A Energia em Portugal - World Energy Council

A Energia em Portugal Perspectiva de quem a utiliza 2 Introdução A Associação Portuguesa da Energia (APE) publica a terceira edição de “A Energia...
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A Energia em Portugal

Perspectiva de quem a utiliza

2

Introdução A Associação Portuguesa da Energia (APE) publica a terceira edição de “A Energia em Portugal - perspectiva de quem a utiliza”, estudo que procura identificar as percepções, comportamentos e expectativas dos consumidores de energia em Portugal. Este projecto tem por base dois questionários, um deles submetido aos consumidores domésticos e outro aos empresariais, e cuja formulação é próxima da utilizada em 2010, o que possibilita comparações temporais. A análise dos dados recolhidos e das conclusões constitui uma importante fonte de informação para as empresas do sector e para os decisores políticos. A divulgação do estudo pretende contribuir para um funcionamento mais eficiente da interface fornecedor-consumidor no sector energético. A preparação dos questionários, bem como a discussão das conclusões, contaram com a interessada e valiosa colaboração de um grupo de trabalho constituído por representantes dos Associados da APE. Gostaria de agradecer a parceria da DGEG na realização deste estudo, bem como o patrocínio da EDP e o apoio da REN, que ajudaram a suportar os custos envolvidos. Uma palavra especial de reconhecimento à Accenture, cujo envolvimento foi fundamental para a concretização deste projecto. Finalmente, o nosso reconhecimento aos responsáveis das empresas e aos particulares que aceitaram responder aos questionários de recolha de dados. Jorge Cruz Morais Presidente da Direcção Associação Portuguesa da Energia

3

Índice 7

Metodologia e Abordagem

14

Consumidores Particulares Electricidade e Gás Natural

8

10

12

4

Key finding No 1 A quase totalidade dos consumidores tem conhecimento de que os mercados de electricidade e gás foram liberalizados. Key finding No 2 Mais de metade dos inquiridos apresenta um elevado grau de satisfação com os serviços de comercialização de energia, à excepção do preço que se mantém como a maior fonte de insatisfação. Key finding No 3 Apenas 50% dos inquiridos sabem que os consumidores economicamente vulneráveis têm acesso a uma Tarifa Social de gás natural e electricidade e ao Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia.

16

18

Key finding No 4 A mudança de comercializador traduz-se quase exclusivamente na migração para o mercado livre. A escolha do comercializador resulta do contacto directo das empresas energéticas e da comparação de propostas, sendo motivada pelo preço e facilidade de mudança. o

Key finding N 5 Cerca de 84% dos consumidores estão receptivos à comercialização de energia por empresas fora do sector energético. o

Key finding N 6 Os consumidores particulares dão pouca importância às acções de manutenção de segurança das suas instalações de gás.

Combustíveis Derivados de Petróleo

20

Key finding No 7 Apesar de uma percepção menos positiva da qualidade do combustível dos postos de marca branca ou hipermercados, cerca de metade dos inquiridos particulares abastece habitualmente nestes postos.

Energias Renováveis

22

Key finding No 8 Os consumidores reconhecem as vantagens da utilização de electricidade de origem renovável, mas 74% não estariam dispostos a pagar mais pela sua utilização.

Inovação & Eficiência Energética

24

Key finding No 9 O preço de aquisição dos veículos eléctricos e híbridos é o principal factor para a sua não utilização.

26

Key finding No 10 Cerca de 94% dos consumidores têm em conta a classe energética na aquisição de um electrodoméstico. No entanto, apenas 36% valorizam a certificação energética quando compra ou arrenda uma habitação.

28

Key finding No 11 A maioria dos consumidores particulares desenvolve práticas de poupança de energia.

Consumidores Empresariais

30

Key finding No 12 Para cerca de 60% das empresas inquiridas, o custo com a energia representa menos de 10% dos custos totais.

32

Key finding No 13 Tal como os consumidores particulares, as empresas apresentam um elevado grau de satisfação com os serviços de comercialização de energia, à excepção do preço.

34

Key finding No 14 O preço é a principal razão para cerca de 87% das empresas mudarem de comercializador de energia.

36

Key finding No 15 Cerca de 93% das empresas inquiridas não utilizam habitualmente postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados, nem estabelecem acordos com os mesmos.

38

Key finding No 16 À semelhança dos consumidores particulares, para as empresas o preço de aquisição dos veículos eléctricos e híbridos é o principal factor para a sua não utilização.

40

Key finding No 17 Verifica-se uma clara evolução na implementação de medidas de eficiência energética pelas empresas, que não é mais acentuada por falta de capacidade de investimento.

42

Conclusões

5

6

Metodologia e Abordagem Este estudo é baseado em inquéritos efectuados no período de Novembro de 2013 a Janeiro de 2014, a um universo de 400 empresas e 1.994 indivíduos da região de Portugal Continental. A recolha da informação foi efectuada para a APE pelo IMR – Instituto de Marketing Research.

Particulares Telefónica

Empresas Web Survey

Universo

Particulares responsáveis, parcial ou totalmente, pelas decisões relacionadas com os consumos energéticos efectuados no seu agregado familiar

Pessoas responsáveis, parcial ou totalmente, pelas decisões relacionadas com os consumos energéticos efectuados na sua empresa

Amostragem

Aleatória

Aleatória

Amostra

1.994 Indívíduos

400 Empresas: 206 Comércio & Serviços e 194 Indústria

Técnica estatística

Análise univariada e bivariada

Análise univariada e bivariada

Intervalo de confiança

95%

95%

Erro amostral

± 2,19%

± 4,90%

Instrumento

Inquérito com 67 questões Inquérito com 64 questões

Período de inquirição

20 de Novembro a 13 de Dezembro de 2013

27 de Novembro de 2013 a 29 de Janeiro de 2014

Quantidade de inquiridores

12

n.a.

Preparação dos inquiridores

n.a. Os inquiridores são colaboradores regulares do IMR, devidamente formados e com experiência em trabalhos similares na forma de recolha de dados (inquirição telefónica)

Controlo de qualidade

Inquirição supervisionada por chefes de turno

Características Técnica de Formais inquirição

Nos gráficos surge a indicação (#xxx), correspondente ao número de respostas obtidas para a questão em causa. Nos restantes casos, em que a nota está omissa, assume-se que se trata do total de inquiridos. Todos os dados foram tratados informaticamente, as perguntas abertas foram codificadas individualmente e foram despistados eventuais erros de inserção e incoerência. Trabalho de Campo

n.a.

7

Key finding No 1 Particulares

A quase totalidade dos consumidores tem conhecimento de que os mercados de electricidade e gás foram liberalizados.

8

Cerca de 93% dos consumidores particulares têm conhecimento da liberalização do sector de electricidade. Em 2006, este valor era cerca de 55% (Figura 1).

Figura 1 Tem conhecimento de que os mercados do gás natural e da electricidade foram liberalizados e que, portanto, deve sair do mercado regulado e contratar o fornecimento com comercializadores mercado liberalizado até ao final de 2015?

Cerca de 91% dos consumidores de gás natural inquiridos referem ter conhecimento da liberalização do sector do gás (Figura 2).

Sim

55% 44% 93% 45% 56%

Não 7% 2006

2010

2013

Figura 2 Tem conhecimento de que os mercados do gás natural e da electricidade foram liberalizados e que, portanto, deve sair do mercado regulado e contratar o fornecimento com comercializadores mercado liberalizado até ao final de 2015?

Não 9%

91% Sim Base: Quem utiliza gás natural (#951)

9

Key finding No 2 Particulares

Mais de metade dos inquiridos apresenta um elevado grau de satisfação com os serviços de comercialização de energia, à excepção do preço que se mantém como a maior fonte de insatisfação.

10

A maioria dos consumidores particulares está satisfeita ou muito satisfeita com os serviços prestados pelo seu comercializador de electricidade (Figura 3), gás natural (Figura 4) e combustíveis (Figura 5).

Figura 3 Qual o grau de satisfação com o actual comercializador de electricidade nos seguintes aspectos?

No entanto, cerca de 73% dos inquiridos estão pouco ou nada satisfeitos com o preço praticado pelo seu comercializador de electricidade (Figura 3). Esta percentagem é de 63% para gás natural (Figura 4) e 62% para combustíveis (Figura 5).

Figura 4 Qual o seu grau de satisfação com o actual comercializador de gás (natural), nos seguintes aspectos?

Base: Quem utiliza gás natural (#951)

Figura 5 Qual o seu grau de satisfação com o actual fornecedor de combustível, nos seguintes aspectos?

Base: Quem abastece combustível (#1.737) 11

Key finding No 3 Particulares

Apenas 50% dos inquiridos sabem que os consumidores economicamente vulneráveis têm acesso a uma Tarifa Social de gás natural e electricidade e ao Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia.

12

Cerca de 50% dos inquiridos têm conhecimento que os consumidores economicamente vulneráveis têm acesso a uma Tarifa Social de gás natural e electricidade e ao Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia (Figura 6).

Figura 6 Sabia que os consumidores economicamente vulneráveis têm acesso a uma Tarifa Social de gás natural e electricidade e ao Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia?

Não 50%

50% Sim

13

Key finding No 4 Particulares

A mudança de comercializador traduz-se quase exclusivamente na migração para o mercado livre. A escolha do comercializador resulta do contacto directo das empresas energéticas e da comparação de propostas, sendo motivada pelo preço e facilidade de mudança.

14

Quando em mercado livre de electricidade, apenas 3% dos consumidores particulares de electricidade voltaram a mudar de comercializador (Figura 7). Relativamente ao mercado livre de gás natural, apenas 4% dos consumidores voltaram a mudar de comercializador (Figura 8). Cerca de 33% dos consumidores particulares de electricidade que mudaram para o mercado livre foram motivados pelo contacto directo dos comercializadores, e 44% pela comparação de propostas recebidas (Figura 9). Também para cerca de 40% dos consumidores de gás natural, a escolha do comercializador em mercado livre foi motivada pela comparação de propostas recebidas, e para 35% pelo contacto directo dos comercializadores (Figura 10). Para os inquiridos que já mudaram para o mercado livre de electricidade ou gás natural, o preço praticado e a facilidade de mudança são apontados como os principais factores de escolha do seu actual comercializador (Figura 11).

Figura 7 Depois de ter passado para o mercado livre, quantas vezes já mudou entre comercializadores de electricidade do mercado livre?

Figura 8 Depois de ter passado para o mercado livre, quantas vezes já mudou entre comercializadores de gás natural do mercado livre?

2% 1%

97%

3% 1%

Nenhuma Apenas 1 vez 2 vezes 3 ou mais vezes

Nenhuma Apenas 1 vez 2 vezes 3 ou mais vezes

96%

Base: Quem mudou para o mercado liberalizado de electricidade (#736)

Base: Quem mudou para o mercado liberalizado de gás natural (#425)

Figura 9 O que motivou a escolha do comercializador em regime de mercado? Comparação de propostas recebidas

44%

Contacto directo dos comercializadores

33%

Informação obtida através de um simulador (da ERSE ou DECO, por exemplo)

24%

Informação online nos portais das empresas Recomendação de familiares / amigos

10% 1% 3%

Outras

5%

NS / NR / NA

Base: Quem mudou para o mercado liberalizado de electricidade (#736)

Figura 10 O que motivou a escolha do comercializador em regime de mercado? Comparação de propostas recebidas

40%

Contacto directo dos comercializadores

35%

Informação obtida através de um simulador (da ERSE ou DECO, por exemplo)

23%

Informação online nos portais das empresas

15%

Recomendação de familiares / amigos 0%

2%

Outras

5%

NS / NR / NA

Base: Quem mudou para o mercado liberalizado de gás natural (#425)

Figura 11 Quais as 3 principais razões associadas à escolha do seu actual comercializador de electricidade e gás natural em mercado liberalizado? Facilidade de mudança

15%

45%

Preço praticado

23%

24%

Qualidade do serviço 6% 19% Condições e modalidades 10% 9% de pagamento 6% Leque de serviços oferecido 3% 8% 9% Atendimento personalizado 4% 5%

9%

13%

17%

9%

Nacionalidade do comercializador 3% 5% 5% Precisão das estimativas de consumo1% 5% 3% Disponibilização de serviços ao cliente em novos canais (internet) 2% 2% 4% Preocupação com o ambiente 1%2%2% Outro: Qual? 2%1%1% NS/NR 2% 7%

17%

1ª Escolha 2ª Escolha 3ª Escolha Base: Quem mudou para o mercado liberalizado de electricidade ou gás natural (#785)

15

Key finding No 5 Particulares

Cerca de 84% dos consumidores estão receptivos à comercialização de energia por empresas fora do sector energético.

16

Cerca de 84% dos consumidores particulares referem estar receptivos a uma maior diversidade de fornecedores de energia fora do sector, nomeadamente hipermercados, operadores de telecomunicações, entre outros (Figura 12).

Figura 12 Face à liberalização do mercado de electricidade e gás natural, qual seria o seu grau de aceitação de uma maior diversidade de fornecedores, fora do sector (por exemplo hipermercados / operadores de telecomunicações) como comercializadores de energia? NS/NR 7%

Reduzido 9%

Elevado 33% 51%

Médio

17

Key finding No 6 Particulares

Os consumidores particulares dão pouca importância às acções de manutenção de segurança das suas instalações de gás.

18

Mais de um terço dos consumidores de gás nunca fez nenhuma acção de manutenção de segurança da sua instalação de gás (Figura 13).

Figura 13 Quando foi a última vez que realizou uma das seguintes acções de manutenção de segurança da instalação de gás? Mudança do tubo de borracha do fogão e esquentador

28%

23%

Manutenção da caldeira 11% 11% 7%3% Inspecção da instalação e obtenção de certificados Revisão e manutenção de instalação

15%

21%

Menos de 3 anos

Entre 3 e 5 anos

Mais de 10 anos

Nunca

14%

66%

11% 6%

21%

31%

12% 6%

13% 6%

53%

38%

Entre 5 e 10 anos

Base: Quem utiliza gás (#1.818)

19

Key finding No 7 Particulares

Apesar de uma percepção menos positiva da qualidade do combustível dos postos de marca branca ou hipermercados, cerca de metade dos inquiridos particulares abastece habitualmente nestes postos.

20

Cerca de 42% dos particulares que abastecem combustível têm a percepção de que o combustível dos postos de marca branca ou hipermercado apresenta uma qualidade inferior em relação aos postos de marca (Figura 14). Quase metade do particulares que abastecem combustível fazem-no habitualmente em postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados (Figura 15).

Figura 14 Qual a sua percepção sobre a qualidade do combustível dos postos de marca branca ou hipermercado em relação aos postos de marca? Qualidade superior NS/NR 1% 4%

Qualidade 53% semelhante

42% Qualidade inferior

Base: Quem abastece combustível (#1.737)

Figura 15 Abastece habitualmente em postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados?

Não

52%

48%

Sim

Base: Quem abastece combustível (#1.737)

21

Key finding No 8 Particulares

Os consumidores reconhecem as vantagens da utilização de electricidade de origem renovável, mas 74% não estariam dispostos a pagar mais pela sua utilização.

22

Mais de metade dos inquiridos identifica a protecção do ambiente e o facto de serem fontes inesgotáveis como as principais vantagens das energias renováveis (Figura 16). No entanto, cerca de 74% dos consumidores não estariam dispostos a pagar mais para consumir electricidade de origem renovável (Figura 17).

Figura 16 Quais são, na sua opinião, as 2 principais vantagens das energias renováveis?

85% 85% 72%

Protecção do ambiente

71% 78%

São fontes inesgotáveis 59% 23% Favorecem a economia 0% 44% 36% 31%

Facilidade de utilização 17% 16% Mais económicos 1%

59% 72%

Outras 1%

NS/NR

2006

11% 12% 1%

2010

2013

Figura 17 Quanto mais, em percentagem, estaria disposto a pagar para consumir electricidade de origem renovável? 74%

52% 47% 29%31%

0% (não estou disposto)

2006

16% 15% 11% 6% 5% 4% 2% 2% 1% 1% 1% 1% 0% 1% 1% 0% 0% 0% 0% Até 5% 5 a 10% 10 a 20% 20 a 35% 35 a 50% >50% NS/NR

2010

2013

23

Key finding No 9 Particulares

O preço de aquisição dos veículos eléctricos e híbridos é o principal factor para a sua não utilização.

24

Cerca de 81% dos particulares que abastecem combustível referem o preço de aquisição como a principal desvantagem da utilização de um veículo eléctrico (Figura 18).

Figura 18 Quais são, para si, as 3 principais desvantagens da utilização de um veículo eléctrico?

O preço de aquisição é também referido como a principal razão para a não utilização de veículos híbridos por cerca de 81% dos inquiridos (Figura 19).

Tempo e locais de recarga / abastecimento 3%

Preço de aquisição do veículo Menor autonomia

7% 6%

68% 18%

31%

11%

26%

17% 13%

Performance 3% 9% Espaço e peso das baterias 4% 13%

6%

Manutenção 2% 9% 6% Segurança 1%1%4% NS/NR 1ª Escolha

2ª Escolha

9%

14%

21%

3ª Escolha

Base: Quem abastece combustível (#1.737)

Figura 19 E de um veículo híbrido? Preço de aquisição do veículo

70%

Menor autonomia 5%

19%

Tempo e locais de recarga / abastecimento 3% 12% Manutenção 5%

11% 20%

15%

Performance 3% 11%

7% 4%

10% 11%

Espaço e peso das baterias 3% 12% 6% Segurança 1% 4% 5% NS/NR 10% 1ª Escolha

2ª Escolha

19%

33%

3ª Escolha

Base: Quem abastece combustível (#1.737)

25

Key finding No 10 Particulares

Cerca de 94% dos consumidores têm em conta a classe energética na aquisição de um electrodoméstico. No entanto, apenas 36% valorizam a certificação energética quando compra ou arrenda uma habitação.

26

Cerca de 94% dos consumidores particulares têm em conta a classe energética na aquisição de um electrodoméstico (Figura 20). No entanto, no processo de compra ou arrendamento de uma habitação, cerca de 64% dos inquiridos não valorizam se a habitação possui certificação energética (Figura 21).

Figura 20 Quando compra um electrodoméstico tem em conta a respectiva classe energética (i.e. avalia a etiqueta com o objectivo de medir a poupança energética)? NS/NR Nunca 3% 3% Poucas vezes 12%

Sempre 48% 34%

Algumas vezes

Figura 21 Quando vai comprar / arrendar uma habitação, valoriza se a habitação possui certificação energética?

36% Sim Não 64%

27

Key finding No 11 Particulares

A maioria dos consumidores particulares desenvolve práticas de poupança de energia.

28

Quando inquiridos sobre a frequência com que praticam hábitos de poupança de energia, a maioria refere desenvolver sempre ou algumas vezes alguma prática de poupança de energia (Figura 22).

Figura 22 Qual a frequência com que pratica cada um dos seguintes hábitos de poupança de energia? Utilizar electrodomésticos fora da hora de ponta 11%

16%

Utilizar lâmpadas de baixo consumo 1% 8% Viajar de transportes públicos

60%

29%

24%

27%

Abrir a torneira da água quente só quando necessário 1% 9%

Abrir o frigorífico apenas o número de vezes indispensável 2%11% Nunca

Poucas vezes

Algumas vezes

1%

69%

18%

3%

33%

40% 61%

30%

48%

38%

Sempre

1% 1%

62%

Ter o arrefecimento ou aquecimento ligados apenas quando está alguém em casa 1% 7% 20%

Apagar luzes quando não são necessárias 1% 8%

25% 56%

28%

3% 1%

23%

33%

Utilizar as máquinas da loiça e da roupa apenas quando estas estão cheias 8%

Não ter electrodomésticos em stand-by 7%

35%

35%

1% 1% 1%

NS/NR

29

Key finding No 12 Empresas

Para cerca de 60% das empresas inquiridas, o custo com a energia representa menos de 10% dos custos totais.

30

No último triénio, a percentagem do custo com a energia face aos custos totais tem sido inferior a 10% para cerca de 56% das empresas industriais (Figura 23).

Figura 23 No último triénio, qual tem sido a percentagem do custo total com a energia, face aos custos totais da empresa (Indústria)? 56% 56% 56%

Para as empresas de comércio e serviços, a percentagem do custo com a energia face aos custos totais, no último triénio, tem sido inferior a 10% para cerca de 64% e 65% destas empresas (Figura 24). 20% 20% 21% 15% 15% 14% 3% 4% 4% 0% a 10%

2010

10% a 20%

2011

20% a 40%

40% a 60%

2% 2% 1%

1% 1% 1%

3% 3% 3%

60% a 80%

80% a 100%

NS / NR

2012

Base: Empresas do sector industrial (# 194)

Figura 24 No último triénio, qual tem sido a percentagem do custo total com a energia, face aos custos totais da empresa (Comércio e Serviços)?

Base: Empresas do sector de comércio e serviços (# 206)

31

Key finding No 13 Empresas

Tal como os consumidores particulares, as empresas apresentam um elevado grau de satisfação com os serviços de comercialização de energia, à excepção do preço. 32

A maioria das empresas está satisfeita ou muito satisfeita com os serviços do seu comercializador de electricidade (Figura 25), gás natural (Figura 26) e combustíveis (Figura 27).

Figura 25 Qual o grau de satisfação com o actual comercializador de electricidade nos seguintes aspectos?

Cerca de 44% das empresas estão pouco ou nada satisfeitas com o preço praticado pelo actual comercializador de electricidade (Figura 25). Esta percentagem é de 42% para o gás natural (Figura 26) e de 40% para os combustíveis (Figura 27).

Figura 26 Qual o seu grau de satisfação com o actual comercializador de gás (natural), nos seguintes aspectos?

Base: Quem utiliza gás natural (#145)

Figura 27 Qual o nível de satisfação relativamente aos serviços / características oferecidas pela marca na qual realiza a maioria dos abastecimentos dos veículos da frota da empresa?

33

Key finding No 14 Empresas

O preço é a principal razão para cerca de 87% das empresas mudarem de comercializador de energia.

34

Para cerca de 87% das empresas que já mudaram de comercializador de electricidade, esta mudança foi motivada pelo preço (Figura 28).

Figura 28 Quais as 3 principais razões associadas à mudança de comercializador de electricidade? 87%

Preço praticado

O preço é também o motivo referido por 87% das empresas que mudaram de comercializador de gás natural (Figura 29).

Experiência anterior positiva

7%

Atendimento personalizado

7%

Facilidade de mudança

6%

Grau de clareza / informação de suporte à factura Preocupação com o ambiente Disponibilização de serviços ao cliente em novos canais (internet) Leque de serviços oferecido Precisão das estimativas de consumo Outro NS/NR

2013

8%

Condições e modalidades de pagamento

Nacionalidade do comercializador

97%

30% 27%

Qualidade do serviço

3% 3% 2%

42% 28% 49%

19%

2% 5% 2% 6% 1% 6% 1% 5% 4% 1% 2% 1%

2010

Base: Quem mudou de comercializador de electricidade (#364 em 2013 e #168 em 2010)

Figura 29 Quais as 3 principais razões associadas à mudança de comercializador de gás natural? 87% 89%

Preço praticado 22% 23%

Qualidade do serviço 10%

Condições e modalidades de pagamento Atendimento personalizado

7%

Facilidade de mudança

6%

Nacionalidade do comercializador

4%

Grau de clareza / informação de suporte à factura

3%

43% 23% 29%

Preocupação com o ambiente 1% 9% Precisão das estimativas de consumo Leque de serviços oferecido Disponibilização de serviços ao cliente em novos canais (internet) Outro(s) NS/NR

2013

3% 9% 11% 9%

37%

5% 6%

2010

Base: Quem mudou de comercializador de gás natural (#103 em 2013 e #35 em 2010)

35

Key finding No 15 Empresas

Cerca de 93% das empresas inquiridas não utilizam habitualmente postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados, nem estabelecem acordos com os mesmos.

36

Cerca de 93% das empresas inquiridas referem não abastecer habitualmente em postos de abastecimento de marca branca ou hipermercados nem estabelecer acordos com os mesmos (Figura 30).

Figura 30 A sua empresa estabelece acordos com postos de abastecimento de marca branca / hipermercados, ou utiliza habitualmente estes postos? Sim 7%

93% Não

37

Key finding No 16 Empresas

À semelhança dos consumidores particulares, para as empresas o preço de aquisição dos veículos eléctricos e híbridos é o principal factor para a sua não utilização.

38

Cerca de 62% das empresas referem o preço de aquisição como uma das principais desvantagens da utilização de um veículo eléctrico na frota automóvel, logo a seguir à menor autonomia (Figura 31). O preço de aquisição é também referido como a principal razão para a não utilização de veículos híbridos por cerca de 62% das empresas (Figura 32).

Figura 31 Quais são as 3 principais desvantagens da utilização de um veículo eléctrico na frota automóvel? Menor autonomia

33%

Custo de aquisição

34%

Tempo e locais de recarga / abastecimento

13%

24% 19%

7% 9%

12%

15%

Espaço e peso das baterias 2%6% 7% 4% Manutenção 2% 3% Performance 1%3% 4% Segurança 1% 2% Outra(s) 1%

NS/NR 1ª Escolha

16%

28%

2ª Escolha

56%

3ª Escolha

Figura 32 E de um veículo híbrido? Custo de aquisição

50%

8% 4%

Menor autonomia 8% 9% 2% Tempo e locais de recarga / abastecimento 10% 6% 3% Manutenção 4% 12% 2% Espaço e peso das baterias 2%8%6% 2% Performance 2% 4%

Segurança 1% 1% Outra(s) 3%1%

NS/NR 1ª Escolha

22%

2ª Escolha

54%

77%

3ª Escolha

39

Key finding No 17 Empresas

Verifica-se uma clara evolução na implementação de medidas de eficiência energética pelas empresas, que não é mais acentuada por falta de capacidade de investimento.

40

A percentagem de empresas do sector industrial que referiu em 2010 estar a implementar medidas de melhoria da eficiência energética (Figura 34) diminuíu em 2013, verificando-se no entanto um aumento correspondente na percentagem de empresas que referiu já ter implementado essas mesmas medidas (Figura 33).

Esta evolução demonstra que as medidas “em implementação” em 2010 estão “já implementadas” em 2013. A mesma evolução verifica-se nas empresas de comércio e serviços (Figuras 35 e 36).

Figura 33 Em que medida considera relevantes as seguintes iniciativas, com vista à melhoria da eficiência energética, e quais pensa adoptar (Indústria 2013)? Outras formas eficientes de produzir frio ou calor Isolamento térmico de edifícios, incluindo janelas eficientes Sistemas de gestão e monitorização dos consumos de energia Optimização de processos industriais Auditorias energéticas e planos de racionalização do consumo de energia Iluminação eficiente Produção de frio e calor eficiente, por instalação ou reconversão de sistemas de cogeração Optimização de motores e transformadores eléctricos

15% 3%1%1% 8%

23%

14%

35%

25% 31%

Não vou implementar

9% 7% 1%

10% 7% 9% 1%

32%

46% 6% 8%

16%

31%

36%

6%

13% 4% 9% 1%

18%

57%

1% 1% 3% 4%

38%

9% 9% 3%

20%

23%

Em implementação

Já implementado

23%

24%

42%

14%

Figura 34 Em que medida concorda com as seguintes iniciativas, com vista à melhoria da eficiência energética e quais pensa adoptar (Indústria 2010)?

80%

26%

Vou implementar

Irrelevante

10% 11%

50%

Iluminação eficiente

Renovação de equipamento de escritório

Já implementado Não vou implementar

24%

12%

54%

Sistemas de monitorização 32% de consumos Instalação de sistemas de cogeração 5% 5%

11%

14%

16%

29%

46%

32%

15% 3% 9% 3%

13% 8% 2%2%

21% 6%

16% 4% 35%

16%

10%

22%

Irrelevante

19%

9% 18%

2%

Vou implementar

17% 17%

9%

4% 10%

1% 15%

Vou implementar

17%

14% 1% 15% 23%

48%

18%

36%

20%

17%

2%

Não vou implementar

NS/NR

Figura 36 Em que medida concorda com as seguintes iniciativas, com vista à melhoria da eficiência energética e quais pensa adoptar (Comércio e Serviços 2010)? 94%

Outras formas eficientes 8% 12% de produzir frio ou calor Racionalização dos consumos de climatização

22%

16% 37%

27%

15%

26%

30%

Instalação de sistemas 4% de cogeração 3%

31%

2%

50%

Sistemas de monitorização de consumos

Em implementação

46% 46%

Iluminação eficiente

Não concorda

NS/NR

16% 1%

63%

Renovação de equipamento de escritório

Em implementação

87%

Isolamento térmico de edifícios, 3% 2% incluindo janelas eficientes 1%

83%

37%

Iluminação eficiente Produção de frio e calor eficiente, por instalação ou reconversão 11% 5% de sistemas de cogeração Optimização de motores e 46% transformadores eléctricos

Não concorda

NS/NR

Outras formas eficientes de produzir frio ou calor 11% 3% 2%

Outras formas eficientes 4% de produzir frio ou calor 6% 1% 1% Sistemas de gestão e monitorização dos 46% consumos de energia Optimização de 57% processos industriais Auditorias energéticas e 53% planos de racionalização do consumo de energia

Em implementação

Figura 35 Em que medida considera relevantes as seguintes iniciativas, com vista à melhoria da eficiência energética, e quais pensa adoptar (Comércio e Serviços 2013)?

Isolamento térmico de edifícios, incluindo janelas eficientes Racionalização dos consumos de climatização

Adicionalmente, cerca de 41% das empresas referem não implementar mais medidas de eficiência energética devido à falta de capacidade de investimento (Figura 37).

29% 13%

13%

Vou implementar

29%

9% 2%

17% 15% 23%

43% 11%

20%

Não vou implementar

NS/NR

Figura 37 Quais os 3 principais motivos para a empresa não implementar iniciativas de eficiência energética? Gostaria de realizar iniciativas, mas não dispõe de capacidade de investimento Falta de apoios Falta de informação

5% 6%

13% 9%

Inexistência de obrigatoriedade

8%

2% 5%

Falta de sensibilização da gestão

8%

1% 2%

Ausência de rentabilidade As penalizações são pouco significativas

6%

35% 5% 4%

5% 2% 5% 5% 1%1%

1ª Escolha

2ª Escolha

3ª Escolha

Base: Quem não implementou medidas de eficiência energética (#85) 41

Conclusões Partindo de um trabalho realizado no final dos anos 90, a Associação Portuguesa da Energia (APE) tem vindo a realizar periodicamente estudos que pretendem ilustrar a evolução do conhecimento, expectativas e percepções dos consumidores de energia em Portugal.

Apesar das acções de comunicação e divulgação que têm sido desenvolvidas pelos diversos agentes do mercado energético, apenas metade dos inquiridos sabe da existência de uma Tarifa Social de gás natural e electricidade e do Apoio Social Extraordinário ao Consumidor de Energia.

Resultado das conclusões relevantes apresentadas pelas edições de 2006 e 2010 do estudo “A Energia em Portugal perspectiva de quem a utiliza”, foi elaborada em 2013 a sua 3ª edição, que permite tirar conclusões sobre os temas actuais da agenda energética e, simultaneamente, ilustrar a evolução temporal dos resultados.

Ainda no que respeita ao sector do gás natural, é relevante constatar que mais de um terço dos inquiridos nunca realizou nenhuma acção de manutenção das suas instalações de gás.

A primeira área a ser abordada foi o mercado da electricidade e do gás natural, constatando-se que existe, por parte dos consumidores, um elevado conhecimento da liberalização do mercado energético e da consequente possibilidade de mudança de fornecedor de electricidade e gás natural. Outra conclusão relevante prende-se com o facto de a mudança de comercializador de electricidade e gás natural resultar sobretudo da obrigação de migração do mercado regulado para o mercado livre – de facto, quando em mercado livre, mais de 96% dos consumidores particulares não voltam a mudar de comercializador de energia. O preço mantém-se como o principal factor de decisão para os consumidores mudarem de comercializador de energia, mas não deixa de ser também relevante a importância atribuída pelos consumidores particulares à comodidade do processo de mudança - a maioria dos consumidores muda como resultado do contacto directo das empresas energéticas. Da análise da relação destas empresas com os seus clientes, torna-se evidente que mais de metade dos inquiridos - consumidores particulares e empresas apresenta um elevado grau de satisfação com os serviços prestados pelos seus comercializadores de electricidade e gás natural. Ainda assim, não deixa de ser interessante a receptividade de 84% dos consumidores particulares para que a comercialização de energia seja feita por empresas fora do sector energético.

42

Relativamente aos combustíveis, e apesar de uma percepção menos positiva da qualidade do combustível dos postos de marca branca ou hipermercado, quase metade dos consumidores particulares abastece habitualmente nestes postos. No entanto, no que se refere às empresas, apenas cerca de 7% abastecem habitualmente nestes postos ou estabelecem acordos com os mesmos. No que se refere às energias renováveis, e apesar de serem reconhecidos os seus benefícios, 74% dos particulares não estariam dispostos disposto a pagar mais por electricidade de origem renovável. Também a utilização de veículos eléctricos e híbridos por particulares e empresas é ainda restringida pelos preços de aquisição.

À semelhança dos consumidores particulares, para as empresas o factor “preço” é constantemente referido como o principal driver das suas decisões energéticas. No entanto, constata-se que para cerca de 60% das empresas inquiridas o custo com a energia representa menos de 10% dos seus custos totais. Finalmente, no que se refere à eficiência energética, tanto consumidores particulares como empresariais têm vindo a desenvolver práticas de poupança de energia. No caso dos consumidores particulares, a classe energética é bastante relevante na compra de electrodomésticos, no entanto a certificação energética das habitações é menos valorizada. No caso das empresas, as restrições na capacidade de investimento impedem o maior desenvolvimento deste tipo de medidas.

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Sobre a Accenture A Accenture é uma organização global de serviços de consultoria de gestão, tecnologias de informação e outsourcing, com aproximadamente 293 mil profissionais a servir clientes em mais de 120 países. Através da combinação de uma experiência ímpar, um conhecimento profundo dos vários sectores de actividade e funções de negócio, e uma extensa pesquisa sobre as empresas mais bem sucedidas do mundo, a Accenture colabora com os clientes ajudando-os a tornarem-se organizações de alto desempenho. A empresa gerou receitas no valor de 28,6 mil milhões de dólares, no exercício terminado em 31 de Agosto de 2013. A homepage da Accenture é www.accenture.pt.

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Sobre a Associação Portuguesa da Energia (APE) A APE é uma instituição privada, de utilidade pública, sem fins lucrativos, que desenvolve actividade na área da energia sustentável, procurando dinamizar a reflexão e o debate em áreas ligadas à evolução do sector energético, e desenvolver acções que reforcem o papel do sector energético na economia e na qualidade de vida em Portugal. A APE assegura a representação nacional no Conselho Mundial de Energia, tendo como associados as principais empresas do sector energético, bem como da indústria transformadora e dos serviços.