Um pouco mais sobre ecossistemas aquáticos
Recifes de Coral Um tipo de ecossistema (ou bioma) aquático muito importante é o de recifes de coral. Esses locais são formados pelos esqueletos de carbonato de cálcio dos corais (cnidários). Eles vão se formando pelo acúmulo desses esqueletos. Quando um pólipo (organismo que forma o esqueleto) morre, novos pólipos crescem sobre o esqueleto do que morreu. Usualmente, vamos falar em recifes de corais em regiões de águas quentes, rasas e transparentes. Entretanto, recifes em locais mais profundos, apesar de menos conhecidos podem ser ter tanta biodiversidade como os de águas mais rasas. Alta biodiversidade é uma das características dos recifes de coral. Nesses ecossistemas a biodiversidade de peixes e invertebrados como moluscos e crustáceos é notavelmente alta. Para você ter uma ideia, a diversidade de animais dos recifes é comparável à encontrada em florestas tropicais. Além dos grupos animais comentados, e dos próprios cnidários que são predominantes, também existe uma variedade de espécies produtoras, entre elas algas que vivem em uma relação mutualística dentro dos corais. Os recifes de coral estão ameaçados por todo o mundo. Principalmente por causa do impacto das atividades humanas. Entre elas podemos citar a exploração dos esqueletos de corais e a pesca excessiva, que causam a diminuição das populações dos corais e dos peixes. Além disso, o aquecimento global e a poluição contribuem para a morte de corais em todo o planeta. Um problema relacionado com isso é o branqueamento de corais. As águas que vivem em simbiose com o corais (e outros cnidários), em especial as zooxantelas estão relacionadas com as cores que eles apresentam. Alterações causadas pela poluição, ou a elevação da temperatura da água provocada pelo aquecimento global causam a morte das zooxantelas (representadas pelos pontinhos pretos no “zoom” do esquema abaixo) e os tecidos do corais ficam “brancos”, daí o nome, branqueamento dos corais.
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O branqueamento vai ocorrendo de forma gradual na verdade, com algumas partes do coral ficando mais claras e brancas. Isso não é só um problema “estético”. Como as zooxantelas fornecem nutrientes e são necessárias para os processos de secreção do cálcio e formação do esqueleto, a perda da simbiose está relacionada com a morte do dos pólipos. Outro problema que afeta os recifes é a exploração das regiões de manguezal, que são locais de desova de muitas espécies de peixes que vivem nos recifes. Manguezais O manguezal não é um ecossistema estritamente aquático, mas vamos falar um pouco sobre ele porque ocorre em locais onde os rios encontram o mar (pode ser visto como um ecossistema de transição). No Brasil, os ecossistemas de manguezal (mangues) ocorrem na região litorânea, do norte ao sul do país. O solo nos manguezais é lodoso e com teor de sal elevado, rico em nutrientes e pobre em oxigênio. As plantas presentes nesses ambientes podem ser halófitas (adaptadas à concentração elevada de sal). Além disso, algumas espécies apresentam caules modificados, chamados de rizóforos, que penetram no solo e auxiliam na sustentação da planta. Um exemplo o mangue-vermelho (Rhizophora mangle). Outra adaptação característica de plantas em manguezais é a presença de raízes respiratórias, chamadas de pneumatóforos. Essas raízes possuem projeções que se elevam acima do solo encharcado auxiliando na oxigenação dos tecidos vegetais. Um exemplo é a Avicennia tomentosa. De forma geral, o mangue não possui vegetação rasteira e apresenta baixa quantidade de plantas epífitas. Como mencionado anteriormente, o mangue é um ecossistema fundamental para muitas espécies de peixes de recifes. Mas isso também é válido para outros tipos de peixes, moluscos, crustáceos e aves. Isso está relacionado com a grande disponibilidade de nutrientes desse ecossistema e por ser um “berçário” de diversas espécies de animais marinhos. Esses organismos encontram no mangue um ótimo local para reprodução, eclosão, criação e abrigo. Bons estudos! ☺
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