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CARTA ABERTA JORNALISMO SEM CONSTRANGIMENTO O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) vem a público manifestar, nesta carta aberta, sua posição frente aos constantes acontecimentos que envolvem agressões aos profissionais da imprensa. Vivemos num momento onde a intolerância permeia os debates, posicionamentos e informações, elementos presentes nas relações sociais cotidianas. Neste cenário, cabe-nos uma reflexão importante sobre contexto, conjuntura e postura de cada um, que refletem em seus atos e ações perante a sociedade. Nos últimos dias, vários acontecimentos envolvendo jornalistas profissionais acabaram sendo colocados nessa contextualização de forma distorcida, resultando em uma ojeriza inexplicável ao sério trabalho da imprensa e dos profissionais de comunicação. Inegavelmente, as praticas de alguns veículos de comunicação precisam ser postas sob análise, tanto no cenário nacional quanto no local. O Sindjornal tem a plena convicção de que vivemos um momento onde determinadas posturas de setores da mídia, que detém o poder de influência social, buscam manipular opiniões, apresentar informações distorcidas e esconder os reais cenários sociais do Brasil e de Alagoas. Observamos que tais práticas buscam influenciar de forma decisiva a opinião pública, tentando conduzir o pensamento de milhares para um determinado lado, enquanto os objetivos reais e finais das manipulações ficam mascarados e trancafiados. Os recentes protestos em todo território nacional provam isso. A cada dia, cresce o número de insurgentes que conseguem detectar tal manipulação e se voltam de forma dura e crítica frente a essa tentativa. Não é segredo que em Alagoas os principais veículos de comunicação são de propriedades de políticos. Por diversas vezes, o Sindjornal denunciou os que tentam com a distorção dos fatos e o direcionamento de notícias interferir na formação da opinião pública. Mas, nem sempre, ou quase nunca, os profissionais desses veículos estão de acordo com essas práticas e outras citadas ao longo da presente carta. O jornalista profissional é, antes de tudo, um ser social. Ele tem ideias, ideologias, opiniões e posturas, assim como qualquer outro membro da sociedade. E assim como milhões de pessoas, ele também é um TRABALHADOR, cujo ofício é quase uma devoção: sair de casa e informar, seja qual for a matéria, seja qual for o assunto. A função social do jornalista é ser o interlocutor entre os fatos – em sua essência – e o receptor da informação, situação que não o coloca acima ou abaixo de nenhuma outra classe de trabalhadores, cujas funções também são exercidas com propriedade e respeito. Considerando o exposto, o Sindjornal nunca admitiu e não admitirá agressão física, verbal e moral contra qualquer jornalista profissional, ainda que o objetivo seja desqualificar os veículos de comunicação aos quais esses jornalistas sejam ligados. A liberdade de expressão das pessoas é um direito, mas não vamos admitir, em nenhuma hipótese, que essas ações façam com que jornalistas profissionais sejam submetidos à ridicularização para atingir os veículos de comunicação. A crítica precisa ser vista com olhos perspicazes, sendo absorvida com a finalidade de melhoria e adaptação da forma com que a sociedade deseja obter a informação. Mas o limite dessa crítica se dá no momento em que tais anseios e reinvindicações se misturam a opiniões carregadas de sectarismo, que pouco contribuem, de fato, para a mudança da postura da mídia. Assim, o Sindjornal repudia qualquer ação, coletiva ou isolada, que exponha os trabalhadores da comunicação ao ridículo, uma vez que seu desempenho na produção de matérias se dá pelo profissionalismo, e não necessariamente pelo vinculo político com essas empresas. O jornalista cumprirá a pauta com toda sua energia e dedicação, e tentará, dentro das suas possibilidades, levar ao alagoano a melhor informação. A propriedade e o resultado final das matérias cabem à linha editorial de cada veículo, e se a crítica pública for direcionada a esses aspectos, que o levante seja direcionado especificamente ao veiculo, e não ao profissional. Não iremos tolerar qualquer prática absurda de reação e agressão que venha a colocar em cheque a integridade física e mental dos trabalhadores da comunicação. O diálogo é sempre a melhor alternativa e assim estamos sempre dispostos a ele, mas não iremos comungar de nenhuma ação que ultrapasse os limites da ética e do bom senso. Informamos ainda que todas as medidas judiciais para resolver os recentes acontecimentos estão sendo tomadas e serão outras tantas, sempre quando necessário. O Sindjornal se coloca à disposição de todos os jornalistas para que quaisquer atos e fatos que venham a acontecer sejam comunicados com a máxima urgência para que todas as medidas legais e possíveis sejam adotadas em tempo hábil. O bom jornalismo vai sempre prevalecer!

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas – Sindjornal

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