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    ANÁLISE DO DESEMPENHO EM INOVAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE TIC EM PERNAMBUCO RESUMO O estudo aqui apresentado tem a finalidade de avalia...
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ANÁLISE DO DESEMPENHO EM INOVAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE TIC EM PERNAMBUCO RESUMO O estudo aqui apresentado tem a finalidade de avaliar, através de um survey, usando uma amostra de 50 micro e pequenas empresas do estado de Pernambuco que atuam no setor de tecnologia de informação e comunicação, o grau e o perfil da inovação. Para alcançar tal objetivo foi utilizada a metodologia proposta pelo Manual de Oslo e implantada pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa, denominado de Agentes Locais de Inovação. A ação dos agentes locais de inovação tem suporte científico no radar de inovação. Por meio de uma avaliação de 13 dimensões da inovação obtidos através da aplicação de um diagnóstico foram abordados diferentes aspectos da organização. A pesquisa desenvolve-se em três momentos: T0, T1 e T2. No momento T0 são apresentadas às empresas as opções de alternativas para estimular a inovação. Após a execução de algumas das ações, momento T1, a empresa em análise é novamente avaliada e o seu grau de inovação é novamente obtido, verificando-se a eficácia das ações. No momento seguinte T2 é feito um novo diagnóstico, após um período superior a 3 meses, para avaliar se o empresário absorveu a cultura da inovação. Para a amostra analisada os resultados obtidos mostram que o setor de tecnologia da informação e comunicação encontrase com algumas dimensões que necessitam ser desenvolvidas e que entre o momento inicial e final da pesquisa não houve variação significativa no seu grau geral de inovação. As dimensões presença, cadeia de fornecimento e processos são indicadas como de menor desempenho e por isso necessitam de maior atenção. Um dos resultados da pesquisa demonstra-se que as métricas estabelecidas no radar de inovação podem orientar as estratégias de desenvolvimento. PALAVRAS-CHAVES: Inovação; Tecnologia da Informação e Comunicação; Métricas de Inovação.

ANALYSIS OF THE INNOVATION PERFORMANCE OF MICRO AND SMALL ICT COMPANIES IN PERNAMBUCO, BRAZIL ABSTRACT The study presented here aims to evaluate, through a survey, using a sample of 50 micro and small businesses in the state of Pernambuco that operate in the information and communication technology sector, the innovation degree profile. To achieve this goal we used the methodology proposed by the Oslo Manual and deployed by the Support Service Brazilian to Micro and small Enterprises called Innovation Local Agents. The action of innovation local agents has scientific support on the innovation radar. Through evaluation of 13 dimensions of innovation obtained by applying a diagnosis were addressed different organization aspects. The research comprises three times: T0, T1 and T2. At the time T0 for each enterprise is submitted alternative options to stimulate innovation. After the execution of some of the actions, the time T1 begins, the company is again evaluated and her degree of innovation is again obtained, verifying the effectiveness of actions. The next time T2 is a new diagnosis, after a period exceeding 3 months, to evaluate whether the entrepreneur has absorbed the innovation culture. For the sample analyzed the results obtained showing that the information and communication technology sector meets some dimensions that need to be developed and that between the start and end time of the research was not significant variation in their innovation degree. The dimensions, and supply chain processes are listed as minor performance and therefore require greater attention. One of the results of the survey demonstrates that the metrics established in the innovation radar can guide development strategies. KEYWORDS: Innovation; Information and Communication Technology; Innovation Metrics.

Revista Brasileira de Administração Científica é uma pub. da Escola Superior de Sustentabilidade  Rua Dr. José Rollemberg Leite, 120, Bairro Bugio, CEP 49050‐050, Aquidabã, Sergipe, Brasil  Site: www.arvore.org.br – Contato: [email protected] – Telefone (79) 9979‐8991 

Revista Brasileira de  Administração Científica,  Aquidabã, v.3, n.2, Ago 2012.   

ISSN 2179‐684X   

SEÇÃO: Artigos  TEMA: Sistemas de Informação    Anais do Simpósio Brasileiro de  Tecnologia da Informação (SBTI 2012)    

 

DOI: 10.6008/ESS2179‐684X.2012.002.0003 

    André Marques Cavalcanti Filho  Universidade Federal de Pernambuco,  Brasil  http://lattes.cnpq.br/5337128521260089   [email protected]    

Marcos Roberto Gois de Oliveira  Universidade Federal de Pernambuco,  Brasil  http://lattes.cnpq.br/0923894876849625   [email protected]    

Andre Marques Cavalcanti  Universidade Federal de Pernambuco,  Brasil  http://lattes.cnpq.br/2146312479579570   [email protected]  

        Recebido: 10/06/2012  Aprovado: 15/08/2012  Avaliado anonimamente em processo de pares cegas. 

        Referenciar assim:    CAVALCANTI FILHO, A. M.; OLIVEIRA, M.  R. G.; CAVALCANTI, A. M.. Análise do  desempenho em inovação das micro e  pequenas empresas de TIC em  Pernambuco. Revista Brasileira de  Administração Científica, Aquidabã, v.3,  n.2, p.41‐56, 2012. 

 

CAVALCANTI FILHO, A. M.; OLIVEIRA, M. R. G.; CAVALCANTI, A. M. 

INTRODUÇÃO

Organização inovadora “é a que introduz novidades de qualquer tipo em bases sistemáticas e colhe os resultados esperados” (BARBIERI, 2007, p.88). A expressão “bases sistemáticas” significa a realização de inovações com autonomia, intencionalidade e proatividade. Assim, a inovação é um elemento essencial do modus operandi dessa organização, o que pressupõe que ela desenvolva continuamente recursos tangíveis e intangíveis para inovar permanentemente. Organização sustentável é a que simultaneamente procura ser eficiente em termos econômicos, respeitar a capacidade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiça social, promovendo a inclusão social, a proteção às minorias e grupos vulneráveis, o equilíbrio entre os gêneros, etc. (BARBIERI, 2007, p.98-99). Os dois conceitos de organização podem entrar em contradição, pois inovar em bases sistemáticas pode se tornar sinônimo de degradação sistemática do meio ambiente e da vida social. Assim, uma organização inovadora sustentável “não é a que introduz novidades de qualquer tipo, mas novidades que atendam as múltiplas dimensões da sustentabilidade em bases sistemáticas e colham resultados positivos para ela, para a sociedade e o meio ambiente” (BARBIERI, 2007, p.105). Não basta, para as empresas, apenas inovar constantemente, mas inovar considerando as três dimensões da sustentabilidade, a saber: Dimensão social - preocupação com os impactos sociais das inovações nas comunidades humanas dentro e fora da organização (desemprego; exclusão social; pobreza; diversidade organizacional etc.); Dimensão ambiental - preocupação com os impactos ambientais pelo uso de recursos naturais e pelas emissões de poluentes; Dimensão econômica - preocupação com a eficiência econômica, sem a qual elas não se perpetuariam.

O atendimento a essas dimensões torna o processo de inovação mais sofisticado e exigente, o que requer da organização um maior esforço para atender tecnicamente esse requisito. Isso gera novas perspectivas para a gestão da inovação. De acordo com últimos dados do Observatório Empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-PE, 2012), em 2009, existiam mais de 173 mil micro e pequenas empresas (MPE) em Pernambuco, quantidade que representava 98,84% do total de empresas no Estado, 74% das vagas de emprego ofertadas, contribuindo apenas com 18% na formação do PIB (na Europa essa contribuição no PIB é de 30%). Considerando

que

Pernambuco

ainda

apresenta

deficiências

nos

índices

de

competitividade e tempo de sobrevivência das MPE, o estado tem acompanhado o crescimento nacional. Pelas análises do instituto de pesquisas Gartner, 2012 os mercados emergentes de TI como o Brasil crescerão em 2012 acima da média global, estimada em 4,6%. O setor de TI no País registrará elevação de mais que o dobro, podendo alcançar taxas entre 10 e 12%. Os   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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investimentos

na

área

para

2012

estão

previstos

em

143,8

bilhões

de

dólares.

Até 2015, a consultoria projeta que o mercado brasileiro de TI experimentará taxa de crescimento anual de 9,9% e o Brasil responderá por mais de 40% dos negócios na América Latina. Os ambientes geográficos e institucionais nos quais se localizam as empresas exercem grande influência na capacidade de inovar. Cassiolato e Lastres (2003) discutem a questão da dimensão global dos processos produtivos com o caráter regional, localizado e específico dos processos de aprendizado e de inovação. Considera-se a difusão do conhecimento facilitada pela aproximação, devido às oportunidades de aprendizado por interação entre agentes econômicos. O princípio dos ambientes externos é altamente pertinente às dinâmicas das MPE. As facilidades de comunicação introduzidas pelas novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) fazem com que as empresas tenham acesso à informação e serviços independentemente do seu porte. Isso permite a descentralização de grandes empresas promovendo transações mais intensivas com parceiros externos. Ainda se considera que a estrutura e o ambiente organizacional devem estimular a inovação e a criatividade. Tende-se a pensar que não há relação entre a concepção do local de onde se encontra a organização e a sua forma de atuar. No entanto, sabe-se que as organizações necessitam de um local em que as oportunidades e projetos específicos possam ser explorados de uma forma autônoma e liberal. Os seus espaços devem induzir ao questionamento, descoberta, experimentos e desenvolvimento de protótipos. Nesse contexto, a discussão do estado atual da organização, fornecido pelo grau de inovação definido por Sawhney e Chen (2010), permite identificar nas empresas pesquisadas se há uma diferença significativa nas suas atividades voltadas para inovação e se há aspectos estruturais que devam ser levados em consideração para tornar possível o surgimento de agrupamentos inovativos sustentáveis. Nessa proposta são utilizadas as métricas de avaliação da inovação conhecidas como radar de inovação (SAWHNEY e CHEN, 2010). Levando-se em consideração esses aspectos a proposta é buscar mostrar que através da análise de métricas de diagnósticos de inovação é possível identificar ações estruturais que poderão facilitar o crescimento mais rápido das MPE, rompendo com maior facilidade as barreiras do aprendizado, e levá-las a padrões de competição no mercado através de fatores diferentes de preço e prazo. Além disso, cria-se um ambiente que permite a discussão para introdução da inovação, inteligência competitiva, gestão do conhecimento, economia criativa e sustentabilidade.

REFERENCIAL TEÓRICO

Novos formatos de organizações

Até há pouco tempo, as análises econômicas relativas às atividades inovativas se concentravam no estudo de inovações individuais e específicas. Somente a partir de meados da década de 1980 intensificaram-se pesquisas de estruturas organizacionais focadas para estimular   R P á g i n a  | 43    evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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a inovação. Duas características passaram a ser consideradas como elementos de influência no desenvolvimento econômico e na capacidade de inovação das organizações: a) Formatos organizacionais em redes para promover a interação entre diferentes agentes nos quais se destacam, alianças estratégicas, arranjos locais de empresas, clusters e distritos industriais; b) O ambiente aonde estas organizações se estabelecem. Em Etla (2010) observa-se uma tendência crescente de constituição de formatos organizacionais específicos entre diferentes tipos de agentes sociais e econômicos, em ambientes propícios para a geração de inovação, envolvendo desde etapas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e produção até a comercialização. Tais formas de interação conectam as diversas unidades dentro de uma empresa, bem como articulam diferentes empresas e outros agentes. Destacamse, particularmente, instituições de ensino e pesquisa, organismos de desenvolvimento de infraestrutura, apoio e prestação de serviços e informações tecnológicas, governos locais, regionais e nacionais, agências financiadoras, associações de classe, fornecedores de insumos, componentes e tecnologias, e clientes. É claro que para as MPE é necessário haver políticas públicas que permitam a inserção de instituições de pesquisas e desenvolvimento no ambiente da empresa com aporte de conhecimentos, de uso individual, e laboratórios de tecnologias de ponta para esse fim, sendo estes de uso comum. Esses novos formatos são vistos, portanto, como a forma mais completa para permitir a interação e o aprendizado, assim como a geração e troca de conhecimento. Alguns autores caracterizam a formação e operação de um núcleo de redes como um fenômeno intimamente ligado à emergência do sistema de produção intensivo em conhecimento e com a principal inovação organizacional associada ao atual paradigma da TIC de aplicações na nuvem (LEMOS, 1996; MACCORMACK et al., 2007). Em MacCormack, Forbath, Brooks e Kalaher (2007) e Tomaél, Alará e Chiara (2005), ressalta-se o potencial oferecido pelos novos meios técnicos disponibilizados com as TIC, intensifica-se a geração e absorção de conhecimento e as possibilidades de implementação de inovação, esse para as MPE que têm como base tecnológica a própria TIC, sendo menos importante para as demais. As exigências de especialização ao longo da cadeia de produção se tornam cada vez maiores. As tecnologias estão sendo desenvolvidas com base em diferentes disciplinas e a maioria das empresas não está preparada ou não possui recursos para acompanhar essa evolução. As novas tecnologias influenciam, assim, tanto as formas de cooperação, como a necessidade de criação de formas intensivas de interação e aprendizado. A parceria é uma condição para permitir a especialização, visando capacitar os agentes envolvidos e desenvolver competências inter-relacionadas em redes que se torna um imperativo para o desenvolvimento e sobrevivência das organizações. Essas parceiras, pelos menos em um primeiro momento, devem ser estimuladas e realizadas com as instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento já existentes.

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Além disso, as redes têm como objetivo permitirem às empresas a possibilidade de identificarem oportunidades para impulsionarem o processo inovativo. A partir da existência de dificuldades para se obter o conhecimento e realizar P&D que abranjam as mais diversas áreas, a complementaridade tecnológica é vista como motivação para participar de redes. Participar em redes proporciona novas experiências através do aprendizado promovido por seus participantes, estimula o aprendizado e gera conhecimento coletivo, sendo uma de suas maiores contribuições. O ambiente territorial é influenciado através das oportunidades oferecidas pela troca de informações, transmissão de conhecimento explícito ou tácito e mobilidade de competências. É importante para o desenvolvimento do conhecimento coletivo, a participação de diversos agentes (especialmente as instituições de ensino e pesquisa) que promovem atividades que têm o importante papel de possibilitar a abertura da rede a um grande número de usuários potenciais e ser o seu núcleo (LEMOS, 1996; SEBRAE, 2012).

A Dimensão Local da Inovação

Em Hauser, Talles e Griffin (2006), o processo de inovação é entendido como interativo, porém dependente principalmente da capacidade de aprender a gerar e absorver conhecimentos, da articulação e das fontes de inovação para os diferentes agentes, bem como da localização e do nível de conhecimentos tácitos existentes nesses ambientes. É dada atenção ao caráter localização da inovação e do conhecimento em função da observação da distribuição espacial desigual da capacidade de gerar e de difundir inovação. Identifica-se no nível mundial, em algumas regiões uma significativa concentração da taxa de introdução de inovação em setores e empresas que desempenham o papel de principais indutores de inovações. Daí a noção de que o processo inovativo e o conhecimento tecnológico têm dependência da localização. A interação localizada, criada entre agentes econômicos e sociais em um mesmo espaço, permite o desenvolvimento de significativa parcela de atividades inovativas, ou seja, uma condição institucional local que depende de mecanismos particulares de aprendizado e troca de conhecimentos tácitos promovendo o processo de geração e difusão de inovações. Assim, as diferentes estruturas institucionais, como os clusters e os distritos industriais, passam a dispor de processos inovativos qualitativamente diversos, em função da sua localização, suportados por aportes de conhecimentos e infraestruturas físicas capazes de estimular formações desses núcleos de redes (LASTRES et al., 1999). Essas estruturas são suportadas pelo aproveitamento da cultura local, relação de confiança e aproximação geográfica como fontes importantes de aprendizado interativo e vantagens comparativas, assim como a oferta de qualificações técnicas, estruturas de organização e conhecimentos tácitos acumulados. Comprova-se que a confiança pode ser promovida em um ambiente comum de proximidade e identificação entre os agentes, como no caso dos arranjos locais (SENGER et al., 2006).   R   evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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Neste contexto, adquire especial importância a adoção do modelo de programas nacionais de inovação para introduzir e estimular a criação de núcleos. Em Freeman (1995) e SEBRAE (2012), esse modelo é suportado pela consideração de que os atores econômicos e sociais e as relações entre eles são capazes de determinar em grande parte a capacidade de aprendizado de um país e, portanto, aquela de inovar e de se adaptar às mudanças. Desempenhos nacionais, relativos à inovação, advêm da conjugação dos interesses sociais e institucionais particulares e de características histórico-culturais específicas que devem ser modificados para uma opção visível com capacidade de absorção de todas as proposições dentro de uma ordem de ser sempre possível (LASTRES et al., 1999). Os programas nacionais, regionais ou locais de inovação são formados por uma rede de instituições do setor público (instituições de pesquisa, universidades, agências governamentais de fomento e financiamento e empresas) e privado (como empresas, associações empresariais, sindicatos, organizações não governamentais, etc.) cujas atividades e interações geram, adotam, importam, modificam e difundem novas tecnologias, sendo a inovação e o aprendizado seus aspectos cruciais. A assertiva básica dos sistemas nacionais de inovação se contrapõe à ideia de que a crescente globalização vem afetando todos os níveis. Pelo contrário, demonstra-se que a geração de inovações e de tecnologias é localizada e circunscrita às fronteiras localizadas nacionalmente ou regionalmente (LASTRES, 1997; SEBRAE, 2012). Tendo em vista que os conhecimentos que se geram no processo inovativo são tácitos, cumulativos e localizados, existe um espaço importante no nível nacional, regional ou local para o desenvolvimento de capacitações tecnológicas endógenas. Este é o papel do sistema nacional de inovação. O grande entrave para a implantação desse modelo recai nas exigências das agências financiadoras que exigem como garantia não a ideia, a ousadia, mas sim um acervo de trabalhos científicos que, em sua maioria, não gera inovação. Associada a essa dificuldade a inexistência de recursos internos dessas empresas para ter mão de obra dedicada a essa finalidade. Em geral, essas empresas têm em seus proprietários o acúmulo das atividades empreendedoras e da rotina administrativa. Daí as dificuldades da inovação e do gerenciamento da rotina. Abordagens para Políticas de Inovação Em Schumpeter (1984) indica-se que a economia baseada no conhecimento ou no aprendizado reúne alguns elementos de relevância para alternativas de políticas de inovação que devem ser incorporados no seu estabelecimento. Discutem-se aqui aspectos referentes a formulações de políticas científicas, tecnológicas, industriais e de inovação sobre o papel do Estado na aplicação dessas políticas. Em primeiro lugar, observa-se que políticas de promoção estão focadas em padrões de desenvolvimento tecnológico de empresas ou projetos pontuais e individuais. Surge a necessidade de discutir políticas que visem ao desenvolvimento individual de organizações, de   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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repensar o processo de formulação de tais políticas, buscando-se rápidas mudanças suportadas por TIC relacionadas ao próprio processo de inovação. Em alguns países já ocorrem mudanças no foco de políticas dentro desse contexto. Essas políticas se caracterizam por apresentarem novos formatos e conteúdos. Assim, as políticas científicas, tecnológicas e industriais são entendidas como parte de um mesmo conjunto, privilegiando o desenvolvimento, disseminação e uso de novos produtos, serviços e processos. A formação de rede de diferentes agentes é estimulada para desenvolver a interação no processo de aprendizado, na pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização desses bens/serviços. Destaca-se, a importância de que o processo inovativo ocorre de forma localizada e, portanto, depende de seus contextos setorial, organizacional, empresarial e institucional específicos. Em segundo lugar, quanto ao papel das instituições públicas promotoras de políticas, são observadas tendências para se reduzir o seu papel nas áreas científica, tecnológica e de inovação. Surgem então conflitos entre formuladores de políticas influenciados por modelos neoclássicos, os quais desconsideram o papel da TIC e da inovação para o desenvolvimento de um país ou região, e aqueles que enfatizam o enfoque inovativo muitas vezes dando mais ênfase ao objetivo tendo o método como uma consequência do próprio processo. Muitas vezes os primeiros tendem a negligenciar as políticas inovativas e defendem a redução de um modelo pautado em resultados preexistentes a serem aplicados nesta área (LUNDVALL; BÓRRÁS, 1998; CASSIOLATO; LASTRES, 1999). A introdução do novo paradigma técnico-econômico, com taxas elevadas de mudanças, aliada ao processo de globalização, inclui novos argumentos à questão da promoção de inovação. Como destacam alguns autores, mudanças vêm ocorrendo rapidamente, e para melhor inserção na economia baseada no aprendizado deve-se considerar o que estimula este processo. Nesse sentido, é importante reconhecer que também a formulação de políticas deve ser incluída no processo de aprendizado, pois é necessário que se compreenda e se adapte as políticas às mudanças, estabelecendo diretrizes aderentes com os contextos específicos. Para tanto, enfatiza-se a importância do aprendizado na formulação de políticas, direcionado principalmente para os seus próprios formuladores (CASSIOLATO; LASTRES, 1999; LUNDVALL; BÓRRÁS, 1998).

Mensurando a Inovação em uma Organização

A grande dificuldade entre todas as definições de inovação é estabelecer um instrumento de medição ao definir um processo de como inovar. Em Garcia (2008) e Tuschman e Nadler (1986) são estabelecidos tipos de inovação com base em quatro domínios: tecnológico, comercial, organizacional e institucional. Estes autores abordam a questão da inovação de forma ampliada e dão o tom da complexidade do tema.   R   evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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Outro modo de definir a inovação de forma holística foi proposto por Schumpeter (1984), definindo as dimensões da inovação. Segundo o autor, a inovação poderia surgir sob a dimensão de um novo produto, de um novo processo, pela procura de novos mercados, desenvolvimento de novas fontes de insumos e pelo estabelecimento de novas estruturas de mercado. Neste trabalho foi proposto um modelo conhecido como uma das principais referências internacionais para a medição da inovação e o Manual de Oslo (2004) toma como base essa referência. Esse documento fornece suporte conceituais e diretrizes que viabilizam comparações entre trabalhos de pesquisa realizados em todo o mundo. Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006), Sawhney e Chen (2010), propõem uma ferramenta denominada radar de inovação, onde são relacionadas doze dimensões, pela qual uma empresa se desenvolve em uma proposta inovativa. No presente artigo é considerado o radar obtido a partir do levantamento das informações referentes a essas dimensões através de perguntas formuladas para esse fim. Para tanto são obtidas as medidas de cada dimensão do radar de inovação.

Inovação e Sustentabilidade

Segundo Barbieri (2010), diante dos conceitos de sustentabilidade as inovações devem gerar resultados econômicos, sociais e ambientais positivos, ao mesmo tempo, o que não é fácil de fazer, dadas as incertezas que as inovações trazem, principalmente quando são radicais ou com elevado grau de novidade em relação ao estado da arte. Sabendo que os efeitos econômicos não são tão fáceis de serem mensurados, os efeitos sociais e ambientais são mais difíceis de serem avaliados previamente, pois envolvem muito mais variáveis, incertezas e interações. Por isso, o que mais se observa é a continuidade do entendimento convencional, acompanhado de um discurso que incorpora a temática do desenvolvimento sustentável, que fica apenas na boa intenção, quando não é um meio de se apropriar de uma ideia que está ganhando importância para a população e para os formadores de opinião. Ainda segundo Barbieri (2010), a inovação sustentável é a introdução (produção, assimilação ou exploração) de produtos, processos produtivos, métodos de gestão ou negócios, novos ou significativamente melhorados na organização, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais, comparados com as alternativas pertinentes. Note que não se trata apenas de reduzir impactos negativos, mas de avançar em benefícios líquidos. A condição ressaltada, comparação com alternativas pertinentes, é essencial ao conceito de inovação sustentável, pois os benefícios esperados devem ser significativos ou não negligenciáveis nas três dimensões da sustentabilidade. Inovar seguindo as três dimensões da sustentabilidade ainda não é a regra, até porque a inclusão das dimensões social e ambiental requer novos instrumentos e modelos de gestão, que só recentemente começaram a ser desenvolvidos com mais intensidade. Isso não é tarefa só das   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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empresas que pretendem inovar. As instituições de ensino e pesquisa, os órgãos governamentais, as instituições de normalização, as organizações da sociedade civil, ou seja, o sistema nacional de inovação também tem um papel relevante nessa questão. Por fim, é importante destacar abordagens do tipo Strategic Niche Management (SNM) (CANIELSA; ROMIJNB, 2008; SCHOT; GEELS, 2008), delineadas para facilitar a introdução e difusão de inovações tecnologias sustentáveis por meio de nichos tecnológicos, isto é, espaços protegidos que permitem uma série de experimentos relacionados com a evolução da tecnologia, práticas de uso e estruturas regulatórias. Exemplos de setores que se enquadrariam nessa abordagem: energia, biogás, sistemas de transporte públicos, produção de alimentos ecologicamente amigáveis entre outros. A premissa é que, se tais nichos forem construídos adequadamente, eles poderão agir como base para mudanças maiores na sociedade em termos de inovação e desenvolvimento sustentável.

METODOLOGIA

Diante deste cenário desenvolve-se um survey focando uma amostra de 50 MPE do setor de TIC localizadas em Pernambuco, através de dados fornecidos pelo projeto ALI 1 (SEBRAE, 2012). As 50 MPE foram escolhidas de forma aleatória. Este estudo visa realizar uma análise e diagnóstico na perspectiva de subsidiar informações e orientações para a definição de políticas públicas na busca da garantia do crescimento contínuo sustentável dessas empresas. Discute-se e analisa-se, na seção 4, o desempenho geral dessas empresas. A proposta é demonstrar que através da análise das métricas utilizadas no radar de inovação, obtidas a partir de diagnósticos, é ser possível identificar possíveis ações estruturais. Estas ações poderão facilitar o crescimento mais rápido das MPE, rompendo com maior facilidade as barreiras do aprendizado e da estruturação. Tendo como consequência melhores padrões de competição no mercado através de fatores diferentes de preço e prazo. Abrindo espaço para inovação, inteligência competitiva, gestão do conhecimento, economia criativa e sustentabilidade.

A pesquisa

O levantamento dos dados compara o grau de inovação das MPE em diferentes momentos durante os 24 meses de realização da pesquisa direta, de modo que as ações promovidas e que causaram impactos significativos possam servir de norteadores de ações que permitirão a estruturação de núcleos de rede de propagação da inovação através de pacotes de ofertas de treinamentos e consultorias promovidos pelo SEBRAE e parceiros.

As Dimensões da Inovação: O Radar da Inovação   R   evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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CAVALCANTI FILHO, A. M.; OLIVEIRA, M. R. G.; CAVALCANTI, A. M. 

Nessa pesquisa é utilizado o radar de inovação definido por Bachmann e Destefani (2008), que acrescentou às 12 dimensões de Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) o conceito de ambiente propício à inovação. Tal situação pode ser percebida, entre outros aspectos, pelo aporte de recursos humanos à empresa com formação facilitadora do processo de incorporação e implementação da cultura de inovação. Na Tabela 1 são apresentadas as dimensões da inovação propostas por Sawhney, Wolcott e Arroniz (2006) e complementada por Bachmann e Destefani (2008), bem como uma breve definição de cada dimensão. Essas dimensões foram pesquisadas a partir de questionários aplicados nas empresas participantes do programa através de entrevistas realizadas com os gestores. Tabela 1: Definição das dimensões da inovação. DIMENSÃO DEFINIÇÃO Oferta Desenvolvimento de produtos com características inovadoras. Processos Redesenho dos processos produtivos de modo a permitir incremento de eficiência operacional. Clientes Identificar necessidades dos clientes, ou novos nichos de mercado. Praça Identificar novas formas de comercialização e/ou distribuição. Plataforma Relaciona-se com a adaptabilidade do sistema de produção face à diversidade de produtos demandados. Marca Forma como as empresas transmitem aos clientes seus valores. Soluções Sistemas ou mecanismos para simplificar as dificuldades do cliente. Relacionamento Relaciona-se com a experiência do cliente com a empresa. Agregação de valor Melhorar a forma de captar o valor dos produtos percebido por cliente e fornecedores. Organização Melhorar a estrutura da empresa. Cadeia de fornecimento Incrementar a logística com os fornecedores e clientes, sejam internos ou externos. Rede Comunicação entre os elos da cadeia de fornecimento. Ambiência Inovadora Relaciona-se com os profissionais que compõem a empresa e que colaboram com a cultura da inovação. Fonte: Sawhney et al. (2006 e 2010) e Bachmann e Destefani (2008).

O gráfico radar foi utilizado para tornar a apresentação de fácil compreensão destacando os resultados mais significantes. Um gráfico radar compara valores agregados de várias dimensões. Nele cada dimensão tem seu próprio eixo de valor, a partir de um centro comum e as linhas fazem a conexão de todos os valores da mesma sequência. De acordo com Ketokivi, Ali-Yrkkö (2010), ações de inovação têm impactos em múltiplas dimensões do radar, mas de forma distinta para cada empresa. Estes autores sinalizaram que independe da origem da inovação, quer seja no lançamento de um novo produto ou uma estratégia de venda, ou outra ação, haverá um incremento das 12 dimensões. Entretanto, a propagação do impacto entre as dimensões tem efeito distinto entre cada empresa. A dificuldade do radar de inovação em medir a inovação global remete a efeitos diversos quando da aplicação da mesma solução em diferentes empresas de um mesmo setor. Exemplificando: o lançamento de um novo produto por uma empresa poder ter um impacto   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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superior ao lançamento de um novo produto por outra empresa; vai depender do mix de produtos. Ketokivi & Ali-Yrkko (2010) destacam que empresas de base tecnológica têm uma capacidade maior de gerar inovação com atividades de P&D do que empresas de bases não tecnológicas. Os registros da fase inicial do projeto, denominada de momento T0, são obtidos a partir do diagnóstico de inovação realizado quando da aplicação de um questionário respondido pelo dirigente da empresa pesquisada. Este questionário gera o radar de inovação é nesse momento que é obtida a medida do grau de inovação das MPE, sem a intervenção de alguma assessoria fomentadora da inovação. Estes resultados são comparados posteriormente com os momentos seguintes denominados de T1 e T2. A partir do momento T0 até o final do momento T1 as empresas passam a contar com uma assessoria técnica em inovação (Agente Local de Inovação - ALI). A fase T1 é a fase onde são finalizadas as ações prioritárias identificadas e definidas no Plano de Trabalho no momento T0. Uma vez finalizadas as ações iniciadas no momento T1 passa-se ao momento T2, que é a fase em que o Agente Local de Inovação já não promove nenhuma assessoria, agindo como observador. Esse diagnóstico é realizado ao final de três meses após a realização do diagnóstico em T1. Para efeito desse trabalho é realizada apenas a análise do T0 em relação a T2, de tal forma que se observa a empresa no seu momento inicial e no final do projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise do Radar Geral de Inovação nos Instantes T0 e T2

Em Pernambuco, este setor tem recebido investimentos por parte das três esferas governamentais nos últimos 15 anos. É uma área considerada estratégica, situada em um dos eixos estruturadores para o atual ritmo de desenvolvimento do Estado é também uma alternativa de ação para o crescimento diferenciado na área de serviços de base tecnológica. Entendendo-se assim o papel da TIC como um meio para estruturar e permitir a ocorrência da inovação, considerando a necessidade de formação de redes conforme visto no referencial teórico. Na amostra de 50 empresas situadas na RMR observa-se no Gráfico 1 e Tabela 2 que as dimensões Plataforma e Rede como as mais desenvolvidas. Isto vem a confirmar a percepção que se tem do setor: bem estruturado e trabalhando em rede de cooperação. Considerando medidas do índice geral de inovação, obtidas nos momentos T0 (2,75) e em T2 (2,8), busca-se verificar se há diferença significativa entre os valores obtidos em T0 e T1 aplicando-se o teste de hipótese Z para as médias, com nível de significância de 99%, usando a hipótese H0 na condição das médias serem iguais. Nesse caso não se deve rejeitar H0 significando que não há diferença significativa entre as medidas do diagnóstico obtidas no momento T0 e T2. Indicando assim que não se consegue determinar algum efeito da ação durante o período de execução do Programa ALI nesse setor.   R   evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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Tabela 2: Dimensões de Inovação do Setor de TIC. TIC A - Oferta B - Plataforma C - Marca D - Clientes E - Soluções F - Relacionamento G - Agregação de valor H - Dimensão Processos I - Organização J - Cadeia de fornecimento K - Presença L - Rede M - Ambiência inovadora Grau de inovação Global

t0 2,49 4,22 3,24 3,46 3,08 3,44 2,08 1,65 2,80 1,00 1,96 3,84 2,53 2,75

t1 2,49 4,22 3,34 3,47 3,12 3,54 2,08 1,66 2,81 1,04 2,06 4,04 2,56 2,80

t2 2,49 4,22 3,34 3,47 3,12 3,54 2,08 1,66 2,81 1,04 2,06 4,04 2,57 2,80

Fonte: SEBRAE (2012).

Radar de Inovação do Setor TIC PE

Grau de inovação Global

A - Oferta 5

B - Plataforma

4 M - Ambiência inovadora

C - Marca

3 2

L - Rede

D - Clientes

1 0

K - Presença

E - Soluções

J - Cadeia de fornecimento

F - Relacionamento

I - Organização

G - Agregação de valor

H - Dimensão Processos

Gráfico 1: Radar de Inovação do setor de TIC em Pernambuco.

O setor de TIC apresenta, por natureza, alto nível tecnológico, que exige soluções de natureza inovadoras como diferencial competitivo. Como a competição faz com que as estruturas de organização estejam sempre se adaptando às necessidades de mercado, isso dificulta as definições na dimensão Processo e Cadeia de Fornecimento que se tornam pouco inovadoras. Cabe destacar que aos poucos as empresas buscam certificações nas melhores práticas do setor de TI conhecidas como Information Technology Infrastructure Library (ITIL) que é um conjunto de boas práticas a serem aplicadas na infraestrutura de operação e manutenção a fim de produzir   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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produtos e serviços em conformidade com as expectativas e exigências de mercado. Na perspectiva de expandir a Cadeia de Fornecimento e Presença as empresas participantes do projeto ALI foram inseridas no programa setorial promovido pelo SEBRAE Comércio Brasil.

CONCLUSÕES

A pesquisa mostra que as empresas do setor analisado estão em um padrão de inovação com medidas de 2,75 (em T0) e 2,80 (em T2) em uma escala de 1 até 5, caracterizando uma condição mediana de procedimentos que buscam introduzir uma cultura de inovação. Identificase principalmente a dificuldade de se adotar ações que venham a melhorar a capacidade atual ou provocar incrementos volumosos através de esforços econômicos e financeiros de valor médio. Isso só se torna possível para esforços hoje definidos para incrementos nas dimensões presença, processos, cadeia de fornecimento e agregação de valor por uso de baixo volume de recursos. Embora parcos estes esforços provem das universidades, da iniciativa privada e através do Instituto CESAR considerando também o governo estadual através do Porto Digital, com apoio do SEBRAE. Assim, não é por acaso que a dimensão Plataforma, que trata dos componentes comuns e descreve o modo de fazer e prestar serviço apresenta o melhor desempenho nos momentos T0 (4,22) e T2 (4,22). A partir desse resultado se pode concluir que na percepção do empresário esse conjunto de componentes conduz à busca de padrões de excelência. Embora que a ação ocorra de forma tímida, talvez limitada pela capacidade de investir ou em função da sua insegurança em investir pelo desconhecimento do seu risco. Isso devido à falta do aporte de conhecimento que lhes reduza o nível de incerteza. Portanto, pode-se concluir que é fundamental facilitar o acesso ao crédito para investimento nestas MPE, permitindo incremento de novas tecnologias inclusive de organização e marketing, mas que é importante a criação de estruturas que catalisem esforços em formação de rede. Além de se buscar novos produtos e processo para identificar formas de financiar as empresas em processo de sua consolidação no mercado, buscando-se expandir dimensões que ainda não estejam no padrão desejado eliminando barreiras principalmente financeiras. Buscando-se criar um ambiente adequado para inovação se não continuaremos vendendo os grandes projetos de empresas statups para as grandes multinacionais. Essa pesquisa retrata a necessidade e justificativa de investimento em TIC tanto sob a ótica dos ambientes governamentais e empresariais como o seu uso pela população. O índice geral de inovação mede a capacidade dos gestores locais em aproveitar as oportunidades da tecnologia para alavancar o seu desenvolvimento e competitividade. Como foi apresentada anteriormente, no referencial teórico, a dimensão rede para difusão e compartilhamento de conhecimento é de fundamental importância para o desenvolvimento e pesquisa quando há escassez de recursos financeiros e de mão de obra. A pesquisa indica que a   R P á g i n a  | 53    evista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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melhor forma para realizar essa tarefa é estabelecer redes de difusão e discussão do conhecimento. Considerando TIC como um meio de se estabelecer formação de redes de fornecedores e logística de forma mais eficiente é importante à presença de empresas provedoras de soluções capazes de atenderem as especificidades locais. A criação de áreas de desenvolvimento tecnológico baseadas em TIC deve permitir o surgimento de uma infraestrutura capaz de estimular a inovação e sua difusão. Espera-se que esse trabalho possa servir de ferramenta para o planejamento e atuação dos agentes públicos e privados locais. Com a indicação de métricas adequadas que permitem identificar os benchmarks, e assim tornar possível a construção de novos patamares para o desenvolvimento das empresas de TIC no estado de Pernambuco. Se não é possível fazer comparação entre as diferentes entre empresas de mesmo setor entre países diferentes, cada país pode fazer estudos comparativos entre seus iguais, ou mesmo analisar o próprio desempenho de anos anteriores para projetar o futuro. Ainda fazendo uma discussão sobre a condição identificada pela pesquisa quanto à inovação no setor de TIC no estado de Pernambuco, observa-se como uma possível causa a sua taxa de penetração ser muito baixa, quando se refere a empresas de TIC no interior do estado, mesmo da internet. Embora menor do que dos serviços de telecomunicações, é baixa, se comparada com outros estados de outras regiões mais desenvolvidas. Ainda sobre penetração de TIC em Pernambuco dois são os maiores problema a exclusão educacional e a baixa disponibilização de acesso a serviços. Apesar de o Estado ser considerando um centro de excelência em pesquisa na região, poucos são os pernambucanos que têm acesso a boa qualidade acadêmica isso se evidência pelo número de grupos de pesquisa das universidades na área de TIC em atividade registrados na plataforma LATTES. A estrutura educacional é insuficiente e frágil, a partir do sistema básico. Nessa gestão do governo estadual é que se pode observar uma preocupação em resolver ou minimizar esse efeito no nível médio de educação, permitindo o acesso de professores e alunos ao uso de TIC subsidiando equipamentos e aplicativos. Nessa perspectiva considera-se que a TIC deve ser tratada como infraestrutura necessária para o desenvolvimento econômico que permite a fomentação de inovação por si só. Nesse sentido é necessário desenvolver um ambiente capaz de fomentar a inovação, ampliar a presença através dos canais de vendas estimulando principalmente o desenvolvimento de soluções para atender as necessidades locais e o mercado internacional, sem reduzir a importância de ambas. Facilitar o financiamento de tecnologias para o desenvolvimento do setor é uma estratégia que deve ser considerada nos planejamentos de desenvolvimento. Na dimensão processo é necessário estimular as empresas de TIC a se estruturarem do ponto de vista organizacional com treinamento em gestão e assessoria empresarial e negócios. Essas foram algumas das indicações obtidas do radar de inovação.   Revista Brasileira de Administração Científica    v.3 ‐ n.2     Agosto de 2012 

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