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HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS NO ENSINO TÉCNICO E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DE JOVENS EMPREENDEDORES Camila Camargo Aguiar, Caroline Kraus Luvizotto, Ivone Schimith Tambelli Mestrado em Educação – UNOESTE. E‐mail:
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RESUMO O presente artigo discute as habilidades e competências adquiridas no ensino técnico em especial o curso de Administração da Instituição Centro Paula Souza concernente à formação de jovens empreendedores. A exigência em formar cidadãos críticos e conscientes de sua responsabilidade social tem aumentado nos últimos anos e este contexto aponta para a necessidade de um perfil empreendedor, um profissional que se arrisca, que identifica as ameaças e oportunidades organizacionais. O estudo apresenta o contexto histórico da Instituição Centro Paula Souza e sua ênfase no desenvolvimento de habilidades e competências para a formação técnica, facilitando o ingresso no mercado globalizado frente às adversidades do contexto social. A educação se torna ponto de referência, destacando‐se a importância das escolas técnicas no Brasil que vêm contribuir com ferramentas primordiais como a questão empreendedora para a atuação no mercado de trabalho. Palavras‐chave: Ensino Técnico; Habilidades; Competências; Mercado de Trabalho; Centro Paula Souza. INTRODUÇÃO Diante do contexto global, a nova economia dita o ritmo frenético das transformações mundiais, reformulado o cenário empresarial, obrigando as organizações a assumirem um papel fundamental no processo social contemporâneo. No que tange as mudanças econômicas, o administrador empresarial ao gerir os negócios, deve atentar‐se à expansão econômica, efeitos da inflação, comportamento dos preços, renda per capita, política salarial e aumento de renda, custo de vida, especialização da mão de obra e progresso tecnológico (PANEGALLI, 2010). A sociedade vem enfrentando uma nova e moderna tendência caracterizada pela informação e tecnologia acirrada. Frente às adversidades desse novo contexto social, faz‐se necessário adquirir o uso de novas técnicas e conhecimentos com a finalidade de buscar um desenvolvimento apropriado para o mundo globalizado, pois são fundamentais para garantir a sobrevivência nesta grande concorrência global pelo capital. As organizações e grandes corporações estão em busca constante de capital intelectual, ou seja, pessoas com qualificação e competências para atuar no mercado de trabalho.
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Com base no cenário atual, a educação se torna ponto de referência. Destaca‐se aqui a importância das escolas técnicas no Brasil para contribuir com ferramentas na formação de jovens empreendedores para a atuação no mercado de trabalho. A sociedade contemporânea exige a formação de cidadãos plenos, ou seja, críticos e conscientes de suas responsabilidades no contexto social. Por sua vez, a escola tem por objetivo formar cidadãos com as características exigidas pela sociedade. No entanto, para atingir tais objetivos a escola precisa se adequar e estar atenta às mudanças no contexto globalizado. Esse estudo reconhece que certamente há um mercado para o profissional técnico, uma vez que, com a modernização da indústria e da agricultura, ampliou‐se a necessidade de mão de obra qualificada, aumentando a demanda por um profissional que tenha competências específicas para atender às necessidades do mundo do trabalho. Diante do exposto o objetivo geral desse artigo é discutir a importância e a contribuição do ensino técnico da Instituição Centro Paula Souza, em especial do curso de Administração, na formação de jovens empreendedores por meio das habilidades adquiridas que possibilitam a adaptação do cidadão às modificações tecnológicas. Como metodologia e coleta de dados utilizou‐se de pesquisa bibliográfica e documental em que se recorreu a várias fontes, entre, livros, revistas científicas, lei de diretrizes Brasileiras (LDB), entre outros, que proporcionassem a possibilidade de se atingir aos objetivos traçados nesse artigo. Os dados foram analisados a partir da abordagem qualitativa e da análise crítica destes dados. INSTITUIÇÃO CENTRO PAULA SOUZA A Instituição Centro Paula Souza iniciou suas atividades em seis de outubro de 1969. Mas as primeiras reuniões do Conselho Estadual de Educação para a criação da instituição aconteceram em 1963, quando surgiu a necessidade de formação profissional para acompanhar a expansão industrial
paulista.
A ideia de criar um Centro Estadual voltado para a Educação Tecnológica ganhou consistência quando Roberto Costa de Abreu Sodré assumiu o governo do Estado de São Paulo, em 1967. Em outubro de 1969, o governador Abreu Sodré assinou o Decreto‐Lei que criou a entidade autárquica destinada a articular, realizar e desenvolver a educação tecnológica nos graus de ensino Médio e Superior. Autarquia do governo de Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, o Centro Paula Souza administra 207 Escolas Técnicas (ETECS) e Colloquium Humanarum, vol. 9, n. Especial, jul–dez, 2012
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55 Faculdades de Tecnologias (FATECS) estaduais em 159 municípios paulistas. As ETECS atendem cerca de 226 mil estudantes nos Ensinos Técnico e Médio. Atualmente, são oferecidos 120 cursos técnicos para setores Industrial, Agropecuário e de Serviços. Este número inclui três 3 cursos técnicos oferecidos na modalidade semipresencial, 20 cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e 2 cursos técnicos integrado ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Já nas FATECS mais de 59 mil alunos estão matriculados nos 61 cursos de graduação tecnológica. A Missão do Centro Paula Souza é promover a educação profissional pública dentro de referências de excelência, visando ao atendimento das demandas sociais e do mundo do trabalho. Sua Visão é consolidar‐se como centro de excelência e estímulo ao desenvolvimento humano e tecnológico, adaptado às necessidades da sociedade. A IMPORTÂNCIA DO ENSINO TÉCNICO NO CONTEXTO GLOBAL E SOCIAL A sociedade contemporânea é marcada pela evolução tecnológica e pela necessidade de geração de novos conhecimentos. Esse fato exige transformações constantes. “Nesse contexto, a educação tem papel fundamental. Cabe a ela visar o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1988, art. 205). Como diz Littieri (citado por Kuenzer, 1986 p.48): A educação técnica tem como tarefa restituir ao homem a possibilidade de realizar suas capacidades e desenvolver‐se através do trabalho, isto é a possibilidade de conhecer, apropriar‐se e de transformar o processo de produção aproveitando as potencialidades do desenvolvimento técnico. Richadson (1988) diz que a escola de segundo grau em especial a escola profissionalizante é responsável pelo atendimento das necessidades de mão de obra para o desenvolvimento sócio econômico e prepara jovens para desenvolver suas potencialidades e habilidades técnicas para assumirem um lugar de destaque dentro das organizações A escola, sendo um subsistema social é uma organização com a missão de educar, requerendo uma gestão eficaz dos recursos, um funcionamento eficiente, trabalha em equipe e distribuição de responsabilidades enquanto organização devendo responder por objetivos relativos ao cumprimento de bons serviços que garanta o acesso universal e maximize as possibilidades de todos os alunos atingirem níveis elevados de sucesso escolar. Colloquium Humanarum, vol. 9, n. Especial, jul–dez, 2012
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A questão Empreendedora Frente às novas economias e novas demandas do setor empresarial, evidencia‐se a formação profissional. Diante do exposto constatou‐se uma série de causas a questão da formação profissional e da busca pela qualificação. Podemos começar com a questão de darmos respostas rápidas e flexíveis a situação de mudança, quer no que diz respeito à inovação tecnológica, e no tocante mercado de trabalho. Levar em conta as transformações das empresas na era da informação e a busca constante de pessoas preparadas para atuar no mercado. Questões essas se tornam desafios postos à formação profissional, em geral, pelo chamado setor moderno e integrado das economias nacionais. No que tange o termo empreendedorismo a palavra mudança se torna necessária dentro do contexto. Mudança é a passagem de um estado para outro. É a transição de uma situação para outra situação diferente. Mudança representa transformação. Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente, aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovadora de se dedicar às atividades de organização, administração, execução; principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos produtos, ou serviços; gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. Os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. É o ato que contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza. Não existe algo chamado de “recurso” até que o homem encontre um uso para alguma coisa na natureza e assim o dote de valor econômico [...] (DRUCKER, 1996, p. 36). Também é utilizado no cenário econômico para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia. Vale ressaltar o termo Intraempreendedor que foi introduzido por Gifford Pinchot, em 1985. Ou seja, uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma empresa, sendo uma modalidade de Empreendedorismo praticado por funcionários dentro da empresa em que trabalham. São profissionais que possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas oportunidades para estas organizações. São eles que ajudam a movimentar a criação de ideias dentro das organizações, mesmo que indiretamente. Todos os dias entram no mercado centenas de novas empresas, boa parte delas cheias de novas ideias, empreendedores. Por este motivo, as organizações estão em busca de colaboradores Colloquium Humanarum, vol. 9, n. Especial, jul–dez, 2012
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que possam oferecer algo mais, ou seja, habilidades e competências, pessoas dedicadas, inovadoras em relação às ideias brilhantes, com senso crítico e acirrado, que trabalhem como verdadeiros sócios do negócio. Este modelo de colaborador é chamado de intraempreendedor. Diante desse enredo a instuição Centro Paula Souza enfatiza a questão empreendedora na formação dos jovens egressos. Na ementa dos cursos de Administração principalmente são ressaltadas as habilidades e competência emprendedoras e são discutidas em sala de aula pelo professor através de conceitos, exercícios práticos, situaçãoes reais, estudos de caso de empresas de sucesso e insucesso, desafiando o aluno a se encaixar ao perfil empreendedor que hoje é tão solicitado pelo mercado, como pessoa ética, desafiadora, persistente ao ponto de se arriscar ou seja correr riscos calculados, perfil de liderança e trabalho em equipe, características essas que fazem a diferença, como já foi destacado no texto, facilitando dessa forma o jovem adentrar ao mercado tão competitivo que exige diversos perfis entre eles o perfil empreendedor. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NA FORMAÇÃO DE JOVENS EMPREENDEDORES DO CENTRO PAULA SOUZA Administrar é um processo Contínuo e sistêmico que envolve uma série de atividades, assim como planejar, organizar, dirigir e controlar recursos e competências para alcançar metas e objetivos da organização O Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, instituição de desenvolvimento tem como objetivo, trabalhar a fim de que os profissionais que se formam no curso de Administração possam e tenham capacidade de atuar junto ao mercado de trabalho. A necessidade e pertinência da elaboração de um currículo adequado às demandas do mercado de trabalho, à formação do aluno e aos princípios contidos na L.D.B. e demais legislações vigentes, levou o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, sob a coordenação do Prof. Almério Melquíades de Araújo, Coordenador de Ensino Médio e Técnico, a instituir o “Laboratório de Currículo”. O Curso de Técnico em Administração tem como objetivos: ‐ Formar profissionais com competências e habilidades em Administração que lhes possibilite enfrentar os desafios relativos às transformações sociais e no mundo do trabalho. O Técnico em Administração exercerá suas funções de acordo com o estabelecido nos dispositivos legais: Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965; Decreto nº 61.934, de 22 de dezembro de 1967; * A Lei nº 4.769/65 sofreu alterações pelas Leis nº 6.642/79 e 8.873/94. Dentro das Habilidades e Competências adquiridas no curso de Administração, vale destacar: Identificar e possuir uma visão sistêmica da Organização; reconhecer e definir Colloquium Humanarum, vol. 9, n. Especial, jul–dez, 2012
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problemas; equacionar soluções; pensar estrategicamente; introduzir modificações no processo produtivo; atuar preventivamente; transferir e generalizar conhecimentos e exercer; em diferentes graus de complexidade; o processo da tomada de decisão; desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais; desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e se expressando de modo crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais; possuir iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício profissional e desenvolver a capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando‐se profissional adaptável. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode‐se identificar que frente às adversidades sociais e perante o mercado global, era da tecnologia acirrada, a educação se torna ponto de referência e se faz necessário à busca pelo conhecimento, ou seja, ressaltar aqui a importância da formação técnica no que tange um aprendizado rápido proporcionando ao cidadão habilidades e competências empreendedoras facilitando seu ingresso no mercado de trabalho. O ensino técnico em especial o curso de Administração está preocupado em aprimorar a cada dia as ferramentas de gestão, habilidades e competência no que tange a formação, também identificando as demandas sociais e do mercado de trabalho, aperfeiçoando continuamente os processos de planejamento, gestão e as atividades operacionais e administrativas para melhor atender os requisitos no processo de aprendizagem, formando o perfil empreendedor. REFERÊNCIAS BRASIL. CONSTITUIÇÃO. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 4.ª ed. Série Legislação Brasileira. São Paulo: Saraiva. 1988. DRUCKER, Peter F. Inovação e Espírito Empreendedor (Entrepreneurship): Prática e Princípios. Ed. Pioneira; São Paulo; 1996. EMPREENDEDORISMO: empreendedores e proprietários‐gerentes de pequenos negócios (1999)‐ Revista de Administração, São Paulo v.34, nº2, p.05‐28 Filion, Louis Jacques Colloquium Humanarum, vol. 9, n. Especial, jul–dez, 2012
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KUENZER, Acácio Z. Educação e Trabalho: Questões teóricas. Revista Brasileira de Administração da Educação. Porto Alegre. V 4 nº 1 p.36;49, 1986. RICHARDSON, Roberto J. A intervenção do estado e a relação escola – trabalho no Brasil. Revista Brasileira de A Administração da Educação. PANEGALLI, José Carlos. O cenário econômico e a gestão empresarial. 2010. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe‐se/artigos/o‐cenario‐economico‐e‐a‐gestao‐ empresarial/39041/. Acesso em: 09 de ago. 2012
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