CULTURA E IDEOLOGIA
E aí, gente boa! Tudo certo? Vejamos algumas coisas interessantes e importantes para que possamos nos lembrar acerca de cultura e ideologia. Para facilitar nossos estudos, vou separar os temas desse resumo em tópicos, algo que fica mais claro e mais direto. Vamos lá?
ETNOCENTRISMO: compreender e aceitar a multiplicidade de identidades faz parte de uma noção de cultura mais abrangente. O etnocentrismo, ou seja, a ideia de que a minha etnia é mais importante que outras foge a essa defesa da multiplicidade étnica. Em certa medida, a ideia de padronização da sociedade pela indústria cultural e pela cultura de massa fortalece a noção de etnocentrismo. Você já viu algum filme na televisão falando sobre certos países, e como esses países são “melhores” do que os outros? Boa parte das manifestações de intolerância e de preconceito são baseadas em conceitos etnocêntricos. Vejamos o exemplo brasileiro, em que muitos consideram outras pessoas inferiores porque são de outros estados que não os seus. Talvez aí estejam localizados alguns dos principais perigos da Indústria Cultural, pois, ao promover padronização, pode promover também a intolerância.
TROCAS CULTURAIS: é pouco provável que possamos afirmar categoricamente ainda hoje em dia que existam culturas puras. No caso brasileiro isso fica bem evidente. Por conta de nossa formação étnica, somos inundados de culturas das mais diversas regiões do planeta, e isso nos enriquece muito. Mas a internacionalização da cultura pode ter impactos negativos? Sobre isso, outro conceito importante para entendermos a cultura e a ideologia é o conceito de globalização, pois as trocas culturais existem em níveis maiores em um mundo globalizado. A ideia de que o mundo se reconhece como um mundo interligado – a globalização – é muito recente. O historiador Eric Hobsbawm, no livro “A era do Capital” afirma que somente no final do século XIX é que as pessoas passaram a se reconhecer como membros de um mesmo mundo. feito que a própria cultura deu conta de realizar.
CULTURAS - POPULAR E ERUDITA: muitas vezes quando alguém fala em cultura se refere aos grandes músicos clássicos, aos teatros famosos, aos premiados e clássicos livros, ou mesmo a uma ideia de cultura europeia (olha o etnocentrismo agindo…). Isso seria o que comumente chamamos de Cultura Erudita. Mas o conceito de cultura, como vimos nas aulas desse módulo, transcende qualquer noção de cultura erudita ou cultura clássica. O que acontece normalmente é que, mesmo sabendo da existência de pelo menos dois tipos de cultura, há uma valorização da cultura erudita em relação à cultura popular, baseada em uma sabedoria popular, em manifestações que surgem dos povos, e não necessariamente de uma classe
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economicamente mais favorecida. O pensador russo Mikhail Bakhtin formulou o conceito de circularidade cultural, em que o autor defende a ideia de que não há uma cultura popular e uma erudita, mas que há uma única cultura que circula em diferentes classes, de acordo com a forma de interpretação desses elementos culturais pelas classes. Mas de qualquer forma, existindo ou não duas culturas distintas (popular e erudita) é importante ter em vista a relevância de todas as formas de manifestação cultural na sociedade, da música clássica ao funk.
Fonte: sociedadememe.wordpress.com
DOMINAÇÃO DA CULTURA: em um famoso livro chamado “Sociedade do Espetáculo”, Guy Debord defendeu a ideia de que todos seguimos as normas de uma sociedade voltada ao espetáculo, em que vivemos sob a dominação de um padrão, tentando sempre repeti-lo. Acontece que mesmo na teoria de Adorno e Horkheimer, no pensamento de Guy Debord ou no livro de George Orwell, “1984”, muitas críticas podem ser realizadas, como as críticas de Walter Benjamin à expressão “cultura de massa”. Não podemos acreditar que há uma padronização sem resistência, que todos seguimos o que a mídia dita, como se fôssemos apenas uma massa homogênea sem reação. Isso seria assumir nossa incapacidade frente aos dominantes – algo que, sinceramente, assim como Benjamin, não consigo acreditar e, pelo contrário, a indústria cultural pode ajudar a criar um desenvolvimento no caminho de uma boa sociedade. Portanto cuidado: nem sempre tudo está dominado.
INTERNET E INCLUSÃO DIGITAL: a internet foi criada para a guerra. Nada de novo no front, pois muitos outros equipamentos utilizados hoje em dia também foram criados com o mesmo objetivo – haja vista o carro e a calça jeans. A questão é que anos depois de sua criação, e mesmo depois do final de tantas guerras, a internet se tornou um meio de comunicação importante e que também caiu nas mãos da indústria
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cultural. Não nos enganemos: tudo o que vemos nas plataformas digitais de redes sociais nos é mostrado com base em algo que, a princípio, nos interessa, e que pode ser vendido. Tudo com base na cultura-mercadoria, conceito abordado em uma de nossas aulas aqui. É claro que é necessário colocar isso em termos de classe. Nem todos têm acesso à internet no Brasil, e o programa de inclusão digital elaborado nos últimos anos tem dado conta de suprir essas dificuldades digitais, mas não podemos nos esquecer que essa inclusão também tem em vista uma lógica de expansão do consumo e da influência do Estado e do mercado – com todas as ressalvas sobre influência que já vimos aqui. Espero que este resumão te ajude a mandar muito bem na prova, caro(a) estudante mesalveano! Nos vemos nas próximas aulas. Bons estudos! Segue aí uma lista de livros e filmes para estudar de forma mais divertida. PARA ESTUDAR LENDO: José Luiz dos Santos. O que é cultura? Editora Brasiliense, 1994. Marilena Chauí. O que é ideologia? Editora Brasiliense, 1997. PARA ESTUDAR NO CINEMA: O quarto poder. Dir. Costa-Gravas, 1997. Muito Além do Cidadão Kane. Dir. Simon Hartog, 1993. Quanto vale ou é por quilo? Dir. Sérgio Bianchi, 2005.
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