Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Boletim Regional do Banco Central do Brasil Outubro 2015 Volume 9 | Número 4 CGC 00.038.166/0001-05 Boletim Regional do Banco Central do Brasil ...
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Boletim Regional do Banco Central do Brasil Outubro 2015 Volume 9 | Número 4

CGC 00.038.166/0001-05

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Brasília

v. 9

n. 4

out.

2015

p. 1-116

Boletim Regional do Banco Central do Brasil Publicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico. Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (e-mail: [email protected]): Região Norte – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belém (e-mail: [email protected]); Região Nordeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Recife (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Salvador (e-mail: [email protected]); Região Centro-Oeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]); Região Sudeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo (e-mail: [email protected]); Região Sul – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre (e-mail: [email protected]).

Informações sobre o Boletim Telefone: (61) 3414-1022 Fax: (61) 3414-2036 É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v. 9, n. 4.

Controle Geral de Publicações Banco Central do Brasil Comun/Dipiv/Coivi SBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 14º andar Caixa Postal 8.670 70074-900 Brasília – DF Telefones: (61) 3414-3710 e 3414-3565 Fax: (61) 3414-1898 E-mail: [email protected] Convenções estatísticas ... - 0 ou 0,0 *

dados desconhecidos. dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente. menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último. A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou, se especificado no texto, ano-safra ou ano-convênio. Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos. Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil. Central de Atendimento ao Cidadão Banco Central do Brasil Deati/Diate SBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 2º subsolo 70074-900 Brasília – DF DDG: 0800 9792345 Fax: (61) 3414-2553 Internet:

Sumário

Apresentação 5 Sumário executivo

7

Região Norte

11

Região Nordeste

19

Bahia___________________________________________________________________ 24 Ceará___________________________________________________________________ 29 Pernambuco______________________________________________________________ 33

Região Centro-Oeste

39

Região Sudeste

47

Minas Gerais_____________________________________________________________ 53 Rio de Janeiro____________________________________________________________60 São Paulo________________________________________________________________ 66

Região Sul

73

Paraná___________________________________________________________________ 80 Rio Grande do Sul_________________________________________________________ 86

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

93

Boxes

Estrutura Produtiva e Desempenho Recente da Economia de Goiás___________________ 97 Evolução da Produção Regional dos Principais Grãos (2010-2015)__________________106

Apêndice 111

Apresentação

O “Boletim Regional do Banco Central do Brasil” é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país. Sob o enfoque regional, enfatizase a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da Autoridade Monetária sobre os diferentes entes da Federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais. As análises e informações do “Boletim Regional” buscam oferecer à sociedade – em particular, a gestores de política econômica nas esferas subnacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores, e profissionais de imprensa – elementos que contribuam para identificar a forma e, especialmente, a magnitude de repercussão, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da Instituição. O “Boletim Regional” analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e dos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfica das representações do Banco Central, influenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões em que existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises para os estados nos quais se encontram as representações. Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem

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os órgãos e os institutos de âmbito nacional, destacadamente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os entes da administração direta. Em alguns casos, foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico do Banco Central do Brasil (Depec).

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Sumário executivo

A retração registrada na economia do Brasil reflete, em especial os impactos do patamar reduzido da confiança dos agentes econômicos, intensificados pelos efeitos de eventos não econômicos. Além disso, devem ser considerados os desdobramentos do processo de ajuste econômico no país, que apresenta três componentes – monetário, externo e fiscal – e é essencial para a consolidação de fundamentos que favoreçam a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. Nesse contexto, as economias regionais repercutiram com intensidades distintas os impactos do atual ciclo, conforme características estruturais próprias. No Norte, a atividade econômica na região foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, pelas retrações observadas na produção industrial, nas vendas do comércio e na construção civil. Nesse período, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte (IBCR-N) recuou 1,5%, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando diminuíra em igual percentual, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Vale destacar que a balança comercial da região foi superavitária nos nove primeiros meses do ano, mas registrou resultado 35,0% inferior ao de igual intervalo de 2014. Ressalte-se que o Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas recuou 3,2% no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2014, de acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEPLAN-CTI/AM). Essa evolução refletiu, em especial, os resultados negativos observados nas vendas do comércio e nas indústrias de equipamentos de informática e eletrônicos e de veículos. No Nordeste, ocorreram recuos no PIB das três principais economias da região, no segundo trimestre do ano. A retração atingiu 1,9% na Bahia, ressaltando-se o impacto do recuo de 13,5% na produção da indústria de transformação; 3,9% no Ceará, sensibilizada pela redução de 22,0% na produção agropecuária, decorrente do impacto de condições meteorológicas adversas; e de 3,4% em

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Pernambucano, resultado determinado, em especial, pelo desempenho negativo da indústria. Em termos mais abrangentes, a atividade econômica do Nordeste foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, por retrações importantes nas vendas do comércio e na produção industrial, que exerceram desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho – a economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre, ante criação de 48,9 mil vagas em igual período de 2014. Nesse cenário, o IBCR-NE recuou 0,9% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. A economia do Centro-Oeste seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, com destaque para os resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio, do setor de serviços e do mercado de trabalho. Nesse contexto, o IBCR-CO decresceu 0,6% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 0,7%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Ressalte-se que a região tem apresentado desempenho superior à média do país, trajetória que poderá ser favorecida, nos próximos trimestres, pelos impactos do novo patamar da taxa de câmbio sobre as respectivas exportações. No Sudeste, os PIB de Minas Gerais e de São Paulo recuaram 1,5% e 2,6%, respectivamente, no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, destacando-se o impacto do desempenho negativo da indústria. A atividade econômica da região em termos agregados permaneceu influenciada, no trimestre encerrado em agosto, pelo cenário de pessimismo dos agentes econômicos e pela deterioração do mercado de trabalho. Nesse contexto, as retrações da produção industrial e das vendas do comércio foram evidenciadas na trajetória do IBCR-SE, que contraiu 0,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 1,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. No Sul, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, evolução decorrente, em especial, do desempenho favorável da agropecuária, que repercutiu a concentração da colheita da soja, no período. Os principais indicadores da atividade do Sul evidenciam, no entanto, continuidade do processo de desaquecimento da economia da região. Nesse sentido, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em

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agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, mitigado parcialmente pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial. Nesse cenário, o IBCR-S recuou 2,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,1%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados.

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Região Norte

Gráfico 1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Norte Dados dessazonalizados 2002 = 100 170 165 160 155 150 145 140 135 130 Ago 2012

Dez

Abr 2013

Ago

Dez

IBC-Br

Abr 2014

Ago

Dez

Abr 2015

Ago

A retração da atividade econômica no Norte persistiu no trimestre encerrado em agosto, repercutindo os efeitos do patamar reduzido da confiança dos agentes econômicos e os impactos de eventos não econômicos. Nesse contexto, em que destacaram-se as retrações da produção industrial, das vendas no comércio e da construção civil, o IBCR-N recuou 1,5% no período, em relação ao finalizado em maio, quando registrara igual diminuição, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o índice recuou 1,2% em agosto e 0,8% em maio.

IBCR-N

O PIB do Amazonas recuou 3,2% no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2014, de acordo com a SEPLAN-CTI/AM. Esse desempenho refletiu, em especial, os resultados negativos observados nas vendas do comércio e nas indústrias de equipamentos de informática e eletrônicos e de veículos.

Gráfico 1.2 – Índice de volume de vendas no varejo Dados dessazonalizados 2011 = 100 140 130 120 110 100 90 80 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Norte

Pará

Amazonas

Brasil

Fonte: IBGE

Gráfico 1.3 – Confiança do empresariado – Norte Em pontos 70

140

60

120

50

100 Linha de confiança 80

40 30 Jun 2013

Set

60 Mar Jun Set Dez Mar Jun Set 2014 2015 Índice de Confiança do Empresário Industrial Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.) Dez

Fontes: CNI e CNC

As vendas do comércio ampliado do Norte decresceram 3,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando recuaram 2,7%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Destacaram-se as reduções no Amapá (9,0%), Tocantins (6,2%) e Rondônia (5,2%). Excluídas as vendas de veículos, peças e motocicletas, e de materiais de construção, o comércio varejista da região recuou 3,6% no período (-1,2% no trimestre encerrado em maio). A análise em doze meses indica que o comércio ampliado retraiu 1,7% em agosto (Amazonas, -4,4%; Amapá e Tocantins, ambos -3,0%), segundo recuo consecutivo nessa base de comparação, ante aumento de 0,5% em maio. As vendas varejistas cresceram 0,3% e 2,0%, respectivamente, nos períodos mencionados. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves totalizaram 32,0 mil unidades no trimestre encerrado

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Tabela 1.1 – Volume de serviços – Norte Índice geral Var. % UF

2014

2015 Mai1/

Ano Região Norte Acre

1/

12 Meses

Ago

1,6

-2,8

-2,8

-1,9

6,5

-4,6

-4,7

-3,2

-3,8

-7,1

-13,9

-8,9

Amazonas

3,2

-7,5

-8,8

-4,9

Pará

0,2

1,0

-0,8

-0,2

Rondônia

0,7

6,0

13,4

3,9

Roraima

-1,8

-6,6

-0,5

-5,7

Tocantins

3,5

-2,9

1,8

2,7

Amapá

em setembro, ante 41,6 mil unidades no finalizado em igual período de 2014, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) do Norte, divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), totalizou 89 pontos em setembro (96 pontos em junho e 124,3 pontos em setembro de 2014). O comportamento trimestral repercutiu recuos respectivos de 9,6%, 7,4% e 2,8% nos componentes que avaliam as condições atuais, as intenções de investimentos e as expectativas de vendas.

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior

Gráfico 1.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Norte1/ Variação em 12 meses – %

O volume de serviços diminuiu 2,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (Amapá, -13,9%; Amazonas, -8,8%), de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE. Considerados períodos de doze meses, o indicador oscilou -1,9% em agosto e -1,5% em maio (Amapá, -8,9%; Roraima, -5,7%; Amazonas, -4,9%).

25 20 15 10 5 0 Mai 2013

Ago

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

PF

Nov

Fev 2015

PJ

Mai

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 1.2 – Evolução do emprego formal – Norte Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

Fev

Mai

Ago

24,0

-3,4

0,4

0,4

-0,8

-0,5

-0,2

Indústria de transformação

2,1

-1,5

-5,3

-8,7

-7,5

-46,9 -22,5

-12,4

-2,2

Comércio

1,5

9,4

-5,3

-4,4

Serviços

6,1

1,7

-9,4

-0,5

0,3

12,5 -12,8

-22,7

-7,4

-3,6

Agropecuária Outros

2/

1,5

-0,7

-2,5

-0,9

0,6

-0,1

0,0

-0,9

-0,1

0,1

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui serviços industriais, administração pública e outros.

12 |

A carteira de pessoas físicas atingiu R$70 bilhões, variando 2,3% no trimestre, com destaque para as modalidades cheque especial/conta garantida e cartão de crédito à vista, e 12,2% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$46 bilhões, crescendo 0,1% no trimestre, quando sobressaíram as contratações dos segmentos indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública e agropecuária, e 1,0% em doze meses.

2015 Nov

Extrativa mineral

Construção civil

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas na região somaram R$116 bilhões em agosto, aumentando 1,4% no trimestre e 7,5% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados atingiram R$47,2 bilhões (aumentos respectivos de 1,2% e 12,3%) e os com recursos livres, R$68,9 bilhões, elevando-se 1,6% no trimestre e 4,4% em doze meses.

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Outubro 2015

A taxa de inadimplência dessas operações de crédito atingiu 4,51% em agosto, variando 0,54 p.p. no trimestre e 0,57 p.p. em doze meses. O aumento trimestral repercutiu variações respectivas de 1,42 p.p. e -0,04 p.p. nos indicadores dos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que se situaram, na ordem, em 4,74% e 4,36%. O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Norte, divulgado pela CNC, atingiu média de 91,9 pontos no terceiro trimestre de 2015, situando-se na área de pessimismo (abaixo de 100 pontos). O indicador registrou

médias de 102,0 pontos no segundo trimestre deste ano e de 121,1 pontos no terceiro trimestre de 2014.

Tabela 1.3 – Evolução do emprego formal – Norte Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) UF

2014

Região Norte

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Norte totalizaram R$7,8 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 (R$7,5 bilhões em igual intervalo de 2014), dos quais 18,6% destinados às micro, pequenas e médias empresas. O saldo das operações de crédito realizadas na região pelo BNDES somou R$49,9 bilhões no trimestre encerrado em agosto, dos quais R$15,3 bilhões direcionados ao Pará e R$9,2 bilhões ao Amazonas.

2015

Ago

Nov

Fev

Mai

Ago -12,4

24,0

-3,4

-46,9

-22,5

Acre

1,0

-1,0

-1,7

-0,2

1,2

Amapá

0,4

0,9

-3,2

-1,7

-0,9

Amazonas

-0,5

0,3

-9,3

-10,3

-8,2

Pará

17,4

0,2

-22,5

-6,8

-0,4

Rondônia

1,7

-3,4

-7,0

-2,4

-3,1

Roraima

0,3

0,2

-0,5

-0,6

-0,1

Tocantins

3,7

-0,6

-2,8

-0,5

-0,8

A economia da região eliminou 12,4 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 24 mil no mesmo período de 2014), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE). Os cortes mais expressivos ocorreram na indústria de transformação (7,5 mil), na construção civil (3,6 mil) e no comércio (2,2 mil). Ressaltem-se as eliminações de 8,2 mil vagas no Amazonas, em especial no Polo Industrial de Manaus, e de 3,1 mil em Rondônia, concentradas na construção civil. O nível de emprego formal, considerados dados dessazonalizados, recuou 1,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 1,0% no encerrado em maio, com destaque para as reduções no Amazonas (2,1%) e em Rondônia (2,0%).

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

Gráfico 1.5 – Taxa de desocupação – Norte % 10

9

8

7

6 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

2012

Jun

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

Dez

2015

Fonte: IBGE

Tabela 1.4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Região Norte1/ R$ milhões Discriminação

Total

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 4/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Outros

2015 Jun

10 818

-1 341

666

-676 1 628

11 770

Governos estaduais 12 557

-869

710

-159 1 078

13 476

Capitais

-381

-215

-8

-222

549

-54

-1 358

-258

-36

-294

0

-1 652

Demais municípios

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

A taxa de desemprego do Norte situou-se em 8,5% no trimestre terminado em junho (7,2% em igual período de 2014), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE. Destacaram-se os aumentos em Roraima (2,6 p.p, para 7,8%) e no Pará (1,9 p.p, para 8,9%). O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa salarial real da região recuaram 2,7% e 2,4%, respectivamente, no período. O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Norte somou R$1,34 bilhão no primeiro semestre do ano, ante R$1,19 bilhão no mesmo período em 2014. O aumento repercutiu, em especial, o superavit de R$869 milhões na esfera dos governos dos estados. Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$666 milhões e o superavit nominal, R$676 milhões, no semestre (R$541 milhões e R$645 milhões, respectivamente, no primeiro semestre de 2014).

Outubro 2015

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Tabela 1.5 – Dívida líquida e necessidades de 1/

financiamento – Região Norte

R$ milhões UF

Dezembro de 2014 Dívida

Agosto de 2015 2/

Fluxos 12 meses Primário Nominal

Fluxos 12 meses

Dívida 3/

Primário Nominal3/

AC

2 716

154

356

3 029

72

318

AM

3 276

983

1 237

4 522

896

1 245

AP

-71

618

666

962

689

774

PA

686

180

360

810

-233

-19

RO

2 786

-402

-235

2 970

-370

-158

RR

51

-529

-449

202

465

508

TO

1375

330

418

1619

515

638

10 818

1333

2 354

14 113

2034

3 306

4/ Brasil (B) 655 704

Total (A)

10 713

67 433

730 720

4 284

82 410

12,4

3,5

1,9

47,5

4,0

(A/B) (%)

1,6

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares.

­A dívida líquida dos estados, da capital e dos principais municípios do Norte atingiu R$11,8 bilhões em junho de 2015 (aumento de 8,8% em relação a dezembro de 2014), representando 1,7% do endividamento de todos os estados, capitais e principais municípios do país (1,6% em dezembro de 2014). Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Norte registraram deficit de R$2,0 bilhões no período de doze meses finalizado em agosto (R$1,3 bilhão em 2014). Os juros nominais somaram R$1,27 bilhão no período (R$1,1 bilhão em 2014) e o deficit nominal, R$3,3 bilhões (R$2,4 bilhões em 2014). O endividamento líquido das três esferas totalizou R$14,1 bilhões em agosto (R$10,8 bilhões em dezembro de 2014), e sua participação no total da dívida dos estados, capitais e principais municípios do país atingiu 1,9% (1,6% em dezembro de 2014).

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

A arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na região totalizou R$16,6 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe) do Ministério da Fazenda, com aumento real de 1,2% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). As transferências da União, excluindo os valores destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), somaram R$18,7 bilhões nos oito primeiros meses do ano e R$27,1 bilhões em doze meses, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com variações reais de -0,05% e 0,4%, nessas bases de comparação.

nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 1.6 – Produção agrícola – Norte Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Pesos

2/

2014 3/

Variação %

Produção

2015

2015/2014

Grãos

32,5

5 922

7 195

21,5

Soja

18,9

3 480

4 060

16,7

Milho

6,1

1 412

1 894

34,1

Arroz (em casca)

5,3

933

1143

22,4

Outras lavouras 31,5

8 008

8 157

1,9

Banana

Mandioca

6,5

957

1 016

6,1

Abacaxi

3,7

430

507

17,8

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015. 3/ Produtos: algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, milho, soja e sorgo.

14 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

A safra de grãos da região de 2015 está estimada em 7,2 milhões de toneladas, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro do IBGE. A perspectiva de expansão anual de 21,5% reflete, especialmente, projeções de crescimentos para as colheitas de milho (34,1%), arroz (22,4%) e soja (16,7%), essa última concentrada no Pará e em Tocantins. Entre as demais culturas, estimam-se aumentos anuais para as produções de abacaxi (17,8%), banana (6,1%) e cacau (5,5%). O valor bruto da produção (VBP) real dos principais produtos agrícolas da região, considerado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) como deflator, deverá aumentar 14,0% em 2015, de acordo com estimativa de setembro do Mapa. Estão previstas elevações do VBP real da banana (34,1%), soja (14,5%) e arroz (14,1%), e recuos para os relativos a cana-de-açúcar (37,8%) e mandioca (7,7%).

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) cresceram 3,6% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa). Destacaram-se os aumentos no Pará (7,7%) e em Rondônia (6,2%) e o recuo de 5,5% no Tocantins. As exportações de carnes desossadas de bovinos congeladas diminuíram 11,5% e as de bovinos vivos, 67,0%, nos primeiros nove meses do ano, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Gráfico 1.6 – Produção industrial – Norte Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100

A produção de leite na região diminuiu 13,0% no segundo trimestre de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o IBGE. O preço do produto recuou 9,4% nos oito primeiros meses do ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

110 106 102 98 94 90 Ago 2012

Dez

Abr 2013

Fonte: IBGE

Ago

Dez

Abr 2014

Ago

Dez

Brasil

Abr 2015

Ago

Norte

Tabela 1.7 – Produção industrial – Amazonas Geral e setores selecionados Variação % no período 1/

Setores

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

2/

2/ Ago Ac. 12 meses

100,0

-4,7

-3,6

7,7

-0,8

1,6

0,5

92,3

-9,5

-2,2

-13,5

Informática, eletrôn. e ópticos

30,5 -14,4 -11,3

-28,9

Bebidas

23,8 -25,1

14,9

-2,0

Outros equipamentos transporte

19,8 -17,0

5,7

-13,5

-5,2

-2,0

Indústrias extrativas Indústrias de transformação

Produtos de metal

4,6

-1,2

-12,8

O VBP real da pecuária, considerado o IGP-DI como deflator, deverá crescer 4,3% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão projetados aumentos para o VBP de bovinos (6,4%) e frango (5,8%), e redução de 12,7% no relativo a leite. A produção industrial da região decresceu 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando apresentara recuo em igual intensidade, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. A produção da indústria de transformação diminuiu 2,8%, em cenário de arrefecimento da atividade no polo industrial de Manaus (equipamentos de informática e eletrônicos, -11,3%; produtos de borracha e plástico, -14%) e no Pará, -3,9%. A indústria extrativa decresceu 1,5%.

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 1.8 – Produção industrial – Pará Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

Pesos1/ 2015 Mai

Indústria geral

2/

2/

Ac. 12 meses

Ago

100,0

2,2

-1,4

5,1

Indústrias extrativas

80,6

5,0

-2,4

7,1

Indústrias de transformação

19,4

1,8

-3,9

-2,1

6,8

0,2

0,9

-3,4

Metalurgia Produtos alimentícios

5,3

6,8

-6,5

-0,1

Prod. miner. não-metálicos

3,0

-5,0

-0,3

-6,2

Produtos de madeira

2,7

-9,8

-26,3

-8,3

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Norte recuou 3,8% em agosto (-4,0% em maio). A produção da indústria de transformação decresceu 11,6% (equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, -28,9%; outros equipamentos de transporte, -13,5%), consistente com o menor dinamismo das indústrias de televisores, computadores portáteis e telefones celulares, e de motocicletas e suas peças e acessórios, no Amazonas; e da indústria extrativa aumentou 6,6%, refletindo, em especial, o aumento da extração de minérios de ferro em bruto, no Pará. O faturamento nominal das vendas industriais recuou 12,6% no período de doze meses encerrado em agosto (-14,1% no terminado em maio), de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O nível de

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 15

Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu 75,9% em agosto (80,1% em maio e 81,3% em agosto de 2014). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do Norte, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), segue em trajetória semelhante ao do indicador nacional. Nesse sentido, o Icei atingiu 37,1 pontos em setembro (40,8 pontos em junho e 54,7 pontos em setembro de 2014).

Tabela 1.9 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Norte

Brasil

2014 Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados

2015

Var. %

Var. %

13 650 10 128

-25,8

-16,8

10 274

7 002

-31,8

-22,3

3 376

3 126

-7,4

-11,2

1 340

1 151

-14,1

-8,4

2 035

1 975

-3,0

-12,2

O indicador de expectativas da Sondagem Industrial da CNI para a região totalizou 46,2 pontos em agosto (46,9 pontos em maio e 48,9 pontos em agosto de 2014), e o indicador de estoques, 48,1 pontos (52,5 pontos em maio e 49,4 em agosto de 2014), sugerindo estoques abaixo do planejado. As vendas de ônibus e caminhões totalizaram 5,2 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave. A redução de 25,9%, em relação a igual período de 2014, repercutiu retrações respectivas de 28,1% e 19,0% nas vendas de caminhões e ônibus.

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 1.10 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Norte

Brasil

2014 Total

2015

Var. %

Var. %

11 676

8 868

-24,0

-23,0

Bens de capital

3 234

2 448

-24,3

-17,5

Matérias-primas

4 800

3 656

-23,8

-19,1

Bens de consumo

3 262

2 546

-22,0

-16,0

3 059

2 350

-23,2

-21,6

203

196

-3,6

-9,7

380

218

-42,8

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Gráfico 1.7 – Balança comercial – Norte US$ milhões 2 400 2 100 1 800 1 500 1 200 900 600 300 0 Set 2013

Dez

Mar 2014

Jun

Exportação

Set

Dez

Mar 2015

Jun

Set

Importação

Fonte: MDIC/Aliceweb

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

A balança comercial do Norte apresentou superavit de US$1,3 bilhão nos nove primeiros meses do ano (US$1,97 bilhão em igual período de 2014), segundo o MDIC. As exportações atingiram US$10,13 bilhões e as importações, US$8,87 bilhões, decrescendo 25,8% e 24,0%, respectivamente, no período. O resultado das exportações, refletindo recuos de 18,4% nos preços e de 9,0% no quantum, foi influenciado, fundamentalmente, pela redução de 31,8% nos embarques de produtos básicos (minérios de ferro, -51,0%), que representaram 69,1% do total, no período. As vendas para a China, Japão, Alemanha, Estados Unidos da América (EUA) e Holanda, corresponderam, em conjunto, a 43,1% do total no período. A retração das importações decorreu de variações de 19,9% nos preços e -36,7% no quantum. Ressaltem-se os recuos nas aquisições de bens de consumo duráveis, 23,2% (outras partes para aparelhos receptores de radiodifusão, -27,4%) e de bens intermediários, 23,8% (microprocessadores, -38,4%), que representaram 26,5% e 41,2% da pauta, respectivamente. As importações originárias da China, EUA, Coreia do Sul, Japão e Taiwan representaram, em conjunto, 70,8% das compras externas do Norte nos nove primeiros meses do ano, com destaque para o recuo de 21,3% nas provenientes da China.

Tabela 1.11 – IPCA – Belém Variação % 1/

Discriminação

Pesos

2014

2015

Ano IPCA

II Tri

III Tri

Ano

100,0

6,60

2,80

0,38

5,97

78,1

5,84

2,33

0,08

4,39

Comercializáveis

43,8

6,60

2,14

0,15

3,34

Não comercializáveis

34,3

4,84

2,56

-0,02

5,73

21,9

9,57

4,50

Alimentação

34,0

7,17

3,11

-0,66

5,35

Habitação

Livres

Monitorados

1,45 11,95

Principais itens 13,1

13,43

0,52

1,19

9,54

Artigos de residência

5,3

6,58

2,10

0,64

3,49

Vestuário

8,5

1,86

2,11

0,17

2,92

Transportes

12,7

4,27

5,02

-0,57

5,63

Saúde

10,3

5,94

3,36

2,64

7,10

Despesas pessoais

8,3

6,79

4,34

2,33

9,01

Educação

4,6

6,68

0,19

-0,00

5,97

Comunicação

3,3

0,32

1,25

0,38

0,81

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belém (RMB) variou 0,38% no terceiro trimestre de 2015 (2,80% no segundo), reflexo de desacelerações dos preços livres, de 2,33% para 0,08%, e dos monitorados, de 4,50% para 1,45%, essa repercutindo recuo de preços nos itens energia elétrica residencial (1,10%) e transporte hidroviário (0,03%) e elevações nos dos itens gás de botijão (10,78%), ônibus interestadual (8,81%) e plano de saúde (3,78%). A evolução dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,14% para 0,15% (bebidas e infusões, -6,49%; artigos de papelaria, -5,06%; brinquedo, 5,62%; carnes e peixes industrializados, 4,33%) e dos não comercializáveis, de 2,56% para -0,02% (passagem aérea, -20,42%; tubérculos, raízes e legumes, -17,04%; feijão preto, -7,39%). O índice de difusão atingiu 47,8% no terceiro trimestre de 2015 (58,0% no anterior).

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

Gráfico 1.8 – IPCA – Norte Variação (%) 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 -0,2 -0,4 Set Dez Mar Jun 2012 2013 Fonte: IBGE

Set

Dez Mar Jun 2014

Brasil

Set

Dez Mar Jun 2015

Set

A análise em doze meses revela que o IPCA da RMB aumentou 8,15% em setembro, ante 9,29% em junho. A redução decorreu de desacelerações nos preços livres, de 7,39% para 7,03%, e nos monitorados, de 16,71% para 12,34%, com destaque para as variações nos itens telefone fixo (-4,68%), jogos de azar (47,49%) e gás de botijão (23,79%). A evolução dos preços livres refletiu desaceleração dos preços dos itens comercializáveis, de 6,89% para 5,82% (farinha de trigo, -10,27%; CD e DVD, -8,16%; carnes, 15,93%) e aceleração dos não comercializáveis, de 7,97% para 8,55% (tubérculos, raízes e legumes, 40,34%; feijão carioca 36,97%; alimento para animais, 21,30%).

RMB

A desaceleração da atividade econômica do Norte segue influenciada pelos desempenhos negativos da indústria de transformação no Polo Industrial de Manaus e da construção civil no setor mineral e hidrelétrico no Pará, em virtude da finalização de obras. Adicionalmente, ressalte-se o impacto da retração das vendas do comércio, em ambiente de distensão do mercado de trabalho e de condições mais restritivas no mercado de crédito.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 17

2

Região Nordeste

A atividade econômica do Nordeste, evidenciando recuos relevantes nas vendas do comércio e na produção industrial, manteve trajetória de retração no trimestre encerrado em agosto, com desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho. Nesse cenário, o IBCR-NE recuou 0,9% no período, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-NE recuou 0,7% em agosto (estabilidade em maio).

Gráfico 2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Nordeste Dados dessazonalizados 2002 = 100 160 155 150 145 140 135 Fev 2013

Mai

Ago

Nov

Fev 2014

Mai

IBC-Br

Ago

Nov

Fev 2015

Mai

Ago

IBCR-NE

Gráfico 2.2 – Comércio varejista – Nordeste Dados dessazonalizados 2011 = 100 125 120 115 110 105 100 Fev 2013

Mai

Ago

Nov

Fev Mai 2014 Comércio varejista

Ago

Nov

Fev Mai Ago 2015 Comércio ampliado

Fonte: IBGE

Tabela 2.1 – Comércio varejista – Nordeste Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2015 Mai

Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes

1/

1/

Ago

12 meses

-2,3

-3,7

-2,2

-4,2

-4,4

-2,6

Híper e supermercados

-2,0

-3,5

-3,1

Móveis e eletrodomésticos

-2,7

-7,5

-8,2

Equip. e mat. para esc.,inf. e comunicação

21,6

-4,4

-18,4

Comércio ampliado

-3,3

-3,7

-3,6

Automóveis e motocicletas

-7,2

-3,2

-7,1

Material de construção

-0,1

-4,1

-2,2

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

As vendas do comércio ampliado nordestino decresceram 3,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuaram 3,3%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve recuos em sete dos dez segmentos pesquisados (móveis e eletrodomésticos, 7,5%; tecidos, vestuário e calçados, 4,9%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 4,4%). Excluídas as retrações nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (3,2%) e de material de construção (4,1%), o comércio varejista do Nordeste retraiu 3,7% no período (-2,3% no trimestre terminado em maio). Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado da região recuou 3,6% em agosto (-2,1% em maio), destacando-se as retrações nas atividades equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (18,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (12%). As vendas do comércio varejista diminuíram 2,2% e 0,3%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação. O volume do setor de serviços da região, refletindo, em especial, o recuo de 12,5% no segmento serviços profissionais, administrativos e complementares, decresceu 5,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE. A análise em doze meses mostra que o indicador recuou 0,7% em agosto, em relação a igual período

Outubro 2015

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de 2014 (serviços de informação e comunicação, -4,1%; outros serviços, -1,5%).

Tabela 2.2 – Volume de serviços – Nordeste Serviços empres. não financeiros, exceto saúde e educação Variação % 2015

Segmentos

Mai Total

1/

Ago

1/

12 meses

-2,5

-5,9

-0,7

Serviços prestados às famílias

-4,6

-0,6

-0,7

Serviços de informação e comunicação

-4,2

-6,1

-4,1

Serviços profissionais e administrativos

-2,6

-12,5

-1,3

Transportes e correio

3,5

-2,8

3,4

Outros serviços

0,6

-8,8

-1,5

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

Gráfico 2.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Nordeste1/ Variação % em 12 meses 20

15

10

5

0 Ago 2013

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

Nov

PF

Fev 2015

Mai

PJ

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.3 – Evolução do emprego formal – Nordeste Novos postos de trabalho

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil somou R$397 bilhões em agosto, variando 1,3% no trimestre e 9,3% em doze meses. As operações com recursos livres totalizaram R$218,4 bilhões, elevando-se 1,0% no trimestre e 5,4% em doze meses; e as realizadas com recursos direcionados somaram R$178,6 bilhões, aumentando, na ordem, 1,7% e 14,5%. As contratações no segmento de pessoas jurídicas – impulsionadas pelas atividades indústria de transformação e serviços industriais de utilidade pública – atingiram R$170 bilhões em agosto, variando -0,1% no trimestre e 4,8% em doze meses. Os créditos às pessoas físicas totalizaram R$227 bilhões, com aumentos respectivos de 2,5% e 12,8% nas mesmas bases de comparação. Destacaram-se as modalidades crédito consignado e financiamento de veículos. A inadimplência atingiu 3,9% no trimestre encerrado em agosto, crescendo 0,12 p.p. em relação a maio e 0,17 p.p. em doze meses. O aumento trimestral refletiu elevações de 0,09 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,14 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de inadimplência de 4,4% e 3,3%, respectivamente.

1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014

2015

Ago Total

Nov

Fev

47,5 82,8

Indústria de transformação

12,1 40,4

Serviços industriais de util. pública

-0,1

Construção civil

-0,8 -9,8

Mai

Ago

-110,6 -98,4 -42,9 -24,2 -53,8

0,1

0,5

-0,7

1,4

-0,1

-47,1 -26,1 -19,8

Comércio

3,2 37,3

-20,6

-5,6 -13,8

Serviços

17,3 18,3

-5,1

-7,9 -21,1

Agropecuária

16,0 -2,3

-12,8

-6,6 13,1

-0,2 -1,2

-1,3

2/

Outros

0,2

-0,4

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.4 – Necessidades de financiamento – Nordeste1/ R$ milhões Discriminação

Resultado primário

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Total

-2 793

-5 933

1 960

2 415

Governos estaduais

-1 862

-2 750

1 944

2 441

Capitais

-644

-498

32

43

Demais municípios

-287

-2 685

-16

-69

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares.

20 |

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Outubro 2015

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Nordeste totalizaram, em agosto, R$4,1 bilhões no trimestre e R$23,4 bilhões em doze meses, variando, na ordem, -20,2% e 7,0%, em relação a iguais períodos de 2014. A economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto de 2015 (criação de 47,5 mil em igual período do ano anterior), de acordo com o Caged/MTE, destacando-se os cortes nas atividades serviços (21,1 mil) e construção civil (19,8 mil). Considerados dados dessazonalizados, o nível do emprego formal recuou 1,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, destacando-se a retração de 3,6% em construção civil. A taxa de desemprego do Nordeste atingiu 10,4% no trimestre terminado em agosto (8,0% em igual período de 2014), de acordo com estatísticas do IBGE para as Regiões Metropolitanas de Recife (RMR) e de Salvador (RMS). Houve aumento de 1,3% na População Economicamente Ativa (PEA) e redução de 2,0% na população ocupada. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real recuaram, na ordem, 2,2% e 5,3% no período. Considerados

Tabela 2.5 – Dívida líquida – Nordeste1/ R$ milhões Discriminação

2013

2014

Dez

2015

Dez

Jun

Dívida bancária

16 524

20 726

21 231

Renegociação

2/

20 123

20 053

20 435

Dívida externa

24 419

16 150

20 917

Outras dívidas junto à União

248

240

34

Dívida reestruturada

893

924

1 079

-16 898

-15 841

-19 705

37 040

47 019

47 493

578 634

655 704

687 821

6,4

7,2

6,9

Disponibilidades líquidas Total (A) 3/

Brasil (B) (A/B) (%)

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000. 3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 2.6 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Nordeste1/ R$ milhões Discriminação

Total

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Governos estaduais 48 492 Demais municípios

Dívida 4/

2014

47 019

Capitais

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida

2015

Outros

3 993

47 493

-2 750 2 441

-309

4 088

52 271

-455

-60

-363

-69 -2 754

-35

-4 414

-498

-1 625

-2 685

43

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Tabela 2.7 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Nordeste1/ R$ milhões UF

Dezembro de 2014

Agosto de 2015

Dívida

Dívida

Fluxos 12 meses

2/

Primário Nominal3/

Fluxos 12 meses Primário Nominal3/

AL

7 707

-300

483

8 660

-1 057

-6

BA

13 202

696

1 555

14 635

673

1 782

CE

5 118

741

1 111

6 023

-132

353

MA

3 113

278

521

3 773

-364

-18

PB

2 879

110

250

2 978

196

391

PE

9 623

1 428

2 188

10 815

-335

643

PI

2 440

278

397

2 538

-66

70

36

26

81

435

566

626

RN SE

2 901

-87

101

3 739

512

735

47 019

3 170

6 687

53 596

-7

4 576

4/ Brasil (B) 655 704

10 713

67 433 730 720

4 284

82 410

-0,2

5,6

Total (A) (A/B) (%)

7,2

29,6

9,9

7,3

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Nordeste somou R$5,9 bilhões no primeiro semestre de 2015. O aumento de 112,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu expansões respectivas de 47,7% e 835,1% nos superavits dos governos estaduais e dos demais municípios e recuo de 22,8% no das capitais. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$2,4 bilhões e o superavit nominal, R$3,5 bilhões, elevando-se, na ordem, 23,2% e 322,3% em relação a igual período de 2014. O desempenho do resultado nominal refletiu reversão, de deficit de R$81 milhões para superavit de R$309 milhões, na esfera dos governos estaduais, e variações respectivas de -25,7% e 810,0% nos superavits dos governos das capitais e dos demais municípios.

Jun

-5 933 2 415 -3 518

151

dados dessazonalizados, a taxa de desemprego atingiu 10,0% no trimestre finalizado em agosto (9,7% no encerrado em maio).

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios do Nordeste totalizou R$47,5 bilhões em junho de 2015 (6,9% da dívida dessas entidades no país), elevando-se 1,0% em relação a dezembro de 2014. As dívidas junto à União representaram 45,4% do total; a dívida bancária, 44,7%; a dívida externa, 51,4%; e a posição credora em disponibilidades líquidas, 41,5%, no período. O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Nordeste atingiu R$7 milhões no período de doze meses finalizado em agosto (deficit de R$3,2 bilhões em 2014). Os juros nominais, apropriados por competência e o deficit nominal, somaram R$4,6 bilhões, no período (R$3,5 bilhões e R$6,7 bilhões, na ordem, em 2014). O endividamento líquido dos três segmentos totalizou R$53,6 bilhões em agosto (aumento de 14,0% em relação a dezembro de 2014), representando 7,3% da dívida dos estados, capitais e principais municípios do país (7,2% em dezembro de 2014). A safra de grãos do Nordeste para 2015 está estimada em 17,3 milhões de toneladas, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE, representando 8,2% da produção nacional. A projeção de crescimento anual de 9,6% evidencia, em especial, a estimativa de aumento de 27,5% na produção de soja, favorecida pela expansão de 40,5% na safra da Bahia, principal estado produtor da região. Destaque, ainda, para as projeções de recuos respectivos de 2,3% e 2,1% nas colheitas de feijão e de milho, e, no âmbito

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 21

das demais lavouras, para as variações nas produções de cana-de-açúcar (-1,4%), banana (-4,0%) e mandioca (1,6%).

Tabela 2.8 – Produção agrícola – Nordeste Itens selecionados Em mil toneladas 1/

Discriminação

2/

Pesos

Var. %

Produção

(%)

2014

Produção de grãos

2015

2015/2014

15 742 17 259

Soja

15,8

6 571

9,6

8 377

27,5

Caroço de algodão (herbáceo)

9,3

782

812

3,9

Milho

7,9

6 697

6 557

-2,1

Feijão

3,6

675

659

-2,3

15,9 69 261 68 314

-1,4

Outras lavouras selecionadas Cana-de-açúcar Mandioca

7,1

5 657

5 744

1,6

Banana

6,1

2 454

2 355

-4,0

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 2.4 – Produção industrial – Nordeste Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral

A produção industrial nordestina decresceu 0,9% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando crescera 2,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE. Destacam-se os recuos nas atividades artigos do vestuário e acessórios (11,2%) e produtos têxteis (10,5%). Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial da região recuou 2,4% em agosto (-3,2% em maio), em relação a igual período de 2014. Ocorreram retrações de 6,0% na indústria extrativa e de 2,0% na de transformação (produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, -18,6%; metalurgia, -16,5%). A balança comercial do Nordeste apresentou deficit de US$6,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano (US$9,4 bilhões em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações recuaram 10,4% e as importações, 19,8%, totalizando US$10,8 bilhões e US$17,2 bilhões, respectivamente.

2012 = 100 110

105

100

95

90 Fev 2013

Mai

Ago

Nov

Fev 2014

Brasil

Mai

Ago

Nov

Fev 2015

Mai

Ago

Nordeste

Fonte: IBGE

Tabela 2.9 – Produção industrial – Nordeste Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral Indústrias extrativas Indústrias de transformação

2/

Ago

2/

12 meses

100,0

2,7

-0,9

-2,4

9,0

-1,4

-5,0

-6,0

91,0

3,2

-0,5

-2,0

Produtos alimentícios

16,2

-1,2

-2,1

3,3

Deriv. petróleo e biocombustíveis

15,8

29,5

7,4

-8,7

Outros produtos químicos

9,9

-0,7

-0,1

2,6

Artefatos couro e calçados

6,9

-7,5

-0,4

-4,5

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

O desempenho das exportações refletiu variações de -19,4% nos preços e de 11,1% no quantum. Os embarques de bens semimanufaturados cresceram 5,1% (cátodos de cobre, 94,4%) e os de produtos básicos, 2,6% (soja mesmo triturada, 3,7%; milho em grãos, 791,4%), contrastando com o recuo de 25,5% nos de bens manufaturados (óleos combustíveis, -65,3%). As vendas direcionadas à China, aos EUA, à Argentina, à Holanda e às Antilhas Holandesas representaram, em conjunto, 54,1% das exportações da região nos nove primeiros meses do ano. A retração das importações repercutiu recuos de 18,4% nos preços e de 1,7% na quantidade importada. Ocorreram reduções nas compras em todas as categorias de uso: bens de capital, 10,2% (veículos de carga, -34,8%; máquinas e aparelhos para tratamento de pedra e subst. mineral, -66,1%); combustíveis e lubrificantes, 29,4% (óleos combustíveis, -49,5%); bens de consumo duráveis, 24,2% (automóveis de passageiros, -34,4%); bens de consumo não-duráveis, 3,0% (calçados suas partes e componentes, -30,3%). As importações provenientes dos EUA, China, Argentina, Índia, Holanda e Chile corresponderam, em conjunto, a 51,1% das aquisições do Nordeste nos nove primeiros meses de 2015.

1/ Calculado com base nas variações e pesos das regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador.

22 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

|

Outubro 2015

Tabela 2.10 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Nordeste

Total

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. % -16,8

12 054

10 798

-10,4

Básicos

3 015

3 092

2,6

-22,3

Industrializados

9 040

7 705

-14,8

-11,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados

3 161

3 323

5,1

-8,4

5 879

4 382

-25,5

-12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.11 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Nordeste 2014

Total

Brasil 2015

21 422 17 182

Var. %

Var. %

-19,8

-23,0

Bens de capital

2 832

2 545

-10,2

-17,5

Matérias-primas

8 442

7 214

-14,6

-19,1

Bens de consumo

2 146

1 775

-17,3

-16,0

1 447

1 097

-24,2

-21,6

699

678

-3,0

-9,7

8 001

5 649

-29,4

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.12 – IPCA – Nordeste Variação % Discriminação

Pesos

1/

2015 I Tri

IPCA

II Tri

III Tri

12 meses

100,0

3,26

2,75

1,03

8,63

78,2

2,68

2,23

0,99

7,50

Comercializáveis

39,1

1,05

2,21

1,52

6,21

Não comercializáveis

39,1

4,36

2,25

0,47

8,83

21,8

5,44

4,68

1,17

12,82

Alimentação

28,8

4,08

3,43

0,55

10,37

Habitação

14,4

5,05

4,17

1,06

11,89

Artigos de residência

4,7

0,98

0,62

2,70

4,49

Vestuário

7,0

-0,91

1,44

-0,43

1,56

Transportes

16,9

4,31

1,55

0,91

8,36

Saúde

10,8

1,49

3,28

2,27

8,60

Despesas pessoais

9,2

2,33

3,89

1,92

9,46

Educação

4,5

7,10

0,43

0,79

8,81

Comunicação

3,7

-0,40

1,46

0,97

1,82

Livres

Monitorados Principais itens

A inflação no Nordeste1, medida pelo IPCA, atingiu 1,03% no terceiro trimestre do ano (2,75% no segundo), com desacelerações dos preços livres (de 2,23% para 0,99%) e dos monitorados (de 4,68% para 1,17%), destacando-se, nesse segmento, a redução de 5,46% no preço da energia elétrica residencial e as elevações nos preços dos itens gás de botijão (11,17%), ônibus interestadual (8,33%) e gás veicular (7,40%). O desempenho dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,21% para 1,52% (pneu, -2,50%; arroz, -1,84%; carnes e peixes industrializados, 4,16%) e dos bens não comercializáveis, de 2,25% para 0,47% (tubérculos, raízes e legumes, -26,92%; passagem aérea, -13,75%; farinha de mandioca, 12,13%). O índice de difusão atingiu 62,50% no terceiro trimestre de 2015 (65,20% no segundo e 56,76% em igual intervalo de 2013). Considerados períodos de doze meses, a inflação no Nordeste atingiu 8,63% em setembro (8,17% em junho). Os preços livres aumentaram 7,50%, com elevações de 6,21% nos preços dos bens comercializáveis (carnes, 17,34%; artigos de papelaria, 15,61%; produtos óticos, 10,11%) e de 8,83% nos dos bens não comercializáveis (tubérculos, raízes e legumes, 32,09%; hortaliças e verduras, 15,79%; passagem aérea, -10,67%). A variação dos preços monitorados atingiu 12,82% (12,86% no período de doze meses até junho), destacando-se as elevações respectivas de 25,23% e 18,41% nos itens energia elétrica residencial e gás veicular. A economia nordestina segue repercutindo o cenário de reduzida confiança dos agentes econômicos, assim como os impactos de evento não econômicos. Ressaltese que a região se beneficia da maior participação da indústria alimentícia na estrutura produtiva local e detém participação expressiva como receptora das transferências governamentais no âmbito de programas sociais, fatores que podem contribuir para atenuar a intensidade do ciclo.

Fonte: IBGE 1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 23

Bahia

Gráfico 2.5 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Bahia Dados dessazonalizados

2002 = 100 160 156 152 148 144 140 Ago 2012

Dez

Abr 2013

Ago

Dez

IBC-Br

Abr Ago 2014 IBCR-BA

Dez

Abr 2015

Ago

Gráfico 2.6 – Comércio varejista – Bahia Dados dessazonalizados

2011 = 100 125 120 115 110 105 100 Ago 2012

Dez

Fonte: IBGE

Abr Ago Dez 2013 Comércio varejista

Abr 2014

Ago

Dez Abril Junho 2015 Comércio ampliado

Tabela 2.13 – Comércio varejista – Bahia Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2015 Fev1/

Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes Híper, supermercados

Mai1/ Ago1/ 12 meses

-4,2

-2,3

-3,8

-3,3

-3,1

-4,2

-4,7

-5,2

0,8

-2,1

-3,8

-1,6

Tecidos, vestuário e calçados

-11,9

-0,1

-5,9

-7,1

Móveis e eletrodomésticos

-12,6

-0,4

-7,7

-10,0

Comércio ampliado

-4,6

-3,5

-2,8

-4,7

Automóveis e motocicletas

-5,3

-9,3

-1,1

-8,5

Material de construção

-3,8

-0,7

-3,0

-3,4

O PIB da Bahia retraiu 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). A contração refletiu, em especial, o impacto de recuos na produção da indústria (6,4%), com destaque para os desempenhos negativos da transformação (13,5%) e da construção civil (5,6%), e no setor de serviços (1,3%), ressaltando-se a retração de 6,7% no comércio. A atividade agropecuária cresceu 7,6% no período. Considerados dados dessazonalizados da SEI, o PIB retraiu 0,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015. Indicadores mais recentes sugerem melhora na atividade econômica do estado. Nesse sentido, o IBCRBA aumentou 1,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao período terminado em maio, quando aumentara 0,7%, nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o indicador contraiu 0,3% em agosto (expansão de 0,5% em maio). As vendas do comércio ampliado da Bahia recuaram 2,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam decrescido 3,5%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ocorreram retrações em oito dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -13,9%; móveis e eletrodomésticos, -7,7%; tecidos, vestuário e calçado, -5,9%; hipermercados e supermercados, -3,8%). Excluídas as retrações nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (1,1%) e de material de construção (3,0%), o comércio varejista baiano retraiu 3,8% no trimestre (-2,3% no trimestre finalizado em maio).

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos períodos encerrados em t e t-1. Dados dessazonalizados.

Gráfico 2.7 – Volume de serviços Dados observados – Média móvel trimestral 120 118 116 114 112 110 108 106

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio varejista ampliado decresceram 4,7% em agosto (-3,8% em maio), com retrações em oito dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -18,2%; livros, jornais, revistas e papelaria, -13,7%; móveis e eletrodomésticos, -10,0%; veículos, motocicletas, partes e peças, -8,5%). As vendas do comércio varejista variaram -3,3% e -0,5%, respectivamente, nos períodos mencionados.

104 102 100 Ago Out 2013 Fonte: IBGE

24 |

Dez Fev Abr 2014

Jun Brasil

Ago

Out

Dez Fev Abr 2015 Bahia

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Jun

|

Ago

Outubro 2015

O volume do setor de serviços na Bahia recuou 7,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros serviços, -24,8%; serviços

Tabela 2.14 – Volume de serviços – Bahia Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Variação % no período Segmentos

2014

2015

Ano

Mai

Total

3,8

Serviços prestados às famílias

1/

1/

12 meses

-7,5

0,9

Ago

0,3

-1,0

-4,0

-4,8

-2,7

Serviços de informação e comunicação -6,2

-3,8

-5,6

-4,3

Serviços profissionais e administrativos

0,4

Transportes e correio

9,0

-1,8

-20,1

11,8

6,9

0,7

8,2

0,8

-5,8

-24,8

-11,5

Outros serviços Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

25 20 15 10 5 0

-5 Ago

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

PF

Nov

Fev 2015

PJ

Mai

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.15 – Evolução do emprego formal – Bahia Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

1,4

-0,1

-30,4

Indústria de transformação

-0,3

-3,3

-3,1

0,3

-1,2

Comércio

-0,7

7,4

-4,6

-2,4

-4,0

Serviços Construção civil Agropecuária

2,1

1,4

-5,6

-3,9

-8,2

-0,4

1,1

-13,4

-9,5

-9,3

1,0

-6,6

-3,3

5,6

-0,8

-0,1

0,5

-0,2

-0,1

-0,3

Outros2/

-0,3

-0,6

-0,2

0,5

-0,3

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Gráfico 2.9 – Taxa de desemprego aberto – Bahia

% 13 12 11 10 9 8 7 6

Fev

Fonte: IBGE

Mar 2012

Abr

Mai

Jun 2013

Jul

Ago

Set 2014

Out

A inadimplência dessas operações atingiu 4,06% em agosto (3,01% no país), elevando-se 0,14 p.p. no trimestre e 0,55 p.p. em doze meses. A trajetória trimestral refletiu crescimentos respectivos de 0,04 p.p. e 0,24 p.p nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais as taxas de inadimplência situaram-se, na ordem, em 4,48% e 3,56%.

-9,5 -24,2

SIUP

Jan

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas na Bahia totalizaram R$112,0 bilhões em agosto, aumentando 0,2% no trimestre e 4,8% em doze meses. Os empréstimos com recursos livres somaram R$61,7 bilhões (acréscimos respectivos de 1,1% e 4,3%) e os contratados com recursos direcionados atingiram R$50,3 bilhões, variando -0,9% no trimestre e 5,5% em doze meses. A carteira do segmento de pessoa física somou R$61,7 bilhões, elevando-se 0,8% no trimestre e 13,1% em doze meses, com destaque, no trimestre, para as variações nas modalidades financiamento imobiliário (3,8%) e financiamento de veículos (-3,3%). As contratações no segmento de pessoas jurídicas somaram R$50,3 bilhões, com retrações de 0,3% no trimestre e de 3,8% em doze meses, sobressaindo a retração interanual de 25,8% nos financiamentos rurais.

Gráfico 2.8 – Evolução do saldo das operações de crédito – Bahia/1 Dados observados - Média móvel trimestral

Mai 2013

profissionais e administrativos, -20,1%), segundo a PMS do IBGE. Considerados intervalos de doze meses, o indicador aumentou 0,9% em agosto (3,2% em maio).

Nov

Dez 2015

O mercado de trabalho baiano registrou eliminação de 24,2 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto (criação de 1,4 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE, destacando-se os cortes na construção civil (9,3 mil) e no setor de serviços (8,2 mil). Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,4% no trimestre terminado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 0,9%, na mesma base de comparação. A taxa média de desemprego na RMS atingiu 12,0% no trimestre encerrado em agosto (9,1% no mesmo período de 2014), de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, evolução decorrente de recuos de 5,1% na população ocupada e de 1,9% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimentos recuaram, na ordem, 0,6% e 5,7%, no trimestre. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 0,4 p.p. em relação ao trimestre finalizado em maio.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 25

Tabela 2.16 – Dívida líquida e necessidades de 1/

financiamento – Bahia

R$ milhões UF

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida

Dívida 3/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total4/

2015

Outros

Jun

Estado da Bahia

13 202

-1 491

581

- 910

1 032

13 325

Governo estadual

11 843

-512

536

24

1 170

13 037

Capital

715

-340

35

-305

-111

299

Demais municípios

644

-638

10

-629

-27

-12

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Tabela 2.17 – Necessidades de financiamento – Bahia1/ R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Estado da Bahia

-1 630

-1 491

498

581

Governo estadual

-1 152

-512

443

536

-427

-340

38

35

-51

-638

17

10

Capital Demais municípios

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 2.18 – Produção agrícola – Bahia Itens selecionados Em mil toneladas 1/

Discriminação

Peso

Produção 2014

Variação % 2/

2015

Algodão herbáceo

19,4

1 164

1 197

2,8

Soja

18,6

3 206

4 504

40,5

Milho

7,1

2 917

2 888

-1,0

Feijão

3,7

357

374

4,7

0,4

172

271

57,0

Banana

6,5

1 089

1 071

-1,6

Cacau

6,3

179

141

-21,2

Café

5,6

202

223

10,8

Mandioca

4,5

2 134

2 096

-1,8

Cana-de-açúcar

3,4

6 693

6 129

-8,4

3/

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios da Bahia somou R$1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015. A redução de 8,5% em relação a igual período de 2014 refletiu recuos nos superavits dos governos do estado (55,5%) e da capital (20,2%), e aumento de 1.153,4% no dos principais municípios. Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$581,4 milhões no semestre, com aumento de 16,7% em relação a igual período de 2014. O superavit nominal somou R$909,9 milhões, ressaltando-se que o recuo de 19,6% registrado no período repercutiu, em especial, a reversão de superavit (R$709,0 milhões) para deficit (R$24,0 milhões) no governo do estado. A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios baianos totalizou R$13,3 bilhões em junho (28,1% do endividamento do Nordeste), aumentando 0,9% em relação a dezembro de 2014. Ocorreram reduções do endividamento dos governos da capital e dos principais municípios e aumento no do governo estadual.

2014/2015

Grãos

Outros grãos

A taxa de desemprego no estado, consideradas estatísticas da PNADC, do IBGE, atingiu 12,7% no segundo trimestre do ano (10,1% no período equivalente de 2014). O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados e a massa salarial real cresceram, na ordem, 3,6% e 3,9% em relação ao segundo trimestre de 2014.

Outras lavouras

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Segundo o LSPA de setembro de 2015. 3/ Amendoim, arroz, mamona e sorgo.

A safra baiana de grãos deverá totalizar 9,2 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 18,1% considera crescimentos para as produções de soja (40,5%), feijão (4,7%) e algodão (2,8%), e redução de 1,0% para a colheita de milho. No âmbito das demais lavouras, destaque para as estimativas de aumento de 10,8% para a safra de café e de recuos para as de cacau (21,2%), cana-de-açúcar (8,4%), mandioca (1,8%) e banana (1,6%). A indústria da Bahia cresceu 3,6% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando aumentou 9,2%, nesse tipo de comparação, de acordo com os dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A produção da indústria extrativa recuou 3,9% e a da indústria de transformação aumentou 4,0% (coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, 11,6%; metalurgia, 10,9%; veículos automotores, -3,0%). Considerados intervalos de doze meses, a indústria do estado recuou 3,3% em agosto, em relação a igual

26 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

|

Outubro 2015

período de 2014 (-6,0% em maio), reflexo de reduções de 4,6% na indústria extrativa e de 3,2% na de transformação 110,63 91,10 (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -58,4%; metalurgia, -19,0%; veículos, 28,1%).

Gráfico 2.10 – Produção industrial – Bahia Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral

2012 = 100 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

1900ral Ago 2012

O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb) , divulgado pela SEI, atingiu -467 pontos em setembro (-454 em junho e -244 em setembro de 2014), situando-se na área de pessimismo. A trajetória trimestral do indicador refletiu aumento de 47 pontos no indicador do setor de serviços – que segue registrando, no entanto, o maior pessimismo (-496 pontos) – e recuos nos relativos à agropecuária (128 pontos), ao comércio (90 pontos) e à indústria (3 pontos). 2

Dez

Abr 2013

Ago

Dez

Abr 2014

Ago

Brasil

Dez

Abr 2015

Ago

Bahia

Fonte: IBGE

Tabela 2.19 – Produção industrial – Bahia Geral e setores selecionados Variação % no período 1/ Pesos 2015

Setores

Mai Indústria geral

2/

Acumulado 2/

em 12 meses

Ago

100,0

9,2

3,6

-3,3

5,9

1,0

-3,9

-4,6

Indústrias de transformação

94,1

10,4

4,0

-3,2

Deriv. petróleo e biocomb.

28,5

39,8

11,6

-9,9

Outros produtos químicos

16,1

-3,4

2,8

2,2

Veículos, reb. e carrocerias

10,7

-2,3

-3,0

28,1

Metalurgia

8,2

-1,8

10,9

-19,0

Produtos alimentícios

8,1

-7,4

3,9

-1,6

Celulose e prod. papel

7,4

0,6

2,1

2,8

Indústrias extrativas

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 2.20 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Bahia

Total

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

7 179

5 938

-17,3

-16,8

Básicos

1 794

1 649

-8,1

-22,3

Industrializados

5 385

4 289

-20,4

-11,2

1 842

1 911

3,8

-8,4

3 543

2 378

-32,9

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

A balança comercial da Bahia registrou deficit de US$529 milhões nos nove primeiros meses do ano (superavit de US$495 milhões em igual período de 2014), reflexo de reduções de 17,3% nas exportações e de 3,2% nas importações, que somaram US$5,9 bilhões e US$6,5 bilhões, respectivamente. A trajetória das exportações, repercutindo variações de -23,7% nos preços e de 8,4% no quantum, decorreu de reduções nas vendas de produtos manufaturados, 32,9% (óleos combustíveis, -71,4%; hidrocarbonetos, -50,7%); e básicos, 8,1% (soja mesmo triturada, -11,1%); e aumento nas de semimanufaturados, 3,8% (catodos de cobre, 94,4%). China, EUA e Argentina adquiriram, em conjunto, 48,7% das exportações do estado, no período. O recuo das importações refletiu variações de 19,2% no quantum e de -18,8% nos preços. As compras de matériasprimas e produtos intermediários, representando 54,1% do total no período, decresceram 11,4% (naftas, -26,7%), as de bens de consumo, 31% (automóveis de passageiros, -35,2%) e as de bens de capital, 9,1% (veículos de carga, -34,1%). Em sentido inverso, houve aumento de 130,7% nas aquisições de combustíveis, que representaram 18,3% do total adquirido pelo estado nos nove primeiros meses de 2015. As importações provenientes do Chile, Argentina e Argélia representaram, em conjunto, 33,1% das aquisições externas da Bahia, no período. O IPCA na RMS variou 0,98% no terceiro trimestre de 2015 (2,34% no segundo), de acordo com o IBGE. Os preços livres desaceleraram, de 1,82% para 0,97%, repercutindo reduções nas variações dos preços dos

2/ O indicador varia de -1000 a 1000, com o zero como ponto de indiferença.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 27

Tabela 2.21 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Bahia

Total

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

6 684

6 467

-3,2

-23,0

Bens de capital

1 149

1 045

-9,1

-17,5

Matérias-primas

3 950

3 501

-11,4

-19,1

Bens de consumo

1 074

741

-31,0

-16,0

1 009

687

-31,9

-21,6

65

54

-17,1

-9,7

512

1 181

130,7

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.22 – IPCA – Salvador Variação % Discriminação

IPCA

1/ Pesos 2014

2015

Ano

I Tri

II Tri

III Tri 12 meses

100,00

5,76

3,45

2,34

0,98

8,13

77,71

5,75

2,97

1,82

0,97

7,11

37,70

6,45

1,01

2,18

1,71

6,51

Não comercializáveis 40,01

5,09

4,86

1,48

0,28

7,68

22,29

5,79

5,18

4,19

1,06

11,83

Alimentação

28,18

6,43

4,64

3,01

0,58

10,86

Habitação

14,33

9,39

4,45

3,56

0,92

9,77

Artigos de residência

4,64

7,99

1,10

0,09

2,01

4,05

Vestuário

6,73

2,62

-0,86

1,47

-0,42

0,43

Transportes

18,96

1,95

4,48

0,77

0,59

7,26

Saúde

10,26

7,59

1,57

3,12

2,40

8,62

Despesas pessoais

8,48

7,62

2,25

4,25

2,42

8,89

Educação

4,46

8,77

8,07

0,34

0,63

9,72

Comunicação

3,96 -0,23

-0,44

1,44

1,26

2,32

Livres Comercializáveis Monitorados Principais itens

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

28 |

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Outubro 2015

bens comercializáveis (de 2,18% para 1,71%) e dos não comercializáveis (de 1,48% para 0,28%), com destaque para as retrações dos preços dos alimentos in natura (16,43%) e do item passagem aérea (14,26%), e para as elevações nos preços dos itens conserto de automóvel (3,83%) e refeição (1,37%). Os preços monitorados desaceleraram, de 4,19% para 1,06%, salientando-se os recuos nos preços dos itens energia elétrica residencial (6,5%), óleo diesel (0,56%) e gasolina (0,12%), e as elevações em gás de botijão (11,09%) e plano de saúde (3,69%). O índice de difusão situou-se em 69,3% no terceiro trimestre (68,50% no segundo e 61,8% no terceiro trimestre de 2014). Considerados períodos de doze meses, o IPCA na RMS aumentou 8,13% em setembro (7,85% em junho). Os preços livres variaram 7,11%, reflexo de variações nos preços dos bens comercializáveis, 6,51% (automóvel novo, 9,46%), e dos não comercializáveis, 7,68% (refeição 12,02%; lanche, 9,59%). Os preços dos monitorados cresceram 11,83%, com destaque para as elevações nos itens energia elétrica residencial (22,98%), gasolina (14,92%) e plano de saúde (11,01%). O comportamento dos principais indicadores da Bahia sugere melhora da atividade econômica, na margem, destacando-se os desempenhos da agricultura e da indústria. A sustentação desse dinamismo segue condicionada, entretanto, pela recuperação do mercado interno, dependente das trajetórias dos mercados de trabalho e de crédito; pela evolução do comércio internacional; e pela restauração da confiança dos agentes econômicos.

Ceará

Gráfico 2.11 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Ceará Dados dessazonalizados 2002 = 100 155

150

145

140

135 Fev 2013

Mai

Ago

Nov

Fev 2014

Mai

IBC-Br

Ago

Nov

Fev 2015

Mai

Ago

IBCR-CE

Dados mais recentes ratificam a perda de dinamismo da economia cearense. Nesse cenário, o IBCR-CE retraiu 1,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando decrescera 5,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador elevou-se 0,1% em agosto (2,7% em maio).

Gráfico 2.12 – Comércio varejista – Ceará Dados dessazonalizados 2011 = 100 125 120 115 110 105 100 Fev 2013

Mai

Ago

Nov Fev Mai 2014 Comércio varejista

Ago

Nov

Fev Mai Ago 2015 Comércio ampliado

Fonte: IBGE

Tabela 2.23 – Comércio varejista – Ceará Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2015 Mai

Comércio varejista

1/

1/

12 meses -0,8

Ago

-2,0

-2,2

Combustíveis e lubrificantes

-1,6

-2,3

0,9

Hiper e supermercados

-1,4

-1,8

-4,2

Móveis e eletrodomésticos

-4,7

-7,2

-2,5

Equip.e mat. para esc.,inf. e comunicação

57,0

-5,0

-17,3

-2,3

-2,7

-1,6

-5,9

-1,0

-4,8

0,3

-3,0

4,2

Comércio ampliado Automóveis e motocicletas Material de construção Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 2.24 – Volume de serviços – Ceará Serviços empres. não financeiros, exceto saúde e educação Variação % Segmentos

2015 Mai

Total

1/

1/

Ago

12 meses

-2,2

-2,5

Serviços prestados às famílias

-4,4

3,8

5,3

Serviços de informação e comunicação

-2,6

-1,3

-2,4

Serviços profissionais e administrativos

-4,9

-1,4

-0,1

Transportes e correio

-1,8

-12,8

-2,8

Outros serviços

12,5

11,3

15,5

0,3

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

O PIB do Ceará recuou 3,9% no segundo trimestre de 2015, em relação ao trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O resultado refletiu reduções na agropecuária (22,0%), no setor de serviços (2,5%) e na indústria (2,0%). O PIB do estado cresceu 1,0% em doze meses, resultado de recuo de 2,2% na indústria e expansões de 21,3% na agropecuária e de 1,1% no setor de serviços.

As vendas do comércio ampliado recuaram 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam decrescido 2,3%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve redução em nove dos dez segmentos pesquisados (móveis e eletrodomésticos, 7,2%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 5%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, 3,1%). Excluídas as reduções nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (1,0%) e de material de construção (3,0%), o comércio varejista do Ceará retraiu 2,2% no período (2,0% no trimestre terminado em maio). Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 1,6% em agosto (-0,4% em maio), destacando-se as retrações nos segmentos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (17,3%%) e livros, jornais, revistas e papelaria (15,2%). As vendas do comércio varejista variaram -0,8% e 1%, respectivamente, em iguais períodos. O volume de serviços no Ceará recuou 2,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, -12,8%), segundo a PMS do IBGE. Considerados períodos de doze meses, o indicador aumentou 0,3% em agosto, em relação a igual intervalo de 2014 (outros serviços, 15,5%). As operações de crédito superiores a R$1 mil totalizaram R$62,7 bilhões em agosto, aumentando 2,3% no

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 29

trimestre e 16,9% em doze meses. As operações realizadas com recursos livres totalizaram R$33,1 bilhões (aumentos de 0,2% no trimestre e de 6,2% em doze meses) e as contratadas com recursos direcionados somaram R$29,6 bilhões, elevando-se 4,8% e 31,7%, respectivamente, nos períodos considerados.

Gráfico 2.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Ceará1/ Variação % em 12 meses 20

15

10

5 Ago 2013

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

Nov

PF

Fev 2015

Mai

PJ

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.25 – Evolução do emprego formal – Ceará Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014

Total

2015

Ago Nov

Fev

12,1 25,5

Mai

Ago

-12,8

-5,6

-1,3

Indústria de transformação

0,2

2,1

-4,2

-4,3

-3,2

Serviços industrias de utilidade pública

0,1

0,0

0,7

0,1

-0,2

Construção civil

2,7

3,8

-4,6

-0,4

0,9

Comércio

1,7 10,0

-2,1

-0,2

-1,4

Serviços

4,6

8,6

0,0

-0,1

-0,4

Agropecuária

2,7

1,0

-2,6

-0,7

2,8

0,1

0,0

0,0

0,0

0,2

2/

Outros

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.26 – Necessidades de financiamento – Ceará1/ R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

CE

-32

-789

185

252

-3

-268

194

273

Capital

-17

48

4

7

Demais municípios

-11

-568

-13

-29

Governo estadual

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 2.27 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Ceará1/ R$ milhões UF

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 4/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Outros

2015 Jun

CE

5 118

-789

252

-537

610

5 191

Governo estadual

5 719

-268

273

5

553

6 277

255

48

7

55

57

367

-856

-568

-29

-597

0

-1 453

Capital Demais municípios

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

A carteira das pessoas jurídicas totalizou R$30,7 bilhões, elevando-se 2,0% no trimestre e 20,5% em doze meses, destacando-se as contratações da indústria de transformação e do setor de serviços industriais de utilidade pública. As operações contratadas no segmento de pessoas físicas atingiram R$32 bilhões, aumentando, na ordem, 2,7% e 13,6% nos períodos mencionados, com destaque para as modalidades financiamentos de veículos e crédito consignado. A inadimplência atingiu 3,2% em agosto, variando 0,16 p.p. em relação a maio e -0,48 p.p. em doze meses. O comportamento no trimestre repercutiu variações de 0,05 p.p. no segmento de pessoas físicas e de -0,37 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de inadimplência de 4,1% e 1,4%, respectivamente. A economia cearense eliminou 1,3 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 12,1 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/ MTE, destacando-se o corte de 3,2 mil vagas na indústria de transformação. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal no Ceará recuou 0,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, destacando-se a retração de 2,0% na atividade serviços industriais de utilidade pública. O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Ceará somou R$789 milhões no primeiro semestre de 2015 (R$32 milhões no mesmo período de 2014). Ocorreram superavits nas esferas estadual (R$268 milhões) e dos demais municípios (R$568 milhões), e deficit de R$48 milhões no governo da capital. Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$252 milhões no semestre, elevando-se 36,4% em relação a igual período de 2014, e o resultado nominal foi superavitário em R$537 milhões (deficit de R$153 milhões no primeiro semestre de 2014). A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$5,2 bilhões em junho, aumentando 1,4% em relação a dezembro de 2014. A participação do

Ceará no endividamento regional atingiu 10,9%, mantendose estável em relação a dezembro de 2014. Tabela 2.28 – Produção agrícola – Ceará Itens selecionados Em mil toneladas 1/

Discriminação

Peso (%)

2/

Var. %

Produção 2014

Produção de grãos

2015

2015/2014

502

350

-30,4

Feijão

6,9

109

80

-26,3

Milho

3,9

348

235

-32,4

Arroz (em casca)

1,7

40

31

-21,9

Outras lavouras selecionadas 15,1

453

427

-5,7

Mandioca

Banana

6,8

478

445

-6,9

Castanha-de-caju

4,5

51

143

178,4

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 2.14 – Produção industrial – Ceará Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 115

A safra de grãos do Ceará deverá totalizar 349,5 mil toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. A projeção de recuo anual de 30,4% repercute, fundamentalmente, o impacto negativo de condições meteorológicas adversas sobre as safras de feijão (-26,3%), arroz (-21,9%) e milho (-32,4%), principais culturas do estado. Em relação às outras lavouras, estão estimadas variações respectivas de -5,7%, -6,9% e 178,5% para as produções de banana, mandioca e castanha-de-caju. A produção industrial do Ceará cresceu 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 7,6%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Destacaram-se os aumentos nas indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro (8,9%) e de minerais não-metálicos (2,8%). Considerados intervalos de doze meses, a indústria do estado decresceu 7,3% em agosto, ante 6,1% em maio (produtos têxteis, -32,6%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -13,4%).

110 105 100 95 90 Fev 2013

Mai

Ago

Nov

Fonte: IBGE

Fev

Brasil

Mai 2014

Ago

Nov

Fev

Mai 2015

Ago

Ceará

Tabela 2.29 – Produção industrial – Ceará Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

2/

2/

Ago

12 meses

100,0

-7,6

1,0

-7,3

Artefatos de couro e calçados

26,7

-13,9

8,9

-3,4

Produtos alimentícios

16,9

-2,0

-6,8

-3,4

Art. vestuário e acessórios

11,8

-1,0

-0,8

-5,1

Bebidas

11,0

-9,6

1,9

-12,0

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

O faturamento real da indústria de transformação cearense cresceu 3,1% no período de doze meses encerrado em agosto (1,0% em maio), em relação a igual intervalo de 2014, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na mesma base de comparação, houve redução no pessoal empregado (5,3%), na remuneração real (3,7%) e nas horas trabalhadas (15,7%). O Nuci médio atingiu 81,2% no período de doze meses finalizado em agosto de 2015 (81,4% no terminado em maio de 2015 e 82,1% no encerrado em agosto de 2014). A balança comercial cearense registrou deficit de US$1,5 bilhão nos nove primeiros meses de 2015 (US$1,3 bilhão em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações somaram US$0,7 bilhão e as importações, US$2,2 bilhões, recuando 34,9% e 9,5%, respectivamente, no período. A evolução das exportações refletiu recuos de 22,8% nos preços e 15,6% no quantum. Houve retrações nas vendas em todas as categorias de fator agregado: manufaturados, 47,6% (óleos combustíveis, -95,4%); semimanufaturados, 13,7% (couros e peles, -23,1%); básicos, 10,1% (minérios

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 31

Tabela 2.30 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Ceará 2014

Total

Brasil 2015

Var. %

Var. %

1 145

746

-34,9

-16,8

Básicos

190

171

-10,1

-22,3

Industrializados

955

575

-39,8

-11,2

219

189

-13,7

-8,4

736

386

-47,6

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.31 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Ceará 2014

Total Bens de capital Matérias-primas Bens de consumo

Brasil 2015

Var. %

Var. %

2 475

2 239

-9,5

484

310

-36,0

-23,0 -17,5

1 263

936

-25,9

-19,1

147

121

-17,4

-16,0

Duráveis

56

55

-1,2

-21,6

Não duráveis

91

66

-27,3

-9,7

581

872

50,1

-46,2

Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.32 – IPCA – Fortaleza Variação % Discriminação

1/

Pesos

2015 I Tri

IPCA Livres

II Tri

III Tri

12 meses

100,0

3,51

2,83

1,16

9,64

79,2

2,71

2,44

1,02

8,13

Comercializáveis

42,1

1,27

1,94

1,52

6,35

Não comercializáveis

37,1

4,40

3,01

0,47

10,26

20,8

6,71

4,32

1,70

15,71

Alimentação

32,2

3,90

3,25

0,32

9,81

Habitação

Monitorados Principais itens

14,4

7,49

3,44

1,81

15,65

Artigos de residência

4,3

1,01

1,49

2,25

4,09

Vestuário

6,9

-0,31

0,37

0,03

3,09

15,5

4,08

1,38

1,01

9,35

Transportes Saúde

9,6

1,21

3,24

3,00

9,03

Despesas pessoais

9,4

2,58

6,37

2,04

13,35

Educação

4,4

5,42

0,96

1,10

8,12

Comunicação

3,2

-1,04

1,50

0,72

0,54

Fonte: IBGE 1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

32 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

|

Outubro 2015

de ferro e seus concentrados, -80,5%). EUA, Argentina, Alemanha, Holanda, Itália e China, adquiriram, em conjunto, 52,3% das vendas externas do estado nos nove primeiros meses do ano. A redução das importações repercutiu variações de 13,7% no quantum e de -20,4% nos preços. As compras de combustíveis e lubrificantes cresceram 50,1% (gás natural liquefeito, 70,6%). Em sentido oposto, as aquisições de bens de capital recuaram 36,0% (máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração, etc, -97,2%); as de bens de consumo não-duráveis, 27,3% (medicamentos para medicina humana e veterinária, -72,9%); as de matérias-primas, 25,9% (construções e suas partes, de ferro fundido, ferro ou aço, -77%) e as de bens de consumo duráveis, 1,2% (partes e acessórios de motocicletas, bicicletas e outros ciclos, -26,9%). As importações provenientes da China, Trinidad e Tobago, Colômbia, Noruega, Argentina e Espanha representaram, em conjunto, 55,4% das compras externas do estado nos nove primeiros meses de 2015. A variação do IPCA na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) atingiu 1,16% no terceiro trimestre de 2015 (2,83% no segundo), de acordo com o IBGE. Ocorreram desacelerações nos preços livres, de 2,44% para 1,02%, e nos monitorados, de 4,32% para 1,70% (energia elétrica residencial, -2,43%; gás de botijão, 15,03%). A evolução dos preços livres refletiu reduções nas variações dos preços dos bens comercializáveis, de 1,94% para 1,52% (leites e derivados, 0,96%; arroz, -1,05%), e dos não comercializáveis, de 3,01% para 0,47% (tubérculos, raízes e legumes, -27,10%). O índice de difusão atingiu 58,75% no trimestre finalizado em setembro (62,92% no encerrado em junho e 50,97% em igual intervalo de 2013). Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMF variou 9,64% em setembro (8,76% em junho), com os preços livres acelerando de 7,27% para 8,13%, e os monitorados, de 14,75% para 15,71%. A atividade econômica do Ceará retraiu no primeiro semestre de 2015, destacando-se os impactos de condições meteorológicas desfavoráveis sobre a atividade agropecuária, e da deterioração do mercado de trabalho sobre o dinamismo do mercado interno. A evolução recente de indicadores relevantes – o IBCR-CE recuou 1,5% no trimestre encerrado em agosto – sugerem a continuidade, nos próximos trimestres, desse processo.

Gráfico Comércio 2.15 – Índice de Atividade Econômica do Banco 136 Central Varejista – Brasil – e Pernambuco Dados dessazonalizados 2002 130= 100 155

Fonte: IBGE 1/ Dados dessazonalizados

124 150 Brasil

118

Sul

145 112 140 106 135 Ago 100 2012 1

Dez

Abr 2013

Ago

Dez

IBC-Br

Abr 2014

Ago

Dez

Abr 2015

IBCR-PE

Ago

Tabela 2.33 – Comércio varejista – Pernambuco Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2014 Ano

Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes Hiper e supermercados

2015 Mai

1/

1/

Ago

12 meses

2,8

-4,0

-3,0

-3,1

2,8

-6,9

-6,6

-2,2

-1,3

-2,7

-5,2

-5,4

Tecidos, vestuário e calçados

2,5

-8,6

-5,7

-4,8

Móveis e eletrodomésticos

4,7

-5,7

-7,4

-9,3

Comércio ampliado Automóveis e motocicletas Material de construção

1,4

-5,3

-4,6

-4,3

-2,6

-8,6

-7,8

-7,3

4,2

0,5

-5,9

-4,5

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Gráfico Comércio 2.16 – Comércio varejista – Pernambuco 136 Dados Varejista dessazonalizados – 2011 = 100 130 130 125

Fonte: IBGE 1/ Dados dessazonalizados

124 120 115 118

Brasil

110

Sul

112 105 100 106 95 Ago Dez 2012 100 1 Fonte: IBGE

Abr Ago Dez 2013 Comércio varejista

Abr 2014

Ago

Dez

Abr Ago 2015 Comércio ampliado

Gráfico 2.17 – Volume de serviços Dados observados – Média móvel trimestral

2011 = 100 120 115 110

Pernambuco O PIB pernambucano – evidenciando o impacto de recuos de 8,3% na indústria e de 2,1% nos serviços, parcialmente mitigado pelo crescimento de 1,9% na agropecuária – contraiu 3,4% no segundo trimestre de 2015, em relação ao trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Resultados mais recentes indicam continuidade do processo de retração na atividade econômica no estado. Nesse sentido, em ambiente de retração da indústria e das vendas do comércio, o IBCR-PE recuou 1,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando retraíra 3,1%, no mesmo tipo de comparação. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-PE variou -2,3% em agosto (-1,2% em maio). As vendas do comércio ampliado recuaram 4,6% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam decrescido 5,3%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados sazonalmente ajustados da PMC/IBGE. Ocorreram recuos em nove dos dez segmentos pesquisados (veículos, motos, partes e peças, -7,8%; móveis e eletrodomésticos, -7,4%; combustíveis e lubrificantes, -6,6%). Excluídas as reduções respectivas de 5,9% e 7,8% nas vendas de material de construção e de veículos, o comércio varejista do estado recuou 3,0% no trimestre finalizado em agosto. Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado reduziram 4,3% em agosto, ante 2,9% em maio (móveis e eletrodomésticos, -9,3%; automóveis e motocicletas, -7,3%; e hiper e supermercados, -5,4%). As vendas do comércio varejista decresceram 3,1% e 1,3%, respectivamente, nos mesmos períodos. O volume de serviços em Pernambuco decresceu 6,2% no trimestre encerrado em agosto de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS/IBGE (serviços de informação e comunicação, -10,1%; serviços profissionais e administrativos, -7,8%; outros serviços, -5,5%). Considerados períodos de doze meses, o indicador variou -3,5% em agosto, ante -2,1% em maio (serviços de informação e comunicação, -5,1%; serviços profissionais e administrativos, -4,4%).

105 100 95 Fev 2014

Abr

Fonte: IBGE

Jun

Ago

Out Brasil

Dez

Fev 2015

Abr

Pernambuco

Jun

Ago

O preço médio dos imóveis na RMR aumentou 3,3% em setembro de 2015, em relação a igual mês de 2014, segundo o Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados (IFZ). O indicador nacional variou 2,6% no período.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 33

Tabela 2.34 – Volume de serviços – Pernambuco Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014

2015

Ano

Mai

Total Serviços prestados às famílias

1/ Ago 12 meses

1/

-0,4

-2,8

-6,2

-3,5

-4,8

-5,6

0,7

-3,8

-5,8 -10,1

-5,1 -4,4

Serviços de informação e comunicação

0,4

Serviços profissionais e administrativos

-3,5

-2,3

-7,8

Transportes e correio

2,6

1,0

-2,1

-0,9

Outros serviços

2,0

-1,6

-5,5

-2,7

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

Gráfico 2.18 – Evolução do saldo das operações de crédito – Pernambuco1/ Variação em 12 meses – % 20 15 10

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas no estado atingiu R$73,8 bilhões em agosto, crescendo 1,6% no trimestre e 8,1% em doze meses. As contratações com recursos livres somaram R$39,3 bilhões, registrando estabilidade no trimestre e aumento de 2,6% em doze meses, e as efetuadas com recursos direcionados atingiram R$34,5 bilhões, variando 3,6% e 15,2%, nas mesmas bases de comparação. A carteira de pessoas jurídicas – refletindo o aumento dos empréstimos para as indústrias de máquinas e equipamentos e de fabricação de veículos automotores – totalizou R$37,7 bilhões, variando 1,4% no trimestre e 6,4% em doze meses. A carteira de pessoas físicas, repercutindo, em especial o desempenho das modalidades financiamento imobiliário e crédito consignado, somou R$36,2 bilhões em agosto, elevando-se 1,9% no trimestre e 10,0% em doze meses.

5 0 -5 -10 -15 -20 Set Out 2014

Nov

Dez

Jan Fev 2015

Mar

PF

Abr

Mai

PJ

Jun

Jul

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.35 – Evolução do emprego formal – Pernambuco Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014

2015

Ago Total

Nov

Fev

-35,3 -39,3 -17,7

6,2

14,1

Ind. de transformação

4,3

16,2

Comércio

0,6

6,0

Serviços

Mai

Ago

-8,3 -18,9

-1,0

-7,1

-2,3

-3,6

2,7

0,8

-4,6

-6,6

-9,9

-5,9

-8,6

-12,9

-8,0

-7,0

Agropecuária

4,5

-0,1

-2,0

-3,4

4,1

Serv. ind. de util. pública

0,2

-0,1

-0,2

-0,1

-0,3

0,0

0,0

-0,1

-0,1

-0,1

Construção civil

1/

Outros

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

Gráfico 2.19 – Taxa de desemprego aberto – Recife

% 10 9 8 7 6 5 4

Jan

Fev

Fonte: IBGE

34 |

Mar

Abr

2012

Mai

Jun

2013

Jul

Ago

Set

2014

Out

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Nov

Dez

2015

|

Outubro 2015

A taxa de inadimplência atingiu 4,15% em agosto, aumentando 0,16 p.p. no trimestre e 0,53 p.p. em doze meses. A evolução trimestral repercutiu elevações respectivas de 0,24 p.p. e 0,08 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais a inadimplência situou-se, na ordem, em 4,87% e 3,46%. O mercado de trabalho do estado registrou, segundo o Caged/MTE, a eliminação 17,7 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (geração de 6,2 mil em igual período de 2014), dos quais 9,9 mil no setor de serviços e 7,0 mil na construção civil. Considerados dados dessazonalizados, o nível do emprego formal diminuiu 2,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia retraído 1,3%, no mesmo tipo de comparação. A taxa média de desemprego na RMR atingiu 9,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 6,6% no mesmo período de 2014, conforme a PME/IBGE. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 1,3 p.p., para 9,1%, no jan/12 trimestre, resultado de elevações de fev/12 0,7% na PO e de 2,2% na PEA. No mesmo período, houve mar/12 reduções de 2,4% no rendimento real médio habitual e de abr/12 1,1% na massa salarialmai/12 real. jun/12 jul/12 O superavit primário dos governos do estado, da ago/12 capital e dos principais municípios de Pernambuco totalizou set/12 R$1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015, ante deficit de out/12 nov/12 R$137 milhões em igual período de 2014. Essa alteração dez/12 repercutiu, em especial, a reversão, de deficit de R$437 jan/13

Tabela 2.36 – Necessidades de financiamento – Pernambuco

1/

R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

PE

137

-1 490

403

519

Governo estadual

437

-819

416

532

Capital

-152

-88

2

13

Demais municípios

-148

-583

-15

-26

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

milhões para superavit de R$819 milhões, na esfera do governo do estado. Os juros, apropriados por competência, cresceram 29,0%, para R$519 milhões, e o resultado nominal registrou superavit de R$971 milhões (deficit de R$540 milhões no primeiro semestre de 2014). A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$9,5 bilhões em junho de 2015, retraindo 1,0% em relação a dezembro de 2014. Considerando a posição de agosto, a participação da divida de Pernambuco no total da região recuou 0,3 p.p., para 20,2%.

Dados preliminares.

Tabela 2.37 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Pernambuco1/ R$ milhões UF

PE

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Dívida

Outros

4/

2015 Jun

9 623

-1 490

519

-971

872

9 524

Governo estadual 10 160

-819

532

-287

852

10 726

101

-88

13

-74

27

54

-638

-583

-26

-610

-8

-1 256

Capital Demais municípios

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Tabela 2.38 – Produção agrícola – Pernambuco Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

Peso1/ Produção 2014

Variação % 20152/

2015/2014

Grãos Feijão

2,3

53

55

4,5

Milho

0,5

55

36

-34,7

Cana-de-açúcar

31,0

15 417

16 063

4,2

Uva

21,7

237

237

0,3

Banana

7,4

396

335

-15,5

Mandioca

5,8

302

414

36,8

Cebola

5,0

48

29

-39,2

Outras lavouras

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

A produção de cana-de-açúcar, principal cultura do estado, deverá aumentar 4,2% em 2015, de acordo com o LSPA/IBGE de setembro. Em relação às demais culturas, estão estimadas elevações respectivas de 0,3% e 36,8% para as de uva e de mandioca, e recuos respectivos de 15,5% e 39,2% para as de banana e de cebola. A produção industrial de Pernambuco contraiu 1,1% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 5,0%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF/IBGE3. A evolução no trimestre foi condicionada, em grande parte, pelas retrações nas atividades outros equipamentos de transporte (10,6%), influenciada pela redução das atividades do polo naval, bebidas (8,7%) e outros produtos químicos (7,7%). Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial recuou 2,6% em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros equipamentos de transporte, -19,6%; metalurgia, -14,5%; bebidas, -8,6%). O Índice de Confiança do Empresário Industrial, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) atingiu 37,9 pontos em agosto (40,8 pontos maio). O indicador, calculado a partir de janeiro de 2010, registrou o valor mínimo (36,7 pontos) em julho de 2015. A balança comercial de Pernambuco registrou deficit de US$3,5 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, conforme o MDIC. A retração de 29,6% em relação ao deficit observado em igual período de 2015 refletiu reduções de 14,0% nas exportações e de 27,7% nas importações, que somaram US$595 milhões e US$4,1 bilhões, respectivamente.

3/ Os resultados da PIM-PF não incorporam, no momento, o polo automotivo e a Refinaria do Nordeste, que entraram recentemente em operação, ocasionando subestimativas da produção industrial do estado.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 35

Tabela 2.39 – Produção industrial – Pernambuco Geral e setores selecionados Variação % no período 1/ Pesos 2015

Setores

Mai

2/

2/

Acum.

Ago

12 meses Indústria geral

100,0

-5,0

-1,1

Produtos alimentícios

31,2

-9,9

9,7

-2,6 9,7

Bebidas

10,9

-12,0

-8,7

-8,6

Produtos minerais não-metálicos

9,4

5,5

-5,6

-4,3

Outros produtos químicos

9,2

1,4

-7,7

-3,0

Metalurgia

7,2

0,3

1,7

-14,5

Outros equip. de transporte

6,5

-7,7

-10,6

-19,6

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 2.40 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-março US$ milhões Discriminação

Pernambuco 2014

Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados

Brasil

2015

Var. %

Var. %

692

595

-14,0

-16,8

64

61

-4,9

-22,3

628

534

-14,9

-11,2

68

65

-4,7

-8,4

560

470

-16,2

-12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.41 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-dezembro US$ milhões Discriminação

Pernambuco 2014

Total Bens de capital Matérias-primas Bens de consumo

Brasil

2015

Var. %

Var. %

5 659

4 091

-27,7

-23,0

643

700

8,8

-17,5

1 790

1 566

-12,5

-19,1

615

627

1,9

-16,0 -21,6

Duráveis

297

283

-4,8

Não duráveis

318

344

8,2

-9,7

2611

1198

-54,1

-46,2

Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

A trajetória das exportações repercutiu variações de -17,1% nos preços e de 3,7% no quantum. As vendas de produtos manufaturados, que representaram 78,9% do total nos nove primeiros meses de 2015, diminuíram 16,2% (ácido tereftálico e seus sais, -65,3%; compressores de gases e eletrogeradores, -100%), seguindo-se os recuos nos embarques de produtos semimanufaturados, 4,7% (açúcar de cana em bruto, -100%, borracha sintética, -26,6%) e de básicos, 4,9% (soja, -100%). Argentina, Antilhas Holandesas, EUA, Holanda e Venezuela, adquiriram, em conjunto, 57,1% das exportações do estado no período. A evolução das importações resultou de reduções de 24,3% nos preços e de 4,5% no quantum. Houve retrações de 54,1% nas compras de combustíveis e lubrificantes (óleo diesel, -54,7%), de 12,5% nas de matérias-primas (produtos químicos e farmacêuticos, -36,0%) e de 4,8% nas de bens de consumo duráveis (motocicletas, -10,2%), contrastando com os aumentos nas aquisições de bens de capital, 8,8% (acessórios de maquinaria industrial, 210,1%) e de bens de consumo não duráveis, 8,2% (produtos farmacêuticos, 87,9%). As aquisições provenientes dos EUA, Itália, China, Argentina e Índia representaram, em conjunto, 60,0% das importações pernambucanas no período. A inflação na RMR, medida pelo IPCA, atingiu 1,03% no terceiro trimestre de 2015 (3,30% no segundo). Os preços livres desaceleraram de 2,66% para 1,05% e os monitorados, de 5,67% para 0,98% (tarifas de energia elétrica residencial, -6,39%; planos de saúde, 3,78%; gás de botijão, 8,21%). A trajetória dos preços livres repercutiu recuos de 2,45% para 1,27% na variação dos preços dos bens comercializáveis (aparelhos eletrônicos, 4,95%; automóvel novo, -1,82%), e de 2,89% para 0,83% na dos não comercializáveis (conserto de automóvel, 12,63%; alimentação fora do domicílio, 1,58%; tubérculos raízes e legumes, -14,78%). O índice de difusão atingiu 70,9% no trimestre (75,2% no segundo trimestre). Considerados períodos de doze meses, a inflação da RMR atingiu 8,60% em setembro (8,13% em junho), reflexo de variações de 7,58% nos preços livres (alimentação fora do domicílio, 10,47%; carnes, 18,62%; aluguel residencial, 11,79%) e de 12,42% na dos monitorados (gasolina, 18,51%; energia elétrica residencial, 17,55%; plano de saúde; 11,29%). Os indicadores de curto prazo da economia pernambucana seguem repercutindo os efeitos da reduzida confiança dos agentes econômicos e os impactos de eventos

36 |

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Outubro 2015

Tabela 2.42 – IPCA – Recife Variação % trimestral Discriminação

IPCA

1/

Pesos

2014

2015

IV Tri

I Tri

II Tri

III Tri

100,0

1,22

2,79

3,30

1,03

78,3

1,46

2,21

2,66

1,05

Comercializáveis

39,2

0,93

0,95

2,45

1,27

Não comercializáveis

39,1

2,02

3,50

2,89

0,83

21,7

0,34

5,00

5,67

0,98

Alimentação

27,4

1,49

3,41

4,20

0,67

Habitação

14,4

1,46

4,27

5,62

0,73

Artigos de residência

5,0

-0,26

0,80

0,82

3,94

Vestuário

7,4

2,12

-1,35

2,09

-0,77

Transportes

15,0

0,67

4,13

3,17

1,45

Saúde

12,6

1,36

1,54

3,50

1,71

Despesas pessoais

10,0

2,11

2,23

1,92

1,22

Educação

4,6

0,05

6,84

0,21

0,83

Comunicação

3,7

-0,38

0,04

1,44

0,68

Livres

Monitorados

não econômicos. Nesse contexto, persistiram, no trimestre encerrado em agosto, recuos nas vendas do comércio varejista e na produção da indústria. Ressalte-se que estas retrações foram menos acentuadas do que no trimestre finalizado em maio, evolução que, em cenário de aumentos nas operações de crédito para as indústrias de máquinas e equipamentos, e de veículos automotores, e nas importações de bens de capital, sinaliza arrefecimento do ciclo de atividade restritivo.

Principais itens

Fonte: IBGE 1/ Referentes a março de 2015.

Outubro 2015

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| 37

3

Região Centro-Oeste

Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Centro-Oeste Dados dessazonalizados 2002 = 100 154

150

146

142

138 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

Ago Nov Fev Mai 2014 IBC-Br

Ago Nov Fev Mai 2015

Ago

IBCR-CO

Gráfico 3.2 – Comércio varejista – Centro-Oeste Dados dessazonalizados 2004 = 100 230

215

200

185

170 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai 2012 2013 2014 Comércio varejista Fonte: IBGE

Ago Nov Fev Mai Ago 2015 Comércio ampliado

A atividade econômica do Centro-Oeste seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, com reflexo sobre os indicadores do mercado de trabalho. Destacaram-se os resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio e do setor de serviços. Nesse contexto, o IBCRCO decresceu 0,6% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 0,7%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador manteve-se estável em agosto (aumento de 0,4% em maio). As vendas do comércio ampliado na região retraíram 2,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando decresceram 4,3%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve recuos de 2,9% no Distrito Federal, 1,8% em Goiás, 1,5% no Mato Grosso do Sul e 1,1% no Mato Grosso. As vendas do comércio varejista, excluídos os segmentos automóveis, motos, partes e peças e materiais de construção, diminuíram 1,3% e 2,6%, respectivamente, destacando-se, no trimestre encerrado em agosto, os recuos observados no Distrito Federal, 2,4%; e em Goiás, 2,2%. Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 6,8% em agosto (-5,6% em maio), reflexo de retrações em Goiás (8,7%), no Distrito Federal (7,6%), no Mato Grosso (5,8%) e no Mato Grosso do Sul (2,2%). No mesmo tipo de análise, as vendas do comércio varejista recuaram 3,9% em agosto e 2,7% em maio (Goiás, -6,2%; Distrito Federal, -4,2%; Mato Grosso, -3,7%; Mato Grosso do Sul, 1,5%). A segmentação das vendas agregadas do Distrito Federal e de Goiás – unidades federativas da região para as quais são divulgadas vendas por atividade – registrou quedas relevantes nas relativas a móveis e eletrodomésticos (7,6%) e a veículos, motos, partes e peças (3,6%), no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, dados dessazonalizados. Em períodos de doze meses,

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 39

Tabela 3.1 – Índice de vendas no varejo – Agregação 1/

para GO e DF Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes Hiper e supermercados

2014

2015

Ano

Mai

2/

2/ 12 meses

Ago

0,9

-1,8

-1,2

-5,5

3,2

-3,5

1,0

2,8

-2,5

-2,9

-1,9

-8,9

0,2

-1,3

-2,9

-6,2

Móveis e eletrodomésticos

-1,6

-7,8

-7,6

-13,5

Outros art. de uso pessoal/dom.

14,6

6,3

-0,3

9,4

Tecidos, vestuário e calçados

Comércio varejista ampliado

-1,6

-4,4

-2,8

-8,3

Veículos e motos, partes e peças

-4,9

-10,2

-3,6

-14,0

Material de construção

-0,9

-0,9

-1,8

-2,6

Fonte: IBGE 1/ GO e DF são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 3.2 – Índice de volume de serviços – Agregação para GO e DF1/ Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014 Ano

Total

9,4

Serviços prestados às famílias

2015 Mai

2/

-2,1

2/

Ago

12 meses

-2,2

-0,2 -3,3

-1,3

-2,1

-4,2

Serviços de informação e comunicação 13,0

-3,5

-1,7

0,3

Serviços profissionais e administrativos

-9,8 -12,5

-7,1

Transportes e correio Outros serviços

0,5 9,9

2,2

1,8

0,7

13,3

2,3

0,5

6,5

Fonte: IBGE

destacaram-se os recuos nas vendas de veículos, motos, partes e peças (14,0%), móveis e eletrodomésticos (13,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,9%), e o aumento de 9,4% nas de outros artigos de uso pessoal e doméstico. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves na região recuaram 13,6% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, quando decresceram 11,3%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses diminuíram 17,6% em setembro e 13,5% em junho. O índice de volume de serviços do Centro-Oeste recuou 1,2% no trimestre encerrado em agosto (-4,3% em maio), em relação ao mesmo período de 2014, conforme a PMS do IBGE (Mato Grosso do Sul, 1,7%; Mato Grosso, 0,7%; Distrito Federal, -1,3%; Goiás, -4,0%). Em Goiás e no Distrito Federal, unidades da federação na região com estatísticas estratificadas por segmentos, destacaram-se o crescimento de 1,8% no segmento transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, e as retrações nos relativos a serviços profissionais, administrativos e complementares (12,5%) e a serviços prestados às famílias (4,2%). O volume de serviços da região acumulado em doze meses contraiu 1,5% em agosto, ante acréscimo de 0,1% em maio (Mato Grosso, -6,5%; Goiás, -2,8%; Distrito Federal, 1,4%; Mato Grosso do Sul, 0,1%).

1/ Goiás e DF são as unidades da região com dados estratificados pelo IBGE. 2/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas no Centro-Oeste totalizaram R$322,4 bilhões em agosto, com crescimento de 2,2% no trimestre e de 13,3% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados atingiram R$188,4 bilhões, com acréscimos respectivos de 2,5% e 17,7%, e os com recursos livres, R$134,0 bilhões, com aumentos de 1,7% no trimestre e de 7,7% em doze meses. A carteira de pessoas físicas atingiu R$182,3 bilhões em agosto, com aumentos de 2,5% no trimestre – destaque para as modalidades crédito rural, financiamento imobiliário e crédito consignado – e de 13,3% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$140,1 bilhões (aumentos respectivos de 1,8% e 13,3%), com destaque no trimestre para as contratações das empresas do setor elétrico e com as indústrias de papel e papelão, e de biocombustíveis. A taxa de inadimplência das operações de crédito superiores a R$1 mil atingiu 2,91% em agosto, aumentando

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Outubro 2015

0,26 p.p. no trimestre e 0,19 p.p. em doze meses. O desempenho no trimestre repercutiu elevações de 0,34 p.p. no segmento de pessoas jurídicas e de 0,19 p.p. no de pessoas físicas, nos quais a taxa situou-se em 2,55% e 3,18%, respectivamente.

Gráfico 3.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/ Variação em 12 meses – % 28 24 20 16 12

Os desembolsos do BNDES para o Centro-Oeste totalizaram, em agosto, R$2,9 bilhões no trimestre e R$14,8 bilhões em doze meses (variações respectivas de -41,3% e -32,7% em relação a iguais períodos de 2014).

8 4 0 Mai 2013

Ago

Nov

Fev Mai Ago 2014 PF PJ 1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Nov

Fev Mai 2015 Total

Ago

Tabela 3.3 – Evolução do emprego formal – Centro-Oeste Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014

2015

Ago Total

Nov

Fev

Mai

Ago

21,9

-18,0

-57,8

3,9

Indústria de transformação

1,1

-8,7

-12,4

1,8

-7,7

Comércio

2,2

9,8

-10,4

-3,1

-5,9

Serviços

13,5

6,5

-11,3

9,6

2,1

Construção civil

-2,4

-17,0

-21,7

-4,2

-2,6

Agropecuária 2/

Outros

-5,3

7,2

-8,3

-1,2

-0,7

8,3

0,3

-0,4

-0,8

0,5

0,4

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, serv. ind. de utilidade pública e administração pública.

Tabela 3.4 – Necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/ R$ milhões Discriminação

Resultado primário

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Total

-1 998

-2 324

1 445

1 689

Governos estaduais

-1 577

-1 993

1 454

1 700

Capitais

-260

-76

9

20

Demais municípios

-161

-255

-17

-30

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

A economia do Centro-Oeste eliminou 5,3 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 21,9 mil em igual trimestre de 2014), segundo o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes de 7,7 mil postos na indústria de transformação (principalmente nas usinas de açúcar e etanol e nos frigoríficos e abatedouros) e de 5,9 mil no comércio, e a criação de vagas na agropecuária (8,3 mil) e no setor de serviços (2,1 mil). O nível de emprego na região, considerados dados dessazonalizados, recuou 0,8% no trimestre até agosto (-0,7% no finalizado em maio). A taxa de desemprego situou-se em 7,4% na região (8,3% no Brasil), no segundo trimestre de 2015, segundo a PNADC do IBGE (5,6% em igual trimestre de 2014). A massa de rendimento real habitualmente recebida retraiu 0,2% no período (elevação de 1,6% no país). O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Centro-Oeste somou R$2,3 bilhões no primeiro semestre de 2015. A expansão de R$326 milhões, em relação ao mesmo período de 2014, refletiu aumentos de R$417 milhões no superavit dos governos estaduais e de R$94 milhões no dos principais municípios da região, e recuo de R$185 milhões no dos governos das capitais.

Dados preliminares.

Tabela 3.5 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/ R$ milhões Discriminação

Total

Dívida

Dívida2/

Fluxos acumulados no ano 3/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total4/

Outros

2015 Jun

28 596

-2 324 1 689

-635

802

28 763

Governos estaduais 30 086

-1 993 1 700

Capitais Demais municípios

-293

769

30 562

-209

-76

20

-56

24

-241

-1 282

-255

-30

-286

9

-1 558

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares.

A arrecadação do ICMS na região atingiu R$17,8 bilhões nos seis primeiros meses de 2015, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe), do Ministério da Fazenda, com variação real de 1,8% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI). Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$1,7 bilhão e o superavit nominal, R$635 milhões, no período (R$1,5 bilhão e R$553 milhões, respectivamente, no primeiro semestre de 2014).

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 41

Tabela 3.6 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/ R$ milhões UF

Dezembro de 2014

Agosto de 2015

Dívida

Dívida

2/

Fluxos 12 meses

Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/

Primário Nominal3/

DF

2 142

479

605

3 424

822

1051

GO

16 021

-849

541

15 868

-1 115

517

MS

6 780

80

735

6 816

-352

527

MT

3 653

104

498

3 632

-583

-68

28 596

-185

2 380

29 739

-1229

2 028

4/ Brasil (B) 655 704

10 713

67 433

730 720

4 284

82 410

-1,7

3,5

4,1

-28,7

2,5

Total (A)

(A/B) (%)

4,4

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 3.7 – Produção agrícola – Centro-Oeste Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Pesos

2/

2014 Grãos

Variação %

Produção

2015

2015/2014

80,2

82 975

89 613

8,0

Algodão (caroço)

7,2

1 766

1 650

-6,5

Feijão

2,4

690

720

4,4

Milho

16,4

36 156

40 985

13,4

Soja

52,6

41 864

43 956

5,0

13,8

132 093

140 314

6,2

2,0

1 097

985

-10,2

Outras lavouras Cana-de-açúcar Tomate Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 3.4 – Abates de animais – Centro-Oeste Média móvel trimestral

110

100

90

Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2014 2015 Bovinos Aves Suínos

Fonte: Mapa

42 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Os governos dos estados, capitais e principais municípios do Centro-Oeste acumularam superavit primário de R$1,2 bilhão no período de doze meses encerrado em agosto de 2015 (Goiás, R$1,1 bilhão; Distrito Federal, deficit de R$822 milhões). Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$3,3 bilhões e o deficit nominal, R$2 bilhões. O endividamento líquido totalizou R$29,7 bilhões em agosto, elevando-se 4,0% em relação a dezembro de 2014. A participação da dívida dos estados, das capitais e principais municípios da região no total da dívida do país decresceu, de 4,4%, ao final de 2014, para 4,1%, em agosto de 2015. A safra de grãos do Centro-Oeste deverá totalizar 89,6 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 8,0% reflete estimativas de crescimentos paras as safras de soja (5,0%), milho (13,4%) e de feijão (4,4%), favorecidos por expansões nas áreas plantadas, e de recuo de 6,5% para a produção de algodão. Em relação às demais culturas, destaque para as projeções de aumento anual de 6,2% para a colheita de cana-de-açúcar e de retrações para as de banana (1,4%) e de tomate (10,2%). A produção de grãos do Centro-Oeste deverá aumentar entre 1,9% e 3,0%, em 2016, de acordo com o primeiro levantamento de intenção de plantio da Conab, divulgado em outubro. Destaque para as projeções de crescimentos para as colheitas de soja, de 4,7% a 6,5%; e da primeira safra de feijão, de 9,6% a 9,7%. A safra de canade-açúcar deverá expandir 12,5% no ano.

2012 = 100 120

80 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios da região atingiu R$28,8 bilhões em junho de 2015 (4,2% da dívida total das regiões), ressaltando-se que o aumento de 0,6% em relação a dezembro de 2014 repercutiu, em especial, o impacto da variação cambial. As dívidas renegociadas/reestruturadas pela União representaram 67,6% do endividamento líquido e as dívidas bancária e externa, 56,7%. A posição credora em disponibilidades líquidas representou 24,3% da dívida líquida da região, no período.

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Outubro 2015

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF (95% do total na região) recuaram 12,7% nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, repercutindo contrações de 17,1% em Goiás, 13,7% no Mato Grosso, e 7,6% no Mato Grosso do Sul. Restrições no âmbito da oferta, especialmente associadas a fatores climáticos, pressionaram as cotações

da arroba do boi gordo, que aumentaram 19,9% no período. Os abates de aves variaram 11,5% e os de suínos, -2,9%. As exportações de carne de bovinos, aves e suínos recuaram 24,4%, 27,3% e 23,5%, respectivamente, no período.

Gráfico 3.5 – Indicador boi gordo ESALQ/BM&FBovespa

R$/arroba – Valor à vista 155 145 135 125 115 105 95

85 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Fonte: Cepea/ESALQ

Gráfico 3.6 – Produção industrial – Centro-Oeste Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 112 108 104 100 96 92 88 Ago Nov Fev Mai 2012 2012 Fonte: IBGE

Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai 2013 2014 Brasil Centro-Oeste

Ago

Tabela 3.8 – Produção industrial – Agregação para GO e MT1/ Geral e setores selecionados Variação % trimestral Setores

2/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

3/

3/

Ac. 12 meses

Ago

100,0

-0,6

1,5

0,2

94,6

-0,2

1,7

0,3

56,4

-3,1

1,7

2,5

Prod. minerais não-metálicos

4,1

-1,1

-8,9

-14,0

Metalurgia

2,7

-2,0

-8,2

3,6

Indústrias de transformação Produtos alimentícios

Fonte: IBGE 1/ GO e MT são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE. 2/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 3/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

A produção industrial no Centro-Oeste, considerando estatísticas agregadas de Goiás e Mato Grosso, únicos estados da região incluídos na PIM-PF do IBGE, cresceu 1,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando havia contraído 0,6% nesse tipo de comparação, dados dessazonalizados. A indústria de transformação aumentou 1,7%, evolução influenciada pelo crescimento de igual magnitude na produção de alimentos, que detém participação de aproximadamente 50% na indústria da região. Considerados intervalos de doze meses, a produção da indústria da região aumentou 0,2% em agosto (1,9% em maio). A indústria extrativa recuou 2,5% e a de transformação cresceu 0,3% (biocombustíveis, 11,5%; metalurgia, 3,6%; indústria alimentícia, 2,5%; produtos farmacêuticos, -21,6%; produtos de metal, -16,6%; minerais não-metálicos, -14,0%; produtos químicos, -6,5%). O Icei/GO, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), atingiu 38,4 pontos em setembro (42,4 pontos em junho de 2015 e 46 pontos em setembro de 2014), mantendo-se na zona de pessimismo pelo décimo quarto mês consecutivo. A trajetória trimestral refletiu recuos de 3,9 pontos no Índice de Condições Atuais e de 4,2 pontos no Indicador de Expectativas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso (Icei/MT), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), atingiu 38,3 pontos em setembro de 2015 (37,6 pontos em junho e 48,1 pontos em setembro de 2014) mantendo-se na zona de pessimismo por dezoito meses. O desempenho no trimestre repercutiu variações de -2,2 pontos no Indicador de Expectativas e de 3,7 pontos no Índice de Condições Atuais. O indicador de expectativas de demanda da Sondagem Industrial da CNI para o Centro-Oeste atingiu 48,2 pontos em setembro (52,7 pontos em junho e 54,3 pontos em setembro de 2014), passando para a área de pessimismo; e o Indicador de Estoques totalizou 50,4 pontos (47,7 pontos e 45,2 pontos nos mesmos meses de comparação), evidenciando estoques em patamar próximo ao planejado.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 43

O superavit da balança comercial do Centro-Oeste atingiu US$10,7 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, de acordo com o MDIC. A retração de 14,2% em relação ao mesmo período de 2014 repercutiu recuos respectivos de 19,0% e 25,0% nas exportações e nas importações, que somaram, na ordem, US$18,1 bilhões e US$7,4 bilhões. Tabela 3.9 – Exportação por fator agregado Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Centro-Oeste

Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

22 282 19 060

18 058

-19,0

-16,8

15 206

-20,2

-22,3

3 222

2 852

-11,5

-11,2

2 775

2 392

-13,8

-8,4

447

461

3,0

-12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 3.10 – Importação por categoria de uso Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Centro-Oeste 2014

Total

Brasil

2015

Var. %

Var. %

9 798

7 350

-25,0

-23,0

Bens de capital

1 008

527

-47,8

-17,5

Matérias-primas

3 589

2 868

-20,1

-19,1

Bens de consumo

2 224

1 951

-12,3

-16,0

574

415

-27,6

-21,6

1 650

1 536

-6,9

-9,7

2 978

2 004

-32,7

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

O desempenho das exportações repercutiu recuo de 19,4% nos preços e aumento de 0,5% no quantum. Houve recuo nos embarques de produtos básicos, -20,2% (soja, -23,2%; carne de bovino, -20,8%; e farelo e resíduo de soja, -18,5%), e nas de semimanufaturados, -13,8% (couros e peles em bruto, -30,5%; ferro-ligas, -26,6% e pastas químicas de madeira, -8,5%); e aumento de 3,0% nas de manufaturados (papel e cartão para fins gráficos, 85,2%; medicamentos, 257%). As exportações para a China, Holanda, Indonésia, Irã e Tailândia representaram, em conjunto, 52,0% do total das vendas externas da região, no período. Destaque para as reduções nas vendas de soja para a China e a Holanda, e de farelo de soja para a Holanda; e para o aumento nas de soja para o Irã e a Tailândia. O resultado das importações refletiu decréscimos de 11,4% nos preços e de 15,3% no quantum. Ocorreram recuos nas compras em todas categorias de uso: bens de capital, 47,8% (equipamentos móveis de transporte, -67,3%; maquinaria industrial, -51,6%); matérias-primas e produtos intermediários, 20,1% (adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas, -18,6%; partes e peças de veículos, -23,8%); combustíveis e lubrificantes, 32,7% (gás natural, -32,9%); e bens de consumo, 12,3% (veículos de passageiros, -36,9%; medicamentos, -6,6%). As importações provenientes da Bolívia, EUA, China, Alemanha e Coreia do Sul representaram 57,0% das aquisições externas da região nos nove primeiros meses de 2015. Sobressaíram as reduções nas compras de automóveis da Coreia do Sul e do Japão; de matérias-primas elaboradas para agricultura, da Rússia, Belarus e Marrocos; e de gás natural da Bolívia. A variação do IPCA no Centro-Oeste, resultado da agregação dos indicadores de Brasília, Goiânia e Campo Grande, atingiu 1,42% no terceiro trimestre (1,73% no segundo), reflexo de aceleração dos preços monitorados, de 1,09% para 3,53%, e desaceleração dos preços livres, de 1,93% para 0,75%. Destacaram-se os aumentos nos grupos habitação (3,97%), artigos de residência (1,90%) e saúde e cuidados pessoais (1,78%). A evolução dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de

44 |

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Outubro 2015

1,70% para 1,53% (leite longa vida, de 5,90% para 2,31%; carnes, de 3,54% para 1,36% e calçados e acessórios, de 2,11% para 0,34%), e dos não comercializáveis, de 2,12% para 0,13% (tubérculos, raízes e legumes, de 13,81% para -26,21%; passagem aérea, de 8,60% para -6,34%; alimentação fora do domicílio, de 3,38% para 1,38%). A aceleração dos preços dos itens monitorados e administrados por contrato foi influenciada, em especial, pelos aumentos dos preços dos itens gás de botijão (16,27%), taxa de água e esgoto (10,22%) e gasolina (2,55%). O índice de difusão atingiu 61,9% no terceiro trimestre de 2015 (65,0% no segundo). Tabela 3.11 – IPCA – Centro-Oeste Variação % trimestral Discriminação

1/

Pesos

2014 IV Tri

2015 I Tri

II Tri

III Tri

IPCA

100,00

2,57

3,53

1,73

1,42

Livres

75,71

2,55

1,91

1,93

0,75

Comercializáveis

33,89

1,95

1,64

1,70

1,53

Não comercializáveis

41,83

3,05

2,13

2,12

0,13

24,29

2,62

8,98

1,09

3,53

Alimentos e bebidas

23,40

4,17

3,53

3,34

-0,06

Habitação

16,29

2,03

10,18

1,15

3,97

4,42

0,03

0,78

0,65

1,90

Monitorados Principais itens

Artigos de residência Vestuário

5,93

2,65

-0,16

1,42

0,60

Transportes

19,40

4,45

2,31

-0,59

1,38

Saúde

10,40

0,96

1,18

3,34

1,78

Despesas pessoais

11,29

1,23

2,50

3,44

1,62

Educação

4,61

0,39

6,95

0,47

0,62

Comunicação

4,26

0,03

-1,01

0,69

0,28

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA do Centro-Oeste variou 9,55% em setembro, ante 8,91% em junho. Houve aceleração dos preços dos monitorados, de 14,07% para 17,04% (energia elétrica residencial, 51,31%; taxa de água e esgoto, 20,49%; gasolina, 13,95%; ônibus urbano, 13,13%), e desaceleração dos preços livres, de 7,38% para 7,33%. Nesse segmento, a variação dos preços dos produtos comercializáveis passou de 6,73% para 7,00%, e a dos não comercializáveis, de 7,91% para 7,60%. A retração registrada na economia do Centro-Oeste vem ocorrendo em patamar inferior à observada em âmbito nacional, trajetória decorrente, em especial, da vocação da região para a atividade agropecuária, setor que tende a ter menos aderência aos ciclos econômicos. O desempenho relativamente mais favorável da economia do Centro-Oeste tende ainda a ser beneficiado, nos próximos trimestres, pelos impactos do novo patamar da taxa de câmbio sobre as respectivas exportações.

Outubro 2015

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4

Região Sudeste

A atividade econômica do Sudeste, em cenário de retração da produção industrial, deterioração do mercado de trabalho e redução das vendas, manteve trajetória de contração no trimestre encerrado em agosto. Nesse contexto, o IBCR-SE recuou 0,8% no período, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando diminuíra 1,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-SE variou -1,5% em agosto (-1,4% em maio).

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sudeste Dados dessazonalizados 2002 = 100 150

145

140

135 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai 2012 2013 2014 2015 IBC-Br IBCR-SE Fonte: IBGE

Ago

Tabela 4.1 – Comércio varejista – Sudeste Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2014 Ano

Comércio varejista

2015 Mai

1,8

1/

-2,5

1/

Ago

12 meses

-2,0

-1,4

Combustíveis e lubrificantes

0,0

-2,1

-1,6

-3,9

Hiper e supermercados

1,7

-1,3

-1,3

-1,3

Tecidos, vestuário e calçados

-3,5

-4,9

-3,6

-5,7

Móveis e eletrodomésticos

-1,4

-9,1

-5,2

-9,3

Comércio ampliado Automóveis e motocicletas Material de construção

-3,6

-3,5

-1,5

-5,6

-15,9

-4,9

-0,2

-15,8

-2,2

-6,2

-2,3

-5,6

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – Sudeste Dados dessazonalizados 2011 = 100 120 115 110 105 100 95 90 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

Ago

Nov Fev Mai 2014

Comércio varejista

Ago

Nov Fev Mai 2015

Comércio ampliado

Ago

As vendas do comércio ampliado diminuíram 1,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam recuado 3,5%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Esse resultado refletiu retrações das vendas em nove dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -7,2%; livros, jornais, revistas e papelaria, -5,4%; móveis e eletrodomésticos, -5,2%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de material de construção (-2,3%) e de veículos, motos, partes e peças (-0,2%), recuou 2,0% no trimestre até agosto (-2,5% no terminado em maio). Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado diminuíram 5,6% em agosto (-6,1% em maio). Destacaram-se as reduções nos segmentos veículos, motos, partes e peças (15,8%), móveis e eletrodomésticos (9,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (8,9%) e material de construção (5,6%). O comércio varejista recuou 1,4% e 0,6% nos períodos considerados. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves na região decresceram 4,2% no trimestre finalizado em setembro, em relação ao terminado em junho, quando retraíram 10,7%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses recuaram 15,5% em setembro (-14,0% em junho).

Fonte: IBGE

Outubro 2015

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Tabela 4.2 – Volume de serviços – Sudeste Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Variação % no período Segmentos

2014 2015 Ano

Mai

1/

1/ Ago 12 meses

2,1

-0,3

-3,2

-0,9

-2,7

-7,3

-4,7

-5,1

Serviços de informação e comunicação

4,6

4,0

0,3

2,4

Serviços profissionais e administrativos

0,3

0,5

-1,8

-0,4

2,8

-3,1

-6,8

-3,3

-8,2 -10,1

-7,0

Total Serviços prestados às famílias

Transportes e correio Outros serviços

-3,7

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

Gráfico 4.3 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – % 25

O índice de volumes do setor de serviços do Sudeste recuou 3,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros serviços, -10,1%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -6,8%; serviços prestados às famílias, -4,7%), de acordo com a PMS, do IBGE. Considerados períodos de doze meses, o volume do setor retraiu 0,9% em agosto, ante expansão de 0,3% em maio (outros serviços, -7,0%; serviços prestados às famílias, -5,1%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -3,3%). As operações de crédito superiores a R$1 mil totalizaram R$1.679,8 bilhões em agosto, no Sudeste, elevando-se 2,1% no trimestre e 10,3% em doze meses. As contratações com recursos direcionados somaram R$798,1 bilhões (aumentos respectivos de 2,8% e 17,1%) e as realizadas com recursos livres, R$881,7 bilhões (elevações de 1,4% e 4,8%, na ordem).

20

A carteira de pessoas físicas totalizou R$681,6 bilhões (elevações de 1,4% no trimestre e 8,6% em doze meses), com destaque para a modalidade financiamento imobiliário, e a de pessoas jurídicas, R$998,2 bilhões (expansões respectivas de 2,5% e 11,5%), sobressaindo os financiamentos a exportações e as operações do BNDES.

15 10 5 0 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 PF

PJ

Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste Discriminação

1/

Var. % acum. 12 meses 2012

Sudeste Brasil

2013

2015

2014 20151/

R$ milhões Part.( %)

6,2

20,2

2,8

-18,4

73 462

46

12,3

22,1

-1,4

-14,1

159 900

100

Fonte: BNDES 1/ Valores acumulados em doze meses até agosto.

Tabela 4.4 – Evolução do emprego formal – Sudeste Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

48,0 -11,2 -355,6 -66,1 -191,4

Indústria de transformação

-43,6 -47,2

-74,1 -60,8 -102,7

Comércio

29,3

79,1

-83,2 -24,7

-29,6

Serviços

58,8

45,3

-71,3

2,5

-59,7

-63,1 -30,2

-34,2

Construção civil

-14,3 -30,3

Agropecuária

15,0 -57,5

Serv. industr. de utilidade pública

-0,1 2,9

2/

Outros

-49,7

50,0

40,5

-0,3

-1,8

-1,0

-3,2

-0,3

-12,5

-2,0

-2,4

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

48 |

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Outubro 2015

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 2,8% em agosto, mantendo-se estável no trimestre e em doze meses. O desempenho no trimestre decorreu de aumento de 0,1 p.p. no segmento de pessoas físicas e de estabilidade no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 3,9% e 2,0%, respectivamente. Os desembolsos do BNDES para a região totalizaram R$12,5 bilhões no trimestre encerrado em agosto e R$73,5 bilhões no período de doze meses encerrado no mesmo mês, com retrações respectivas de 40,7% e 18,4% em relação a iguais intervalos de 2014. O mercado de trabalho do Sudeste registrou a eliminação de 191,4 mil postos formais de trabalho no trimestre encerrado em agosto (criação de 48 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE. Ocorreram cortes na indústria de transformação, 102,7 mil; no setor de serviços, 59,7 mil; na construção civil, 34,2 mil; e no comércio, 29,6 mil; e criação de 40,5 mil empregos na agropecuária. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do Sudeste recuou 1,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 0,9%, na mesma base de comparação.

A taxa média de desemprego do Sudeste, consideradas as Regiões Metropolitanas de São Paulo (RMSP), Rio de Janeiro (RMRJ) e Belo Horizonte (RMBH), atingiu 6,8% no trimestre finalizado em agosto, de acordo com a PME do IBGE. O aumento de 2,5 p.p. em relação a igual período de 2014 refletiu redução de 0,9% na população ocupada e elevação de 1,6% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real contraíram 3,6% e 4,5%, respectivamente, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego atingiu 6,6% no trimestre encerrado em agosto (5,4% no finalizado em maio).

Gráfico 4.4 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste % 8 7 6 5 4 3 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

2012

Jun

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

Dez

2015

Fonte: IBGE

Tabela 4.5 – Necessidades de financiamento – Sudeste1/ R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Total

-12 481

-15 158

26 311

32 033

Governos estaduais

-5 830

-7 907

21 012

25 791

Capitais

-4 420

-5 453

5 204

6 170

Demais municípios

-2 230

-1 798

95

72

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 4.6 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Sudeste1/ R$ milhões UF

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 3/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total4/

2015

Outros

Mar

Total

485 365 -15 158 32 033 16 876 10 908 513 149

Gov. estaduais

397 934

Capitais Demais municípios

-7 907 25 791 17 884

9 059 424 877

86 099

-5 453

718

1367

88 186

1 332

-1 798

72 -1 726

482

88

6 170

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Tabela 4.7 – Dívida líquida – Sudeste1/ Composição R$ milhões Região Sudeste

2013

2014

Dez

2015

Dez

Jun

Dívida bancária

28 686

50 130

56 817

Renegociação

2/

380 342

394 794

411 761

Dívida externa

29 436

43 032

52 436

Outras dívidas junto à União

15 863

15 029

13 897

896

985

1 147

Disponibilidades líquidas

-24 208

-18 605

-22 910

Total (A)

431 014

485 365

513 149

578 634

655 704

687 821

74,5

74,0

74,6

Dívida reestruturada

3/

Brasil (B) (A/B) (%)

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP n° 2.185/2000. 3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

A taxa de desemprego da região, mensurada pela PNADC, do IBGE, atingiu 8,3% no trimestre encerrado em junho, ante 6,9% em igual período de 2014, com aumento de 0,2% da população ocupada e de 1,8% da PEA. O rendimento real médio habitual aumentou 3,8% e a massa salarial, 3,9%, no período. O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste totalizou R$15,2 bilhões no primeiro semestre de 2015, (R$12,5 bilhões no primeiro semestre de 2014). Os superavits dos estados e das capitais aumentaram 35,6% e 23,4%, respectivamente, e o dos principais municípios recuou 19,4%. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$32,0 bilhões no período (R$26,3 bilhões no primeiro semestre de 2014), com expansões respectivas de 22,7% e 18,6% nos governos estaduais e das capitais, e retração de 24,1% nos demais municípios. O deficit nominal atingiu R$16,9 bilhões (R$13,8 bilhões no mesmo período de 2014). A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste totalizou R$513,1 bilhões em junho de 2015 (74,6% da dívida de todos os estados, capitais e principais municípios do país), elevando-se 5,7% em relação a dezembro de 2014. Os governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste registraram deficit de R$5,7 bilhões no período de doze meses encerrado em agosto de 2015. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$59,1 bilhões e o deficit nominal, R$64,8 bilhões (28,7% superior ao de 2014). O endividamento líquido dos três segmentos totalizou R$541,0 bilhões em agosto (74,0% do total de estados, capitais e principais municípios do país), elevando-se 11,5% em relação a dezembro de 2014.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 4.8 – Dívida líquida e necessidades de 1/

financiamento – Sudeste

R$ milhões UF

Dezembro de 2014 Dívida

Agosto de 2015 2/

Fluxos 12 meses Primário Nominal

Fluxos 12 meses

Dívida 3/

Primário Nominal3/

ES

1 394

504

684

1 523

541

805

MG

89 370

-3 140

5 647

100 726

-1 976

9 579

RJ

96 738

7 182

14 939

116 456

7 274

18 576

SP

297 864

3 447

29 094

322 279

-137

35 853

485 365

7 994

50 364

540 983

5 702

64 814

655 704 10 713

67 433

730 720

4 284

82 410

74,7

74,0

133,1

78,6

Total (A) 4/

Brasil (B) (A/B) (%)

74,0

74,6

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 4.9 – Produção agrícola – Sudeste Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Peso

Grãos

2/

Var. %

Produção

2015/2014

2014

2015

17 932

18 773

4,7

86

75

-12,5 -11,1

Arroz (em casca)

0,1

Feijão

3,1

787

699

Milho

7,2

10 640

10 850

2,0

Soja

6,9

4 973

5 715

14,9

16,8

2 357

2 153

-8,6

2,7

2 271

2 371

4,4

40,9

433 158

445 039

2,7

5,1

11 248

12 712

13,0

Outras lavouras Café Banana Cana-de-açúcar Laranja Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 4.5 – Abates de animais – Sudeste Média móvel trimestral

A safra de grãos da região deverá totalizar 18,8 milhões de toneladas em 2015 (8,9% da produção nacional) de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 4,7% repercute, em especial, as elevações de 14,9% para a colheita da soja e de 9,0% para a de milho segunda safra. Ressaltem-se, adicionalmente, as projeções de elevação para as safras de laranja (13,0%) e cana-de-açúcar (2,7%) e de retração de 8,6% para a de café, impactada pelos efeitos das estiagens sobre a cultura, especialmente no Espírito Santo. Os abates de suínos, aves e bovinos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo SIF variaram 11,1%, 1,6% e -11,1%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Mapa. Os abates de suínos e de aves foram estimulados pela dinâmica favorável das demandas interna e externa, enquanto restrições de oferta e contração da demanda limitaram os abates de bovinos. A produção industrial do Sudeste contraiu 2,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíra 2,0%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIMPF Regional, do IBGE. A produção da indústria extrativa recuou 0,4% e a da transformação, 2,6% (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -20,6%; produtos têxteis, -11,6%; veículos automotores, reboques e carrocerias, -10,6%). Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial da região decresceu 6,9% em agosto, em relação a igual período de 2014, ante recuo de 5,8% em maio (veículos automotores, reboques e carrocerias, -19,9%; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -13,7%; máquinas e equipamentos, -13,1%).

2012 = 100 140 130 120 110 100 90

80 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Bovinos Aves Suínos Fonte: Mapa

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

O Icei do Sudeste, calculado pela CNI, atingiu 32,6 pontos em setembro, situando-se pelo sétimo trimestre abaixo da linha de indiferença (35,4 pontos em junho e 42,8 pontos em setembro de 2014). A retração trimestral refletiu recuos respectivos de 1,5 ponto e 3,5 pontos nos componentes que avaliam as condições atuais e as expectativas. O indicador de expectativas da Sondagem Industrial da CNI para o Sudeste atingiu 40,8 pontos em agosto, permanecendo pelo sétimo trimestre na zona de pessimismo (39,9 pontos em maio e 46,0 pontos em agosto de 2014). O indicador de estoques, evidenciando patamar superior ao

considerado adequado, totalizou 52,7 pontos (50,2 pontos em maio e 52,0 pontos em agosto de 2014).

Tabela 4.10 – Produção industrial – Sudeste Geral e setores selecionados Variação % no período 1/

Setores

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

2/

2/

12 meses -6,9

Ago

100,0

-2,0

-2,4

Indústrias extrativas

13,6

1,1

-0,4

6,6

Indústrias de transformação

86,4

-2,7

-2,6

-8,6

Veículos, reb. e carrocerias

12,8

-8,7

-10,6

-19,9

Produtos alimentícios

12,7

6,3

1,2

-9,6

Deriv. petróleo e biocombustíveis

12,0

-3,6

0,5

-2,7

Metalurgia

7,1

-3,0

-3,3

-4,8

Outros produtos químicos

5,8

-1,4

-0,1

-7,3

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.11 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Sudeste 2014

Total

Brasil 2015

Var. %

Var. %

88 078 70 970

-19,4

-16,8

Básicos

35 790 25 571

-28,6

-22,3

Industrializados

52 288 45 399

-13,2

-11,2

11 570 10 402

-10,1

-8,4

40 718 34 998

-14,0

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.12 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Total

Sudeste

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

94 814

73 037

-23,0

-23,0

Bens de capital

21 994

18 558

-15,6

-17,5

Matérias-primas

42 427

34 801

-18,0

-19,1

Bens de consumo

15 144

13 208

-12,8

-16,0

Duráveis

6 853

5 758

-16,0

-21,6

Não duráveis

8 290

7 450

-10,1

-9,7

15 249

6 471

-57,6

-46,2

Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

O deficit da balança comercial do Sudeste totalizou US$2 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (US$6,7 bilhões em igual período de 2014). As exportações atingiram US$71,0 bilhões e as importações, US$73,0 bilhões, recuando 19,4% e 23,0%, respectivamente, no período. O desempenho das exportações repercutiu variações de -24,4% nos preços e de 6,5% no quantum. Houve reduções nas vendas de produtos básicos, 28,6% (minérios de ferro, -44,4%; óleos brutos de petróleo, -23,4%), de manufaturados, 14,0% (plataformas de perfuração ou de exploração de petróleo, -63,0%; óleos combustíveis, -59,0%) e de semimanufaturados, 10,1% (açúcar de cana em bruto, -28,6%). As vendas externas da região para os EUA, China, Argentina, Holanda e Chile representaram, em conjunto, 48,7% do total no período, destacando-se as reduções nas direcionadas para a Holanda (27,9%) e para o Chile (27,4%). A trajetória das importações, resultante de retrações de 9,0% nos preços e de 15,4% no quantum, repercutiu diminuição nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para combustíveis e lubrificantes, 57,6%, e matérias-primas e produtos intermediários, 18,0% (naftas, -71,8%; partes e peças para veículos automóveis e tratores, -29,1%). As importações originadas dos EUA, China, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul representaram, em conjunto, 51,2% do total adquirido pela região no período, com destaque para os recuos nas provenientes da Argentina (26,8%), da Alemanha (24,5%) e da Coreia do Sul (22,3%). A inflação no Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro , Belo Horizonte e Vitória (RMV), atingiu 1,44% no terceiro trimestre do ano (2,01% no segundo). Ocorreram desacelerações dos preços livres, de 1,75% para 1,04%, e dos monitorados, de 2,81% para 2,65%, destacando-se, neste segmento, a redução na variação dos preços de produtos farmacêuticos (de 4,95% para 0,69%) e as elevações dos preços dos itens gás de botijão (11,96%), tarifas de energia elétrica residencial (6,30%), taxas de água e esgoto (4,89%), e planos de saúde (3,79%). A evolução dos preços livres repercutiu reduções nas variações dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,63% para 0,86%, (tubérculos, de 17,20% para -20,60%) e dos bens comercializáveis, de 1,90% para 1,28% (leites e derivados, 3,32%; vestuário, 0,82%). O índice de difusão

Outubro 2015

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Tabela 4.13 – IPCA – Sudeste Variação % no período Discriminação

1/

Pesos

IPCA

2014

2015

Ano

II Tri

III Tri 12 meses

100,0

6,37

2,01

1,44

9,48

74,9

6,97

1,75

1,04

7,20

Comercializáveis

32,5

6,18

1,90

1,28

5,78

Não comercializáveis

42,4

7,59

1,63

0,86

8,31

25,1

4,48

2,81

2,65

16,85

Alimentação

23,4

8,27

2,78

1,00

9,36

Habitação

16,2

7,53

3,15

3,40

19,48

Artigos de residência

4,1

5,53

1,87

0,69

3,48

Vestuário

5,5

4,20

2,14

0,83

3,74

Transportes

18,7

4,01

-0,01

0,35

7,73

Saúde

11,6

7,06

3,07

2,17

8,66

Despesas pessoais

11,5

8,53

2,33

1,73

9,28

Educação

4,9

8,53

0,56

1,21

9,56

Comunicação

4,1 -2,12

0,65

0,38

-0,07

Livres

Monitorados Principais itens

, Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

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Outubro 2015

médio atingiu 61,4% no terceiro trimestre do ano (64,4% no segundo). A análise em doze meses mostra que o IPCA do Sudeste variou 9,48% em setembro, ante 8,85% em junho, reflexo de acelerações dos preços monitorados, de 14,77% para 16,85%, e dos livres, de 7,02% para 7,20%. A economia do Sudeste segue em retração na margem, refletindo, principalmente, o arrefecimento da produção industrial e dos mercados de crédito e a distensão no mercado de trabalho. A mudança desse cenário dependerá amplamente da reversão das expectativas de empresários e consumidores, que deverá ser favorecida, no médio prazo, pelos efeitos das novas diretrizes econômicas em implementação, assim como pela recuperação do dinamismo das exportações da região, beneficiada pela trajetória da taxa de câmbio.

Minas Gerais Gráfico 4.6 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Minas Gerais Dados desazonalizados 2002 = 100 152 150 148 146 144 142 140 138 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

Ago Nov

Fev Mai 2014

IBC-Br

Ago Nov

Fev Mai 2015

Ago

IBCR-MG

Tabela 4.14 – Índice de vendas no varejo – Minas Gerais Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2014 Ano

Comércio varejista

2015 Mai1/

Ago1/ 12 meses

2,6

-1,2

0,2

-0,3

Combustíveis e lubrificantes

3,2

-2,5

-0,3

-1,3

Hiper, supermercados

2,7

-0,3

-0,7

1,2

-2,9

-2,6

-0,5

-5,1

Móveis e eletrodomésticos

1,0

-8,7

1,4

-6,4

Outros art. de uso pessoal e dom.

9,3

-2,0

5,2

4,2

-0,2

-2,4

-2,2

-4,1

-5,5

-3,9

-0,3

-11,1

0,5

0,5

-3,5

-6,1

Tecidos, vestuário e calçados

Comércio ampliado Veículos e motos, partes e peças Material de construção Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

O PIB de Minas Gerais recuou 1,5% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, quando contraíra 1,2%, de acordo com dados dessazonalizados da Fundação João Pinheiro (FJP). Considerados períodos de doze meses, o PIB do estado retraiu 3,3% no segundo trimestre de 2015 (-2,9% no primeiro), ante redução de 1,2% do PIB nacional. Estatísticas divulgadas mais recentemente indicam a continuidade do desempenho negativo da economia mineira, com ênfase na trajetória adversa das vendas do comércio, da indústria de transformação, da construção civil e do mercado de trabalho. Nesse contexto, o IBCR-MG retraiu 0,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,4%, considerados dados dessazonalizados. O indicador contraiu 1,2% no intervalo de doze meses encerrado em agosto (-1,5% no terminado em maio). As vendas do comércio ampliado em Minas Gerais diminuíram 2,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuaram 2,4%, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções em sete das dez atividades pesquisada (material de construção, -3,5%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, -0,7%; veículos, motos, partes e peças, -0,3%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, 5,2%; móveis e eletrodomésticos, 1,4%). As vendas do comércio varejista, excluídas as de veículos e de materiais de construção, aumentaram 0,2% no trimestre (-1,2% no trimestre finalizado em maio). Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio ampliado decresceram 4,1% em agosto (-2,1% em maio), em relação a igual período do ano anterior (veículos, motos, partes e peças, -11,1%; móveis e eletrodomésticos, -6,4%; material de construção, -6,1%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 1,2%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 6,0%). As vendas do comércio varejista reduziram 0,3% em agosto, ante estabilidade em maio. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no estado diminuíram 1,5% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao terminado em junho, quando recuaram 9,1%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses reduziram 8,2% em setembro (-9,0% em junho).

Outubro 2015

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Tabela 4.15 – Índice de volume de serviços – Minas Gerais Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014

2015

Ano Total

Mai

1/

1/ Ago 12 meses

-0,4

-2,7

-3,8

-2,6

Serviços prestados às famílias

-2,4

-10,6

-8,4

-7,0

Serviços de informação e comunicação

-1,7

6,9

8,2

4,7

Serviços profissionais e administrativos

-4,0

-7,2 -10,3

-6,3

Transportes e correio

3,7

Outros serviços

-5,1

-8,6

-5,8

-11,9 -15,0

-6,6

-10,3

Fonte: IBGE

O volume de serviços no estado decresceu 3,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período em 2014, segundo a PMS, do IBGE (serviços profissionais, administrativos e complementares, -10,3%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, -8,6%; e serviços prestados às famílias, -8,4%). O indicador variou -2,6% no período de doze meses encerrado em agosto em relação a igual intervalo de 2014 (serviços prestados às famílias; -7,0%; serviços profissionais, administrativos e complementares, -6,3%; e transportes, e serviços auxiliares dos transportes e correio, -5,8%).

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

As operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Minas Gerais atingiram R$273,4 bilhões em agosto, com acréscimos de 1,0% no trimestre e de 7,4% em doze meses. O saldo das contratações com recursos direcionados somou R$126,8 bilhões, variando, na ordem, 1,4% e 10,5%, e o das realizadas com recursos livres totalizou R$146,7 bilhões, aumentando 0,6% no trimestre e 4,9% em doze meses.

Gráfico 4.7 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/ Variação em 12 meses – % 20 16 12 8 4 0 Mai 2013

Ago

Nov

Fev 2014 PF

Mai

Ago

Nov

PJ

Fev Mai 2015 Total

Ago

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

A taxa de inadimplência atingiu 3,21% em agosto, variando de 0,07 p.p. no trimestre e 0,09 p.p. em doze meses. O aumento trimestral repercutiu elevações de 0,06 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,07 p.p. no de pessoas jurídicas, que registram taxas de inadimplência de 3,59% e 2,79%, respectivamente.

Gráfico 4.8 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte

Pontos 60 55 50 45 40 35 30 25 20

Jun 2013

Set

Dez

Mar 2014

Jun

ICC geral Expectativa financeira

54 |

Set

Dez

Mar 2015

Jun

Set

Expectativa econômica

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

|

Os empréstimos a pessoas físicas somaram R$143,1 bilhões, elevando-se 1,9% no trimestre, com destaque para a evolução das modalidades financiamento imobiliário, crédito consignado e crédito rural, e 10,1% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas atingiu R$130,4 bilhões, permanecendo estável no trimestre – destaque para os aumentos nas operações com a administração pública, com as empresas de eletricidade e saneamento e com o setor agropecuário, e para a retração nos empréstimos ao comércio, à construção, e às indústrias de transformação (principalmente aos setores siderúrgico e automotivo) – e elevando-se 4,6% em doze meses.

Outubro 2015

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), atingiu 36,6 pontos em setembro (36,6 pontos em junho e 46,0 pontos em setembro de 2014). A estabilidade no trimestre refletiu retração de 0,7 p.p. no componente que avalia a expectativa econômica – destacando-se o recuo de 3,5 p.p. na avaliação sobre o emprego – e aumento de 0,9 p.p. no que considera a

expectativa financeira (melhora de 2,7 p.p. na expectativa sobre a situação financeira da família).

Tabela 4.16 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014

Total

Nov

Fev

Mai

Ago

0,9

-14,7

-76,7

-20,5

-30,8

-5,4

-7,0

-16,6

-16,3

-17,2

Comércio

3,1

17,7

-13,3

-4,9

-7,1

Serviços

8,2

10,2

-16,5

-0,7

-9,1

Construção civil

-2,1

-10,4

-17,9

-15,6

-14,9

Agropecuária

-3,7

-24,8

-9,3

18,6

19,2

0,8

-0,4

-3,1

-1,7

-1,7

Indústria de transformação

2/

Outros

O mercado de trabalho mineiro registrou a eliminação de 30,8 mil postos no trimestre encerrado em agosto, ante criação de 0,9 mil empregos formais no mesmo trimestre em 2014, segundo o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes na indústria de transformação, 17,2 mil (em especial nos segmentos automotivo, produtos de metal, vestuário e metalurgia); na construção civil, 14,9 mil; e no setor de serviços, 9,1 mil, e a criação de 19,2 mil vagas na agropecuária. O nível de emprego no estado recuou 1,3% no trimestre, considerados dados dessazonalizados.

2015

Ago

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, serv. ind. de utilidade pública e administração pública.

As horas trabalhadas na indústria de Minas Gerais recuaram 2,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam retraído 2,4%, na mesma base de comparação, de acordo com estatísticas dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No mesmo período, a massa salarial real e o emprego reduziram 1,8% e 3,6%, na ordem, e o rendimento médio expandiu 0,9%.

Gráfico 4.9 – Taxa de desemprego aberto – RMBH

% 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

2012

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

A taxa média de desemprego na RMBH atingiu 6,1% no trimestre finalizado em agosto, segundo a PME, do IBGE. O aumento de 2,0 p.p. em relação a igual período de 2014 repercutiu variações de -1,3% no número de ocupados e de 0,9% na PEA. A massa de rendimentos real média diminuiu 1,4% no período, refletindo redução de 1,4% na população ocupada remunerada e estabilidade do rendimento real médio. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 0,7 p.p. no trimestre.

Dez

2015

Fonte: IBGE

Tabela 4.17 – Necessidades de financiamento – Minas Gerais1/ R$ milhões UF

Resultado primário

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Estado de Minas Gerais

-3 091

-2 601

5 329

6 172

Governo estadual

-2 654

-1 830

5 217

6 052

-3

-271

74

88

-434

-500

38

31

Capital Demais municípios

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 4.18 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Minas Gerais1/ R$ milhões UF

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 4/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Outros

2015 Jun

Estado de Minas Gerais 89 370

-2 601 6 172

3 570

1 857

94 797

Governo estadual

-1 830 6 052

4 222

1 623

93 388

Capital Demais municípios

87 544 2 405

-271

88

-183

103

2 325

-579

-500

31

-468

131

-916

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais atingiu R$2,6 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$3,1 bilhões em igual período de 2014). Houve redução de 31,0% no superavit do governo estadual e acréscimos nos da capital (de R$3 milhões para R$271 milhões) e dos principais municípios (15,1%). Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$6,2 bilhões e o deficit nominal, R$3,6 bilhões (R$5,3 bilhões e deficit de R$2,2 bilhões, na ordem, no primeiro semestre de 2014). A arrecadação de ICMS no estado somou R$18,5 bilhões no período, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG), recuando, em

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 55

termos reais, 4,7% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI).

Tabela 4.19 – Produção agrícola – Minas Gerais Itens selecionados Em mil toneladas 2/

1/

Discriminação

Pesos

Variação %

Produção 2014

Grãos

2015

2015/2014

32,4

11 707

11 754

0,4

Feijão

6,3

573

514

-10,3

Milho

12,5

6 967

6 865

-1,5

Soja

12,0

3 346

3 519

5,2

Cana-de-açúcar

16,1

71 087

69 279

-2,5

Café

29,6

1 364

1 339

-1,9

Outras lavouras

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 4.10 – Abates de animais – Minas Gerais Média móvel trimestral

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais somou R$94,8 bilhões em junho, elevando-se 6,1% em relação a dezembro de 2014. A dívida do governo estadual cresceu 6,7%, a da capital recuou 3,3% e o saldo credor líquido dos governos dos principais municípios aumentou 58,2%, para R$916 milhões. A safra de grãos de Minas Gerais deverá atingir 11,8 milhões de toneladas em 2015, com aumento de 0,4% em relação ao ano anterior, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O desempenho da colheita de grãos no estado reflete, em especial, a maior destinação de áreas para o plantio de soja, cuja produtividade corresponde a cerca de 50% da relativa ao milho. Nesse cenário, estão estimadas variações de -1,5%, -10,3% e 5,2%, na ordem, para as safras de milho, feijão e soja, impactadas por variações, de -3,3%, -10,7% e 6,5% nas respectivas áreas plantadas. No âmbito das demais culturas, ressaltam-se as projeções de reduções de 1,9% para a produção de café e de 2,5% para a de canade-açúcar. A produção de grãos do estado deverá expandir entre 9,1% e 10,1% em 2016, de acordo com prognóstico da Conab de outubro. Essa projeção considera aumentos entre 5,9% e 7,2% para a produção de milho primeira safra e entre 17,0% e 18,1% para a de soja.

2012 = 100 160 150 140 130 120 110 100 90 80

70 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

Ago Nov

Bovinos

Fev Mai 2014

Ago Nov

Fev Mai 2015

Aves

Ago

Suínos

Tabela 4.20 – Produção industrial – Minas Gerais Geral e setores selecionados Variação % trimestral Setores

1/

Pesos

2015

Mai2/ Indústria geral

2/

Ago

Ac. 12 meses

100,0

-2,8

-0,4

Indústrias extrativas

24,6

3,1

-0,2

-5,8 -0,5

Indústrias de transformação

75,4

-4,8

-0,7

-7,5

Metalurgia

16,5

-0,6

-7,1

-1,6

Veículos, reb. e carrocerias

13,9

-26,4

-13,8

-23,2

Deriv. petróleo e biocomb.

6,7

-4,0

4,6

0,3

Prod. miner. não-metálicos

4,5

-7,0

-3,7

-10,6

Outros produtos químicos

3,3

-4,3

-2,5

-4,1

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Outubro 2015

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF (75,0% do total) recuaram 9,5% nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, enquanto os de aves e de suínos aumentaram 4,3% e 13,6%, respectivamente. O valor médio da arroba do boi aumentou 19,9% no período e 18.0% no trimestre terminado em agosto, em relação a igual período de 2014. As exportações de carnes de bovinos recuaram 16,1% nos oito primeiros meses de 2015, sensibilizadas por reduções nos embarques para Hong Kong, Chile e Israel; as de suínos decresceram 83,8%, influenciada por contração nas vendas para a Rússia; e as carnes de aves aumentaram 2,2%, impactadas pelo aumento das compras da Arábia Saudita, Catar e Bahrein. A produção industrial de Minas Gerais recuou 0,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando havia contraído 2,8% nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A indústria extrativa retraiu 0,2%, e a

de transformação, 0,7% (veículos automotores, -13,8%; máquinas e equipamentos, -10,6%; metalurgia, -7,1%; minerais não-metálicos, -3,7%; celulose e papel, 10,6%; e coque e produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, 4,6%).

Gráfico 4.11 – Produção industrial – Minas Gerais Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 106 103 100 97 94 91 88 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Brasil

Minas Gerais

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial mineira recuou 5,8% em agosto, em relação a igual período de 2014 (-5,6% em maio). A indústria extrativa contraiu 0,5% e a de transformação, 7,5% (máquinas e equipamentos, -33,5%; indústria automobilística, -23,2%; produtos de metal, -11,2%; minerais não-metálicos de -10,6%). Indicadores da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também apontam retração na atividade industrial. Nesse sentido, considerados dados dessazonalizados, o faturamento real recuou 3,8% no trimestre encerrado em agosto (-8,2% no finalizado em maio), e o Nuci diminuiu 1,8 p.p., para 81,6%. O Icei de Minas Gerais, divulgado pela Fiemg, atingiu 32,9 pontos em setembro (34,7 pontos em junho e 42 pontos em setembro de 2014), mantendo-se na zona de pessimismo pelo décimo oitavo mês consecutivo. A trajetória trimestral refletiu recuos de 2,4 pontos no Índice de Expectativas para os próximos seis meses e de 0,8 ponto no Índice de Condições Atuais. O superavit da balança comercial do estado totalizou US$10,0 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, de acordo com o MDIC. A redução de 31,5% em relação a igual período de 2014 repercutiu retrações de 26,2% nas exportações e de 16,7% nas importações, que somaram US$16,7 bilhões e US$6,7 bilhões, respectivamente.

Tabela 4.21 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Minas Gerais

Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

22 609

16 690

-26,2

-16,8

14 547

9 165

-37,0

-22,3

8 062

7 524

-6,7

-11,2

4 070

3 951

-2,9

-8,4

3 991

3 573

-10,5

-12,2

O comportamento das exportações repercutiu contração de 27,8% nos preços e aumento de 2,2% no quantum. Houve reduções nas vendas externas em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 37,0% (minérios de alumínio, -94,9%; carne de suíno, -84,9%; minério de ferro, -51,6%; carne de bovino, -8,9%; café cru em grão, -5,9%), produtos semimanufaturados, 2,8% (açúcar de cana em bruto, -21,4%; ferro-ligas, -11,0%; pastas químicas de madeira, -6,2%; produtos semimanufaturados, de ferro ou aço, 64,1%) e de produtos manufaturados, 10,5% (medicamentos, -42,5%; automóveis, -36,6%; tubos de ferro fundido, ferro ou aço e seus acessórios, -15,2%). China, EUA, Argentina, Holanda, Japão e Alemanha, adquiriram, em conjunto, 56,0% das exportações do estado,

Outubro 2015

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no período. Destacaram-se as reduções nos embarques de minérios de ferro para China, Japão e Holanda, e de café para a Alemanha; e os aumentos nas exportações de produtos semimanufaturados de ferro e aço para a Alemanha, e de laminados planos de ferro ou aço para os EUA e Argentina. Tabela 4.22 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Minas Gerais 2014

Total

Brasil

2015

Var. %

Var. %

8 083

6 737

-16,7

-23,0

Bens de capital

2 419

2 166

-10,5

-17,5

Matérias-primas

3 684

2 959

-19,7

-19,1

Bens de consumo

1 485

1 188

-20,0

-16,0

1 022

786

-23,1

-21,6

463

402

-13,1

-9,7

496

423

-14,7

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.23 – IPCA – Belo Horizonte Variação % trimestral Discriminação

1/

Pesos

2014 IV Tri

2015 I Tri

II Tri

III Tri

IPCA

100,0

1,22

3,67

2,09

1,10

Livres

75,9

1,21

2,47

1,51

0,90

Comercializáveis

35,2

0,92

0,87

1,71

1,15

Não comercializáveis

40,8

1,47

3,88

1,34

0,69

24,1

1,26

7,83

4,01

1,76

Alimentos e bebidas

22,0

1,76

3,35

2,27

0,34

Habitação

16,6

0,94

7,78

4,66

1,97

Artigos de residência

5,1

0,90

0,21

2,75

0,74

Vestuário

6,6

0,57

-0,56

1,55

0,92

Transportes

17,8

1,45

4,66

-0,16

0,76

Saúde

10,9

1,35

1,30

3,36

1,80

Despesas pessoais

12,2

1,44

3,76

1,58

1,89

Educação

4,7

0,47

7,70

0,63

0,41

Comunicação

4,1

-0,05

-0,98

1,15

0,70

Monitorados Principais itens

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015

A redução nas importações refletiu decréscimos respectivos de 11,5% e de 5,9% no quantum e nos preços. Houve recuo nas aquisições em todas as categorias de uso: bens de capital, 10,5% (acessórios de maquinaria industrial, -27,2%; equipamento móvel de transporte, -23,3%), matérias-primas, 19,7% (acessórios de equipamentos de transporte, -39,3%; outras matérias-primas para a agricultura, -22,7%), bens de consumo duráveis, 23,1% (automóveis, -26,6%); bens de consumo não duráveis, 13,1% (produtos farmacêuticos, -60,1%; produtos de toucador, -14,3%); e combustíveis e lubrificantes, 14,7% (hulhas, -15,7%). As importações provenientes da China, EUA, Argentina e Itália corresponderam, em conjunto, a 55,0% das aquisições do estado no período. Destacaram-se as reduções nas compras de equipamento móvel de transporte e acessórios de equipamentos de transporte da Argentina e Itália; de automóveis da Argentina; de maquinaria industrial da China, e os aumentos nas aquisições de partes e peças para equipamento de transporte dos EUA e equipamento fixo de transporte da China e EUA. O IPCA da RMBH variou 1,10% no terceiro trimestre de 2015 (2,09% no segundo), com desacelerações nos preços livres (de 1,51% para 0,90%) e nos monitorados (de 4,01% para 1,76%). Sobressaíram as variações de preços nos grupos habitação (1,97%), despesas pessoais (1,89%) e saúde e cuidados pessoais (1,80%). A evolução dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos itens comercializáveis, de 1,71% para 1,15% (leite longa vida, 4,04%; pão francês 3,40%; carnes, 2,04%) e dos não comercializáveis, de 1,34% para 0,69% (empregado doméstico, 2,59%; alimentação fora do domicílio, 2,10%; e aluguel residencial, 1,68%). A menor variação dos preços monitorados repercutiu, em grande parte, as reduções nos aumentos de preços dos itens energia elétrica residencial (de 8,47% para 0,70%), taxa de água e esgoto (de 15,04% para 0,00%) e produtos farmacêuticos (de 5,34% para 0,33%). O índice de difusão atingiu 56,7% no trimestre encerrado em setembro (64,6% no finalizado em junho). O IPCA da RMBH variou 8,32% no período de doze meses encerrado em setembro (7,65% no finalizado

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Outubro 2015

em junho), destacando-se os aumentos nos grupos habitação (16,10%), educação (9,33%) e despesas pessoais (8,94%). A variação nos preços monitorados atingiu 15,56% (energia elétrica residencial, 45,89%; ônibus urbano, 15,44%, taxa de água e esgoto, 15,04% e gasolina, 14,25%) e a dos preços livres, 6,23% (bens comercializáveis, 4,73%; bens não comercializáveis, 7,55%). A continuidade do arrefecimento da atividade econômica mineira repercute a desaceleração acentuada em segmentos relevantes para o estado, como a indústria automobilística, a indústria de produtos de metal e a construção civil, em cenário de intensificação da distensão nos indicadores de emprego no comércio e nos serviços, e do pessimismo dos empresários industriais. Nesse contexto, a retomada da atividade deverá ocorrer no médio prazo e deverá ser impulsionada pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico em implementação no país.

Outubro 2015

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Rio de Janeiro A atividade econômica do Rio de Janeiro seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, em linha com a continuidade do processo de ajuste macroeconômico em curso no país e da interferência adversa de eventos não econômicos sobre as expectativas de empresários e consumidores. A atividade nos setores do comércio varejista, serviços e industrial recuaram no período, com desdobramentos sobre o mercado de trabalho. Nessa conjuntura, o IBCR-RJ contraiu 0,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,1%, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o índice registrou estabilidade em agosto, ante aumento de 0,4% em maio.

Gráfico 4.12 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio de Janeiro Dados dessazonalizados 2002 = 100 150 145 140 135 130 125 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 IBC-Br IBCR-RJ

Tabela 4.24 – Índice de vendas no varejo – Rio de Janeiro Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

2014

2015

Ano

Mai

Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes Hiper e supermercados

1/

1/

Ago

12 meses

3,2

-2,7

-1,3

0,0

3,3

-2,1

-0,2

-1,6 -1,1

3,5

-1,2

0,1

Tecidos, vestuário e calçados

-0,3

-3,9

-4,0

-4,7

Móveis e eletrodomésticos

-3,8

-12,3

-8,4

-12,1 -1,7

Comércio ampliado Veículos e motos, partes e peças

1,7

-4,8

-1,0

-1,0

-11,2

-0,2

-6,0

0,7

-13,0

-0,8

-1,2

Material de construção Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.25 – Índice de volume de serviços – Rio de Janeiro Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014 2015 Ano

Total Serviços prestados às famílias Serviços de informação e comunicação

Outros serviços

1/

1/

Ago

12 meses

2,3

-1,9

-5,0

-2,7

-5,2

-12,4

-9,8

-10,1

1,2

-4,2

-0,3

-8,1 -10,6

-7,7

6,2

Serviços profissionais e administrativos -2,1 Transportes e correio

Mai

3,0

2,3

-1,3

-0,2

-2,1

-9,7

-5,4

-6,1

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

60 |

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Outubro 2015

As vendas do comércio varejista ampliado diminuíram 1,0% no trimestre terminado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando contraíram 4,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve redução em sete das dez atividades pesquisadas (móveis e eletrodomésticos, -8,4%; tecidos, vestuário e calçados, -4,0%). Excluídas as variações nas vendas de veículos (-0,2%) e de material de construção (-0,8%), o comércio varejista recuou 1,3% no período (-2,7% no trimestre finalizado em maio). Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado contraiu 1,7% em agosto, ante 0,9% em maio (móveis e eletrodomésticos, -12,1%; veículos, motos, partes e peças, -6,0%). As vendas do comércio varejista registraram estabilidade e aumento de 1,7%, respectivamente, em iguais períodos. Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves realizados no Rio de Janeiro totalizaram 47,2 mil unidades no terceiro trimestre do ano, contraindo 8,4% em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave. Considerados intervalos de doze meses, os emplacamentos decresceram 15,8% em setembro (-11,2% em junho). O volume dos serviços não financeiros recuou 5,0% no estado no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (serviços de informação e comunicação, -4,2%; serviços profissionais, administrativos e complementares, -10,6%), de acordo com a PMS do IBGE. As atividades associadas ao turismo contraíram 3,3% em agosto (-2,6% em maio), na mesma referência.

Considerados intervalos de doze meses, o índice de serviços diminuiu 2,7% em agosto, ante -0,5% em maio (serviços profissionais, administrativos e complementares, -7,7%; serviços prestados às famílias, -10,1%). As atividades turísticas recuaram 4,1% em agosto (-3,7% em maio), na mesma base de comparação. O estoque de operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas no estado totalizou R$430,7 bilhões em agosto, aumentando 4,7% no trimestre e 19,3% em doze meses. As contratações com recursos direcionados somaram R$239,3 bilhões, com acréscimos respectivos de 6,4% e 30,0%, nas mesmas bases de comparação, e os empréstimos com recursos livres atingiram R$191,4 bilhões, elevando-se 2,6% no trimestre e 8,2% em doze meses.

Gráfico 4.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/ Variação em 12 meses (%)

30

20

10

0 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 PF PJ Total 1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

A carteira de pessoas físicas somou R$118,6 bilhões, aumentando 0,8% no trimestre – com ênfase nas modalidades financiamento imobiliário, cartão de crédito à vista e crédito consignado – e 7,6% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$312,1 bilhões, elevando-se 6,2% no trimestre – com destaque para os empréstimos às indústrias de refino de petróleo, coque e álcool, ao comércio atacadista (com exceção de veículos e motocicletas) e à administração pública – e 24,5% em doze meses. Ressalte-se que essa evolução refletiu, em parte, os efeitos da depreciação cambial sobre o valor dos empréstimos atrelados a moeda estrangeira, que representaram cerca de 20% da carteira de pessoas jurídicas em agosto. A inadimplência atingiu 2,47% em agosto, crescendo 0,02 p.p. no trimestre e 0,14 p.p. em doze meses. A variação trimestral repercutiu aumentos respectivos de 0,12 p.p. e 0,02 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais a inadimplência atingiu 4,78% e 1,59%, na ordem.

Tabela 4.26 – Evolução do emprego formal – Rio de Janeiro Novos postos 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

9,3

Indústria de transformação Comércio Serviços

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

26,8

-72,9 -19,6 -35,9

-2,8

-0,8

-9,0

-9,8

-9,4

4,3

21,2

-21,7

-2,2

-7,6

-5,2 -18,4

9,5

12,2

-22,5

-3,3

-3,7

-17,1

-1,7

Agropecuária

1,5

-2,5

-0,7

-0,1

2,1

Serviços ind. utilidade pública

0,2

-0,1

-0,7

-0,2

-0,3

-0,1

0,4

-1,3

-0,4

-0,2

Construção civil

2/

Outros

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

-2,1

A economia do estado eliminou, de acordo com o Caged/MTE, 35,9 mil postos formais no trimestre encerrado em agosto (geração de 9,3 mil em igual período de 2014), dos quais 18,4 mil no setor de serviços e 9,4 mil na indústria de transformação. O nível de emprego formal decresceu 1,0% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando havia recuado 0,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados. Nos últimos doze meses encerrados em agosto, houve redução de 101,6 mil empregos formais no estado (2,6% da população ocupada no setor privado), dos quais 33,9 mil no setor de serviços, 29,0 mil na indústria de transformação e 24,5 mil na construção civil (diminuições

Outubro 2015

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respectivas de 1,6%, 5,9% e 7,4% das ocupações formais nessas atividades). A taxa média de desemprego da RMRJ atingiu 5,3% no trimestre encerrado em agosto, ante 3,3% em igual período de 2014, resultado de variações de -1,0% na população ocupada e 1,2% na PEA, de acordo com a PME, do IBGE. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimentos recuaram 2,6% e 3,9%, respectivamente, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego cresceu 0,5 p.p. no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio.

Gráfico 4.14 – Taxa de desemprego aberto – Rio de Janeiro % 6

5

4

3

2 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

2012

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

Dez

2015

Fonte: IBGE

A taxa de desemprego no estado, consideradas estatísticas da PNADC, do IBGE, atingiu 7,2% no segundo trimestre do ano (6,4% no período equivalente de 2014). O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados e a massa salarial real cresceram, na ordem, 4,4% e 5,5%, no período.

Tabela 4.27 – Necessidades de financiamento – Rio de Janeiro1/ R$ milhões UF

Resultado primário

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Estado do Rio de Janeiro

-2 721

-1 825

4 557

6 110

Governo estadual

-1 342

-2 838

4 131

5 542

Capital

-934

175

465

608

Demais municípios

-445

838

-39

-40

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 4.28 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Rio de Janeiro1/ R$ milhões UF

2/

Dívida Fluxos acumulados no ano

Dívida 4/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Outros

2015 Jun

Estado do Rio de Janeiro 96 738

-1 825 6 110

4 286 3706 104 729

Governo estadual

-2 838 5 542

2 704 3308

Capital Demais municípios

89 785

95 796

8 739

175

608

783

546

10 068

-1 785

838

-40

799 -149

-1 135

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

62 |

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Outubro 2015

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio de Janeiro acumularam superavit primário de R$1,8 bilhão no primeiro semestre de 2015, ante R$2,7 bilhões em igual período de 2014. O recuo refletiu o impacto das reversões dos superavits dos governos da capital e dos demais municípios, mitigado parcialmente pelo aumento de R$1,5 bilhão no superavit do governo estadual. Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$6,1 bilhões no semestre (aumento de 34,1% em relação ao primeiro semestre de 2014) e o deficit nominal somou R$4,3 bilhões (R$1,8 bilhão em igual período de 2014). A dívida líquida dos entes governamentais considerados atingiu R$104,7 bilhões em junho, elevandose 8,3% em relação a dezembro de 2014. As dívidas do governo estadual e da capital aumentaram 6,7% e 15,2%, respectivamente, em parte devido ao impacto da depreciação cambial sobre os financiamentos em moeda estrangeira. A arrecadação de ICMS no estado somou R$21,6 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ), redução real de 2,5% relativamente a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). O declínio nos recursos da tributação sobre a maioria das atividades econômicas, em especial sobre petróleo e combustíveis, foi parcialmente compensado pela elevação na arrecadação

sobre energia elétrica. As transferências da União (exceto Fundeb) somaram R$3,0 bilhões, com retração real de 4,9% no período, de acordo com a STN. Tabela 4.29 – Produção agrícola – Rio de Janeiro Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Produção

Pesos

2014

Variação % 2/

2015/2014

2015

Grãos Milho

0,6

11,1

4,6

-58,3

Feijão

0,5

2,5

1,6

-36,7

Outras lavouras Tomate

21,3

207,4

188,5

-9,1

Cana-de-açúcar

18,5

4 783,1

4 019,3

-16,0

Abacaxi (mil frutos)

14,5

109,8

93,2

-15,1

Mandioca

12,0

193,4

154,9

-19,9

Banana

8,8

131,7

146,2

11,0

Café

6,1

17,5

18,6

6,3

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Tabela 4.30 – Produção industrial – Rio de Janeiro Geral e setores selecionados

A safra de cana-de-açúcar, cultura relevante do estado, deverá recuar 16,0% em 2015, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE, reflexo de reduções respectivas de 13,3% e 3,1% na área colhida e na produtividade. Dentre as demais culturas, estão projetados decréscimos para as produções de laranja (20,9%), mandioca (19,9%), abacaxi (15,1%) e tomate (9,1%), e aumentos para as de banana (11,0%) e café (6,3%). A redução anual de 55,9% na estimativa para a safra de grãos do estado repercute recuos de 51,0% na área colhida e de 10,0% na produtividade. A produção industrial fluminense contraiu 0,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,0%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A atividade extrativa decresceu 0,7% e a indústria de transformação aumentou 0,8% (coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, 8,4%; metalurgia, 2,5%; veículos automotores, -26,9%, destacando-se, nesse segmento, o impacto sobre a demanda decorrente da deterioração do mercado de trabalho e das condições mais desfavoráveis no mercado de crédito).

Variação % no período Setores

1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

2/

2/

Ago

Ac. 12 meses

100,0

-1,0

-0,9

Indústrias extrativas

28,1

1,1

-0,7

-4,7 6,2

Indústrias de transformação

71,9

-3,9

0,8

-8,8

Deriv. petróleo e biocomb.

25,9

-3,0

8,4

-7,3

Metalurgia

10,4

-3,7

2,5

-7,1

Veículos, reb. e carrocerias

5,8

-9,0

-26,9

-28,0

Bebidas

3,9

-4,6 ,

3,6

-7,1

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Gráfico 4.15 – Produção industrial – Rio de Janeiro Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 110

Considerados períodos de doze meses, a atividade industrial do estado recuou 4,7% em agosto (-3,3% em maio), resultado de variações respectivas de 6,2% e -8,8% nas indústrias extrativa e de transformação, que registrou retrações em doze dos treze segmentos pesquisados (veículos automotores, -28,0%; coque, derivados de petróleo e combustíveis, -7,3%; metalurgia, -7,1%). O Icei, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), atingiu 35,9 pontos em julho (36,0 pontos em abril e 47,4 pontos em igual período de 2014), menor nível da série iniciada em abril de 2005. A trajetória trimestral derivou de estabilidade no componente que avalia as condições atuais e elevação de 0,4 ponto no que considera as expectativas.

105

Os desembolsos do BNDES para o estado totalizaram R$8,0 bilhões no primeiro semestre do ano (R$12,7 bilhões em período equivalente de 2014).

100 95 90 85 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Indústria geral Indústria extrativa Indústria de transformação Fonte: IBGE

A balança comercial do Rio de Janeiro acumulou deficit de US$22,5 milhões nos nove primeiros meses de 2015 (superavit de US$1,4 bilhão no mesmo período de

Outubro 2015

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| 63

2014), de acordo com o MDIC. As exportações recuaram 28,5% e as importações, 22,4%, totalizando, ambas, US$12,7 bilhões. As vendas e as compras externas de óleos brutos de petróleo, que representaram 55,9% e 8,1% do total exportado e importado pelo estado no período, decresceram 27,9% e 63,0%, na ordem.

Gráfico 4.16 – Índice de Confiança do Empresário Industrial – Rio de Janeiro

Pontos 65 60 55 50 45 40 35 30 25

Abr Jul 2012

Out Jan Abr 2013 Geral

Jul

Out Jan Abr 2014

Jul

Expectativas

Out Jan Abr Jul 2015 Condições atuais

Fonte: Firjan

Tabela 4.31 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Rio de Janeiro

Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

17 730

12 681

-28,5

-16,8

9 963

7 132

-28,4

-22,3 -11,2

7 767

5 549

-28,6

1 605

1 045

-34,9

-8,4

6 162

4 504

-26,9

-12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.32 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Total

Rio de Janeiro

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

16 374

12 704

-22,4

-23,0

Bens de capital

2 970

3 342

12,5

-17,5

Matérias-primas

5 708

5 134

-10,1

-19,1

Bens de consumo

2 232

1 814

-18,7

-16,0

Duráveis

1 151

827

-28,1

-21,6

Não duráveis

1 081

987

-8,7

-9,7

5 463

2 413

-55,8

-46,2

Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015

A evolução das exportações repercutiu redução de 40,5% nos preços, em parte devido ao declínio das cotações internacionais do petróleo, e acréscimo de 20,1% no quantum. Houve recuos nos embarques em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 28,4% (óleos brutos de petróleo, -27,9%), semimanufaturados, 34,9% (semimanufaturados de ferro ou aço, -35,9%) e manufaturados, 26,9%, influenciado por menor volume de operações de sale and lease back de plataformas. As vendas externas direcionadas à China, EUA e Holanda representaram, em conjunto, 51,4% das exportações do estado nos nove primeiros meses do ano. A diminuição das importações repercutiu reduções de 10,1% nos preços e de 13,6% no quantum. Houve recuos das aquisições em todas as categorias de uso, excetuado o aumento de 12,5% nas de bens de capital, impulsionado pelas compras de plataformas da China. Destacou-se a contração de 55,8% nas importações de combustíveis e lubrificantes, reflexo de recuos de 63,0% nas de óleos brutos de petróleo (principalmente da Arábia Saudita e Iraque) e de 64,1% nas de gás natural liquefeito, consequência do desligamento de parte das usinas termelétricas brasileiras. As importações provenientes dos EUA, China, Arábia Saudita e Alemanha representaram, em conjunto, 47,9% das compras do estado no período. O IPCA-RMRJ variou 0,93% no terceiro trimestre de 2015 (1,82% no segundo), de acordo com o IBGE. Ocorreram desacelerações dos preços livres, de 1,54% para 0,69%, e dos monitorados, de 2,55% para 1,55% (plano de saúde, 3,80%; gás de botijão, 8,55%; taxa de água e esgoto, 9,98%; gás veicular, 11,24%). A trajetória dos preços livres repercutiu reduções nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de 1,88% para 1,13% (carnes, 4,54%; brinquedo, 7,77%), e dos não comercializáveis, de 1,33% para 0,42% (alimentação fora do domicílio, 2,49%; empregado doméstico, 2,90%). Ressaltem-se, no trimestre, os aumentos de preços nos grupos saúde e cuidados pessoais, 2,43%, e habitação, 1,20%. O índice de difusão médio atingiu 53,8% no terceiro trimestre (57,4% no segundo e 53,0% em igual período de 2014).

Tabela 4.33 – IPCA – Rio de Janeiro Variação % trimestral Discriminação

1/

Pesos

2014 IV Tri

IPCA Livres

2015 I Tri

II Tri

III Tri

100,0

2,46

4,31

1,82

0,93

71,7

2,41

2,76

1,54

0,69

Comercializáveis

27,4

1,67

1,31

1,88

1,13

Não comercializáveis

44,3

2,87

3,66

1,33

0,42

28,3

2,60

8,54

2,55

1,55

Monitorados Principais itens Alimentação

23,9

2,85

3,57

2,40

0,79

Habitação

17,8

4,40

9,44

3,14

1,20

Artigos de residência

3,6

0,27

0,44

0,51

0,28

Vestuário

4,7

2,47

-0,69

1,70

-0,08 -0,03

Transportes

17,3

2,61

5,10

0,93

Saúde

11,9

1,29

2,22

2,81

2,43

Despesas pessoais

11,3

2,48

4,08

0,62

1,78

Educação

5,0

0,40

7,53

0,43

0,77

Comunicação

4,6

0,13

-1,68

0,43

0,09

A inflação na RMRJ atingiu 9,83% no intervalo de doze meses encerrado em setembro (9,58% em junho). Os preços monitorados aumentaram 15,97% e os livres, 7,59% (comercializáveis, 6,13%; não comercializáveis, 8,51%). Destacaram-se, no período, as elevações de preços nos grupos habitação, 19,26% (energia elétrica, 55,60%) e alimentação e bebidas, 9,94%. A evolução dos principais indicadores econômicos do estado evidencia a continuidade da contração da atividade, em ambiente de persistência de níveis de confiança em patamar reduzido, distensão no mercado de trabalho e condições de crédito mais restritivas. Esse cenário deve permanecer nos próximos trimestres, até que os efeitos da consolidação dos ajustes macroeconômicos em curso conduzam à redução significativa dos desequilíbrios e à formação de ambiente mais propício para a retomada gradual do nível de atividade.

Fonte: IBGE 1/ Referente a setembro de 2015.

Outubro 2015

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São Paulo

Gráfico 4.17 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e São Paulo Dados dessazonalizados 2002 = 100 155 150 145 140 135 Ago Nov Fev Mai 2012 2013

Ago Nov Fev Mai 2014

Ago Nov Fev Mai 2015

IBC-Br

Ago

IBCR-SP

Fonte: IBGE

Tabela 4.34 – Comércio varejista – São Paulo Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

Comércio varejista

2014

2015

Ano

Mai

1/

1/

12 meses -2,1

Ago

1,2

-2,3

-3,2

-2,3

-1,4

-2,5

-5,2

1,4

-1,2

-2,1

-2,0

Tecidos, vestuário e calçados

-5,3

-6,8

-4,5

-6,2

Móveis e eletrodomésticos

-2,6

-9,1

-5,9

-10,5

Combustíveis e lubrificantes Hiper e supermercados

Comércio ampliado Automóveis e motocicletas Material de construção

-6,2

-3,3

-1,3

-7,0

-22,4

-3,5

2,8

-19,1

-3,7

-6,1

-1,8

-6,7

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Gráfico 4.18 – Comércio varejista – São Paulo Dados dessazonalizados 2011 = 100 120 115 110

O PIB de São Paulo recuou 2,6% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, quando havia declinado 1,3%, no mesmo tipo de análise, considerada a série dessazonalizada da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O agregado retraiu 4,0% no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior. A análise de estatísticas mais recentes indica persistência na trajetória de retração da economia do estado, em ambiente de recuo acentuado da atividade industrial, menor dinamismo do mercado de crédito e deterioração das expectativas de empresários e consumidores. Nesse contexto, o IBCR-SP retraiu 0,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando declinara 1,3%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 2,5% em agosto (-2,8% em maio). As vendas do comércio ampliado decresceram 1,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam contraído 3,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -9,7%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, -6,7%; livros, jornais, revistas e papelaria, -6,5%; móveis e eletrodomésticos, -5,9%). As vendas do comércio restrito, excluídas as variações nas de veículos, motos, partes e peças (2,8%) e de material de construção (-1,8%), diminuíram 3,2% no período (recuo de 2,3% no trimestre encerrado em maio).

105 100 95 90 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai 2012 2013 2014 Comérico varejista

Ago Nov Fev Mai 2015 Comércio ampliado

Ago

Fonte: IBGE

Tabela 4.35 – Volume de serviços – São Paulo Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Variação % no período Segmentos

Total Serviços prestados às famílias

2014

2015

Ano

Mai

1/

1/

Ago

12 meses

2,7

0,9

-2,5

0,0

-1,9

-4,2

-1,8

-2,6

Serv. de informação e comunicação

5,1

4,9

0,7

3,2

Serv. profissionais e administrativos

1,9

4,7

2,4

2,9

Transportes e correio

2,6

-3,8

-8,1

-3,8

-4,1

-7,2

-10,7

-6,9

Outros serviços

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

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Outubro 2015

Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado retraiu 7,0% em agosto, ante 8,7% em maio (veículos, motos, partes e peças, -19,1%; móveis e eletrodomésticos, -10,5%; material de construção, -6,7%). O comércio varejista decresceu 2,1% no período (-1,4% em maio). Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no estado diminuíram 6,3% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, quando contraíram 7,5%, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses reduziram 18,1% em setembro (-16,9% em junho). O índice de volumes do setor de serviços de São Paulo diminuiu 2,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS do IBGE (outros serviços, -10,7%; transportes, serviços

auxiliares aos transportes e correios, -8,1%). Considerados períodos de doze meses, o volume de serviços apresentou estabilidade em agosto, ante crescimento de 1,2% em maio (serviços de informação e comunicação, 3,2%; outros serviços, -6,9%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -3,8%). O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas em São Paulo atingiu R$925,5 bilhões em agosto, com expansão de 1,3% no trimestre e de 7,6% em doze meses. As contratações com recursos direcionados totalizaram R$408 bilhões, aumentos respectivos de 1,3% e 13,1%, e as realizadas com recursos livres, R$517,5 bilhões, elevando-se 1,3% no trimestre e 3,7% em doze meses.

Gráfico 4.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/ Variação em 12 meses – % 25 20 15 10 5 0 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 PF PJ 1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Total

A carteira de pessoas físicas, impulsionada pela modalidade financiamento imobiliário, somou R$393,5 bilhões, com aumento de 1,5% no trimestre e de 8,4% em doze meses; e a de pessoas jurídicas totalizou R$532,1 bilhões, com crescimentos de 1,1% no trimestre, enfatizando-se os financiamentos a exportações, e de 7,1% em doze meses. A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 2,8% em agosto, mesmo patamar registrado em maio e em igual período de 2014. A evolução trimestral repercutiu estabilidade na taxa do segmento de pessoas físicas (3,7%) e o aumento de 0,1 p.p. na do segmento de pessoas jurídicas (2,1%). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), atingiu 86,6 pontos em agosto (100,1 pontos em maio e 109,2 pontos em agosto de 2014). A evolução trimestral refletiu reduções de 28,3 pontos no componente que avalia as condições econômicas atuais e de 3,6 pontos no relativo às expectativas.

Tabela 4.36 – Evolução do emprego formal – São Paulo Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

40,8 -28,9 -192,9 -21,2 -107,4

Indústria de transformação

-36,7 -41,2

-46,7 -33,6

-73,7

Comércio

20,6 35,7

-44,8 -15,5

-11,1

Serviços

38,9 20,4

-30,2

13,4

-29,6

Construção civil

-8,4 -14,5

-23,6 -10,5

-14,7

Agropecuária

24,4 -28,9

-39,0

25,6

24,7

Serv. industr. de utilidade pública

-0,3

-0,2

-0,8

-0,5

-1,9

2,3

-0,1

-7,8

-0,0

-1,2

2/

Outros

Fonte: MTE

O arrefecimento na atividade econômica do estado foi evidenciado na eliminação de 107,4 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 40,8 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes na indústria de transformação (73,7 mil) e no setor de serviços (29,6 mil), e a geração de 24,7 mil postos na agropecuária. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,1% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia declinado 0,8%, no mesmo tipo de comparação.

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Gráfico 4.20 – Taxa de desemprego aberto – São Paulo

% 9 8 7 6 5 4

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

2012

Jun

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

Dez

A taxa de desemprego da RMSP, mensurada pela PME do IBGE, atingiu 7,7% no trimestre encerrado em agosto (5,0% em igual período de 2014), resultado de retração de 0,8% na população ocupada e expansão de 2,1% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real recuaram 4,1% e 4,9%, respectivamente, no período considerado. Na margem, de acordo com a série dessazonalizada, a taxa média de desemprego atingiu 7,6% no trimestre encerrado em agosto (5,8% no finalizado em maio).

2015

A taxa de desemprego, mensurada pela PNADC, do IBGE, atingiu 9,0% no estado, no trimestre encerrado em junho (7,0% em igual período de 2014), com queda de 0,3% da ocupação e elevação de 1,9% da força de trabalho. O rendimento real médio habitual aumentou 5,0% e a massa salarial, 4,7%, no período.

Fonte: IBGE

As horas trabalhadas na indústria paulista diminuíram 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam declinado 3,5%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No período de doze meses até agosto, o indicador recuou 11,0%. Tabela 4.37 – Necessidades de financiamento – São Paulo1/ R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Estado de São Paulo

-6 589

-10 250

16 323

19 608

Governo estadual

-1 871

-3 129

11 556

14 030

Capital

-3 456

-5 324

4 659

5 467

Demais municípios

-1 263

-1 797

107

111

1/ Inclui inform. do Estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 4.38 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – São Paulo1/ R$ milhões UF

Dívida

Est. de São Paulo

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

297 864

Capital Demais municípios

Dívida 4/

2014

Governo estadual 218 107

2/

Fluxos acumulados no ano Outros

-10 250 19 608

2015 Jun

9 357 5 725 312 946

-3 129 14 030 10 900 4 519 233 527

74 954

-5 324

4 803

-1 797

5 467

144

709

75 806

111 -1 687

497

3 614

1/ Inclui inform. do Estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

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Outubro 2015

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de São Paulo somou R$10,3 bilhões no primeiro semestre de 2015. O aumento de 55,6% em relação a igual período de 2014 refletiu elevações de 67,3%, 54,1% e 42,4% nos resultados das respectivas esferas governamentais. Os juros nominais, apropriados por competência, acumularam R$19,6 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$16,3 bilhões em igual período de 2014), resultado de expansões respectivas de 21,4%, 17,3% e 3,0% nas esferas mencionadas. O deficit nominal totalizou R$9,4 bilhões (R$9,7 bilhões no primeiro semestre de 2014). O estoque da dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$312,9 bilhões em junho de 2015 (61,0% da dívida do Sudeste), elevando-se 5,1% em relação a dezembro de 2014. A arrecadação de ICMS no estado totalizou R$82,1 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, de acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo, recuo real de 1,8% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). De acordo com a STN, as transferências da União para o

estado somaram R$9,1 bilhões, recuando 0,4%, em termos reais, no período. Tabela 4.39 – Produção agrícola – São Paulo Itens selecionados Em mil toneladas 1/

Discriminação

Pesos

2/

Var. %

Produção 2014

Produção de grãos

2015

2015/2014

6 132

6 973

Arroz (em casca)

0,1

43

48

13,7 12,1

Feijão

1,4

198

170

-14,3

Milho

4,6

3 601

3 957

9,9

Soja

4,5

1 627

2 197

35,0

3,2

200

218

9,3

Outras lavouras selecionadas Café Cana-de-açúcar

62,1 353 212 368 174

Laranja

7,7

10 194

11 623

4,2 14,0

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 4.21 – Abates de animais – São Paulo Média móvel trimestral 2012 = 100 125 115 105 95 85 75 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Fonte: Mapa

Bovinos

Aves

Suínos

Gráfico 4.22 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral

A produção paulista de grãos está estimada em 7,0 milhões de toneladas, para 2015, de acordo com o LSPA/ IBGE de setembro. O aumento anual de 13,7% incorpora projeções de aumentos para as safras de soja (35,0%) e de milho (9,9%). As demais culturas relevantes para o estado – café, laranja e cana-de-açúcar – deverão crescer, na ordem, 9,3%, 14% e 4,2%, no ano. Os abates de suínos, aves e bovinos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram 5,8%, -0,3% e -12,5%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Mapa. O crescimento da demanda internacional e doméstica impulsionou os abates de suínos, enquanto no segmento de carne bovina, a retração dos abates refletiu margens estreitas do setor atacadista, pressionado por custos em elevação, e o desaquecimento da demanda. A produção da indústria paulista recuou 3,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando contraíra 2,4%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE. Destacaram-se as reduções nas atividades equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (20,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (11,9%), produtos têxteis (9,4%) e produtos de borracha e de material plástico (8,0%), e a elevação de 3,4% na indústria de produtos farmoquímicos e farmacêuticos. Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial do estado recuou 9,0% em agosto, ante 7,8% em maio (veículos automotores, reboques e carrocerias, -18,2%; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -13,7%; artigos do vestuário e acessórios, -12,6%; produtos alimentícios, -12,5%; metalurgia, -11,7%; máquinas e equipamentos, -10,6%).

2012 = 100 110 105 100 95 90 85

80 Ago Nov Fev Mai 2012 2013 Fonte: IBGE

Ago Nov

Fev Mai 2014 São Paulo

Ago Nov

Fev Mai 2015 Brasil

Ago

As vendas reais da indústria paulista diminuíram 3,0% no trimestre encerrado em agosto, em comparação ao encerrado em maio, quando declinaram 1,7%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fiesp. O Nuci diminuiu 2,5 p.p. no trimestre, para 75,7%. O Icei de São Paulo, calculado pela CNI, atingiu 30,2 pontos em setembro (32,8 pontos em junho e 39,9 pontos em setembro de 2014) – menor patamar da série, iniciada em janeiro de 2007 –, permanecendo na área de

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 4.40 – Produção industrial – São Paulo Geral e setores selecionados Variação % no período 1/

Setores

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

100,0

2/

2/

12 meses

-3,5

-9,0

Ago

-2,4

Veículos, reboques e carrocerias

16,2

-6,1 -11,9

-18,2

Produtos alimentícios

14,8

10,1

1,7

-12,5

Deriv. petróleo e biocombustíveis

10,9

-3,6

-3,4

-0,5

7,9

-3,2

-2,7

-10,6

Máquinas e equipamentos Outros produtos químicos

7,2

-0,6

-0,6

-8,0

Produtos de borracha e plástico

5,4

-4,0

-8,0

-5,7

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.41 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

São Paulo

Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/

Manufaturados

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

38 505

33 689

-12,5

-16,8

5 138

4 629

-9,9

-22,3

33 366

29 060

-12,9

-11,2

4 661

3 785

-18,8

-8,4

28 705

25 275

-12,0

-12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.42 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

São Paulo 2014

Total

Brasil

2015

Var. %

Var. %

65 008 49 497

-23,9

-23,0

Bens de capital

14 890 12 111

-18,7

-17,5

Matérias-primas

31 508 25 475

-19,1

-19,1

Bens de consumo

9 862

8 869

-10,1

-16,0

Duráveis

3 668

3 252

-11,3

-21,6

Não duráveis

6 194

5 617

-9,3

-9,7

8 749

3 041

-65,2

-46,2

Combustíveis e lubrificantes

pessimismo pelo vigésimo quarto mês. O desempenho no trimestre repercutiu reduções nos componentes que avaliam as condições atuais (0,9 ponto) e as expectativas (3,5 pontos).

Fonte: MDIC/Secex

O deficit da balança comercial de São Paulo somou US$15,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2015. A retração de 40,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu recuos respectivos de 12,5% e 23,9% nas exportações e nas importações, que totalizaram, na ordem, US$33,7 bilhões e US$49,5 bilhões. O comportamento das exportações, evidenciando variações de -12,6% nos preços e de 0,1% no quantum, refletiu recuos das vendas em todas as categorias de fator agregado: semimanufaturados, 18,8% (açúcar de cana em bruto, -30,1%), manufaturados, 12,0% (óleos combustíveis, -75,1%; máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração, etc., -34,0%) e básicos, 9,9% (carnes de bovinos, -33,9%). As exportações para os EUA, Argentina, China, Holanda e México representaram, em conjunto, 46,2% das vendas do estado no período, com destaque para as reduções respectivas de 32,3% e 22,6% nas direcionadas à Holanda e ao México. A redução das importações, resultante de recuos de 8,9% nos preços e de 16,4% no quantum, foi influenciada, em especial, pelos decréscimos de 65,2% nas compras de combustíveis e lubrificantes e de 19,1% nas de matériasprimas e produtos intermediários (partes e peças para veículos automóveis e tratores, -26,8%). As aquisições provenientes dos EUA, China, Alemanha, Coreia do Sul e Japão representaram, em conjunto, 52,3% do total importado pelo estado no período, com ênfase para as retrações das importações originárias da Alemanha (21,3%) e da Coreia do Sul (21,0%). O IPCA da RMSP variou 1,75% no terceiro trimestre do ano (2,07% no segundo), resultado de desaceleração dos preços livres (de 1,93% para 1,22%) e aceleração dos monitorados (de 2,51% para 3,44%), destacando-se, nesse segmento, as elevações de preços dos itens tarifas de energia elétrica (13,03%), gás de botijão (11,83%), taxas de água e esgoto (5,55%) e planos de saúde (3,80%). A trajetória dos preços livres refletiu desacelerações dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,85% para 1,12% (tubérculos, de 20,79% para -21,16%), e dos bens comercializáveis, de 2,03% para 1,36% (leites e derivados, 4,00%; carnes, 1,61%; e vestuário, 0,98%). O índice de difusão médio atingiu 56,1% no terceiro trimestre do ano (61,0% no segundo).

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

Tabela 4.43 – IPCA – São Paulo Variação % no período Discriminação

IPCA

1/

Pesos

2014

2015

Ano

II Tri

III Tri 12 meses

100,0

6,10

2,07

1,75

9,82

75,8

7,11

1,93

1,22

7,49

Comercializáveis

33,3

6,28

2,03

1,36

6,12

Não comercializáveis

42,5

7,78

1,85

1,12

8,59

24,2

2,75

2,51

3,44

17,78

Alimentação

23,7

8,12

3,12

1,36

9,70

Habitação

15,3

6,51

2,56

5,03

21,07

Artigos de residência

3,8

4,98

1,95

0,60

3,49

Vestuário

5,5

3,91

2,73

0,99

4,48

Transportes

19,6

3,79

-0,24

0,29

7,81

Saúde

11,7

7,49

3,12

2,17

8,79

Despesas pessoais

11,4

8,86

3,27

1,67

9,46

Educação

5,1

8,05

0,56

1,69

9,79

Comunicação

3,9 -3,64

0,54

0,37

-0,03

Livres

Monitorados Principais itens

A variação do IPCA da RMSP atingiu 9,82% no período de doze meses encerrado em setembro, ante 9,02% no finalizado em junho, trajetória decorrente de acelerações dos preços monitorados, de 14,98% para 17,78%, e dos preços livres, de 7,27% para 7,49%. A atividade econômica paulista voltou a registrar resultados negativos no trimestre encerrado em agosto, repercutindo, especialmente, a retração da indústria, em ambiente de desaceleração do mercado de crédito e deterioração do emprego e da renda. Deve ser considerado, no entanto, que o novo patamar da taxa de cambio favorece a competitividade externa da indústria do estado e poderá, nos próximos trimestres, atenuar os impactos da retração observada na demanda doméstica.

Fonte: IBGE 1/ Referente a setembro de 2015.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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5

Região Sul

Os principais indicadores da atividade do Sul evidenciam continuidade do processo de arrefecimento da economia da região. Nesse sentido, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, mitigado pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial. Nesse cenário, o IBCR-S recuou 2,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,1%, nesse tipo de comparação, dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o indicador recuou 0,2% em agosto (elevações de 0,1% em maio e de 1,6% em agosto de 2014).

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sul Dados dessazonalizados 2002 = 100 155 150 145 140 135 130 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 IBC-Br

IBCR-S

Gráfico 5.2 – Comércio varejista – Sul Dados dessazonalizados 2011 = 100 125 120 115 110 105 100 95 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Restrito

Ampliado

Fonte: IBGE

Tabela 5.1 – Comércio varejista – Sul Geral e setores selecionados Variação % no período Discriminação

Comércio varejista

2014

2015

Ano

Mai

1/

1/

Ago

12 meses

1,9

-1,6

-2,7

Combustíveis e lubrificantes

4,7

1,1

-3,6

0,5

Hiper e supermercados

0,8

-1,8

-2,9

-0,9

Tecidos, vestuário e calçados

0,0

-3,2

-2,6

-5,2

Móveis e eletrodomésticos

0,9

-3,5

-5,0

-6,0

Comércio varejista ampliado

-0,6

-4,2

-4,2

-5,7

Automóveis e motocicletas

-5,3

-11,3

-5,1

-13,8

2,8

-3,3

-3,4

-2,7

Material de construção Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

-1,1

As vendas do comércio ampliado da região retraíram 4,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando recuaram 4,2%, no mesmo tipo de comparação, dados dessazonalizados da PMC do IBGE (veículos, -5,1%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -8,4%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (3,4%), recuou 2,7% no período, ante -1,6% no trimestre finalizado em maio. Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado decresceram 5,7% em agosto, ante 5,2% em maio (veículos, -13,8%; móveis, -8,6%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (-2,7%), retraiu 1,1% no período (aumento de 0,3% até maio). As vendas de automóveis e comerciais leves novos totalizaram 346,7 mil unidades nos nove primeiros meses do ano, de acordo com a Fenabrave, recuando 28,2% em relação a igual período de 2014 (comerciais leves, -61,3%). O volume do setor de serviços recuou 3,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014, segundo a PMS do IBGE (transportes e correios,

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 5.2 – Volume de serviços – Sul Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014 Ano

Total

2015 Mai

1/

1/

12 meses

Ago

3,1

-3,6

-3,2

-1,7

-0,3

-8,4

-5,0

-3,4

9,4

1,8

0,7

3,4

Serviços profissionais e administrativos -0,3

-3,9

-2,8

-1,4

Serviços prestados às famílias Serviços de informação e comunicação Transportes e correios Outros serviços

-0,5

-8,0

-6,6

-6,3

3,3

-5,1

-9,6

-3,7

Fonte: IBGE

-6,6%; outros serviços, -9,6%). Considerados intervalos de doze meses, o indicador decresceu 1,7% em agosto (transportes e correios, -6,3%; outros serviços, -3,7%). O saldo das operações de crédito superiores a R$1mil contratadas no Sul somou R$544,7 bilhões em agosto, aumentando 0,1% no trimestre e 6,5% em doze meses. As operações com recursos direcionados somaram R$292,1 bilhões (aumentos respectivos de 0,3% e 9,7%) e as efetuadas com recursos livres, R$252,7 bilhões, variando -0,2% no trimestre e 3,0% em doze meses.

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

A carteira de pessoas físicas totalizou R$290,6 bilhões, crescendo 1,3% no trimestre e 10,4% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas somou R$254,1 bilhões, com recuo de 1,3% no trimestre e elevação de 2,3% em doze meses, destacando-se a redução no saldo das operações contratadas pela indústria de transformação (principalmente de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto e de máquinas e equipamentos) e pelo segmento serviços industriais e de utilidade pública (sobretudo na geração, transmissão e distribuição de eletricidade e gás).

Gráfico 5.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/ Variação em 12 meses – % 25 20 15 10 5 0 Mai 2013

Ago

Nov

Fev 2014 PF

Mai

Ago

Nov

Fev 2015

PJ

Mai

Ago

Total

1/ Operações com saldo superior a R$ 1 mil.

A inadimplência das operações de crédito da região atingiu 2,8% em agosto, aumentando 0,2 p.p. no trimestre e 0,3 p.p. em doze meses. A evolução trimestral repercutiu elevação de 0,1 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,3 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 2,8%. Os desembolsos do Sistema BNDES totalizaram R$19,3 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 (R$23,8 bilhões em igual período de 2014), dos quais 45,6% destinados às micro, pequenas e médias empresas. Tabela 5.3 – Evolução do emprego formal – Sul Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total

-2,9

Indústria de transformação

2015 Nov 51,7

-19,9 -13,8

Fev

Mai

Ago

-68,9 -11,0 -103,6 -26,4

-8,0

-57,9

-23,3

0,3

-21,7

Comércio

-1,6

38,6

Serviços

18,6

22,6

-6,5

9,9

-13,7

Construção civil

-2,2

-4,2

-13,1

-3,2

-11,0

Agropecuária

1,4

8,0

2,1 -11,2

2,1

Serviços ind. de utilidade pública

0,3

0,2

0,5

-0,4

-0,3

0,4

0,2

-2,2

1,5

-1,1

2/

Outros

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

74 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

O indicador ICF, elaborado pela CNC, atingiu 86,1 pontos no terceiro trimestre de 2015 (100,8 pontos no segundo e 127,6 pontos em igual trimestre de 2014). O índice situou-se na zona que indica insatisfação dos consumidores (abaixo dos 100 pontos) pelo quarto mês em sequência, repercutindo piora nos sete componentes, em especial nos relativos ao acesso ao crédito e à perspectiva de consumo. O Índice Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela CNC, atingiu 81,4 pontos no terceiro trimestre de 2015 (81,8 pontos no segundo e 105,3 pontos em igual intervalo de 2014), patamar 1,5 ponto inferior ao do indicador nacional. O indicador encontra-se em área que aponta falta de confiança (abaixo de 100 pontos), refletindo,

sobretudo, a avaliação das condições atuais da economia brasileira.

Tabela 5.4 – Necessidades de financiamento – Sul

1/

R$ milhões Resultado primário

Discriminação

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Total

-2 925

-4 604

4 498

5 324

Governos estaduais

-2 010

-4 071

4 413

5 272

134

-75

26

38

-1 049

-457

59

13

Capitais Demais municípios

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 5.5 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Sul1/ R$ milhões Discriminação

Dívida 2014 Dez

Total

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 4/

Nominal

2015

Outros

Primário Juros Total

3/

Jun

83 907

-4 604 5 324

720 2 020

86 647

Governos estaduais 85 423

-4 071 5 272

1 200 1 981

88 604

Capitais Demais municípios

1 059

-75

38

-37

24

1 046

-2 575

-457

13

-444

15

-3 004

A economia do Sul eliminou 103,6 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (-2,9 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE, dos quais 57,9 mil na indústria de transformação (10,9 mil relativos a demissões sazonais na indústria da borracha, fumo e couro), 21,7 mil no comércio, 13,7 mil em serviços e 11 mil na construção civil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando retraiu 0,4%. O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sul totalizou R$4,6 bilhões no primeiro semestre (R$2,9 bilhões em igual período de 2014). Houve aumento de 102,5% no superavit dos governos estaduais; reversão, de deficit de R$134 milhões para superavit de R$75 milhões, no resultado das capitais; e redução de 56,4% no resultado superavitário dos demais municípios.

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Tabela 5.6 – Dívida líquida – Sul1/ R$ milhões Discriminação

2013

2014

Dez

2015

Dez

Jun

Dívida bancária

6 660

9 919

10 222

2/

Renegociação

64 542

65 822

68 303

Dívida externa

7 599

10 197

11 924

Outras dívidas junto à União

3 776

3 768

3 884

Dívida reestruturada Disponibilidades líquidas Total (A) 3/

Brasil (B)

298

213

248

-5 742

-6 012

-7 934

77 135

83 907

86 647

578 634

655 704

687 821

13,3

12,8

12,6

(A/B) (%)

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000. 3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Os juros, apropriados por competência, somaram R$5,3 bilhões no semestre, ante R$4,5 bilhões em igual período de 2014, evolução associada à variação do IGP-DI, principal indexador da dívida renegociada junto à União, passivo que representa a maior parcela do endividamento regional. O resultado nominal totalizou deficit de R$720,0 milhões no período (R$1,6 bilhão no primeiro semestre de 2014). Considerados dados consolidados, os governos dos três estados, das capitais e dos principais municípios do Sul acumularam superavit primário de R$2,2 bilhões no período de doze meses até agosto (R$1,6 bilhão em 2014). A apropriação de juros totalizou R$9,9 bilhões e o resultado nominal, deficit de R$7,7 bilhões (R$7,2 bilhões e deficit de R$5,6 bilhões, na ordem, em 2014). A dívida líquida dos três segmentos considerados atingiu R$92,3 bilhões em agosto de 2015 (68,6% do Rio Grande do Sul), elevando-se 10,0% em relação a dezembro de 2014 e passando a representar 12,6% do endividamento de todas as regiões. A receita de ICMS totalizou R$44,1 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Cotepe do Ministério da Fazenda, aumentando 3,8% em termos reais (considerado o IGP-DI como deflator), em relação a igual intervalo de

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 5.7 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Sul

1/

R$ milhões UF

Dezembro de 2014 Dívida

Agosto de 2015 2/

Fluxos 12 meses

Fluxos 12 meses

Dívida

Primário Nominal

3/

Primário Nominal3/

PR

17 074

624

1 843

18 297

199

1 902

RS

58 075

-975

4 032

63 287

-1 632

5 201

SC

8 758

-1 248

-226

10 704

-784

584

83 907

-1 599

5 649

92 288

-2 216

7 687

4/ Brasil (B) 655 704

10 713

67 433

730 720

4 284

82 410

-14,9

8,4

12,6

-51,7

9,3

Total (A) (A/B) (%)

12,8

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 5.8 – Produção agrícola – Sul Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Pesos

2/

Variação %

Produção 2014

2015

2015/2014

Grãos

72,0

70 738

77 561

9,6

Soja

40,2

29 533

34 813

17,9

Milho

14,0

24 266

24 684

1,7

Arroz (em casca)

8,6

9 477

9 926

4,7

Trigo

5,3

5 652

6 233

10,3

Feijão

3,3

1 086

964

-11,3

1,7

Outras lavouras Fumo

8,1

842

856

Cana-de-açúcar

4,0

50 131

52 094

3,9

Mandioca

3,8

5 440

5 802

6,7

Maçã

1,5

1 372

1 263

-8,0

Uva

1,3

961

1 026

6,7

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Tabela 5.9 – Preços médios pagos ao produtor – Sul Variação % no período Produtos

2015 1/

Trimestre

(Set)

(Jul-Set)

Mês

2/

Acumulado

2014. A receita aumentou 5,3% no período de doze meses encerrado em agosto. As transferências da União, incluídos os recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), somaram R$14,4 bilhões nos oito primeiros meses do ano e R$21,4 bilhões no intervalo de doze meses até agosto, conforme a STN, com reduções reais respectivas de 1,5% e 1,4%. A safra de grãos do Sul para 2015 está estimada em 77,6 milhões de toneladas (36,9% da produção nacional), de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. O aumento anual de 9,6% repercutiu projeções de elevações para as colheitas de trigo (10,3%), soja (17,9%), arroz (4,7%) e milho (1,7%), e recuo de 11,3% para a de feijão. Dentre as demais culturas, assinale-se a projeção de redução de 8,0% para a produção de maçã. As cotações médias de milho, arroz, soja, feijão e trigo variaram 1,3%, 0,2%, -0,1%, -6,9%, e -13%, respectivamente, nos nove primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo do ano anterior, de acordo com a Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR4. O VBP real5 das lavouras, calculado em setembro pelo Mapa, deverá crescer 3,0% em 2015, destacando-se as projeções de aumentos respectivos de 10,3% e 2,1% para os da soja e do trigo, e de reduções para os do milho (8,0%), feijão (3,8%) e arroz (1,7%). Os abates de bovinos, aves e suínos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram -13,8%, -0,1% e 5,4%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, conforme o Mapa. No mesmo período, as cotações médias desses produtos variaram, na ordem, 22%, 3,4% e -1,8%, de acordo com a Emater/RS, a Cepa/SC, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP) e a Seab/ PR, e as respectivas exportações oscilaram -18,3%, 10% e 10,3%, segundo o MDIC.

3/

no ano

Soja

5,9

12,3

-0,1

Arroz (em casca)

4,2

-2,4

0,2

Feijão

4,1

-8,7

-6,9

Milho

7,1

6,3

1,3

Trigo

2,2

-0,5

-13,0

O VBP real5 da pecuária deverá aumentar 0,1% em 2015, conforme estimativa do Mapa realizada em setembro, reflexo de variações nos relativos aos itens leite (-7,1%), frango (-0,6%), suínos (2,6%), ovos (6,4%) e bovinos (8,1%).

Fontes: Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR 1/ Em relação ao mês anterior.

A produção industrial do Sul recuou 2,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em

2/ Em relação ao trimestre anterior. 3/ Até setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior.

4/ Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS); Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Cepa/SC); e Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná (Seab/Pr). 5/ Corrigido pelo IGP-DI.

76 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

Tabela 5.10 – Indicadores da pecuária – Sul Agosto de 2015 Variação % no ano Discriminação

Abates

Exportações

Preços

(nº de animais)

(kg)

(R$)

Bovinos Suínos Aves

-13,8

-18,3

22,0

5,4

10,3

-1,8

-0,1

10,0

3,4

Fonte: Mapa, Emater/RS, Cepea/USP, Seab/PR, Cepa/SC e MDIC

Gráfico 5.4 – Abates de animais – Sul Média móvel trimestral 2010 = 100 140 120 100 80 60 Ago 2012

Dez

Abr 2013

Ago

Dez

Abr 2014

Bovinos

Ago

Dez

Abr 2015

Aves

Ago

Tabela 5.11 – Produção industrial – Sul Geral e setores selecionados Variação % no período 1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

A análise em doze meses mostra que a produção industrial do Sul contraiu 6,6% em agosto (-7,1% até maio), repercutindo recuos em catorze das dezoito atividades pesquisadas (veículos, -20,3%; metalurgia, -19,6%; máquinas e equipamentos, -14,7%; e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -10,7%). O Icei do Sul, elaborado pela CNI, atingiu 35,5 pontos no terceiro trimestre de 2015 (38,2 pontos no segundo e 43,6 pontos em igual período de 2014). O indicador manteve-se em zona que aponta reduzida confiança dos empresários (abaixo de 50 pontos) pelo sexto trimestre consecutivo.

Suínos

Fonte: Mapa

Discriminação

maio, quando decrescera 1,4% nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE (máquinas e equipamentos, -9,6%; veículos, -5,7%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -13,1%; celulose, papel e produtos de papel, 19,0%).

2/

2/ Ago 12 meses

100,0

-1,4

-2,9

-6,6

Produtos alimentícios

19,7

0,8

0,7

-0,9

Veículos, reboques e carrocerias

13,6

-13,3

-5,7

-20,3

Máquinas e equipamentos

8,8

-2,4

-9,6

-14,7

Derivados petróleo e biocombustíveis

8,3

3,9

-3,6

-2,0

Outros produtos químicos

5,7

2,6

-3,8

1,5

Produtos de metal

5,7

-3,3

-4,5

-8,5

Artigos de vestuário e acessórios

3,9

4,4

14,1

-2,3

Máquinas, aparelhos e mat. elétricos

4,0

-4,4 -13,1

-10,7

Fonte: IBGE 1 /Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

Gráfico 5.5 – Produção industrial Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 110 105 100 95

Os estoques de produtos finais da indústria de transformação do Sul permaneceram acima do planejado no trimestre finalizado em agosto (56,6 pontos), e em patamar semelhante aos observados nos trimestres encerrados em maio de 2015 e em agosto de 2014, segundo indicador da Sondagem Industrial da CNI. Valores acima de 50 pontos refletem percepção de estoques em excesso. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria do Sul6 atingiu 76,5% no trimestre finalizado em agosto (77,5% no encerrado em maio), dados dessazonalizados. As vendas de ônibus e caminhões totalizaram 15,1 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave, recuando 44,9% em relação a igual período de 2014. A balança comercial do Sul foi superavitária em US$3,4 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (deficit de US$1,9 bilhão em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$31,1 bilhões e as importações, US$27,7 bilhões, reduzindo-se 10,1% e 24,3%, respectivamente, no período.

90 85 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Brasil Sul Fonte: IBGE

A retração das exportações repercutiu variações de 6,9% no quantum e de -15,9% nos preços. Os embarques de produtos básicos (52,3% do total) recuaram 12,1% (soja,

6/ Calculado a partir de ponderação dos indicadores de cada estado, divulgados pela Fiergs, Fiesc e Fiep, pela participação das indústrias dos estados respectivos na produção do Sul, considerada a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE para 2010.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Gráfico 5.6 – Confiança do empresariado – Sul Em pontos 70

140

60

120 Linha de confiança

50

100

40

80

30 Jun 2013

Set

60 Mar Jun Set Dez Mar Jun Set 2014 2015 Índice de Confiança do Empresário Industrial Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.) Dez

Fontes: CNI e CNC

Tabela 5.12 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Sul

Total

Brasil

2014

2015

Var. %

Var. %

34 593

31 098

-10,1

Básicos

18 508

16 268

-12,1

-22,3

Industrializados

16 084

14 830

-7,8

-11,2

2 568

2 352

-8,4

-8,4

13 516

12 478

-7,7

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados

-16,8

-16,6%; carne de frango, -3,7%; fumo, -11,6%; carne de suíno, -10,3%); os de manufaturados, 7,7% (motores para veículos, -14,4%; motores, geradores e transformadores elétricos, -24%); e os de semimanufaturados, 8,4% (açúcar de cana, -15,0%; couros e peles, -22,6%). China, EUA e Argentina adquiriram, em conjunto, 38,8% das vendas externas da região nos nove primeiros meses do ano, com variações respectivas de -6,6%, -8,3% e -5,7%, em relação ao mesmo período de 2014. O desempenho das importações refletiu decréscimos de 14,1% na quantidade e de 11,8% nos preços. Houve reduções nas compras em todas as categorias de uso: matérias-primas e de produtos intermediários (53,6% do total), 22,5% (naftas, -43,9%; partes e peças para veículos, -24,6%; adubos e fertilizantes, -23,5%); bens de capital, 18,7% (veículos de carga, -28,4%); bens de consumo, 21,9% (automóveis, -43,3%); combustíveis, 46,6%. As aquisições provenientes da China, Argentina e EUA responderam, em conjunto, por 42,6% das compras da região nos nove primeiros meses do ano, com variações respectivas de -10,4%, -29,7% e -8,8% em relação a igual intervalo de 2014.

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.13 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Sul

Brasil

2014

2015

36 531

27 671

-24,3

-23,0

Bens de capital

6 860

5 577

-18,7

-17,5

Matérias-primas

19 122

14 827

-22,5

-19,1

6 613

5 166

-21,9

-16,0

Duráveis

3 531

2 500

-29,2

-21,6

Não duráveis

3 082

2 666

-13,5

-9,7

3 935

2 101

-46,6

-46,2

Total

Bens de consumo

Combustíveis e lubrificantes

Var. %

Var. %

Gráfico 5.7 – IPCA – Índice de difusão – Sul Média móvel trimestral % 70

65

60

55

50 Set

Dez Mar Jun 2014

Set

O comportamento dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,79% para 1,92% (vestuário, -0,06%; leites e derivados, de 9,49% para 0,48%) e dos não comercializáveis, de 2,12% para 1,22% (tubérculos, -15,72%; automóvel usado, -1,53%; passagens aéreas, -3,69%). O índice de difusão atingiu 62,5% no trimestre encerrado em setembro (66,8% no finalizado em junho e 53,6% em igual período de 2014).

Fonte: MDIC/Secex

Set Dez Mar Jun 2013 2013

A variação do IPCA no Sul7 atingiu 1,78% no terceiro trimestre de 2015, ante 2,73% no segundo. Houve desacelerações nos preços livres, de 2,44% para 1,56%, e nos monitorados, de 3,69% para 2,49% (produtos farmacêuticos, -1,63%).

Dez Mar Jun 2015

Set

Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da região variou 10,80% em setembro (9,77% em junho). Os preços monitorados aceleraram de 18,26% para 18,49% e os livres, de 7,37% para 8,59%, reflexo de aumentos nas variações dos preços dos bens comercializáveis, de 6,78% para 8,35%, e dos não comercializáveis, de 7,94% para 8,82%.

Fonte: IBGE

7/ Calculado com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Curitiba, ponderados pelos pesos destas regiões na composição do IPCA nacional.

78 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

Tabela 5.14 – IPCA – Sul Variação % trimestral Discriminação

1/

Pesos

2014 IV Tri

IPCA

2015 I Tri

II Tri

III Tri

100,0

1,76

4,13

2,73

1,78

76,3

1,71

2,62

2,44

1,56

Livres Comercializáveis

37,1

0,98

2,43

2,79

1,92

Não comercializáveis

39,2

2,40

2,80

2,12

1,22

23,7

1,93

9,39

3,69

2,49

Monitorados Principais itens Alimentação

25,0

2,27

3,97

3,02

1,99

Habitação

16,1

2,29

10,74

3,16

4,11

Artigos de residência

4,6

0,27

1,15

2,94

2,43

Vestuário

6,7

1,84

-0,09

3,04

-0,06

Transportes

18,6

2,21

4,51

1,22

0,93

Saúde

11,2

0,96

1,68

4,57

1,29

Despesas pessoais

10,3

1,62

2,54

3,62

1,28

Educação

3,9

0,37

6,27

0,24

1,47

Comunicação

3,6

0,13

-1,32

0,85

0,37

O nível de atividade do Sul seguiu repercutindo os efeitos da retração do emprego, da moderação do crédito e do excesso de estoques sobre as atividades industrial e comercial, em ambiente de deterioração da confiança dos empresários. Contudo, os bons resultados da produção agrícola e do setor externo, estimulado pela depreciação cambial, tendem a contribuir positivamente para a atividade econômica da região. Os resultados da implementação das medidas macroeconômicas propostas pelo governo central e o encaminhamento de solução para as dificuldades enfrentadas pelos governos regionais concorrem para a reversão das expectativas e gradual retomada da atividade no médio prazo.

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

Outubro 2015

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Paraná As atividades varejista e industrial apresentaram retração no Paraná, no trimestre encerrado em agosto, com desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho. Esse impacto foi mitigado, em parte, pelo maior dinamismo da agricultura e da balança comercial. Nesse contexto, o IBCR-PR recuou 1,5% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando havia decrescido 0,7%. Considerados períodos de doze meses, o indicador aumentou 0,7% em agosto (0,5% em maio).

Gráfico 5.8 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Paraná Dados dessazonalizados 2002 = 100 165 160 155 150 145 140 135 130 125 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 IBC-Br IBCR-PR

Gráfico 5.9 – Comércio varejista – Paraná Dados dessazonalizados 2011 = 100

130 120 110 100 90 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Restrito

Ampliado

Fonte: IBGE

Tabela 5.15 – Índice de vendas no varejo – Paraná Geral e setores selecionados Variação % no período Setores

Comércio varejista

2014

2015

Ano

Mai

1/

1/

Ago

12 meses

2,3

-2,7

-2,3

0,0

Combustíveis e lubrificantes

5,2

-0,7

-1,7

1,7

Hiper e supermercados

3,2

-2,9

-1,5

1,4

Tecidos, vestuário e calçados

0,1

-3,5

-1,4

-6,1

-3,1

-7,6

-4,5

-7,0

Móveis e eletrodomésticos Comércio ampliado Automóveis e motocicletas Material de construção

-3,0

-5,3

-1,8

-5,3

-10,5

-11,4

-0,6

-13,2

-3,3

0,3

-2,6

-6,7

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

As vendas do comércio ampliado recuaram 1,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando diminuíram 5,3%, no mesmo tipo de comparação, dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções nos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -14,3%; livros, jornais, revistas e papelaria, -11,0%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos (-0,6%) e de material de construção (-2,6%), recuou 2,3% no período (-2,7% no trimestre até maio). Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado contraíram 5,3% em agosto de 2015 (-5,8% em maio), mantendo-se na trajetória de desaceleração iniciada em setembro de 2014 (livros, jornais, revistas e papelaria, -14,7%; veículos, motos, partes e peças, -13,2%). Excluídas as reduções nas vendas de veículos (13,2%) e de material de construção (6,7%), o comércio varejista registrou estabilidade em agosto (0,6% em maio). As vendas de automóveis e veículos comerciais decresceram 8,4% no trimestre encerrado em setembro de 2015, em relação ao finalizado em junho, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave e do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv PR). O volume do setor de serviços do Paraná reduziu 4,1% no trimestre finalizado em agosto de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS, do IBGE (outros serviços, -11,7%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, -5,8%). Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 3,3% em agosto de 2015 (-1,9% em maio), com destaque para a retração de 8,3% no segmento outros serviços. O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil, realizadas no Paraná, totalizou R$207,5 bilhões

80 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Outubro 2015

Tabela 5.16 – Volume de serviços – Paraná Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Variação % no período Segmentos

2014

2015

Ano Total Serviços prestados às famílias Serviços de informação e comunicação Serviços profissionais e administrativos

Mai

1/

1/ Ago 12 meses

-0,2

-4,4

-4,1

-3,3

-7,2

-5,7

-4,4

-5,2

2,9

-2,1

-2,3

-0,1

1,4

-1,5

-1,1

0,2

Transportes e correio

-1,7

-6,9

-5,8

-6,3

Outros serviços

-7,9

-5,0 -11,7

-8,3

Fonte: IBGE 1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês em referência e o mesmo período do ano anterior.

Gráfico 5.10 – Volume de serviços Dados observados – Média móvel trimestral

2011 = 100 120

em agosto, elevando-se 0,6% no trimestre e 6,9% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados somaram R$113,6 bilhões, elevando-se, na ordem, 1,3% e 10,3%, e os realizados com recursos livres, R$93,9 bilhões, variando -0,3% no mês e 3,1% em doze meses. A carteira de pessoas físicas totalizou R$110,7 bilhões, aumentando 1,6% no trimestre e 11,0% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas atingiu R$96,8 bilhões, variando -0,6% e 2,7%, nas mesmas bases de comparação, com ênfase para as contratações nas modalidades financiamentos rurais e financiamentos à exportação. Jan 2012 Fev A taxa de inadimplência dessas operações situou-se 2012 Mar

em 2,79% em agosto, aumentando 0,24 p.p. no trimestre 2012p.p. em doze meses. A trajetória trimestral refletiu eAbr 0,34 Mai elevações de 0,11 p.p. no segmento de pessoas físicas, 2012 Jun 2,91%, e de 0,15 p.p. no de pessoas jurídicas, para para Jul 2,67%.

115 110 105 100

Ago

95 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Brasil Paraná Fonte: IBGE

Gráfico 5.11 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/ Variação em 12 meses – %

1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral

Mai 2013

Ago

Nov

Fev

PF

Mai Ago 2014 PJ

Nov

Fev Total

Mai 2015

Ago

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.17 – Evolução do emprego formal – Paraná Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação

2014 Ago

Total Indústria de transformação Comércio Serviços

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

5,1

16,0

-33,9

6,8 -29,4

-4,6

-0,9

-12,6

-2,4 -17,2

0,4

12,3

-9,3

2,6

-7,2

7,7

7,1

-4,3

4,2

-2,2

-0,3

-2,3

-4,9

-0,7

-4,1

Agropecuária

1,5

-0,3

-2,9

2,8

1,6

Serviços ind. de utilidade pública

0,0

0,0

0,0

-0,1

-0,2

Outros2/

0,3

0,1

0,2

0,3

-0,2

Construção civil

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui extrativa mineral e administração pública.

Set

A economia paranaense eliminou 29,4 mil postos Out de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto Nov (criação de 5,1 mil em igual período de 2014), dos quais 17,2 mil na indústria de transformação, 7,2 mil no comércio e 4,1 mil na construção civil, de acordo com o Caged/ MTE. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), houve redução de 16,3 mil empregos formais no trimestre, dos quais 6,3 mil na indústria de transformação, 4,3 mil no setor de serviços e 3,2 mil no comércio. O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Paraná totalizou R$1,8 bilhão no primeiro semestre de 2015. O aumento de 213,2% em relação ao mesmo período do ano anterior repercutiu, em especial, o aumento, de R$114 milhões para R$1,3 bilhão, no superavit do governo estadual. Houve recuo de 51,9% no resultado positivo dos demais municípios e reversão, de deficit de R$84 milhões para superavit de R$252 milhões, no resultado da capital. A arrecadação de ICMS no Paraná totalizou, segundo a Cotepe, R$15,9 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, aumento real de 9,4% em relação a igual período de 2014, considerado o IGP-DI como deflator. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$926 milhões, no período (R$750 milhões no primeiro semestre de 2014), e o resultado nominal foi

Outubro 2015

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| 81

superavitário em R$841 milhões (deficit de R$186 milhões em igual período de 2014).

Tabela 5.18 – Necessidades de financiamento – 1/

Paraná

R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Estado do Paraná

-564

-1766

750

926

Governo estadual

-114

-1257

697

892

84

-252

8

15

-534

-257

44

18

Capital Demais municípios

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 5.19 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Paraná1/ R$ milhões UF

Dívida

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida 3/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total4/

Outros

2015 Jun

Estado do Paraná

17 074

-1766

926

-841

171

16 403

Governo estadual

17 767

-1257

892

-365

162

17 565

507

-252

15

-237

45

315

-1 201

-257

18

-239

-37

-1 477

Capital Demais municípios

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Tabela 5.20 – Produção agrícola – Paraná Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

3/

1/

Peso

2/

Variação %

Produção 2014

2015

2015/2014

Grãos

74,8

35 610

37 992

6,7

Soja

45,7

14 806

17 145

15,8

Milho

18,2

15 726

15 974

1,6

Feijão

5,3

830

729

-12,2

Trigo

4,5

3 721

3 607

-3,1

Outras lavouras Cana-de-açúcar

7,9

49 087

51 255

4,4

Mandioca

4,6

3 815

4 227

10,8

Fumo

3,0

172

185

7,6

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015. 3/ Cereais, leguminosas e oleaginosas.

A dívida líquida atingiu R$16,4 bilhões em junho de 2015, recuo de 3,9% em relação a dezembro de 2014. A safra de grãos do Paraná deverá totalizar 38,0 milhões de toneladas em 2015 (18,1% da produção do país) de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. O aumento anual de 6,7% reflete elevações nas produções de soja (15,8%) e de milho (1,6%), impulsionadas por elevações respectivas de 11,6% e 5,7% na produtividade; e retrações nas colheitas de feijão (12,2%), impactada por recuos respectivos de 19,4% e 23,7% nas áreas cultivadas na primeira e na segunda safras, e de trigo (3,1%), afetada por recuos de 1,8% na área cultivada e de 1,2% na produtividade. O primeiro levantamento da intenção de plantio, divulgado pela Conab em outubro, estima expansão entre 0,2% a 1,5% para a produção de grãos do Paraná em 2016, decorrente de variações entre 4,8% a 6,9% para a colheita de soja; de -4,8% a -3,9% para a de milho; e de 0,0% a 2,0% para a de feijão. Projeção da Seab/PR e do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral), divulgada em setembro, indica estabilidade na área cultivada e aumento de 1,0% na produção da safra de verão 2015/2016. Destacamse as projeções de variações para as safras de soja (6,0%), feijão primeira safra (4,0%) e milho primeira safra (-18,0%). Os abates de aves, suínos e bovinos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram 0,8%, 13,2% e -14,8%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, representando, na ordem, 31,4%, 24,4% e 3,6% dos abates realizados no país. De acordo com a Seab/PR, os preços médios recebidos pelos produtores no estado variaram, respectivamente, 1,4%, -2,0% e 21,5% nos nove primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período em 2014. O Índice de Confiança da Indústria de Transformação8 (ICIT-PR) atingiu 30,7 pontos em agosto (35,1 pontos em maio), permanecendo na área de pessimismo pelo vigésimo mês consecutivo. O Índice de Condições Atuais (ICA) e o Índice de Expectativas (IE) recuaram 5,3 pontos e 4,0 pontos, respectivamente, para 24,1 pontos e 34,0 pontos.

8/ O Índice de Confiança da Indústria de Transformação – Paraná (ICIT-PR), e o Índice de Confiança do Empresário da Construção – Paraná (Icec-PR), elaborados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), são compostos pelo Índice de Condições Atuais (peso 1) e pelo Índice de Expectativas (peso 2). Os dois indicadores variam no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam empresários confiantes, melhores condições ou expectativas positivas. A metodologia pondera as respostas pelo tamanho da empresa, dado pelo número de empregados.

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Outubro 2015

O Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icec-PR) situou-se em 38,3 pontos em agosto (40,9 pontos em maio), permanecendo na área de pessimismo pelo décimo sétimo mês consecutivo. O ICA e o IE diminuíram 5,4 pontos e 1,2 ponto, respectivamente, para 29,9 pontos e 42,5 pontos.

Gráfico 5.12 – Abates de animais – Paraná Média móvel trimestral 2012 = 100 125 115 105

A produção da indústria paranaense recuou 3,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando diminuiu 2,1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados PIM-PF Regional do IBGE. Houve redução em dez das treze atividades pesquisadas (móveis, 15,6%; máquinas e equipamentos, 10,6%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 10,3%). Em sentido oposto, assinalem-se as expansões em celulose, papel e produtos de papel, 5,5%; bebidas, 0,5%.

95 85 75 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Bovinos Aves Suínos Fonte: Mapa

Gráfico 5.13 – Confiança do empresariado – Paraná

Em pontos 65 60 55 50 45

Linha de confiança

40 35 30 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015

Fonte: Fiep

Índice de Confiança da Indústria de Transformação Índice de Confiança do Empresário da Construção

Gráfico 5.14 – Produção industrial – Paraná Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 110

105 100 95 90 85 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Brasil Paraná Fonte: IBGE

Tabela 5.21 – Produção industrial – Paraná Geral e setores selecionados

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial do estado recuou 6,7% em agosto (-7,8% em maio), ressaltando-se os decréscimos nas atividades veículos automotores, reboques e carrocerias (26,8%), produtos de minerais não metálicos (15,6%) e máquinas e equipamentos (9,8%). As vendas reais da indústria paranaense apresentaram estabilidade no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíram 3,4%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Dentre os segmentos com maior representatividade na composição do indicador, destacaram-se o aumento de 7,3% nas vendas do setor de fabricação e montagem de veículos automotores e os decréscimos nas de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (6,0%) e celulose, papel e produtos de papel (4,7%). O número de horas trabalhadas e o de pessoas empregadas na indústria recuaram 1,0% e 2,0%, respectivamente, no trimestre. O Nuci atingiu média de 70,6% (72,3% no trimestre finalizado em maio).

Variação % no período Setores

1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

2/

2/

Ago

12 meses

100,0

-2,1

-3,2

-6,7

Produtos alimentícios

22,7

1,6

0,4

-2,3

Deriv. petróleo e biocomb.

19,1

6,0

-4,8

-2,6

Veículos, reb. e carrocerias

18,4

-20,8

-1,2

-26,8

Máquinas e equipamentos

6,7

9,9

-10,6

-9,8

Celulose e prod. papel

5,5

-1,9

5,5

9,5

Outros produtos químicos

4,7

-0,3

-4,8

-0,2

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

A análise em doze meses indica que as vendas reais diminuíram 5,6% em agosto, em relação a igual período de 2014, ante retração de 7,6% em maio (veículos automotores, -15,7%; máquinas e equipamentos, -10,2%; artigos de borracha e plásticos, -6,8%). O nível de estoques de insumos da indústria paranaense – diferença entre a variação acumulada nos últimos doze meses nas vendas totais da indústria e nas compras de insumos industriais – aumentou 5,7 p.p. no período (3,2 p.p no intervalo de doze meses até maio).

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Gráfico 5.15 – Evolução do mercado imobiliário em Curitiba

Preços – % 12m

CVCO e alvarás – Mil – Acum. 12m 60

40% 35%

50

30% 40

25%

30

20% 15%

20

10% 10

5%

0

0% Set 2013

Dez

Mar Jun 2014 CVCO

Set

Dez Alvarás

Mar 2015

Jun

Set

Preços

Fonte: PMC e Fipe.

As vendas de caminhões e ônibus no Paraná diminuíram 3,7% no trimestre encerrado em setembro de 2015, em relação ao finalizado em junho, e 50,6% em relação a igual período de 2014, de acordo com a Fenabrave-PR e o Sincodiv-PR. No âmbito da indústria da construção civil, a Prefeitura Municipal de Curitiba emitiu 9,1mil certificados de conclusão de unidades imobiliárias, residenciais e não residenciais, no terceiro trimestre de 2015 (recuos respectivos de 30,3% e de 42,0% em relação ao trimestre anterior e a igual período de 2014); e concedeu 7,4 mil alvarás de construção imobiliária (variações respectivas de 6,5% e -14,3%, nas mesmas bases de comparação). Os preços dos imóveis em Curitiba aumentaram 0,5% em relação ao primeiro mês do ano passado, de acordo com o IFZ, refletindo o processo de acomodação do mercado imobiliário A balança comercial do Paraná registrou superavit de US$1.734 milhões nos nove primeiros meses de 2015 (deficit de US$380 milhões em 2014), reflexo de reduções de 10,0% nas exportações e de 25,7% nas importações, que somaram US$11,6 bilhões e US$9,9 bilhões, respectivamente.

Tabela 5.22 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Paraná 2014

Total

Brasil 2015

12 884 11 591

Var. %

Var. %

-10,0

-16,8

Básicos

7 003

6 167

-11,9

-22,3

Industrializados

5 881

5 424

-7,8

-11,2

1 429

1 235

-13,6

-8,4

4 452

4 189

-5,9

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.23 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Paraná 2014

Total

Brasil 2015

Var. %

Var. %

13 264

9 857

-25,7

-23,0

Bens de capital

2 673

2 087

-21,9

-17,5

Matérias-primas

7 445

5 614

-24,6

-19,1

Bens de consumo

1 951

1 399

-28,3

-16,0

1 316

915

-30,4

-21,6

635

484

-23,8

-9,7

1 195

757

-36,7

-46,2

Duráveis Não duráveis Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015

O desempenho das exportações, decorrente de variações de 6,6% no quantum e -15,6% nos preços, refletiu recuos nas vendas em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 11,9% (soja mesmo triturada, -17,3%); manufaturados, 5,9% (papel e cartão, para escrita, impressão ou fins gráficos, -9,2%); semimanufaturados, 13,6% (açúcar em bruto, -15,0%). As exportações para China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 36,5% dos embarques do estado em 2015, destacando-se a redução de 8,8% nas vendas de soja para a China e a elevação de 7,6% nas de automóveis para a Argentina. A trajetória das importações repercutiu reduções de 11,1% nos preços e de 16,4% no quantum. Ocorreram recuos nas aquisições em todas as categorias de uso, com destaque para os de 21,9% nas de bens de capital (veículos de carga, -36,9%) e de 24,6% nas de matérias-primas (partes e peças para veículos, -31,8%). As importações provenientes da China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 37,2% das compras externas do estado no período, destacando-se as reduções nas aquisições de adubos ou fertilizantes da China (39,8%), de veículos de carga da Argentina (36,8%) e de automóveis de passageiros da Alemanha (88,7%).

Tabela 5.24 – IPCA – RMC Variação % Discriminação

1/

Pesos

2014

2015

IV Tri IPCA

I Tri

II Tri

III Tri

100,0

1,56

4,07

3,16

1,91

76,7

1,69

2,36

2,77

1,42

Comercializáveis

36,8

0,67

2,54

2,74

2,12

Não comercializáveis

39,9

2,63

2,20

2,80

0,78

23,3

1,08

10,32

4,48

3,56

Alimentação

23,9

2,15

4,07

3,58

1,51

Habitação

17,6

1,29

10,13

4,59

5,65

Artigos de residência

4,4

0,07

0,88

3,27

2,00

Vestuário

7,0

1,23

0,94

2,76

1,06

Transportes

19,1

2,26

4,15

0,42

0,86

Saúde

11,3

1,16

1,52

5,91

0,52

Despesas pessoais

9,9

1,63

1,72

4,14

1,23

Educação

3,3

0,33

6,85

0,40

1,32

Comunicação

3,5

-0,10

-0,57

1,12

0,56

Livres

Monitorados Principais itens

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

Gráfico 5.16 – Índice de difusão IPCA – RMC %

70 65 60 55

O IPCA da RMC variou 1,91% no terceiro trimestre de 2015 (3,16% no segundo), refletindo desaceleração dos preços livres, de 2,77% para 1,42%, e dos monitorados, de 4,48% para 3,56%. Destaque para os impactos das variações de preços nos grupos habitação (0,99 p.p.), alimentação (0,36 p.p.) e transportes (0,16 p.p.). A trajetória dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,74% para 2,12% (alcatra, 9,15%; refrigerante e água mineral, 4,73%; automóvel novo, 1,08%), e dos não comercializáveis, de 2,80% para 0,78% (tomate, -31,81%; cebola, -29,12%; alface, -8,98%). A variação dos preços monitorados refletiu, em especial, as elevações nos itens gás de botijão (12,82%), energia elétrica residencial (11,21%), taxa de água e esgoto (7,70%), plano de saúde (3,80%) e gasolina (1,95%), com impacto conjunto de 0,93 p.p. para o IPCA trimestral. O índice de difusão atingiu média de 58,1% no trimestre encerrado em setembro (64,0% no finalizado em junho). O IPCA da RMC variou 9,42% nos nove primeiros meses do ano, resultado de expansões de 6,69% nos preços livres e de 19,37% nos monitorados. Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMC aumentou 11,12% em setembro (10,20% em junho), reflexo de variações de 8,49% nos preços livres e de 20,66% nos monitorados.

50 45 Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set Dez Mar Jun Set 2012 2013 2014 2015 Índice mensal Média móvel trimestral Fonte: IBGE

As perspectivas para a atividade econômica paranaense nos próximos trimestres seguem dependentes do desempenho da agricultura e de seus desdobramentos sobre segmentos importantes da cadeia produtiva e sobre as exportações, essas influenciadas, adicionalmente, pela trajetória da taxa de câmbio. Em sentido oposto, as restrições ao maior dinamismo da demanda interna – em especial condições mais restritivas no mercado de crédito, decréscimo na renda real das famílias, e reduzido patamar das expectativas dos agentes econômicos – tendem a prevalecer nos próximos trimestres.

Outubro 2015

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Rio Grande do Sul

Tabela 5.25 – PIB e VAB – Rio Grande do Sul Junho de 2015 Var. % Discriminação

1/

Acum. 4 trim.

II trim. 2015 / I trim. 2015

PIB Impostos

0,2

-0,9

-2,1

-3,1

0,2

-0,6

VAB Agropecuária

5,8

8,3

Indústria

-3,1

-5,9

Serviços

-1,0

0,0

Fonte: FEE 1/ Dados dessazonalizados.

Gráfico 5.17– Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio Grande do Sul Dados dessazonalizados 2002 = 100 160

150

O PIB do Rio Grande do Sul cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, de acordo com dados dessazonalizados da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), destacando-se o desempenho favorável da agropecuária, que repercutiu a concentração da colheita da soja, no período. O Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor aumentou 5,8% no trimestre, contrastando com os recuos nos do setor de serviços (1,0%) e da indústria (3,1%). Estatísticas recentes registram recuos relevantes nas vendas do comércio e na atividade industrial do estado, e restrições para investimento por parte do governo. Nesse contexto, o IBCR-RS retraiu 2,9% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando recuara 1,9%, nesse tipo de análise, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 1,0% em agosto (-0,3% em maio).

140

130

120 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 IBC-Br IBCR-RS

Gráfico 5.18 – Comércio varejista – Rio Grande do Sul Dados dessazonalizados 2011 = 100

130 120

As vendas do comércio ampliado recuaram 5,3% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao findo em maio, quando decresceram 4,2%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções nas vendas em nove das dez atividades pesquisadas (veículos, motos, partes e peças, -11,3%; tecidos, vestuário e calçados, -9,4%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (-3,8%), decresceu 3,2% no período (-0,8% no trimestre encerrado em maio).

110 100 90 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Restrito

Ampliado

Fonte: IBGE

Tabela 5.26 – Comércio varejista – Rio Grande do Sul Geral e setores selecionados Variação % no período Discriminação

2014 Ano

Comércio varejista

2015 Mai

1/

1/

12 meses

Ago

2,3

-0,8

-3,2

-3,0

Combustíveis e lubrificantes

5,5

3,3

-7,0

-2,7

Hiper e supermercados

1,5

-1,3

-2,0

-2,6

-3,0

-1,1

-9,4

-8,7

1,1

-3,3

-6,2

-8,5

Tecidos, vestuário e calçados Móveis e eletrodomésticos Comércio varejista ampliado

0,3

-4,2

-5,3

-7,2

Automóveis e motocicletas

-4,6

-12,8

-11,3

-16,1

4,2

-3,4

-3,8

-2,9

Material de construção Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

86 |

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Outubro 2015

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 7,2% em agosto (-5,8% em maio), oitavo resultado negativo em sequência nessa base de comparação (veículos, -16,1%; móveis e eletrodomésticos, -8,5%). As vendas do comércio varejista diminuíram 3,0% e 1,0%, respectivamente, nos períodos mencionados. A comercialização de automóveis e veículos comerciais leves no estado totalizou 112,7 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave, recuando 28,8% em relação a igual período de 2014 (-19,2% no país). O volume do setor de serviços diminuiu 3,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (transportes e correios, -7,6%; outros serviços, -9,3%), segundo a PMS do IBGE. Considerados intervalos de doze meses, o indicador decresceu 1,7% em agosto e 1,0% em maio (transportes e correios; -8,1%; serviços prestados às famílias, -4,6%).

Tabela 5.27 – Volume de serviços – Rio Grande do Sul Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos

2014 Ano

Total

2015 Mai

1/

1/

12 meses

Ago

1,7

-3,8

-3,0

-1,7

0,6

-11,0

-7,2

-4,6

Serviços de informação e comunicação

10,2

4,4

1,9

5,2

Serviços profissionais e administrativos

-7,0

-4,6

-2,6

-3,1

Transportes e correios

-2,2

-11,0

-7,6

-8,1

4,4

-3,7

-9,3

-0,1

Serviços prestados às famílias

Outros serviços Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

Gráfico 5.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio Grande do Sul1/ Variação em 12 meses – % 25

O saldo das operações de crédito superiores a R$1mil contratadas no estado totalizaram R$196 bilhões em agosto, variando -0,5% no trimestre e 5,9% em doze meses. As operações com recursos direcionados somaram R$104,7 bilhões, variando -0,5% e 9,7%, respectivamente, e as realizadas com recursos livres atingiram R$91,3 bilhões, com recuo de 0,5% no trimestre e aumento de 1,7% em doze meses. A carteira de pessoas físicas somou R$113,4 bilhões, aumentando 0,9% no trimestre e 10,0% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas somou R$82,6 bilhões, com variações respectivas de -2,4% e 0,6%, nas mesmas bases de comparação, sobressaindo a redução nas operações com o setor de geração, transmissão e distribuição de eletricidade e gás e com a indústria de transformação (máquinas e equipamentos).

20 15 10 5 0 Mai 2013

Ago

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

PF

PJ

Nov

Fev 2015

Mai Total

Ago

A taxa de inadimplência dessas operações de crédito atingiu 3,0% em agosto, aumentando 0,1 p.p. no trimestre e 0,5 p.p. em doze meses. A variação trimestral refletiu estabilidade na taxa do segmento de pessoas físicas (2,7%) e elevação de 0,1 p.p., para 3,5%, na do segmento de pessoas jurídicas.

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

O Icec, divulgado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), situou-se em 81,4 pontos no terceiro trimestre de 2015 (81,8 pontos no segundo e 110 pontos em igual período de 2014). Dentre os nove componentes do indicador, os relativos às expectativas para a empresa e para o setor nos próximos seis meses permaneceram na zona que indica confiança (acima de 100 pontos). O índice ICF, elaborado pela CNC e divulgado pela Fecomercio-RS, atingiu 75,9 pontos no trimestre encerrado em setembro (92,6 pontos no segundo trimestre de 2015 e 118,1 pontos no terceiro trimestre de 2014). O indicador mostra perspectiva pessimista para o consumo, sobretudo quanto à compra de bens duráveis. O percentual de famílias endividadas9 atingiu, em média, 62,3% no trimestre encerrado em agosto (57,9% em igual período de 2014), segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Fecomércio-RS para Porto Alegre, com base em dados da CNC. O percentual de famílias com faturas em 9/ São consideradas na pesquisa as dívidas contraídas por meio de cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de loja, empréstimo pessoal, compra de imóvel, prestações de carro e de seguros.

Outubro 2015

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atraso que não deverão ser pagas nos próximos trinta dias aumentou de 5,6% para 11,8%, no período.

Tabela 5.28 – Evolução do emprego formal – Rio Grande do Sul Novos postos de trabalho 1/

Acumulado no trimestre (em mil) 2014 2015

Discriminação

Total Indústria de transformação

Ago

Nov

Fev

Mai

Ago

-12,6

15,2

-25,0

-10,9 -44,6

-12,4 -11,2

-9,3

-2,6 -24,1

Comércio

-2,6

14,5

-7,9

-0,8

-9,1

Serviços

6,0

7,5

-3,7

1,9

-6,9

-3,4

-0,4

-5,9

-2,5

-4,6

0,0

5,0

2,2

-7,1

0,4

-0,1

0,0

0,2

-0,2

-0,1

-0,1

-0,1

-0,7

0,5

-0,1

Construção civil Agropecuária Serviços ind. de utilidade pública 2/

Outros

Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

O mercado de trabalho do Rio Grande do Sul contabilizou, de acordo com o Caged/MTE, corte de 44,6 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (-12,6 mil em igual período de 2014), dos quais 24,1 mil na indústria de transformação, 9,1 mil no comércio e 6,9 mil no setor de serviços. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíra 0,8%, na mesma base de comparação, com retrações em sete dos oito setores pesquisados, excetuandose na agropecuária.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

A taxa de desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) atingiu 5,9% no trimestre encerrado em agosto (4,3% em igual período de 2014), de acordo com a PME do IBGE, repercutindo recuo de 1,1% na população ocupada e elevação de 0,6% na PEA. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego atingiu 5,5%, o rendimento médio real habitual cresceu 1,1% e a massa salarial real recuou 1,4%, no período.

Gráfico 5.20 – Taxa de desocupação – Porto Alegre % 7 6 5 4 3 2 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

2012

Jun

Jul

Ago

2013

Set

Out

Nov

2014

Dez

2015

Fonte: IBGE

Gráfico 5.21 – Rendimento médio real habitual1/ – Porto Alegre R$

R$

2 400

1 700

2 200

1 600

2 000

1 500

1 800

1 400

1 600

1 300 1 200

1 400 Mai 2013

Ago

Nov

Fev 2014

Mai

Ago

Nov

Total Conta própria

Fev 2015

Mai

Ago

Com carteira Sem carteira - eixo direita

Fonte: IBGE 1/ Média móvel trimestral, a preços de agosto de 2015, corrigidos pelo INPC.

Tabela 5.29 – Necessidades de financiamento – Rio Grande do Sul1/ R$ milhões Resultado primário

UF

Juros nominais

2014

2015

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

Jan-jun

RS

-1 390

-2 431

3 124

3 666

Governo estadual

-1 265

-1 714

3 107

3 663

60

46

18

23

-184

-764

-1

-20

Capital Demais municípios

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

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Outubro 2015

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio Grande do Sul atingiu R$2,4 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$1,4 bilhão em igual período de 2014), com destaque para o aumento de R$580 milhões no superavit dos demais municípios. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$3,7 bilhões e o resultado nominal foi deficitário em R$1,2 bilhão (R$3,1 bilhões e deficit de R$1,7 bilhão, respectivamente, no primeiro semestre de 2014). A arrecadação de ICMS totalizou R$17,5 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Cotepe, com crescimento de 1,3% comparativamente ao mesmo período de 2014. A arrecadação real, considerado o IGP-DI como deflator, aumentou 2,8% no período de doze meses encerrado em agosto. As transferências da União para o estado somaram R$5,5 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 e R$8,3 bilhões no intervalo de doze meses até agosto, de acordo com a STN. Os recuos reais de 1,5% e 1,2% registrado nessas bases de comparação, considerado o IGP-DI como deflator, refletiu, em parte, a interrupção das transferências decorrente do atraso no pagamento da parcela da dívida do estado com a União em julho e agosto.

Tabela 5.30 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Rio Grande do Sul

1/

R$ milhões UF

2/

Fluxos acumulados no ano

Dívida

Dívida 4/

2014

Nominal

Dez

Primário Juros Total3/

Outros

2015 Jun

RS

58 075

-2 431 3 666 1 236

1 458

60 769

Governo estadual

57 994

-1 714 3 663 1 950

1 396

61 340

Capital Demais municípios

398

46

23

69

27

494

-317

-764

-20

-783

35

-1 065

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Tabela 5.31 – Produção agrícola – Rio Grande do Sul Itens selecionados Em mil toneladas 1/

Discriminação

Pesos

2/

Variação %

Produção 2014

2015

2015/2014

Grãos

74,8

28 799

33 061

14,8

Soja

40,2

13 041

15 700

20,4

Arroz

17,7

8 241

8 679

5,3

Milho

8,2

5 390

5 634

4,5

Trigo

7,0

1 671

2 395

43,4

Feijão

0,7

111

96

-13,8

Outras lavouras Fumo

10,0

413

415

0,5

3,5

1 181

1 152

-2,5

Uva

2,1

813

876

7,8

Maçã

1,6

690

599

-13,3

Mandioca

Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Gráfico 5.22 – Preços médios mensais pagos ao produtor – Rio Grande do Sul (R$/saca) Arroz, soja, trigo e milho

145

70 115 50 85

30 10

55 Jan 2013

Fonte: Emater

Mai Arroz Milho

A safra gaúcha de grãos do estado deverá atingir o recorde de 33,1 milhões de toneladas em 2015 (15,7% da produção nacional), de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. A previsão de aumento anual de 14,8% reflete, em especial, estimativas de aumentos para as colheitas de trigo (43,4%), reflexo, em parte, da base de comparação deprimida face a ocorrência de condições meteorológicas adversas em 2014; soja (20,4%); milho (4,5%), com destaque para o aumento de 11,9% na produtividade; e arroz (5,3%). Em oposição, ressalte-se a estimativa de retração de 13,8% para a safra de feijão, como consequência da volatilidade dos preços do produto e do preço mais atrativo da soja. Dentre as demais culturas, destaque para as variações projetadas para as colheitas de maçã (-13,3%) e uva (7,8%). As cotações médias de soja, milho, trigo, arroz e feijão variaram, na ordem, 12,1%, 2,8%, 2,7%, -2,5% e -10,9% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, segundo a Emater/RS. Essas cotações variaram 0,4%, -0,9%, -11,4%, 0,2% e 1,4%, respectivamente, nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2014. O VBP real dos principais produtos agrícolas do estado, considerado o IGP-DI como deflator, deverá aumentar 5,4% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão previstas elevações nos VBP real do trigo (22,5%), soja (12,9%) e milho (1,5%), e recuos nos do arroz (1,2%) e feijão (11,4%).

Feijão

90

Set 2012

A dívida líquida do estado atingiu R$60,8 bilhões em junho, aumentando 4,6% em relação a dezembro de 2014, destacando-se o impacto do ajuste decorrente da variação cambial.

Set

Jan 2014

Mai Soja Feijão

Set

Jan 2015

Mai

Os abates de bovinos, suínos e aves, realizados em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram -14,0%, -4,9% e 0,1%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, representando, na ordem, 2,4%, 20,6% e 13,9% dos abates no país, de acordo com o Mapa.

Set Trigo

Na mesma base de comparação, os respectivos preços médios aumentaram, na ordem, 20,9%, 7,4% e 4,3%, conforme a Emater/RS e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). As quantidades exportadas de carnes bovina, suína e de aves variaram -6,1%, 40,3% (resultado impactado pelo aumento de 770% na quantidade vendida

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 5.32 – Indicadores da pecuária – Rio Grande do Sul Agosto de 2015 Variação % no ano Discriminação

Produção

Exportações

Preços

(kg)

(R$)

1/

Abates

Bovinos

-14,0

-6,1

20,9

Suínos

-4,9

40,3

7,4

2/

0,1

-2,6

4,3

1,9

-

-6,7

Aves 3/

Leite

Fonte: Emater/RS, IBGE, Iepe, Mapa e MDIC 2/ Os preços correspondem aos praticados no varejo. 3/ Litros. Produção até junho/2015. Preços até setembro/2015.

Gráfico 5.23 – Abates de animais – Rio Grande do Sul Média móvel trimestral 2010 = 100 140 120 100 80 60

Dez

Fonte: Mapa

Abr Ago 2013 Bovinos

Dez

Abr Ago 2014 Aves

Dez

Abr Ago 2015 Suínos

Gráfico 5.24 – Produção industrial – Rio Grande do Sul Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100

107 102 97 92 87 Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago 2012 2013 2014 2015 Brasil RS Fonte: IBGE

Tabela 5.33 – Produção industrial – Rio Grande do Sul Geral e atividades selecionadas Variação % no período 1/

Pesos

2015 Mai

Indústria geral

A produção da indústria gaúcha recuou 3,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando contraíra 1,6%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE (veículos automotores, -16,1%; máquinas e equipamentos, -8,8%). Ressalte-se o aumento de 78,6% na produção de celulose, papel e produtos de papel, favorecido pela ampliação da fábrica Celulose Riograndense. Considerados períodos de doze meses, a produção da indústria recuou 7,4% em agosto, ante 7,9% em maio. Houve retrações em dez das quatorze atividades pesquisadas, mais intensas no setor metal-mecânico (máquinas e equipamentos, -20,2%; metalurgia, -17%; e veículos automotores, -16%). A produção de celulose, papel e produtos de papel cresceu 12,3%, no período.

112

Setores

A produção gaúcha de leite (14,0%, em média, do total nacional), aumentou 1,9% no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o IBGE. O preço do produto recuou 6,7% nos nove primeiros meses do ano, segundo a Emater/RS. O VBP real da pecuária, considerado o IGP-DI como deflator, deverá recuar 0,7% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão projetados aumentos nos VBPs de bovinos (8,5%) e ovos (2,7%), e reduções respectivas de 5,6%, 3,3% e 0,5% nos do leite, frango e suínos.

1/ Número de animais.

40 Ago 2012

para a Rússia10) e -2,6%, respectivamente, de acordo com o MDIC, no período.

2/

2/

Ago

12 meses

100,0

-1,6

-3,0

-7,4

Produtos alimentícios

16,4

0,7

1,7

-0,3

Veículos automotores

13,8

Máquinas e equipamentos

12,0

Outros produtos químicos

7,5 -16,1 -3,7

-16,0

-8,8

O Índice de Desempenho Industrial (IDI) recuou 3,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 1,3%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A retração do IDI refletiu decréscimos em todos os componentes, em especial no faturamento real (5,6%). O índice recuou 7,0% no intervalo de doze meses até agosto.

-20,2

10,3

0,9

-2,0

2,3

Artef. couro e calçados

8,9

-2,1

-1,1

-1,5

Produtos de metal

8,5

-3,3

-3,3

-10,7

Prod. borracha e plástico

5,0

-1,4

-1,9

-7,1

Fonte: IBGE 1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

O Icei atingiu média de 37,1 pontos no terceiro trimestre de 2015, segundo a Fiergs (39 pontos no segundo e 43 pontos em igual trimestre de 2014), indicando pessimismo dos empresários gaúchos pelo sexto trimestre em sequência. O Icei da indústria da construção atingiu 35,4 pontos no período, recuando 2,3 pontos no trimestre e 7,6 pontos em

dessazonalizados.

10/ Em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concedeu o certificado de zona livre da peste suína clássica para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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Outubro 2015

Tabela 5.34 – Indicadores da produção industrial – Rio Grande do Sul Variação % Discriminação

2015 Mai

IDI

2/

2/

Compras industriais

12 meses

Ago

-1,3

-3,1

-7,0

1,0

-2,5

-14,5

Faturamento

-2,2

-5,6

-7,3

Emprego industrial

-1,6

-2,7

-5,2

Horas trabalhadas

-2,6

-1,5

-6,6

Massa salarial

-3,1

-3,1

-4,5

79,5

78,9

79,5

Nuci

doze meses. A retração na margem repercutiu decréscimos respectivos de 2,7 pontos e de 1,6 ponto nos componentes que avaliam as expectativas e as condições atuais.

1/

Fonte: Fiergs

A taxa de velocidade das vendas de imóveis novos em Porto Alegre, razão entre as vendas e a oferta, atingiu 11,0% no trimestre encerrado em julho, ante 6,1% em igual período de 2014, segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Porto Alegre (Sinduscon-RS). O aumento decorreu de variações de 34,1% na comercialização de imóveis novos e de -29,6% na oferta. As vendas de ônibus e caminhões totalizaram cinco mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave. A redução de 38,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu, em especial, a retração de 41,5% nas vendas de caminhões.

1/ Percentual médio de utilização. 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados pelo BCB.

Gráfico 5.25 – Confiança do empresariado – Rio Grande do Sul Em pontos

60

120

Linha de confiança

50

100

40

80

30

60

Jun 2013

Set

Dez

Mar 2014

Jun

Set

Dez

Mar 2015

Jun

Set

A balança comercial do Rio Grande do Sul foi superavitária em US$5,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (US$3,4 bilhões em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$13,6 bilhões e as importações, US$7,7 bilhões, contraindo 8,1% e 31,9%, na ordem, no período.

Índice de Confiança do Empresário Industrial Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.) Fontes: Fiergs e Fecomércio

Tabela 5.35 – Exportação por fator agregado – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Discriminação

Rio Grande do Sul

Total

2014

2015

Brasil Var. %

Var. %

14 770

13 567

-8,1

-16,8

Básicos

8 164

7 425

-9,1

-22,3

Industrializados

6 605

6 143

-7,0

-11,2

954

920

-3,6

-8,4

5 651

5 223

-7,6

-12,2

Semimanufaturados 1/

Manufaturados

A evolução das exportações refletiu variações de -17,5% nos preços e de 11,4% no quantum. Os embarques de produtos básicos, que representaram 54,7% do total, recuaram 9,1% (milho, -76,4%; fumo, -15,4%; soja, -9,8%); os de produtos manufaturados, 7,6% (óleos combustíveis, -96,9%; máquinas agrícolas, -30,2%); e os de semimanufaturados, 3,6% (couros e peles, -17,1%). As exportações direcionadas à China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 44,3% das vendas externas do estado no período, com variações respectivas de 1,0%, -8,6% e -14,4%, em relação a igual intervalo de 2014.

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

A trajetória das importações refletiu recuos de 16,0% no quantum e de 18,9% nos preços. As aquisições de matérias-primas e produtos intermediários (47,3% do total) decresceram 26,9% (naftas, -39,7%; partes e peças para veículos; -21,2%; adubos e fertilizantes, -16,8%); as de bens de capital, 21,2% (veículos de carga, -24,6%); as de combustíveis, 51,0%; e as de bens de consumo, 29,7% (automóveis, -50,3%). As importações provenientes da Argentina, China e EUA representaram, em conjunto, 40,2% das compras do estado nos nove primeiros meses do ano, com variações

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 91

Tabela 5.36 – Exportações por principais setores

respectivas de -32,0%, -3,1% e -16,6%, em relação ao mesmo período de 2014.

do Rio Grande do Sul: Janeiro-setembro Discriminação

Valor (US$milhões) 2014

Agricultura e pecuária

2015

Var. %

4 275

3 938

-7,9

10 475

9 613

-8,2

Alimentos e bebidas

3 135

2 908

-7,2

Produtos químicos

1 508

1 406

-6,8

Fumo

1 387

1 171

-15,6

Calçados e couros

839

722

-13,9

Veículos

689

673

-2,3

Máquinas e equipamentos

787

637

-19,1

21

409

1847,6

Produtos de metal

289

292

1,0

Borracha e plástico

270

240

-11,1

597

231

-61,3

1/

Indústria de transformação

Outros equipamentos de transporte

Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool

1/ Itens selecionados.

Tabela 5.37 – Importação por categoria de uso – FOB Janeiro-setembro US$ milhões Rio Grande do Sul 2014 Total

Brasil

2015

Var. %

Var. %

11 329

7 719

-31,9

-23,0

Bens de capital

2 304

1 816

-21,2

-17,5

Matérias-primas

4 992

3 647

-26,9

-19,1

Bens de consumo

1 311

922

-29,7

-16,0

Duráveis

964

599

-37,9

-21,6

Não duráveis

347

323

-6,9

-9,7

2 722

1 334

-51,0

-46,2

Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.38 – IPCA – RMPA Variação % trimestral Discriminação

IPCA

1/

Pesos

2014

2015

IV Tri

I Tri

II Tri III Tri

100,0

1,94

4,19

2,34 1,66

75,9

1,73

2,87

2,13 1,70

Comercializáveis

37,4

1,25

2,32

2,83 1,74

Não comercializáveis

38,5

2,19

3,40

1,46 1,65

24,1

2,67

8,58

2,99 1,54

Alimentação

26,1

2,38

3,88

2,54 2,40

Habitação

14,6

3,39

11,40

1,64 2,44

Artigos de residência

4,8

0,46

1,39

2,65 2,80

Vestuário

6,3

2,45

-1,13

3,33 -1,19

Transportes

18,2

2,16

4,87

2,01 1,01

Saúde

11,1

0,77

1,83

3,31 2,02

Despesas pessoais

10,7

1,61

3,25

3,17 1,31

Educação

4,4

0,40

5,87

0,12 1,58

Comunicação

3,7

0,33

-1,97

0,62 0,21

Livres

Monitorados Principais itens

Fonte: IBGE 1/ Referentes a setembro de 2015.

92 |

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

|

A variação dos preços livres repercutiu desaceleração dos preços dos bens comercializáveis, de 2,83% para 1,74% (vestuário, -1,19%; leites e derivados, -0,36%; carnes, 4,37%), e aceleração dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,46% para 1,65% (frutas, 16,12%; alimentação fora do domicílio, 1,53%; tubérculos, 11,79%). O índice de difusão registrou média de 61% no terceiro trimestre de 2015 (61,8% no segundo e 53,6% em igual período de 2014).

Fonte: MDIC/Secex

Discriminação

A variação do IPCA da RMPA atingiu 1,66% no terceiro trimestre de 2015 (2,34% no segundo). Houve desaceleração dos preços livres, de 2,13% para 1,70%, e dos monitorados, de 2,99% para 1,54% (energia elétrica residencial, -0,40%; gasolina, -0,38%).

Outubro 2015

Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da RMPA variou 10,49% em setembro, reflexo de aumentos de 16,58% nos preços monitorados e de 8,69% nos livres (9,36%, 15,91% e 7,42%, respectivamente, em junho). As perspectivas para a economia do estado, no curto prazo, incorporam o cenário de menor dinamismo do mercado de crédito, distensão no mercado de trabalho e reduzido patamar de expectativas de consumidores e empresários, sobre as decisões de consumo e investimento. Ressalte-se que esse ambiente deverá ser atenuado, nos próximos trimestres, pelo impacto da depreciação cambial sobre as exportações e sobre segmentos correlacionados da cadeia produtiva, e, de maneira mais ampla, pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico em curso no país.

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

Tabela 6.1 – Índice de Atividade Banco Central – IBC Brasil e regiões1/ % Discriminação

2014 Ago

Brasil Norte

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

-0,7

0,6

-1,2

-1,8

-1,4

-1,6

0,8

-0,3

-1,5

-1,5 -0,9

Nordeste

-1,6

0,6

-1,6

-0,2

Centro-Oeste

-0,7

0,5

0,2

-0,7

-0,6

Sudeste

-0,7

0,2

-0,2

-1,3

-0,8

Sul

-1,0

2,1

-1,2

-0,1

-2,8

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal. O resultado nacional não representa necessariamente a média dos resultados regionais.

Tabela 6.2 – Índice de volume de vendas Brasil e regiões1/ Variação percentual Discriminação

2014 Ago

2015 Nov

Fev

Mai

Ago

Comércio varejista Brasil Norte Nordeste

-0,9

2,1

-1,5

-2,3

-2,8

0,1

4,5

-4,6

-1,2

-3,6

-1,1

2,4

-3,4

-2,3

-3,7

Centro-Oeste

-2,5

2,5

-4,5

-2,6

-1,3

Sudeste

-0,6

1,6

-0,9

-2,5

-2,0

0,3

1,6

-1,4

-1,6

-2,7

Sul Comércio ampliado Brasil

-2,9

2,3

-3,0

-3,9

-2,7

Norte

-0,2

4,1

-6,2

-2,7

-3,8

Nordeste

-1,7

3,0

-4,8

-3,3

-3,7

Centro-Oeste

-3,3

1,9

-5,7

-4,3

-2,2

Sudeste

-3,0

1,6

-2,5

-3,5

-1,5

Sul

-2,4

4,6

-5,1

-4,2

-4,2

Fonte: IBGE e BCB 1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

6

O IBC-BR recuou 1,4% no trimestre encerrado em agosto (Tabela 6.1), em relação ao terminado em maio, segundo dados dessazonalizados. A atividade econômica mostrou retração em todas as regiões, ressaltando-se as reduções do IBCR nas regiões Sul (2,8%) e Norte (1,5%), influenciadas, principalmente, pelo desempenho negativo das vendas do comércio e da produção industrial. No CentroOeste, a contração foi menos intensa (0,6%), em parte, pelo crescimento da produção industrial. As vendas do comércio ampliado diminuíram 2,7% no trimestre até agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam recuado 3,9%, de acordo com dados dessazonalizados (Tabela 6.2). Houve redução da atividade varejista em todas as regiões, com destaque para as observadas no Sul (4,2%), Norte (3,8%) e Nordeste (3,7%). O resultado no Sul refletiu, em especial, os recuos nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (8,4%) e de veículos (5,1%). O comércio varejista, que exclui a comercialização de veículos e de material para a construção civil, recuou 2,8% no país (-2,3% no trimestre finalizado em maio), com reduções generalizadas nas regiões (Tabela 6.2). Ressaltam-se, no Nordeste, as menores vendas de móveis e eletrodomésticos e de tecidos, vestuário e calçados. O volume de serviços recuou 3,3% no trimestre encerrado em agosto, relativamente ao mesmo período do ano anterior, com retração em todas as regiões (Tabela 6.3). Destaque para o desempenho negativo no Nordeste, onde a redução de 5,9% foi impactada, especialmente, pelos segmentos serviços profissionais, administrativos e complementares, serviços de informação e comunicação e serviços prestados às famílias. A menor retração ocorrida no Centro-Oeste decorreu, em parte, do crescimento do volume de serviços relativos ao Distrito Federal, com destaque para transportes e correio e atividades turísticas.

Outubro 2015

|

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

| 93

Tabela 6.3 –Volume de serviços Brasil e regiões1/ % Discriminação

2014

2015

Ago Brasil Norte

Nov

Fev

Mai

Ago

1,7

2,0

-2,0

-1,2

-3,3

-1,1

1,5

-3,7

-2,8

-2,8

Nordeste

0,3

3,4

-0,9

-2,5

-5,9

Centro-Oeste

5,4

3,0

-3,6

-4,3

-1,2

Sudeste

1,7

1,7

-1,9

-0,3

-3,2

Sul

1,7

2,3

-2,4

-3,6

-3,2

Fonte: IBGE e BCB 1/ Variação do trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior

Tabela 6.4 – Operações de crédito do SFN1/ Agosto de 2015 R$ bilhões Discriminação

Saldo

Variação percentual (%)

PJ

PF

Total

Trimestre PJ

Brasil

1 609 1 451 3 060

Norte

12 meses

PF Total

PJ

PF Total

1,5 1,7 1,6

9,0 10,4

9,7

46

70

116

0,1 2,3 1,4

1,0 12,2

7,5

4,8 12,8

9,3

Nordeste

170

227

397

-0,1 2,5 1,3

Centro-Oeste

140

182

322

1,8 2,5 2,2

13,3 13,3 13,3

Sudeste

998

682 1 680

2,5 1,4 2,1

11,5

Sul

254

291

545

-1,3 1,3 0,1

8,6 10,3

2,3 10,4

6,5

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 6.5 – Inadimplência do crédito do SFN1/

O saldo das operações de crédito acima de R$1 mil totalizou R$3.060 bilhões em agosto, destacando-se que o aumento trimestral de 1,6% repercutiu, em especial, as elevações respectivas de 2,0% e 2,1% registradas no Centro-Oeste e Sudeste (Tabela 6.4). Houve crescimento mais expressivo na carteira de pessoas físicas, com ênfase no Nordeste, impulsionado pelas modalidades crédito consignado e financiamento de veículos; e no Centro-Oeste, pelas modalidades crédito rural, financiamento imobiliário e crédito consignado. No segmento de pessoas jurídicas, ressalta-se o crescimento no Sudeste – influenciado pelos financiamentos a exportações e pelas operações do BNDES – e a contração no Sul, decorrente, sobretudo, de recuos nas contratações da indústria de transformação e do segmento serviços industriais e de utilidade pública. Considerando período de doze meses, a expansão do estoque de crédito atingiu 9,7%, em agosto. A inadimplência das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional atingiu 3,0% em agosto (Tabela 6.5). O aumento de 0,1 p.p. no trimestre decorreu de incrementos de 0,2 p.p. no segmento de pessoas jurídicas (1,4 p.p. no Norte e estabilidade no Sudeste) e de 0,1 p.p. no de pessoas físicas (0,2 p.p. no Centro-Oeste e estabilidade no Norte). As taxas de inadimplência, em agosto, das operações a pessoas físicas e às empresas atingiram 3,7% e 2,4%, respectivamente.

Agosto de 2015 Discriminação

Inadimplência PJ

Variação em p.p.

PF Total Trimestre PJ

Brasil

12 meses

PF Total

PJ

PF

Total

2,4

3,7

3,0

0,2

0,1

0,1

0,4

-0,1

Norte

4,7

4,4

4,5

1,4

-0,0

0,5

1,8

-0,3

0,2 0,6

Nordeste

3,3

4,4

3,9

0,1

0,1

0,1

0,8

-0,3

0,2

Centro-Oeste 2,6

3,2

2,9

0,3

0,2

0,3

0,3

0,1

0,2

Sudeste

2,0

3,9

2,8

0,0

0,1

0,0

0,2

-0,1

0,0

Sul

2,8

2,8

2,8

0,3

0,1

0,2

0,7

-0,0

0,3

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil com pelo menos uma parcela em atraso superior a 90 dias.

Tabela 6.6– Geração de postos de trabalho1/ Mil Discriminação

Brasil

2014

2015

Ago

Nov

Fev

Mai

Ago

138,6

101,9 -639,7 -194,1 -355,6

Norte

24,0

-3,4

-46,9

-22,5

-12,4

Nordeste

47,5

82,8 -110,6

-98,4

-42,9

Centro-Oeste

21,9

-18,0

3,9

-5,3

Sudeste

48,0

-11,2 -355,6

Sul

-2,9

51,7

-57,8 -68,9

-11,0 -103,6

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

A taxa de desemprego atingiu 7,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 4,9% em igual período de 2014, segundo a PME do IBGE (Tabela 6.7), reflexo de redução de 1,4% da População Ocupada (PO) e expansão de 1,6% da PEA. O desemprego, no período, aumentou em todas as regiões pesquisadas: Nordeste (2,8 p.p.); Sudeste (2,4 p.p.) e Sul (1,7 p.p.).

-66,1 -191,4

Fonte: MTE

94 |

O mercado de trabalho segue apresentando distensão, em linha com o processo de ajuste macroeconômico em curso no país. Nesse contexto, houve eliminação de 355,6 mil postos de trabalho no trimestre finalizado em agosto (criação de 138,6 mil no mesmo período do ano anterior), com reduções em todas as regiões do país (Tabela 6.6). Esse movimento foi mais intenso no Sudeste e no Sul, especialmente na indústria de transformação e na construção. O Centro-Oeste registrou o menor corte de empregos formais (5,3 mil) no trimestre, resultado favorecido pela criação de vagas na agropecuária.

|

Outubro 2015

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios atingiu R$29,3 bilhões no primeiro semestre, ante R$21,3 bilhões em igual

Tabela 6.7 – Taxa de desemprego % 1/

2014

Discriminação

2015

Ago Brasil Nordeste

Nov

Fev

Mai

Ago

4,9

4,8

5,2

6,4

7,3

8,0

8,2

8,1

10,0

10,8

Sudeste

4,3

4,1

4,7

5,8

6,8

Sul

4,2

4,6

4,0

5,2

5,9

Fonte: IBGE 1/ Média do trimestre encerrado no mês.

Tabela 6.8 – Necessidades de financiamento de estados e municípios1/ R$ milhões Resultado primário

Região

2014

2015

Jan-jun

Jan-jun

Norte

-1 186

-1 341

Nordeste

-2 793

-5 933

Centro-Oeste

-1 998

-2 324

-12 481

-15 158

-2 925

-4 604

-21 383

-29 360

Sudeste Sul Total

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. (-) superavit (+) deficit

Tabela 6.9 – Estimativa da produção anual de grãos1/ Brasil e regiões Em milhões de toneladas Discriminação

3/

2/

2014 Brasil Norte Nordeste

Variação %

Produção

Peso

2015

2015/2014

100,0

193,3

210,3

8,8

3,2

5,9

7,2

21,5

8,8

15,7

17,3

9,6

Centro-Oeste

37,4

83,0

89,6

8,0

Sudeste

10,3

17,9

18,8

4,7

Sul

40,4

70,7

77,6

9,6

Fonte: IBGE 1/ Cereais, leguminosas e oleaginosas. 2/ Participação no valor da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas – PAM 2013. 3/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Tabela 6.10 – Produção física da indústria Brasil e regiões1/ % Discriminação

2/

Peso

2014 Ago

Brasil

2015 Nov

Fev

período de 2014 (Tabela 6.8). Houve melhora do resultado primário em todas as regiões, destacando-se os observados no Nordeste (R$3,1 bilhões) e Sudeste (R$2,7 bilhões).

Mai

Ago

100,0

-1,6

0,0

-3,7

-1,9

-2,3

Norte

5,9

-4,2

0,6

0,4

-2,7

-2,7

Nordeste

9,5

-3,6

1,4

-4,6

2,7

-0,9

Centro-Oeste

3,5

1,8

0,7

-4,3

-0,6

1,5

Sudeste

62,7

-0,7

-1,9

-3,2

-2,0

-2,4

Sul

18,5

-2,1

2,6

-6,3

-1,4

-2,9

Fontes: IBGE e BCB 1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal. 2/ Participação no Valor da Transformação Industrial (VTI), segundo a PIA 2010.

A produção nacional de grãos deverá atingir 210 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA do IBGE divulgado em outubro (Tabela 6.9). O crescimento anual de 8,8% repercute aumentos nas safras em todas as regiões, com destaque para o registrado para o Norte (21,5%), impactado favoravelmente por aumentos nas colheitas de milho, arroz e soja. O desempenho no Centro-Oeste, com participação de 37,4% no valor da produção, reflete, em especial, os aumentos projetados para as safras de soja, milho e feijão. No Sul, com 40,4% do valor da produção, o crescimento deve ser sustentado pelo desempenho de soja e trigo. A produção industrial recuou 2,3% no trimestre encerrado em agosto, relativamente ao finalizado em maio, terceira retração consecutiva nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados (Tabela 6,10). A redução da produção abrange todas as regiões, exceto o CentroOeste, onde o aumento da atividade fabril foi favorecido pelo desempenho da indústria alimentícia, que representa cerca de 50% da produção industrial local. A retração da produção da indústria no Sul se intensificou no período analisado, destacando-se os decréscimos nas atividades de materiais elétricos, máquinas e equipamentos, e veículos automotores. No Sudeste, principal região industrial do país, a contração de 2,4% na produção refletiu, principalmente, os recuos nas indústrias de equipamentos de informática, produtos elétricos e ópticos (20,6%) e de veículos automotores (10,6%). A balança comercial registrou superavit de US$10,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano (deficit de US$0,7 bilhão em igual período de 2014), resultado de reduções de 16,8% nas exportações e de 20,3% nas importações (Tabela 6.11). Entre as regiões, o desempenho do comércio exterior do Sul contribuiu de forma mais significativa para a recuperação da balança comercial do país, destacandose o impacto do recuo das importações de combustíveis e lubrificantes. No Sudeste e no Nordeste houve redução dos deficit, em cenário de reduções nas aquisições externas – em especial de combustíveis e lubrificantes – em maior intensidade do que a retração das exportações. Assinale-se, ainda, que a redução do superavit no Norte e no CentroOeste repercutiu, principalmente, o impacto da redução nos preços de importantes commodities das respectivas pautas.

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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Tabela 6.11 – Balança comercial regional – FOB Janeiro-Setembro US$ bilhões Região

Exportações 2014

Total

Importações

2015

173,6 144,5

2014

2015

174,4 134,3

Saldo 2014 2015 -0,7

10,2

Norte

13,6

10,1

11,7

8,9

2,0

1,3

Nordeste

12,1

10,8

21,4

17,2

-9,4

-6,4

Centro-Oeste

22,3

18,1

9,8

7,3

12,5

10,7

Sudeste

88,1

71,0

94,8

73,0

-6,7

-2,1

Sul

34,6

31,1

36,5

27,7

-1,9

3,4

3,0

3,4

0,1

0,1

2,8

3,3

1/

Outros

Fonte: MDIC/Secex 1/ Referem-se a operações não classificadas regionalmente.

Tabela 6.12 – IPCA Variação trimestral1/ % Discriminação

Peso 2014 Set

2015 Dez

Mar

Jun

Set

100,0

0,83 1,72

3,83

2,26

1,39

4,2

1,43 2,06

2,69

2,80

0,38

14,8

0,61 1,33

3,26

2,75

1,03

IPCA Brasil Norte Nordeste Centro-Oeste

7,1

0,82 2,57

3,53

1,73

1,42

Sudeste

57,6

0,86 1,68

4,06

2,01

1,44

Sul

16,3

0,83 1,76

4,13

2,73

1,78

Livres Brasil Norte

0,69 1,77

2,47

1,98

1,06

0,42 2,53

1,93

2,33

0,08

Nordeste

0,45 1,41

2,68

2,23

0,99

Centro-Oeste

0,80 2,55

1,91

1,93

0,75

Sudeste

0,87 1,74

2,50

1,75

1,04

Sul

0,42 1,71

2,62

2,44

1,57

Monitorados Brasil Norte

1,31 1,54

8,45

3,15

2,43

5,41 0,34

5,59

4,50

1,45

Nordeste

1,20 1,02

5,44

4,68

1,17

Centro-Oeste

0,90 2,62

8,98

1,09

3,53

Sudeste

0,81 1,49

9,11

2,81

2,65

Sul

2,29 1,93

9,39

3,68

2,49

Fonte: IBGE e BCB 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

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Outubro 2015

A inflação, medida pelo IPCA do IBGE, atingiu 1,39% no terceiro trimestre do ano (2,26% no segundo trimestre), conforme Tabela 6.12. A desaceleração refletiu menor inflação em todas as regiões, com taxas variando de 0,38%, no Norte, a 1,78%, no Sul. Houve desacelerações dos preços livres e dos preços monitorados. Considerados períodos de doze meses, o IPCA variou 9,49% em setembro, repercutindo variações de 7,48% nos preços livres e de 16,34% nos monitorados. Em termos regionais, a variação acumulada do IPCA situou-se no intervalo de 8,13%, no Norte, a 10,8%, no Sul. Em resumo, a atividade econômica seguiu em trajetória declinante no país no início do segundo semestre, refletindo, sobretudo, os desempenhos negativos da indústria, das vendas do comércio e do setor de serviços, com impactos relevantes sobre o mercado de trabalho. As perspectivas de recuperação da atividade econômica dependem fundamentalmente da reversão da confiança de consumidores e empresários nos próximos trimestres, que tende a ser favorecida pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico encaminhadas. Adicionalmente, a mudança de patamar da taxa de câmbio deverá seguir favorecendo as regiões onde há maior representatividade das exportações na economia, em especial Centro-Oeste e Sul, com desdobramentos positivos sobre os respectivos mercados de trabalho.

Estrutura Produtiva e Desempenho Recente da Economia de Goiás

O objetivo deste boxe é analisar a evolução da economia de Goiás no período de 2004 a 2014, identificar as principais especificidades de sua cadeia produtiva e comparar sua trajetória com a da economia brasileira. Gráfico 1 – Produto Interno Bruto – PIB % 10 8 6 4 2 0 -2 2003

2005

2007 2009 2011 Brasil Goiás * Acumulado em doze meses até junho. Fonte: IBGE, Instituto Mauro Borges - Segplan/GO.

2013

2015*

Gráfico 2 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central Variação % acumulada em 12 meses 10 8 6 4 2 0 -2 -4

Dez 2004

Dez 2005

Dez 2006

Dez 2007

Dez 2008

IBC-Br

Dez 2009

Dez 2010

Dez 2011

Dez 2012

IBCR-GO

Dez 2013

Dez 2014

O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás cresceu, em média, 4,8% a.a. de 2005 a 2014, ante aumento médio de 3,4% a.a. do indicador nacional (Gráfico 1). Nesse contexto, a participação do PIB goiano no PIB do Brasil passou de 2,5%, em 2004, para 2,8% em 20121, último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e sua representatividade no PIB do Centro-Oeste aumentou de 27,2% para 28,8%, situando-se em patamar inferior à do Distrito Federal (39,8%) e superior às de Mato Grosso (18,8%) e do Mato Grosso do Sul (12,7%). Ressalte-se que o desempenho econômico do estado foi sustentado, em especial, pelas trajetórias do comércio, da indústria de transformação – com destaque para as indústrias de biocombustíveis, alimentos e vestuário – e do setor de outros serviços, impulsionado pelos segmentos transportes e prestadoras de serviços a empresas. O PIB de Goiás cresceu 0,5% no período de doze meses encerrado em junho de 2015, contrastando com a retração de 1,2% registrada no indicador nacional. O maior dinamismo da atividade econômica em Goiás, em relação à média do país, também é evidenciado pelas trajetórias do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-GO) e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBCBr)2. Nesse sentido, repercutindo, em grande parte, o

1/ O IBGE divulgou as contas regionais até 2012. Estatísticas posteriores para Goiás foram estimadas pelo Instituto Mauro Borges, do Governo do Estado de Goiás e incluem apenas taxas de crescimento real. A ausência de valores nominais impede o cálculo de comparações entre os agregados do estado e do país. 2/ Calculados pelo Banco Central.

Outubro 2015

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crescimento mais intenso do comércio e da indústria associada à cadeia de valor da agropecuária, o IBCRGO variou, em média, 3,6% a.a. de 2004 a agosto de 2015, comparativamente a aumento médio de 2,8% a.a. registrado pelo IBC-Br (Gráfico 2). Ressalte-se que o indicador de Goiás mostra menor volatilidade do que o nacional, trajetória compatível com a maior representatividade da agropecuária na economia local. Nesse contexto, após registrarem valores máximos respectivos de 7,4% em setembro de 2008 e de 8,8% em novembro de 2010, as variações em doze meses do IBCR-GO e do IBC-Br atingiram, na ordem, -0,7% e -2,2%, em agosto de 2015. A comparação entre o Valor Adicionado Bruto (VAB) da economia de Goiás e do Brasil evidencia a importância da agropecuária no estado, que detém participação de 13,2% no VAB, ante 5,3% em âmbito nacional (Gráfico 3). Gráfico 3 - Valor Adicionado Bruto - VAB - 2012 Distribuição %

13,8

12,7 8,2 3,1 3,7

7,2 4,2

Brasil

Transportes

Comércio

SIUP

Construção civil

Indústria transformação

Indústria extrativa

1,7

Goiás

5,2

13,4

7,3

2,9 1,7

Aluguéis

4,3

5,4

Intermediação financeira

5,7 6,7

Serviços informação

5,3

15,7

Outros serviços

13,0

16,6

15,0

14,2

Administração pública

13,2

Agropecuária

18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Fonte: IBGE.

Note-se que, além da agropecuária, as atividades indústria de transformação, construção civil, Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) e comércio registraram, em 20123, participações mais elevadas na estrutura produtiva do estado em relação à do país. A comparação intertemporal mostra que, de 2004 a 2012, ocorreram, no estado, aumentos relevantes nas participações das atividades outros serviços (2,2 p.p.), indústria de transformação (1,9 p.p.) e comércio (1,6 p.p.), e recuos acentuados nas associadas à agropecuária (4,0 p.p.), SIUP (2,4 p.p.) e aluguéis (2,2 p.p.). A participação da produção agrícola de Goiás no total nacional atingiu 7,7% em 2013, considerado 3/ Último dado divulgado pelo IBGE.

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Outubro 2015

Tabela 1 – Produção agrícola – Goiás Participação das principais culturas

1/

% Descrição

Na produção de GO 2003

Agricultura Soja Cana-de-açúcar

Na produção do Brasil

2013

2003

2013

100,0

100,0

6,0

7,7

51,4

40,5

10,8

10,5

6,1

24,2

3,0

10,1

16,2

14,3

7,2

9,6

Tomate

2,9

5,9

11,8

20,1

Feijão

6,6

4,1

10,0

10,6

Algodão

6,2

2,4

13,9

6,3

Milho

Fonte: PAM 2013, do IBGE 1/ Por valor da produção.

Tabela 2 – Produção agrícola – Goiás Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação

1/

Pesos

Produção 2014

Variação % 2015

GO

Brasil

Grãos

63,2

19 716

19 361

-1,8

8,8

Soja

40,5

8 873

8 631

-2,7

12,2

Milho

14,3

9 123

9 293

1,9

7,3

Feijão

4,1

313

318

1,4

-6,0

Algodão

2,4

161

102

-36,3

-3,8

24,2

69 117

68 997

-0,2

2,9

Tomate

5,9

1 026

937

-8,7

1,1

Batata-inglesa

1,4

174

277

58,8

-2,2

Cana-de-açúcar

Fonte: LSPA de setembro de 2015, do IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013.

o valor da produção divulgado pela Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE (Tabela 1). A participação média do estado no valor da produção agrícola nacional aumentou no período recente e registrou média de 6,5%, de 2004 a 2013 (média de 4,9% no decênio anterior). As lavouras temporárias predominam no estado e representaram 97,8% do valor da produção agrícola em 2013, destacando-se soja (40,5%); cana-de-açúcar, cultura que mais cresceu nos últimos dez anos, impulsionada pelo aumento da demanda por etanol (24,0%); milho (14,3%), tomate (5,9%), feijão (4,1%) e algodão (2,4%). Essas culturas foram responsáveis, em conjunto, por 91,5% do valor da produção agrícola do estado em 2013 e detiveram participações significativas nas safras do país, principalmente tomate (20,1%), feijão (10,6%), soja (10,5%) e cana-de-açúcar (10,1%). A safra de grãos de Goiás deverá recuar 1,8% em 2015, situando-se em 19,4 milhões de toneladas (9,2% do total do país), de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, do IBGE (Tabela 2). O resultado negativo, contrastando com a expansão projetada para o país, repercute, em especial, a estimativa de retração de 2,7% para a produção de soja, impactada pela estiagem na época da safra de verão. A colheita de milho deverá crescer 1,9%, impulsionada pelo aumento na área destinada ao plantio da safra de inverno e pela ocorrência de condições meteorológicas adequadas de fevereiro a abril. Em relação às demais culturas, destaque para as projeções de recuos para as de cana-de-açúcar (0,2%) e de tomate (8,7%). O Valor Bruto da Produção4 (VBP) agropecuária de Goiás deverá recuar 3,6% em 2015, em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As reduções mais significativas devem ocorrer nos VBP de soja, canade-açúcar e algodão, e os aumentos mais acentuados, nos VBP de bovinos, batata-inglesa e cebola. Os rebanhos de bovinos, aves e de suínos de Goiás totalizaram, na ordem, 21,5 milhões, 69,6 milhões e 2,0 milhões de cabeças em 2014, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE, com participações respectivas de 10,1%, 5,2% e 5,3% no

4/ O VBP foi estimado a partir do LSPA de agosto e dos preços médios recebidos pelos produtores em 2014 e 2015, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Outubro 2015

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total nacional. Ressalte-se que essas participações registraram estabilidade e aumentos de 1,1 p.p. e de 0,8 p.p., respectivamente, nos últimos dez anos. Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, após aumentarem em 2013 e 2014, impulsionados pela elevação das exportações para a Rússia, Hong Kong e Egito, recuaram 12,7% no período de doze meses encerrado em agosto de 2015, impactados, em especial, por restrições de oferta. Os abates de suínos e de aves aumentaram 1,3% e 10,5%, respectivamente, no período (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Abates de animais – Goiás Média móvel 12 meses 2012 = 100 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 Jan 2007

Jan 2008

Jan 2009

Jan 2010 Bovinos

Jan 2011

Jan Jan 2012 2013 Aves

Jan 2014

Jan 2015 Suínos

Fonte: Mapa

Tabela 3 – Valor da Transformação Industrial (VTI) Principais produtos conforme VTI – 2013 % Seções e atividades

Distrib. Represent. da ind. na indústria em GO nacional

Indústria extrativa

5,8

1,1

3,2

9,3

94,2

2,7

47,3

8,0

Coque, derivados de petróleo e biocombustíveis

6,9

1,7

Produtos químicos

4,7

1,8

Artigos do vestuário e acessórios

4,5

5,1

Veículos automotores

4,3

1,2

Extração de minerais não-metálicos Indústria de transformação Produtos alimentícios

Produtos de minerais não-metálicos

3,8

2,7

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos

3,5

4,4

Máquinas e equipamentos

3,3

1,7

Metalurgia

3,2

1,7

Bebidas

3,0

2,5

Outros

9,7

0,9

Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual – Empresa

Gráfico 5 – Comércio ampliado1/ Índice de vendas – Média móvel trimestral 2004 = 100 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago Ago 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Brasil Goiás 1/ Dados dessazonalizados

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Outubro 2015

A indústria de Goiás cresceu acima da média nacional nos últimos dez anos. Nesse sentido, a produção industrial do estado aumentou 43,7% no período de doze meses encerrado em agosto de 2015, em relação a 2004 (crescimento de 9,3% em âmbito nacional), de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE. A Pesquisa Industrial Anual-Empresa, do IBGE, indica que, considerando as indústrias de transformação, a participação goiana no Valor da Transformação Industrial (VTI) do país passou de 1,9%, em 2007, para 2,7% em 2013 (Tabela 3). Essa evolução foi sustentada, em grande parte, pelo crescimento da indústria alimentícia – com destaque para a ampliação das instalações industriais de abates de aves e suínos e da indústria sucroalcooleira – cuja participação na indústria goiana aumentou de 40,4%, em 2007, para 47,3%, em 2013. No mesmo período, destacaram-se as elevações nas participações das indústrias de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, de 3,0% para 6,9%; e de artigos de vestuário e acessórios, de 2,3% para 4,5%. Em sentido contrário, a participação da indústria extrativa goiana no VTI do estado recuou de 11,1% para 5,8%, no período. As vendas do comércio mostraram, no período recente, maior dinamismo em Goiás do que em âmbito nacional, elevando-se 116,0% no intervalo de doze meses encerrado em agosto de 2015, em relação a 2004 (84,0% no país) de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE (Gráfico 5 e Tabela 4). Destacaram-se os aumentos nas atividades veículos e motos, partes e peças (146,9%) e material de construção (68,9%), contrastando com o menor dinamismo das

vendas de hiper e supermercados, relativamente à média nacional.

Tabela 4 – Índice de vendas no varejo – Goiás 1/

Evolução entre 2004 e 2015

Variação % Setores

Goiás

Brasil

Comércio ampliado

116,0

84,0

Veículos e motos, partes e peças Material de construção

146,9

78,4

68,9

54,0

Combustíveis e lubrificantes

20,0

21,3

Hiper, supermercados

53,6

68,6

Tecidos, vestuário e calçados

64,4

41,8

Móveis e eletrodomésticos

169,6

161,0

Outros artig. de uso pessoal e dom.

246,8

209,9

97,6

89,1

Comércio varejista Fonte: IBGE 1/ Doze meses encerrados em agosto de 2015

Ressalte-se que após apresentarem maior dinamismo até 2013, as vendas passaram a repercutir o cenário de piora nas condições de crédito e desaceleração do crescimento da massa de rendimento real. A economia do estado registrava, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 1.243 mil postos de trabalho formais em agosto de 2015, representando 3,1% do total de vagas do país, ante 3,0% ao final de 2004 (Tabela 5). Destacaram-se, no período, os aumentos nas participações dos contingentes de trabalhadores da indústria de transformação (0,8 p.p.) e do setor de serviços (2,6 p.p.), e o recuo de 1,2 p.p. no alocado na agropecuária. A economia goiana eliminou 27,5 mil postos de trabalho no intervalo de doze meses encerrado em agosto, 2,5% dos cortes registrados em âmbito nacional, dos quais 17 mil na construção civil e 10,6 mil na indústria de transformação (principalmente nas indústrias de biocombustíveis e frigoríficos). O rendimento médio no estado era o décimo primeiro mais elevado entre as unidades da federação em 2003, situando-se em patamar 2,8% inferior à média do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Repercutindo o maior dinamismo da economia goiana, em relação à do país, observado no decênio posterior, o rendimento médio no estado tornou-se o oitavo maior em 2013, superando o do país em 4,1%.

Tabela 5 – Quantidade de trabalhadores no regime CLT1/ Em milhares Setores

GO

Brasil

2004 Total Ind. de transformação

% Total

2015

% Total

2015/04

2004

% Total

867,6

100,0

1 242,9

100,0

43,3

29 201,8

172,8

19,9

257,5

20,7

49,0

6 611,6

2015

100,0 40 571,5

% Total

2015/04

100,0

38,9

19,6

20,0

22,6

7 936,9

20,9

9 177,8

22,6

50,1

40,0 17 393,8

42,9

49,1

Comércio

206,2

23,8

290,9

23,4

41,1

6 114,1

Serviços

299,5

34,5

460,9

37,1

53,9

11 666,2

Construção civil

67,8

7,8

88,1

7,1

29,9

1 978,7

6,8

2 887,4

7,1

45,9

Agropecuária

77,8

9,0

96,8

7,8

24,5

1 578,3

5,4

1 642,7

4,0

4,1

43,4

5,0

48,7

3,9

12,1

1 252,9

4,3

1 532,9

3,8

22,4

Outros

2/

Fonte: MTE/Caged 1/ Dados de 2004 se referem a dezembro, e os de 2015, a agosto. 2/ Inclui indústria extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outros.

Outubro 2015

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Estatísticas mais recentes, divulgadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), ratificam a deterioração do mercado de trabalho evidenciada pelos dados do Caged (Tabela 6). Nesse sentido, a taxa de desocupação aumentou de 5,4%, no segundo trimestre de 2014, para 7,3%, no segundo trimestre de 2015 (6,8% para 8,3% no país); o rendimento médio real habitualmente recebido recuou 2,9%, no mesmo período, principalmente no segmento de serviços de alojamento e alimentação (aumento de 1,5% no Brasil); e a massa salarial decresceu 2,3%, com retrações acentuadas na construção civil e nos serviços de alojamento e alimentação (expansão de 1,6% no país). Tabela 6 – Mercado de trabalho Segundo trimestre Discriminação

Brasil

Goiás

2014 População ocupada – mil População desocupada – mil Força de trabalho – mil Taxa de desocupação – % Rendimento médio real – R$ Massa salarial real – R$ milhões

2015

Var. %

2014

2015

Var. %

92 052

92 211

0,2

3 170

3 197

0,9

6 767

8 354

23,5

180

253

40,6

98 819

100 565

1,8

3 350

3 450

3,0

6,8

8,3

1,5

5,4

7,3

2,0

1 855

1 882

1,5

1 824

1 771

-2,9

165 229

167 905

1,6

5 706

5 577

-2,3

Fonte: PNAD Contínua, do IBGE

A balança comercial de Goiás registrou superavit de US$2,6 bilhões em 2014, ante US$787 milhões em 2004, evolução decorrente de aumentos de 393,9% nas exportações e de 606,3% nas importações, que totalizaram US$7,0 bilhões e US$4,4 bilhões, respectivamente.

Gráfico 6 – Comércio exterior Participação % de Goiás 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015* Exportações Importações * Acumulado no ano até setembro.

102 |

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Outubro 2015

A participação das exportações do estado no total das vendas externas do Brasil aumentou de 1,5% para 3,1%, no período (Gráfico 6), evolução impulsionada, em grande parte, pela trajetória dos preços das commodities, que detém participação expressiva na pauta. Nesse sentido, as exportações de produtos básicos representaram 74,3% dos embarques de Goiás em 2014 (83,2% em 2004), concentrados em soja (24,3% do total do estado), em especial para a China; carne de bovinos (13,9%), principalmente para Rússia, Hong Kong, Egito e Irã; farelo de soja (8,7%), sobretudo para Holanda; e milho (7,9%), em grande parte para Vietnã, Coreia do Sul, Irã e Formosa. As exportações de produtos semimanufaturados representaram 21,4% das vendas externas de Goiás

em 2014 (11,9% em 2004), impulsionadas pelas de ferro-ligas (8,6% do total do estado), açúcar de cana em bruto (6,1%) e couros e peles (3,4%), todas direcionadas em especial para a China. As exportações de manufaturados representaram 4,3% da pauta em 2014 (4,9% em 2004), concentrando-se em açúcar refinado, preparações e conservas de carne de peru, e gelatinas e colas para uso industrial. A participação das importações de Goiás no total das compras externas do Brasil aumentou de 1,0%, em 2004, para 1,9%, em 2014 (Gráfico 6). Destaque para as aquisições de matérias-primas e produtos intermediários (45,5% do total do estado, ante 66,6% em 2004), em especial de acessórios de equipamento de transportes procedentes da Coreia do Sul, Japão e Tailândia; de produtos químicos e farmacêuticos, da China, Suíça, Estados Unidos da América (EUA) e Índia; e de matérias primas para agricultura, originárias do Canadá e Rússia. As importações de bens de consumo não-duráveis representaram 27,0% do total (5,1% em 2004), concentradas em produtos farmacêuticos, em especial da Alemanha, EUA, e Suíça; e as de bens de consumo duráveis, 15,1% (11,7% em 2004), destacando-se as de automóveis coreanos e japoneses. Gráfico 7 – Operações de crédito1/ Variação % no ano 35 30 25 20 15 10 5 0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015* Brasil Goiás * Variação acumulada em doze meses até agosto. 1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 8 – Crédito a PF por modalidade Participação no saldo – Agosto de 2015 % 35

33,1 32,2

27,8

30 25

18,3

20 13,6

15

12,4

11,8

10,0 7,3

10

5,8

5 0 Imobiliário

Rural Brasil

Consignado Goiás

Veículos

Sem consig.

A balança comercial de Goiás apresentou superavit de US$1,7 bilhão nos nove primeiros meses de 2015 (US$2,1 bilhões em igual período de 2014). As exportações atingiram US$4,4 bilhões e as importações, US$2,6 bilhões, recuando 20,6% e 21,3%, respectivamente, no período. O desempenho das exportações repercutiu recuos de 17,3% nos preços e de 3,9% no quantum, e o das importações, retrações respectivas de 9,9% e 12,6%. As operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Goiás somaram R$108,5 bilhões em agosto de 2015 (3,5% do total no país, ante 2,9% em dezembro de 2004), registrando aumento médio anual de 23,3% a.a., desde janeiro de 2004 (20,0% a.a. no país). O crescimento do saldo dessas operações de crédito vem desacelerando nos anos recentes, passando de 26,0% a.a., em 2011, para 14,6% a.a. em agosto de 2015 (Gráfico 8). A carteira de pessoas físicas atingiu R$64,6 bilhões em agosto de 2015, representando 60,0% do

Outubro 2015

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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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total dos empréstimos, ante 47,0% em âmbito nacional (Gráfico 8). Essa diferença repercute, em especial, o elevado volume de crédito rural contratado, consistente com a participação acentuada da agropecuária na estrutura econômica do estado – essas operações representaram 27,8% do crédito concedido às pessoas físicas no estado, em agosto de 2015 (13,6% no país). Destaque, adicionalmente, para as operações de financiamento imobiliário, principal modalidade de crédito no estado, com participação de 32,2% na carteira de pessoas físicas (média nacional, 33,1%); e de crédito consignado e financiamento de veículos (12,4% e 10,0% da carteira, respectivamente, ante 18,3% e 11,8%, na ordem, no país). A participação da carteira de pessoas físicas de Goiás na correspondente do país passou de 4,6%, em janeiro de 2004, para 4,5%, em agosto de 2015. Gráfico 9 – Crédito a PJ por atividade Participação no saldo – Agosto de 2015 % 30 24

24,3 18,3

28,4 23,6 16,6 15,8

18 12

7,1

9,4

9,3 9,1

8,1 10,2 7,0 5,9

6

2,2 1,5

2,4 0,8

Brasil

Ind. extrativas

Agropecuária

Transportes

Construção

Serv. Ind. Util. Púb.

Outros serviços

Adm. pública

Ind. de transf.

Comércio

0

Goiás

A carteira de crédito a pessoas jurídicas somou R$43,9 bilhões em agosto de 2015, com participação de 40,0% no total do crédito contratado no estado5, ante 53,0% no país (Gráfico 9). Destacaram-se os financiamentos aos segmentos comércio, indústria de transformação 6 e administração pública, com participações respectivas de 24,3%, 23,6% e 16,6% na carteira do segmento. Ressalte-se a maior participação no estado, em relação à observada em âmbito nacional, dos empréstimos ao comercio e à administração pública, contrastando com a menor representatividade das contratações da indústria de transformação e dos setores outros serviços e transportes. A carteira de crédito das empresas com sede em Goiás representou 2,7% do total da carteira de pessoas jurídicas no país em agosto de 2015 (1,6%, em janeiro de 2004). A inadimplência nas operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Goiás atingiu 3,27% em agosto de 2015 (3,01% no país). O indicador situou-se em 3,49% no segmento de pessoas físicas e em 2,93% no de pessoas jurídicas (3,67% e 2,42%, respectivamente, em âmbito nacional). A taxa aumentou 0,17 p.p. nos últimos doze meses, reflexo de acréscimos de 0,36 p.p. no segmento de pessoas jurídicas e de 0,03 p.p. no de pessoas físicas (variações respectivas de 0,15 p.p.; 0,39 p.p. e -0,12 p.p. no país).

5/ Se considerarmos o crédito destinado ao financiamento da atividade produtiva, ou seja, se incluirmos o crédito rural contratado pelas pessoas físicas, a proporção desse crédito será de 57% em Goiás, e 59% no Brasil. 6/ Os empréstimos para as indústrias de alimentos e bebidas, biocombustíveis, sucroalcooleiras, fabricação de veículos, e farmacêuticas respondem, em conjunto, por 75% do crédito contratado pelo segmento.

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Outubro 2015

Em linhas gerais, o desempenho da economia goiana na última década – superior ao da economia brasileira – foi impulsionado, em especial, pelo dinamismo do comércio, da indústria de transformação e do setor de outros serviços. É importante ressaltar que a indústria do estado está concentrada em segmentos da cadeia produtiva do setor agropecuário, que mesmo apresentando redução na participação da atividade econômica do estado no período analisado, detém representatividade no VAB estadual cerca de 160% maior do que em âmbito nacional. Essa característica favoreceu a economia local nos últimos anos, dado o dinamismo do setor agropecuário e a sua menor aderência às oscilações do ciclo econômico, particularmente em momentos de retração da atividade econômica.

Outubro 2015

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Evolução da Produção Regional dos Principais Grãos (20102015)

A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu, em média, 7,0% a.a. de 2010 a 2014, de acordo com estatísticas da Produção Agrícola Municipal (PAM) 1 e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ressalte-se que as safras de soja, milho, arroz e trigo – cuja evolução no período encontra-se no Gráfico 1 – representaram, em conjunto, 92,1% da quantidade produzida e 87,3% do valor da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2014. Este boxe analisa a evolução da produção desses grãos no período 20102014 e as respectivas projeções para 20152. Gráfico 1 – Evolução da produção de grãos (Em milhões de toneladas) 97

100 84 80 69 55

60

40

20

13

11

7

6

0 Arroz (em casca)

Milho (em grão) 2010

2011

2012

Soja (em grão) 2013

2014

Trigo (em grão) 2015*

Fonte: LSPA e PAM do IBGE * Conforme LSPA de agosto de 2015

As produções de soja e milho3 representaram, em média, 48,3% e 33,6%, respectivamente, da produção total de grãos do país, no período 20102014, quando registraram aumentos médios anuais de 5,9% e 9,4% (Tabela 1). Destacam-se, no período, 1/ De acordo com a PAM, são considerados cereais, leguminosas e oleaginosas: algodão herbáceo, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. 2/ Foram utilizadas estatísticas da PAM 2013 e do LSPA. 3/ O milho primeira safra é o principal concorrente da soja, apesar de estar perdendo área para essa cultura. Ambos os grãos são plantados nas mesmas regiões.

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Outubro 2015

Tabela 1 – Principais grãos: soja, milho, arroz e trigo Média 2010-2014 Produto Peso1/ Rendimento

%

Produção %

(Kg/ha)

anual

(t mil)

Área colhida %

anual

(ha mil )

anual

Soja

56,3

2 898

-0,8

75 513

5,9

26 083

6,7

Milho

21,8

4 800

4,3

68 308

9,4

14 143

4,9

Arroz

6,2

4 798

5,8

12 041

2,0

2 517

-3,6

Trigo

3,1

2 550

-6,1

5 637

0,0

2 224

6,4

Fonte: IBGE

Soja

1/ Calculado de acordo com o valor da produção (PAM 2013), considerando o total de cereais, leguminosas e oleaginosas.

Tabela 2 – Soja Média 2010-2014 Produto

Peso1/ Rendimento % na

(Kg/ha)

anual

Produção % (t mil)

Área

%

anual colhida anual (ha mil )

região Norte

58,2

2 991

Nordeste

41,0

2 750 -2,9

5 895

5,5

2 164

8,6

Sudeste

36,6

2 828 -2,7

4 672

3,6

1 658

6,4

Sul

55,9

2 772 -1,0

26 478

3,3

9 532

4,3

Centro-Oeste

65,6

3 028 -0,2

36 093

7,3 11 934

7,5

56,3

2 898 -0,8

75 513

5,9 26 083

6,7

Brasil

1,0

2 374 21,0

as variações anuais médias de 4,3% na produtividade do milho e de -0,8% na da soja, esta atribuída ao impacto de condições meteorológicas adversas nos principais estados produtores. Ressaltem-se, ainda, no mesmo período, o aumento médio de 5,8% a.a. na produtividade da cultura de arroz, favorecida pela produção irrigada e pela melhoria nas técnicas de plantio e de tratos culturais; e a redução de 6,1% a.a. na produção de trigo.

794 19,8

Fonte: IBGE 1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção (PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

A produção mundial de soja concentra-se nos Estados Unidos da América (EUA), Brasil e Argentina, responsáveis, em conjunto, por 81,4% da safra de 2014. As principais regiões produtoras no Brasil são o Centro-Oeste e o Sul, com médias respectivas de 47,8% e 35,1% na safra do país, de 2010-2014, ressaltandose que essas colheitas representaram 65,6% e 55,9%, respectivamente, do valor da produção de grãos das regiões mencionadas, em 2013 (Tabela 2). A produtividade da cultura recuou no período, em média, 0,8% no Brasil, oscilando de 3.028 kg/ha no Centro-Oeste, a 2.750 kg/ha, no Nordeste. Nesse cenário, a produção da primeira região cresceu 7,3% a.a. no período, desempenho inferior apenas ao do Norte, impactado, principalmente, pela inclusão de novas áreas.

Milho Tabela 3 – Milho Média 2010-2014 Produto

Peso1/ Rendimento % na

(Kg/ha)

anual

Produção % (t mil)

Área

%

anual colhida anual (ha mil )

região Norte

18,8

2 861

Nordeste

20,5

2 166 12,1

4,5

1 456

2,1

509

-2,3

4 912 12,8

2 288

0,6

Sudeste

38,4

5 376

0,1

10 993

1,1

2 043

1,0

Sul

19,4

5 626

1,9

23 537

1,5

4 194

0,4

Centro-Oeste

20,5

5 240

6,0

27 410 21,0

21,8

4 800

4,3

68 308

Brasil

5 111 14,1

9,4 14 143

4,9

Fonte: IBGE 1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção (PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

As safras de milho do Brasil – terceiro maior produtor do grão –, EUA e China representaram, em conjunto, 66,5% da produção global em 2014. Destaca-se a importância das colheitas do CentroOeste e Sul, com médias respectivas de 40,1% e 34,5% no total produzido no país, de 2010-2014, resultado influenciado, em parte, pelos aumentos médios de 6,0% e 1,9% nas respectivas produtividades (Tabela 3). É importante ressaltar que embora a produção média do Sudeste tenha aumentado apenas 1,1% a.a. no período – repercutindo migração do cultivo para a soja, movimento observado com menor intensidade no Sul4 –, a representatividade da cultura no valor da

4/ A causa principal da migração para áreas de soja é o fator preço, seguido do maior custo de produção. Considerando os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ESALQ/USP), de 2007 a 2014 a variação nos preços da soja foi de 53%, enquanto para o milho foi de -2,8%. No Sul, considerando os dados da Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR, estas variações foram de 93,6% e 16,5%, na ordem.

Outubro 2015

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produção de grãos da região atingiu 38,4% em 2013. A produção de milho no Nordeste aumentou, em média, 12,8% a.a. no período, destacando-se o impacto do aumento de 12,1% a.a. na produtividade.

Arroz Tabela 4 – Arroz Média 2010-2014 Produto

Peso1/ Rendimento %

Produção %

anual

(Kg/ha)

na

(t mil)

Área (ha mil )

região Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

%

anual colhida anual

16,3

3 055

7,6

960

-1,7

318

-8,7

4,7

1 428

4,6

861

-1,2

601

-5,5

0,6

2 909 -1,8

11,9

7 177

3,3

159 -20,1 9 187

4,1

54 -18,6 1 279

0,7

1,0

3 327

3,9

873

-6,1

265

-9,7

6,2

4 798

5,8

12 041

2,0

2 517

-3,6

Fonte: IBGE 1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção (PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

A safra brasileira de arroz correspondeu a 1,7% da produção mundial em 2014, concentrada na China e Índia. Ressalte-se que a produção no Brasil aumentou 69,0%, de 1975 a 2005, impulsionada pela expansão de 128,1% na produtividade, de acordo com o Mapa. Nesse contexto, o país tornou-se autossuficiente em arroz a partir da safra de 2004. A produção de arroz recuou em todas as regiões no período 2010-2014, exceto no Sul, onde a expansão média anual de 4,1% repercutiu a evolução da produtividade, favorecida pelo sistema de cultivo irrigado5 (Tabela 4). Em 2014, a região foi responsável por 76,4% da colheita nacional, concentrada no Rio Grande do Sul. Destacou-se, ainda, a evolução do cultivo do arroz no Norte, especificamente em Tocantins, salientando-se que a produção média da região foi a segunda mais importante no país, no período.

Trigo Tabela 5 – Trigo Média 2010-2014 Produto

Peso1/ Rendimento % na

Produção %

anual

(Kg/ha)

(t mil)

Área

%

anual colhida anual (ha mil )

região Norte

-

-

-

-

-

-

-

Nordeste

-

-

-

-

-

-

-

1,3

2 874

3,7

Sul

7,3

2 533 -6,7

Centro-Oeste

0,1

2 800

3,1

2 550 -6,1

Sudeste

Brasil

4,4

243 20,6 5 304

-0,7

89 -17,2 5 637

0,0

84 16,4 2 108

6,5

32 -20,7 2 224

6,4

Fonte: IBGE 1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção (PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

A produção de trigo apresentou estabilidade no período 2010-2014, contribuindo para o aumento da dependência da importação do grão para atender a demanda interna6. Ressalte-se, no período mencionado, o recuo médio de 0,7% a.a. na produção do Sul, impactada por retração média de 6,7% na produtividade, repercutindo adversidades climáticas no período (Tabela 5). O cultivo de trigo ocorre no Centro-Oeste, Sudeste e, principalmente, no Sul, responsável por 93,7% da safra brasileira em 2014, na qual sobressaiu o desempenho da produção paranaense, expresso em aumentos respectivos de 98,4%, 37,9% e 43,8% na produção, área cultivada e rendimento. Ressalte-se que esse resultado repercutiu, em parte, a base de

5/ O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, tem utilizado o sistema de cultivo irrigado, que vem contribuindo, em média, com 53% da produção nacional, conforme a Embrapa. 6/ Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e USDA, a relação entre a produção interna e o consumo de trigo recuou de 57,4%, em 2010, para 47,9%, em 2014.

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Outubro 2015

comparação deprimida, tendo em vista os efeitos negativos de geadas sobre a safra de 2013.

Perspectivas para 2015 A safra de soja deverá apresentar aumento anual de 12,0% em 2015, de acordo com o LSPA de agosto, atingindo o recorde de 96,7 milhões de toneladas. Destacam-se as projeções de crescimentos respectivos de 17,9% e 4,7% nas colheitas do Sul e do Centro-Oeste, com participações, na ordem, de 36,0% e de 45,3% na produção brasileira (Gráfico 2 e Tabela 6). As exportações de soja – item mais representativo da pauta brasileira – representaram 17,0% das vendas externas do país nos oito primeiros meses de 2015, elevando-se 9,3% em relação a igual intervalo de 2014. O LSPA de agosto, divulgado pelo IBGE, projeta elevação anual de 6,5% para a produção de milho em 2015, destacando-se as estimativas de aumentos de 11,5% no Centro-Oeste e de 1,6% no Sul, repercutindo, em parte, variações respectivas de 3,7% na área plantada do Centro-Oeste e de 22,3% no rendimento do Sul. As participações das safras dessas duas regiões no total produzido no país deverão atingir, na ordem, 47,8% e 29,2% em 2015 (Gráfico 2 e Tabela 6). A safra de arroz deverá aumentar 3,7% em 2015, em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Essa projeção incorpora perspectivas de recuo de 4,7% na área plantada e de aumento de 8,7% na produtividade. Destaque para as estimativas de aumentos para as safras do Sul (4,7%) e do Norte (22,2%), responsáveis, na ordem, por 78,8% e 9,1% da produção nacional em 2015 (Gráfico 2 e Tabela 6). Considerado o LSPA do IBGE, o aumento anual da produção brasileira de trigo deverá atingir 17,1% em 2015, com destaque para as expansões no Centro-Oeste (27,1%) e no Sul (18,2%). Note-se que a projeção para o Sul ocorre em cenário de redução de 12,6% na área plantada, o que ratifica o impacto das geadas ocorridas em 2013 sobre a produção do estado naquele ano. Ressalte-se, ainda, a concentração da cultura nessa região, em especial no Paraná e no Rio Grande do Sul (Gráfico 2 e Tabela 6).

Outubro 2015

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Gráfico 2 – Soja, Milho, Arroz e Trigo: Principais regiões e estados produtores (2015) Milho

Soja

Demais; 18,7%

SE 12,9%

CO 45,3%

SUL 36,0%

Demais 10,1%

MG: 8,2% SP: 4,7%

MT: 28,7% GO: 8,9%

CO 47,8% MT: 25,3% GO: 10,8% MS: 11%

SUL 29,2%

PR: 17,7% RS: 16,2%

PR: 18,8% RS: 6,7%

Arroz N 9%

Demais 6%

Demais SE 6% 1%

Trigo

CO; 7% Sul 92,5% Sul 78,8%

PR: 54,9% RS: 34,5%

RS: 65,4% SC: 8,6%

Fonte: IBGE

Tabela 6 – LSPA - Safra 2015 Var. %

Brasil Produto

Área

Centro-Oeste Produção

Área

Sul

Produção

Sudeste

Área

Produção

Produção

Nordeste

Área

Produção

Área

Produção

Soja

5,8

12,0

4,9

4,7

4,8

17,9

5,2

14,8

15,9

15,0

11,0

Milho

0,7

6,5

3,7

11,5

-5,3

1,6

-2,1

2,2

12,6

33,9

-2,1

-1,6

Arroz

-4,7

3,7

-1,8

0,6

0,8

4,7

-24,2

-12,5

5,1

22,2

-19,7

-24,5

Trigo

-11,5

17,1

24,3

27,1

-12,6

18,2

2,1

1,6

-

-

-

-

Fonte: IBGE (LSPA de Ago/2015). Comparativo com a Safra/2014

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Área

Norte

Boletim Regional do Banco Central do Brasil

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27,4

Apêndice

Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

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Banco Central do Brasil

Presidente Alexandre Antonio Tombini

Diretor de Política Econômica Luiz Awazu Pereira da Silva

Chefe do Departamento Econômico Tulio José Lenti Maciel

Representações Regionais do Departamento Econômico

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belém



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre



Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Recife



Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Salvador



Gerência Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo

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Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belém Boulevard Castilhos França, 708 – Centro Chefe de Equipe: Priscila Furtado dos Santos Caixa Postal 651 66010-020 – Belém (PA) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho Chefe de Equipe: Rodrigo Lage de Araújo Caixa Postal 887 30170-001 – Belo Horizonte (MG) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico Chefe de Equipe: Vanderléia Centenaro Caixa Postal 1.408 80530-914 – Curitiba (PR) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza Av. Heráclito Graça, 273 – Centro Chefe de Equipe: Afonso Eduardo de Oliveira Jucá Caixa Postal 891 60140-061 – Fortaleza (CE) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre Rua 7 de setembro, 586 – Centro Chefe de Equipe: Maria Juliana Zeilmann Fabris Caixa Postal 919 90010-190 – Porto Alegre (RS) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Recife Rua da Aurora, 1259 – Santo Amaro Chefe de Equipe: Fernando de Aquino Fonseca Neto Caixa Postal 1.445 50040-090 – Recife (PE) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – Centro Chefe: Lilian Carla dos Reis Arquete Caixa Postal 495 20071-900 – Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Salvador Av. Anita Garibaldi, 1.211 – Ondina Chefe de Equipe: Itamar Marins da Silva Caixa Postal 44 40210-901 – Salvador (BA) E-mail: [email protected] Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo Av. Paulista, 1804 – Bela Vista Chefe: Mauricio Barreto Campos Caixa Postal 8.984 01310-922 – São Paulo (SP) E-mail: [email protected]

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Outubro 2015

Siglas

a.a. BNDES Caged Cepa/SC Cepea CNC CNI Conab Condepe/Fidem Cotepe Depec Deral Emater/RS EUA Fecomercio SP Fecomércio-RS FEE Fenabrave Fieam Fiec Fieg Fiemg FIEMT Fiep Fiepe Fiergs Firjan Fundeb IBC-Br IBCR IBGE ICA ICC Iceb Icec Icec Icei ICF

Ao ano Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada Confederação Nacional do Comércio Confederação Nacional da Indústria Companhia Nacional de Abastecimento Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco Comissão Técnica Permanente do ICMS Departamento Econômico Departamento de Economia Rural Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural Estados Unidos da América Federação do Comércio do Estado de São Paulo Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores Federação das Indústrias do Estado do Amazonas Federação das Indústrias do Estado do Ceará Federação das Indústrias do Estado de Goiás Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso Federação das Indústrias do Estado do Paraná Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil Índice de Atividade Econômica Regional Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Índice de Condições Atuais Índice de Confiança do Consumidor Indicador de Confiança do Empresariado Baiano Índice de Confiança do Empresário do Comércio Índice de Confiança do Empresário da Construção Índice de Confiança do Empresário Industrial Intenção de Consumo das Famílias

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ICIT ICMS IDI IE IFZ IGP-DI Indi IPCA Ipece kg/ha LSPA Mapa MDIC MTE Nuci OIE p.p. PEA PEIC PIB PIM PIM-PF PMC PME PMS PNAD PNADC PO RMB RMBH RMC RMF RMPA RMR RMRJ RMS RMSP RMV Seab SEF SEI SEPLAN-CTI SIF Sincodiv PR Sinduscon-RS SIUP STN USP VAB VBP VTI

116 |

Índice de Confiança da Indústria de Transformação Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Índice de Desempenho Industrial Índice de Expectativas Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará Quilograma por hectare Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Ministério do Trabalho e Emprego Nível de Utilização da Capacidade Instalada Organização Mundial de Saúde Animal Pontos percentuais População Economicamente Ativa Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor Produto Interno Bruto Pesquisa Industrial Mensal Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Pesquisa Mensal do Comércio Pesquisa Mensal de Emprego Pesquisa Mensal de Serviços Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua População Ocupada Região Metropolitana de Belém Região Metropolitana de Belo Horizonte Região Metropolitana de Curitiba Região Metropolitana de Fortaleza Região Metropolitana de Porto Alegre Região Metropolitana do Recife Região Metropolitana do Rio de Janeiro Região Metropolitana de Salvador Região Metropolitana de São Paulo Região Metropolitana de Vitória Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná Secretaria de Estado de Fazenda Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação Serviço de Inspeção Federal Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul Serviços Industriais de Utilidade Pública Secretaria do Tesouro Nacional Universidade de São Paulo Valor Adicionado Bruto Valor bruto da produção Valor da Transformação Industrial

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