s Bible Dictionary (Dicionário Bíblico): “Os centuriões mencionados no Novo Testamento são uniformemente mencionados como merecedores de méritos, seja nos evangelhos ou em Atos.” Políbio, historiador da antiguidade, observou que os centuriões eram escolhidos por mérito e eram singulares por sua ousada coragem e bravura (ainda que essas qualidades fossem importantes) e por sua cautela, constância e capacidade de decisão. Sobre estes centuriões, escreveu: “Eles não deveriam ser tão aventureiros em busca de perigos, mas sim homens que pudessem comandar, que fossem resolutos e confiáveis; não deveriam ser excessivamente aflitos apressando-se para a
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luta, mas quando pressionados deveriam estar prontos para firmarem-se e morrerem em seus postos.” Na verdade, o estudioso da Bíblia, William Barclay, concluiu: “Os centuriões eram os homens mais distintos no exército romano.” Esse cenário histórico prepara o palco para o aparecimento do centurião ao pé da cruz e para o peso e a credibilidade de suas palavras.
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O centurião ao pé da cruz
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esde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: ELI, ELI, LAMÁ SABACTÂNI? O que quer dizer: DEUS MEU, DEUS MEU, POR QUE ME DESAMPARASTE? E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. E Jesus,
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clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus. (mateus 27:45-54).
“Verdadeiramente este era o Filho de Deus.” Que declaração! Estas não foram palavras trêmulas de um rapazote amedrontado ou de um recruta facilmente manipulável. Foi a conclusão bem feita de um veterano experiente que assistira a morte terrível de muitos homens — e que os havia matado — por anos. Alguns especulam sobre o que ele quis dizer. Teria sido uma confissão de fé, ou estaria simplesmente tentando definir algo fora do âmbito de sua experiência? Creio que a resposta está no contexto. Obviamente, o centurião sentiu-se profundamente comovido com os acontecimentos que testemunhou e a declaração de deidade resulta de sua observação. Precisamos considerar duas coisas ao ponderar cuidadosamente sobre a magnitude das palavras do
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“Ve Qu trê rec
centurião: a prova contra esta declaração e a prova em apoio a esta mesma declaração. A prova contra tal declaração era realmente forte. O centurião tinha total consciência da forte condenação dos líderes religiosos judeus que haviam colocado
“Verdadeiramente este era o Filho de Deus.” Que declaração! Estas não foram palavras trêmulas de um rapazote amedrontado ou um recruta facilmente manipulável. Jesus na cruz por Ele ter afirmado ser o Filho de Deus. Seu comandante, Pôncio Pilatos, havia aprovado a condenação para a afirmação feita por Jesus. Mas o centurião rejeita a condenação e afirma a alegação de Jesus. Por quê? Porque os argumentos a favor da alegação de Cristo eram esmagadores. Olhando para as provas que corroboram esta declaração, devemos nos lembrar de que este homem supervisionou, indubitavelmente, muitas crucificações, porém, havia algo extraordinariamente diferente nesta execução em particular.
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O que ele viu? Há muitas cenas de eventos da prisão, do julgamento e da crucificação de Jesus que se combinam num mosaico constrangedor. • A reação de Jesus à injustiça, prisão e julgamentos que Ele foi forçado a sofrer nas mãos de Seus compatriotas: E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o. […] Jesus, porém, lhe disse: […] Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram […]. E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti?
As Escrituras indicam que João foi o único membro entre os 12 que identificou-se publicamente com Jesus em Sua crucificação.
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Há ju co
Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à
Há muitas cenas de eventos da prisão, julgamento e crucificação de Jesus que se combinam num mosaico constrangedor.
direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia. Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte. Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam, Dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu? (mateus 26:47-68, ênfase adicionada).
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• A reação de Jesus à tortura que o centurião e seus homens infligiram a Ele: E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a corte. E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate; E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mão direita uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus. E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem escarnecido, tiraramlhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado (mateus 27:27-31). • A dignidade com que Jesus reagiu à multidão que, esperando linchá-lo, exigia Seu sangue — como uma ovelha, muda antes do abate. As Escrituras não registram qualquer resposta de Jesus aos clamores da multidão:
João 19:12-16: “A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César! […] Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César! Então, Pilatos o entregou para ser crucificado.”
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Ap esc ap pe
Mas estes incitaram a multidão no sentido de que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, então, deste a quem chamais o rei dos judeus? Eles, porém, clamavam: Crucifica-o! Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez ele? E
Apesar de terem se sentado para apostar Seus escassos bens e assistir ao repulsivo espetáculo, a preocupação de Jesus era que eles tivessem perdão e não que Ele pudesse escapar. eles gritavam cada vez mais: Crucifica-o! Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado (marcos 15:11-15; isaías 53:7). • A misericórdia de Jesus pelo povo que o rejeitou e pelos soldados que o crucificaram, incluindo este centurião. Sua reação? “…Pai, perdoa-lhes…” (lucas 23:34). Apesar de terem se sentado para apostar Seus escassos bens e assistir ao repulsivo espetáculo, a preocupação de
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Jesus era que eles tivessem perdão e não que Ele pudesse escapar. Isso é poderoso. • A reação da criação à atitude do Criador que carregava os pecados. Como Mateus registra, testemunhas viram “…o terremoto e tudo o que se passava…” (27:54). Eles viram o sol escurecer, sentiram o poder da terra tremendo sob os seus pés — e viram este fenômeno sobrenatural repentinamente se acabar no momento em que Jesus entregou o Seu espírito em alta voz e morreu. Este centurião estava compreensivelmente chocado com os eventos significativos associados à morte de Cristo. Em toda a sua exposição tão próxima a tortura e morte, ele nunca tinha visto tais coisas antes, e foi impossível fugir do impacto que isso lhe causou.
Não há dúvida de que esta expressão [“Verdadeiramente este era o Filho de Deus!”] foi utilizada no sentido judeu e de que isso aponta para a alegação que Jesus fez afirmando ser o Filho de Deus e à qual voltou-se claramente a acusação feita a Ele. O significado, então, é, claramente, que Ele deve ter sido o que professava ser; em outras palavras, Ele Os judeus do primeiro século esperavam um Messias que derrotasse os romanos opressores. Jesus, entretanto, veio para derrotar o poder e a opressão do pecado e da morte.
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O pe co ter
não era um impostor. Não havia um meiotermo. Jamieson, Fausset and Brown Bible Commentary, (Comentário bíblico).
O centurião e seu grupo de soldados calejados pelas batalhas haviam aprendido a lidar com o medo, mas agora experimentavam o terror absoluto. O estudioso da Bíblia, Dr. Herbert Lockyer, escreve: “Que testemunho notável Cristo recebeu deste gentio! Quão admirável foi a homenagem que prestou àquele que foi crucificado no Gólgota!” O centurião tinha visto, ouvido e sentido todos os acontecimentos da crucificação e da morte de Cristo. Como resultado, ele e suas tropas “ficaram possuídos de grande temor”. O centurião e seu grupo de soldados calejados pelas batalhas haviam aprendido a lidar com o medo, mas agora experimentavam o terror absoluto — não um medo verdadeiro, um temor reverente, mas, talvez, como o comentarista John Gill escreveu, o “medo da punição: caso
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a vingança divina viesse sobre eles com relação ao seu envolvimento na questão”. Eles tinham razão para ter medo, pois não havia nada de comum nestes acontecimentos tão significativos nos quais estavam envolvidos. Não se tratava de: • Uma execução qualquer. A escuridão, o terremoto e o lamento de Cristo pelo abandono convenceram os soldados de que esta não era uma execução qualquer. Os acontecimentos os apavoraram e provavelmente os fizeram acreditar que estas coisas comprovavam a ira do céu. Que percepção! Eles tinham colocado o Filho de Deus à morte! • Um poder qualquer. Eles não chegaram a esta conclusão pelo anúncio de algum mensageiro angelical ou profeta. A conclusão resultou unicamente dos efeitos do poder de Deus à mostra no Calvário, naquele dia escuro. • Uma confissão qualquer. A confissão do centurião nos diz algo eternamente importante: Jesus é visto mais claramente como o Messias prometido e Filho de Deus em Sua paixão e morte. Como é interessante que as instituições religiosas judaicas tenham zombado dele com o título (vv.41-44) pelo qual um centurião romano agora o confessava.
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To m im po
Matthew Henry escreveu: “As temíveis manifestações de Deus, em Seu cuidado, algumas vezes trabalham de modo singular pela convicção e pelo despertamento de pecadores. Demonstrou-se isso no terror
Todos que são salvos, são salvos devido à morte de Jesus na cruz. A cruz começou a agir imediatamente. E esta obra tem continuado por dois milênios. que sobreveio sobre o centurião e os soldados romanos. Que possamos, com os olhos da fé, contemplar Cristo e Cristo crucificado e que sejamos influenciados por esse grande amor com o qual Ele nos amou. Nunca a natureza repugnante e os efeitos do pecado foram tão tremendamente exibidos como naquele dia quando o amado Filho do Pai foi pendurado na cruz, sofrendo pelo pecado, o Justo pelo injusto, para que Ele pudesse nos levar a Deus. Rendamo-nos deliberadamente ao Seu serviço.”
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A tradição da igreja deu a este centurião o nome de Petrônio. Caso ele tenha sido ganho para a fé em Cristo, veio a Cristo como pagão, assim como o ladrão na cruz que creu e foi salvo enquanto Jesus estava pendurado na cruz. Tão simples e fundamental! Todos que são salvos, são salvos devido à morte de Jesus na cruz. A cruz começou sua obra imediatamente. E esta obra tem continuado por dois milênios. A pregação da cruz pode ser tolice para o mundo, mas àqueles que são salvos é o poder de Deus. Não é surpresa que Charles Wesley tenha declarado em seu hino de louvor pela morte de Cristo, “Incrível amor, como pode ser? Tu meu Deus foste por mim morrer!” É essa poderosa cruz e o amor demonstrado naquele momento que movem os corações da morte para a vida — mesmo sendo um soldado com o coração cansado e endurecido pela batalha. A Bíblia afirma que Jesus morreu na cruz e quem nele crer será salvo e terá a vida eterna (joão 3.16). Era assim no primeiro século e é hoje também. Aos pés da cruz, indigentes e príncipes, beatos e pagãos, conhecidos e desconhecidos e — sim — generais e centuriões encontram o lugar onde ajoelhar-se e aceitar o Cristo que morreu por eles — e por nós.
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Ao be e— o qu
Os homens e mulheres que testemunharam o julgamento, a crucificação, a morte e a ressurreição de Cristo viram mais do que as palavras jamais poderiam
Aos pés da cruz indigentes e príncipes, beatos e pagãos, conhecidos e desconhecidos e — sim — generais e centuriões encontram o lugar onde ajoelhar-se e aceitar o Cristo que morreu por eles — e por nós. expressar. Eles ouviram coisas que nós só podemos imaginar. Mas o que viram durante suas vidas, nós vimos nas Escrituras e o resultado é incrivelmente o mesmo. Ainda que não possamos tê-lo visto fisicamente, o vimos por meio das páginas das Escrituras e encontramos o solo firme para crermos. O livro de Romanos explica o fenômeno da seguinte forma: “…a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (10:17). “Verdadeiramente este é o Filho de Deus!” Ouvimos e cremos. Mas não deve acabar aqui. Devemos ter paixão ardente por conhecê-lo — a mesma paixão do apóstolo Paulo, que escreveu que o seu objetivo de
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vida era “…o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte” (filipenses 3:10). Que o mesmo desejo arda também em nossos corações, que possamos verdadeiramente conhecer aquele que nos amou e se entregou por nós.
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