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Expresso BMI Projeção de PIB para o Quarto Trimestre de 2013 24 de Fevereiro de 2014

Nossa expectativa para a divulgação do resultado do PIB do quarto trimestre de 2013 não descarta a hipótese de que a economia brasileira tenha passado por uma recessão técnica durante o segundo semestre do ano passado (Gráfico 1). Em 2013 o PIB brasileiro deve ter crescido 2,1%.

Gráfico 1: Taxa de Crescimento do PIB (tst, %)

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

PIB: 0,1% Com a divulgação dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços e com a tradução dos indicadores da Pesquisa Industrial Mensal para as categorias de produto adotadas no Sistema de Contas Nacionais decidimos revisar a nossa expectativa para o crescimento do PIB durante o último trimestre de 2013 de 0,3% para 0,1%, como mostra a Tabela 1.

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Tabela 1

Atividade

2013/2012

4T2013/4T2012 4T2013/3T2013

PIB

2,1%

1,1%

0,1%

Agropecuária

7,4%

4,1%

0,6%

Indústria

1,2%

1,1%

-0,4%

Serviços

1,8%

1,0%

0,2%

Impostos

3,2%

2,4%

Consumo das famílias

2,3%

2,0%

0,7%

Consumo da administração pública

1,7%

1,5%

0,6%

Formação bruta de capital fixo

5,7%

3,1%

-1,5%

Exportações

2,4%

5,1%

3,8%

8,7%

6,2%

0,9%

Importações

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

Oferta 1. Agropecuária: 0,6% A projeção do crescimento da atividade agropecuária não foi revisada. Seu principal determinante é o crescimento no volume da colheita da cana-de-açúcar (6,1%), acompanhado de um substancial aumento na sua produtividade (a área plantada cresceu somente 0,1% no período). Com isso, a atividade agropecuária deve ter crescido 0,6% durante o quarto trimestre de 2013 e 7,4% no acumulado do ano. A decomposição desse crescimento entre produtos agrícolas, pecuários e secundários é mostrada na Tabela 2. Tabela 2

Categoria

4T2013/4T2012

Agrícolas

5,2%

Pecuários

2,5%

Secundários

0,0%

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

2. Indústria: -0,4% Como mostra a Tabela 3, a indústria de transformação é o destaque negativo do quarto trimestre de 2013, acentuando a perspectiva de queda indicada nos dados do trimestre anterior. Também

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com um resultado negativo, a indústria extrativa deve ter contraído 1,1% no período, revertendo parte da alta de 3,0%1 do trimestre anterior. Por outro lado, a produção de eletricidade deve acelerar: de 1,0% no segundo e terceiro trimestres para 1,6% no quarto. Contabilizando todos esses efeitos, em 2013 a atividade indústrial deve ter crescido 1,2%. Tabela 3

Atividade

4T2013/4T2012 4T2013/3T2013

Indústria extrativa

-2,1%

-1,1%

Indústria de transformação

0,4%

-1,4%

Construção

2,4%

0,0%

Produção de eletricidade

3,7%

1,6%

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

3. Serviços: 0,2% Na Tabela 4 estão as nossas projeções para o crescimento de cada uma das atividades do setor de serviços. Apesar das expressivas altas nas atividades de intermediação financeira e seguros, outros serviços e serviços imobiliários, esses movimentos são suavizados quando contabilizados também o crescimento de cada uma dessas atividades durante o terceiro trimestre: sob essa ótica somente a atividade de serviços de informação e dos serviços oferecidos pela administração pública estão crescendo, em taxas anualizadas, acima de 2,0%. Em particular, a atividade de intermediação financeira deve apresentar crescimento nulo durante os três últimos trimestres de 2013 Tabela 4

Atividade

4T2013/4T2012 4T2013/3T2013

Comércio

1,7%

-0,2%

Transporte, armazenagem e correio

2,0%

0,3%

Serviços de informação

4,5%

2,2%

Intermediação financeira e seguros

0,0%

0,7%

Outros serviços

-1,2%

0,7%

Serviços imobiliários e aluguel

2,5%

1,1%

APU, educação e saúde pública

2,3%

0,4%

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

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As taxas de crescimento ajustadas sazonalmente foram revisadas utilizando as nossas projeções como o valor oficial a ser divulgado para o quarto trimestre de 2013.

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4. Impostos: 2,4% AsA A desaceleração nesta rubrica se deve principalmente ao desempenho mais fraco da indústria de transformação e do comércio.

Demanda Projetamos uma descaleração no consumo das famílias para o quarto trimestre do ano, assim como uma atenuação no ritmo de contração da formação bruta de capital fixo (que deve apresentar contração de 2,3% no terceiro trimestre de 2013). Além disso, refletindo a evolução do déficit em transações correntes verificada no quarto trimestre do ano passado, projetamos um aumento das exportações de bens e serviços não fatores levemente inferior às importações. Nossas estimativas contemplam uma redução dos estoques durante o período. Tabela 5

Agregado

4T2013/4T2012 4T2013/3T2013

Consumo das famílias

2,0%

0,7%

Consumo da APU

1,5%

0,6%

Formação Bruta de Capital Fixo

3,1%

-1,5%

Exportação

5,1%

3,8%

Importação

6,2%

0,9%

Fonte: IBGE. Elaboração: IBRE/FGV.

Vinícius Botelho e Silvia Matos