Moçambique
Sustentabilidade
Para um mundo com novos valores.
As operações da Vale ao redor do mundo
7 17 16 8
15
23 22
19 6 21
9
24
18
14
25
26
20 27
28 13
5
2
1
10
29
11 12
3
30
4
31
Posição em março de 2014.
Américas
África
Ásia e Oceania
1 Brasil (sede mundial da Vale)
10 Angola
2 Paraguai
11 Zâmbia
19 China
3 Chile
12 Moçambique
20 Omã
4 Argentina
13 Malauí
21 Emirados Árabes Unidos
14 Guiné
22 Japão
5 Peru
6 México 7 Canadá
18 Índia
23 Coreia do Sul
24 Taiwan
8 Estados Unidos
Europa
9 Barbados
15 Suíça
26 Tailândia
16 Áustria
27 Malásia
17 Reino Unido
25 Filipinas
28 Cingapura 29 Indonésia 30 Austrália 31 Nova Caledônia
Operações
Escritórios Joint ventures
Exploração mineral/ projetos em desenvolvimento
Vale Regionais 2013
Visão Geral Missão
Pilares da estratégia da Vale
Transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável.
Cuidar das pessoas
Visão
Gerenciar o portfólio com rigor e disciplina
Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta.
Focar em minério de ferro
Incorporar a sustentabilidade aos negócios
Crescer através de ativos de classe mundial
Valores A vida em primeiro lugar Valorizar quem faz a nossa empresa Cuidar do nosso planeta Agir de forma correta Crescer e evoluir juntos Fazer acontecer
Visão geral
Perfil e atuação global A Vale tem como princípios o respeito e a transparência, buscando a proximidade e o diálogo com os seus públicos a fim de desempenhar o seu papel da forma mais positiva possível. Para fortalecer esses princípios, lançamos no início de 2014, um novo posicionamento de marca, resumido na assinatura “Vale. Para um mundo com novos valores”, que expressa crenças e premissas que orientam a Missão, a Visão e os Valores essenciais da empresa. Acreditamos que isto se traduza em grande oportunidade de vencer os desafios e inspirar as pessoas com nosso modo único, inovador, sustentável e positivo de fazer mineração.
Vale Regionais 2013
Com sede no Rio de Janeiro, a Vale S.A. é uma empresa de capital aberto, com presença mundial, cujas ações são negociadas nas bolsas de São Paulo, Nova York, Hong Kong, Paris e Madri. É a maior produtora de minério de ferro e pelotas do mundo e a segunda maior de níquel, produzindo também minério de manganês, ferroligas, cobre, metais do grupo platina (PGMs), ouro, prata, cobalto, carvão metalúrgico e térmico, potássio, fosfatados e outros fertilizantes, além de atuar nos setores de logística, siderurgia e geração de energia. Os materiais produzidos são utilizados como insumo por diversos segmentos , como a indústria siderúrgica, de fabricação de aeronaves e automóveis, e na construção civil, bem como na produção de alimentos e outras utilidades presentes no cotidiano das pessoas fundamentais para o seu bem-estar.
1
A caminho da sustentabilidade Para divulgar seu esforço em busca da sustentabilidade dos negócios e demonstrar sua visão estratégica, a Vale tem publicado nos últimos sete anos o Relatório de Sustentabilidade, elaborado de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), versão G3, incluindo o Suplemento Setorial de Mineração e Metais. O conteúdo do relatório segue o princípio da materialidade, isto é, cobre os temas e indicadores que refletem os impactos econômicos, ambientais e sociais das atividades da empresa. Em 2012 iniciamos a divulgação dos relatórios regionais, que mostram o desempenho dos empreendimentos da Vale localizados nas principais regiões em que atuamos. O presente relatório dedica-se aos empreendimentos situados em Moçambique, que se caracterizam por atividades industriais e de transporte. O objetivo deste relatório é mostrar a sustentabilidade dos empreendimentos da Vale em Moçambique, reunindo os resultados dos indicadores de sustentabilidade dos empreendimentos localizados nesse país e comparando-os ao conjunto de empreendimentos da empresa. A mina de carvão de Moatize, em Moçambique, no litoral sudeste da África é o maior investimento da Vale em carvão mineral. Moatize foi o primeiro projeto greenfield fora do Brasil e, consequentemente, exigiu alinhamento com as melhores práticas ambientais e as regras estabelecidas por instituições internacionais, como o Banco Mundial. A implantação da primeira fase do Projeto Moatize, iniciada em 2008, envolveu investimento de US$ 1,88 bilhão. Em Julho de 2011, a mina de carvão entrou em operação com capacidade de produção de 11 milhões de toneladas/ano de carvão metalúrgico e térmico.
2
Ainda em 2011, iniciou-se o desenvolvimento da segunda fase do projeto (Moatize II), uma expansão que adicionará 11 milhões de toneladas anuais à capacidade de produção atual da planta, aumentando a capacidade nominal total de Moatize para 22 Mtpa. O início da implantação de Moatize II está previsto para 2015, estimando-se os investimentos em US$ 2,06 bilhões. A mina de carvão Moatize completou seu segundo ano de operação com a produção de cerca de 4 milhões de toneladas de carvão em 2013. Além da nossa contribuição para o desenvolvimento da indústria minerária de Moçambique, somos um dos principais investidores na infraestrutura logística local, por meio da construção do corredor Nacala que ligará a bacia carbonífera de Tete ao novo terminal portuário multiusuário em Nacala a Velha, e também da recuperação da Linha do Sena, que atualmente é o principal eixo de escoamento do carvão, fazendo a ligação com o Porto da Beira. Em 2013, alcançamos no corredor Sena-Beira a marca de 2 mil comboios de carvão, que correspondem a cerca de 3 milhões de toneladas transportadas, embarcadas em mais de 35 navios. Já no Projeto Corredor Nacala, são previstos investimentos de U$S 4,4 bilhões até 2015. As obras já se iniciaram, gerando mais de 5 mil empregos em Moçambique e mais de 4 mil no Malauí. Realizamos atividades de promoção de desenvolvimento social e econômico, destacando-se formação profissional de cerca de 200 pessoas nas áreas de carpintaria, eletricista, construção civil, corte e costura e serviços domésticos; execução de mais de U$S 1,4 bilhão, com 75% para empresas locais; culturas agrícolas de rendimento para 1.050 famílias, com plantio de gergelim, feijão e frutas e doação de mais de U$$ 491 mil para as vítimas de enchentes.
Vale Regionais 2013
Terminais portuários Niassa
Nampula Tete
Malauí
Mina de Moatize
Zambezia
Zimbabwe
Porto de Nacala a Velha (em construção)
Moçambique
Porto de Nacala
Sofala
Manica
Porto de Beira
Moçambique Nampula
Inhambane
Gaza
Empreendimentos Vale em Moçambique Escritório Mina de Moatize Terminais Portuários Ferrovia Moatize-Nacala (Brownfield) Ferrovia Moatize-Nacala (Greenfield) Ferrovia Senna-Beira Hotspots
Maputo
Wilderness Províncias de Moçambique
Escritório Vale – Moçambique
Limites Internacionais
Cidade de Maputo
Vale Regionais 2013
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Foto: Marcelo Coelho
Planta de processamento da mina de Moatize, em Moçambique, que representa o maior investimento da Vale em carvão mineral.
Visão Estratégica Nossa estratégia determina a forma com que nos direcionamos rumo à nossa Visão. Ela está fundamentada em cinco pilares, que definem os nossos objetivos de negócio e a maneira com que atuamos em relação a empregados, fornecedores, comunidades, órgãos governamentais, clientes e investidores. Pilares da estratégia da Vale Cuidar das pessoas Buscar o zero acidente, desenvolver um time de profissionais capacitados e responsáveis por suas decisões e ser uma ótima empresa para se trabalhar, com pessoas motivadas, oportunidades de desenvolvimento e qualidade de vida. Incorporar a sustentabilidade aos negócios Construir legados econômicos, sociais e ambientais nas regiões em que estamos presentes, mitigando os impactos de nossas operações nas comunidades em que atuamos e induzindo práticas sustentáveis ao longo de toda a cadeia de valor. Além disso, garantir a chamada Licença para Operar, por meio de uma atuação integrada, diálogo e transparência com nossos públicos de relacionamento.
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Gerenciar o portfólio com rigor e disciplina Ser austero no uso dos recursos financeiros, focando nos ativos de maior rentabilidade, e atrair parceiros para alavancar crescimento e gerenciar riscos. Focar em minério de ferro Reforçar nossa liderança no segmento de minério de ferro, aumentando a oferta e a qualidade dos nossos produtos, sem aumentar os custos, de forma a recuperar nossa participação de mercado. Crescer por meio de ativos de classe mundial Criar valor e não só adicionar volume, focando em ativos e projetos competitivos, com escala e capacidade de expansão, que atravessem vários ciclos econômicos, em minério de ferro, níquel, fertilizantes, cobre e carvão metalúrgico. Gestão e impactos [EN12] Os aspectos sociais, econômicos e ambientais dos territórios são considerados desde a fase de concepção de projetos, até o encerramento, incluindo as etapas de implantação, operação e descomissionamento. Promovemos, ainda, a melhoria do desempenho ambiental, por intermédio do desenvolvimento de estudos e projetos, alinhados às tendências tecnológicas, regulatórias e de mercado.
Vale Regionais 2013
Investimos em processos e ferramentas internas de gestão e em inovação e tecnologia, além de implementar ações e medidas para prevenir, controlar ou compensar os impactos. O trabalho contempla áreas internas e externas às unidades operacionais, considerando os atributos ambientais existentes nas áreas de influência dos empreendimentos. Quando os nossos estudos ambientais identificam atividades que acarretam impactos negativos sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, elaboramos Planos de Gestão da Biodiversidade, compostos por ações obrigatórias por lei e também por iniciativas voluntárias da empresa. Para priorizar as iniciativas que geram maior retorno para as comunidades, controlando de forma eficiente os impactos negativos de nossos empreendimentos e potencializando os positivos, desenvolvemos o Modelo de Issues e Stakeholders, composto por quatro processos, entre eles a Gestão de Questões Críticas e Stakeholders que estabelece governança adequada por meio de comitês que subsidiam a tomada de decisão da alta administração da empresa.
O modelo, implantado no Brasil e iniciado em Moçambique em 2013, promove uma visão unificada de como abordar temas críticos referentes aos territórios. Além disso, fornece informações estruturadas para a tomada de decisões que permitam a mitigação dos impactos e a promoção de boas relações com as partes interessadas, como as comunidades locais, os governos, as ONGs e outras instituições. Um dos suportes desse modelo são os estudos socioeconômicos, diagnósticos integrados que contêm informações sobre o território e os impactos gerados pelos nossos empreendimentos. Os resultados dos estudos fundamentam a definição das ações sociais, bem como o diálogo social. Nos últimos anos, eles têm sido desenvolvidos no Brasil1, em Omã, na Austrália, na Malásia, na Indonésia e em Moçambique. Dispêndio socioambiental [EC8,EN30] Em 2013, a Vale aplicou US$ 1,280 bilhão em ações socioambientais, sendo que 79% correspondem a ações ambientais e 21%, sociais. Em Moçambique, foram aplicados US$33,1 milhões, dos quais 72% destinados à área social.
1 Minas Gerais, Sergipe, Espírito Santo, Sudeste do Pará, Mato Grosso do Sul e nos municípios ao longo da Estrada de Ferro Carajás
Dispêndios socioambientais Em US$ milhões Outros países Moçambique
1.030,4 1.017,9
1.025,3 1.015,3 457,2 450,8
1.015,1 1.005,6
317,2
265,1
290,4
241,3
1,0
6,4
10,0
26,8
9,4
23,7
Ambiental
Social
Ambiental
Social
Ambiental
Social
2011
Vale Regionais 2013
2012
2013
5
Os dispêndios em infraestrutura foram responsáveis por grande parte dos recursos aplicados em ações sociais (53,8%). Contribuímos com o Programa para o Desenvolvimento de Infraestrutura na África (Pida), que tem o objetivo de priorizar os projetos que contribuam para o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Além do Fórum Econômico Mundial (WEF, por sua sigla em inglês), do qual a Vale é membro desde 2012, o programa conta com o apoio de empresas de infraestrutura, do Banco Africano de Desenvolvimento, da Comissão da União Africana, e de instituições de pesquisa e agentes globais ou regionais.
elétrica (em Cateme) e construção de cisternas e outras edificações públicas.
Aplicaram-se, em reabilitação de moradias e reassentamento, 80% dos dispêndios de infraestrutura, e o restante em implantação do sistema de adução e distribuição de água, instalação da rede de energia
Foram aplicados, também US$9,4 milhões em atividades de recuperação, proteção e conservação ambiental, cuja maior parte se destinou às atividades de gestão ambiental e gerenciamento dos recursos hídricos.
Outras atividades desenvolvidas na região referem-se ao desenvolvimento humano e econômico (33,8% dos dispêndios sociais), o que incluiu: campanhas de engajamento da comunidade e de segurança, obras de prevenção de acidentes em vias rodoviárias e ferroviárias, indenização à população e programas de desporto social (que envolveram 400 crianças). As atividades incluíram ainda, em Cateme, a doação de mudas de frutas a residências, escolas e comunidades vizinhas e a instalação de rádio comunitária.
Dispêndio social [EC8] Valor (US$ milhões)
%
12,7
53,8%
Desenvolvimento humano e econômico
8,0
33,8%
Gestão de impacto
3,0
12,5%
Relacionamento institucional corporativo
-
0,0%
Diagnóstico socioeconômico/PGIS
-
0,0%
Patrocínio
-
0,0%
Eixo de atuação Infraestrutura
7,9%
12%
+808 12
Outros
-
0,0%
23,7
100%
Valor (US$ milhões)
%
Gestão ambiental
4,4
47,1%
Recursos hídricos
2,2
23,7%
Emissões atmosféricas
0,8
8,4%
Resíduos
0,7
7,7%
Estudos ambientais e processos de licenciamento ambiental
0,5
4,9%
Barragens, diques e pilhas de estéril
0,2
2,0%
Áreas contaminadas
0,1
0,7%
Áreas degradadas e áreas protegidas
-
0,0%
Novas tecnologias ambientais
-
0,0%
Outros
0,5
5,5%
Total
9,4
100%
Total
80,1%
Serviços de reabilitação das casas do reassentamento Sistema de adução e distribuição de água cateme Instalação de rede elétrica em Cateme
Dispêndio ambiental [EN30] I Tipo de dispêndio
I C ategorias associadas com as ações da Vale para: prevenção, manutenção, monitoramento, segurança e gestão.
6
Vale Carajás e Onça Puma 2012
A implantação do PAS em Moçambique iniciou-se em 2013 e, como ocorre com todas as operações que
acabam de ingressar no plano, a primeira abordagem teve caráter qualitativo, ou seja, a meta do ano é o cumprimento de milestones relacionados aos temas de sustentabilidade. Os empreendimentos em Moçambique conseguiram atender 17 dos 23 milestones definidos. Indicadores de Sustentabilidade A análise de sustentabilidade dos empreendimentos em Moçambique fundamenta-se na análise de 16 indicadores de desempenho desagregados para os diferentes empreendimentos. Do total de indicadores que compõem a metodologia da GRI, estes foram escolhidos por serem mais relevantes para a região.
Indicador
Descrição
EC6
Políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em unidades operacionais importantes
EC8
Investimentos em infraestrutura
EN3
Consumo de energia direta
EN4
Consumo de energia indireta
EN8
Água retirada por fonte
EN10
Água reciclada e reutilizada
EN12
Impactos na biodiversidade
EN14
Getsão de impactos na biodiversidade
EN16
Emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa
EN20
NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso
EN21
Descarte de água
EN22
Peso total de resíduos
EN30
Investimentos em proteção ambiental.
LA1
Trabalhadores por tipo de emprego e região
MM3
Quantidade de estéril, rejeitos e lamas e seus riscos associados
MM9
Locais onde ocorreram reassentamentos, número de domicílios em cada um deles e como seus meios de subsistência foram afetados
Empregados da Vale, na área de estocagem da mina de carvão de Moatize, em Moçambique.
Vale Regionais 2013
Foto: Marcelo Coelho
Plano de Ação em Sustentabilidade (PAS) O PAS tem o objetivo de impulsionar a aplicação da nossa visão estratégica em práticas operacionais e benefícios tangíveis. Os indicadores que compõem o plano são parte do processo de gestão e estão vinculados a aspectos essenciais de nossas operações, como energia, água, resíduos, emissões e recuperação de áreas degradadas (RAD). Para que o desempenho referente a esses aspectos seja monitorado, foram estabelecidas metas absolutas ou relativas, que são consideradas na remuneração variável dos empregados.
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Foto: Marcelo Coelho
Empregado na Planta de Processamento da Mina de Carvão Moatize.
Pessoas Os cuidados com saúde e segurança continuam sendo prioritários. Avançamos na aplicação do Sistema Global de Gestão de Saúde e Segurança e na implementação das Regras de Ouro e disseminamos o conceito do Cuidado Ativo Genuíno, que significa “Cuide de você. Cuide dos outros. Deixe que cuidem de você”. O compromisso de a Vale valorizar e apoiar o desenvolvimento de seus empregados refletiu-se na publicação da Política de Recursos Humanos e na realização da Pesquisa Global de Empregados, que é utilizada como um importante canal de comunicação.
Perfil das pessoas em números [LA1] Ao fim de 2013, a Vale contava com 212,4 mil empregados, entre próprios (com contrato de trabalho por tempo indeterminado) e terceiros (prestadores de serviço em atividades permanentes e em projetos)1, além de 475 empregados próprios com contrato por prazo determinado.
1 Os empregados terceirizados, em geral, trabalham nas obras de reforma, de expansão e de novos empreendimentos e nos contratos de manutenção, limpeza e segurança patrimonial, entre outros tipos de prestação de serviços.
Quadro de profissionais
Quadro de profissionais detalhado
Em milhares
Em milhares Próprios Terceiros permanentes Terceiros em projeto
3,6
8
5,4
6,4
14,0
2011
2012
2013
0,5 1,3 2011
10,7
3,0 1,5
1,0
1,9
2,2
2012
2013
Vale Regionais 2013
Do total de empregados próprios e terceiros, 75% (159,3 mil) atuam no Brasil. Em Moçambique, o número de empregados alcançou a marca de 14 mil, mais que o dobro do ano anterior, resultado do crescimento das atividades da empresa no país. O maior aumento ocorreu entre terceiros em projeto, em função da implantação de novos projetos na região.
Saúde e segurança Na Vale, o desempenho em saúde e segurança segue evoluindo continuamente. Nos últimos três anos, a taxa total de lesões bem como as taxas de lesões com afastamento apresentou queda; porém, a empresa reconhece que tem um longo caminho a percorrer para chegar à sua meta de dano zero. Para a Vale, perda zero significa o gerenciamento de riscos para que não ocorram lesões ou doenças aos empregados, nem dano à propriedade e ao meio ambiente, bem como quaisquer ocorrências envolvendo a comunidade e prestadores de serviço. Seguimos com a crença de que a vida é mais importante do que a produção e, por isso, revisamos a Política de Saúde e Segurança para aumenta a aderência à Missão, Visão e Valores da empresa. Em 2013, o tema saúde e segurança também representou 10% da remuneração variável dos empregados. Além disso, foi disseminado internamente o conceito do cuidado ativo genuíno, que tem como princípio a interdependência em saúde e segurança. Temos capacitado nossos empregados para que sejam capazes de cuidar deles próprios, dos colegas e dos outros.
A estratégia de atuação em saúde e segurança também está estruturada em diversos programas que tiveram importantes avanços em 2013, entre os quais se destacam os que estenderam benefícios aos empregados nos empreendimentos situados em Moçambique: desenvolvimento do Programa de Prevenção de Fatalidades no Brasil e na África, com o objetivo de identificar perigos e fatalidades potenciais, classificando a gravidade do risco e estabelecendo ações corretivas para eliminá-los; foram realizados 30 projetos em dez unidades operacionais; primeiro ano de avaliação da competência de saúde e segurança no desempenho dos empregados; realização de workshops sobre o dano zero em todas as unidades de negócios para identificar, compartilhar e implementar as melhores práticas; prosseguimento na implementação das Regras de Ouro2, a fim de estabelecer e comunicar os requisitos de comportamento durante atividades críticas; realização do programa de controle da malária para abordar de forma sistemática o risco em áreas endêmicas. Combate à malária na África Em 2013, a Vale tornou-se signatária do Fundo Global de Luta contra a Aids, Tuberculose e Malária, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A adesão reforçou o compromisso da empresa no combate à doença. Durante três anos, serão destinados US$ 3 milhões a instituições em Moçambique e no Malauí. A Vale atua no combate à malária em Moçambique, onde há grande incidência da doença. Por meio de programas de educação, nossos empregados e os terceirizados aprendem a evitar o contágio e combater focos de transmissão de mosquitos, recebendo equipamentos para proteção individual (repelentes, uniformes e mosquiteiros), além de terem acesso a assistência médica e diagnóstico laboratorial na própria empresa. Em alguns casos, o empregado também é submetido à quimioprofilaxia, tratamento químico usado para inibir os efeitos mais severos da doença. Desde 2010, fazemos parte da GBCHealth, uma coalisão que reúne mais de 200 empresas privadas comprometidas com a melhoria da saúde no mundo.
2 As Regras de Ouro são o conjunto de princípios que se adota para a realização de atividades consideradas críticas, tais como: trabalho em altura; eletricidade; veículos automotores; equipamentos móveis; bloqueio e sinalização; movimentação de carga; espaço confinado; proteção de máquinas; estabilização de taludes; explosivos e detonação; e produtos químicos.
Vale Regionais 2013
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Educação A Vale acredita na educação como alavanca essencial para o desenvolvimento de pessoas e, consequentemente, para o alcance dos resultados do negócio de forma alinhada com a sua Visão. As áreas de recursos humanos e negócios da Vale adotam meta compartilhada de capacitação dos empregados. Baseamos a estratégia educacional no mapeamento dos principais processos e funções realizados na empresa, gerando um portfólio de treinamento que desenvolva as competências necessárias para garantir excelência operacional. Tais competências podem ser: técnicas, dirigidas ao público operacional e aos especialista; de gestão e liderança, aos líderes; e transversais, como as aplicadas a saúde e segurança, meio ambiente e diversidade, dirigidas a todos os empregados. Até 2013, foram realizadas mais de 200.000 horas de treinamentos para empregados próprios. O processo de capacitação de trabalhadores não se restringe aos nossos empregados, mas se estende ao mercado de trabalho, uma vez que a utilização da mão de obra local também constitui diretriz de inserção regional dos nossos empreendimentos. O programa Acreditar é um exemplo desse esforço, desenvolvido pela Vale em Moçambique para capacitar as comunidades vizinhas ao Projeto Moatize, deixando um legado positivo para a sociedade. Por meio de cursos profissionalizantes, foram formados entre 2012 e 2013, aproximadamente 1,3 mil pessoas. As ações foram desenvolvidas em parceria com o Escola Profissional Dom Bosco e o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP). Temos atuado, também, na transformação da vida dos jovens nas comunidades em que operamos, principalmente, por meio de iniciativas como o Programa de Formação Profissional, que capacitam pessoas de 18 a 28 anos. Além de aprenderem um novo ofício, os participantes podem vir a integrar nosso quadro de empregados após um período de até 18 meses de treinamento. Até 2013, foram formados mais de 1.033 aprendizes. O Programa Formação Profissional contou com a participação de mais de 200 pessoas de Moçambique que assistiram a aulas práticas em algumas operações da Vale no Brasil por um período entre 6 e 9 meses. Além disso, até 2013, mais de 280 jovens ingressaram na Vale através do Programa de Estágio. Destes, mais da metade já foram efetivados em posições juniores. Os demais que ingressaram no programa completarão o ciclo em 2014. Outras ações de capacitação foram desenvolvidas, como a participação de mais de 60 moçambicanos
10
em Programas de Especialização/Pós-graduação. Em 2013, desenvolvemos em parceira com instituições locais as especializações em Engenharia Ferroviária e em Segurança Ocupacional. Foram mais de 2.000 horas de treinamento.
Comunidades A Vale está comprometida em deixar um legado positivo para as comunidades próximas às suas operações e projetos por meio da consolidação de uma relação de confiança, de respeito mútuo e da promoção do diálogo aberto. Para o relacionamento com as comunidades, a Vale utiliza o Modelo de Gestão de Issues e Stakeholders, integrando processos de gestão de demandas da comunidade, questões críticas, matriz de stakeholders estratégicos e dispêndios sociais associados. Focamos na integração dos nossos processos para aprimorar a gestão, obter uma visão unificada dos temas críticos, apoiar a tomada de decisões e promover o bom relacionamento com os stakeholders. Como resultado, é possível priorizar as iniciativas que geram maior retorno para as comunidades e gerenciar, de forma eficiente, os impactos negativos e potencializar os impactos positivos de nossos empreendimentos. Em maio de 2013, o modelo foi implantado em Moçambique, tendo sido constituídos os comitês territoriais de Maputo (institucional), Sofala, Nampula, Tete e Malauí. No primeiro ano de trabalho, foram mapeadas 12 questões críticas relacionadas aos temas relações com comunidades, meio ambiente e aspectos institucionais. Como ferramenta de suporte ao modelo, implantamos, em outubro de 2013, o Sistema de Gestão de Demandas (SDI), para gestão dos processos de demandas - issues e stakeholders. Nesse primeiro momento, o sistema SDI foi implantado apenas no distrito de Nacala e, no decorrer do ano de 2013, a área de Desenvolvimento Social em Moatize (DICM) atendeu a um total de 31 demandas de membros da comunidade que se manifestaram durante as ações de monitoria nas áreas circunvizinhas, nos reassentamentos ou diretamente no escritório da Vale, na Vila de Moatize. Além dos canais formais de comunicação da empresa com as comunidades, é realizado também o atendimento individual, no escritório da Vale, em Moatize, uma vez que o centro de atendimento comunitário ainda está em construção. Em outubro de 2013, consolidamos o mapeamento e a priorização das ações sociais no Plano Plurianual de Ações Sociais (PPA), que descreve, detalha e classifica os 50 projetos sociais que demandarão um orçamento de mais de US$7 milhões.
Vale Regionais 2013
A Fundação Vale também está presente em Moçambique e, em 2013, concluiu as obras de reabilitação e a ampliação da escola secundária da Ponta Gêa, na cidade da Beira. O principal objetivo foi criar condições para inserção do segundo ciclo do ensino secundário e pré-universitário (11ª e 12ª classes) na escola e, consequentemente, aumentar a oferta de vagas e a oportunidade de estudo para os jovens. Foram investidos cerca de US$ 750 mil para a melhoria da infraestrutura da escola, o que contemplou: a construção de cinco novas salas de aula com capacidade para 50 alunos e de uma sala de biblioteca; reabilitações de um espaço para sala de informática, do campo de jogos e do sistema de abastecimento de águas; pintura geral da escola; compra de carteiras para as salas de aula e de livros para a biblioteca; e doação de 25 computadores e móveis para a sala de informática. Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, a Fundação Vale iniciou em 2011 a implantação em Maputo de uma fábrica de produção de antirretrovirais e outros medicamentos a serem usados no combate ap HIV/Sida e outras doenças. Em 2013, 52 técnicos, onde 35% são mulheres, foram formados para atuarem na fábrica. O curso de formação foi dividido nos nos módulos de produção, controle de qualidade, garantia de qualidade, gestão industrial, manutenção de equipamento e higiene, saúde e segurança no trabalho.
serviços básicos como educação, saúde e energia elétrica, além de acesso à água e aos meios de subsistência, com foco na geração de renda, respeitando sempre a diversidade cultural. Desde 2011, reportamos as principais ações relacionadas aos compromissos assumidos pela empresa. Em 2012, foram realizadas diversas iniciativas e, em 2013, os investimentos ocorreram nas áreas de infraestrutura saúde, agricultura, geração de emprego e renda. Infraestrutura Reabilitação de 625 casas em Cateme (85% do total local) e 18 no bairro de 25 de Setembro (10% do total no local). Compensação monetária paga a 532 moradores dos 760 previstos até 31 de dezembro. Engajamento da comunidade de Cateme no processo de limpeza semanal do bairro, com envolvimento de escolas, centro de saúde e mercado. Em 25 de Setembro o processo está em fase de consolidação. Construção de cisterna elevada com capacidade total de 500m³, ligada a uma rede de 17 fontanários. Construção do mercado local em Cateme.
Em Moatize, não houve reassentamentos em 2013; no entanto, a Vale continua a se preocupar com a qualidade de vida das famílias das áreas industriais e de lavra do Projeto Moatize reassentadas em 2010. A partir de um acordo3 firmado em 2012 com o governo da Província de Tete e os representantes das comunidades dos bairros Cateme e 25 de Setembro, a Vale tem desenvolvido ações visando à melhoria do padrão de vida dessas comunidades, assegurando
3 Memorando de Entendimento assinado em 6 de julho em 2012. Aluno da Escola Secundária da comunidade de Cateme, em Moatize, Moçambique.
Vale Regionais 2013
Foto: Moisés Euzébio de Oliveira
Remoção involuntária e reassentamento [MM9] Na região de Mossuril e Nacala a Velha, na província de Nampula, 39 famílias foram afetadas pelas obras de construção do Corredor Nacala; 24 delas aguardam a finalização da autoconstrução assistida em casas provisórias. Na comunidade de Napazo, 15 famílias foram indenizadas e também aguardam a autoconstrução assistida das casas; outras sete famílias foram removidas por meio de indenização, sem acompanhamento.
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Saúde Construção de um centro de saúde em 25 de Setembro e uma Clínica da Noite. Agropecuária Instalação de 22 kits de sistema de irrigação para melhoria da produção e posterior comercialização de vegetais. Beneficiamento de 200 famílias na plantação de culturas de rendimento, envolvendo cultura de gergelim e feijão bóer. Beneficiamento de 50 famílias com entrega de 150 animais (100 machos e 50 fêmeas) para tração e 30 touros em Cateme.
Comunidades Realização da Campanha de Segurança e Prevenção de Acidentes nas vias rodoviárias e ferroviárias incluindo a realização de obras em escolas, mercados e outros aglomerados populacionais. Realização do programa radiofônico Carvão e Desenvolvimento em língua local (nyúngwe) na Rádio Moçambique.
Construção de duas represas ao longo do Rio Mualadzi para desenvolvimento da agricultura local.
Abertura para visitação pública da Vale Moçambique, onde estratos diferenciados da sociedade puderam conhecer a empresa, expor preocupações e obter esclarecimentos.
Geração de emprego e renda Realização de feiras agropecuárias mensais dos produtos agrícolas em Cateme e Vila de Moatize.
Introdução da figura do agente comunitário nas comunidades, reforçando o diálogo com as mesmas e garantindo fidelidade do processo comunicativo.
Capacitação profissional de aproximadamente 90 estudantes e 20 professores de escolas de Moatize em cursos básicos de carpintaria, eletricidade básica e construção civil.
Realização do Programa Social de Desporto, com envolvimento de 400 crianças entre 9 e 14 anos em prática contínua de atividades desportivas em dez escolas do distrito além de cursos para árbitros e treinadores de futebol.
Capacitação em pedagogia de 120 professores do ensino básico de Moatize. Capacitação em corte e costura e empoderamento feminino de 80 jovens no distrito de Moatize. Capacitação em serviços domésticos de 200 jovens e adultos no distrito de Moatize.
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Desenvolvimento da cadeia de valor do frango, por meio da construção de 58 aviários, beneficiando famílias de Cateme e 25 de Setembro com a formação de produtores e a oferta de suporte técnico.
Doação de 18.050 mudas de fruteiras para plantio em residências, escolas e comunidades vizinhas de Cateme a fim de melhorar a dieta alimentar da comunidade local. Instalação da rádio comunitária em Cateme.
Vale Regionais 2013
Foto: Moisés Euzébio de Oliveira
Instalações da Vale em Moatize, Moçambique.
Território A Vale é responsável pela gestão de diversos territórios, incluindo áreas de alto valor cultural e de grande relevância para a biodiversidade. A empresa reconhece a importância da gestão integrada dessas áreas para a manutenção da sua licença para operar e para o acesso a novos territórios, visando ao desenvolvimento de projetos e à construção de um legado positivo. Isso implica considerar os aspectos sociais, econômicos e ambientais específicos de cada região em nossas políticas e procedimentos. Estratégia de biodiversidade [EN14] Iniciado em 2010, como parte do Plano de Gestão da Biodiversidade, o viveiro de reprodução de mudas do projeto Moatize tem se dedicado a coleta, armazenamento e plantio de sementes de espécies nativas da região, sendo a maior parte das mudas destinadas ao processo de revegetação e recuperação das áreas degradadas na fase de implantação do projeto. A empresa investiu no levantamento detalhado da flora regional, estimando o volume de madeira das formações naturais na área de implantação da mina, tendo sido identificadas e marcadas as árvores que seriam preservadas, para possibilitar a manutenção da biodiversidade local e preparar a futura reabilitação das espécies nativas. Foram preservadas 7,9 mil árvores nativas, entre elas
Vale Regionais 2013
os embondeiros, espécie de destaque na região. Atualmente, o viveiro reúne 47 espécies da flora local, incluindo baobá, marula, sewa e ntsanha. Já foram produzidas mais de 100 mil mudas, das quais 31.500 em 2013. Para estimular o plantio de árvores na região e contribuir para a preservação da flora regional, a empresa doou mais de 2 mil mudas às comunidades, escolas, instituições do Governo local e público de Moatize e Tete. Uma ação do Programa de Resgate de Fauna, parte integrante do Sistema de Gestão Ambiental da Vale, é o monitoramento da fauna e da flora nas áreas afetadas. Como resultado, cerca de 2 mil animais estão sendo protegidos e aproximadamente 3 mil foram resgatados, entre eles, cobras, ratos, pássaros e gazelas.
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Resíduos minerometalúrgicos [MM3] O compromisso com as questões ambientais e sociais se reflete na forma pela qual gerenciamos os resíduos minerais provenientes do processo produtivo. Esses materiais ficam dispostos em barragens (rejeito e sedimento) ou pilhas (estéril e rejeito), e seu volume está diretamente ligado à produção e às características geológicas do local. A Vale aplicou, em 2013, aproximadamente US$ 290 milhões em atendimento à legislação ambiental. Em Moçambique, esse valor foi de US$ 8 milhões. Visando à otimização dos processos de disposição de estéril e rejeitos da mineração, foram aplicados US$ 190 mil, em barragens, diques e pilhas de estéril.
Resíduos minerometalúrgicos Em milhões de toneladas Rejeitos Estéreis
133
202
1 35
552
Global Moçambique
A geração de resíduos perigosos, por sua vez, representou menos de 30% do total de resíduos gerados em 2013, e a categoria mais representativa foi a de óleos e graxas e de material contaminado por esses produtos (27%). Os óleos usados são encaminhados para aproveitamento energético, e os resíduos sólidos, contaminados com os óleos gerados principalmente nas oficinas de manutenção, são armazenados. Atualmente está sendo desenvolvido um estudo para definir sua devida destinação: incineração ou coprocessamento em forno de cimento.
130
8 53
624
Global Moçambique
2011
Resíduos não minerais [EN22] A geração de resíduos não minerais nos empreendimentos de Moçambique é pequena (0,5%) quando comparada ao volume total da Vale, constituindo-se principalmente (33,2%) por resíduos não perigosos, entre os quais predominam materiais como plástico, papel, papelão etc. Esses resíduos são dispostos em solo, no aterro de resíduos industriais implantado na unidade de Tete, que foi devidamente licenciado e com as medidas de controle ambiental estabelecidas.
7 35
554
Global Moçambique
2012
2013
Volume de gerações de resíduos
Disposição
Em mil toneladas
Total de 2,3 mil toneladas
1.044
986
1.027
983
603 600
43%
83 82 1
3
43+51+6 6%
Outros países Moçambique
17
31
29
29 2
27 2
3
Não perigosos Perigosos
Não perigosos Perigosos
Não perigosos Perigosos
2011
2012
2013
51%
Reprocessamento/reciclagem Disposição em solo** Outros*
** Aterro Sanitário externo / Aterro sanitário interno / Disposição em pilha estéril * Reuso/Refino e Inceniração
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Vale Regionais 2013
Emissões de materiais particulados [EN20] Reduzir as emissões de material particulado dos empreendimentos, provenientes de fontes pontuais ou difusas, tem sido um dos principais dispêndios em meio ambiente dos empreendimentos da Vale. Em Moçambique, as fontes de emissão de material particulado são difusas, para as quais não existe metodologia consagrada que possibilite sua medição. No Projeto Moatize, a rede de monitoramento da qualidade do ar está sendo redimensionada e modernizada prevendo-se a instalação de monitores automáticos de meteorologia e qualidade do ar. A iniciativa contribuirá para o aprimoramento da gestão das emissões atmosféricas na região. Em 2013, foi desenvolvido um estudo com o objetivo de propor melhoria do desempenho do controle de emissões de material particulado na mina de Moatize. Na análise foram incluídas as etapas de diagnóstico das fontes de emissões atmosféricas e dos sistemas de controle associados e a avaliação das melhores práticas de controle. As seguintes recomendações foram apontadas:
Estudo de benckmarking – identificação de 43 medidas de controle em 13 categorias de atividades e fontes emissoras, em diversos países, incluindo Austrália, África do Sul, China, Índia, Estados Unidos e Brasil. Diagnóstico das fontes de emissão e medidas de controle – avaliação de 18 grupos de atividades, com a identificação de 14 fontes de baixa magnitude, 15 fontes de média magnitude, seis fontes de alta magnitude e 15 fontes de altíssima magnitude. Proposta de melhorias de controle – identificação de 88 propostas de controle, sendo 38 de baixíssima a baixa significância, 29 de média significância 21 de alta significância. Plano de ação – estabelecimento de 35 ações de melhoria, incluindo atividades de custo alto a baixo ou sem custo. Emissões NOx e SOx [EN20] Houve um aumento de 13,5% na emissão de NOx e de 25% de SOx em relação ao ano anterior, em decorrência do crescimento das operações em Moatize, responsáveis pela maior parte das emissões desses óxidos.
Emissões de NOx
Emissões de SOx
Em mil toneladas
Em mil toneladas
Outros países Moçambique
Outros países Moçambique
146,5 117,1
143,3
117,1
127,5
387,6
395,3
419,0
123,8
387,6
395,0
418,6
-
3,2
3,7
-
0,3
0,4
2011*
2012
2013
2011*
2012
2013
* em 2011 o indicador não foi coletado
Vale Regionais 2013
* em 2011 o indicador não foi coletado
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Foto: Moisés Euzébio de Oliveira
Horta da Fazenda Modelo da comunidade de Cateme, em Moatize, Moçambique.
Mudanças climáticas e energia A redução das emissões continua sendo o tema prioritário da agenda de sustentabilidade da empresa, materializado na Meta Carbono, nosso compromisso de reduzir em 5% as emissões de GEE da Vale projetadas para 2020.
As operações em Moçambique consumiram 2,6 mil TJ, o que representou um incremento de 11,5% em relação a 2012. Na composição da matriz energética há predomínio do uso de energia não renovável (em especial, o diesel), que responde por 86% da energia consumida em nossas unidades operacionais.
As unidades operacionais de Moçambique responderam, em 2013, por 3% das emissões de gases de efeito estufa da Vale, sendo as operações de carvão responsáveis por 86% dessas emissões; o restante (14%) foi gerado pelo setor de logística.
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Vale Regionais 2013
Escopo 1 + escopo 2 (não renovável)
Escopo 1 + escopo 2
+3 97
+14 86
3%
14%
97%
86%
Moçambique Outros países
Operações Logística África Operações Moatize
Matriz energética [EN3, EN4] Matriz energética consolidada
Matriz energética consolidada
Em mil TJ Outros países Moçambique
179,9
180,5
179,9
178,6
152,3 150,1
43,9
44,3
43,9
43,9
-
-
Renovável
Não renovável
40,9 40,5 1,9
0,4 Renovável
2011* * em 2011 o indicador não foi coletado
Vale Regionais 2013
+14 86 14%
Não renovável
2012
2,2
0,4 Renovável
Não renovável
2013
86%
Renovável Não renovável
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Foto: Marcelo Coelho
Empilhadeira movimenta o minério no pátio de estocagem da mina de carvão de Moatize, Moçambique.
Água Garantir a convivência harmônica com as partes interessadas quanto ao uso da água e reduzir a demanda de água nova nas operações por meio de inovações tecnológicas são os principais desafios da Vale nesse tema. A Vale participa de colegiados de recursos hídricos, colaborando nas discussões sobre o uso e a gestão desses recursos e desenvolve atividades que valorizam a gestão integrada dos recursos hídricos e fortalecem o engajamento dos empregados em relação ao uso sustentável da água e sua relevância para os negócios e operações da empresa. Processos que demandam menor consumo de água, uso de equipamentos mais modernos e adequados aos processos e aperfeiçoamento dos programas e equipamentos de monitoramento, são iniciativas que reduzem o consumo e evitam desperdícios. Para estimular a política de uso racional da água algumas unidades operacionais estabeleceram metas de redução da demanda específica, que preveem a captação de um volume menor de água por tonelada produzida ou movimentada.
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Investimos em tecnologias e ações de controle do consumo total de água, das perdas e geração de efluentes, além das que possibilitam um aumento da reutilização.
Vale Regionais 2013
Captação de Água [EN8] Em Moçambique, o total de água captada, essencialmente para as operações de Moatize, aumentou de 2011 para 2012, registrando, porém 12% de redução em 2013. Essa redução se deu em função da parada de produção nos meses de março e dezembro de 2013, que interfere no processo de recuperação de água na barragem de rejeitos, reduzindo a geração de água recuperada. Descarte de Água [EN21] As unidades operacionais da Vale descartam os efluentes que não são reutilizados em conformidade com os requisitos legais aplicáveis e as demais exigências dos órgãos ambientais competentes. Os programas de monitoramento e os estudos de impacto ambiental desenvolvidos durante as fases de licenciamento fornecem as
características dos efluentes que serão gerados e a consequente indicação das tecnologias necessárias para o tratamento e o lançamento nos corpos receptores finais. Em Moçambique a maior parte da água captada é destinada para alimentação da usina e o restante para uso doméstico nos prédios e na lavagem de equipamentos. A água recuperada na bacia de rejeito passa por um processo de recirculação na usina. Já a água das estações de tratamento de esgotos é reaproveitada para a aspersão da vias da mina e a da lavagem dos equipamentos.1
1 Os valores do EN21 não estão divulgados pois a metodologia para esse indicador está sendo reavaliada.
Percental de água reciclada e reutilizada [EN10]
Volume total de efluentes líquidos gerados Em bilhões de litros
Global Moçambique
Outros países Moçambique
146,5 141,6 109,2 109,2
93,9 88,9
Vale Regionais 2013
70% 47%
77% 47%
75% 38%
-
5,0
4,9
2011
2012
2013
2011
2012
2013
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Criação de Valor Procuramos influenciar a nossa cadeia produtiva na promoção da agenda de sustentabilidade, disseminando as melhores práticas de gestão e o compromisso com o respeito aos direitos humanos. Para potencializar tanto o desenvolvimento das regiões onde atuamos quanto dos fornecedores, seguimos com a diretriz de proporcionar mais autonomia às áreas de negócios e fomentar as compras locais. Fortalecemos o relacionamento com os nossos clientes e buscamos a excelência operacional para melhorar a qualidade dos nossos produtos. Por meio de soluções inovadoras, procuramos atender às expectativas de nossos parceiros de negócio e conquistar novos mercados. Ao mesmo tempo, investimos na redução dos impactos ambientais e em saúde e segurança. O relacionamento com nossos fornecedores engloba três etapas: certificação com base nos Valores da Vale; avaliação do cumprimento de obrigações legais e contratuais; e monitoramento do desempenho e da saúde econômico-financeira das empresas.
Em 2009, o Código de Conduta do Fornecedor1 tornou-se parte do processo de cadastramento dos novos fornecedores da Vale no Brasil e, atualmente, 100% das empresas, que vendem materiais, equipamentos e serviços associados à operação, aceitam, buscam cumprir e compartilham os princípios do documento. Nossos fornecedores devem cumprir diversos compromissos relacionados ao respeito a saúde e segurança, meio ambiente, direitos humanos e legislação local – trabalhista, fiscal e tributária. Todos os trabalhadores contratados pelos fornecedores devem ter contrato regido pelas leis trabalhistas. Também exigimos que a cadeia produtiva (suprimentos e clientes) respeite a convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da idade mínima para admissão no emprego. Desenvolvimento de fornecedores locais [EC6] Uma de nossas iniciativas no fortalecimento da cadeia de suprimentos é o Inove, programa de desenvolvimento de conteúdo local que apoia os fornecedores de cada região por meio de capacitação, facilitação de linhas de crédito e incentivo à realização de negócios. Em 2013, foram liberados cerca de US$ 415 milhões em financiamentos e créditos. Além disso, aproximadamente 700 empresas participaram de cursos presenciais e a distância. O desempenho dos fornecedores locais é avaliado pelo Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF), programa que avalia trimestralmente os fornecedores de serviços e materiais nas seguintes dimensões: técnica, saúde e segurança, meio ambiente, cumprimento de obrigações legais e trabalhistas e sustentabilidade. Em 2013, iniciamos uma ampla revisão dos indicadores e questionários utilizados pelo programa para torná-los mais aderentes à realidade do mercado e ampliar os ganhos obtidos com o trabalho.
Vista noturna do pátio de estocagem do Terminal Marítimo de Beira, em Moçambique, que recebe o carvão da mina de Moatize.
Foto: Marcelo Coelho
O IDF também é um insumo para a geração do ranking dos nossos melhores fornecedores, que, anualmente, são reconhecidos pelo Prêmio Fornecedor de Valor. Desde 2012, a categoria Destaque em Sustentabilidade premia as empresas que apresentam a melhor combinação de ações sociais, ambientais e econômicas.
1 Disponível em www.vale.com
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Vale Regionais 2013
Expediente Coordenação geral Diretoria de Meio Ambiente Apoio editorial Diretoria de Comunicação Corporativa Apoio operacional Accenture CSC Computer Sciences Brasil S.A Consultoria, análise técnica e redação Política e Planejamento Ambiental (PPA) Projeto gráfico e diagramação Report Sustentabilidade Criação de Capa Imaginatto Design Família tipográfica PMN Caecilia Peter Matthias Noordzij, 1990 Myriad PRO Robert Slimbach e Carol Twombly, 1992
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