CRAS - +Telecentros

2º ENCONTRO REGIONAL DE CRAS - ITAGUAÍ, PIRAÍ, QUATIS, VALENÇA E VOLTA REDONDA - RJ Centros de Referência em Assistência Social - CRAS 2º Encontro Re...
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2º ENCONTRO REGIONAL DE CRAS - ITAGUAÍ, PIRAÍ, QUATIS, VALENÇA E VOLTA REDONDA - RJ

Centros de Referência em Assistência Social - CRAS 2º Encontro Regional de CRAS

Eng. Paulo de Frontin, 17 a 19 de junho de 2013

O eixo CRAS do Projeto + Telecentros buscou mapear e produzir experimentações com base nas potências da interface entre as políticas relativas a assistência social e inclusão digital. Em um primeiro momento, pesquisou referências bibliográficas, bancos de dados oficiais e fez visitas a CRAS. Os desdobramentos foram alinhados entre Ministério das Comunicações (MC) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e apontaram como ação articular uma rede entre profissionais de CRAS, sendo o Rio de Janeiro território escolhido. O primeiro encontro aconteceu em Piraí nos dias 1, 2 e 3 de abril e teve sua pauta construída com base nas demandas colhidas nas visitas aos CRAS de Itaguaí, Piraí, Quatis, Valença e Volta Redonda. Promoveu conversações a fim de possibilitar a articulação de uma rede entre profissionais de CRAS, e mapeou e definiu uma continuidade das ações coletivas a distância através de uma lista de e-mails. O segundo encontro aconteceu em Eng. Paulo Frontin e teve como foco principal o compartilhamento de narrativas e histórias, a reflexão sobre instituído e instituinte, além de discussões propostas pelos próprios participantes e discussões sobre os alcances e desdobramentos do Projeto.

Vídeo rememorando e Café Colaborativo Manhã do dia 17 de junho

Objetivo da atividade Retomar o 1º Encontro Regional de CRAS Acolher os participantes Compartilhar o que aconteceu nos municípios depois do primeiro encontro

Atividade Começar o encontro com um vídeo rememorando, produzido a partir de registros feitos em abril, teve como intuito retomar o Projeto, os temas trabalhados, as atividades realizadas, o clima do encontro e a leveza das trocas. O café colaborativo, realizado logo em seguida, foi uma estratégia de conversação utilizada para possibilitar o compartilhamento de experiências e retomada de histórias desde o primeiro encontro entre os profissionais dos CRAS dos municípios do Rio de Janeiro. Os participantes foram convidados a sentar-se em mesas preparadas com toalhas de papel para anotações, canetinhas coloridas, comidas e bebidas, para conversar a partir da pergunta: “o que aconteceu desde o primeiro encontro?” Foram realizadas 2 rodadas de 20 minutos de discussão.

O que aconteceu desde o primeiro encontro?

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As conversas começaram com um compartilhamento da situação atual vivida por todos, as marcas do encontro anterior, alterações na prática de cada um, ideias novas a partir das trocas de experiência. Também puderam começar a discutir potências e desafios do uso de um espaço virtual, como a lista de e-mails, os espaços de construção coletiva e o fortalecimento da rede. A experiência de implementação do SMS Social também foi tema das mesas. Com relação à assistência social, narraram a participação em formações do estado, conferências e outros eventos.

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Apresentação e boas vindas Manhã do dia 17 de junho

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Objetivo da atividade Dar as boas vindas Conhecer os participantes Reapresentar brevemente o Projeto +Telecentros Apresentar a programação do encontro

Atividade Depois de um primeiro momento de conversa mais informal e atualização sobre tudo o que aconteceu nesses meses, a abertura do encontro foi feita destacando a presença de representantes do Ministério das Comunicações, Secretaria de Estado da Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro e Universidade Federal de São Carlos. Em seguida, foi feita uma reapresentação breve do Projeto +Telecentros. Os participantes foram convidados a dizer seus nomes e a instituição e município onde atuam. Por fim, a pauta do encontro foi compartilhada.

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Roda de conversa: Nelma Azeredo - sua história e o SUAS Manhã do dia 17 de junho

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Objetivo da atividade Conhecer a história de vida de Nelma Azeredo e sua trajetória no SUAS Relacionar trajetória pessoal e profissional Refletir sobre a participação de cada um na construção das políticas

Atividade A atividade consistiu em uma roda de conversa em que Nelma Azeredo, subsecretária de assistência social do estado do Rio de Janeiro, narrou sua biografia, tendo como fio condutor a relação desta com a política de assistência social.



Vocês são construtores de um sistema que tem dado a essa política a consequência que ela vai ter. O SUAS não é construção de meia dúzia, é construção de multidão. Nelma, durante o encontro



Foi em resposta a um anúncio de jornal contratando auxiliares assistenciais na década de 70 que Nelma iniciou sua trajetória na assistência social. De família humilde, trabalhou desde os 14 anos, tendo iniciado a faculdade de direito aos 20. Atuou em uma multinacional por algum tempo, até pedir demissão por não se sentir feliz profissionalmente. O anúncio era do Lar Fabiano de Cristo, para trabalhar com pessoas pobres, vulneráveis. Passou no processo seletivo e, depois de três meses como auxiliar, tornou-se supervisora da unidade. Tinha certeza de que era aquilo que a faria feliz.

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Dezoito anos na instituição permitiram que Nelma adquirisse experiência na organização de trabalhos com famílias e intervenção socioeducativa com crianças e adolescentes, para além do faculdade de Serviço Social que decidira, então, cursar. Militante e com boa inserção política, tinha o desejo de discutir as questões da assistência em âmbito governamental e compartilhar, ali, sua experiência: “ninguém tem uma ideia brilhante. Você pode ter uma boa ideia e compartilhar com outros”. Tornou-se subsecretária no Estado do Rio de Janeiro e, nesta função, teve como responsabilidade organizar a política em nível estadual, implementando ideias que colocassem em prática o que estava regulado pela LOAS. Era 1999, inicio do processo de descentralização da política de assistência social. Nessa época, as ações ficavam centralizadas no Governo Federal, o protagonismo dos municípios ainda não estava posto e não se falava em garantia de direitos. A política vinha sendo executada, ao longo dos tempos, de forma voluntarista e era necessário profissionalizar esse atendimento. Tentou então, ao chegar no estado, reverter essa lógica. Em um primeiro momento, a ideia era conceber um programa que pudesse garantir a descentralização político-administrativo (colocando o município em papel protagonista) e a matricialidade sociofamiliar - já previstos na legislação, mas com pouca experiência prática. Além disso, demarcar com clareza o papel dos 3 entes federados na condução dessa política, ressaltando as responsabilidades do estado. Para responder a esse desafio organizaram o PAIF (Proteção e Atendimento Integral à Família) incorporando todas essas referências, que deveriam ser implementadas de forma sistêmica. À época, entenderam que seria importante ter na equipe de trabalho, além do assistente social, um psicólogo que pudesse agregar valor à intervenção com o usuário: “a leitura do assistente social é mais objetiva, focada nas demandas e necessidades e na identificação das ofertas. No entanto, a solicitação que esse usuário consegue expressar é o que é mais palpável e, atrás do pedido de remédio ou cesta básica, há uma demanda que vem à tona depois de conversas; a maneira como ele expressa a necessidade vai mostrar como emocionalmente ele lida com o problema”. Entendiam portanto que a inserção do psicólogo nas equipes poderia contribuir para fortalecer as pessoas e ajudar a decifrar o que não estava claro no relato, constituindo-se num saber complementar. Foram, então, implantados os NAFs (Núcleos de Atendimento à Família) e realizados concursos públicos para a substituição de todos os trabalhadores por profissionais de Serviço Social e Psicologia, tendo como norte a ideia de olhar a assistência social como uma política pública eminentemente articuladora. Em sua gestão, Nelma inaugurou o repasse fundo a fundo, ousando, como ela mesma diz, “descarimbar” recurso e dando ao município a liberdade de planejar o que seria financiado e realizado em cada território.

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Em 2003, participou da equipe do Governo Federal, tendo experimentado todas as dificuldades de começo de gestão. Em um único ano de atuação, contribuiu com a formulação do PAIF como plano nacional e participou da organização e coordenação da conferência de 2003, que deliberou pela aprovação do SUAS. Havia, como preocupação fundamental, o cuidado com uma mudança de paradigma do governo sem que o usuário fosse prejudicado e, por isso, cada ação era pensada estrategicamente. Ao sair em 2004, o PAIF já estava implementado e em funcionamento em mais de 400 municípios. Entre 2004 e 2006, teve experiência em 2 municípios do Rio de Janeiro, foi presidente da FIA (Fundação de Atendimento à Infância e Adolescência) e, em 2007, voltou a assumir a subsecretaria. Teve, então, a oportunidade de fazer o reordenamento, transformando os NAFs em CRAS e restabelecendo a lógica da rede no território. Tem forte crítica ao CREAS e à especialização, mas sabe que este deu conta de um problema que era a garantia de direitos e faz o esforço cotidiano de construir sentido, sabendo que este espaço oferece escuta e acolhimento mais específicos: “pra mim, não tem nada pronto e acabado. No dia a dia, a gente tem que confrontar teoria com essa prática. Temos as diretrizes gerais e o desenho mínimo, mas é a prática que traz a qualificação que o sistema precisa ter”. Segundo Nelma, o fundamental é o compromisso e intencionalidade que cada um de nós tem e assume frente a essa política: “uma coisa é estar no CRAS fazendo o necessário. Outra coisa é estar motivado no trabalho e propondo diálogo e crítica, mas trazendo para o cotidiano a reflexão sobre o agir”. Sentiu-se muito agradecida por poder compartilhar sua trajetória e ressaltou que ouvir-se narrando a fez perceber que sua história pessoal está diretamente ligada às escolhas profissionais, fundamentadas em um sonho que parecia impossível de realizar: “Ocupei os espaços que julgava necessário ocupar para dar conta dos meus sonhos e dos meus desejos”. Ao ver o trabalho do Projeto +Telecentros e a ativação da rede entre profissionais de CRAS, ressaltou a importância do compartilhamento e acesso à informação e disse ter revisto sua atuação na secretaria: “Hoje eu me vi dizendo o seguinte: eu preciso falar é com essa gente! São eles que vão me mostrar os caminhos, não basta conversar somente com gestores. Aqui tem cara a cara, olho no olho. Estou convencida de que a gente vai ter que mudar alguns procedimentos da secretaria. Gestores são muito passageiros; vocês é que põem tudo na prática: é a realidade que produz e atualiza conhecimento. O SUAS por enquanto só tem alma embora seja belíssima a proposta, mas é a prática cotidiana dos profissionais que vai dar corpo a essa proposta”.

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Histórias, experiências e legislação Tarde do dia 17 de junho

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Objetivo da atividade Valorizar os sujeitos como produtores e construtores de histórias Relacionar a realidade atual com normas e legislações do SUAS

Atividade A atividade da tarde foi conduzida por Abigail Torres1. Para começar, foi feito o jogo dos autógrafos. Cada participante recebeu uma folha com cerca de 30 afirmações diversas (entre as quais “tenho medo de barata”, “detesto macarronada”, “já viajei para fora do país”) e deveria colher assinaturas de outros participantes que concordassem com as afirmações. Depois de um tempo, a atividade é interrompida e são problematizadas questões como: quem conseguiu mais assinaturas, utilizou qual estratégia? Quem colheu menos assinaturas, teve que dificuldades? Em seguida, todos foram convidados a responder às afirmativas em silêncio, escolher uma e escrever uma história pessoal referente a esta. Três participantes compartilharam suas histórias. Essa atividade teve como intuito principal trazer à tona histórias de vida, iniciar uma ação de grupo e criar um clima de descontração. Em seguida, todos foram convidados a pensar uma história de CRAS que tenha possibilitado uma mudança de rotina ou transformação no cotidiano do CRAS, situação de complexa resolução, etc. Em subgrupos, dentre as histórias compartilhadas, uma foi escolhida para ser apresentada a todos: Grupo 1 - “A casa do Paulinho do Big Brother”

Relato sobre uma visita domiciliar em que o usuário atendido se encontrava em caso extremo de vulnerabilidade, alcoolismo e debilidade. Este fato trouxe uma sensação 1 Abigail Torres é assistente social, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pequisa em Assistência Social da PUC/SP, doutoranda da PUC/SP, consultora do MDS e em municípios de São Paulo. Participou do 1º Encontro Regional de CRAS e presta assessoria à equipe da UFSCar no eixo CRAS. 13

de vulnerabilidade também à equipe do CRAS. Deixaram, ao fim do relato, algumas perguntas para reflexão: até onde o profissional da assistência social tutela ou autonomiza o sujeito? O que fazer quando o profissional se sente vulnerável frente a situação de intervenção? Grupo 2 - “A quadra do CRAS Califórnia”

Nas proximidades do CRAS havia uma quadra de esportes mal cuidada, que representava um espaço de vulnerabilidade na região. A assistente social narrou a revitalização deste espaço a partir do desejo dos profissionais do CRAS. Atualmente, a quadra é um espaço do CRAS.

Grupo 3 - “Visita em Valença”

O CRAS recebeu uma ligação do PSF dizendo sobre uma família que estava em situação de vulnerabilidade e degradação. O caminho foi muito difícil, a estrada era de terra, o tempo estava ruim, chovendo. Embora ouvissem barulho na casa em que deveria ser realizado o atendimento, ninguém os atendeu. Olhando o espaço, perceberam túmulos nos fundos da casa e o clima parecia estranho. Ao retornarem pela estrada, encontraram um carro abandonado e a família moradora da casa. Tratava-se de uma fazenda abandonada cujo dono não permitia a entrada de estranhos. A família estava completamente desassistida e os túmulos eram de gatos criados por eles.

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Grupo 4 - “Caso Maria de Valença”

Maria e seus filhos catavam latinha juntos na rua. Ninguém sabia sobre a paternidade das crianças e Maria tinha diversos distúrbios psicológicos. Seus filhos foram encaminhados para a “Casa da Criança” e encaminhados para adoção. As crianças foram morar com os tios por escolha. Depois de diversas ações do CRAS, encaminhamentos, atendimentos, internações em unidades do CAPES, entre outras tentativas, Maria acabou não se adaptando a nenhuma ajuda. Hoje, Maria é moradora de rua e continua, mesmo depois de todos os anos, em situação de alta vulnerabilidade social. Grupo 5 - “Um caso de sucesso”

Relatam o caso de uma usuária em grande vulnerabilidade que foi atendida pelo CRAS e, após diversos encaminhamentos, mudou sua perspectiva de vida completamente. Conseguiu um emprego e, em seguida, prestou e passou em um concurso público. Esse caso marcou muito os profissionais e motiva muitas ações cotidianas.

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Grupo 6 - “Passeio cultural”

O CRAS levou um grupo de crianças atendidas para o Sítio do Picapau Amarelo na cidade de Taubaté. A visita repercutiu positivamente nas crianças ao ponto de fazêlas encenarem um teatro no final do ano. Em seguida, Abigail problematizou as histórias: o que as identifica como sendo do campo da assistência social? Foram citados: -

vulnerabilidade e risco social violação de direitos ter ocorrido no âmbito da política de assistência movimento de resposta fortalecimento de vínculos ações de realidade social acolhida, escuta e levantamento de demandas acompanhamento familiar omissão das outras políticas inserção no mundo do trabalho ação que gera necessidade de articulação proposta de cidadania ações de proteção

Os subgrupos foram convidados a se reunir novamente e discutir: o que, na história escolhida, tem a ver com as normas / legislação? Foram distribuídos: - Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (texto da resolução no. 109, de 11/11/09); - Orientações técnicas Centro de Referência de Assistência Social - CRAS (publicação de 2009, MDS); 16

- O CRAS que temos, o CRAS que queremos - orientações técnicas e metas de desenvolvimento dos CRAS - período 2010/2011. Desta discussão, é importante destacar que os participantes afirmaram facilidade em relacionar as histórias às normas, por já conhecerem esses documentos e por terem reconhecido, especialmente na tipificação, elementos que dialogavam com as situações narradas. No entanto, também identificaram algum distanciamento entre as normas e os casos em questão, sobretudo com relação à periodicidade dos serviços. Durante a conversa no grupo, Abigail destacou alguns pontos: - a concentração do debate na dimensão intersetorial, que expressa uma concepção pela qual a ação da assistência social só é possível se as demais políticas setoriais funcionarem adequadamente. A conversa avançou para a necessidade de refletir sobre a dimensão setorial da política, sua especificidade na atenção, não desconhecendo a necessidade de articulação entre políticas, mas atentando para o fato de que essa não é uma responsabilidade exclusiva da assistência social; - as normas podem ter um distanciamento da realidade e não expressá-la em sua inteireza e movimento. Essa é uma dimensão importante para apontar o que precisa ser alterado, ou ainda, pensar se há, na norma, uma rigidez excessiva que não contempla especificidades locais e territoriais; - é interessante o fato de que, dentre as situações narradas, há varias relacionadas ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Há, portanto, um deslocamento do trabalho do CRAS para uma ação mais ligada à dimensão relacional e menos na geração de renda.

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Contação de história - A moça tecelã Tarde do dia 17 de junho

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Objetivo da atividade Contar a história “A moça tecelã”, de Marina Colasanti, para o grupo.

Atividade Todos foram convidados a sentar em roda, respirar, fechar os olhos e concentrar. Em seguida, Mariana Moura, da equipe do Projeto +Telecentros, contou “A moça tecelã” para encerrar o dia de encontro.



Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

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Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta. Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida. Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os 20

esqueceu. Porque descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. — Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer. Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. — Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata. Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira. Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre. — É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos! Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer. 21

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear. Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

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Espaço Aberto Manhã do dia 18 de junho

Objetivo da atividade Abrir espaço para que os participantes proponham temas e atividades de acordo com as demandas cotidianas

Atividade O Espaço Aberto é um momento em que os participantes propõem temas de interesse e conduzem as discussões / atividades. Essa estratégia foi utilizada no encontro anterior, com forte adesão de todos e, durante as visitas de acompanhamento, houve pedidos expressos para que se repetisse. Para esse encontro, surgiram como temas: - interdisciplinaridade / grupos operativos: compartilhamento de experiências sobre os diferentes profissionais e instituições que precisam ser acionados para o trabalho com os usuários; troca de estratégias utilizadas no cotidiano com grupos; - recepção / acolhimento / relação entre a equipe: desafios e questionamentos sobre a recepção do CRAS, a sala de espera, acolhimento x atendimento, o papel de cada um dos profissionais do CRAS e possibilidade de ações conjuntas entre equipe administrativa e equipe técnica;

- atribuições privativas do assistente social: discussão das atribuições específicas dos assistentes sociais, o que está regulado na política nacional x atuação fiscalizadora do CRESS regional;

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- articulação com a rede: discussão dos problemas gerados pela falta de comunicação e entendimento entre setores - sejam da mesma Secretaria, seja de outras - e mapeamento de possíveis ações e estratégias;

até onde vai o vínculo entre profissional e usuário: problematização sobre o alcance e limites da atuação com usuários;

- telecentros (com internet) em CRAS: discussão sobre a presença de telecentros em CRAS;

- nossas ações no CRAS estão contribuindo para a autonomia dos usuários ou apenas reproduzindo pobreza? - debate sobre escolhas dos usuários, empoderamento x tutela;

- GTR (Geração de Trabalho e Renda) - uma tarefa do CRAS? - reflexão a respeito de pontos positivos e negativos acerca do GTR - pretexto para oferta, garantia e desenvolvimento de serviços de fortalecimento de vínculos ou execução pura e simples de ações com o foco nos “interesses” políticos da gestão. 25

SMS Social Tarde do dia 18 de junho

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Objetivo da atividade Compartilhar o processo de construção do SMS Social, a experiência vivida nos CRAS Centro (Quatis) e Califórnia (Itaguaí) e abrir o debate sobre as possibilidades de uso da ferramenta

Atividade O momento reservado ao SMS Social tinha como intuito compartilhar com todos os profissionais envolvidos no Projeto +Telecentros a experiência desenvolvida nos CRAS Centro (Quatis) e Califórnia (Itaguaí) com o uso do SMS para comunicação com os usuários e entre a própria equipe. Para dar início ao relato, a equipe do Projeto narrou brevemente o histórico de pesquisas até chegarem ao SMS Social. O processo de escolha do uso de sms envolveu extensas pesquisas de software, uso de aplicativos para questões sociais e em políticas públicas, experiências em diversos países, visitas aos CRAS, análise de dados sobre o uso de celulares no Brasil. Além disso, uma viagem ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) foi feita para conhecer outras tecnologias aplicadas às demandas sociais e para um aprofundamento no desenvolvimento de alguns softwares. Estar presente nos CRAS e conhecer bem a realidade local foi fator fundamental para decidirem investir em um software de envio de SMS em massa.

As profissionais de Quatis e Itaguaí puderam, em seguida, compartilhar a experiência de uso, com alguns destaques: - houve alteração na comunicação com usuários e maior presença destes quando a ação era divulgada por SMS; - os usuários também viram as mensagens como uma comunicação afetiva, sentindose mais pertencentes e cuidados; - foi necessário que a equipe se organizasse para escrever e enviar as mensagens, sendo fundamental um planejamento; - envolver equipe técnica e administrativa se fez fundamental para que a ação transcorresse de forma mais coordenada; - o SMS foi utilizado para divulgação de cursos e eventos, mas também para comunicados mais urgentes; 27

- foi fundamental o acompanhamento sistemático da equipe do Projeto +Telecentros para dirimir dúvidas e fazer as alterações necessárias na ferramenta; - a formação e planejamento presenciais com a equipe do Projeto +Telecentros organizaram a ação de modo mais potente. Para finalizar, foi apresentada uma síntese de alguns dados de envio e uso do software.

Categorias de mensagensCategorias de mensagens 2086

Divulgação de atividade no CRAS

905

Convocação para inscrições e cadastramentos de programas do governo

833

Outro

428

Divulgação de atividade fora do CRAS 0

500

1000

Quantidade de mensagens por instituição Mensagens por Instituição CRAS Ce n tro /Qu atis

3434

CRAS Califo rn ia/Itag u aí

456

Ufscar

167

SEASDH/RJ

148

0

500

1000

1500

2000

28

2500

3000

3500

4000

1500

2000

2500

Quantidade de mensagens por grupos de usuários Mensagens por Grupos

2253

Gru p o Ge ral d o CRAS 690

Gru p o d o Bo lsa Fam ilia 242

Gru p o Se r Mu lh e r

168

Gru p o Fe liz Id ad e Eq u ip e CRAS Califo rn ia

90

Trab alh ad o re s CRAS

79

FAMILIA PISCA

74

Gru p o Ge ral

66

PMT - TERCA-FEIRA

65

Su p e rin te n d ê n cia d e Pro te ção Básica

60

Gru p o Co n su lto re s d e Sao Pau lo

50

PMT - SEGUNDA-FEIRA

49

PMT - QUARTA-FEIRA

47

Eq u ip e CRAS Ce n tro Qu atis

43

PAIF

40

EQUIPE TECNICA

36

d e le g ad o

19

Particip ação Cid ad ã

19

BOLSA FAMILIA

17

Eq u ip e d e Mo b ile

12

GT Cap acitacao

10

Te ste SEASDH

6

GT Re d e s

6

GT Pap e is

6

GT In clu sao Dig ital

5

SEASDH/RJ 3 0

500

1000

1500

2000

2500

Quantidade de mensagens por dia

Mensagens por dia 536

273 253

256

159

Total: 4.252 SMS enviados

29

118 36 20

79 3 2 0 1 3 -0 6 -1 1

2 0 1 3 -0 6 -0 6

9 2 0 1 3 -0 6 -0 5

2 0 1 3 -0 6 -0 4

2 0 1 3 -0 5 -2 7

2 0 1 3 -0 5 -2 9

4 2 0 1 3 -0 5 -2 8

4 2 0 1 3 -0 5 -2 4

2 0 1 3 -0 5 -2 3

2 0 1 3 -0 5 -2 2

2 0 1 3 -0 5 -2 1

2 0 1 3 -0 5 -2 0

16 2 0 1 3 -0 5 -1 7

2 0 1 3 -0 5 -1 6

2 0 1 3 -0 5 -1 5

2 0 1 3 -0 5 -1 2

2 0 1 3 -0 5 -0 9

1 2 0 1 3 -0 5 -0 8

75 67

26

2 0 1 3 -0 6 -0 3

88

78

2 0 1 3 -0 5 -0 7

47 2 0 1 3 -0 5 -0 2

21 2 0 1 3 -0 4 -3 0

59

2 0 1 3 -0 4 -2 9

17 2 0 1 3 -0 4 -2 6

59

2 0 1 3 -0 4 -2 5

34 2 0 1 3 -0 4 -2 4

2 0 1 3 -0 4 -2 3

2 0 1 3 -0 4 -1 5

0

1 11 2 0 1 3 -0 4 -2 2

45

2 0 1 3 -0 6 -1 0

200

2 0 1 3 -0 6 -0 7

300

100

428

386

400

2 0 1 3 -0 6 -1 4

5 1 95 1 4

500

2 0 1 3 -0 6 -1 3

600

Lista de discussão - espaço de troca e conversa Tarde do dia 18 de junho

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Objetivo da atividade Visualizar juntos alguns dados de acesso e uso da lista de e-mail Discutir o uso da lista Refletir sobre a lista de discussão como espaço de encontro virtual para conversa e compartilhamento

Atividade Ao final do 1º Encontro Regional de CRAS do Rio de Janeiro, ficou decidido o uso de uma lista de e-mails como forma de garantir a continuidade das conversas e discussões. Foram escolhidos alguns temas: capacitação, papéis (dos profissionais e do CRAS), rede, inclusão digital e troca/sistematização de experiências. Esse momento do encontro foi dedicado a uma visualização gráfica da participação na lista e à reunião dos subgrupos para discutir alguns dados (veja na próxima página) e conversar sobre a apropriação deste espaço. É importante destacar, no geral: - a primeira sensação foi de poucos acessos, pouca comunicação, o que se alterou depois da conversa, já que é visível que houve muita produção; - as pessoas têm pouca familiaridade com o uso de listas de discussão; - muitas pessoas leram e aproveitaram o material que circulou, mas não se manifestaram; - muitas experiências serviram como referência para alteração de prática dos profissionais; - a circulação de referências bibliográficas e materiais sobre normas foi considerado essencial, sobretudo quando vêm contextualizado e provoca curiosidade; - há um pouco de dificuldade, por parte de algumas pessoas, em responder os e-mails de modo mais informal - preocupação em redigir rascunhos e e-mails longos; - há dificuldades técnicas no uso da lista: novidade no fato do e-mail chegar para todos, desconhecimento com relação ao acesso de mensagens arquivadas, etc. - há a necessidade, por parte dos profissionais dos CRAS, de terem garantidas em suas horas de trabalho um espaço (com recursos adequado e tempo reservado, que poderia variar entre uma ou duas horas diárias) para acessar a internet e se atualizar quanto a essas trocas em rede. 31

Quantidade de mensagens na lista de e-mails por dia

Total: 174 mensagens trocadas

Total de mensagens enviadas por pessoa

Mensagens por pessoas

Valdemir Mariana Moura Liliane Rocha Re Sacilotti Maria Celeste Cesar Gustavo Raquel Paula Nascimento Érika Silva Dalton Naty Alessandra Marise Rodrigues Ferrari Mariana Manfredi Eliana Pólido Carol Guilherme Ana Paula Tatiane Diniz Sheilla Nascimento Rosana polyana bastos Marcos Francisco Martins Marcia Maria Joyce Isis Chris Lana Thais Rosi Rose Raquel Fernandes Mariane Ribeiro Marcos Paulo Jamille Pinto Gustavo Gannan Gustavo Eliana Danielle Nogueira Christiene Arnaldo Borges Ana Paula Ana Carolina Adriana Espíndola

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0

2 2 2 2 2 2 2 2 2

3 3

4 4 4 4

5 5

6 6 6 6

7

5

9 9 9

30

10 10

10

15

20

25

30

35

Total de mensagens por categoria

Mensagens por Categorias Grupo CRAS

Chegada

46

Divulgacao

40

Troca/sistematização de práticas

19

Rede

17

Inclusão Digital

17

Administrativo

17

Papéis

12

Capacitação

6 0

5

10

15

32

20

25

30

35

40

45

50

Mensagens por conversas

Total de mensagens por conversa Grupo CRAS(thread) Boas Vindas Início de papo Aquecendo conversa Primeiras mensagens SMS de Boas vindas Retomando combinados Site do projeto Continuando a conversa Organização do II Encontro Sistema SAGE Retomando os papos Novos tecnicos Relatorio I Encontro Referências Informações dos municípios Fotos do Encontro Visitas Parabéns Assistentes Sociais II Encontro de CRAS Prestacao de contas Indicacao Hotel

25 17 17 15 12 12 10 9 7 6 6 6 5 5 5 4 3 3 3 2 2 0

5

10

15

20

25

30

Total de participantes por grupo de trabalho

Participantes por Grupo de Trabalho

10

9

9

8

8

7

7 6 5

6 5

4 3 2 1 0

Capacitação

Inclusão Digital

Papéis

33

Rede

Troca/sistematização de práticas

Linha do tempo Tarde do dia 18 de junho

34

Objetivo da atividade Visualizar as produções feitas pelo grupo ao longo desses meses de trabalho Mapear e conversar sobre marcas / efeitos do trabalho de ativação de rede realizado

Atividade A equipe do Projeto +Telecentros preparou, para disparar a conversa nesse momento, uma linha do tempo contendo alguns fatos do percurso vivido: momentos presenciais de visitas aos CRAS, reuniões com a Secretaria Estadual do Rio de Janeiro, números relativos à lista de discussão e ao uso do SMS Social. Todos foram convidados a olhar calmamente para a produção e, em seguida, elencar marcas / efeitos do processo em suas vidas e seus trabalhos.

35

Combinados e encaminhamentos Manhã do dia 19 de junho

36

Objetivo da atividade Mapear se há vontade, por parte dos participantes, em continuar o trabalho coletivo Listar possíveis ações que os participantes visualizam e auxiliar no planejamento

Atividade Para encerrar o encontro, a equipe do Projeto +Telecentro fez uma fala sobre o momento atual: finalização do contrato com o Ministério das Comunicações, reuniões programadas (nos CRAS e na Secretaria Estadual), as publicações que estão previstas para lançamento no segundo semestre, etc. Em seguida, foi feito um levantamento de ações que os participantes vislumbravam. Foram mapeados os temas e montados grupos de trabalho para planejamento.

GT Lista de Discussão O grupo começou conversando sobre a atuação na lista, dificuldades de participação, impressões. Em seguida, mapeou algumas ações necessárias para manutenção da lista. A discussão aconteceu de modo mais aprofundado sobre a entrada e saída de membros e o funcionamento (criação de temas, tagueamento, etc). Por fim, foram divididas algumas tarefas e foi feita uma oficina mais técnica com as responsáveis pela administração. Bruna e Taiane, de Valença, ficaram responsáveis pela inserção e retirada, tecnicamente, de pessoas. Rose de Quatis irá cuidar da moderação, estimulando conversas e fazendo síntese de discussões.

GT SMS As atividades começaram com uma apresentação geral do SMS Social: funcionamento técnico e requisitos básicos para sua implementação nos CRAS. Há o desejo de que a ferramenta seja utilizada em outros municípios e, para isso, duas estratégias foram levantadas: - sensibilização dos gestores municipais e estadual: todos os presentes se 37

comprometeram a realizar reuniões com os gestores locais para apresentar a ferramenta e mostrar os primeiros resultados alcançados nos CRAS Centro (Quatis) e Califórnia (Itaguaí). Todas as reuniões serão relatadas na lista de e-mails para ser possível acompanhar o andamento e possibilidades de implementação. A equipe da UFSCar irá enviar uma apresentação de slides para apoiar as reuniões com gestores. - levantamento de formas de financiamento local: o grupo levantou a necessidade de pensar formas de financiamento dentro da política do SUAS para o SMS Social. Sonia e Andressa de Itaguaí irão enviar uma primeira versão desse estudo e todos irão compartilhar outras fontes mapeadas.

GT Fórum O grupo discutiu os objetivos e o funcionamento do Fórum de Trabalhadores do CRAS, uma proposta inspirada numa

-

ação já realizada pelos CREAS. Algumas ações foram detalhadas, com decisões ainda flexíveis. Objetivos do fórum: - ampliar e dar continuidade às discussões iniciadas durante os Encontros Regionais de CRAS; discutir e qualificar a prática profissional; discutir a política de proteção básica no âmbito dos municípios; diminuir o isolamento dos profissionais da assistência social; servir como espaço de formação permanente dos municípios.

Comissão organizadora: - composta por duas pessoas de cada município; - responsável por produzir/sistematizar a programação de cada encontro, bem como garantir o registro e o compartilhamento das reuniões com as equipes; - responsável pela articulação em cada município, visando garantir a participação de diferentes profissionais e a liberação por parte da prefeitura (lembrando de dar notícias disso tudo na lista de discussão). Responsáveis: Piraí: Ana Paula e Celeste Itaguaí: Polyana e Érika Volta Redonda: Thaís e Liliane Valença: Bruna e Mariana

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Quatis: Raquel e Carol/Rose Pauta dos encontros: De maneira geral, cada encontro precisa contemplar: - apresentação da origem e dos objetivos do fórum; - elaboração e/ou legitimação da pauta do dia; - discussão/aprofundamento nos temas do dia; - definição dos encaminhamentos para o próximo encontro.

39

Considerações finais Manhã do dia 19 de junho

40

Objetivo da atividade Compartilhar considerações sobre o encontro e sobre o Projeto

Atividade Para finalizar o encontro, os participantes foram convidados a compartilhar suas impressões sobre os dias de atividade e sobre o projeto como um todo. Alguns destaques: expectativa de mais encontros, troca de experiência e fortalecimento da rede; - potência na aproximação com o estado; - importância da participação de todos nos encontros, sobretudo dos assistentes administrativos; - encontros contribuíram para repensar a prática, fortalecer o vínculo entre membros de uma mesma equipe; - força no modo como o encontro foi planejado: percepção de que se trata de uma equipe multidisciplinar que pensa estratégias de um jeito interessante, boa proposta de dinâmicas, interessante uso de registros gráficos.

41

Avaliação dos Participantes QUALITATIVA Que bom que...



Representantes do Estado estiveram presentes As metodologias utilizadas tiveram a leveza necessária para pensarmos questões tão complexas que envolvem nossa prática profissional. Que pude conhecer e enriquecer os meus conhecimentos na área de assistencialismo, e como agir diante as necessidades encontradas no CRAS. As conversas e pessoas continuaram. -

Planejamento das atividades; Mediação da atividades; Fechamento do evento; mobilização dos participantes;

Adorei a distância entre os técnicos (psicólogos e assistentes) e o administrativo. A linguagem usada foi bem simples e de fácil entendimento, possibilitando para quem não esteve no primeiro encontro não se sentir um peixe fora d’água. Visita e fala da subsecretária do estado (Nelma) 42

Fórum A moça tecelã - Fortalecimento de vínculos entre os profissionais; - Dividindo experiências (troca) - Aprendizado Boa acolhida... Teve o projeto telecentro para discussão relevante no âmbito da assistência social. É o poder repensar tudo que foi discutido. - Pude participar deste segundo encontro. - Formou-se este novo espaço de troca e fortalecimento Continuaremos através dos meios de comunicação criados no evento. Troca de experiências, riqueza de conteúdos, transformações no cotidiano CRAS e na visão pessoal. A essência do encontro foi toda positiva, desde objetivos, propostas, formato, até o aproveitamento téorico-prático. A leveza como tudo foi conduzido fez significativa diferença no todo. Todas as atividades propostas foram pertinentes e coerentes com o objetivo do encontro e as expectativas dos participantes. Todos demos um show de competências. Eu consegui participar do encontro Adquirir conhecimento e troca de experiência. A oportunidade de troca de experiências e conhecimento. O fato de que o grupo é composto por diversas categorias profissionais (desde formação elementar até as especializações) Aconteceu novamente, podemos repensar nossas práticas e planejar novos rumos. As atividades pós encontro são concretas e possíveis de execução Vocês se preocuparam com a acolhida e com a articulação com a política da assistência social. Que este encontro trouxe mais providências do que somente “vontades” que no 1° 43

encontro. Conseguimos elaborar propostas para qualificar nossas intervenções, além de sugerirmos espaços (Fórum) para continuar nossas reflexões/trocas/ capacitações.. Assim temos esperança de que isso vai continuar. Aprendi muito, no 1º encontro e no 2º encontro, foi ótimo.

44



Que pena que...



Mais pessoas que compõem as equipes são estiveram presentes Que pena que não teve assuntos voltados para a pedagogia - “Pedagogo no CRAS - O papel do pedagogo no CRAS”. acabou! Que acabou a participação da equipe + Telecentros Acabou! Que estava frio! Hotel Alimentação Não foi possível participar de todos os grupos do espaço aberto. Acabou Acabou - O projeto está terminando - O hotel deixou a desejar Não sabemos a continuidade dos SMS. Mofo dos quartos. Não foi possível participar de todos os grupos de discussão 45

O hotel não foi legal na parte de hospedagem. Muito cheiro de mofo nos quartos e alguns ambientes. Ambiente muito insalubre para pessoas alérgicas. Os apartamentos são muito úmidos. Sofri prejuízo no meu sono por ser atacada pela alergia. Por ser estagiário não possa ter a oportunidade de uma atuação mais contundente. Não houve, apenas o fato de ter terminado. Não havia sinal de celular! Durou mais horas e foi mais cansativo. Nada de pena. Tudo na medida exata. Alguns gestores não entenderam a importância do sms social. Acabou! Mas a vida segue...



Que pena que acabou.

46

Que tal se...



No momento, não penso em nada diferente do que vivemos aqui nesses dias. no próximo encontros que for acontecer, que lembrem-se de falarem de assuntos das novas “áreas” que estão chegando ao CRAS. Acontecer novo encontro em outro hotel. Seria importante a participação de mais grupos (pedagogos, recreadores etc) para sabermos como cada CRAS se utiliza de suas ferramentas. Ah! Não tem! Vocês são muuuuito bons no que fazem! Se continuarem assim unidos e afetuosos (porque a competência já é a regra) tudo que vocês fizerem vai sempre ser ótimo! Parabéns! Boa sorte! Houvesse um grupo no “face” do + Telecentros para podermos manter contato e acompanhar outros projetos de vocês. Tivesse um Projeto +Telecentros em Valença Fizessem mais algumas vezes pois está sendo muito produtivo. O projeto fosse desenvolvido em todos os municípios participantes. Não acabar os encontros? Houvessem outros projetos e encontros... Pensem com carinho nisso! :) Que tal pedir sugestão de hospedagem da próxima vez!

47

Uma futura hospedagem não fosse em quartos insalubres. Se não perdêssemos o contato Tivessem outros encontros. - Mantiver o perfil do grupo; - Multiplicar essas experiências em outros territórios e com outras equipes e áreas; - Ampliar a socialização da tecnologia. No primeiro dia fizesse atividades mais descontraídas pois as pessoas chegam dos municípios, normalmente acordam cedo. Esta ação virasse um congresso sobre o SUAS para o Estado do Rio de Janeiro O fórum puder abrir uma maior aproximação com as demais políticas públicas. Aplicar o sms social em todos os municípios participantes do encontro. Se vocês viessem nos visitar de vez em quando. Marquinhos disse tudo: “Quem atende quem precisa, precisa também!”. Fale um pouco mais nas áreas que as pessoas estão atuando como os pedagogos.

48



Avaliação dos Participantes QUANTITATIVA Avalie os seguintes aspectos do encontro com nota de 1 a 5. Como você avalia seu aproveitamento no encontro?

81%

L

0%

0%

4%

1

2

3

15%

4

5

J

Como você avalia as atividades?

17 16

Roda de conversa: Nelma Azeredo

junho abril

96%

L

0%

0%

0%

4%

1

2

3

4

5

J

Como você avalia as atividades? Histórias no CRAS

92%

0%

0%

0%

8%

1

2

3

4

L

5

J

Como você avalia as atividades? Dialogando com as normas 73%

L

0%

0%

7%

20%

1

2

3

4

49

5

J

Como você avalia as atividades? Contação de história: A moça tecelã

L

0%

0%

0%

0%

1

2

3

4

100%

5

J

18 16

Como você avalia as atividades?

junho abril

Espaço Aberto 85%

L

0%

0%

3%

12%

1

2

3

4

5

J

Como você avalia as atividades? Linha do tempo

L

80%

0%

0%

4%

1

2

3

16%

4

5

19 16

Como você avalia as atividades? Combinados e encaminhamentos

L

0%

0%

7%

1

2

3

4

50

junho abril

93%

0%

5

J

J

Geral Como você avalia? Espaço Físico

0%

4%

1

2

L

30%

30%

37%

3

4

5

Geral Como você avalia? Alimentação 69%

0%

0%

1

2

L

12%

19%

3

4

5

Geral Como você avalia? Organização do evento

L

100%

0%

0%

0%

0%

1

2

3

4

5

J

Geral Como você avalia? Hospedagem do evento 42%

L

4%

12%

1

2

3

51

23%

19%

4

5

J

J

J

Participantes

52

Andresa Barbosa da Silva Gouveia Camila de Souza Marques Monteiro Eliana Maria Santos Polido Erika Oliveira da Silva Maria Aparecida da Silva Knauer Polyana Bastos de Oliveira Silfamer de Souza Junior Sonia Silva Viviane Gracio Lacerda

Equipe de Itaguaí

Ana Paula N. de Souza Pinheiro Jamille Furtado Pinto Maria Celeste da Silveira Soares Silvio Adolfo de Souza

Equipe de Piraí

Adriana Cristina de Souza Ana Carolina Avila M. Cardoso Ribeiro Marise Rodrigues Ferrari Patricia de Souza Lançone Raimunda Ineuda Freitas Dionizio Raquel de Freitas Fernandes Rosimere M. Mudesto de Castro

Equipe de Quatis Adriana Ap. do P. Gomes Gabriel Adriana Espindola Rodrigues Bruna dos Santos Ferraz Christiene de Oliveaira Lana Irineia Garcia de Freitas Rodrigues Luciane Esteves do Nascimento Mariana dos Santos Abreu Patrícia Ortolani Louzada Taiane Diniz Nogueira Tatiana Santos Reis

Equipe de Valença 53

Alessandra dos Santos Francisco Carmem Lúcia Brandão Thaís de Oliveira Alexandre

Equipe de Volta Redonda

Heloísa Mesquita Nelma Azeredo Paula Nascimento Rosa Monerat

Equipe da SEASDH - RJ

Samuel de Albuquerque Carvalho

Ministério das Comunicações

Abigail Torres Camila Doretto Carla Hirata Cesar de Lucca Dalton Martins Felipe Cabral Gabriel Boieras Gustavo Gannam Gustavo Valentim

Isis Lima Soares Leed D. Souto Marcos F.Martins Mariana Manfredi Mariana Moura Mariane Ribeiro Natalia Noguchi Teresa Melo Vitor Massao

Equipe do Projeto +Telecentros 54