Olá, galera do Me Salva! neste material vamos ver os 10 problemas mais comuns nas redações que chegam para os nossos corretores 1) Como começar / planejamento Como dito anteriormente, essa apostila foi feita com base nas redações que chegam até nós. Algumas delas parecem ter sido escritas em 15 min e sem ter sido passada a limpo. Afirmamos isso, pois sabemos que quando começamos a escrever sobre algo, as ideias vão surgindo de maneira nem sempre ordenada. É por isso que neste item gostaríamos de falar sobre a importância dos momentos que precedem o encontro entre a caneta e o papel, fazer isso é simples e necessário. Para escrever uma boa redação, é importante ler com atenção o enunciado e os textos motivadores, destacando algumas palavras chave. A medida que isso vai sendo feito as ideias irão surgindo e já estaremos no próximo passo: criação tópicos das ideias que você tiver. Depois de selecionar as melhores (duas é a quantidade suficiente) e pensar em como articular tudo isso dentro do texto, é hora de começar. Mesmo que esses passos tenham sido seguidos, podemos acabar escrevendo algo que não era exatamente assim que gostaríamos de expressar. É por isso que ler atentamente o texto depois de pronto e passar a limpo, é importante para que algum detalhe não passe despercebido. 2) Coesão A palavra “texto”, hoje em dia, pode ter um significado bem amplo, além do texto escrito, que é o significado mais comum, imagens e gráficos também podem ser considerados textos, por exemplo. Essa palavra é derivada de TEXTUS, do latim, e significava “narrativa escrita”, mas originalmente significava “material de tecido”, pois é derivado do verbo TEXERE, que significa “tecer” Fonte: https://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/etimologia-de-texto/
Levando em consideração o que foi dito anteriormente, podemos pensar que o texto, assim, como o tecido, é todo entrelaçado com linhas que se cruzam. É com essa imagem que podemos pensar na coesão. Um texto coeso é aquele que apresenta conexão, ligação, harmonia entre as suas partes. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Para isso, é importante usar as palavras conectivas que expressam conclusão, consequência, duração, recapitulação, continuação, etc. e são exemplos disso as palavras: posteriormente, além disso, por exemplo, portanto, dessa forma, por isso, pois. 3) Frases incompletas ou soltas Outro fator que desfavorece a coesão do texto é quando se coloca uma frase que está, digamos, desligada do resto do texto. Se desejamos fazer alguma afirmação, ela deve ser feita de modo que se encaixe com o que está sendo abordado na redação, afinal, texto é como uma costura. Vejamos o exemplo:
O que dá para notar neste parágrafo é que o estudante está escrevendo sobre leitura. São duas frases que nos mostram dados estatísticos, de fontes diferentes, sobre dois estudos diferentes. Além disso, como elas conversam entre si? Percebe que as duas frases apenas falam sobre o mesmo assunto (em parte) sem estabelecer uma continuidade de uma para outra? Neste caso temos um problema de coesão mais complexo, que não será resolvido apenas utilizando aquelas palavras e expressões que citamos no item anterior. Provavelmente, o escritor deste parágrafo não seguiu os passos que indicamos no item 1 deste material, pois foram apenas colocadas as informações sem a devida articulação entre elas e reflexão sobre elas. Mesmo assim, podemos tentar melhorá-la.
“Atualmente, uma ONG favorável por hábitos de leitura, levantou que 33% dos brasileiros leram um livro nos últimos três meses. Reflexo disso é o que nos mostra outra pesquisa, que aponta que cerca de 24% dos alunos de nível superior formam-se como analfabetos funcionais. De fato, podemos inferir que nem mesmo o ensino superior garante que a pessoa é leitora.” O que achou dessa reescrita? Ainda assim, poderia ser melhor articulada, pois apenas tentamos melhorar o que foi feito na redação. O ideal mesmo,talvez seria colocar essas informações uma em cada parágrafo e comentá-las muito bem, de modo que que , assim, elas finalmente estariam articuladas. 4) Texto X proposta de intervenção Você lembra quando começou a escrever historinhas e a professora dizia: “Um texto que conta uma história tem início, meio e fim”? Pois então, na verdade todo texto tem início, meio e fim. O que muda é o tipo textual e/ou a intenção de quem escreve, por isso o que lhe disseram lá no início também vale agora. A questão é que muitos estudantes do Me Salva! têm esquecido de escrever um bom final, o que prejudica a proposta de intervenção. Essa parte do texto no ENEM ganha um critério só para ela. Percebe a importância? O texto dissertativo argumentativo é a tipologia pedida na maioria dos vestibulares e no Enem. Geralmente, o tema pedido será um problema social e através dele devemos produzir um texto em que defenderemos a nossa opinião contra algo ou a favor. Já que estamos defendendo, a conclusão acontece por meio de uma sugestão. Por exemplo, o texto trata sobre a poluição das águas marinhas, que sem dúvida é algo ruim, traz bons argumentos para justificar isso, e por fim, apenas diz que as autoridades competentes precisam tomar atitudes. Nesse caso, a proposta é considerada vaga ou insuficiente, pois não basta encaminhar uma solução, é preciso que se escreva claramente, por exemplo, que os navios que transportam óleos precisam ser rigorosamente fiscalizados pelo órgão responsável para que se evite derramamento de óleo no mar e, consequentemente, se evite a poluição.
5) Proposta de intervenção: quem são os possíveis responsáveis? Segundo o que lemos nas redações existem pessoas ou instituições que sempre acabam “pagando o pato” na hora de resolver o problema do texto. São exemplos disso o governo, o ministério da Educação, as escolas e a mídia. Esses coitados sempre são citados como os resolvedores de qualquer situação através de palestras conscientizadoras, propagandas, etc. Essas instituição são as que teriam poder para fazer algo? Sim, certamente. Porém o que queremos dizer com esse tópico é que isso é senso comum, todo mundo fala. Uma solução como essa pode estar em qual tema. Portanto uma redação que traga outras soluções sempre será mais valorizada pela criatividade. 6) Pesquisas e citações Para deixar os argumentos bem consistentes, é bem interessante que sejam citados dados estatísticos de pesquisas ou frases ditas por pessoas importantes. Muitos estudantes já fazem isso, mas nem sempre de maneira adequada. Quanto as pesquisas, é importante que seja dito quem produziu esses dados, em que lugar, em qual ano, com quais pessoas… É claro que nem sempre vamos encontrar todas essas informações, mas alguma delas deve ser colocada para que a informação fique mais completa. Já no caso das citações o que temos é um pouco mais delicado. É comum vermos uma citação bem no final da redação (ou do parágrafo) como uma frase de efeito. Não é bem essa a função dela, pois a citação deve servir para fortalecer o argumento, de modo que esteja de acordo com ele e , assim, construir uma escrita fundamentada e coerente. Veja no exemplo a seguir um exemplo de como não deve aparecer a citação, pois o estudante não deu sua opinião sobre ela e também não nos explicou quem foi a pessoa que disse isso.
7) Unidade temática Dizer que um texto tem unidade temática, seria dizer que o texto começa e termina falando sobre o mesmo tema, pois tem um “fio condutor”. É preciso que um texto apresente unidade temática, porque se escreve para dizer algo do interesse do leitor e não qualquer coisa ou várias coisas sem relação entre si. A unidade temática dá ao leitor um rumo que o orienta no trabalho de atribuir sentido a cada uma das palavras que lê e de estabelecer relação entre elas. Mudanças sucessivas de assunto obrigam o leitor a ir construindo sucessivas hipóteses sobre qual seria, afinal, o tema do texto. Com isso queremos evidenciar que se um tema foi escolhido para o texto, as ideias não devem fugir demais do assunto principal. Encontrarmos uma redação que fuja totalmente do tema proposto no enunciado é algo bastante difícil. No entanto, pequenas fugas ou trechos que tangenciam o tema principal são frequentes e, por isso, é preciso deixar algumas questões claras quanto a isso. Quando o texto começa a ser produzido, precisamos ter sempre em mente que as opiniões e comentários precisam estar relacionados com o tema principal indicado no enunciado da redação. O ideal é que se escolha no mínimo dois argumentos para isso e se os dois tiverem ligação entre si é melhor ainda. 8) Perguntas no texto: pode isso produção? As perguntas feitas na redações pelos estudantes geralmente são colocadas no primeiro parágrafo, o que fica bem legal, pois isso pode instigar o seu leitor a pensar sobre um assunto. O
que precisa ficar claro é que, se possível, a resposta para essa pergunta deve aparecer no texto (não precisa ser de maneira evidente, pode ser sutil). O lugar em que essa pergunta vai aparecer no texto é importante, pois como falamos antes, geralmente vem no início, mas já encontramos textos que foram finalizados com uma pergunta, o que não é muito adequado para um texto dissertativo-argumentativo. O motivo disso é que em um texto como esse, é preciso afirmar opiniões com seus argumentos e sugerir mudanças possíveis na sociedade, por isso não é apropriado terminar uma redação perguntando (e não afirmando). 9) Senso comum X Autoria Um dos quesitos para que um texto seja considerado excelente é abordar e desenvolver os assuntos e argumentos de maneira autêntica, ou seja, o estudante precisa mostrar que parou para pensar sobre o tema proposto. Dessa maneira, naturalmente vão surgir ideias criadas e estabelecidas ao longo da formação da pessoa (usando os termos dos enunciados de redação). Não é muito fácil criarmos exemplos de como isso deve ser feito, pois há uma certa individualidade em argumentos que demonstram autoria. No entanto, podemos dar exemplos que aparecem nas redações e que não são tão bons assim ou que parecem bons, mas na verdade são ideias do senso comum. Se a proposta escolhida para a redação for “Efeitos da implementação da Lei seca no Brasil”, por exemplo , e no texto estiver escrito “se uma pessoa beber em uma festa, ela não deveria dirigir depois” é preciso concordar que essa frase é uma outra forma de dizer ”se beber não dirija”, que de tanto ser falada, já virou clichê. Esse tipo de frase transmite ideias que já estão classificadas como parte daquilo que todo mundo sabe, por isso, usá-la prejudica a qualidade de seu texto. Semelhante a essa ideia, temos o item 5 deste material, lembra? Sendo assim, vemos que em qualquer parte do texto é possível cometer afirmações que “estão na boca do povo”. Ah! E cuidado com com os modelos prontos de redação que existem na internet. Eles podem servir como base para que se tenha uma ideia de como fazer uma redação, mas não devem ser vistos como regra e seguidos religiosamente, pois um texto autoral não será parecido
com esses modelos e não irá trazer a famosa frase: Diante dos fatos supracitado, medidas são necessárias para resolver o impasse. 10) Título: precisa? Em alguns vestibulares de faculdades o título é pedido como obrigatório e em outras não (no ENEM é facultativo). O título é importante porque dá uma ideia ao leitor sobre o que trata o texto e, por isso, quanto mais criativo, mais vontade vai provocar para a leitura. O segredo para escrever um título claro, curto, objetivo, criativo e impactante, que surja naturalmente toda vez em que começar um texto, é praticar bastante.Você sabe como isso surgiu? “O título surgiu na época dos escribas quando após terminar os textos, eles precisariam de algo que identificasse o que tinha naqueles pergaminhos, sem precisarem desenrolar. Criou-se, então, uma etiqueta para identificar o que havia naqueles documentos. A segunda utilização foi quando colocaram placas nos escravos indicando quem eram os donos e quanto valiam. De anúncio e rótulo, ele passou a ser o início de artigos, matérias, livros e documentos, se tornando o atributo mais importante do texto.” Fonte: http://wsidm.com.br/blog/a-importancia-do-titulo-do-seu-artigo/