EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS APICAIS DE TANGO1 MOISÉS ALVES MUNIZ2, JOSÉ GERALDO BARBOSA2, MARIA YUMBLA ORBES3
RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes substratos para enraizamento de estacas apicais de tango. O experimento foi realizado em blocos casualizados, em esquema fatorial 9x2, sendo 9 substratos (casca de arroz carbonizada-CAC, serragem+esterco bovino(1:1 v/v), carvão vegetal, esterco bovino. pó de coco, vermiculita, serragem, perlita e areia) e 2 épocas de avaliação (14 e 21dias após estaqueamento), com 6 repetições. A caracterização física e química dos substratos mostrou diferenças significativas para porosidade total, densidade úmida e seca, capacidade de retenção de água, pH e condutividade elétrica. Para sobrevivência de mudas e número de estacas enraizadas todos os substratos proporcionaram 100% de sobrevivência de muda e enraizamento de estaca. Para número de raízes/estacas, número de raiz maior que 2cm, comprimento de maior raiz o aumento no dias após estaqueamento proporcionou aumento destas características. Carvão vegetal, esterco bovino, serragem+esterco bovino e areia proporcionaram maior eficiência no processo de enraizamento que CAC. Palavras-chave: enraizamento, substrato, Solidago canadensis, flor de corte
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Artigo apresentado no VII ENSub, 15-18 de setembro de 2010, Goiânia, Goiás
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Universidade Federal de Viçosa- UFV- Viçosa-MG-Brasil, emails:
[email protected];
[email protected]
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Eng. Agrônoma, e-mail:
[email protected]
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EFFECT OF DIFFERENT SUBSTRATES ON ROOTING OF GOLDENROD ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate different substrates for rooting tango. The experiment was conducted in randomized blocks in factorial scheme 9x2, 9 substrates (rice hulls, sawdust+manure (1:1 v/v), charcoal, manure, coconut fiber, vermiculite, sawdust, perlite and sand) and two times (14 and 21 days after stacking) with six replicates. The physical and chemical characterization of the substrates showed significant differences in total porosity, wet and dry density, water holding capacity, pH and electrical conductivity. Survival of seedlings and number of rooted cuttings all substrates provided 100% survival of seedling and rooting of cuttings. For number of roots/cutting, number of roots greater than 2 cm, length of longest root, the increase in the days after staking provided to increase these characteristics. Charcoal, manure, sawdust + manure and sand showed greater efficiency in the process of rooting that rice hulls. Key-words: rooting, substrate, Solidago canadensis, cut flower
INTRODUÇÃO Na floricultura a produção de mudas por meio da reprodução assexuada é um fator rotineiro, e dentre os vários métodos de propagação assexuada, a estaquia se faz presente, sendo que a produção de mudas de tango no país é feita exclusivamente por meio de estacas apicais. No processo de propagação por estaquia, diversos materiais são usados como substrato, entre eles, areia, casca de arroz carbonizada, terra, húmus, vermiculita, e, a mistura destes. Avery & Beyl (1991) afirmam que o uso de algumas tecnologias pode melhorar tanto a qualidade da muda quanto a porcentagem de enraizamento e qualidade das estacas
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enraizadas, destacando-se o uso de substratos mais adequados para proporcionarem maior enraizamento, melhor distribuição e conformação das raízes (Hartmann et al., 1997; Kreena et al., 2002; Ofori et al., 1996). O crescimento de raízes de plantas em vaso é condicionado a um volume limitado de substrato e, portanto este deve se aproximar das condições ótimas de desenvolvimento para cada espécie, sendo as características físicas e químicas fatores determinantes na escolha de um correto substrato. As propriedades químicas e físicas são inerentes a cada substrato em particular, assim diferentes substratos proporcionam diferentes propriedades. Verdonck (1983) afirma que as características físicas são mais importantes em um substrato, porque as relações entre água e ar não podem ser mudadas durante o cultivo. Assim, porosidade total, densidade seca, espaço de aeração e capacidade de retenção de água, são as principais características físicas a serem avaliadas em um substrato. No Brasil os principais substratos utilizados para enraizamento de plantas ornamentais herbáceas são a casca de arroz carbonizada, vermiculita e areia. Substratos alternativos à casca de arroz e vermiculita devem ser testados, uma vez que a casca de arroz esta se tornando um substrato de difícil aquisição e a vermiculita tem alto custo de aquisição. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar diferentes substratos de origem orgânica e mineral, e verificar sua eficiência no processo de enraizamento de estacas de tango.
MATERIAL E MÉTODOS Estacas apicais de tango foram colhidas de plantas matrizes, junto ao setor de floricultura da Universidade Federal de Viçosa. Imediatamente após a colheita as estacas tiveram seu tamanho padronizado em 5 cm. Após padronização as estacas tiveram 1 cm da sua base imersa em AIB (ácido indolbutírico), 2000 mg/kg, na formulação de pó e colocadas
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para enraizar, em bandejas com 256 células (45ml), em câmara de nevoeiro com sombreamento de 50%, com irrigação de 5 seg a cada 15min, durante o período diurno. No período noturno, entre as 22:00 a 02:00 h houve iluminação artificial, com a utilização de lâmpadas incandescentes (100W) colocadas 1m acima das estacas, espaçadas de 2m. O experimento foi realizado em blocos casualizados, em esquema fatorial 9x2, sendo utilizados nove substratos (casca de arroz carbonizada-CAC; serragem + esterco bovino-1:1 v/v, carvão vegetal; esterco bovino, pó de coco; vermiculita; serragem(oriunda de mistura de pinus e eucalipto, não compostada); perlita e areia de rio) e 2 épocas de avaliação (14 e 21dias após estaqueamento), com 6 repetições. 2.1- Caracterização dos substratos Para padronização da granulometria os substratos foram peneirados em malha de 3mm, sendo utilizada a granulometria inferior a 3 mm. Para a determinação das densidades de volume (seca e úmida) do substrato, utilizou-se o método descrito por HOFFMANN (1970), onde se considerou amostra úmida o material mantido sob condições do ambiente. Os valores da densidade de volume foram obtidos pelas seguintes fórmulas: Dúmida(Kg/m3)= (peso do material úmido(g)/volume(ml))/1000 Dseca(Kg/m3)= Dúmida x matéria seca(%)/100 A porosidade total foi determinada de acordo com metodologia utilizada para solos sugerida pela Embrapa (1997), utilizado à seguinte formúla: PT (%)= (Dr-Da)*100/Dr, onde: PT= porosidade total; Dr= densidade real;
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Da=densidade aparente A capacidade de retenção de água por embebição foi determinada pela adição de 150ml de substrato, em uma proveta, de 500ml de capacidade, contendo 150ml de água lendo-se imediatamente o volume total. As provetas foram vedadas com papel alumínio para evitar a perda de água por evaporação. Após 24h foi realizada a leitura do volume contido na proveta, cujos valores foram subtraídos do valor do volume inicial, obtendo-se o valor da capacidade de retenção de água pela seguinte formula: CRA(cm3/cm3)=((volume total-volume após embebição)/volume do substrato), em que; CRA= capacidade de retenção de água; A condutividade elétrica (CE) e pH foram determinados em água conforme metodologia sugerida pelo MAPA na Normativa n.17 Brasil (1997), para substrato. 2.2- Características avaliadas As características biométricas avaliadas foram: número de raízes, comprimento da maior raiz, número de raízes maiores que 2 cm, massa seca de raiz e sobrevivência de mudas (7 dias após plantio). Para avaliação da sobrevivência, 10 mudas de cada tratamentos foram retiradas da câmara de nevoeiro nas diferentes épocas de avaliação e levadas para um canteiro onde se realizou o plantio em campo aberto, as mudas ficaram exposta à radiação solar direta, sendo o plantio realizado antes das 08:00 h, seguido de irrigação. Diariamente, até o sétimo dia após plantio, as mudas foram irrigadas duas vezes ao dia (antes das 8:00 h e entre 16:00 e 17:00 h). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias submetidas ao teste Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A densidade úmida do substrato areia apresentou valor superior aos demais, pó de coco apresentou a menor densidade úmida (Tabela 1), enquanto os substratos vermiculita, perlita e CAC apresentaram densidades estatisticamente iguais. A densidade que um substrato apresenta permite predizer sobre outras características como porosidade, água disponível, espaço de aeração. Uma vez que o aumento da densidade reduz a porosidade e muda a relação ar/água do substrato (Bunt, 1983). Ballester-Olmos (1992), relata que em substrato busca-se uma baixa densidade, considerando o intervalo entre 100 a 800 kg m-3, tendo valores referenciais de 300 a 0,5 kg m-3, para a grande maioria de plantas cultivada em vaso. Podemos verificar que carvão vegetal e esterco bovino, ficaram dentro da faixa considerada como ideal (Tabela 1).
Tabela 1. Densidade úmida (DU), densidade seca (DS), porosidade total (PT), capacidade de retenção de água (CRA), pH e condutividade elétrica (CE) de substratos utilizados no enraizamento de estacas apicais de tango. Substratos
DU
DS
——kg m-3——
PT
CRA
m3.m3
m3m-3
pH
CE mS cm-1
Serragem
180 E
160 D
0,88 AB
0,81 B
3,93 E
0,31 B
Carvão Vegetal
420 B
380 B
0,73 C
0,83 B
8,03 A
1321,3 A
Vermiculita
160 EF
150 D
0,87 AB
1,00 A
7,12 C
0,12 B
Perlita
140 EF
140 D
0,90 A
0,57 D
6,92 C
0,05 B
Areia
1390 A
1370 A
0,58 D
0,39 E
7,54 B
0,08 B
CAC
140 EF
110 DE
0,92 A
0,57 D
7,71 B
0,21 B
Serragem+Esterco
260 D
220 C
0,81 ABC
0,84 B
7,16 C
1389,33 A
Esterco bovino
340 C
270 C
0,75 BC
0,68 CD
8,07 A
1372,4 A
Pó de coco
120 F
70 E
0,91 A
0,80 BC
4,83 D
741,63 AB
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
A maior porosidade total foi observada para CAC, seguida pelo pó de coco e perlita, sendo superiores a areia e carvão vegetal. Os valores observados para CAC e pó de coco
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corroboram com os de Mello (2006) que observou porosidade de 90% para CAC e 94% para pó de coco. Segundo Riviere (1980), o valor de porosidade total deve ser de 75%, enquanto para De Boodt & Verdonck(1972) e Verdonck (1983) deve ser de 85%, assim podemos verificar que apenas os substratos esterco e serragem +esterco bovino
proporcionaram
porosidade total dentro da faixa sugerida. Maiores valores de pH foram detectados nos substratos carvão vegetal e esterco bovino sendo superior aos demais substratos, já o menor valor foi detectado no substrato serragem. A faixa ideal de pH recomendada para substratos é entre 5 e 6,5 (Verdonck & Gabriels,1988), comparando estes valores com os obtidos no experimento pode-se verificar que nenhum substrato proporcionou valor de pH dentro da faixa ideal. Mesmo com valores fora do ideal a variação de pH entre 3,93 (serragem) a 8,07 (esterco bovino) não impediu a formação de raízes. Estes resultados são semelhante aos encontrados Pereira et al. (2005) que, trabalhando com estacas semi-lenhosas de jabuticabeira, observou que o pH variando entre 3,5 a 6,5 não impediu o enraizamento das estacas, tendo o melhor enraizamento em pH entre 4,5 a 5,5. Os valores de CE dos substratos serragem+esterco bovino, esterco bovino e carvão vegetal foram superiores aos demais substratos, observando-se grande variação, que, provavelmente, se deve à origem destes materiais, constatando-se valores elevados para os substratos com atividade química ou orgânicos à exceção dos observados para serragem, CAC e valores baixos para vermiculita, perlita e areia. A vermiculita se mostrou superior aos demais substratos quanto à capacidade retenção de água, enquanto a areia foi o substrato com menor capacidade de retenção. Apesar de ser uma característica muito importante para cultivo em vaso, pois a partir desta característica podemos montar um esquema de irrigação mais eficiente para plantas em vaso, para enraizamento de estacas sob nebulização tem pouca importância, pois em curto espaço de
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tempo as estacas estão sendo irrigadas, o que promove molhamento do substrato mantendo sua capacidade de retenção sempre próxima ao máximo. Não houve efeito de substrato ou de época de amostragem na porcentagem de enraizamento como também na sobrevivência de mudas obtendo 100% de enraizamento e sobrevivência de mudas. A falta de efeito de substrato para porcentagem de enraizamento e sobrevivência de mudas pode ser devido ao fato de que o tango é uma planta de fácil enraizamento, desta forma os diversos valores apresentados pelas diversas características avaliadas nos substratos não impediram o processo de diferenciação e crescimento de raízes. Aos 14 DAE o maior número de raízes foi obtido pelo substrato serragem+esterco bovino seguido pela areia, sendo superiores a perlita. Para 21DAE o substrato serragem+esterco continuou proporcionando maior número de raiz/estaca, seguido agora pela vermiculita e superiores a perlita (Tabela 2). Gonçalves & Minami (1994), estudando o enraizamento de Kalanchoe em diferentes substratos encontraram que os substratos onde a vermiculita se fazia presente com 75% , proporcionou maior numero de raízes /estaca, aos 30dias após estaqueamento. Luz et al. (2007), trabalhando com o enraizamento de hortênsia observaram que a areia proporcionou melhor qualidade de raízes superando vermiculita e o solo. Já Takeyoshi et al. (1984) trabalhando com enraizamento de crisântemo, verificaram que a CAC proporcionou o maior numero de raízes, enquanto que a vermiculita proporcionou níveis satisfatórios de enraizamento, embora tenha exigido maior tempo. Comercialmente a CAC é o substrato mais utilizado para enraizamento de estaca de plantas ornamentais como crisântemo e Kalanchoe, e tendo este substrato como referencial pode-se observar que o mesmo foi inferior aos demais para número de raízes/estaca (Tabela 2), podendo assim ser substituído por materiais que possibilitem maior resposta, levando-se em conta fatores como custo de aquisição, disponibilidade, sanidade, etc.
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Tabela 2. Número médio de raízes/estacas apicais de tango, em diferentes substratos aos 14 e 21 dias após estaqueamento. Substratos Serragem Carvão Vegetal Vermiculita Perlita Areia CAC Serragem+Esterco Esterco bovino Pó de coco
Dias após estaqueamento 14 21 12,50 ABa 21,83 ABa 17,83 ABa 25,16 Aa 23,83 ABb 35,16 Aa 6,50 Ba 5,50 Ba 25,16 Aa 24,00 Aa 15,50 ABa 26,00 Aa 26,83 Aa 22,83 ABa 21,66 ABb 35,66 Aa 12,16 ABb 29,66 Aa
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
Apenas pó de coco, esterco bovino e vermiculita propiciaram diferença para número de raiz/estaca entre as datas de avaliação sendo que aos 21DAE foi superior aos 14DAE (Tabela 2). Desta forma podemos inferir que aos 14DAE as estacas de tango já apresentavam números de raízes suficientes para o transplantio isto pode ser confirmado pela ausência de morte de estacas após o mesmo. A precocidade na elongação das raízes favorece a agregação do substrato à raiz, propiciando um bloco mais estável, minimizando os danos ao sistema radicular durante o plantio. Aos 14 DAE observa-se que os substratos esterco bovino e serragem +esterco proporcionaram número de raízes maior que 2 cm superior aos substratos perlita, areia e pó de coco. Houve aumento em todos os substratos para número de raízes maior que 2 cm com o aumento dos dias após estaqueamento, porém não diferindo entre si, exceto para perlita onde houve queda no número de raízes maior que 2 cm. Kampf et al. (1999) estudando a impedância mecânica em substratos, constataram que a maior força para penetração no substrato foi proporcionada pela perlita, fato este que pode explicar a queda no número de raízes maior que 2cm observados para perlita neste experimento.
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Tabela 3. Número médio de raízes maiores que 2 cm em estacas apical de tango em diferentes épocas de avaliação. Substratos Serragem Carvão Vegetal Vermiculita Perlita Areia CAC Serragem+Esterco Esterco bovino Pó de coco
Dias após estaqueamento 14 21 3,00 ABa 18,66 Ba 12,00 ABa 24,16 ABa 2,66 ABa 25,83 ABa 0,50 Ba 1,66 Ca 0,66 Ba 18,50 Ba 6,50 ABa 25,33 ABa 14,66 Aa 16,83 Ba 14,83 Aa 32,16 Aa 1,50 Ba 13,50 BCa
Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
Houve aumento no comprimento da maior raiz em todos os substratos, com o aumento dos dias após estaqueamento, observando-se que serragem, carvão vegetal, vermiculita e areia alcançaram superioridade aos 21DAE em comparação aos 14DAE (Tabela 4). Esterco bovino proporcionou maior comprimento de maior raiz aos 14DAE sendo superior aos substratos perlita, areia e serragem. Tabela 4. Comprimento da maior raiz (cm) em estacas apicais de tango, em diferentes épocas de avaliação. Dias após estaqueamento Substratos 14 21 Serragem 3,46 BCDb 6,83 ABa Carvão Vegetal 5,91 ABb 8,25 ABa Vermiculita 5,41 ABb 9,08Aa Perlita 0,86 Da 2,50 Ca Areia 1,56 CDb 5,25 BCa CAC 4,88 ABCb 8,58 ABa Serragem+Esterco 7,35 Aa 8,75 Aa Esterco bovino 7,78 Aa 8,08 Aba Pó de coco 6,61 ABa 7,83 ABa Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
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Aos 14DAE o substrato carvão vegetal proporcionou maior massa seca de raiz, sendo superiores a perlita e areia. Aos 21DAE constatou-se que não houve diferença para massa seca de raiz entre os substratos. (Tabela 5).
Tabela 5. Massa seca de raiz em estacas de tango, em diferentes substratos avaliados em diferentes dias após estaqueamento. Dias após estaqueamento Substratos 14 dias 21dias Serragem 0,02 Ba 0,01 Aa Carvão Vegetal 0,13 Aa 0,02 Ab Vermiculita 0,07 ABa 0,02 Aa Perlita 0,01 Ba 0,01 Aa Areia 0,03 Ba 0,01 Aa CAC 0,07 ABa 0,02 Aa Serragem+Esterco 0,08 ABa 0,03 Aa Esterco bovino 0,08 ABa 0,03 Aa Pó de coco 0,06 ABa 0,03 Aa Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
Somente houve correlação positiva e significativa para comprimento de raiz e CRA, e para massa seca de raiz e CE (Tabela 6) . Os coeficientes demonstram que para o aumento na CRA ocorre aumento de 0,61cm no comprimento da maior raiz, este aumento pode ser em decorrência da maior disponibilidade de água, o que favorece sua absorção e consequentemente a elongação da raiz. Segundo Engels et al. (1994), a maior capacidade de retenção de água reduz a força de penetração das raízes, favorecendo o crescimento da mesma.O aumento na CE promove aumento de 0,72g na massa seca da raiz, pois com o aumento da CE houve maior disponibilidade de sais na solução, ocorrendo maior absorção e consequentemente aumento na síntese de novos tecidos.
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Tabela 6. Coeficiente de correlação de Sperman (r) entre as variáveis fitotécnicas e as características físicas e químicas do substrato. Características do substrato
Características fitotécnicas
DU
DS
PT
CRA
pH
CE
Número de raiz/estaca
0,02ns
-0,01 ns
-0,14 ns
0,39 ns
0,13 ns
0,31 ns
Número de raízes maior que 2cm
0,08 ns
0,05 ns
-0,26 ns
0,23 ns
0,38 ns
0,31 ns
Comprimento maior raiz
-0,26 ns
-0,29 ns
0,09 ns
0,61*
0,11 ns
0,44 ns
Massa seca de raiz
-0,46ns
-0,50 ns
0,23 ns
0,51 ns
0,17 ns
0,72*
ns- não significativo, *significativo a 5% de probabilidade
As ausências de correlação entre as variáveis fitotécnicas com as características químicas e físicas encontradas neste experimento corroboram com os resultados obtidos por Salvador (1995), que observou baixa ou ausência de correlação entre as características do substrato e características fitotécnicas em plantas de samambaia (Polypodium aurem).
CONCLUSÃO
Houve 100% de enraizamento e sobrevivência de estacas de tango em todos substratos testados; Os diferentes valores das características química e física dos substratos não impediram o enraizamento das estacas de tango; Carvão vegetal, esterco bovino, serragem+esterco bovino e areia proporcionaram maior numero de raízes/estaca, número de raízes maior que 2 cm e massa seca de raiz, proporcionando melhor qualidade de mudas que CAC; O substrato perlita proporcionou resultados inferiores para todas as características avaliadas.
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