O que é o cancro da mama triplo negativo? O cancro da mama triplo negativo é um subtipo de cancro da mama. Embora o cancro da mama seja muitas vezes referido como uma única doença, há muitos tipos de tumores da mama. A característica do cancro da mama triplo negativo é não ter três biomarcadores presentes noutros tipos de cancro. O que são biomarcadores? Os biomarcadores - proteínas que controlam as funções da célula, tais como o crescimento ou morte celulares – são: receptores de estrógeno (ER), progesterona (PR) e HER2. Cerca de 20% de todos os cancros da mama não revela nenhum destes três receptores, de onde resulta o termo cancro da mama triplo negativo (CMTN). Há muitas maneiras de descrever o cancro da mama, tais como: • Local onde surge na mama (ductos ou lóbulos). • Quão avançado está (não-invasivo (in situ), invasivo, metastático). • Aparência no laboratório de acordo com o patologista (ou seja, inflamatórias, mucinoso). • A presença ou ausência de três biomarcadores. O tipo de cancro da mama que uma pessoa tem muitas vezes afecta o prognóstico e as opções de tratamento. Quem pode ter cancro da mama triplo negativo? Qualquer pessoa pode ter cancro da mama triplo negativo, mas a pesquisa mostrou que ocorre mais frequentemente em: • Mulheres mais jovens • Mulheres Afro-Americanas • Mulheres Hispânicas/Latinas • Mulheres que apresentam mutações BRCA1 O que faz do cancro da mama triplo negativo ter características únicas? O cancro da mama triplo negativo é frequentemente um tumor agressivo quando comparado a outros cancros da mama que tende a crescer mais rapidamente e é menos provável de ser detectado numa mamografia anual. Tem também mais possibilidades de se espalhar para outras partes do corpo mais cedo (metástases). Além disso, parece reincidir (voltar a aparecer) mais frequentemente do que outros subtipos de cancro da mama. Tem geralmente um prognóstico mais reservado do que os cancros da mama que são receptores hormonais positivos. Parte da razão para tal é a falta de tratamentos específicos, direccionados para este tipo de cancro da mama.
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As opções de tratamento As opções de tratamento para o cancro da mama triplo negativo são mais limitadas. Devido à falta de receptores hormonais nestes tumores, a terapia hormonal (ou seja, tamoxifeno, inibidores da aromatase) não pode ser usada. Também, uma vez que o tumor é HER2-, as terapias específicas Herceptin ou Tykerb não são utilizadas, não estando ainda disponíveis outras terapias específicas para este tipo de cancro da mama. Apesar de não ter uma terapia específica, muitas mulheres com cancro da mama triplo negativo podem ser tratadas com sucesso, sendo a detecção precoce um factor importante. A quimioterapia é um tratamento eficaz. A pesquisa mostra que o cancro da mama triplo negativo pode até responder melhor à quimioterapia do que outros tipos de cancro da mama. A cirurgia e a radioterapia também são normalmente utilizadas. Investigação e Ensaios Clínicos Estão agora em ensaios clínicos novos tratamentos. Uma nova classe de medicamentos, chamados inibidores PARP, parece ser muito promissora. Em mulheres com cancro da mama triplo negativo os primeiros resultados mostram que o inibidor PARP usado com a quimioterapia pode melhorar a sobrevivência. Estes primeiros resultados dão-nos esperança de que um novo tratamento poderá em breve estar disponível. A investigação está em curso, uma vez que são necessários mais estudos para confirmar os resultados. Acerca do BSI-201 (Inibidor PARP) De todos os inibidores PARP actualmente em fase de desenvolvimento, o BSI-201 é o inibidor que atingiu o estado de desenvolvimento clínico mais avançado, no cancro da mama triplo negativo. Dotado de um forte potencial, o BSI-201 é extremamente potente face aos tumores e inibe a actividade PARP de forma duradoura. O BSI-201 aumenta os efeitos das lesões do ADN induzidos pela quimioterapia. O BSI-201 foi estudado em mais de 200 doentes que confirmaram uma boa tolerância ao produto. A BiPar anunciou recentemente os resultados positivos de uma análise intermédia sobre segurança, no âmbito de um ensaio clínico de Fase II com o inibidor PARP, BSI-201, em associação com a quimioterapia em doentes com cancro da mama metastisado triplo negativo (CMTN). Os dados genéticos apresentados pela empresa confirmam uma expressão significativa PARP nos tumores das 50 primeiras doentes, incluídas no ensaio clínico de Fase II. Os resultados foram apresentados em Dezembro de 2008, no San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS), organizado pelo CTRC-AACR) . Identificação das famílias e dos indivíduos em risco de cancro da mama O risco familiar de cancro da mama depende do número de familiares afectados, idade do diagnóstico da doença (por exemplo antes dos 40 ou mesmo antes dos 30 anos), se existem também casos de cancro do ovário na família, se há homens com cancro da mama e casos de cancro da mama com características especiais (tipos de cancro da mama triplo negativo).
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