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MOÇÃO DE REPÚDIO ÀS OFENSAS PERPETRADAS CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO BRASIL O Conselho Nacional de Entidades – CNE, instância deliberativa da C...
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MOÇÃO DE REPÚDIO ÀS OFENSAS PERPETRADAS CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO BRASIL

O Conselho Nacional de Entidades – CNE, instância deliberativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, que reuniu em Brasília nos dias 14 e 15 de setembro de 2017 mais de 100 representantes de suas entidades de base filiadas de todo o Brasil, vem a público REPUDIAR as ameaças à liberdade de expressão no país, que tem recorrentemente ocorrido nos últimos dias por ímpetos de censura de toda ordem. Tudo começou com a censura imposta pelo Banco Santander a uma mostra de arte do “Queermuseu”, em Porto Alegre/RS, cancelada após vorazes críticas nas redes sociais, capitaneadas por setores evangélicos e de membros do Movimento Brasil Livre (MBL). Essa mostra foi acusada de “zoofilia”, “pedofilia” e “blasfêmia”. Dois dias depois, a mando de um grupo de deputados estaduais do Mato Grosso do Sul, a polícia do Estado chegou de camburão no Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande (MARCO) para apreender e confiscar uma obra de arte considerada “imoral”. Com a “soltura” da obra e seu retorno ao museu, a visitação à mostra aumentou consideravelmente e os moradores e turistas de Campo Grande puderam, enfim, apreciar o quadro apreendido. A vigília policialesca não parou por aí: no último dia 13, membros da Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados, capitaneados por Marcos Feliciano (PSC/SP), foram ao Museu da República em Brasília para “inspecionar” a exposição “Não Matarás”, que continha obras do artista brasileiro-catalão, recém falecido, José Zaragoza. A denúncia feita por uma mãe fazia referência à visitação constrangida que ela fez à exposição com o filho e se deparou com “corpos nus”. O Brasil não pode conviver com esse tipo de comportamento que remete, sem dúvida, aos tempos sombrios do período histórico da Inquisição. A arte nasce livre e assim deve continuar a sê-lo! Os/as educadores/as brasileiros/as se somam ao conjunto da sociedade brasileira que defende a liberdade de expressão no país e que, disso, não abrirá mão!

Brasília, 15 de setembro de 2017 Conselho Nacional de Entidades - CNE da CNTE