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B8 Economia %HermesFileInfo:B-8:20170304:

O ESTADO DE S. PAULO

SÁBADO, 4 DE MARÇO DE 2017

Negócios

App de carona Uber utilizou software para driblar fiscalização . Pág. B11

Estratégia. Por estar vinculado à educação, mais resiliente a crises, segmento de locação para universitários tem sido aposta de investidores frente a ramos tradicionais do mercado imobiliário; nos EUA e na Europa, segmento tem fundos imobiliários exclusivos

Residências estudantis entram no radar de incorporadoras no País Pouco explorado e quase desconhecido no Brasil, o segmento de residência estudantil começa a atrair investidores e, segundo analistas, deve se desenvolver de forma acelerada nos próximos anos no País. Empresas do setor, como Mitre Realty e Uliving Brasil, planejam colocar à disposição de universitários pelo menos 6 mil camas até 2021. Chamado no exterior de “student housing”, o segmento de locação para estudantes universitários é maduro nos Estados Unidos e na Europa – há inclusive fundos imobiliários exclusivos para o setor. Como está vinculado à área de educação, mais resiliente a crises, o segmento tem sido uma aposta de investidores frente a ramos tradicionais do setor imobiliário. Um levantamento da consultoria imobiliária JLL aponta que, apenas no Reino Unido (um dos mercados mais desenvolvidos da Europa), foram investidos £ 3,2 bilhões ( R$ 12 bilhões) em 2016. Não há pesquisas sobre “student housing” no Brasil, mas analistas dizem que o potencial é grande. “É inegável que há demanda. O segmento reúne um grupo (os estudantes) denso e com perfil muito parecido. Vai ter um momento em que o setor vai explodir, só não sei dizer quando será”, afirma o vice-presidente de investimentos da gestora HSI, Diogo Bustani, que tem estudado o potencial da área no Brasil. “Temos de entender ainda quanto podemos cobrar, qual o custo e quanto tempo levará para que os empreendimentos se-

Compartilhado. Empreendimentos terão sala de estudos

Plano. Uliving Brasil, de Bonadona, tem por meta oferecer 3,5 mil camas em 5 anos jam ocupados.” A Uliving Brasil é pioneira em São Paulo, onde tem 138 camas em operação (na capital e em Sorocaba) e deverá oferecer mais 303 até o fim do ano. A empresa tem como meta atingir 3,5 mil camas em cinco anos, um projeto que demandará aporte de R$ 100 milhões. Para alcançar o objetivo, a Uliving montou um conselho de administração, do qual faz parte Roland de Bonadona, ex-presidente da rede hoteleira Ac-

Recuperação de R$ 1,3 bi da Colombo é aprovada Além do valor incluído em acordo extrajudicial já homologado, empresa renegociou outros débitos de R$ 300 mi Fernando Scheller Cynthia Decloedt

A rede de confecções Colombo teve a recuperação extrajudicial aprovada ontem pela 2.ª Vara de Recuperações e Falências

STUDIO ARTS

NILTON FUKUDA/ESTADÃO - 14/5/2012

Luciana Dyniewicz

de São Paulo. Com dívida total de R$ 1,6 bilhão – sendo R$ 1,3 bilhão incluído no acordo homologado ontem –, a companhia convenceu a maior parte dos credores a transformar seus débitos em debêntures conversíveis em ações. Desta forma, um valor de R$ 1 bilhão em dívidas será transformado em participação de 80% na companhia – o restante ficará com a família que já controlava o negócio e detinha 100% da camisaria Colombo.

cor na América do Sul. “Há uma demanda latente no País e a participação das residências é quase inexistente. Quando começamos na hotelaria econômica (com a Accor), também era assim. Pensei: ‘quem sabe a história se repete’. Agora precisamos desenvolver uma maneira local, brasileira, de operar”, diz Bonadona. A Uliving estuda instalar unidades em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, além de São Paulo, de acordo com o

Os principais credores individuais são os bancos privados. O Bradesco herdou um crédito de R$ 190,3 milhões do HSBC, seguido de perto por Santander (R$ 164,5 milhões) e Itaú (R$ 150 milhões). Segundo o novo presidente da Colombo, Warley Pimentel, as instituições financeiras passam a ser, com a aprovação da recuperação extrajudicial, as maiores acionistas da rede de varejo, ao lado dos donos originais. Outro importante credor é o fundo Special Situations, do Brasil Plural, com R$ 158,3 milhões. Especializado na recuperação de negócios em dificuldades, Pimentel atuava no Brasil Plural até o fim do ano passado.

diretor de operações, Celso Martineli. Até o ano passado, a empresa vinha trabalhando em parceria com a incorporadora Mitre Realty. As duas companhias, no entanto, separaram seus projetos e, agora, a Mitre projeta colocar no mercado outras 2,5 mil camas em quatro anos, com investimento de R$ 320 milhões. Para Fabricio Mitre, sócio da empresa, a crise do setor imobiliário fez com que as incorporadoras buscassem oferecer produtos diferen-

l

Enxugamento

“Em dezembro, já conseguimos chegar à mesma receita de igual período de 2015, mesmo com muitas lojas ao menos (a Colombo teve 90 unidades fechadas ao longo de 2016).” Warley Pimentel PRESIDENTE DA COLOMBO

Hoje, ele também toca a recuperação judicial do grupo paranaense Inepar, que deve ser concluída nos próximos meses. Os credores que não aceitaram a conversão das dívidas em debêntures – um grupo que tem

tes, e a redução da taxa de juros torna o momento ideal para investimentos em residenciais para renda. A Mitre fechou parceria com a Readstone, que opera 13 mil camas para estudantes nos EUA e deverá ficar responsável pela administração dos empreendimentos no Brasil. A incorporadora Vitacon é outra que desenvolve projeto semelhante em São Paulo. A empresa instalará um residencial próximo à ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), entidade de ensino que ficará responsável pela operação. Diferente de suas concorrentes, a Vitacon optou por permil

Camas

Os residenciais para estudantes têm, em geral, apartamentos semelhantes a quitinetes com uma ou duas camas. Os com duas camas podem ser divididos entre amigos ou entre desconhecidos de perfis parecidos, indicados pela operadora

cerca de R$ 300 milhões a receber da Colombo – concordaram em dar um desconto de 30% no valor da dívida e em receber o dinheiro de volta em 12 anos, com remuneração da Taxa Referencial (TR), mais 1,5% ao ano. Operação. Ao longo do último ano, a rede de moda masculina tentou adequar a operação à nova realidade do varejo. Uma das principais ações foi a redução do número de lojas – 90 pontos de venda foram encerrados em 2016, o que reduziu o total de unidades para 320. No ano passado, a companhia faturou R$ 370 milhões. “Em dezembro, já conseguimos chegar à mesma receita de igual período de 2015,

tir que não estudantes também aluguem os apartamentos. “Ter pessoas de diferentes perfis morando aumenta nossa chance de sucesso. Acredito que seja preciso uma fase de transição para tornar o prédio exclusivo a estudantes. Agora, pode não ter demanda suficiente”, diz Alexandre Frankel, presidente da Vitacon. Preços. A Mitre estima que o

aluguel do apartamento (que inclui o condomínio) para um estudante em seu primeiro empreendimento custará R$ 2.600. Segundo Fabricio Mitre, o valor é semelhante ao aluguel e condomínio de um apartamento de um dormitório na mesma região onde o empreendimento será construído. O executivo ressalta ainda que os imóveis são mobiliados e que o prédio terá sala de estudos, academia e piscina. No residencial da Uliving que já está em operação, uma suíte individual custa R$ 2,1 mil por mês, incluindo luz, água, internet e limpeza a cada 15 dias. A cozinha é compartilhada.

mesmo com muitas lojas a menos”, diz o executivo. Para 2017, Pimentel aposta que o faturamento da rede chegará a R$ 500 milhões. Essa perspectiva otimista é justificada, de acordo com o executivo, pela expectativa de melhora da economia no segundo semestre e também por mudanças internas, com um trabalho maior de motivação das equipes. A companhia ainda tem dívidas com shopping centers, que não entraram na recuperação judicial. O débito com a BR Malls, por exemplo, é de R$ 7,5 milhões. “Estávamos esperando a homologação sair para começarmos a quitar certos valores”, diz Pimentel.

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS–14/2/2014

Aéreas ainda estudam como cobrar por bagagem Malas poderão ter tarifa extra a partir do dia 14; Avianca anunciou ontem que precisa de tempo para estudar o assunto A nova regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) relativa aos direitos e deveres dos consumidores de serviços aéreos passa a valer a partir do dia 14, mas as empresas aéreas ainda não têm definido como será a cobrança por bagagem. Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da Avianca Brasil, Frederico Pedreira, afirmou que a com-

panhia não começará a cobrança por bagagem despachada já em 14 de março. “Nós chegamos à conclusão de que precisamos de mais tempo, queremos estudar o tema durante os primeiros meses”, disse. Segundo o executivo, a ideia é criar diferentes grupos tarifários: um mais barato, destinado aos clientes “mais sensíveis a preço” e que viajam apenas com bagagem de mão, e outro que inclui o despacho de bagagem. Pedreira avalia que os estudos deverão levar, ao menos, três meses. “Os passageiros sem bagagem (despachada) não têm que pagar pelos que levam (mala). Claramente, teremos uma classe tarifária mais barata para es-

se cliente”, diz. De acordo com o presidente da Avianca Brasil, os planos ainda vislumbram que os usuários “premium” possam comprar passagens sem direito a franquia e usar os benefícios dessa categoria para despachar malas. Quanto à comparação com os atuais preços dos bilhetes aéreos, Pedreira diz que a categoria que não despacha malas terá tarifas mais atrativas. Segundo o executivo, o fato de os passageiros optarem por viajar sem Facebook. Curta a página da Economia facebook.com/economiaestadao

bagagem implica em menos peso nas aeronaves e, consequentemente, custos mais baixos, uma vez que o consumo de combustível será menor. A Gol também cobrará menos do passageiro que não levar mala e mais do que levar. A empresa, porém, ainda não definiu quando esse sistema será implementado. “Nesse momento, a companhia trabalha para adequar seus processos e sistemas a essa classe tarifária e treinar suas equipes”, disse a empresa em nota. A Azul informou que definirá se cobrará por bagagem na próxima semana. Já a Latam disse estar “se preparando para implementar as medidas” das novas regras e que informará o

Novo mercado. Governo quer alavancar setor ‘low cost’ consumidor. Na quinta-feira, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disse que o fim da franquia de bagagens será revisto se não resultar em redução de preços. Segundo Quintella, o objetivo do governo, ao adotar a medida, foi

criar um mercado de serviço aéreo de baixo custo, o chamado “low cost”, no Brasil. As novas regras da Anac acabam com o transporte gratuito de malas com até 23 quilos em voos domésticos ou de duas malas com até 32 quilos em voos internacionais. / VICTOR AGUIAR