PPGCOM ESPM – ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING – SÃO PAULO – 15 E 16 OUTUBRO DE 2012
Consumo, Cultura Digital e Redes Sociais: A Popularização do Instagram1 Sílvia Almeida da Costa2 Mestranda em Comunicação pelo PPGCOM da UFPE
Resumo A notícia de que o Instagram lançaria uma versão para o sistema Android gerou grande repercussão na internet. Além de discutir sobre inclusão digital e democratização do acesso à rede, este artigo reflete sobre o direito de exclusividade sobre o uso de um aplicativo e questiona se é legítimo usar da liberdade de expressão possibilitada pela internet para transmitir mensagens de repúdio ao acesso de outras pessoas a uma rede social digital. Este trabalho também analisa os discursos publicados em portais de notícias e Tumblrs online, buscando refletir sobre as disputas referentes ao acontecimento em análise e situando-o como fato característico da sociedade de consumo e da cultura digital que vivenciamos. Palavras-chave: Consumo; Internet; Instagram; Redes Sociais.
Introdução Em abril de 2012, o aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram, inicialmente desenvolvido para dispositivos móveis com sistema operacional Apple, lançou uma versão para Android, o que possibilitou um expressivo aumento no público desse aplicativo. A notícia não foi muito bem recebida pelos antigos usuários da ferramenta e gerou repercussão na internet. Dentre as reações expostas, observa-se a preocupação com a queda na qualidade do uso do aplicativo, bem como o simples repúdio à sua popularização. Além dos comentários publicados em portais de notícias, foram criadas páginas na internet que ridicularizam as possíveis práticas dos novos usuários do Instagram. O fato chama a atenção para as disputas de classe e os preconceitos
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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho Comunicação, Consumo, Entretenimento e Cultura Digital, do 2º Encontro de GTs - Comunicon, realizado nos dias 15 e 16 de outubro de 2012. 2 Bacharela em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Pernambuco e mestranda do Programa de PósGraduação em Comunicação da mesma instituição, sob orientação do Prof. Dr. Rogério Covaleski.
[email protected].
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apresentados nos ambientes virtuais e faz questionar até que ponto é legítimo usar da liberdade de expressão possibilitada pela internet para transmitir mensagens segregacionistas e excludentes. O presente artigo baseia-se nos estudos de Gisela Taschner (2009), Zigmunt Bauman (2008) e Don Slater (2001) para perceber os entraves causados pelo acontecimento relacionado ao Instagram e trazer à tona algumas das características da sociedade de consumo contemporânea. Por outro lado, analisa os conteúdos expostos nos portais de notícia G1 e Macworld e nos Tumblrs Android no Instagram e Orkutgram, buscando entender os argumentos apresentados pelos sujeitos nesses espaços. É também objetivo deste trabalho compreender o papel da internet no reforço da ideologia de consumo essencial para a manutenção do sistema capitalista atual.
O que é Instagram? Instagram é um aplicativo de fotos para dispositivos móveis que permite aplicar filtros e efeitos às fotografias digitais e compartilhá-las nas redes sociais como Twitter, Facebook e Tumblr. Desenvolvido pelo brasileiro Michel Krieger e o americano Kevin Systrom e lançado em outubro de 2010 nos Estados Unidos, o aplicativo logo se tornou um sucesso entre o público. Inicialmente, o Instagram só funcionava em aparelhos com sistema operacional Apple (iOS) e foi considerado pela empresa de Steve Jobs o melhor aplicativo de 2011. Em abril de 2012, ele recebeu uma versão para Android, sistema operacional da Google ― utilizado em celulares de diversas marcas e com preço geralmente mais acessível que o dos aparelhos da Apple. A notícia foi celebrada pelos milhões de usuários do sistema do robozinho verde, que logo aderiram ao aplicativo, aumentando exponencialmente o número de membros do aplicativo. Dias depois de ser disponibilizado para Android, o Instagram foi comprado pelo Facebook e, em julho de 2012, atingiu a marca de 80 milhões de utilizadores em todo o mundo3. O crescimento de público já era previsto pelos desenvolvedores do Instagram. Como não é preciso pagar para usufruir do aplicativo, o aumento do número de usuários torna o Instagram mais atraente para a inserção de publicidade paga, o que garante maior lucratividade aos seus desenvolvedores. 3
Dado disponível em: http://blog.instagram.com/post/28067043504/the-instagram-community-hits-80-million-users. Acessado em 25/08/2012.
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O sucesso do Instagram também está relacionado à importância dada à imagem nos ambientes digitais ― conteúdos acompanhados de imagens geram mais engajamento online que as informações destituídas do recurso imagético4. E a valorização da visibilidade ganha ainda mais força nas mídias sociais, onde os sujeitos privilegiam a aparência. Considerando que cada um de nós assume uma posição para si e para os outros, é como um espaço físico indissociável da condição humana que a imagem assume importância na nossa sociedade. A imagem conceitual que construímos de nós mesmos, com base na nossa imagem física ― roupas, corte de cabelo, acessórios etc. ―, junto a elementos como o comportamento, faz-nos projetar uma imagem que nos posiciona socialmente. Se entendermos que as redes sociais digitais são uma extensão da nossa sociedade “material”, as imagens que publicamos na rede são um recorte editado de nós mesmos. Nesse contexto, o Instagram funciona como uma ferramenta de distinção. A possibilidade de utilizá-lo em mais suportes tecnológicos e o acesso de mais indivíduos à rede social provocam uma reordenação do espaço, um nivelamento de uma sociedade vertical que se diferencia pelo poder de consumo. Para entender melhor as características dessa sociedade, analisaremos adiante as raízes da cultura de consumo e suas consequências no comportamento das pessoas.
Sociedade de Consumo: Raízes e Características A passagem da sociedade de produção à sociedade de consumo se fundamenta em características culturais. É também por isso que os meios de comunicação estão intimamente relacionados à transformação no modo e no valor do consumo e no emprego de uma dimensão simbólica ao ato de consumir em nossa sociedade. Gisela Taschner (2009) se apoia em pesquisadores como McKendrick, Veblen, Elias e Lipovetsky para fazer um levantamento das raízes da cultura de consumo. A autora parte das cortes europeias, passando brevemente pela burguesia industrial, para tentar compreender os fenômenos culturais que levaram à valorização do consumo na sociedade capitalista contemporânea. Para ela, O crescente domínio do capital sobre o trabalho no processo de trabalho, assim como a especialização do trabalhador e dos instrumentos de trabalho, a alienação daí decorrente, a 4
Informação disponível em: http://glebejr.net/2011/11/estrategias-com-facebook-parte-1/. Acessado em 25/08/2012.
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revolução industrial, o crescimento das empresas, a burocratização e a separação entre capital e controle, o desenvolvimento do crédito, da publicidade, do marketing e da indústria cultural são elos importantes para a compreensão do desenvolvimento de uma sociedade de produção e consumo de massas e de uma cultura do consumido . (TASCHNER, 2009, p. 52)
Na obra Raízes da Cultura do Consumo, Taschner levanta alguns temas que serão também trabalhados por Zigmunt Bauman, no livro Vida para Consumo, e por Don Slater, em Cultura do Consumo e Modernidade. A valorização da imagem dos bens, mais do que dos próprios bens; o consumo como forma de distinção social; a competição pela posse de bens; a ostentação do consumo; a elevação do valor da novidade em detrimento da tradição; e o individualismo proveniente da cultura consumista são algumas características da sociedade de consumo contemporânea apontadas nos estudos desses autores. Para Bauman (2008), a principal consequência da sociedade de consumo é a transformação das pessoas em mercadorias, o que ocorre a partir do momento que outros aspectos da vida contemporânea ― como a própria subjetividade e os valores morais ― são subjugados à lógica de mercado. É nesse âmbito que os meios de comunicação assumem um papel fundamental para a manutenção do sistema capitalista contemporâneo. Como afirma Eduardo Galeano, Nesse mundo sem alma que os meios de comunicação nos apresentam como o único mundo possível, os povos foram substituídos pelos mercados; os cidadãos, pelos consumidores; as nações pelas empresas; as cidades, pelas aglomerações; as relações humanas, pelas concorrências comerciais. (GALEANO, 2006, p.150)
Revolução Consumista e Simbolismo do Consumo A revolução consumista ocorreu, segundo Colin Campbell, quando o consumo tornou-se “especialmente importante, se não central” para a vida da maioria das pessoas, “o verdadeiro propósito da existência”. E quando “nossa capacidade de „querer‟, „desejar‟, „ansiar por‟ e particularmente de experimentar tais emoções repetidas vezes de fato passou a sustentar a economia” do convívio humano (apud BAUMAN, 2008, p. 39). Nas cortes europeias, o consumo era necessário para manter-se na nobreza; era preciso parecer nobre para ser nobre ― daí a ostentação do consumo. Após a Revolução Industrial, com o surgimento das grandes lojas, vê-se nascer uma “educação para o consumo” ― com a ideia de que 4
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sucesso está ligado a consumo excessivo ― e variadas e infinitas formas de seduzir os consumidores. É o caráter lúdico e fantasioso atribuído ao consumo o grande diferencial da sociedade de consumidores. Sobre o caráter simbólico do consumo e seu reforço constante exercido pelos meios de comunicação, Lindomar Teixeira Luiz atenta para os processos de identificação e projeção por que passam os sujeitos na sua relação com os bens de consumo. A identificação é tão-somente o processo pelo qual o sujeito se assemelha a determinados conteúdos da cultura de massas; enquanto a projeção seria o processo em que o sujeito se lança em situações agradáveis ocorridas nos conteúdos da cultura de massas. Através da identificação e da projeção é que os produtos e serviços, veiculados pela cultura de massas, estarão inseridos em um universo repleto de valores e situações enaltecedoras e prazerosas, fazendo com que aquilo que se intenciona vender venha carregado de uma gama de simbolismo (LUIZ, 2005, p. 40).
Uma característica importante da sociedade de consumo é a constante mutação do objeto de desejo. Para Don Slater (2002, p.18), “A cultura de consumo gira em torno da autocriação contínua por meio da acessibilidade a coisas que são elas próprias apresentadas como novas, a última moda, a coqueluche ou febre do momento, sempre aperfeiçoada e aperfeiçoadora”. Exemplo disso são as infinitas versões atualizadas de vários produtos, que tornam os bens obsoletos em pouco tempo. É interessante observar que a aquisição de um produto gera o sentimento de pertença a um grupo e, muitas vezes, é a identidade de grupo que determina os hábitos de consumo. Segundo Ernesto Giglio (2002), a identidade é uma imagem de si construída através das relações do indivíduo com o seu corpo, suas ideias, os objetos e as pessoas. Essa construção mental leva os sujeitos a agirem de uma determinada maneira, assumindo um papel nas suas relações. Quando consideramos a identidade grupal, percebemos que cada pessoa se comporta de acordo com os valores e as regras dos grupos a que pertence. Isso nos leva a outra característica da sociedade de consumo: o anúncio da aquisição do produto. Esse anúncio pode ser direto ou indireto: no caso analisado neste artigo, ele era indireto. Quando só funcionava nos dispositivos com sistema operacional Apple, o uso do Instagram indicava que o usuário possuía um desses dispositivos. Talvez surja daí a insatisfação com a chegada da versão do aplicativo para o sistema Android e a exigência de distinção entre os antigos e 5
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os novos usuários. Agora, utilizar Instagram não é mais indicativo de possuir aparelhos da Apple, o que, para muitos, diminuiu o glamour que havia no aplicativo. A internet e as redes sociais figuram como mais um palco para a disseminação da ideologia de consumo. Por isso, é importante destacar alguns pontos referentes a esse meio, tarefa que executaremos na próxima parte deste trabalho.
Internet e Redes Sociais Digitais Para Bauman (op. cit.), se a sociedade avalia seu sucesso ou fracasso de acordo com o PIB, o mercado de bens de consumo é o seu poderoso soberano. Tudo está subjugado à lei de mercado, tudo pode ser comprado: subjetividade, emoções, conhecimento, valores. O consumo é a grande tarefa dessa sociedade, e é essa a ação a que somos estimulados através dos meios de comunicação. Foi nesse contexto que a internet surgiu, trazendo em sua origem a possibilidade de comunicação todos-todos. A lógica de emissão-recepção que regia os meios de comunicação de massa tradicionais sofreu, então, uma reviravolta. Em pouco tempo a Grande Rede conquistou uma enorme quantidade de usuários e provocou tantas mudanças no comportamento das pessoas que se tornou imprescindível. Atualmente, a internet tem se apresentado como um poderoso meio de comunicação, capaz de agrupar pessoas e fazê-las gerar e difundir conteúdo. A rede permitiu o aumento exponencial do alcance das mensagens e deixa transparecer visões sobre os mais diversos temas. Outra característica da World Wide Web é o valor atribuído à interação, principalmente com o surgimento das mídias sociais digitais. Nesses espaços, a todo momento surgem ferramentas que facilitam a interação, como o Curtir ou o Compartilhar do Facebook ou os Gostei e Não Gostei do YouTube, além de tantos outros botões e espaços para comentários. As redes sociais digitais, com seu número exorbitante de usuários, são algumas das páginas mais acessadas no mundo e se mostram como um espaço também de lazer. No Brasil, os sites sociais ― redes sociais, fóruns, blogs, microblogs e outras páginas de relacionamento ― têm se destacado como importantes ambientes para a comunicação online. Dada essa importância, as marcas apressaram-se para criar páginas e dialogar com seus seguidores através das mídias sociais. Atrai nosso interesse a frequente disseminação de conteúdos 6
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sobre consumo nessas mídias e os discursos que os acompanham, reforçando a ideologia de consumo tão característica da sociedade capitalista contemporânea. Afinal, a liberdade de produção e disseminação de mensagens possibilitada pela internet faz surgirem discursos de consumo em escala global. Os discursos sobre consumo na internet fazem atentar também para as estratégias utilizadas pelas marcas ao se apropriarem dos ambientes virtuais. É uma tendência para a publicidade fazer a empresa estar presente nos ambientes online e diminuir os discursos imperativos característicos dos intervalos comerciais dos meios de massa tradicionais. Tem-se mostrado importante para o sucesso das marcas online agregar um enorme número de consumidores-fãs e fazer com que eles produzam conteúdos positivos relacionados à marca. Nesse sentido, a Apple mostra-se bem-sucedida. A qualidade dos produtos e o caráter inovador e criativo da empresa encantam uma legião de clientes, que mantêm com a marca uma relação de fanatismo e fidelidade.
A Apple e seus Fãs A Apple foi fundada em 1976 por Steve Jobs e Steve Wozniak e se destacou no mercado da indústria eletrônica primeiramente pela sua origem indie e pelo design clean que oferece em seus produtos. A empresa tem criatividade e inovação como valores associados à marca e logo conquistou a preferência dos criativos, sendo a marca “queridinha” de publicitários, artistas e designers. Como os produtos da Apple possuem preços de mercado elevados, o consumo da marca logo foi associado às classes mais abastadas. Possuir artigos da Apple passou, então, a conferir status aos clientes e tornou-se o sonho de muitas pessoas. Em pesquisa realizada em 2008, o Mindset Media aponta que os usuários da Apple são mais liberais, menos modestos e mais seguros de suas próprias superioridades que o resto da comunidade digital; além de acreditarem que a imaginação e a curiosidade intelectual são tão importantes à vida quanto atitudes pragmáticas e racionais5. Embora não valorize mais o design do que a usabilidade 5
Informação disponível em http://idgnow.uol.com.br/ti-pessoal/2008/01/18/usuarios-de-macs-sao-mais-liberais-ecriativos-aponta-estudo/. Acessado em 27/08/2012.
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dos produtos, a Apple tornou-se referência naquele ramo. Por tudo isso, a marca viu surgirem legiões de fãs e pessoas fascinadas e registra um sucesso de vendas atrás do outro. É prática da Apple criar rumores sobre o lançamento dos seus produtos, estimulando a curiosidade e o desejo de possuí-los. A marca também atualiza seus equipamentos constantemente. Talvez por isso os seus clientes valorizem tanto a inovação e a novidade.
Ethos e Discursos Online Segundo Dominique Maingueneau (2001), ethos é aquilo que representa, através da enunciação, mas sem necessariamente estar explícito no enunciado, a personalidade do enunciador, seus traços de caráter. O ethos é responsável por desenvolver, junto com as ideias que são transmitidas pelo discurso, um universo de sentido que situa o enunciador na cena de fala. Com base nisso, analisaremos a seguir alguns comentários divulgados nos sites Macworld e G1, bem como nos Tumblrs Orkutgram e Android no Instagram. Na página Macworld – Tudo sobre Apple, Mac, iPad, iPod e iPhone, a notícia da chegada do Instagram nos aparelhos com sistema operacional Android gerou 18 comentários e recebeu oito qualificações positivas, contra apenas uma negativa. A maioria dos comentários mostra insatisfação com a notícia e preconceito contra os usuários do sistema operacional da Google e o uso que eles poderiam vir a fazer do aplicativo. Entre os comentários, encontramos quatro que criticam o preconceito apresentado pelos comentadores. Um deles, inclusive, chega a questionar se os applemaníacos querem os aplicativos só para iPhone. Dentre os comentários exibidos no site, pinçamos dois peculiares, que serão aqui reproduzidos ipsis litteris. A internauta Gabi Almeida recebeu três curtidas para o seguinte texto: Assim gente, nem todo mundo que tem android é "favela" meu ipod só chega em junho e eu tenho um android inclusive tenho muito orgulho disso, meu motorola Defy não foi nem um pouco barato. E consequentemente, quem é do orkut mal sabe o que é "instagram", mas vocês que usam o iOS tão fazendo tanta tempestade em copo d'água que os orkuteiros,favelados vão ficar sabendo e vão querer usar o instagram também. E quanto ao comentário do Caio Brandão6, você conhece alguma das pessoas dali verdadeiramente pra falar sobre a "civilidade" delas ? Conheço muita gente que tem um iOS,que tem uma conta no instagram e que mal sabe escrever o próprio nome. Porque discriminar quem usa o 6
Caio Brandão publicou o seguinte comentário no mesmo site: “Vai começar as m#!$! de correntes... Estava tão bom com apenas pessoas civilizadas...”.
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instagram no android ? Não são alguns de vocês que vivem falando "não tenho preconceito","todos somos iguais" ? ENTÃO MOSTREM ISSO! Vamo parar com essa besteira porque já tá ficando feio!
O comentário citado é contraditório porque, embora afirme que “está ficando feio” demonstrar preconceito contra usuários de Android, apresenta preconceito contra os usuários do Orkut, aos quais chama de “orkuteiros favelados”. Além disso, a internauta argumenta a favor da utilização do Instagram nos aparelhos com Android afirmando que o seu dispositivo da Apple só chegaria meses depois ― demonstrando ser favorável ao uso no aparelho com o sistema da Google por uma questão mais pessoal do que coletiva: ela mostra querer usufruir do aplicativo mais do que querer que muitos possam utilizá-lo. Outro comentário que chamou a atenção no site Macworld foi o apresentado por Luiz Felipe Cardoso Gonçalves: Acho que deveriam liberar o instangram só pra qm tem um celular top de linha com galaxy SII, motorola razr, e outros, mais pra quem tem um celular velho como um galaxy 5 ou um fabricado na china q roda o android devia ser restrito porque com certeza vão fazer zoação, eu tenho um galaxy SII e não paguei barato, por conta disso acho que quem tem um celular top devia ter esse acesso, qm tem um celular chinês comprado na primeira esquina é uma cara que é "orkuteiro". e que fala "nois tara lá" né!!!. se o software do instangram fizer isso vai ficar do jeito q tava com o iphone só q com mais usuários.fica ai o comentário.7
O internauta apresenta em seu comentário a seguinte lógica: quanto maior o poder aquisitivo do usuário, melhor será o uso da tecnologia. Para ele, a pessoa que pagou caro por um aparelho celular com certeza não faria mau uso do Instagram ― considerando-se que utilizar mal o aplicativo seria postar mensagens com erros ortográficos e gírias de “orkuteiro” ―; enquanto aqueles que pagam pouco por um celular garantidamente fariam mau uso do aplicativo. Ambos os comentários destacados aqui mostram pessoas favoráveis à utilização do Instagram nos aparelhos com sistema operacional Android, contudo, elas sugerem haver uma distinção entre os usuários deste sistema, sobretudo no que diz respeito ao seu poder aquisitivo ― relacionado ao tipo/preço do aparelho adquirido. É interessante observar que é comum aos dois autores argumentar que “não pagaram barato” pelos aparelhos celulares que possuem, o que permite a eles liberdade para utilizarem o aplicativo de compartilhamento de fotos. 7
O autor fez um comentário parecido logo depois, o qual será também reproduzido aqui: “Acho que devia liberar o instangran só pra celurar top como galaxy SII, motorola razr, e outros tops, por que com certeza quem tem um galaxy 5 ou um celular chinês velho vai fazer sacanagem pow, tenho um SII e não pagei barato por ele mais quem pago 10 reais num chinês dá esquina não á nem ai!!!! Isso q é foda, mais quem tem celular mais caro com certeza não vai fazer merda né!!!! fica ai o comentário!!”
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Já no portal G1, da Globo.com, quando a notícia foi divulgada na página Tecnologia e Games, recebeu 21 comentários. Dentre eles, apenas um apresenta uma visão contrária ao funcionamento do Instagram no Android. Em geral, os comentários apresentados nesse site são mais diversificados e têm objetivos coletivos: são pedidos de ajuda, compartilhamento de informações técnicas, sugestão de outros aplicativos a serem utilizados em diferentes sistemas operacionais e agradecimentos pela ajuda recebida através do espaço. Destaca-se um diálogo entre os comentários apresentados na página: Túlio: “Caramba, agora a classe c vai ter acesso!”. Gubbyo Almeida: “Tulio, penso eu que voce seja mais um infantil ou não sabe o que fala. Esse aplicativo é da apple, do itunes ou de uma outra pessoa? Caso fosse da apple certamente seria uma violação, correto? Quanto ao seu infeliz e preconceituoso comentário informo que sou usuário do android. Tenho 2 SGS2 um branco e um preto e minhas contas ultrapassam R$ 800,00. Ah! Meu iphone 4 dei a secretária daqui de casa. a classe C ta usando iphone prépago.”
Embora o comentário de Gubbyo Almeida traga à tona um questionamento relevante ― a quem pertence o aplicativo? ―, ele também utiliza de argumentos baseados no poder aquisitivo para justificar seu ponto de vista. Em geral, as discussões estabelecidas nos sites analisados baseiam-se no poder de compra para justificar o acesso ao Instagram, por mais que essa limitação não tenha sido imposta pelos desenvolvedores do aplicativo. Destaca-se nesses espaços a frequente referência ao Orkut. O termo orkutização representa bem o fenômeno da rejeição à popularização das redes sociais na internet. Aqueles primeiros usuários do Orkut que se sentiram mal com a “invasão” da plataforma utilizam o termo para designar o que eles consideram mau uso nesses espaços (envio de mensagens do tipo corrente, erros de ortografia, fotografias de hábitos menos ilustres), geralmente realizado por indivíduos de classes sociais mais baixas, com menor grau de escolaridade e com mau gosto “evidente”. A dificuldade em delimitar o que seria mau uso ou mau gosto permite que o termo orkutização seja utilizado em diversas situações, comumente relacionadas ao rápido aumento do número de usuários de determinadas mídias sociais. É característica da internet a recorrência de fenômenos de rejeição à entrada de pessoas nas redes sociais. Para além das questões referentes a preconceitos de raça e de origem, parece ser
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generalizada a aversão aos pobres e menos instruídos em alguns espaços – o que vai de encontro às propostas de inclusão digital dos governos. Para Bauman, os ambientes sociais digitais devem seu sucesso aos dispositivos de desligamento fácil, mais do que à possibilidade de comunicação ilimitada. [...] é o ato de se livrar do indesejado, muito mais do que o de agarrar o que se deseja, que é o significado da liberdade individual. O dispositivo de segurança que permite a desconexão instantânea se ajusta perfeitamente aos preceitos essenciais da cultura consumista; mas os vínculos sociais, assim como as habilidades necessárias para estabelecê-los e mantê-los, são suas primeiras e maiores baixas colaterais (BAUMAN, 2008, pp. 137-138).
Ainda buscando analisar as mensagens decorrentes do lançamento do Instagram para Android, observaremos adiante as publicações de duas páginas na internet: Orkutgram e Android no Instagram.
Orkutgram e Android no Instagram Com a chegada da versão do Instagram para Android, foram criadas algumas páginas que mostram fotografias caricatas do possível uso que seria feito do aplicativo pelos novos usuários. Antes de analisar alguns enunciados publicados nos Tumblrs Orkutgram e Android no Instagram, é importante ressaltar algumas temáticas recorrentes nas fotos compartilhadas através do aplicativo. O primeiro costume relacionado ao Instagram está ligado às possibilidades de edição de foto que o próprio aplicativo possui: utilizar filtros nas imagens. A atitude é tão frequente que raramente são compartilhadas imagens originais, que não sofreram algum tipo de edição. Os elogios aos filtros disponíveis são tantos que muitos afirmam que qualquer imagem pode ficar interessante, bonita, chamativa, bastando apenas aplicar o filtro adequado. Outro hábito comum entre os usuários do Instagram é o de compartilhar fotos de comida ― muitas vezes por representarem uma refeição preparada pelos próprios usuários ou um alimento sofisticado. A atitude foi estimulada pelas missões sugeridas por alguns sites de gastronomia e virou sucesso mesmo depois de passadas as promoções. O próprio sistema de missões desenvolvido para o Instagram tornou-se um hábito. O Instamission ― nome dado à gincana de tarefas ― já está na sua 82ª missão e comoveu tantos
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usuários que algumas empresas passaram a usar a proposta para obter maior interação com o público e promover a produção de conteúdo sobre as marcas. As possibilidades temáticas são infinitas, o que torna o uso do aplicativo uma fonte de entretenimento e permite iniciativas interessantes para a rede social. É necessário ressaltar, também, que muitas pessoas utilizam o Instagram como forma de reforçar, através da exibição, sua distinção e status privilegiado. Este é o ponto-chave abordado pelos Tumblrs que fazem humor da chegada da versão para Android do aplicativo. Nos dois sites analisados neste trabalho, observamos a parodização dos temas recorrentes no Instagram. Embora ainda estejam no ar, tanto o Orkutgram quanto o Android no Instagram foram atualizados por pouco tempo ― somente durante o mês de abril, logo após o anúncio da chegada do Instagram para Android. O Orkutgram apresenta 40 publicações, das quais dez exibem fotografias de comidas populares e nada sofisticadas, como o tradicional feijão-com-arroz brasileiro. Além de pratos, é possível ver neste Tumblr fotos tiradas no ônibus, uma pessoa dormindo num banco de praça, cartões-fidelidade, um boneco do Corinthians, entre outras. Todas as imagens são acompanhadas por frases com erros de ortografia e concordância e demonstram preconceito de classe. Uma em especial chamou nossa atenção: aquela que mostra a foto dos dedos de um pé acompanhada do enunciado “AS FRIERA TAO QSE 80 % CURADA EH NOIS” (Figura 1).
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PPGCOM ESPM – ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING – SÃO PAULO – 15 E 16 OUTUBRO DE 2012 Figura 1: Postagem publicada no Orkutgram.
Outro fato que se destaca neste site é que ele pode ser atualizado por qualquer internauta. As publicações partem de várias fontes, ou seja, várias pessoas se comprometeram a manter, ainda que por pouco tempo, a ridicularização e o preconceito exibidos nesse Tumblr. No Android no Instagram, há 36 postagens publicadas no período entre 03 e 11 de abril. O Tumblr apresenta-se com a seguinte frase: “chegamos! hipsters, chorem!” e enfatiza outros possíveis hábitos dos novos usuários do Instagram. O humor mostrado neste site surge da contradição entre foto e comentário. Nele podem ser vistas pessoas em poses esquisitas com um enunciado afirmando estarem lindas e sensuais; várias fotos de pessoas dentro de bacias e tanques com água suja, acompanhadas de frases que celebram o momento de lazer; entre outras. A postagem que mais nos chamou a atenção no Tumblr foi uma que mostra a Torre Eiffel seguida do texto “Estatua da Liberdade! #sonho #queroconhecê” (Figura 2). Além de apresentar erros de português, a publicação questiona o conhecimento geral do novo público do Instagram, indicando que ele desconhece o monumento francês.
Figura 2: Publicação do site Android no Instagram.
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Os dois sites, brevemente analisados neste trabalho, indicam o preconceito de classe e a ridicularização como formas de humor. Os argumentos apresentados não se referem à queda da qualidade das fotos compartilhadas pelo Instagram ― preocupação apresentada em outras discussões ―, apenas sugerem que os novos usuários fariam o chamado mau uso do aplicativo somente por não serem clientes da Apple.
Conclusão Como no mundo físico, participar de certos clubes confere distinção também nos ambientes virtuais. Fazer parte de determinada rede social enquanto ela não for popularizada parece conferir mais valor aos seus usuários. Valor este em muito baseado no caráter de novidade e, por isso mesmo, bastante suscetível a uma curta vida útil. Aumentar o público é um dos objetivos das mídias sociais, pois é de tal modo que seus desenvolvedores atraem a atenção dos anunciantes e garantem a lucratividade dessas ferramentas. Dessa forma, a popularização das redes sociais é inevitável e repreender o acesso de novos usuários é nadar contra a corrente. Ainda assim, é comum ver nos espaços virtuais pessoas reclamarem que uma plataforma perdeu a graça ou se tornou irritante com a chegada de mais membros. As redes sociais digitais figuram como mais um produto que segue a lógica da sociedade de consumo; por isso a valorização dada à novidade, a competição para participar delas e o valor adquirido pelos seus membros. O caso estudado neste artigo levanta também outra questão: ao estar ligado ao uso da marca Apple, o Instagram trazia mais distinção ao seu público. O repúdio à popularização ganha ainda mais força neste caso em particular, e vê-se surgirem vários discursos contrários ao acesso de usuários de outras marcas de aparelho celular ao aplicativo. Além daqueles que usam do preconceito e da ridicularização para fazer humor ― conferindo às pessoas com características de consumo diferentes das suas personalidades e atitudes ilegítimas ―, há os que condicionam o uso do Instagram a um maior poder aquisitivo. Em todo caso, utilizam da liberdade de produção e emissão de mensagens possibilitada pela internet para divulgarem ideias segregacionistas em escala global.
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Tomando um caminho contrário à inclusão digital e à democratização do acesso à internet (e aplicativos e redes sociais nela presentes), alguns usuários demonstram haver nos espaços virtuais fenômenos de diferenciação social já apresentados nos ambientes off-line. Para os mais otimistas, a internet apresenta-se como uma possibilidade de contrapoder, enquanto os pessimistas observam a rede como mais um meio de comunicação alienante, onde muitos podem falar, mas não sabem o que falar ou não falam nada relevante. Realisticamente, o que se observa é uma massa muito maior de usuários disposta a utilizar a internet para expor conteúdos banais e indignos e disseminar uma ideologia característica da sociedade de consumo. A revolução na emissão de mensagens propiciada pela internet torna ainda mais visíveis posturas e atitudes preconceituosas, segregacionistas e irresponsáveis, que remontam a outros momentos conflituosos da história da humanidade. Assim, a internet é apenas mais um canal por onde a nossa sociedade se manifesta como ela é, um espelho que reflete os vários tipos de discurso proferidos, também, nos espaços off-line.
Referências
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