REVISTA

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REVISTA

Dezembro de 2016

Paula Bellizia, Microsoft

Cristina Palmaka, SAP

Marcelo Porto, IBM

Luis Gonçalves, Dell EMC

Luiz Meisler, Oracle

Luciano Corsini, HPE

Luis Banhara, Citrix

Eduardo Kondo, Aché

Claudio Raupp, HP Inc.

Fabio Costa, VMware

José Formoso, Embratel

Gil Torquato, UOLDiveo

Alexandre Baulé, Embraer

Roberto Marucco, Avon

Marcelo Koji, Magazine Luiza

Wanderley Baccalá, Banco Original

Revista IT Forum – Dezembro de 2016

Palco do Setor de TI

O QUE O DIA DE AMANHÃ RESERVA PARA A TI NO BRASIL?

Célio Bozola, Prodesp

Loic Hamon, GE

Alessandra Bomura, Telefônica Vivo

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NOVA ERA NA

produção Por GUILHERME BORINI

UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA AUTOMATIZA PROCESSOS E AUMENTA CAPACIDADE PRODUTIVA EM 20% COM TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA 4.0

Quanto vale cada minuto em uma produção industrial? Em um equipamento que produz cem unidades por minuto, a cada 60 segundos perdidos, pelo menos cem itens deixam de ser produzidos. Impacta direto a produção e, portanto, o faturamento da empresa. Se levar em conta um minuto de cada turno em uma operação de três períodos, por cinco dias da semana, a conta sobe para 6 mil unidades por mês. No ano, 72 mil, por linha de produção. Diante da importância de buscar eficiência operacional, a União Química Farmacêutica desenvolveu o projeto Storm, que busca entender todo o processo de produção da companhia, para mensurar as operações produtivas em tempo real, indicando perdas e oportunidades de desempenho, performance e qualidade em toda a cadeia de manufatura. Os primeiros resultados incluíram aumento de 20% da capacidade produtiva, com 8% de redução de despesas em relação ao último ano. Vencedor da categoria Farmacêutica entre As 100+ Inovadoras no Uso de TI, o projeto foi implementando nas operações fabris em Brasília e Taboão da Serra (SP) e já está sendo levado para Embu Guaçu (SP) e, até janeiro, estará também na unidade em Pouso Alegre (MG). O total é de 68 linhas produtivas. José Luiz Simões, diretor de TI da União Química Farmacêutica, destaca que o projeto traz, sobretudo, importantes ganhos em competitividade de mercado. “A busca por excelência operacional resulta em redução de custos, ganho de qualidade, performance e capital humano. Com isso, é possível praticar preços competitivos no mercado”, explica Simões. Em meio a um cenário desafiador da economia, a empresa buscou otimizar processos internos e, dessa forma, deu início ao Storm. “Olhamos para dentro de

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casa e começamos a analisar os grandes orçamentos que tínhamos. Os maiores em uma indústria, claro, estão nos processos industriais”, pontua. INDÚSTRIA 4.0 O Storm tem como base o conceito de Indústria 4.0, ou Quarta Revolução Industrial, que contempla tecnologias de automação industrial com base em recursos de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), big data e computação em nuvem. Geralmente, em um processo de produção com diversas fases até chegar ao encaixotamento do produto, há perdas de diversos tipos. Um processo que dura dez horas, por exemplo, pode ser feito em três ou quatro. É preciso entender como é a eficiência da configuração da máquina e também o momento de parar um equipamento para manutenções preventivas. “Em que momento uma máquina para? Qual sua eficiência? Como prever ações preventivas? Como saber o que vai quebrar? São questões que sempre existiram para a indústria em geral e, com o projeto baseado em IoT, big data, computação em nuvem e EPM Enterprise Performance Management (EPM), conseguimos encontrar as respostas”, diz Simões. A empresa instalou sensores em todo o processo de produção, desde o momento em que os produtos saem do almoxarifado até a finalização do ciclo. A base é a IoT. Esses sensores coletam dados e os mandam para um sistema de big data, que, por sua vez, compila as informações em uma plataforma EPM, armazenando os dados na nuvem. A partir disso, é possível ter todas as informações com o diagnóstico da produção. “Começamos a enxergar toda a linha produção, tudo que acontece nela.” Simões destaca também que, em um mercado di-

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nâmico, que pode mudar drasticamente a demanda mês a mês, a reprogramação de uma fábrica fica inviável e causa enormes prejuízos. “Precisamos buscar muito mais eficiência nas operações para reagir no cenário adverso, em vez de acertar previsão de vendas. Trabalhamos com metodologias para reduzir o número de setups absurdamente. Hoje, conseguimos mudar produtos no processo de fabricação”, explica. NOVA REALIDADE A nova era da União Química Farmacêutica permite o entendimento preciso de todos os gargalos da programação dos equipamentos nas plantas industriais, além dos ciclos de cada máquina. “Antigamente, não conseguíamos calcular quando uma máquina iria parar de funcionar. Agora, conseguimos enxergar a curva de desgaste do equipamento. Somos mais assertivos ao parar uma máquina para manutenção em vez de apenas prever que ela vai quebrar em um determinado momento.” Em um caso prático, a empresa detectou que uma máquina tinha maior eficiência em um turno em relação a outro. Com a ferramenta, foi possível detectar deficiências em relação à manutenção. Ou seja, uma equipe era menos especializada do que a outra, o que causava o desequilíbrio. “A grande chave é que, se ganharmos dez minutos por dia em três turnos, já contabilizamos meia hora por dia. Em 30 dias, é possível aumentar drasticamente a produção.” INTEGRAÇÃO HOMEM E MÁQUINAS Um dos segredos da Indústria 4.0 é a interação entre homem e máquinas. Simões explica que, com as tecnologias implementadas, sensores capturam muitas informações, algo que um ser humano não teria capacidade de processar. No entanto, big data apenas processa e aponta um diagnóstico. Nesse momento, o profissional precisa de capacitação para decidir qual atitude será tomada. “O operador olha em tempo real e tem o diagnóstico. Com isso, precisa remediar e tomar a decisão. É como um médico em

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uma análise laboratorial. Ele pede o exame, o laudo chega e ele precisa usar seu conhecimento para remediar o paciente”, compara. Para capacitar os profissionais, Simões conta que foram realizados treinamentos com mais de 3 mil pessoas, desde operadores a supervisores de produção. “Hoje, um integrante consegue falar tudo que está acontecendo na sua linha”, garante. Nesse sentido, com a capacitação, há uma reunião em cada liberação de linha para analisar os processos. Ou seja, os coordenadores vão até a linha de produção, reúnem todo o conteúdo, repassam as falhas e os ganhos que aconteceram na operação anterior. Em seguida, realizam um treinamento com as pessoas envolvidas e, então, a operação é liberada. Tudo por meio das informações geradas pela tecnologia, que são visualizadas em tablets. “Há esse processo em todo o momento de liberação de linha. Como foi a última produção? Onde alcançamos excelência na operação? Onde tivemos perda? São perguntas que temos as respostas. Com isso, vamos garantir que não perderemos eficiência. Calibramos a linha toda em relação ao entendimento de todos os operadores antes de liberar", finaliza. ITF

FINALISTAS DA CATEGORIA 1º UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA - JOSÉ SIMÕES 2º ACHÉ LABORATÓRIOS FARMACÊUTICOS - EDUARDO KONDO 3º ASTRAZENECA - ALEXSANDRO VILAROUCA

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