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Domingo 22 www.atribuna.com.br [email protected] Reginaldo Andrade “Foi a primeira vez que senti o cheiro do fracasso” C-1 A TRIBUNA set...
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Domingo 22

www.atribuna.com.br

[email protected]

Reginaldo Andrade

“Foi a primeira vez que senti o cheiro do fracasso”

C-1

A TRIBUNA

setembro de 2013

EMPREENDEDOR, SOBRE A PRIMEIRA EMPRESA QUE MONTOU, QUANDO TINHA APENAS 13 ANOS

Economia DIVULGAÇÃO

Criadores de startups unidos para crescer

tos e oficinas para que os empreendedores tenham uma base e entender o problema que cada um tem e colocar em discussão que solução podemos dar”, afirma. ESTÚDIO VIRTUAL

Empresários digitais formam associação MARCELO SANTOS DA REDAÇÃO

Empreendedores digitais espalhados pela Baixada Santista, que sonham fazer sucesso e fortuna com uma startup, têm pela frente barreiras que seus inspiradores americanos geralmente não enfrentam. A cultura do investidor de risco que aposta num negócio sem chance certa de retorno é muito incipiente. E é grande a dificuldade para se encontrar com os poucos dispostos a aplicar recursos em startups. Paralelamente, há outras carências, como desconhecimento sobre como fazer network (rededecontatos), elaborarplanos de negócios convincentes e conseguir empréstimo enquanto não surge um investidor. Para sobreviver a esses problemas que podem matar precocemente um negócio da tecnologia da informação, um grupo de jovens empresários está criando a Associação de Startups e Empreendedores Digitais da Baixada Santista. “Estamos começando as ati-

Ajudando o Brasil a chegar no futuro. www.ecoportosantos.com.br

vidades para discutir problemas que os empreendedores têm e como podemos avançar contra eles”, afirma Ricardo Caspirro, experiente criador de startups e que agora participa da Novos Fundadores, um negócio que assessora a gestão, marketing e desenvolvimento de negócios digitais. Segundo ele, a intenção é atrair empreendedores de base tecnológica com aplicativos funcionando ou com negócios na fase inicial para integrarem o grupo que está se reunindo no Coworking Santos, na Avenida Ana Costa, 378. “Pretendemos realizar even-

Empreendedores digitais reunidos no Coworking Santos: dificuldades para se aproximar de investidores

Sucesso com o big data Aos34 anos,Humberto Ribeiro deSouzajá conquistouclientescomo o SBT,oTwittereagências depublicidade. Sócioda Tuiluxecom outrasduas startups nabagagem, oempresário santistamigrou parao segmentode bigdata, que éodesenvolvimento desoluções baseadasnaextração eanálise dedadosda web.A Tuiluxtem escritório emSão Paulo eparte de suaestruturanos EstadosUnidos, alémde ocupar doisandarescomservidores emSantos. Osistema daempresautiliza ainternetpara mediraaudiência dasemissorasdetelevisão, inclusiveavaliando seo

Terceirização na tecnologia da informação Polônia

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Pela internet, ele e seus sócios contrataram uma empresa de webdesign da Polônia, pagando apenas pelo volume de horas necessário para desenvolver o serviço

Índia

3 Após calcular custos, o empresário santista Reginaldo Andrade e seus sócios decidiram usar a internet para terceirizar o desenvolvimento de aplicativos

O outro corte nos custos foi terceirizar a produção de códigos na Índia, com serviço também pago por um pacote de horas

Brasil

1 O negócio mantinha 12 funcionários registrados com carteira em São Paulo. Mas o custo era muito alto.

Para reduzir o desemprego em São Paulo, os empresários fizeram PDV e arrumaram novos empregos para a equipe

Polônia e Índia para cortar custo ❚❚❚ A transferência de linhas de produção da indústria, como a de confecções, para a Ásia gerou impactos profundos nos mercados de trabalho dos países ricos e também do Brasil. Porém, a terceirização das atividades produtivas tem muito a crescer, como é o caso do setor da tecnologia da informação. Esta foi a solução encontrada pelo empresário Reginaldo Andrade e seus sócios para reduzir custos. Eles têm negócios de aplicativos como o Qads, de anúncios rápidos para pequenas empresas, e o Bizmetrics, que permite aos donos dos sites monitorarem toda a navegação dos internautas. Até dezembro, todo o desen-

volvimento era feito por 12 funcionários registrados em carteira que trabalhavam em São Paulo. Porém, Andrade passou a ter contato pela internet com empresas que desenvolvem para terceiros não os mesmos produtos, mas as tarefas que criam esses produtos. O primeiro corte de custos veio com a contratação de uma empresa da Polônia para as tarefas de webdesign. A outra economia foi feita com indianos para a produção dos códigos dos aplicativos. De acordo com ele, o contato inicial, a discussão sobre as tarefas a serem feitas e o tempo necessário, além da negociação do preço e posterior entrega dos serviços, tudo isso

foi feito pela internet. E a um custo mais baixo. Os poloneses e indianos cobraram seus trabalhos conforme as horas necessárias para executá-los. Na Índia, cada hora custou US$ 10 e, na Polônia, US$ 12. E tudo feito com boa qualidade, segundo Andrade. O ganho de competitividade exigiu sacrifícios, é claro, dos trabalhadoresbrasileiros queficaram sem seu emprego e o próprio Brasil que fechou 12 postos formais de trabalho. Mas, Andrade diz que minimizou as perdas, fazendo plano de demissão voluntária e arrumando novos empregos para todos os 12. “É uma terceirizaçãoque oBrasil começa a fazer agora”, afirma ele.

espectadorestá gostando ounão do programade TVque acompanha.Souza eos sóciosHelderKnidele LeandroNunes,todos engenheiros da mesma faixa etária,comemoram oprimeiroano defuncionamento dosistema eo apoio recebidoda AstellaInvestimentos que,além doaporte financeiro,estimula a cultura empreendedoraesustentávelea inovação.Segundo Souza,onegóciojá sustentaos pró-labores dossócios. “Jáestamosganhando dinheiro”,dizele. “Estamos aqui(nas reuniões daassociaçãodas startups)para contribuircombasena experiência quejá tivemos”.

Um dos mais entusiasmados com a associação é o empresário Carlos Fortes, de 40 anos, que, com seus sócios, criou o site Song4play, um estúdio de gravação virtual. O Song4play permite aos componentes de uma banda gravar suas participações em uma mesma música estando cada um em países diferentes. “Um músico de Santos pode gravar a bateria, um em São Paulo grava o violão e o terceiro, de qualquer lugar do mundo, grava a voz”, afirma Fortes. Também é possível registrar a própria versão com karaokê ou ouvir as disponíveis no site. O site levou três anos para ser desenvolvido e nos últimos 12 meses atraiu 6 mil usuários. Mesmo assim, Fortes e seus sócios não conseguiram receber aporte de algum investidor. “Já fizemos várias apresentações (a investidores) e o retorno que recebemos é que o Song4play não é foco deles”, diz Fortes. “Acho que temos excelentes chances porque procuro pela internet e não acho nada igual”. O empresário Humberto Ribeiro de Souza, da Tuilux, que usa a internet para medir audiência das emissoras de TV, recebeu recursos do fundo Astella. Para ele, a associação deveria fazer uma articulação regional para romper o conservadorismo na Baixada e estimular o investimento em negócios de risco. “A gente sabe dessas dificuldades que eles (os novos) vão acabar enfrentando”, diz Souza.

Homem de negócios aos 13 anos ❚❚❚ Com apenas 27 anos, Reginaldo Andrade tem uma experiência e tanto no mundo dos negócios. Aos 13 anos assustou a família ao decidir montar seu primeiro empreendimento. Ele criou uma empresa de limpeza de caixa de gordura que não resistiu ao calote dos condomínios. Porém, Andrade migrou para o mundo das startups, que são negócios de rápido crescimento (que em muitos casos dão errado) geralmente ligados ao mundo digital. Isso aconteceu aos 14 anos, mesma idade em que abandonou a escola para poder empreender, assustando de novo a família. “Depois de velho que fui concluir os estudos”. O objetivo era ser um empreendedor de sucesso. E, para vencer no mundo digital, aprendeu tecnicamente sobre ele. Aos 16 anos, com um sócio mais maduro – de 18 anos – criou um software de gestão de clientes. “Não deu certo”, conta, sem meandros. Perto dos 20 anos, investidores dos Estados Unidos compraram o software criado por ele aos 14 anos. Andrade se

O que é Startup é qualquer novo negócio de rápido crescimento, gerando grande retorno a seus investidores. A expressão acabou sendo associada a empresas de tecnologia da informação.

tornou sócio da empresa, desenvolvendo um software de gestão de compras em saúde. “Deu certo e não deu certo”. De acordo com ele, o produto garantia economia a hospitais e ao primeiro cliente produziu bons resultados nos primeiros 40 dias de uso. Mas não emplacou por falta de interesse dos responsáveis pelas compras. A partir de 2011, Andrade passou a desenvolver plataforma (software) de marketing digital para micros e pequenas empresas. O Qads (abreviação em inglês para anúncios rápidos) permite ao próprio pequeno empresário elaborar seus anúncios de publicidade. Há ainda o Bizmetrics, ferramenta que permite

ao dono de um site investigar toda a navegação do internauta, fazendo alterações necessárias, como cores dos botões e textos, para ampliar a audiência. Depois de tanto tentar, Andrade diz que está com a vida bem mais tranquila. Agora tem cinco sócios, alguns deles entre os 40 e 63 anos, ouvindo as histórias que o empreendedor tarimbado de 27 anos tem para contar. O consumo compulsivo de café continua, mas reduziu o ritmo de trabalho. Pai de um menino de 7 anos, o empresário para o que está fazendo para ficar ao lado do garoto nas visitas. Andrade dedica alguns dias da semana às startups, mas nos demais escreve um livro para contar suas aventuras precoces no mundo dos negócios.