Jargões do Trader - Scalper Trader

Jargões do Trader - O guia mais completo para Day Trade Scalper Trader Cursos e Treinamentos www.scalpertrader.com.br [email protected] an...
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Jargões do Trader - O guia mais completo para Day Trade Scalper Trader Cursos e Treinamentos www.scalpertrader.com.br [email protected] [email protected] [email protected]

Material integrante do Curso de Introdução do Day Trade Data desta impressão: Julho de 2014 Edição: 1º Autor: André Hanna Farath e André Luiz Gomes Antunes

COPYRIGHT © 2014 Scalper Trader Cursos e Treinamentos TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida, transcrita, arquivada eletronicamente ou transmitida por qualquer maneira ou por quaisquer meios, sejam eletrônicos, mecânicos, fotográficos, magnéticos ou similar, sem autorização prévia e por escrito do detentor dos direitos autorais, conforme a Lei 5.988, de 14 de dezembro de 1973, artigos 120 - 130.

As ideias aqui apresentadas refletem a opinião do autor, não devendo, portanto, ser confundidas com recomendações de investimento. Cada leitor é responsável por sua suas próprias ações.

Bateu, tomou, pagão, virou venda, agrediu, blefe, HFT... Termos estranhos, não é mesmo? De fato, alguns termos que usamos em nossas operações do dia a dia e também para nos comunicarmos com outros traders são termos bem específicos e não muito intuitivos. Talvez você não saiba, mas a maior parte destes termos singulares eram usados por operadores de pregão viva-voz. Na verdade, não só pelos operadores, mas também pelos scalpers e por todos os prestadores de serviço envolvidos na operação. Por mais que os pregões eletrônicos tenham substituído a forma antiga de negociar, a linguagem herdada das rodas de negociação ainda predomina entre os profissionais de mercado. Esses termos dificilmente serão substituídos e mesmo com o avanço da tecnologia, as raízes do trading e do processo de geração de negócio seguem as mesmas. Antes de entrar no conteúdo propriamente dito, eu gostaria de contar uma passagem que ocorreu comigo logo no começo de minha carreira. Com 23 anos eu entrei na mesa de uma corretora de valores para operar os recursos do dono da corretora e na época os mercados de BMF e Bovespa ainda eram viva-voz. Eu tinha acesso direto por telefone ao operador de pregão e ouvia as ordens do mercado bem como passava minhas ordens para ele. Logo no primeiro mês, eu me recordo de uma passagem que me marcou e que me fez refletir sobre aprender esses termos. Eu já estava comprado em Índice Futuro e fui mandar uma ordem de stop para o operador. Eu lembro até a ordem que passei ao operador: “Marroquino, se sair negócio a sessenta (nós só falamos as últimas casas) você vende 10 lotes no melhor”. Marroquino era o apelido do operador de pregão e a ordem era para vender a mercado 10 lotes se negociasse no 60. Na época o Índice estava na casa dos 12.000 pontos, então deveria ser 12.060 ou 12.160 (algo do tipo). Quando ele ouviu minha ordem, ele simplesmente retornou: “O que, é para vender 10 a setenta?”. Eu disse: “setenta não, é no sessenta...”.

Bom, de forma resumida, como eram vários operadores na mesma linha eu tomei o maior esculacho, porque o operador parou de cantar o mercado e ficou tentando entender o que eu estava querendo dizer. Além do esculacho eu perdi o stop na casa do 60 e fui “stopar” mais para baixo, porque o operador não tinha entendido. Ele não entendeu porque ninguém fala “sessenta”, todos dizem “meia zero”... Obviamente que meu stop não foi muito maior do que eu havia imaginado previamente e claro que o “esculacho” dos demais operadores foi algo pontual, mas logo percebi o quão importante era falar a mesma língua dos demais. Se eu quisesse fazer parte daquilo teria que me render à forma com que falavam. E assim foi... Dessa forma, se você também quiser fazer parte deste mundo terá que aprender essa linguagem. Pensando nisso nós criamos um e-book chamado “Jargões de Mercado” que vai te ajudar a entender, pelo menos, os termos mais usados entre os operadores. Esperamos que goste! Atitude Vencedora! André Hanna e André Antunes

ABERTURA O termo usado para especificar o primeiro preço em que determinado ativo negociou em uma sessão. Em praticamente todos os mercados nacionais e internacionais existe um leilão que antecede a abertura e evita manipulações de preços, sendo que cada mercado ou ativo costuma possuir regras específicas de leilão. Muitas vezes a abertura pode gerar ótimas oportunidades de giro curto, para nós day traders, em função de “necessidade” de players comprarem ou venderem lotes expressivos logo que o mercado abre. Isso é muito comum quando é publicada alguma notícia com impacto relevante enquanto o mercado estava fechado. Durante o período de colocação de ordens (ainda no leilão) nós conseguimos perceber se existe demanda ou oferta atípica no mercado, observando basicamente o quanto o preço está acima ou abaixo do fechamento anterior. Juntamente com esses fatores, , a intensidade dos lotes na compra e na venda, o mesmo player repetidamente pagando mais caro no leilão (ou ofertando mais barato), a magnitude de lotes do leilão e quanto vai sobrar na compra ou na venda no preço do leilão, sendo esta última a variável mais importante de todas... Aqui vale uma ressalva de que o preço de abertura não tem ligação com o preço de fechamento anterior, ou seja, se um determinado ativo fechou ontem a R$ 10,00, nada o impede dele abrir hoje a R$ 10,50. Basta haver interessados suficientes no leilão de abertura. Essa discrepância entre o preço de fechamento e preço de abertura se chama “gap”. ACUMULANDO Termo usado para indicar que o mercado trabalha estável dentro de uma região definida de preços. A amplitude dessa região de preços pode variar sendo que existem acumulações pequenas e acumulações em que a mínima e a máxima estão bem distantes considerando padrões de intraday. Outra variável é o tempo, ou

seja, existem acumulações de intraday e acumulações que duram dias ou até semanas. Nós, day traders, nos interessamos muito pelas acumulações de intraday por conta das oportunidades que costumam ser geradas quando o preço extrapola os extremos da acumulação. Entretanto, não basta simplesmente olhar o preço, ou seja, traçar uma linha entre dois topos e outra ligando dois fundos na acumulação. Para aumentarmos a chance de ter uma oportunidade com alta probabilidade de sucesso, temos que observar intensa negociação de lotes durante a acumulação. Quando há intensa negociação, pressupõe-se que players estão “apostados” no mercado e o fato de estarem “apostados” gera energia potencial de preços, pois quando acabar o lote da compra (venda) dos players o mercado tende a seguir caindo (subindo). Esse “momento” geralmente é constatado quando se rompe algum dos extremos da acumulação, entretanto, também pode ser percebido para os poucos traders que sabem fazer leitura de fluxo de ordens de forma correta. AGREDIR Agredir é o ato de executar uma “ordem a mercado”, ou seja, é o ato de aceitar fechar um negócio em determinado nível de preço. Basicamente existem 3 tipos de ordens: Ordem limitada, ordem a mercado e ordem stop. É verdade que existem diversas outras ordens como FOK, FAK, VAC, Iceberg e etc, mas todas em sua essência correspondem a um dos 3 tipos listados acima. As ordens limitadas (também chamadas de pendentes) são as ordens visíveis no Book de Ofertas, as que aguardam execução. As ordens a mercado são as ordens que consomem a liquidez, ou seja, que retiram as ordens limitadas no Book de Ofertas gerando os negócios. O ato de consumir a liquidez das ordens limitadas é denominado “agressão”. Todos os negócios (exceto o tipo de negócio denominado “direto”) possuem um agressor. O agressor pode ser comprador ou vendedor dependendo de quem tomou iniciativa de gerar o negócio. Se um comprador

tomou iniciativa de dar o fechado no vendedor, falamos que este player “tomou” do vendedor. Caso o vendedor tome a iniciativa e “dá o fechado” gerando o negócio, dizemos que o vendedor “bateu” determinados lotes no comprador. “Tomar e bater” são nomenclaturas muito utilizadas por day traders profissionais, pois facilitam a identificação de quem está tomando a iniciativa de gerar o negócio, se é um comprador ou um vendedor. Identificar a agressão é uma das variáveis mais importantes de microestrutura de mercado e análise de fluxo de ordens, por que gera sensibilidade muito mais precisa sobre que tipo de player está no mercado. Há basicamente 4 maneiras de identificar a agressão de forma automática, entretanto, nós sugerimos que a identificação seja visual (assim como nós fazemos). O primeiro passo para identificar a agressão é organizar uma tela de forma adequada. Você vai precisar de um Book de Ofertas agrupado (com todas as ordens agrupadas em um nível de preço), e um Histórico de Negócios (também conhecidos como Times & Trades). Coloque a tela Histórico de Negócios acima da tela Book Agrupado e certifique-se de que os negócios novos atualizam na parte de baixo da tela Histórico de Negócios. Isso faz com que seu campo visual se limite a olhar as primeiras filas do Book e logo acima já estarão os negócios novos.

Quando há consumo de liquidez das ordens limitadas na compra, ou seja, lotes que estavam pendentes na compra, o agressor foi um vendedor. Isso por que ele quem tomou a iniciativa (ou “deu o fechado”) de aceitar vender ao preço que o comprador estava disposto a pagar. Por outro lado, quando há consumo de liquidez de ordens limitadas da venda, ou seja, de lotes que estavam pendentes na venda, o agressor é comprador. Neste caso, o comprador decide aceitar o preço de venda e “dá o fechado”. APREGOAR É o ato de manter uma ordem limitada no mercado. Este termo era muito utilizado nos pregões viva voz onde o ato de manter uma ordem limitada requeria que o operador de pregão repetisse verbalmente a ordem. Apregoar tem uma conotação de continuidade ou de repetição. Independente da conotação, ainda é um termo utilizado nos pregões eletrônicos para demonstrar que um determinado player está com uma ordem limitada no Book de Ofertas. Só a título de curiosidade, nos pregões viva voz era frequente ouvirmos ordens de traders aos operadores de pregão, como: “apregoa uma vez e cala”, ou seja, o operador de pregão só dava um grito e se não fosse agredido naquele momento a ordem morria. Existia uma cartilha de boas práticas em que o operador tinha que apregoar mais de uma vez e manter a apregoação para que sua ordem fosse válida. Obviamente o critério para determinar o intervalo de tempo válido entre uma apregoação e outra era muito subjetivo. Era muito comum operadores de pregão “fugirem do lote” quando fossem agredidos, alegando não estarem mais apregoando. Quando os mercados nacionais passaram a negociar integralmente no mercado eletrônico a mudança foi muito significativa, pois não existia mais subjetividade na apregoação. A ordem limitada está, ou não está no Book de Ofertas.

ARBITRAGEM A palavra arbitragem, quando aplicada ao mercado financeiro, significa uma operação de compra e venda de ativos (ou bens negociáveis) realizada com intuito de obter ganhos através da diferença de preços deste ativo, negociado em dois mercados. Existem alguns tipos de arbitragem: - Arbitragem cambial: Compra e venda de uma mesma moeda em mercados diferentes, com objetivo de lucrar com a eventual diferença de preço entre elas, por condições específicas de mercado. - Arbitragem de equities: é uma operação que consiste na compra e venda de um mesmo ativo (uma ação, por exemplo), mas negociados em bolsas diferentes. - Arbitragem à vista contra a prazo: é uma operação com objetivo de lucrar com a diferença entre o preço à vista de um ativo e o preço a prazo deste mesmo ativo. Uma operação muito conhecida e que se enquadra nessa categoria é o cash & carry entre a carteira do Ibovespa e o Índice Futuro. Nesta operação os players costumam comprar todos os ativos na mesma proporção do Ibovespa e vender Índice Futuro, a fim de capturar os juros embutidos na precificação do futuro. - Arbitragem contra ativos sintéticos: da mesma forma como qualquer arbitragem, em que o objetivo é capturar diferença de preço entre os ativos em mercados diferentes. Nos ativos sintéticos a única diferença é que um ativo pode ser replicado ora por uma cesta, ora por um ETF, ora por um contrato mini e etc. Abaixo segue exemplo de uma arbitragem sem risco entre o Índice Futuro e seu contrato mini. Repare no Book de Ofertas do mini que alguém paga 25 contratos a 54.200. Este arbitrador só paga 54.200 porque sabe que se comprar (for agredido), pode vender (agredir) o contrato padrão a 54.210 e ficar com 10 pontos.

Repare no próximo print que este arbitrador foi agredido e comprou 25 lotes do mini a 54.200.

Para que a arbitragem seja realizada, este player tem que vender 5 lotes do padrão a 54.210 (agredindo). É o que ocorre no print a seguir, repare que a execução ocorre no mesmo segundo (porém, com milissegundos de diferença).

A operação de arbitragem em teoria não possui risco, ou seja, uma vez realizada a operação (compra e venda do mesmo ativo em mercados diferentes) o ganho ou prejuízo já está auferido ou pré-determinado. Isso quer dizer que, em teoria, não há risco de exposição direcional a partir do momento em que a arbitragem foi feita. Muitos confundem operações de long & short, especialmente as de ON contra PN, com arbitragem. Nesse tipo de operação, há sim risco dos preços oscilarem, uma vez que cada classe de ações é influenciada por fatores fundamentais como tag along, política de distribuição de dividendos, etc. Dessa forma, só é considerado arbitragem quando o risco de exposição é zero a partir do momento da compra e venda do ativo. As arbitragens estão cada vez mais escassas devido à forte presença de algoritmos que identificam e capturam tais oportunidades na casa dos microssegundos. Quanto mais rápido, maior a probabilidade de ganhos nas arbitragens, portanto a briga pelas oportunidades de arbitragem se tornou há tempos uma briga tecnológica, atraindo cada vez mais programadores para o mercado.

ATIVO Esta palavra pode ser usada em vários contextos mesmo se tratando de mercado financeiro. Entretanto, como estamos dando ênfase aos jargões de mercado mais voltados a day trade, a palavra “ativo” representa o instrumento financeiro que o player ou trader está operando. Perceba que ativo difere da palavra “mercado”, como segue no exemplo abaixo: Petrobras é um ativo dentro do mercado de ações. Opção de Vale5 é um ativo do mercado de opções. O Dólar Futuro é um ativo do mercado BMF, ou especificamente do mercado cambial. BALANÇO Este é um termo específico e muito utilizado entre scalpers (ou giradores). Balanço quer dizer o quanto temos que aguentar antes de “stopar”. O balanço é uma medida mais subjetiva e muito provavelmente, cada trader suporta diferentes balanços em função do estilo de operação. Isso ocorre especialmente em função da frequência que o ativo está trabalhando em determinado período. Especificamente em ativos com menor concentração de lotes em cada nível de preço, como o Índice Futuro, opções acima de R$ 0,70 e ações mais caras, o balanço é o máximo que o preço pode vir contra nossa entrada sem estarmos errados em nossa operação. Já nos ativos denominados “ativos de fluxo”, como por exemplo: Dólar Futuro, as opções abaixo de R$ 0,40 e algumas ações baratas, o balanço tem uma conotação diferente. Nesse tipo de ativo, balanço é um evento (entrada/cancelamento de lote nas primeiras filas ou agressão pequena1) que te faça pensar se deve ou não sair da operação.

1

Usamos “agressão pequena” porque agressões significativas contrárias nossa posição já são motivo para “stoparmos”. Apenas agressões leves, contrárias a nossa posição, são consideradas balanço.

Por exemplo: Digamos que você é um girador (está fazendo scalping) e acabou de comprar determinado lote de Dólar Futuro a R$ 2,223.00 por determinados critérios. Assim que você comprou a R$ 2,223.00, você gostaria que a fila de compra engrossasse de lotes, não é mesmo? Digamos que ao comprar a R$ 2,223.00 logo surgem 200 lotes na compra (a R$ 2,223.00), indicando demanda potencial. Se estes players ou este player cancelar 150 lotes na compra a R$ 2,223.00, restarão apenas 50 lotes na fila de compra te deixando numa situação desconfortável. Isso é balanço. No mesmo exemplo, após comprarmos a R$ 2,223.00, caso a fila de venda a R$ 2,223.50 engrosse, indicando mais oferta no mercado, você também será levado a pensar que reduziu a probabilidade do seu trade dar certo. Essa entrada e saída de lotes nas primeiras filas, contrárias à nossa posição, é o que chamamos de balanço. O balanço naturalmente aumenta quando o mercado fica mais volátil, ou seja, quando os preços passam a oscilar de forma mais rápida e intensa. Dessa forma, nós temos que ajustar nosso operacional à nova frequência e aceitar que os preços venham ligeiramente mais contra nossa entrada, antes de assumirmos que o trade deu errado. Já em condições normais, ou seja, de volatilidade e frequência dentro do padrão, o balanço costuma ser mínimo limitando-se a 1 ou no máximo 2 ticks, dependendo do ativo. BARREIRA Este é um termo usado para explicitar que os preços estão respeitando uma zona de preços. Esta zona pode ser uma resistência, um suporte, ou até mesmo uma área (ou preço específico) em que existe lote grande, e que apesar de tentarem, ainda não conseguiram consumir toda liquidez. Barreiras são bem frequentes em praticamente todos os ativos e praticamente todos os dias, o que nos faz prestar bastante atenção quando identificamos uma.

De

forma

superficial,

quando

identificamos

uma

barreira

(especialmente as de lotes não consumidos) costumamos atuar contra o movimento prévio e escorado nela. Caso os preços venham subindo, encontrem uma barreira de lotes na venda (e estes lotes são agredidos, mas não são consumidos), nós atuamos na venda para capturar alguns poucos ticks. Ainda neste exemplo, caso cancelem a barreira ou até mesmo caso alguém agrida todos os lotes na venda, assumimos que estamos errados e “stopamos” instantaneamente. Da mesma forma que operamos contra (escorados na barreira), especialmente no primeiro retorno à barreira, ficamos atentos para atuar a favor dos preços, conforme ficam confortáveis perto da área da barreira. Quanto menos rejeição de preço houver nesta área, mais o mercado te mostra que está prestes a agredir integralmente os lotes que estão segurando o mercado. Quando isso ocorre, nós instantaneamente agredimos para capturar alguns ticks a favor do rompimento da barreira. BATER É o ato de enviar uma ordem de venda a mercado que irá consumir liquidez das ordens limitadas de compra que estavam no Book de Ofertas. Bater é uma agressão de venda, porque o vendedor é quem toma a iniciativa de iniciar o trade e cede, aceitando vender ao preço que o comprador estava demandando. Perceba que se você olhar somente para o Histórico de Negócios ou Times & Trades, não é possível identificar se o agressor foi comprador ou vendedor. Quem cede (ou o último a fechar o negócio) é quem agride, portanto, é preciso saber de onde a liquidez foi consumida. Repare no exemplo abaixo, antes do envio de uma ordem para vender 100 lotes a mercado.

Se houver consumo de liquidez nos lotes da compra no Book de Ofertas, temos certeza de que o agressor é vendedor ou que “bateram”. Repare como a quantidade de lotes na primeira fila de compra reduziu em 100 lotes. Repare também, que os negócios foram atualizados às 10:08:03 e todas as ordens de compra (coluna Cpa) são as mesmas que estavam presentes no Book completo acima, antes da agressão de 100 lotes.

BLEFE Blefar é o ato de colocar ordens limitadas no Book de Ofertas, sem intuito de efetivamente ter esse lote executado. Os blefes costumam ser feitos por players para enganar o mercado, ou seja, outros players que estão olhando a tela e também os HFTs (High Frequency Traders). Nós identificamos um blefe quando a ordem é sistematicamente alterada, ou seja, quando o lote não fica muito tempo em determinado nível de preço. Além disso, mapeamos se ordens similares estão sendo enviadas a mercado, para aumentar a chance de distinguirmos entre possível blefe ou lote real que está aguardando execução. Há diversos tipos de blefes, os mais comuns são: - Colocar lotes grandes na compra (blefando) com intenção de chamar players na compra para depois vender; - Blefar lotes grandes na compra com intenção de chamar players na compra e fazer o mercado subir. E vice-versa; - Colocar lotes na compra e na venda, aleatoriamente, a fim de enganar o mercado sobre a real intenção; - Colocar lotes para sentir o apetite do mercado em determinados níveis de preço. Todos os players do mercado podem blefar, basta que tenham lotes liberados e apetite para isso. O mercado só dá importância para lotes significativos (ou somatória de lotes). Dessa forma, blefar é uma estratégia bem arriscada para um trader pessoa física, pois seria facilmente agredido por um player maior. Por fim, muitos críticos à análise de fluxo de ordens usam os blefes como principal argumento para criticar o método. Entretanto, reafirmo que, o que poucos sabem é que o principal fluxo a ser considerado é o fluxo de agressão, que é invisível no Book de Ofertas. O Book de Ofertas mostra a intenção dos players e obviamente existem os blefes, mas o fluxo que realmente importa é o fluxo agredido, ou seja, as ordens que consomem liquidez das ordens limitadas e geram os negócios.

BOLA É o termo utilizado para substituir o número 0 (zero). Existem alguns termos convencionados entre os participantes do mercado e praticamente ninguém fala “zero” e sim “bola”. O mesmo ocorre com o número “sessenta” (60). Ninguém diz “sessenta” e sim “meia zero”, isso para não confundir com o número “setenta”, que tem fonética similar. Outra convenção adotada entre os participantes do mercado é falar somente as últimas casas decimais dos preços a fim de “economizar” tempo. Abaixo segue um exemplo do mercado de opções sobre ações:

Neste caso nós dizemos que o mercado é “bola com um”. É uma forma mais rápida de dizer que o mercado é “comprador a trinta centavos com vendedor a trinta e um centavos”. Isso agiliza a comunicação e evita ter de mencionar o número completo. BOLETA O termo é usado desde a época do pregão viva-voz, quando os operadores preenchiam boletas de papel indicando o preço da operação, o lote, se compra/venda e o seu código de operador juntamente com o código do operador da contraparte. Depois de preenchidas, estas boletas eram

repassadas ao auxiliar de pregão que as enviava no “tobogã” para que a conferência fosse realizada e os negócios registrados.

Atualmente, com o mercado eletrônico, a boleta é usada para enviar as ordens ao mercado, sejam elas: ordens limitadas, ordens a mercado, ordens stop ou qualquer outra ordem derivada dessas. Os campos de uma boleta costumam ser amplos, pois cada player tem uma demanda em especial. Um broker (participante do mercado que atende diversos clientes), por exemplo, precisa ter flexibilidade para digitar o código de seus clientes e também para digitar as quantidades, pois cada cliente tem um operacional diferente. Já no nosso caso, nós pré cadastramos nosso código de cliente e podemos omitir esse campo já que não vamos enviar ordem para ninguém, a não ser para nós mesmos. Além disso, colocamos o foco (ou seja, primeiro campo possível de ser digitado ao abrir a boleta) no preço, já que somos giradores e nossa quantidade de lotes costuma ser fixa. Cada plataforma tem uma boleta e uma forma de configurar, mas praticamente todas elas são passíveis de customização. Abaixo seguem exemplos de uma boleta da ‘Profit Chart’ e outra da ‘GL Sungard’:

Há ainda outras formas de negociação como o DOM (Depth of Market), em que não existe necessariamente uma boleta. Você pré-configura o código de cliente juntamente com o lote padrão, a partir daí envia ordens limitadas ou a mercado apenas com um click ao lado do preço. São plataformas ou funcionalidades chamadas one click.

Apesar de economizar um click, nós ainda preferimos abrir a boleta com o botão direito e executar com o esquerdo, pois garante precisão no preço da execução. Na funcionalidade one click, se o preço mudar, você tem que reajustar a seta para cima ou para baixo a fim de executar no mesmo preço.

BOLETA ARMADA Este termo nós utilizamos quando deixamos a boleta aberta na tela (já com todos os campos previamente configurados, como código de cliente e lote) e só vamos atualizando o preço a fim de economizar tempo, caso precise de uma execução imediata. É comum deixarmos boleta armada tanto na entrada do trade quanto na saída, sempre que julgamos necessário. Obviamente nem todos os trades são realizados com a boleta armada, e somente os trades que já temos uma pré-disposição a comprar ou vender, por qualquer motivo que seja. BOLETADA Costumamos dizer que houve uma boletada quando há agressão em um único negócio de lotes, suficientes para consumir a liquidez em mais de um nível de preço. Não existe um padrão pré-definido de lotes agredidos e nem de níveis de preços cuja liquidez seja consumida para determinar uma boletada, mas usamos de bom senso e de “boletadas” anteriores para julgar de forma discricionária sua relevância. Repare no próximo print que tinha compra de 305 lotes a R$ 2,246.00 e mais 255 lotes a R$ 2,245.50.

Algum player operando através da corretora BES enviou uma ordem para vender 600 lotes a mercado e consumiu os 305 lotes a R$ 2,246.00, os 255 lotes a R$ 2,245.5 e mais 40 lotes a R$ 2,245.00. Repare a seguir como a boletada de venda é apresentada:

A boletada pode ter vários significados, mas se você parar para pensar o porquê de alguém dar uma boletada, não escapará de girar em torno da essência que é garantir execução daquele lote. Só dá boletada quem quer garantir execução de todos seus lotes, mesmo que para isso tenha que aceitar pagar/vender em níveis de preços piores que o da primeira fila. Nós como participantes price takers e giradores, vamos interpretar as boletadas sempre levando em conta o contexto em que ela foi observada. Seguem alguns pequenos exemplos de interpretação: - Num mercado de lado e acumulando, uma boletada pode indicar momentum, ou seja, o início de um movimento de intraday. - Numa publicação de um indicador econômico a primeira boletada geralmente é de HFTs fazendo news trading, ou seja, tomando decisão em função do grau de divergência do indicador público versus a expectativa do mercado. - Após um movimento de alta ou baixa, uma boletada na direção do movimento pode sinalizar um stop de um grande player. Após esses

momentos, costuma haver escassez de lotes na direção do movimento e o mercado tende a reverter alguns ticks. São movimentos menos frequentes. - Algumas boletadas ocorrem porque o player faz outra operação em outro mercado e no momento em que fecha essa outra operação, agride esse mercado consumindo toda a liquidez de alguns níveis de preço e travando sua operação. Essas operações ocorrem com frequência no Dólar Futuro e no DI1. Uma das piores coisas que podem acontecer com um scalper trader (do eletrônico) é estar comprado ou vendido no mercado e vir uma boletada contra sua posição. Infelizmente não há como adivinhar quando acontecerão boletadas, e este é um dos importantes componentes do mercado, a imprevisibilidade. A única atitude que você pode tomar é não largar lotes aleatoriamente na tela (ou seja, sem critérios), evitando estar exposto e tomar boletadas a todo instante. Aceitar o risco de tomar boletadas faz parte do processo de operar. BOOK DE OFERTAS Book de Ofertas é o instrumento através do qual os agentes do mercado visualizam as ordens limitadas, ou seja, que estão esperando execução. Existe o Book de Ofertas agrupado, onde todas as ordens em um determinado nível de preço são somadas ou agrupadas. Esse agrupamento facilita a identificação do total de lotes em cada nível de preços.

Existe também o Book de Ofertas completo, onde todas as ordens são mostradas sem compilação. É através dessa forma de visualização, que

podemos ter discrição de que tipo de player está participando em cada nível de preço.

É importante ressaltar que não existe uma forma melhor que a outra, e que a análise de fluxo de ordens requer ambos na tela. Cada um deles responde a uma pergunta em específico, e o mais importante é saber que tipo de pergunta (mental) você tem que fazer para cada um dos books. Por fim, muitas pessoas confundem análise de fluxo de ordens com “análise de book”. Na verdade, tape reading e análise de fluxo de ordens são muito mais profundas do que simplesmente olhar o Book de Ofertas. Envolve conhecer a estrutura do mercado, as estratégias dos demais participantes e reconhecer isso na tela. O Book de Ofertas é apenas o instrumento em que olhamos ordens limitadas. As ordens agredidas, que são as mais relevantes, são as que saem do Book e vão para o Histórico de Negócios. Portanto, não confunda instrumento com análise.

CALOR Este é um termo muito usado por nós para dizer que um trader (e muitas vezes nós mesmos) está numa posição desconfortável. Calor é diferente de balanço, ou seja, quando alguém passa “calor” significa que os preços ultrapassaram o preço de stop.

Em alguns dias passamos menos e em outros passamos mais calor, mas inevitavelmente o mercado vai te colocar em situações complicadas. Alguns exemplos são as boletadas contrárias a sua posição, publicação de breaking news (notícias que não estavam agendadas), ou simplesmente pelo fato de você não ter “stopado” por qualquer motivo. Não tem como fugir de passar calor, justamente devido ao componente de imprevisibilidade do mercado. Você não tem como adivinhar o que vai acontecer, mas tem que estar preparado para agir quando o imprevisível acontecer, porque ele vai acontecer.

CANCELAMENTO É o ato de tirar uma ordem limitada da tela ou do Book de Ofertas. Enquanto uma ordem não for agredida ou executada, ela é passível de execução, bastando o player clicar sobre a ordem e enviar um cancelamento para a bolsa (geralmente através do botão F8 ou de botões específicos de cada plataforma). Toda vez que um lote é cancelado, o seu lugar na fila é perdido. Caso um player esteja em primeiro da fila e cancele a ordem, ao decidir reenviar a mesma quantidade no mesmo preço, ele será o último da fila porque a bolsa entende que é uma ordem nova. Também é importante ressaltar a diferença entre cancelamento e blefe. Blefe é o cancelamento repetitivo, e cancelamento é o ato de tirar lote da tela. Nem todo cancelamento indica que é um blefe, mas todo blefe requer um cancelamento. A avaliação dos cancelamentos deve ser feita sempre levando em conta o contexto, e nunca de forma isolada. No exemplo abaixo, note a magnitude dos lotes na venda.

Nesta situação real abaixo o mercado já vinha caindo e mesmo com todo volume de venda, nenhum player agredia a compra a R$ 2.111,00. Dessa forma, quando ocorreram os cancelamentos das vendas, tivemos uma oportunidade para comprar e lucrar alguns ticks. Observe na imagem abaixo que houve o cancelamento dos lotes, gerando uma oportunidade para comprar a R$ 2,111.50.

COMPRA - COMPRADO - COMPRADOR São termos muitas vezes intuitivos, mas que podem gerar confusão para algumas pessoas menos acostumadas com o dia-a-dia. O termo “compra” pode refletir uma série de situações, tais como: - A fila de compradores. Exemplo: “tem lote na compra”; - Uma ordem em específico. Exemplo: “O BTG compra (paga) 500 lotes a x preço”; - Uma ordem dada a um broker ou agente autônomo. Exemplo: “Compre x lotes a x preço”. Já o termo “comprado”, reflete o estado da posição atual de um determinado player (ou nós mesmos). Você pode dizer que está comprado em 5 lotes ou pode dizer que a corretora UBS está comprada em 10.100 lotes num determinado dia. Estar comprado significa carregar uma posição comprada (apostada) e que ganhe numa eventual alta de preços. E por fim o termo “comprador” pode refletir: - Uma medida de sensibilidade do mercado, ou seja, dizemos que o mercado está comprador quando estamos verificando muita agressão de compra. Aliás, essa medida de sensibilidade é uma das mais importantes de todas; - Também é um termo muito usado para refletir o primeiro nível de preço da fila da compra, ou seja, é comum falarmos: “O mercado é comprador a 2 com vendedor a 3 (Lembrando que nós falamos apenas as últimas casas decimais dos preços do spread). CONTRAPARTE Contraparte, como o próprio nome diz, é a outra parte do trade. Todo trade tem necessariamente um comprado e um vendido, um é a contraparte do outro. No cenário abaixo, se você clicar para comprar 5 lotes agora a R$ 2,266.50 você vai agredir o mercado (consumir liquidez da venda ou “Tomar”) e sua contraparte será a primeira ordem de venda no Book de Ofertas que no caso, era a TULLET.

Nós, não temos como saber quem é o player da contraparte e nos restringimos em saber a corretora através da qual este player está atuando. Entretanto, a bolsa obviamente tem acesso aos CPFs e CNPJs das contrapartes e pode, eventualmente, detectar “esquemas” entre pessoas e instituições que executam ordens sistematicamente entre si. A análise de contraparte, ou seja, analisar quem sistematicamente está na contraparte dos seus trades pode trazer respostas interessantes, mas é um tanto quanto difícil de explicar, pois requer bagagem operacional e conhecimentos específicos. CONTRATO EM ABERTO Contrato em aberto ou open interest (termo em inglês) reflete a quantidade de contratos de futuros, e/ou opções que foram negociadas, mas ainda não foram cobertas (zeradas) ou liquidadas no vencimento. Em resumo, é toda posição comprada ou vendida que ainda não foi zerada. Das várias diferenças entre os mercados à vista e de derivativos, a questão dos contratos em aberto é uma das mais marcantes. No mercado de ações, mesmo que não haja negociação, sempre tem alguém comprado, ou seja, existe um número já conhecido de ações em circulação (free float) e, mesmo que não haja troca de mãos, sempre existe alguém apostado.

Para exemplificar, imagine uma ação no primeiro dia de negociação, no IPO (sigla em inglês para initial public offering, que significa abertura de capital de uma empresa), com preço do book building a R$ 20,00 e distribuição de investidores listada abaixo: A – 10.000 ações B – 10.000 ações C – 20.000 ações D – 10.000 ações

Suponhamos que a abertura do mercado tenha sido a R$ 20,00, com o próprio investidor A comprando 10.000 ações do B; e que agora o A tenha 20.000 ações a R$ 20,00 e o B não possua mais nada. Até o momento ninguém foi afetado financeiramente. Então supomos que o próximo negócio saia a R$ 21,00, com o investidor A comprando 10.000 ações de C. O investidor A está com lucro potencial de 20.000 ações vezes R$ 1,00, porque ele comprou 20.000 ações a R$ 20,00 e está R$ 21,00 no mercado; e no último lote de 10.000 comprado a R$ 21,00 não há ganho/perda potencial até aquele momento. Já o investidor B não necessariamente perdeu dinheiro, ele apenas deixou de ganhar o R$ 1,00 por ter vendido os 10.000 lotes logo na abertura. O investidor C ganhou até aquele momento 10.000 vezes R$ 1,00 porque sua compra foi a R$ 20,00. Note que, enquanto os negócios saírem entre players que já possuem a ação, não necessariamente haverá ganho em detrimento da perda de outro participante. Entretanto, quando um investidor M aparece no jogo sem possuir as ações, aí sim o ganho de um pode ser a perda do outro. Imagine que o M venda, por meio de aluguel de ações, 10.000 a R$ 21,00 para o A, e que o preço suba para R$ 22,00. Agora o A está comprado em 40.000 e está com ganho potencial até aquele instante. O B está sem posição no mercado e o C também está com ganho potencial nas suas 10.000 ações remanescentes. Já o M, que não possuía as ações, está tendo uma perda potencial de 10.000 ações vezes R$ 1,00.

Já nos mercados de derivativos, os “contratos em aberto” não nascem de um IPO. Na verdade, eles são zero até que comecem a negociá-los. Esse “nascimento” depende necessariamente de um comprador e de um vendedor fecharem negócio.

Olhe o exemplo abaixo:

No primeiro dia o player A compra 1 contrato do player B, gerando um contrato em aberto (CA) e uma unidade de volume. No segundo dia surgem novos players, e C compra 5 contratos do player D aumentando os CA para 6, pois amentaram a exposição. No terceiro dia, o player A que estava comprado em 1 contrato, vende 1 lote e zera sua exposição, já quem comprou 1 lote foi o player D que estava vendido em 5 contratos. Note que ambos reduziram exposição e por isso houve decréscimo de CA. No quarto dia o player E, que não tinha posição, compra 5 contratos, mas a contraparte foi o player C que, justamente, estava comprado em 5 contratos. Quando o player C zera sua exposição, os contratos em aberto não mudam. Observe que os contratos em aberto diferem do volume. Diferentemente do mercado de ações, nos derivativos, em qualquer movimentação no preço posterior ao primeiro negócio, tem de existir um ganhador potencial e um perdedor potencial. Potencial porque a posição é marcada a mercado e, se fossem zerar naquele instante, o lucro/perda seria exatamente o montante da marcação a mercado. Entendendo por zerar, realizar a operação contrária à posição inicial, que pode ser comprada ou vendida, na mesma magnitude de lotes.

Para os demais negócios efetuados, desde que possuam contratos em aberto (ou seja, alguém apostando em alguma direção com sua respectiva contraparte), qualquer movimentação de preço para cima ou para baixo também gera ganho e perda potencial de dinheiro. Isso torna os movimentos nos mercados de derivativos auto alimentáveis, uma vez que a própria dinâmica favorece stops de players que estão perdendo dinheiro. Vale complementar que o número de contratos em aberto é ilimitado, e que só depende dos participantes determinarem o nível de apostas que serão feitas no mercado. Quanto maior o número de contratos em aberto em um determinado ativo, maior o nível das apostas entre os players e, portanto, maiores os ganhos e perdas potenciais. E como usar os contratos em aberto? Bom, a primeira coisa que você precisa saber é que os contratos em aberto são atualizados na base diária, e não no intraday. - Quando os preços sobem com aumento de contratos em aberto, temos uma indicação altista. - Quando os preços sobem com decréscimo de contratos em aberto, temos indicação de fraqueza de alta ou possível sinalização baixista. - Quando os preços caem com aumento de contratos em aberto, temos uma indicação baixista. - Quando os preços caem com decréscimo de contratos em aberto, temos indicação de fraqueza de baixa ou possível sinalização altista. - Após um movimento de alta, se há aumento de contratos em aberto com os preços estáveis, podemos ter uma indicação de queda, uma vez que a compra parece ter achado contraparte. O mesmo ocorre na venda. Em um mercado lateral ou acumulando num canal, um aumento de CA pode criar uma energia potencial tremenda que poderá impulsionar ainda mais os preços quando eles finalmente começarem a andar. Nós, day traders, utilizamos a leitura de contratos em aberto como indicadores de sentimento e nunca como fatores determinantes para realização de operações. Aumentos e decréscimos nos contratos em aberto

nos geram viés (pré-disposição), mas os gatilhos para entrada nas operações dependem de outras variáveis. CORRELAÇÃO É um termo usado para determinar ligação de dois eventos. Em estatística, correlação indica a força e a direção do relacionamento linear entre duas variáveis. Usando uma simples fórmula no Excel (=correl) você consegue chegar a um número entre -1 e +1 e tirar uma conclusão sobre o grau de correlação entre as duas variáveis. Quanto mais próximo de +1, mais correlacionados são os preços. Só que uma coisa que poucas pessoas sabem é que correlação se confunde com causalidade. Causalidade pressupõe uma relação de causa e efeito. Quer dizer que a ocorrência de um evento causa, efetivamente, a ocorrência de outro evento. Alguns autores explicam que, para haver causalidade, o evento A (causador) tem que ocorrer antes do evento B (consequência). Nem que essa diferença seja de frações de segundo, mas deve ocorrer antes. Ainda são coisas parecidas, não? Correlação não se confunde com causalidade? Apesar de serem parecidos, a existência de correlação (ligação entre dois eventos) não implica necessariamente uma relação de causalidade. Preste atenção aos exemplos abaixo: Imagine que você tenha uma série relacionando número de bombeiros com magnitude do fogo. Obviamente que são eventos correlacionados. Agora, será que é o número de bombeiros que causa aumento do fogo, ou o contrário?

Logicamente

é

a

magnitude

do

fogo

que

causa

aumento/decréscimo no número de bombeiros. Outro exemplo interessante é fazer uma correlação entre dentes amarelos e cancro no pulmão. A correlação é alta, mas o que causa dentes amarelos e cancro no pulmão é FUMAR. Se você estiver olhando apenas os números de correlação entre dentes amarelos e doenças no pulmão você pode não perceber que a real causa é o ato de fumar.

Outra correlação interessante é a de sorvetes vendidos e número de afogamentos. É uma correlação alta, porém, não existe causalidade entre elas. Na verdade, o calor causa mais pessoas na praia, e um número maior de banhistas causa mais afogamentos. E a mais interessante de todas é a comparação entre o número de piratas e a temperatura global. Segundo os dados levantados numa pesquisa em www.venganza.org, a correlação é positiva. Mas na verdade, apesar da alta correlação, não existe causalidade. Existe coincidência ou correlação espúria. Antes de dar exemplos reais de causalidade no mercado vou fazer mais uma consideração importante. O simples fato de um evento ocorrer antes do outro não quer dizer que exista relação de causa e efeito. Um exemplo simples é dizer que foi bem na prova porque entrou com o pé direito na sala. Sabemos que não existe nada real que crie uma causalidade entre as duas coisas. Em se tratando de mercado, muito provavelmente você já deve ter utilizado a correlação entre Dow Jones e Índice Futuro, entre E-mini SP e Índice Futuro, entre E-mini SP e Dólar Futuro dentre outros. Diferentemente dos exemplos dados acima, em que o bom senso prevalece, quando se trata de mercado esses conceitos de correlação e causalidade podem passar despercebidos. Não estou dizendo que não existe correlação entre essas variáveis, porém, não existe causalidade. No passado havia certa causalidade no intraday porque os players atuavam dessa forma, tanto que nós mesmos ainda usamos essas variáveis para termos sensibilidade. Entretanto, entendemos que há motivos externos a essas variáveis e que são os reais causadores. Quer um exemplo? A inclinação da curva de juros dos EUA, ou seja, a diferença entre a taxa de juros de 10 anos e a taxa de juros de 2 anos (o mesmo ocorre com a inclinação da taxa de 30 anos com a de 10 anos). Esse fato tem uma influência significativa sobre as decisões de investimento, justamente por serem os juros que os agentes estão pensando sobre o futuro. Uma curva positivamente inclinada, ou com diferencial de juros positivo, indica normalidade, ou seja, os agentes pedem prêmio para deixar o dinheiro parado. Quanto maior for a inclinação, mais aquecida está a economia.

Já o oposto, ou seja, uma curva negativamente inclinada, indica que os agentes estão acreditando que a economia precisa ser estimulada. Isso força o mercado a investir em produção. Dessa forma, existe uma grande ligação dessa inclinação com o apetite a risco e, consequentemente com a alta ou baixa das ações norte americanas. Quanto mais o juro longo sobe, mais indicação de força da economia. E esse movimento acontece em conjunto com a alta das ações. Ao mesmo tempo em que os juros longos dos EUA sobem, o dinheiro que está em mercados emergentes buscando rentabilidade tende a ser atraído de volta aos EUA. Isso ocorre devido ao aumento da rentabilidade ponderado pela segurança de tais títulos. Assim, percebemos movimentos de saída de dinheiro de ações e de títulos de emergentes, fazendo com que esses países assistam sua bolsa cair, seu câmbio depreciar e os juros futuros subirem. Se você olhar superficialmente vai querer achar “causalidade” na correlação entre Dow Jones / Sp500 e nosso Ibovespa, Dólar Futuro e DI. Mas, na verdade, o causador dos movimentos geralmente são variáveis externas. Abaixo seguem alguns dos principais exemplos: - Inclinação da curva de juros dos EUA (2 – 10 anos e 10 – 30 anos); - Prêmios de risco (dos títulos de Emergentes, das Empresas, etc.); - Juros Reais. DERRETER Termo usado por alguns players para explicitar que os preços estão em forte movimento de queda. Costumamos usar este termo quando o movimento realmente chama a atenção pela magnitude e expressão da queda. Quando você olha o mercado somente através de candles, é como se seus olhos estivessem semi vedados para o processo de negociação. Por mais que, o candle demonstre onde os preços abriram e a amplitude da queda (nesse exemplo), você precisa acompanhar o processo de negociação se quiser ter sensibilidade de “como” os preços estão caindo.

Algumas vezes os preços caem de forma cadenciada, ou seja, com agressões progressivas (não integrais) em cada nível de preço, dando tempo para observarmos o consumo de liquidez na compra. E também há quedas com boletadas de venda, em que os agressores consomem toda liquidez em vários níveis de preço da compra, dificultando um pouco a leitura e atuação. Não temos como controlar se as agressões serão progressivas ou integrais, (ou até se haverá boletadas) porque isso faz parte da dinâmica de mercado e do grau de necessidade dos players envolvidos em garantirem a execução de seus lotes. DESOVANDO Desovar é uma conotação usada para indicar que um determinado player ou trader está vendendo num determinado momento. Costuma ser mais usado quando se percebe que este player ou trader está vendendo para zerar uma posição comprada.

DIRECIONAL O mercado sobe e desce a todo instante e dependendo do ativo, é comum assistirmos a oscilações bem expressivas de preços todos os dias. Entretanto, por mais que um ativo suba ou caia em determinado dia, ele não costuma fazer isso em linha reta. É comum que o mercado faça correções contrárias ao movimento principal. Essas correções ocorrem por diversos motivos, e a microestrutura é a “ciência” que procura estudar esse processo de formação e descoberta de preço. Existem ativos mais direcionais que outros, assim como a forma de oscilar de cada ativo também varia em função dos players e do tipo de operação que estão fazendo em determinado período. Dessa forma, os preços ficam mais ou menos direcionais. Quanto menores e menos frequentes forem as correções contrárias ao movimento principal, dizemos que o mercado é mais direcional.

A forma de operar um mercado direcional difere um pouco da forma de operar um mercado menos direcional ou, como costumamos chamar, um mercado mais “elástico”. Elasticidade é uma medida em função de quanto o mercado costuma retornar logo em seguida de uma sequência ininterrupta de ticks. Quanto mais elástico, maior a presença de players diferentes e normalmente maior a divergência de opiniões no mercado, gerando mais oportunidades para nós, day traders. O operacional de um mercado mais direcional costuma ser mais “a favor do movimento”, já que os preços andam e costumam se acomodar. Já em mercados mais elásticos, o operacional costuma ser mais contra o movimento prévio, devido à grande presença de players com opiniões divergentes. Uma dica importante para quem quer começar a avaliar o quão direcional está determinado ativo em comparação com seu histórico, ou até mesmo comparar um ativo com outro, é absorver os termos aceitação e rejeição. Toda vez que há consumo de liquidez integral em um nível de preço, abre-se espaço para troca de preços. Esse é o processo! Assim que há consumo integral de liquidez em um determinado nível, os agentes focam no próximo nível de preço. Se os agentes começarem a consumir a liquidez do próximo nível de preço, temos indicação de que os preços estão em aceitação no processo de “descoberta de preços” (como é chamado em microestrutura). Agora, por outro lado, caso os agentes parem de consumir liquidez nos próximos níveis de preço na direção do movimento, ou ainda caso esse consumo se inverta, dizemos que os preços foram “rejeitados”. Nós medimos muito o quão fácil os preços trocam de casa e o quão fácil eles se mantêm em seus novos patamares. Essa sensibilidade dá indicações ótimas de momentum para operações de giro curto.

DOWNTICK Primeiro de tudo é melhor explicar o que é “tick”. Tick é a unidade mínima de negociação, ou seja, o mínimo (em unidades) que os preços podem oscilar para cima e para baixo. Nas ações e opções, o tick é 0,01 (um centavo). Já nos contratos futuros, cada ativo possui uma particularidade. O Índice Futuro, juntamente com seu contrato mini, tem tick mínimo de 5 pontos. Já o Dólar Futuro e seu contrato mini, oscilam de 0,5 (meio) em 0,5 (meio) ponto. Dessa forma, downtick significa que uma transação (negócio) ocorreu ao preço inferior que a transação (negócio) anterior. Downticks são facilmente percebidos tanto nos gráficos, quanto para quem só analisa fluxo de ordens através do Book de Ofertas e Histórico de Negócios. Já que o preço que atualiza os gráficos, é exatamente o preço do último negócio registrado no histórico de negócios ou Times & Trades. Entretanto, existem algumas diferenças práticas entre olhar somente a formação de candle (ou seja, só preço), e olhar o mercado de forma mais profunda. Vamos ver um exemplo: Independentemente do porquê, digamos que você tenha que “stopar” a R$ 0,28. Caso você esteja olhando o mercado pelo gráfico, assim que sair qualquer negócio a R$ 0,28 seu stop, teoricamente, teria de ser acionado, ainda mais se você deixar esse stop programado na plataforma. Agora, olhe exatamente para o mesmo exemplo só que levando em conta outras variáveis. Repare que o downtick foi apenas com 1.000 opções. Ainda restam 300 mil opções na compra a R$ 0,28. Precisa vir alguém ou um conjunto de players e agredir (aceitar consumir toda a liquidez na compra) a R$ 0,28 para acabar o lote e abrir espaço potencial para dar mais um downtick para o R$ 0,27.

O que queremos dizer é que você, como day trader, deve trabalhar com a probabilidade a seu favor. Neste exemplo, o ideal seria “stopar” quando o consumo de liquidez a R$ 0,28 começasse a ocorrer com mais intensidade, e não nos primeiros negócios sem expressão. A título de curiosidade, uns anos atrás a SEC (órgão regulador dos EUA) criou uma regra proibindo venda a descoberto de ações no downtick, ou seja, limitando a forma de atuar de quem quisesse apostar na queda das ações. Quando há uma proibição dessas, quem quiser operar vendido nas ações não poderia agredir o comprador a um preço abaixo do último, e teria que posicionar a ordem na venda e esperar ser agredido por um comprador. Esse tipo de medida gera uma assimetria enorme na microestrutura de mercado e, de fato, inibe vendas agressivas, tornando-as mais escassas e limitando o desejo desses players em vender. Esse tipo de medida só é tomada em sérias crises e no mercado de ações.

DUQUE É o termo utilizado para substituir o número duzentos (200). Um trader costuma dizer: “Paga duque...”, ou “toma duque...”, ou ainda “tem duque na compra”. ENFIAR É o ato de consumir toda a liquidez da compra até um determinado nível e preço. É uma ordem de venda a mercado dada por um player ou trader para vender uma quantidade significativa de lotes. Geralmente é a somatória de todos os lotes em um nível de preço ou somatória de lotes em alguns níveis de preço, que satisfaçam a necessidade de lotes deste player. ENGOLIDO Nós usamos este termo quando estamos com uma ordem limitada na tela (no Book de Ofertas) e alguém agride integralmente a fila onde estava essa ordem assim como as subsequentes. Mesmo que a agressão não seja em uma ordem única, algumas vezes nem dá tempo de perceber que fomos agredidos e o mercado já está contra a nossa posição. Nós podemos tentar minimizar as chances de ser “engolido”, mas nunca vamos estar livres disso porque faz parte da dinâmica de mercado. Teríamos que adivinhar o que cada player vai fazer para nos livrarmos 100%. Entretanto, você pode tomar algumas medidas para evitar ser “engolido”: - Não deixar ordens passivas na tela sem motivo algum (só para guardar lugar na fila); - Não deixar ordens na tela antes da publicação de indicadores relevantes; - Não deixar ordens passivas na tela quando o mercado está negociando lotes grandes com os preços presos numa faixa curta. Algumas são medidas simples e que não exigem muita sensibilidade de mercado, entretanto, outras requerem mais vivência. O trade off (escolha)

entre deixar ordens limitadas na tela e agredir o mercado (ordens a mercado) é um tema importantíssimo, e saber dosar a hora de posicionar a ordem e a hora de agredir, pode ser determinante para seu sucesso como day trader.

ENROLADO Estar enrolado, como o próprio nome diz, significa que o trader não está em situação confortável. Todo mundo, eventualmente, fica enrolado. E só não fica, quem não opera. Obviamente, uns ficam mais que outros, e existem condições de mercado, mais e menos, propensas a “enrolação”. Geralmente ficamos “enrolados” com a mistura maligna que é não “stopar” quando deveria e fazer médio sem motivo. Essa é a mistura maligna que pode te tirar do jogo em apenas um dia de negociação. É só pegar o mercado bem direcional em um determinado dia, que essa combinação de não “stopar” e fazer médio, fatalmente, vai gerar prejuízos enormes. Quer ver um exemplo simplificado? Digamos que você comprou a R$ 2,225.00 por que as variáveis que considera para avaliar uma oportunidade estavam presentes. Se você for um day trader (scalper especificamente), muito provavelmente vai “stopar” curto com 1 ou 2 ticks ou seja, no R$ 2,224.50 ou R$ 2,224.00. Digamos que, por qualquer motivo você perca esse stop, ou porque hesitou em clicar, ou porque tentou “stopar” e não pegou o lote ou porque tomou boletada contra. Você está comprado a R$ 2,225.00 e o mercado pode estar saindo a R$ 2,223.00. Se você não fizer nada, o mercado pode continuar caindo. Agora, imagine que foi a R$ 2,222.00 e que o mercado deu uma oportunidade objetiva de comprar a tal preço e você compra. Concorda que seu médio está no R$ 2,223.50? Só que aí começa o problema, porque o mercado não liga para seu médio, e você deveria avaliar cada trade em função do potencial individual dele e não em função dos seus anseios pessoais. Nesse mesmo exemplo, digamos que você comprou a R$ 2,222.00 e o mercado foi para R$ 2,223.00, gerando oportunidade de 1 ponto. Se você não aproveitou, nada impede de vir

uma nova boletada de venda e jogar o mercado para R$ 2,221.00, assim como uma nova boletada para R$ 2,220.00 e por aí vai. Entrar nesse processo de ficar tentando consertar um trade errado fazendo médio e fazendo conta de onde você precisa zerar para eliminar o prejuízo (mesmo que a segunda ou terceira entrada seja com motivo real) só vai complicar sua vida e te fazer ficar mais enrolado. Mais uma vez, você não vai se livrar de vez ou outra, ficar enrolado no mercado. Nós aconselhamos limitar a quantidade de lotes liberados em sua plataforma. Na verdade, aconselhamos travar os lotes diretamente na corretora para que você não tenha lotes suficientes para fazer médio. No scalping, aconselhamos começar com boleta única, ou seja, lote único e aos poucos liberar mais uma boleta para flexibilizar o trade. ESCORA Usamos este termo para dizer que há proteção de lotes em um determinado preço ou em uma faixa de preço.

De forma superficial, uma concentração de lotes grandes pode parecer escora. Entretanto, é muito importante que se considere a possibilidade de os

lotes da escora serem blefes. Para fazer essa distinção você precisa de algumas dicas, mas vai precisar especialmente de tempo de tela. Seguem algumas dicas: - Avalie se o player (através da corretora) costuma colocar e tirar ordens; - Avalie se a ordem é única ou se o lote é a composição de várias ordens. Quanto mais heterogênea for a composição de lotes, maior a chance da escora ser real. Olhe um exemplo abaixo (é um exemplo antigo, mas foi um dos únicos que deu tempo de tirar o print).

Se reparar na composição dos lotes da venda a R$ 2,111.50 irá perceber que são várias ordens de 50 lotes através de várias corretoras. Apesar desta barreira de lotes ser grande, era um player único que enviava todas essas ordens ao mercado. Nós sabemos disso porque procuramos entender o metajogo e conhecer quem são os players e como operam. Nós operamos neste dia e compramos a R$ 2,111.50 assim que ele cancelou todos os lotes na venda.

Por fim, há várias formas de operar quando identificamos uma escora. E a variável chave para determinar o tipo de operacional é o contexto em que os preços estão tocando a escora. ESTRANGEIRO É o termo usado para classificar o grupo de investidores que não são residentes no país. A bolsa publica a posição dos estrangeiros nos diversos ativos, mas não especifica se o estrangeiro é um banco, um fundo ou pessoa física. De toda forma, a participação de estrangeiros em nosso mercado é muito relevante em termos de volume. O processo decisório dos estrangeiros costuma ser similar ao processo decisório do grupo de institucionais nacionais (fundos) e também dos bancos, ou seja, é basicamente macro fundamentado. A posição dos estrangeiros ou simplesmente “gringos”, como são chamados, também serve como indicador de sentimento e nos ajuda a criar viés sobre direção. EXECUÇÃO Executar é o ato de enviar uma ordem à bolsa e receber a confirmação da execução. Só o fato de você enviar a ordem não garante execução. Mesmo que você envie uma ordem a mercado para comprar do melhor vendedor, é possível que alguém agrida integralmente a fila antes da sua ordem chegar à bolsa. Quem faz análise de fluxo de ordens sabe que a maior parte dos giradores toma decisão quase que na mesma hora e baseado especialmente nas informações de mercado, ou seja, Book de Ofertas e Histórico de Negócios ou Times & Trades. O que poucos sabem é que existem dois canais lógicos entre você e a bolsa. O primeiro é o market data, através do qual você recebe as informações que alimentam o book e histórico. O segundo canal lógico é o canal de execução. Todas as informações sobre suas ordens, seus cancelamentos e seus negócios executados são transitadas por esse canal.

Por isso, algumas vezes percebemos que compramos ou vendemos um lote pouco antes da tela atualizar. Isso por que o canal de execução tende a ser mais rápido e estável do que o canal do market data. Para completar, cada corretora e cada plataforma tem formas diferentes de tratar tanto o market data quanto o canal de execução, por isso existe tanta diferença de performance entre as plataformas e mesmo entre corretoras usando a mesma plataforma. EXPLODIR Usamos esse termo para explicitar exatamente o oposto de quando falamos “derreter”. Explodir remete a uma variação brusca de preços e, assim como explicamos no termo “derreter”, sugerimos que acompanhe a forma com que a liquidez em cada nível de preço é consumida.

FECHADO É o ato de “fechar” o negócio, ou seja, de enviar uma ordem a mercado aceitando o preço da ordem limitada que estava esperando execução no Book de Ofertas. Dar o fechado é a mesma coisa que agredir. Quando a comprador dá o fechado, ele agride a venda e o agressor é o comprador. Quando o vendedor dá o fechado, ele agride a compra e o vendedor é o agressor. O processo de identificação de quem deu o fechado requer olhar para as ordens que saem do Book de Ofertas e vão para o Histórico de Negócios. FECHAMENTO Preço de fechamento é o ultimo preço negociado dentro do horário de pregão. Geralmente o fechamento ocorre através de um leilão para evitar manipulação de preços. Vale lembrar que preço de fechamento é diferente de preço de ajuste, presente em contratos derivativos. A forma de cálculo do preço de ajuste varia de ativo para ativo, mas é sempre um preço ponderado pelo volume negociado em um determinado período (geralmente nos minutos finais).

As oscilações em percentual do dia costumam ser calculadas sobre o preço de fechamento anterior e não sobre o preço de ajuste anterior. FILA É o termo usado para indicar em que posição uma ordem está no Book de Ofertas. A bolsa classifica as ordens primeiramente por preço, ou seja, quem paga mais caro fica mais no topo da fila, assim como quem aceita vender mais barato. No mesmo nível de preço, o critério de posição na fila é a ordem de chegada. Uma curiosidade sobre a posição na fila é quando o player ou trader decide modificar a quantidade de lotes de uma ordem limitada existente. Se a modificação reduzir os lotes ofertados, o lugar na fila é mantido. Caso este player decida modificar a ordem aumentando a quantidade de lotes, a bolsa reenvia esta ordem para a última posição da fila naquele nível de preço. Em ativos com muitas ordens em cada nível de preço como, por exemplo, opções abaixo de R$ 0,40, Dólar Futuro e algumas ações baratas, a posição na fila é uma variável bem importante para o sucesso nas operações de scalping. Ter ordens bem posicionadas na fila favorecem entradas para giro curto com alta probabilidade de lucro, além de favorecer cobertura de posições, justamente por demandar pouca agressão do mercado. Existem várias técnicas para conseguir boas posições na fila, e elas variam de ativo para ativo. Nunca é demais lembrar que existem momentos mais e menos propícios para posicionar a ordem na tela, já que sempre existe risco de boletada contrária.

FLUXO DE ORDENS É o nome que se dá ao processo de envio e cancelamento de ordens de todos os players. Há dois tipos de fluxo de ordens: O primeiro é o fluxo de ordens limitadas, ou seja, de ordens que são enviadas ao Book de Ofertas e aguardam execução, juntamente com o fluxo de ordens canceladas. E o segundo e mais importante tipo é o fluxo de ordens agredido. Lembrando que agressão é o ato de enviar uma ordem a mercado que irá consumir a liquidez de uma ordem limitada aguardando execução no Book de Ofertas. Esse é o fluxo que consome a liquidez dos preços de compra / venda e abre espaço para os preços caírem / subirem. Essa diferença entre os fluxos é muito importante e merece um pouco mais de atenção. O primeiro contato de uma pessoa com Book de Ofertas costuma ser um pouco traumático. Primeiro, porque as cotações se mexem rápido e principalmente porque essas pessoas tendem a olhar somente para o fluxo de ordens do Book de Ofertas querendo tirar conclusões. Elas costumam observar se tem mais compra ou se tem mais venda, costumam procurar áreas de lotes grandes para se proteger e coisas do tipo. É aí que está a grande sacada. A informação mais relevante de todas, e que pouquíssimos traders sabem olhar, é o fluxo de ordens agredido, porque é uma variável invisível. É esse fluxo que carrega uma das respostas mais importantes que você pode obter do mercado: você consegue estimar (digo estimar, porque certeza não existe nos mercados) o grau de informação superior de determinada ordem. O termo “Fluxo de Ordens” também pode ser usado no sentido analítico, ou seja, a “Análise de Fluxo de Ordens” (tape reading) é um dos 15 estilos ou conceitos operacionais. Ao contrário do senso comum de que os players tomam decisões baseados apenas em análise técnica ou análise fundamentalista existem, pelo menos, 15 estilos ou conceitos operacionais.

São eles: - Análise Fundamentalista (macro fundamentado / valuation); - Abordagem Inter mercados; - Hedger; - Arbitragem sem risco; - Travado (combinação de ativos); - Trend Follower; - Trade de Bandas (princípio de reversão à média); - Ciclos e Sazonalidade; - Reconhecimento de Padrões; - Estatístico & Indicadores Técnicos; - Price Action; - Seguidores de ordenações da natureza (adeptos a matematizar o mercado); - Market Maker – (ainda pouco representativo no Brasil); - Análise do Fluxo de Ordens; - Algoritmos (todos os tipos desde HFT aos Low Frequency simples baseados em indicadores técnicos); Cada um dos estilos acima requer crenças particulares. Isso quer dizer que, para um trader adotar o estilo de trend following, por exemplo, ele deve acreditar que os preços se movem em tendência. A crença primária que suporta a tese de analisar o fluxo das ordens é que o fluxo tem poder explicativo sobre o preço (ou “causa preço”), e que mudanças no fluxo precedem mudanças em preço.

FRITAR

É o ato de enviar uma ordem a mercado em cima de um nível de preço onde havia lotes significativos. Essa ordem a mercado pode ser uma ordem stop programada na plataforma ou,

simplesmente, uma ordem enviada

manualmente. Vamos analisar o exemplo abaixo: Como pode ser visto através da última linha do histórico, um player, através da corretora Gradual, agrediu praticamente todos os lotes a R$ 0,29. Depois disso, algum cliente, através da corretora Um, tomou 1.000 opções a R$ 0,30. Note que saiu um negócio a R$ 0,30, mas de apenas 1.000 opções. Ainda existem 395.000 lotes na venda a R$ 0,30.

Nesse exemplo, “fritar” seria enviar uma ordem de compra a mercado, ou seja, aceitando comprar a R$ 0,30 nessa condição. Quem programou ordem de stop na plataforma certamente teria “stopado” nesse cenário. O mais prudente é esperar um pouco até perceber se existe mais interesse em

negociar nesse nível de preço, e eventualmente agredir quando parte da liquidez estiver consumida. Muitas vezes fritar (ou queimar o lote) é a melhor opção, principalmente quando o mercado está muito “arisco”, com agressões integrais de fila e com menos lotes em cada nível de preço. Só vamos saber se valeu a pena fritar ou não, depois que passou. GALO Galo é a palavra que substituiu o número 50 (cinquenta). É muito comum ouvir operadores dizerem “comprou galo a 5...”, o que quer dizer: comprou 50 lotes a R$ 2,225.00, por exemplo.

GAME Costumamos dizer que o mercado está dando “game” quando ele está gerando diversas oportunidades. Não é só o fato de o preço estar oscilando, mas também consideramos a presença de mais players, a divergência de opinião e tudo isso refletido em mais lotes na tela, mais negociação em cada nível de preço e etc... Por incrível que pareça, esse mesmo termo é usado por traders americanos para dizer a mesma coisa, ou seja, que determinado ativo em certo período está bom!

GASTAR LOTE Este é um termo que costumamos usar quando identificamos que um player price maker (que tem potencial de movimentar o preço) agrediu de forma intensa (ou seja, bastante lote) e não conseguiu consumir a liquidez da contraparte. Quando a contraparte absorve agressões significativas de preço e não deixa abrir espaço para os preços oscilarem, nós dizemos que quem agrediu gastou lote.

GIRAR Girar é o termo que nós usamos para representar as operações que fazemos. Giro ou scalping, como é conhecido nos EUA, tem suas particularidades entre outras formas de atuação. A particularidade mais evidente é uma diferença de conceito, isto é, no giro você não aplica dinheiro no mercado. Ao contrário do investimento (que é o oposto de giro) em que você aplica certa quantidade de dinheiro buscando rentabilidade, no giro, você aloca margem de garantia (pode ser dinheiro, títulos, CDB, etc) e busca tirar dinheiro do mercado de grão em grão. Superficialmente podem parecer similares, mas não são. Não é só o prazo operacional que diferencia giro de investimento, mas sim alguns princípios. Por exemplo: o gerenciamento de risco do investimento é em função do valor total que você tem para investir. Já o gerenciamento de risco sugerido no giro é em função do grau de desenvolvimento das suas habilidades como trader, independentemente da quantia destinada a operar. Um girador aloca o mínimo possível de margem (como se fosse um caução) para operar o tamanho de lote pertinente às suas habilidades e ao momento de mercado. Investir e girar são atividades bem distintas e, obviamente, exigem prérequisitos diversos. Sendo que os principais do giro são: tempo e vontade para acompanhar as cotações no intraday. HFT É a abreviação do termo High Frequency Trading ou traduzido para português: Trading de Alta Frequência. Antes de falar melhor sobre HFT, vamos explicar outros termos relacionados que costumam gerar muita confusão. As pessoas costumam chamar tudo que é automático de “robô” e não há nada de errado nisso. A questão é que existem termos mais específicos e apropriados para cada tipo de robô. O primeiro e mais abrangente termo de todos é algoritmo. Algoritmo é tudo que é sistematizado, ou seja, que respeita uma sequência de instruções

definidas, podendo ser eletrônico ou não. Os “robôs” do mercado possuem algoritmos que norteiam suas ações. A segunda consideração é sobre a diferença do termo HFT e Low Fequency. HFT são os algoritmos que enviam e executam ordens numa frequência elevada. Low Frequency Traders executam ordens não tão frequentemente. Há vários tipos de robôs e podemos levantar algumas diferenças entre eles. Há robôs puramente executores, ou seja, que simplesmente trabalham para executar uma ordem pré-determinada. O exemplo desses robôs executores são os robôs que fazem long & short de ações, ou seja, compram uma ação e vendem a outra buscando respeitar uma diferença de preços préestabelecida pelo operador. E ao contrário dos robôs executores, existem os robôs que compram e vendem ativos únicos, respeitando uma série de regras. Só que essa categoria é muito grande, pois há robôs que simplesmente são programados com regras mais simples, ou seja, somente com derivados do próprio preço. Estão enquadrados nessa categoria todos os algoritmos que utilizam médias, indicadores técnicos e etc. E os robôs cuja programação é mais complexa, considerando informações de microestrutura de mercado, publicação de notícias e etc. Os robôs amplamente disponíveis às pessoas físicas e a preços acessíveis são os robôs executores e alguns robôs com programação simples. Entenda “simples”, o fato de a única informação considerada ser o preço ou uma derivação do preço. Os robôs que consideram as variáveis de microestrutura e notícias (como aquelas ordens que observamos do UBS, por exemplo) não estão disponíveis ao público e são de complexa implementação, pois demandam grande conhecimento da dinâmica de mercado, além de programação. O curioso na atuação dos HFTs é a similaridade com o nosso processo decisório e dos demais giradores do mercado. Eles agridem praticamente todas as ordens que também agredimos e estão posicionados em praticamente todas as filas em que estamos posicionados.

HISTÓRICO DE NEGÓCIOS Histórico de negócios ou Times & Trades é o nome da tela através da qual a bolsa publica os negócios que foram realizados em determinado ativo. Apesar de a mensagem emitida pela bolsa conter várias outras informações, as plataformas costumam resumir a mensagem de negócios em: data/hora, lote negociado, preço do negócio, corretora que comprou e corretora que vendeu. Segue na imagem:

O Histórico de Negócios é determinante para traders que fazem leitura do fluxo de ordens.

Esta tela em conjunto com o Book de Ofertas (agrupado e completo) mostra praticamente2 tudo o que é necessário para se operar. No Book de Ofertas olhamos intenção dos players, que tipo de player está presente e a forma com que estão atuando. Entretanto, o fluxo agredido, que é o determinante, só pode ser percebido olhando o consumo de liquidez das ordens do book e que vão para o Histórico. Preste atenção ao exemplo, passo a passo a seguir: Esse primeiro print foi tirado no mercado de Dólar Futuro. Na parte esquerda inferior está o Book de Ofertas agrupado, na parte esquerda superior está o Histórico de Negócios e na parte direita está o Book de Ofertas completo.

Imagine que alguém envie uma ordem a mercado para vender 100 lotes a R$ 2,246.00. Olhe o que vai acontecer:

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Digo “praticamente” porque nem toda informação relevante para operar está na tela. Existe um conhecimento que não está na leitura de tela que é denominado metajogo, ou seja, usar de uma informação ou conhecimento que não está no jogo para obter vantagem.

Repare que as ordens que estavam na compra foram consumidas e que o total acumulado na compra a R$ 2,246.00 caiu de 305 para 205. Agora repare o próximo print mostrando a atualização desses negócios no Times & Trades:

Repare que as 10:08:03 ficam registrados os negócios agredidos. Agora vamos fazer algumas considerações: - Na realidade, o processo descrito acima ocorre de uma vez só, ou seja, sua tela não vai mostrar um vazio (segundo print) e depois uma

atualização no histórico (terceiro print). Fizemos o passo a passo para facilitar o entendimento. - Perceba que não apareceu um negócio de 100 lotes no histórico, e sim uma somatória de vários lotes que integram 100. Isso porque a bolsa respeita a composição prévia da fila de compra que foi agredida, e registra fielmente em cada linha as ordens que estavam no Book de Ofertas. - Repare que está escrito “Agressor” abaixo da coluna “Vda” no Histórico de Negócios (que indica o nome da corretora que vendeu). Nesse caso, colocamos a palavra “Agressor” para facilitar o entendimento de que foi uma agressão de venda ao comprador e, portanto, o agressor é o vendedor. Outra consideração importante é que no lugar da palavra “Agressor” aparece o nome de uma única corretora, que foi justamente através da qual algum player enviou uma ordem para vender 100 lotes. Esse foi um exemplo de uma agressão de venda para demonstrar a necessidade de se olhar o Histórico de Negócios em conjunto com os books agrupados e completos. Por fim, a título de curiosidade, o significado de tape reading (ou Análise de Fluxo de Ordens) tem esse nome porque os operadores chamavam de “Tape” ou “Fita” uma antiga máquina que imprimia todos os negócios realizados e as melhores ofertas de compra e venda.

Essa antiga habilidade em ler o mercado ainda é muito eficiente, porém este conhecimento é detido por poucos.

LEVAR DO MERCADO Este é o termo usado para dizer que algum trader ou player possuía ordens limitadas no Book de Ofertas e que foram agredidas. Levar é um termo mais usado quando as ordens limitadas de compra de determinado player são agredidas. Entretanto, mesmo que o mercado tenha convencionado o termo levar com o ato de ser agredido na compra pelo mercado, não é errado usar o termo simplesmente para dizer que uma ordem foi agredida. Quando nós atuamos no scalping, cuja principal premissa é não deixar o mercado andar muitos ticks contra nossa entrada, temos que tomar muito cuidado quando “levamos do mercado”. Dependendo de como somos agredidos, já temos uma posição desconfortável logo de largada. LIQUIDEZ Este é um termo que pode ser empregado em várias situações. A principal utilização do termo é como medida de quantidade de lotes ou contratos negociados. Costumamos dizer que o mercado está líquido quando está negociando lotes significativos e com frequência. Outro emprego do termo liquidez é como medida de quantidade de ordens limitadas em cada nível de preço no Book de Ofertas. Quanto mais ordens limitadas em cada nível de preço, mais “liquidez” existe no mercado. Esse conceito de quantidades de lotes na tela em cada nível de preço abre espaço para uma discussão mais profunda. Nós classificamos os ativos em função da quantidade de lotes em cada nível de preço. Costumamos dizer que um ativo é de fluxo quando apresenta quantidade significativa de lotes em cada nível de preço. Alguns exemplos são: o Dólar Futuro (quando tem acima de 250 lotes por preço), as opções abaixo de R$ 0,45/R$ 0,40, algumas ações (especialmente as mais líquidas e abaixo de R$ 10,00) e o contrato de taxa de juros DI. Em contrapartida, classificamos um ativo como de volatilidade quando há escassez de lotes em cada nível de preço. Na verdade, todos os ativos que

não são de fluxo se enquadram nessa classificação de volatilidade, como o Índice Futuro, as opções mais caras e etc. Existem algumas diferenças e implicações práticas entre os ativos de fluxo e de volatilidade. A principal diferença entre esses ativos é que o consumo da liquidez num mesmo nível de preço. É um ótimo termômetro sobre percepção de fluxo. Nos ativos de volatilidade você só percebe que houve agressão significativa (o que indica a presença de players price maker) numa faixa de preços, ou seja, o mercado já andou. Dessa forma, há piora na relação risco retorno do scalping. LIXO Usamos este termo para falar que o mercado está ruim para operar. A definição de “ruim” é que não está havendo muita negociação, ou seja, que os preços demoram para trocar. LOTE Lote quer dizer a mesma coisa que contrato. Podemos empregar este termo de várias formas. Abaixo seguem alguns exemplos: - Quando olhamos para as ordens limitadas do Book de Ofertas e contamos quantos lotes tem na compra ou venda, por exemplo: “Existem 300 lotes na compra a R$ 2,298.00 e 250 lotes na venda a R$ 2,298.50.”; - Quando falamos do nosso próprio operacional, por exemplo: “Opero de 15 lotes por boleta, com limite bloqueio na corretora em 45 lotes.”; - Quando queremos afirmar que existe bastante lote no mercado, por exemplo: “Tem lote na compra...”, ou o contrário “O mercado está sem lote...”.

MÁXIMA Indica o maior preço negociado naquele ativo em determinado dia ou em determinado período. As máximas, ou mínimas geralmente são as áreas onde são traçados os níveis de preços denominados resistências. Há alguns critérios para definir resistência e especialmente a relevância da resistência. Entre esses critérios se destaca o grau de rejeição na região da máxima, ou seja, o quão rápido o mercado retornou depois que fez a máxima, indicando a presença de vendedores no patamar de preço. Também é determinante a quantidade de lotes/contratos negociados na região da máxima e quanto maior a negociação mais relevante é a faixa. Outro fator importante, mas não decisivo, é a quantidade de vezes que respeitou a máxima ou a faixa de preços da máxima. Apesar deste último não ser fator decisivo para determinar uma resistência, quando a faixa de preços é respeitada mais de uma vez, as chances de uma boa operação num eventual rompimento, são muito grandes. Obviamente, existem outros critérios que definem uma resistência ou um suporte, entretanto, como estamos falando de máxima, esses são os principais critérios que discriminam se uma máxima é ou não uma resistência. MEIA É a palavra que substitui o número seis (6). Este termo é usado para não haver confusão entre os termos “seis” e “sete”. MERCADO DE CANAL Indica que os preços estão trabalhando dentro de uma banda definida de preços. Geralmente, um canal só pode ser caracterizado como tal após respeitar, pelo menos duas vezes, uma faixa3 superior e uma inferior de preços.

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Usamos o termo faixa porque não é necessário respeitar exatamente um único nível de preço.

Um canal pode durar dias, e apresentar uma amplitude considerável entre as faixas superior e inferior, ou pode durar alguns minutos/horas no caso de um canal de intraday. Os canais costumam gerar ótimas oportunidades operacionais com atuações contrárias ao movimento nas extremidades do canal, e especialmente nos rompimentos dos extremos. Logicamente, estas oportunidades são validadas ou não, na observação do fluxo de ordens através do Book de Ofertas e Histórico de Negócios. MERCADO DE LADO Por mais que o termo se confunda com o termo anterior, o que difere mercado de canal para mercado de lado é a ausência de negociação, ou falta de disposição dos players em negociar em determinados momentos. Nesse tipo de mercado os preços demoram para trocar de nível, e as chances operacionais ficam bem escassas. Num mercado de lado, especialmente no intraday, é muito arriscado pendurar ordens na tela. MÍNIMA É o menor preço atingido dentro de um dia, ou dentro de determinado período. Aplicam-se exatamente os mesmos conceitos do termo “máxima”, apresentados anteriormente. MOMENTUM Este é um termo pouco usado no Brasil, apesar de ser extremamente difundido nos EUA. Momentum é um termo aplicado em física, e que remete à continuidade, inércia ou embalo. No mercado financeiro, apesar de haver um indicador de análise técnica chamado Momentum, o termo costuma ser usado para identificar a presença de inércia ou movimentos contínuos de preço (upticks ou downticks), especificamente no intraday.

Inércia em curtos intervalos de preço, tem a ver com sequência de upticks e downticks. Ou seja, tem a ver com o mercado “tickar” de forma sequencial, somente para um lado (cima ou baixo). Quer ver um exemplo? Digamos que o spread do mercado seja R$ 0,30 comprador com R$ 0,31 vendedor. Se consumirem toda a liquidez da compra a R$ 0,30 (ou seja, se baterem), o próximo preço de compra será R$ 0,29. Se decidirem consumir toda a liquidez da compra a R$ 0,29 o próximo preço de compra será R$ 0,28. Se o mercado ainda tiver interesse em consumir toda a liquidez da compra a R$ 0,28, o próximo preço será R$ 0,27 e por aí vai. Percebeu que só teve downticks? Neste exemplo, não houve negociação no preço de venda e somente agressões de venda no comprador. Podemos dizer que, neste exemplo teórico, houve Momentum de venda. Existem ativos com mais ou menos Momentum, assim como um único ativo pode ter mais ou menos presença de momentum, dependendo da dinâmica de interação entre os players. A título de curiosidade, com a presença dos HFT e também com os grandes players automatizando o processo de envio da maior parte de suas ordens, o mercado vem apresentando cada vez menos Momentum, ou seja, os ticks são cada vez mais erráticos. NADA NA MÃO É um termo que indica que um player ou trader não possui nenhuma ordem limitada no Book de Ofertas. Esta é uma frase mais usada pelos brokers para confirmar que os operadores não possuem nenhuma ordem pendente aguardando execução.

NEGÓCIO É o termo usado para determinar que foi efetivada uma transação entre um comprador e um vendedor. Os negócios são registrados no Histórico de Negócios ou Times & Trades, e essa informação é pública. A bolsa publica cada negócio em uma linha no Histórico de Negócios, ou seja, cada ordem que estava no Book de Ofertas ao ser agredida, é mostrada no Book de Ofertas como uma linha. Olhe o exemplo a seguir: Às 10:08:01 algum player comprou através da ICAP 5 lotes a R$ 2,246.50, este player é o agressor, pois enviou uma ordem a mercado aceitando pagar R$ 2,246.50. Repare que a ordem dada pelo player registrou apenas uma linha no Histórico de Negócios.

Entretanto, veja a seguir o que aconteceria se o mesmo trader pagasse 100 lotes a R$ 2,246.50.

Neste caso, uma ordem a mercado de 100 lotes geraria 3 negócios, como você pode ver às 10:08:03. Quando as ordens são agredidas, o Histórico de Negócios reflete fielmente a composição das ordens que estavam esperando execução no Book de Ofertas. Independentemente de a agressão ter sido de 100 lotes, a bolsa considera cada “casamento” de ordens como um negócio.

NÍVEL DE PREÇO O termo “nível de preço” costuma ser usado para indicar uma faixa de preços, ou ainda, um preço em específico. Quando aplicado para expressar um único preço, o termo indica a unidade mínima de negociação, ou o tick. As ações e opções, por exemplo, oscilam de R$ 0,01 em R$ 0,01 centavos. Já o contrato de Índice Futuro (padrão e mini) pode oscilar de 5 em 5 pontos, enquanto o Dólar Futuro oscila de 0.5 em 0.5 ponto. ORDEM É o ato pelo qual o cliente determina que um intermediário negocie operação com valores mobiliários em seu nome. Ou ainda, pode ser o ato do próprio cliente enviar para a bolsa todas as condições especificadas em que deseja negociar.

Existem vários tipos de ordens, entretanto, fundamentalmente podemos classificar as ordens em Ordens Limitadas e Ordens a Mercado. Ordem Limitada é toda ordem que ao chegar ao sistema de “casamento” da bolsa (match engine) não encontra contraparte, e dessa forma fica esperando execução. Todas as ordens presentes no Book de Ofertas são ordens limitadas. Já as Ordens a Mercado, são as ordens enviadas à bolsa, e que ao chegarem ao match engine encontram contraparte, dessa forma consumindo liquidez das ordens limitadas. O registro dessas ordens fica, necessariamente, no Histórico de Negócios e não no Book de Ofertas. A ordem stop, ou seja, ordem que é acionada quando determinado preço é atingido, também é, em sua essência, uma ordem limitada e uma ordem a mercado. Digamos que o ativo está negociando a R$ 0,50 e que preenchemos uma ordem stop de venda para acionar caso os preços atinjam R$ 0,40. Por mais que somente o detentor da ordem saiba que ela existe, a ordem não deixa de ser limitada. Quando os preços atingem R$ 0,40, o stop é acionado e uma ordem a mercado é enviada à bolsa para execução. Lembre-se de que em uma boleta de stop existem 2 preços. O preço de disparo, que é o preço em que o stop é acionado (R$ 0,40 no exemplo), e o preço de envio que é o preço que a boleta de venda será enviada a bolsa. Este preço de envio serve para que exista uma margem de folga que lhe permita preencher um preço pior que o preço de disparo. Isso aumenta as chances de garantir execução, mesmo quando há agressão integral da fila no preço de disparo.

Em nosso operacional, o stop é manual justamente para não “fritar” a ordem, ou seja, minimizar execuções desnecessárias em que o preço de disparo é atingido, mas com pouca negociação.

PAGÃO É o termo usado para indicar o melhor preço de compra em um determinado momento. A circunstância em que mais utilizamos o termo é quando consomem toda a liquidez da venda em um determinado nível de preço. Logo em seguida, o mesmo preço, que até então tinha ofertas de venda, se transforma em preço de compra e com ofertas de compra. Observe o exemplo a seguir: O mercado está R$ 0,31 comprador com R$ 0,32 vendedor.

No próximo print repare que algum player/trader (operando pela corretora Itaú) agrediu todas as ordens de venda a R$ 0,32 (ou seja, “tomou”). E que agora, R$ 0,32 virou comprador. Nós costumamos dizer: “O Itaú tomou 63.200 lotes e R$ 0,32 virou pagão para 36.800 lotes”

PASSIVO NA TELA Indica que o player ou trader possui, uma ou mais, Ordens Limitadas. Ou seja, que estão aguardando execução no Book de Ofertas. Quando possuímos Ordens Limitadas ficamos potencialmente passivos, pois se vier uma boletada contrária à nossa posição, nossa ordem será consumida e não há nada a fazer para evitar. Entretanto, existe uma diferença aqui. Quando possuímos ordens, estamos adotando uma postura mais passiva, ou seja, esperamos ser agredidos. Isso é diferente de “ficar passivo”. Ficar passivo é quando estamos numa posição e, independentemente de se entramos com ordem limitada ou a mercado, simplesmente assistimos o mercado correr contra. Ninguém quer ficar passivo, até porque é um estado mental em que você sabe que está errado, mas fica bloqueado e não “stopa”, pois não aceita realizar um prejuízo maior que o pré-estimado. No scalping, cuja principal premissa é não deixar o mercado andar contra sua posição, ficar passivo é uma postura que não se pode adotar. Isso deteriora muito a relação risco retorno.

PENDURAR É o ato de colocar uma Ordem Limitada no Book de Ofertas, independentemente do nível de preço e se é na compra ou na venda.

PESADO Indica que o mercado está em movimento de queda e é quase como uma métrica subjetiva de tendência. Quando dizemos que o mercado está “pesado” não estamos olhando para nenhum oscilador, indicador técnico ou mesmo para candlesticks. Estamos olhando para a atividade de negociação. Consideramos a forma como os players estão vendendo. Olhamos os lotes, olhamos o intervalo entre as agressões, se as agressões são parciais ou integrais, o tipo de player que está vendendo, o tipo de ordem, etc. Essas e algumas outras variáveis dão sensibilidade e diferem um movimento de queda de outro. Muitas pessoas reclamam da subjetividade dessas métricas e da dificuldade em aprender a visualizá-las. Infelizmente (ou felizmente), o mercado é assim. O mercado requer muita dedicação e treino, e quem consegue sobreviver à curva de aprendizado tem altas chances de explorar ótimas oportunidades.

PLAYER É o termo em inglês usado para discriminar quem opera no mercado. Geralmente os players são classificados em grupos de acordo com seus perfis de atuação. Abaixo seguem os grupos: - Bancos; - Fundos de Investimentos; - Empresas não Financeiras; - Estrangeiros; - Pessoas Físicas Varejo;

- Giradores; - Market Makers; - HFT; - Instituições (Bacen, FED, etc). Cada grupo de players possui características diferentes, processos decisórios distintos, objetivos distintos e consequentemente estratégias distintas. Essa classificação difere um pouco da classificação realizada pelas Bolsas de Valores, porém, reflete mais fielmente a dinâmica dos mercados. Uma das grandes vantagens dos operadores de Fluxo de Ordens é a possibilidade de em determinados momentos distinguir o fluxo desses players4. Esse tipo de distinção gera uma vantagem operacional considerável em relação aos day traders que analisam apenas o preço ou derivações do preço.

PONTA É o termo que usamos para indicar a corretora através da qual determinado player ou grupo de players está atuando. Como é de conhecimento público, todos os players devem enviar ordens através de corretoras. Os critérios de escolha das corretoras são diferentes para cada grupo de players. Por exemplo, uma pessoa física varejo nem sempre vai considerar os mesmos critérios de seleção de corretoras que um HFT usa, ou ainda que um tesoureiro de banco usa. Critérios como relacionamento com o broker, selos, dentre outros são determinantes na escolha da corretora por um player de maior porte. Para nós, que operamos através da análise de Fluxo de Ordens, saber as “pontas” através das quais os principais grupos de players atuam, é fator determinante. Cada grupo de player descrito anteriormente costuma operar por determinadas corretoras ou “pontas”.

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Algumas poucas vezes é possível saber qual o player dentro do grupo.

Um player (especialmente sendo um grande agente do mercado) costuma operar por diversas pontas e não apenas por uma corretora. Isso disfarça seu fluxo e deixa menos evidente sua posição. Em casos específicos, é possível, ainda, identificar a atuação de um player em especial pelas pontas que costuma operar. Obviamente, os players trocam as pontas com frequência e esse é um conceito importante, mas que poucas pessoas percebem. Mais importante do que identificar as pontas, é entender a forma de atuação dos players.

POSIÇÃO Indica a quantidade de lotes que um trader ou um player detêm. Quando estamos “posicionados” costumamos dizer que estamos “comprados” ou “vendidos”. Apesar de o termo posição ter uma conotação de uma operação de prazo mais longo, nós utilizamos esta mesma palavra para operações de scalping.

PREÇO MÉDIO É o nome dado ao ato de adicionar lotes a uma posição já existente. Existem alguns tipos de preço médio. Existe o preço médio a favor, ou seja, em que são adicionados lotes quando o preço está acima (abaixo) do preço de entrada na compra (venda). E também existe o preço médio contra, ou seja, quando são adicionados lotes em preços a preços mais baixos (altos) do que a entrada na compra (venda). O preço médio não pode ser julgado como uma boa ou má estratégia isoladamente. É fato que existem vários estilos e/ou conceitos operacionais e alguns são bem diferentes entre si. Em alguns desses estilos, fazer preço médio é crucial para o sucesso. Já em outros estilos, como o nosso por exemplo, que é analise de fluxo de ordens e scalping, fazer preço médio é um perigo. Estatisticamente, a maior parte das operações com preço médio dá certo, ou seja, conseguimos zerar o prejuízo ou reduzir bem a perda.

Entretanto, as poucas vezes que não dá certo, ou seja, quando acaba a munição e ficamos passivos assistindo o mercado correr contra, os prejuízos costumam ser maiores do que todos os stops anteriores juntos. Vamos dar um exemplo de preço médio no giro curto. Digamos que você comprou Dólar Futuro a R$ 2,285.00 por qualquer motivo objetivo 5. Mesmo considerando variáveis objetivas, nem sempre o trade dá certo e isso faz parte da realidade do mercado. Nas vezes em que dá errado, os preços vão começar a cair, e como somos giradores, não deixamos o mercado correr muito contra. Em condições normais de mercado 6 vamos buscar “stopar” a R$ 2,284.50 ou R$ 2,284.00, ou seja, 1 ou 2 ticks contra. Se, por qualquer motivo, não “stoparmos” nesses níveis já estamos em situação desconfortável e basta o mercado correr, para nossa situação piorar muito. Suponha que o mercado vai para 2.280 e permanecemos comprados (e “passivos”, ou seja, só assistindo o prejuízo aumentar). O ato de comprar a R$ 2,280.00 só porque o preço médio reduziria para R$ 2,282.50 é chamado de preço “médio”. Isso porque a compra a R$ 2,280.00 não foi objetiva, ou seja, se estivéssemos fora do mercado não compraríamos a 2.280. Repare que agora estamos com o dobro de lotes. A cada tick que o mercado dá contra, o prejuízo é dobrado. Quer ver um exemplo: Imagine uma situação em que você está comprado a R$ 2,285.00 e por qualquer motivo não “stopou” e o mercado vem para 2.280. É uma péssima situação, mas às vezes elas acontecem! Se a R$ 2,280.00 houver uma oportunidade objetiva, nós costumamos entrar na operação. Ainda que seja preço médio, pelo menos a segunda entrada tem uma razão lógica. A grande sacada está em não fazer a conta de onde está o médio, para não “viesar” a sua cabeça em zerar somente quando o prejuízo for revertido. Suas saídas têm que ser condizentes com as oportunidades que o mercado está oferendo, e nunca em função de onde seu prejuízo será revertido.

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Objetividade significa considerar variáveis com causalidade real sobre preço. Em ativos de fluxo, ou seja, com bastante lote em cada nível de preço e com volatilidade normal. 6

Lembre-se, o mercado não é teu adversário e por mais que você tenha perdido ele não te deve nada. De fato, é uma estratégia que não vale a pena no giro (scalping). Por mais que você conserte algumas operações quando o stop escapa, no final das contas, nas vezes em que o mercado está em momento direcional, te faz entregar tudo que já ganhou ou ir mais além, entrar no prejuízo. Dessa forma, nós recomendamos travar a quantidade de lotes liberados para que não exista a possibilidade de fazer preço médio.

PRICE MAKER É o player cuja atuação tem o poder de fazer os preços trocarem devido ao tamanho do lote que operam. O conceito de price maker é um conceito subjetivo e usado por poucas pessoas, porém, seu entendimento contribui para um raciocínio coerente e alinhado à realidade do mercado. Price Maker é todo e qualquer player que possuiu lotes maiores do que a própria fila em cada nível de preço. Obviamente que nós mesmos, em algumas raras situações e especialmente em mercados de volatilidade, ficamos com um lote maior do que a fila em cada nível de preço. Mas a definição de price maker é possuir sistematicamente um lote maior do que os lotes somados da fila em um nível de preço. São estes players os responsáveis por fazer o mercado andar já que, dependendo do tamanho do lote, a própria decisão de comprar/vender já faz o mercado subir/cair bastante. Nós pessoas físicas costumamos ser price takers, ou seja, tomamos o preço como dado. Nossa decisão de comprar ou vender não influencia a história, pois consumimos pouca liquidez das ordens na tela. Ser player price maker ou price taker não é necessariamente uma escolha. São vários fatores que diferem os players. Lembre-se sempre de que o mercado é composto por players com tamanhos diferentes, operando por razões diferentes, com prazos diferentes e com estratégias diferentes.

PROFUNDIDADE É o termo que usado para discriminar a quantidade de lotes existentes da segunda fila da compra/venda em diante. A primeira fila de compra ou venda é chamada de “pedra”, pois as cotações eram anotadas numa pedra na antiga Bolsa. A palavra profundidade vem do inglês “Depth” e existem várias plataformas com telas denominadas DOM, ou seja, Depth of Market (profundidade do mercado). Nesta tela os participantes do mercado podem ter acesso à quantidade de ordens limitadas em cada nível de preço. No Brasil o Book de Ofertas agrupado faz o papel do DOM, e registra todas as ordens por nível de preço. A profundidade (quantidade de lotes a partir da segunda fila), em diversas situações, é uma variável considerada na hora de tomarmos decisão de entrar e sair do mercado.

QUADRA É a palavra que substituiu o número 400.

QUILO OU K É o termo usado para substituir o número mil (1.000). Geralmente o termo é usado para abreviar ou economizar os zeros e abreviar os lotes. Reparem que várias plataformas mostram um “k” pequeno ao lado da quantidade agrupada no Book de Ofertas, este “k” significa que existem mais três zeros ao lado daquele número.

QUINA É a palavra que substituiu o número 500.

RALLY Termo usado quando os preços disparam ou sobem de forma rápida e com correções bem pequenas. Os rallys são marcados por agressões predominantemente ao vendedor. Este é um termo mais usado por traders americanos, já que os brasileiros costumam dizer a palavra “explodiu”.

RASPAR É o ato de consumir toda a liquidez da venda até determinado nível de preço. Raspar é o contrário de enfiar. Repare o exemplo a seguir:

Algum player operando através da corretora Itaú, “raspou” todos os lotes na venda até R$ 2,247.50.

Obviamente que não fica esse buraco no Book de Ofertas. No mesmo instante em que a bolsa divulga a atualização do Histórico de Negócios, uma informação sobre a nova composição do Book de Ofertas também é enviada. Nós só reformulamos esse print para tornar mais fácil a compreensão.

RASTRO É o termo que usamos para tentar identificar que um price maker está atuando na compra ou na venda. Basicamente há três formas de deixar rastro: A Primeira delas é “mostrar a cara” no Book de Ofertas, ou seja, colocar uma ordem relevante com real intenção de comprar ou vender. Repare na primeira ordem de compra, enviada através da Gradual por um determinado player:

No próximo print note que a mesma corretora agrediu toda a venda a R$ 0,31 e largou saldo de 52.500 lotes. Não podemos afirmar, mas tudo indica que foi o mesmo player que pagou os 100.000 a R$ 0,30 e que o lote dele é 100.000, pois agrediu 47.500 lotes que tinha e ficou pagando 52.500. Agredir o que tem na fila e largar o saldo é uma das formas de deixar rastro.

Por fim a última forma de deixar rastro é olhar os agressores no Histórico de Execuções. Aliás, essa é a forma mais fiel de saber o que os players price makers estão fazendo. Nós costumamos dizer que o mercado todo se

profissionalizou, ou seja, até o price maker está preocupado em não deixar rastro. Dessa forma é raro perceber um player com real intenção no Book de Ofertas e é raro ver saldo na compra/venda após agressão, pois esses players cada vez mais estão enviando ordens diretamente de plataformas DMA e se munindo de ordens específicas.

SAÍDA É o termo que usamos para expressar a zerada ou cobertura da posição prévia.

SPREAD É o termo usado para medir a diferença entre o melhor preço de compra e o melhor preço de venda de um ativo. O spread acaba sendo uma medida de liquidez e de eficiência do mercado já que quanto menor o spread, maior a disposição dos players em negociar. O menor spread possível é um tick, ou seja, a unidade mínima de negociação de cada ativo. Por exemplo, no Índice Futuro, (padrão e mini) o tick é 5 pontos, já nas ações e opções o menor spread possível é R$ 0,01 e no Dólar Futuro, a unidade mínima de negociação é 0.5 ponto tanto para o contrato padrão quanto para o mini. Spread também pode ser usado para refletir uma trava com opções e para medir a diferença de preço entre duas opções sobre o mesmo ativo. Por exemplo, uma trava de alta7 também é chamada de spread de alta.

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Compra da mesma quantidade de uma opção com Strike inferior e venda de outra opção com Strike superior.

STOP Na definição da Bolsa, stop é uma ordem para comprar ou vender um determinado ativo, quando houver negociação em um determinado nível de preço. Basicamente há três razões para se usar stop: O stop para limitar uma posição perdedora, um stop que serve como gatilho de entrada no mercado (na compra ou venda) e o stop para proteger lucros. Vamos falar especialmente sobre o stop loss, ou stop para limitar posição perdedora. Há vários critérios para colocação de stop loss e cada estilo ou conceito operacional requer um determinado tipo de stop.

Os stops mais comuns são: Stop Fixo – determina-se uma quantidade fixa de ticks (pontos ou centavos); Stop Percentual – determina-se um percentual fixo sobre o valor do ativo; Stops Técnicos – Geralmente abaixo/acima de níveis de preço, abaixo/acima de formações gráficas, abaixo/acima de médias, abaixo/acima de candlesticks e stops baseados em indicadores técnicos; Stops de Volatilidade – São stops acionados quando há mudança de volatilidade. Estes são bem raros; Stops de Eventos – São stops acionados em determinados eventos, como véspera de publicação de indicadores, etc; Stops no Tempo – Acionam quando ultrapassa X unidades de tempo pré-estabelecido; Stops por descaracterização – Esses são os stops usados pela maior parte dos Fundos e Tesourarias. Ao invés de pré-estabelecer um stop baseado somente em preço, este tipo de player desfaz a posição quando a tese inicial não mais faz sentido, ou quando houver sinais objetivos de que a posição não faz sentido.

Nós, giradores, de certa forma também costumamos stopar por descaracterização e não por valores fixos ou percentuais. Por mais que as variáveis que justifiquem uma entrada no scalping sejam muito mutáveis nós buscamos “stopar” quando essas variáveis que motivaram a entrada não estiverem mais presentes. Outra discussão relevante é se o stop é automático (deixar boleta preenchida na plataforma) ou manual. Stop automático é acionado assim que houver a primeira negociação no nível de preço de stop, não importando se a negociação for pequena ou se é um negócio direto. Já o stop manual é realizado através de uma ordem enviada manualmente. Nós utilizamos majoritariamente stop manual, justamente para evitar fritar as ordens em cima de lotes grandes.

TELA É o termo usado para descrever a tela operacional, ou seja, deve haver pelo menos Histórico de Negócios, Book de Ofertas Agrupado, Book de Ofertas Completo e informações adicionais que mostrem as ordens pendentes e a posição atual. A seguir seguem dois exemplos de tela operacional, sendo que o primeiro é da GL Sungard.

A tela operacional logo abaixo é da Profit Chart.

Costumamos usar o termo “tela” em algumas situações, quais sejam: - “Tempo de tela” é uma expressão que reflete experiência ou bagagem operacional;

- “O comprador não está na tela”. Usamos quando está havendo agressão significativa no vendedor, mas não há rastro na compra no Book de Ofertas; - “Vou ficar fora da tela”. Usamos este termo para expressar que estamos tirando as ordens penduradas (limitadas) e estamos mais observando do que envolvido no operacional.

TENDÊNCIA É uma medida que indica que o mercado está em movimento persistente de alta ou de baixa. Há certa subjetividade na medição de tendências uma vez que existem diversas formas de se medir, além de diversos prazos a serem considerados. As formas mais famosas de medir tendência são: - Através de médias móveis (a variável é se os preços estão acima/abaixo da média e se a média está inclinada); - Através de indicadores técnicos e/ou estatísticos; - Aplicando a Teoria de Dow, ou seja, através da contagem de topos e fundos; - Através do Fluxo de Ordens e é dessa forma, particularmente, que nós medimos a intensidade da tendência no mercado. Além de representar com precisão a atividade atual do mercado, esta variável possuiu considerável poder explicativo sobre o futuro curto dos preços, ou seja, é uma variável considerada como Leading Indicator (indicador antecedente). Outro fator positivo desta variável é que ajuda, e muito, na distinção entre uma simples correção de preços e uma reversão de tendência.

TERNO É a palavra que substituiu o número 300.

TIMING Termo que remete a precisão ou momento certo. Timing é determinante no scalping e especialmente em ativos de Fluxo, ou seja, com mais lotes em cada nível de preço. Desenvolver timing requer tempo de tela, mas requer dois prérequisitos essenciais: - Aprender olhar as variáveis certas e; - Aprender a desconsiderar o viés. Na verdade, o viés (pré-disposição) é uma crença nossa e que pode ou não estar coerente com a realidade. Quando deixamos de lado o viés e simplesmente nos rendemos ao acompanhamento do mercado começamos a pegar o timing do mercado, porque paramos de querer que o mercado preencha nossas expetativas pessoais. Um grande indicativo de que seu operacional está fora do timing é avaliar se os próximos ticks, logo após suas entradas no mercado, são contra ou a favor da sua posição. Um alto percentual de vezes em que os preços “tickam” contra sua posição logo após a entrada, indica que seu timing pode ser melhorado.

TOMAR É o ato de comprar a mercado certa quantidade de lotes, ou seja, é o ato de enviar uma ordem a mercado que irá consumir liquidez das ordens de venda. Tomar é exatamente o oposto de “bater”. Vamos analisar o exemplo a seguir onde existem 305 lotes na compra a R$ 2,246.00 e 180 lotes na venda a R$ 2,246.50.

Repare que as 10:08:03 algum player “Tomou” 5 lotes reduzindo a quantidade na venda de 180 lotes para 175 lotes.

No lugar do nome da corretora que comprou está escrito “Agressor” para facilitar o entendimento de que o agressor foi um comprador.

TRABALHANDO É o termo usado entre os profissionais de mercado para dizer que o trader ou broker está com um determinado número de contratos para comprar ou vender e que está fracionando este lote a fim de conseguir a melhor execução possível. Um trader ou broker “trabalha” a ordem por diversas razões: - Primeiro porque não tem interesse em executar o lote todo a mercado; - Segundo porque o lote é muito grande e não é possível de ser executado integralmente; - Porque não quer mostrar ao mercado que existe demanda ou oferta potencial; - Para não impactar o mercado; - Porque determinadas operações demandam.

TRADE Trade significa uma operação realizada, quer seja uma entrada ou uma saída. Nós particularmente costumamos usar o termo “trade” fazendo uma analogia à operação completa, ou seja, quando entramos e zeramos uma posição.

TRADER É todo e qualquer individuo que negocia ativos para si ou em nome de uma Instituição. A grande diferença entre um trader e um investidor é o prazo operacional. Um investidor costuma alocar recursos em determinados ativos e espera a maturação, diferentemente do trader que busca extrair resultados de oscilações de médio, curto e curtíssimo prazo. Existem alguns tipos de traders classificados pela atribuição. Existem os traders de mesa proprietária que operam recursos da instituição (geralmente são de bancos, assets e fundações), existem os traders de mesa clientes, ou

seja, que atendem os clientes de instituições financeiras e existem os traders pessoas físicas (varejo e traders autônomos). Trader autônomo é uma denominação antiga dada ao profissional de mercado que vive de suas operações. Até uns anos atrás os traders autônomos tinham que operar dentro das corretoras de valores por conta das vantagens operacionais dos sistemas operacionais (Mega Bolsa e GTS) além da conectividade com as bolsas. Atualmente, nós traders autônomos podemos operar de qualquer lugar que possua uma boa conexão de internet, já que as plataformas DMA8 fornecem igualdade de conexão entre os players.

TRAVA Consiste em uma operação de compra de um determinado ativo e uma operação de venda de outro ativo. As pessoas costumam chamar qualquer operação combinada (compra e venda de ativos distintos) de trava, mas o termo é mais aplicado às operações com mesma quantidade de lotes entre opções com preços de exercício diferentes. A compra de uma Call (opção de compra) com Strike mais baixo e uma venda de mesma quantidade de uma Call com Strike superior é chamado “trava de alta”. Uma Trava de baixa é exatamente o oposto, ou seja, venda da Call com Strike inferior e compra da Call com Strike superior.

TRAVADO É um termo que indica que determinado player ou trader não está em uma posição direcional em determinado ativo. Ao contrário do termo “trava” que subentende-se uma operação com opções, o termo “travado” é empregado a qualquer combinação de ativos que limite o risco direcional de estar exposto em um único ativo.

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Direct Market Access – Acesso Direto ao Mercado

Estar travado não significa que não há risco na operação, mas sim que o risco de exposição direcional está reduzido ou que o fator de risco é outro.

UPTICK É exatamente o oposto de downtick, ou seja, quer dizer que o negócio atual foi acima do negócio anterior. Ao contrário da proibição de shortselling (venda a descoberto em ações) em downticks, adotada em períodos de crise, nunca houve nenhuma restrição de compra ou de agressão dos compradores em upticks.

VAGUINHA É o nome que damos a uma possível oportunidade operacional, exclusiva de ativos de Fluxo, ou seja, que possuem maior concentração de lotes em cada nível de preço. A “vaguinha” nada mais é do que um buraco ou uma escassez de lotes em determinados níveis de preço. Em algumas situações nós penduramos lotes nas “vaguinhas” buscando garantir bom posicionamento na fila e esperando que, caso os preços cheguem lá, outros players já tenham pendurado mais lotes. Este é um trade, a priori, fácil de fazer e que gera bons resultados em mercados sem muita inércia de preço. Entretanto, nunca sabemos, quando vai entrar momentum no mercado devido à presença de agressores demandando execução imediata. O trade de vaguinha requer muita discrição de mercado e muita agilidade, especialmente no stop já que é um trade naturalmente contra o movimento. Uma grande dica no operacional de vaguinha é olhar quem está na fila junto com você, ou seja, se há outros players e especialmente se há lotes de HFTs. A ausência de HFTs pode ser uma indicação de que seu trade pode dar errado. Outra grande sacada é avaliar a composição dos lotes que foram

colocados depois do seu. É preferível que sejam vários lotes e de tamanhos heterogêneos.

VENDA- VENDEDOR - VENDIDO Assim como ocorre com o termo “compra” e suas derivações, os termos venda/vendedor e vendido são usados em diversas situações: O termo “venda” pode refletir uma série de situações, tais como: - Pode refletir a fila de vendedores. Exemplo: “tem lote na venda”; - Pode refletir uma ordem em específico. Exemplo: “Um player vende 300 lotes, pela ICAP, a um determinado preço”. Neste caso, queremos dizer que este player está com uma ordem limitada de venda e aguardando execução; - Pode refletir uma ordem dada a um broker ou agente autônomo. Exemplo: “Venda x lotes a x preço”. Já o termo “vendido” reflete o estado da posição atual de um determinado player (ou nós mesmos). Você pode dizer que está vendido em 5 lotes ou pode dizer que a corretora UBS está vendida em 10.100 lotes num determinado dia. Estar vendido significa carregar uma posição vendida (apostada) e que ganhe numa eventual queda de preços. Por fim o termo “vendedor” pode refletir: - Uma medida de sensibilidade do mercado, ou seja, dizemos que o mercado está vendedor quando estamos verificando muita agressão de venda. Aliás, essa medida de sensibilidade é uma das mais importantes de todas; - Também é um termo muito usado para refletir o primeiro nível de preço da fila da venda, ou seja, é comum falarmos: “O mercado é comprador a 2 com vendedor a 2.5 (Lembrando que nós falamos apenas as últimas casas decimais dos preços do spread).

VIÉS É uma inclinação ou tendência a ter uma perspectiva parcial em detrimento de outras alternativas, que inclusive também poderiam ser válidas. Existem vários tipos de vieses, entretanto, vamos focar em sua aplicação em finanças, especialmente nos vieses dos traders sobre direção de preços. Quer ver um exemplo? Quando você olha para um determinado ativo (ou para o gráfico deste ativo) e afirma para si mesmo: “vai subir” você está com viés de alta, ou com predisposição a achar que vai subir. Basicamente, o trader cria viés por duas razões: A primeira delas é um embasamento concreto gerando uma opinião coerente sobre a realidade ou sobre a possível direção dos preços. E a segunda e mais comum entre traders de varejo é simplesmente ”achar” alguma coisa e “casar” com esse pensamento. Repare que ambos são vieses, porém, são bem diferentes. No primeiro, existe um embasamento ou uma relação de causalidade concreta entre as variáveis consideradas na análise e os preços. Não significa que este tipo de análise é infalível, mas certamente te deixa numa condição mais favorável do que simplesmente “achar”. Já no segundo exemplo, onde o trader simplesmente “acha” baseado em experiências passadas ou tomando por base variáveis que não têm nenhum fundamento, ele comete um erro que vai custar caro para seu ego. Não há nada mais dolorido do que uma expectativa frustrada e quanto mais seu “achismo” gerar expectativa, mais o mercado irá te frustrar. A melhor condição operacional de um day trader price taker, ou seja, cujo lote não tem poder de influenciar a história, é manter a cabeça aberta para ler o que o mercado está dizendo, com o mínimo de viés. Obviamente é uma tarefa desafiadora, já que faz parte dos humanos tentar adivinhar o que vai acontecer baseado em suas crenças. As expectativas são as crenças projetadas uma vez que só projetamos algo que julgamos ter vivido.

Dessa forma, o mais correto é alinhar suas crenças às realidades do mercado e passar a ter uma relação mais neutra com o mercado, buscando entender o que ele está dizendo e não buscando encontrar o que você procura ou o que o seu viés te induz a procurar. Por exemplo, se você acordar achando que o mercado vai subir, você está com viés. Até ai sem problemas desde que você mantenha a mente aberta e saiba reconhecer fatos contrários ao seu viés. Sua situação complica se esse “achômetro” for sem fundamento ou ainda se for embasado por variáveis que não possuem causalidade com o preço. Nesse dia, você tende a buscar somente fatos que confirme seu viés de alta e tende a desconsiderar qualquer fato que negue seu viés. Ter viés, por si só não é ruim, entretanto é saudável que você mantenha a mente aberta aos novos fatos. A grande sacada é saber o que olhar no mercado e quais são os fatos que merecem destaque. Essa é a grande vantagem do tape reading, uma vez que as variáveis são objetivas e possuem causalidade real com preço mantendo a mente naturalmente alinhada ao fluxo dos mercados.

VISUALIZAÇÃO Também conhecida como psicocibernética, a visualização é uma ciência ou um sistema de conhecimento que permite realização de alterações significativas na forma como você pensa, sente ou age/reage a tudo na vida. A palavra cibernética vem de uma palavra grega, que significa timoneiro, ou seja, alguém que guia ou regula qualquer coisa. A ciência da cibernética, por sua vez, estuda sistemas automáticos de orientação, como aqueles que permitem que um míssil guiado encontre seu alvo, que um computador resolva problemas complexos, ou que robôs realizem sequências complicadas de tarefas automaticamente. Nosso subconsciente é na verdade um servomecanismo de “atingir meta” e a psicocibernética é a ciência que estuda o sistema de orientação da mente humana.

Quem apresentou a psicocibernética ao mundo foi o doutor Maxwell Maltz, um renomado cirurgião plástico e que lançou o livro Psycho Cybernetics em 1960. Dr. Maxwell havia operado milhares de pessoas e percebeu que algumas pessoas que passavam por alterações faciais significativas ainda continuavam apresentando personalidade deprimida e ou com baixa autoestima. Ao mesmo tempo em que pessoas com pequenas alterações faciais simplesmente transformavam positivamente suas personalidades. Dr. Maxwell descobriu que a chave não estava necessariamente na transformação externa, mas sim na transformação da imagem que a pessoa tinha sobre si mesmo, ou autoimagem. Tudo que as pessoas pensam sobre si mesmas constituem suas autoimagens e essas por sua vez norteiam todas suas atitudes e sensações. A técnica de visualização consiste em fazer exercícios mentais simples e proporciona resultados surpreendentes. Diversos esportistas de sucesso praticam visualização e nós aplicamos esta técnica, diariamente, no operacional. Independentemente de seu estágio operacional, os exercícios de visualização podem te ajudar. Se você está com baixa autoestima, pode visualizar para alterar esse quadro. Se estiver precisando perder o medo de clicar para entrar na operação, poderá visualizar para perder o medo de clicar. Se estiver hesitando em “stopar” poderá visualizar e treinar vários tipos de stop. Se já for um trader experiente e estiver precisando mudar o operacional, poderá visualizar para ajuda-lo a encontrar novas oportunidades e etc. As possibilidades são diversas.

ZÉ COM ZÉ É o nome dado ao negócio realizado no mercado em que tanto o comprador quanto o vendedor eram o mesmo comitente, ou seja, o mesmo CPF ou mesmo CNPJ. O Zé com Zé pode ser feito através da mesma corretora, ou através de corretoras diferentes.

Até agosto de 2012, todos os negócios Zé com Zé eram cancelados ao final do dia. A bolsa reconhecia que o negócio era gerado pelo mesmo comitente e avisava as corretoras para cancelar tais negócios. Entretanto, a partir de agosto de 2012 a bolsa passou a considerar o Zé com Zé como negócio, ou seja, não mais cancela. Dessa forma, reduziu a burocracia e o trabalho dos back-offices de corretora e passou a taxar tais operações com cobrança normal de corretagem e todos os “custos bolsa”. Obviamente a prática de Zé com Zé, não é legalizada e a bolsa costuma fiscalizar tais operações e eventualmente aplica punições. Um ou outro Zé com Zé é até normal e nós mesmos acabamos fazendo, já que existem situações onde temos ordens penduradas e algumas vezes não dá tempo de cancelar tal ordem antes de agredir a fila. A Bolsa se preocupa especialmente com o Zé com Zé proposital para manipular o mercado, o que é prática constante em alguns mercados. A maior parte dos players (inclusive os price makers) acompanham as negociações no mercado. Obviamente um price maker possui um processo decisório macro fundamentado, ou seja, não toma decisão baseado somente nas informações geradas na tela, mas sim em variáveis econômicas. Mesmo estes players, também consideram oferta e demanda do mercado como um todo. Em diversas ocasiões, algum player coloca diversos lotes na venda, por exemplo, para induzir o mercado a acreditar que tem compradores reais e acaba agredindo suas próprias ordens de venda, através de outra corretora. Quando lotes grandes na venda são consumidos nós telespectadores pressupomos que o agressor (comprador) pode carregar alguma informação superior ou simplesmente tem mais lote para agredir. Esse tipo de prática induz o mercado e é manipulação de preços, mas apesar da ilegalidade, ocorre com certa frequência.

ZERADO Indica que um player ou trader não mantém nenhuma exposição em determinado ativo. Para um trader zerar uma posição de compra, ele deve necessariamente executar uma ordem de venda em igual quantidade à posição de compra. Da mesma forma que um trader vendido, para zerar sua exposição de venda, deve executar uma compra em igual quantidade à posição inicial. Quanto menor o lote, mais fácil é zerar, pois não há impacto significativo sobre os preços. Entretanto, para os price makers, zerar lotes grandes torna-se uma atividade desafiadora já que a “zerada” tem que ser fracionada e sem que o mercado perceba.

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Bem... Assim terminamos este material! Esperamos de verdade que tenha gostado e que tenha aprendido, não só termos novos, mas também alguns conceitos relevantes para evoluir em suas operações. Este material faz parte da nossa “missão” pessoal (vamos assim dizer) de difundir informação de qualidade e que efetivamente ajude as pessoas a crescerem. Se você gostou desse material e se acredita que valeu a pena ter investido seu tempo na leitura,

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www.scalpertrader.com.br Um Grande Abraço e como não podíamos deixar de dizer... Atitude Vencedora! André Hanna e André Antunes

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