Vida e obra | Darwin Gente linda do Me Salva! Segue o texto sobre a vida e obra de Darwin. Do pequeno Darwin ao Beagle Charles Robert Darwin (1809 – 1882) foi um naturalista inglês que se tornou uma das pessoas mais conhecidos do mundo por causa da teoria da evolução pela seleção natural. Lembra que outros pensadores já defendiam que as espécies mudavam ao longo do tempo, mas a seleção natural é um dos conceitos fundamentais de Darwin (e também de outro naturalista chamado Wallace, já vamos chegar nisso).
Darwin pitoco, adulto e veterano! Isso de crescer ao longo da vida é desenvolvimento, coisa que a embriologia estuda. Evolução está relacionada com mudanças ao longo das gerações...
Nasceu em Shrewbury, na Inglaterra. Era um dos seis filhos de Robert e Susannah Darwin. O avô paterno de Darwin, Erasmus, era médico e possuía diversos trabalhos científicos relacionados com medicina e botânica, além de ter escritos envolvendo a noção de que as espécies poderiam mudar ao longo do tempo. Já em sua infância Darwin se divertia colecionando minerais, coletando insetos e ovos de pássaros. Também gostava de caçar e pescar. O pai de Darwin era médico, e acabou influenciando o jovem Charles a cursar medicina, em Edimburgo. Apesar dos desejos do pai, Darwin achou as aulas um tanto quanto chatas e considerou que as cirurgias eram muito brutais (ainda não existiam bons anestésicos!). Não foi um bom estudante de medicina, mas durante
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esse período conheceu muitos professores interessante e começou a participar de sociedades formadas por naturalistas. Acabou se focando mais em estudar animais, plantas, aprendendo sobre geologia e muito mais. Seu pai percebendo a falta do interesse do filho em medicina resolveu mudar os planos para o futuro do rapaz. Colocou Darwin em um novo curso, em Cambridge, que permitiria se tornar um clérigo (uma espécie de sacerdote). Era uma profissão que para a época possibilitava uma vida confortável, além de facilitar que Darwin seguisse com os interesses sobre história natural. Vários cientistas eram membros da Igreja. Mesmo assim, nesse novo curso, Darwin achava muito mais interessante passar seu tempo coletando besouros, cavalgando e atirando, fazendo cursos de botânica e geologia. Conseguiu ser aprovado, apesar de tudo (mas não teve muito interesse em ser ordenado). Darwin teve diversos professores que o marcaram nesse período. Um deles, o reverendo John Henslow, professor de botânica, foi um de seus preferidos. E a admiração era recíproca. O reverendo indicou Darwin para ser o acompanhante do capitão Robert FitzRoy, no navio HMS Beagle (o Fitz queria alguém de igual instrução para ter com quem conversar durante a viagem).
O Beagle.
Darwin gostou muito da ideia, que tinha como objetivo mapear a costa da América do Sul. Ele poderia conhecer novos lugares, estudar as rochas, fósseis, animais (mais besouros!), florestas tropicais, enfim, dar continuidade aos seus interesses como naturalista. Mal sabia ele que essa se tornaria a viagem mais importante da história da ciência (pelo menos na modesta análise da história da ciência do biólogo que aqui escreve). A Viagem no Pug Beagle
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A viagem começou em 1831 e durou até 1836 (foram quase cinco anos e a maior parte deles fazendo expedições em terra). Darwin inclusive visitou o Brasil, passou por Salvador e pelo Rio de Janeiro (não era por causa do carnaval, galera!), e ficou maravilhado com as florestas tropicais e toda sua biodiversidade.
A rota do Beagle durante a viagem na qual levou Charles Darwin.
Entre os lugares em que o Beagle passou, e que é considerado de fundamental importância para o desenvolvimento de suas ideias, está o arquipélago de Galápagos, que pertence ao Equador. São das Galápagos os famosos tentilhões – nome comum de algumas espécies de aves - chamados agora de tentilhões de Darwin. Existe muita confusão sobre a influência dessas aves nas ideias de Darwin, mas podemos dizer que ele levantou a hipótese de que as diferentes variedades de aves das ilhas eram descendentes de um ancestral comum e que as diferenças ocorreram após a separação. Por exemplo, as diferenças no bico seriam adaptações aos tipos de alimentos presentes em cada ilha. Independente de qual momento ou observação seja levantado pelos historiadores como o mais importantes para a teoria da evolução de Darwin, é fato que a viagem teve um profundo impacto em suas ideias. Como colocado pelo próprio “A viagem no Beagle foi de longe o acontecimento mais importante em minha vida e determinou toda a minha carreira”. Sobre Malthus e crescimento populacional Outro aspecto muito discutido relacionado com a vida de Darwin é a possível influência que as ideias de
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Thomas R. Malthus tiveram sobre ele. Malthus era um economista e pastor anglicano e desenvolveu uma teoria demográfica chamada atualmente de teoria populacional malthusiana. Para Malthus a população humana crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética. Como você também está vendo as ótimas aulas de matemática do Me Salva! já percebeu que isso significa que a população e a produção de alimentos não crescem na mesma proporção, o que ao longo do tempo levaria a fome, miséria, guerras, só alegria. Enfim, Darwin leu os trabalhos de Malthus, e é comum associarem essa leitura com a inspiração para a ideia de seleção natural. Isso porque da mesma forma que a população humana, os demais organismos também produzem um número maior de descendentes do que o ambiente é capaz de suportar, levando a competição por recursos, sobrevivência e reprodução diferencial de indivíduos com características favoráveis as condições. Hã? Hã?! Alfred Russel Wallace também é autor da teoria da evolução por seleção natural! Lá por 1844, Darwin já havia escrito a base de seus pensamentos sobre a evolução por seleção natural. Preferiu não divulgar as ideias, ele sabia que muitas pessoas não gostariam nenhum pouco. Apesar de não publicar o trabalho, Darwin seguiu fazendo novas observações e somando mais evidência para suas teorias. E nesse momento Alfred Russel Wallace entra em nossa história. Da mesma forma que Darwin, Wallace era um naturalista inglês que estava fazendo umas viagens pelo mundo. Em 1858 Wallace enviou uma carta para Darwin na qual estava anexado um manuscrito. Nesse texto Wallace apresenta suas próprias ideias sobre a evolução das espécies. Darwin percebeu que de forma independente Wallace havia chegado às mesmas conclusões – incluindo a seleção natural como importante mecanismo evolutivo. Imagina galera! Depois de décadas de estudo tu pode perder o momento e não ser a pessoa reconhecida pela ideia. Darwin então conversou com uns amigos naturalistas e decidiu que finalmente
Wallace - o coautor da teoria da evolução por seleção natural.
publicaria suas ideias. Inicialmente, ainda em 1958, Darwin publicou um pequeno trecho de sua obra juntamente com o manuscrito de Wallace. Assim, os dois são considerados autores da teoria da evolução por seleção natural!
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Wallace reconhecia que Darwin havia pensado na ideia antes e até mesmo escreveu um livro com o título Darwinismo, termo muitas vezes utilizado como sinônimo da teoria da evolução. A Origem das Espécies Logo após a publicação inicial de suas ideias Darwin se apressou em divulgar um texto maior e mais completo. Em 1959 o mundo teve seu primeiro contato com A Origem das Espécies, para muita gente o livro mais importante da história da humanidade. Isso nem pensando em livros científicos. Livros no geral mesmo! No livro, Darwin apresentava um grande número de evidências para a teoria que chamou de DESCENDÊNCIA COM MODIFICAÇÃO (o nome evolução só pegou depois), que explicava tanto porque os seres vivos apresentam semelhanças (a parte da descendência), como diferenças (a parte da modificação). Além disso, a seleção natural aparecia como um mecanismo capaz de explicar as adaptações, ou seja, por que os organismos parecem “ajustados” aos seus ambientes. Finalizando Pessoal, obviamente não dá pra se aprofundar muito na vida de uma figura tão complexa em um pequeno texto. Então tem MUITA coisa interessante tanto sobre o lado pessoal como sobre o trabalho de Darwin que inevitavelmente ficou de fora. Por exemplo, Darwin se casou com sua prima Emma, e tiveram 10 filhos. Vários deles apresentam problemas de saúde e três morrem jovens. Darwin acreditava que isso podia estar relacionado com o seu casamento com uma pessoa próxima. Caso você queira saber mais sobre a vida de Darwin existem vários biografias interessantes. Eu recomendo Darwin – a vida de um evolucionista atormentado. Além disso, Darwin publicou vários outros trabalhos e livros importantes que se tornaram clássicos. Inclusive sobre a evolução de nossa própria espécie (que deixou muita gente nervosa), sobre a expressão das emoções, seleção sexual, seleção artificial, minhocas, cracas e muito mais! O cara era workaholic.
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Muitos desses trabalhos foram realizados nas últimas décadas de sua vida, apesar de ter problemas de saúde. Mas melhor nem entrar nessa parte ou vamos longe! Charles O Cara Darwin morreu em abril de 1882. Diferente de muita gente, Darwin já era reconhecido pelo seu trabalho (o Mendel lá da Genética, ervilhas e tal, não teve essa sorte). Darwin recebeu um funeral de estado na famosa abadia de Westminter, ao lado de outros grandes cientistas, incluindo Isaac Newton.
Teve muita gente que gostou muito de saber que descendemos de ancestrais primatas e fizeram bullying com Darwin.
Estátua em homenagem a Charles Darwin no Museu de História Natural de Londres.
Dalê, galera! Nossa pequena leitura sobre a vida e obra de Charles Darwin fica por aqui. Espero que tenham gostado e que ajude vocês a se interessar mais pelas ideias que são a base de toda biologia moderna! Era isso! Bons estudos ☺
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