Conheci a indústria farmacêutica no tempo em que se ... - Sindusfarma

Sindusfarma 7 décadas Ficha técnica Realização SINDUSFARMA Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo Apresentação ......
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Sindusfarma 7 décadas

Ficha técnica Realização SINDUSFARMA Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo

Apresentação ............................................................................................................................................................................ 05 Diretoria atual ........................................................................................................................................................................... 06 Laboratórios associados ....................................................................................................................................................... 07 Galeria dos Presidentes ........................................................................................................................................................ 08

Publicação Sindusfarma, 7 décadas. Coordenação geral Lauro D. Moretto Coordenação editorial Finazzi Propaganda

1930 1933 1940 1950 1960 1970 1975 1980 1981 1989 1990 2000

Texto Fernando Gomes Valquíria Sganzerla Entrevistas e transcrições Isabel Regina Félix Fernando Gomes Apoio à pesquisa textual e iconográfica Ana Elisa Antunes Viviani Débora Escobar Gonçalves Revisão de textos Volnei Valentim Projeto Gráfico Jaime Finazzi Aldi France Santana Fotógrafo Milton Akashi

Depoimentos

Omilton Visconde Júnior ................................................................................................................................. 47 Gianni Franco Samaja ....................................................................................................................................... 48 Ciro Mortella ......................................................................................................................................................... 49 Plínio Gilberto Spina ......................................................................................................................................... 50 Júlio Sanchez Gimenez .................................................................................................................................... 52 Décio Melhem ..................................................................................................................................................... 53 Pedro Zidoi ............................................................................................................................................................ 54 Lauro Moretto ...................................................................................................................................................... 56 Wilson Rodrigues Pereira ................................................................................................................................ 58

Tratamento de imagens Rodrigo Curvo Apoio operacional Silvana Finazzi Ronilda Alves Rosa Raquel de Toledo Fotolitos Augusto Associados Impressão Gráfica Roma Material iconográfico: Agência Estado 12,16; Abril Imagens 16; Rhodia Farma 10, 13, 18; Bayer S/A 13; MIS 15; Fontoura-Wyeth 16, 18, 19, 21; sites 11, 16; acerto pessoal 11 . As demais imagens pertencem ao acervo Sindusfarma.

O surgimento da indústria farmacêutica .................................................................................................. 10 Os primeiros passos da indústria farmacêutica brasileira .................................................................. 12 Nasce o sindicato ................................................................................................................................................ 15 A II Guerra ajuda na formação da indústria farmacêutica brasileira .............................................. 16 Grupos estrangeiros querem participar de um mercado em ascenção ....................................... 19 O gosto passageiro da liberdade de preços ............................................................................................ 22 A indústria farmacêutica crescia com o dinheiro de fora ................................................................... 24 Um sonho a caminho da realização ............................................................................................................ 26 Laboratórios deixam o Brasil ......................................................................................................................... 28 Finalmente, a sede própria ............................................................................................................................. 31 A posse de Omilton Visconde ........................................................................................................................ 32 Modernização e novas regras para o mercado ...................................................................................... 34 A visão do futuro ................................................................................................................................................ 37 Publicações do Sindusfarma .......................................................................................................................... 38

Rua Alvorada, 1280 - Vila Olímpia - CEP: 04550-004 - São Paulo/SP - Brasil Tel. +55(11) 3897-9779 - Fax +55(11)3845-0742 e-mail: [email protected] - Site: www.sindusfarma.org.br

As atas contam a história ..................................................................................................................................................... 59 Quadro de fusões .................................................................................................................................................................... 65 Homenagem ............................................................................................................................................................................. 70

Sumário

Apresentação Compor e registrar a história de uma entidade não é tarefa fácil, mesmo tendo à disposição livros de atas, fotos, reportagens, artigos escritos e também depoimentos de personagens que acompanharam sua trajetória. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo — Sindusfarma, como é atualmente conhecido, constituído em 26 de abril de 1933 — está completando 70 anos de existência, fortalecidos por meio de seus atos contínuos em prol do setor. Fundado durante um período politicamente conturbado, em que os produtores e importadores de medicamentos reuniam-se para enfrentar os problemas gerados pelo cenário da época, o Sindusfarma de hoje certamente se mostra mais ativo e grandioso. O propósito de editar um livro com alguns fragmentos da história do Sindusfarma foi o de registrar os marcos da evolução da indústria farmacêutica no Brasil. A incansável tarefa de manter unida e congregada a

categoria em torno de seus ideais, somente foi possível graças à nobreza dos produtos fabricados e aqui distribuídos, bem como de sua importância para a saúde da sociedade brasileira. Os esforços no desenvolvimento de pesquisas, na industrialização, na comercialização, na distribuição e na regulamentação dos medicamentos têm contribuído de forma incontestável para o bem-estar de todos. O sucesso da indústria farmacêutica no Brasil, e muito especialmente o segmento paulista, deve-se a alguns “mitos” e líderes que se destacaram. A José Cândido Fontoura foi outorgada a tarefa de organizar e criar o primeiro Sindicato da Indústria Farmacêutica, sendo também a ele concedida a honra de ser o seu primeiro presidente. A Fausto Spina, idealista e empreendedor, que além de liderar a categoria durante 24 anos, em sucessivas gestões na presidência da entidade, coube o mérito de construir esta sede, da qual nos orgulhamos. Finalmente, cabe conotação especial aos líderes de destaque, dentre os quais incluo Omilton Visconde e Gianni Franco Samaja.

Omilton Visconde propugnou por uma readequação das entidades representativas de nossa categoria e do papel de cada uma delas. Suas convicções e ações em muito contribuíram para um novo processo de relacionamento dentro do setor empresarial, assim como de suas relações com outras entidades e com organismos governamentais. Gianni Franco Samaja atuou de forma planejada e organizada, ampliando os serviços prestados ao corpo associativo, criando as bases de um forte e estreito relacionamento da categoria, com especial destaque para os assuntos científicos, tecnológicos e regulatórios. Quero agradecer a todos que contribuíram e colaboraram para a confecção deste compêndio Sindusfarma, 7 décadas, na certeza de que esse fato se traduz em um marco na história da entidade. São Paulo, 24 de abril de 2003.

Omilton Visconde Júnior Presidente

Laboratórios associados

Diretoria atual

Omilton Visconde Júnior

Presidente

Gianni Franco Samaja

1º vice-presidente

José Tadeu Alves

2º vice-presidente

Diretores - Efetivos André Ali Mére Eneas Couto Júnior Ernest Egli Hagop Armênio Barsoumian José Roberto Ramos Sanchez Márcia de Carvalho Santos Maurizio Billi Olinto Mascarenhas Marques Theo Van Der Loo Diretores - Suplentes Albert Ros Elói Bósio Fernando de Castro Marques Gerard Libercier Giuseppe Tedeschi Marcos Cortês Martins Mário W. Mendes Finatti Ogari de Castro Pacheco Patrice Zagamé Reinaldo Aparecido Mastelaro Rubens José Paulella Conselho Fiscal - Efetivos Adolpho Augusto Cesar Finatti Irapuan Mauricio de Oliveira Pietro Benedetto Mascaro Conselho Fiscal - Suplentes João Pedrinelli Levi de Almeida Nunes Miguel Giudicissi

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Abbott Laboratórios do Brasil Ltda Ache Laboratórios Farmacêuticos S/A Ajinomoto Interam Indústria e Comércio Ltda Alcon Laboratórios do Brasil Ltda Allergan Produtos Farmacêuticos Ltda Altana Pharma Ltda Apotex do Brasil Ltda Apsen Farmacêutica S/A Ariston Indústrias Químicas e Farmacêuticas Ltda Asta Médica Ltda Aster Produtos Médicos Ltda Astrazeneca do Brasil Ltda Ativus Farmacêutica Ltda Auad Química Ltda Aventis Behring Ltda Aventis Pasteur Ltda Aventis Pharma Ltda Baxter Hospitalar Ltda Bayer S/A Beker Produtos Farmaco-hospitalares Ltda Biolab-Sanus Farmacêutica Ltda Blausiegel Indústria e Comércio Ltda Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda Braskap Indústria e Comércio S/A Brasterápica Indústria Farmacêutica Ltda Bristol-Myers Squibb Farmacêutica Ltda Bunker Indústria Farmacêutica Ltda Cardinal Health Brasil 402 Ltda Cazi Química Farma Indústria e Comércio Ltda Cimed Indústria de Medicamentos Ltda Colbras Indústria e Comércio Ltda Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda DM Indústria Farmacêutica Ltda Eli Lilly do Brasil Ltda Eurofarma Laboratórios Ltda Eversil Produtos Farmacêuticos Indústria e Comércio Ltda Farmácia e Laboratório Homeopático Almeida Prado Ltda

Farmalab Indústrias Químicas e Farmacêuticas Ltda Farmion Laboratório Brasileiro de Farmacologia Ltda Fontovit Laboratórios S/A Fresenius Kabi Brasil Ltda Fresenius Medical Care Ltda Fundação para o Remédio Popular Galderma Brasil Ltda Genon Farmacêutica Ltda Genzyme do Brasil Ltda Glaxosmithkline Brasil Ltda Grupo EMS Sigma Pharma Hexal do Brasil Ltda Hisamitsu Farmacêutica do Brasil Ltda ICN Farmacêutica Ltda Igefarma Laboratórios S/A Indústria Química e Farmacêutica Schering-Plough S/A Inpharma Laboratórios Ltda Instituto Terapêutico Delta Ltda Itafarma Importação e Exportação Ltda J.P. Industria Farmacêutica S/A Janssen Cilag Farmacêutica Ltda Johnson & Johnson Indústria e Comércio Ltda Laboratório Americano Farmacoterapia S/A Laboratório Centroflora Ltda Laboratório Eutherápico Len Ltda Laboratório Farmacêutico Elofar Ltda Laboratório Farmaervas Ltda Laboratório Hepacholan S/A Laboratório Sanobiol Ltda Laboratórios Baldacci S/A Laboratórios Biosintetica Ltda Laboratórios Ferring Ltda Laboratórios Galenogal Ltda Laboratórios Gemballa Ltda Laboratórios Klinger do Brasil Ltda Laboratórios Osório de Moraes Ltda Laboratórios Pfizer Ltda Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda Laboratório Tayuyna Ltda Laob Bioquímicos Ltda

Latinofarma Indústrias Farmacêuticas Ltda Libbs Farmacêutica Ltda Luper Indústria Farmacêutica Ltda Marjan Indústria e Comércio Ltda Medley S/A Indústria Farmacêutica Meizler Comércio International S/A Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda Minancora & Cia Ltda Natureza Nativa Indústria de Alimentos Medicamentos e Cosméticos Ltda Neckerman Indústria Farmacêutica Ltda Novartis Biociências S/A Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda Octapharma Brasil S/A Organon do Brasil Indústria e Comércio Ltda Pharmacia Brasil Ltda Probem Laboratórios de Produtos Farmacêuticos e Odontológicos S/A Procter & Gamble do Brasil & Cia Prodome Química e Farmacêutica Ltda Prodotti Laboratório Farmacêutico Ltda Produtos Farmacêuticos Gunther do Brasil Ltda Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S/A Ranbaxy Farmacêutica Ltda Royton Química Farmacêutica Ltda Sankyo Pharma Brasil Ltda Sanrisil S/A Importação e Exportação Santa Casa de Misericórdia de Bauru Sanval Comércio e Indústria Ltda Schering do Brasil Química e Farmacêutica Ltda Serono Produtos Farmacêuticos Ltda Sidepal Industrial e Comercial Ltda Solvay Farma Ltda TRB Pharma Indústria Química Farmacêutica Ltda UCI Farma Indústria Farmacêutica Ltda União Química Farmacêutica Nacional S/A United Medical Ltda Weleda do Brasil Laboratório e Farmácia Ltda Zambon Laboratórios Farmacêuticos Ltda Zodiac Produtos Farmacêuticos S/A Sindusfarma, 7 décadas

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Esta galeria é uma homenagem aos ilustres líderes que emprestaram sua inestimável visão empreendedora ao Sindusfarma

Galeria dos Presidentes Cândido Fontoura

Umbelino Lopes

Arnaldo Lopes

Antonio Caio Ribeiro dos Santos

José Pires de Oliveira Dias

Renato Purchio

1933

1934 - 1935

1936 - 1937 / 1942 - 1943

1955 - 1956

1957 - 1958

1959 - 1961

Fausto Spina

Omilton Visconde

Gianni Franco Samaja

1964 - 1988

1989 - 1994

1995 - 2000

Maximino Pires Franco 1938 - 1939

Pedro Romero

Domigos Pires de Oliveira Dias

Jayme Torres

Paulo Ayres de Almeida Filho

1940 - 1941

1944 - 1945

1946 - 1951

1952 - 1954

Tarquinio José Barbosa de Oliveira 1962 - 1963

O surgimento da Indústria Pharmaceutica O marco do surgimento da indústria farmacêutica pode ser considerado o dia 13 de março de 1877, quando os irmãos farmacêuticos Wyeth registraram nos Estados Unidos os compressed tablets, comprimidos fabricados na máquina inventada por William Brockedon, em 1843, na Inglaterra. Grande parte dos medicamentos conhecidos na época era caseiro, resultado da iniciativa de algumas pessoas que elaboravam medicamentos geralmente para contribuir no tratamento de enfermidades que atingiam os membros da família. A primeira fase da evolução da indústria farmacêutica vai até a I Guerra, em 1914. No Brasil essa fase se caracteriza por dois fatos importantes: a incipiente importação de medicamentos através de agentes, representantes ou concessionários, e o aparecimento de especialidades farmacêuticas nacionais, apregoadas pelos farmacêuticos ou preparadas nas embrionárias indústrias no fundo das boticas.

No Brasil, na Farmácia Popular, localizada na pacata cidade de Bragança Paulista, nascia o “Biotônico”, que se tornaria, em pouco tempo, a mais conhecida especialidade farmacêutica brasileira da época. A Farmácia Popular era do farmacêutico Cândido Fontoura, diplomado pela antiga Escola de Farmácia e Odontologia de São Paulo. Em 1915, veio para a capital de São Paulo com a fórmula que ele mesmo havia desenvolvido, fruto de seus estudos terapêuticos, e fundou o Laboratório Fontoura, no qual se deu uma produção em grande escala.

Anúncios de produtos no início do século XX.



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A reconstrução econômica do período pósguerra imputou grandes desafios no cenário mundial. A quebra da bolsa de Nova York em 1929 teve reflexos indissociáveis no Brasil, cuja sociedade vivencia na década de 30 o rompimento da estrutura de poder da Primeira República e a emergência de um Estado forte, autoritário e centralizador, sob a marca do getulismo.

1930 Os primeiros passos da indústria farmacêutica brasileira

No plano da política social foram aprovadas medidas que beneficiavam os trabalhadores, como a criação da Justiça do Trabalho, do salário mínimo, da jornada de trabalho de oito horas entre outros direitos. As estruturas de saúde pública passaram por várias reformas com a criação e especialização de órgãos e ampliação de suas funções, com o objetivo de melhorar a difícil situação na área. Getúlio Vargas convidou algumas indústrias estrangeiras a virem para o Brasil, na tentativa de viabilizar a implantação de uma política de medicamentos para uma crescente população. As indústrias farmacêuticas acabaram sobrepujando as farmácias, principalmente por causa da produção de medicamentos com nomes fantasia, levando em conta que seus representantes comerciais agiam diretamente nos consultórios médicos. Os farmacêuticos passaram a procurar emprego nessas indústrias ou a criar laboratórios de análises clínicas.



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Apesar dos esforços do governo, a crise econômica pela qual o país atravessa é considerada por muitas pessoas como a pior da sua história. Começa uma verdadeira enxurrada de leis e portarias que tendem mais a complicar do que a esclarecer os problemas. As dificuldades de sobrevivência continuam a condenar muitas empresas e, conseqüentemente, muitos empregos. As greves pipocam aqui e ali nas cidades com maior concentração de população, ao mesmo tempo em que cresce a ação sindical. No discurso dos governantes, o país vive sob a bandeira da livre iniciativa e da competição própria do mercado capitalista.

As atividades de certos setores, no entanto, são tolhidas pelos órgãos do governo, prejudicando-lhes seu desenvolvimento, como é o caso da indústria farmacêutica, largamente deficitária em muitos de seus segmentos. Contrariando todas as perspectivas, os laboratórios Fontoura, Paulista de Biologia e Silva Araújo, entre outros, ao lado da sucursal da Rhone Poulenc do Brasil, foram os responsáveis pela liberação da importação de especialidades farmacêuticas, como comprimidos, drágeas, injetáveis e xaropes, provenientes sobretudo da França, Inglaterra e Itália. Sindusfarma, 7 décadas

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A primeira ata, datada de 26 de abril de 1933

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”Syndicato

dos Industriaes de Productos Chimicos e Pharmaceuticos Acta de Installação Aos vinte e seis dias de Abril do anno de mil e novecentos e trinta e tres, nesta cidade de São Paulo (Estado de São Paulo) à rua Quintino Bocayuva numero quatro, reunidos trinta e dois industriaes de productos chimicos e pharmaceuticos representando grande classe digo parte da referida classe, o senhor Valentim Giolito, convida os presentes a designarem um Presidente para dirigir os trabalhos da reunião, sendo acclamado o senhor Decio digo Pharmaceutico Candido Fontoura, que convida para constituirem a meza os senhores Arnaldo Lopes e Jacomo Pelosi, abaixo assignados, para Secretarios. O senhor Candido Fontoura com a palavra, communica aos presentes o fim da reunião e mostrando as vantagens que decorrerão para a classe com a sua organisação em syndicato, de accordo com o decreto numero dezenove mil setecentos e setenta, de dezenove de Março de mil novecentos e trinta e um, propõe seja considerado installado o Syndicato de Productos Chimicos e Pharmaceuticos sendo a sua proposta unanimemente approvada. Em seguida, procede-se à aprovação dos estatutos, sendo os mesmos approvados, artigo por artigo. Nada mais havendo a tratar e nenhum dos presentes querendo fazer uso da palavra, o senhor Presidente dá por encerrada a secção e eu, Jacomo Pelosi, lavro a presente acta, que vae por mim datada e assignada. São Paulo, 26 de Abril de 1933. Jacomo Pelosi, Secretario C. Fontoura, Presidente Arnaldo Lopes, secretario.”

1933

Indústria em crise, crescem os movimentos populares, as greves pipocam. Nasce o sindicato

É neste cenário e sob essa conjuntura econômica que nasce o sindicato da indústria farmacêutica, a primeira entidade de classe do setor no Brasil. Inicialmente contava com apenas 32 laboratórios associados.

Vamos então, lembrar sua história

Rua Quintino Bocaiúva, local da primeira sede.

O Sindusfarma foi criado na década de 30, num momento de plena discussão sobre a regularização das organizações sindicais, por meio do Decreto-Lei nº 19.770, que definia o sindicalismo como um órgão de colaboração e cooperação do Estado. No dia 26 de abril de 1933, um grupo de 32 representantes da emergente indústria farmacêutica paulista se reunia na rua Quintino Bocaiúva, nº 4, no centro de São Paulo, para fundar o Syndicato dos Industriaes de Productos Chimicos e Pharmaceuticos. O senhor Cândido Fontoura, respeitável empresário do setor, proprietário do Laboratório Fontoura, e responsável pelo conhecido e aclamado Biotônico Fontoura, é eleito presidente da nova entidade. Espelhando-se na recente criação de outras entidades semelhantes, Fontoura demonstrou as vantagens de o setor farmacêutico se organizar numa representação de classe. Sindusfarma, 7 décadas

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1940

A II Guerra ajuda na formação da indústria farmacêutica brasileira

O pioneirismo de Cândido Fontoura e seu espírito de luta ajudaram a alavancar seus negócios, como também o crescimento das atividades e do quadro de associados do sindicato.

O sindicato foi criado com o principal objetivo de estudar, coordenar e proteger legalmente a categoria, assim como colaborar com os poderes públicos e demais associações, buscando a solidariedade social e o atendimento dos interesses nacionais. Até 1939, a indústria farmacêutica no Brasil era inexpressiva. Em sua maioria, os medicamentos vinham prontos do exterior e, entre eles, estavam não só os produtos considerados científicos, mas também os populares, como, por exemplo, o bicarbonato de sódio.

Com a explosão da II Guerra Mundial, os países diretamente envolvidos no conflito suspenderam suas exportações, dedicando-se à fabricação de material bélico e, com isso, o mercado brasileiro passou a ter dificuldades para atender às necessidades internas de medicamentos. Foi então que algumas empresas pioneiras decidiram fabricá-los, inicialmente de forma acanhada e em seguida com crescente desenvoltura, até ganhar mercado e estabelecer-se definitivamente. O governo, por sua vez, foi proibindo a importação de produtos acabados, o que levou muitas empresas exportadoras a se estabelecerem no Brasil, trazendo seu know-how e capital financeiro. Desse modo, as mais recentes descobertas passaram a ser lançadas simultaneamente com os seus países de

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origem. A própria indústria de base sofreu influências benéficas e o setor industrialfarmacêutico, que requer mão-de-obra especializada, também foi impulsionado por efeito cascata. Isso quer dizer que houve mais desenvolvimento para as indústrias subsidiárias, como as fábricas de ampolas, de frascos de vidro, de material de embalagem entre outras. Ainda revendo a história, após a queda de Getúlio Vargas, seguiu-se um intenso movimento de entrada de capitais estrangeiros, inclusive das indústrias químico-farmacêuticas e de alimentos. Na área de medicamentos, foi publicado o Decreto nº 20.397/46 para regulamentação da indústria farmacêutica. Esse decreto continha normas para controle de produtos - especialidades farmacêuticas, produtos artesanais e biológicos, disposições especiais sobre psicotrópicos e entorpecentes, normas relativas a produtos químico-farmacêuticos, anti-sépticos, desinfetantes, de higiene e cosméticos - e regras para o funcionamento dos laboratórios fabricantes, tais como a licença prévia e a responsabilidade técnica. Apresentava, ainda, regras sobre propaganda, fraudes, análises fiscais, sanções para os infratores, colisão do nome e da marca, além de cópia de fórmulas em produtos similares. Sindusfarma, 7 décadas

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1950 Grupos estrangeiros querem participar de um mercado em ascenção

A penicilina purificada era acondicionada automaticamente em condições de perfeita esterilidade.

Com o surgimento dos antibióticos, a partir de 1944, ainda durante a II Guerra Mundial, os nossos principais laboratórios passaram a ser concessionários dos fabricantes de penicilina e de outros antibióticos. Foi o começo de novas associações entre empresas nacionais e estrangeiras para a fabricação no mercado brasileiro desses medicamentos.

A conveniência era recíproca: enquanto os laboratórios nacionais queriam dominar uma nova tecnologia aplicada aos fármacos - a das fermentações, hoje mais conhecida por biotecnologia -, os grupos empresariais estrangeiros queriam participar de um mercado em ascensão, com mais de 50 milhões de consumidores em potencial.

No início dos anos 50, a indústria farmacêutica brasileira já produzia e exportava a penicilina

No início da década de 50, a Rhodia já fabricava a penicilina, dominando a nova tecnologia de fermentação. Nessa mesma época, Cândido Fontoura e seu filho Olavo, também farmacêutico da antiga Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo, associaram-se com os sucessores dos irmãos Wyeth para que surgisse a Indústria Farmacêutica Fontoura-Wyeth. Em 1954, foi inaugurada a moderna fábrica de antibióticos na Via Anchieta, em São Paulo, que contou, nesta cerimônia, com a presença do descobridor da penicilina, Sir Alexander Fleming.

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Em meados da década de 50 havia no país 525 indústrias farmacêuticas, sendo 31 grandes, 92 médias e 402 pequenas, distribuídas, principalmente, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Na época, com a morte de Getúlio Vargas, em 1954, o Brasil vivia nova e intensa crise política.

desenvolvimento, com um nacionalismo latente que abriu o país ao capital externo, promovendo a transferência de indústrias e tecnologia para o Brasil.

Em 1956, porém, a eleição de Juscelino Kubitschek para a presidência estabiliza a situação e inaugura um período de grande

Novas indústrias farmacêuticas foram criadas e outras ampliadas, novos e revolucionários medicamentos foram descobertos. As características do mercado se modificavam rapidamente, tendo início uma fase de competição aguda.

Um programa de 30 metas era resumido num slogan otimista – “50 anos em 5”. Em 19 de setembro de 1956 era sancionada a lei que autorizava o Executivo a construir Brasília, a Capital da Esperança.

Os investimentos maciços da indústria de base alavancaram o desenvolvimento fabril e incentivaram novos investimentos por outros segmentos.



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Apesar do desenvolvimento empreendido por JK, e da transferência de tecnologia por parte das empresas que chegaram do exterior, a indústria farmacêutica continuou a maior parte dos anos 60 e as duas décadas seguintes sob o estigma do controle oficial de preços. Os anos 60 também se caracterizaram por inúmeras fusões de laboratórios – os maiores, internacionais, absorvendo os menores, nacionais. Como registro da política de controle de preços, no princípio dos anos 60 a Sunab não recua com o decreto de tabelamento em todo o país. E, pouco antes da revolução de 1964, há uma ameaça de intervenção oficial no setor. Após 21 anos de dura vigilância o setor experimentou, no período 1963-1965, o gosto da liberdade de administração de preços. O descontrole nos reajustes, porém, provocou muitas críticas da sociedade e colocou novamente os laboratórios sob amarras do Conselho Interministerial de Preços - CIP. A indústria farmacêutica nacional sofreu mais as conseqüências do longo período de crise gerada pela

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1960 O gosto passageiro da liberdade de preços

corrosiva inflação e controle de preços. Em 1969, os laboratórios europeus e americanos detinham 82% das vendas no mercado nacional, contra 18% das empresas nacionais. De modo geral, porém, eram evidentes os sinais de desenvolvimento do mercado que produzia, no final da década de 60, 98% dos medicamentos prescritos pela classe médica no país. Haviam, então no Brasil, 450 empresas farmacêuticas. Com o desenvolvimento do mercado, a questão das patentes torna-se cada vez mais incômoda para o setor. Em 1969, Brasil, Itália, Eritréia, Turquia e Iraque são os únicos países que não concedem patente de qualquer tipo para fins farmacêuticos.

Fausto Spina, ao centro, com um grupo de convidados, entre eles Tarcílio Neubern de Toledo, João Baptista Domingues, Renato Purchio e Júlio S. de Toledo.

Dr. Fausto Spina em companhia de Waldemar Bier e Renato Nogueira.

Convidados presentes à solenidade de posse da diretoria, em abril de 1966. Sindusfarma, 7 décadas

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1970 "

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Sob a ditadura militar, os anos 70 começam com grande otimismo na economia, movimentada pelo tripé: empresas estatais, privadas e estrangeiras. Em 1973 o país exportava US$ 6,2 bilhões, o que correspondia a uma taxa anual de crescimento de 32%. O “milagre brasileiro” das exportações era alimentado pela grande expansão do comércio internacional, política cambial flexível, com desvalorização continuada do cruzeiro. Mas, se a economia ia bem, o povo ia mal, segundo comentário do próprio general Garrastazu Médici. A indústria famacêutica crescia com a entrada de capitais estrangeiros, mas internamente padecia das dificuldades de sempre, aumentadas em 1975 com uma resolução que exigia depósito prévio do valor da importação por 12 meses.

A indústria farmacêutica crescia com o dinheiro de fora, mas padecia de males internos

Nesse ambiente, ainda otimista do “milagre brasileiro”, é promulgada em 1976 a Lei nº 6.360 e depois editado o Decreto nº 79.094, que revogaram os dipositivos estabelecidos na legislação de 1946 sobre as indústrias farmacêuticas e sobre os critérios de registro de medicamentos. O Decreto nº 79.094, com uma série de requisitos extraordinários, especialmente pela inclusão da faixa vermelha nas embalagens dos produtos de venda sob prescrição médica, não contemplada na própria Lei nº 6.360, quase gerou uma convulsão nos laboratórios.

Jantar de confraternização em comemoração do 40º aniversário da entidade em 26 de abril de 1973.

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Um sonho a caminho da realização Diretoria do sindicato que aprovou a compra do terreno. Da esquerda para a direita, em cima: Alcebíades Mendonça Athayde, Arnor Gomes da Silva, Armando Carnavale, Xerxes Rodrigues de Carvalho, Mário Carlos Monteiro, Domingos Schiavo. Em baixo, no mesmo sentido: Ary Fernandes, Fausto Spina, Waldir Sansoni e Oswaldo Romano

Ato solene da assinatura do Dr. Fausto Spina, na compra do terreno da rua Alvorada, para a construção da sede própria.

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Intimamente, desde que assumira pela primeira vez a presidência do sindicato, Fausto Spina se dedicou a realizar um projeto. Era como um sonho que passou a ser embalado diuturnamente até transformar-se em realidade no ano de 1981. Contando com seus principais instrumentos - o idealismo e um Livro de Ouro que o acompanhou desde 1975 -, ele foi angariando verba dos associados mais participativos, até que foi possível adquirir um terreno e posteriormente executar a obra de construção da própria sede.

1975

O Livro de Ouro registrou a peregrinação do presidente pelas empresas associadas, que contribuíam com o que podiam. Esse princípio de participação é em síntese a razão da existência do sindicato. As partes, juntas, têm mais força e poder de realização, concentrando esforços em benefício comum.

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Nos anos 80 a retomada da democracia cria um ambiente de extrema confiança na capacidade do país. Apesar das perspectivas otimistas, o Plano Cruzado e o congelamento de preços sufocam a indústria farmacêutica. Muitos laboratórios estrangeiros foram embora, alguns foram vendidos para indústrias nacionais. As empresas que continuaram em atividade pararam de produzir matérias-primas, pois tornou-se mais barato adquiri-las no exterior.

1980

O mercado sofreu grande oscilação. As 600 empresas do setor farmacêutico existentes no Brasil em 1967 ficaram reduzidas a cerca de 400 em 1982. Para exercer com mais força sua representatividade, o sindicato continua a luta por seu próprio espaço. Está próximo o dia em que terá sua sede, de onde sairiam as principais decisões e conquistas da categoria nas décadas seguintes.

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Laboratórios deixam o Brasil. O sindicato luta para se fortalecer

À esquerda, Theobaldo de Nigris, na época presidente da Fiesp, e convidados.

Em fevereiro de 1980, o sindicato realizou sua primeira reunião de posse de diretoria na sede ainda em construção.

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23 de abril

1981

Finalmente, a sede própria A partir de 1982, todos os eventos do sindicato passaram a acontecer num só endereço. O sindicato sempre havia abrigado seus associados em sedes alugadas, nem sempre adequadas às suas exigências. Primeiro a rua Quintino Bocaiúva, depois a XV de Novembro, posteriormente a dos Ingleses e a alameda Ribeirão Preto. Somente nesse ano de 1981 a entidade pôde festejar a inauguração de sua casa própria, situada à rua Alvorada, 1280, Vila Olímpia, onde permanece até hoje. No evento de inauguração, em 23 de abril de 1981, foi descerrada a placa inaugural que nomeou o prédio como Edifício Fausto Spina, numa homenagem ao então presidente do sindicato, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados em várias gestões à frente da entidade, sobretudo o esforço pela construção da sede. !

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1989 Após 24 anos consecutivos de mandato, Fausto Spina transmite a presidência a Omilton Visconde, que proporcionaria o início de uma próspera fase, com profundas mudanças no sindicato.

Omilton Visconde ao centro, acompanhado de Roberto Santucci, Adalmiro Dellape Baptista, Xerxes de Carvalho e Basílio Scavarelli.

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1990 Com a liberação dos preços no início do governo Collor, os anos 90 começaram com grande otimismo e promessas de modernização da indústria e novas regras para o mercado. Nesse período em que surgiram os medicamentos genéricos, o Sindusfarma teve um papel decisivo no controle dos reajustes de preços por parte da

Modernização e novas regras para o mercado indústria, após um longo e duro período de contenção oficial. Várias indústrias começaram a voltar e ainda estão chegando

ao Brasil, atraídas principalmente pela estabilidade da moeda e o controle da inflação. Consciente da importância da nova fase iniciada pelo Brasil, as empresas associadas ao Sindusfarma adotaram em 1990 algumas medidas visando contribuir com o pacto social que se estabelecia, como a manutenção do nível de emprego por 90 dias, manutenção de preços relativos durante o mesmo período. Sem contar ainda com a colaboração para a implantação de um sistema de atendimento às necessidades básicas de medicamentos da população sem acesso ao mercado consumidor. Finalmente, na década de 90 extingue-se o CIP e surge a URV, precedendo o Real. Dá-se aí uma nova fase da indústria farmacêutica, com

Posse de Omilton Visconde na presidência para o triênio 1992 1994, com a presença de Orestes Quércia e Michel Temer.

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Cerimônia de posse de Gianni Franco Samaja, em 1998 com a presença do Sr. Eduardo Moreira Ferreira.

renovação do parque industrial, participação das entidades na discussão dos regulamentos para a indústria farmacêutica no Mercosul. Com o processo de globalização, inicia-se a internalização de regulamentos emitidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a fabricação de medicamentos com a nova edição das Boas Práticas de Fabricação, assim como de outros regulamentos editados por instituições internacionais, como o caso da ICH (International Conference on Harmonisation), que influenciou e está influenciando consideravelmente a legislação brasileira. É na década de 90 que surge a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a legislação de medicamentos genéricos, alterando significativamente o sistema de vigilância sanitária, e a introdução da categoria de medicamentos, de acordo com critérios internacionais. Sindusfarma, 7 décadas

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À esquerda, Gianni Samaja e Roberto Campos. À direita, Samaja e Adib Jatene, na cerimônia comemorativa do 63º aniversário do sindicato, em 26 de abril de 1996.

ATA DA REUNIÃO DE DIRETORIA DE 21.03.2000. ... 2. Decisão sobre a nova Logomarca do sindicato. Foi apresentado o conjunto de impressos do SINDUSFARM, contendo a aplicação da nova logomarca. A manifestação da diretoria foi unânime em considerar o material como muito distinto, elegante e ao mesmo tempo atualizado em relação aos critérios em uso de comunicação. Desta maneira, serão iniciados os trâmites para implementação do material gráfico. 3. Novas instalações do sindicato. Dr. Gianni manifestou sua alegria ao recepcionar os companheiros na nova sala da Diretoria, que foi projetada para oferecer maior comodidade e conforto...

Engajado em constante processo de atualização, o Sindusfarm, como era chamado o sindicato até 2000, necessitava superar-se, com o firme propósito de manter sua liderança e eficiência nos serviços. Essa foi a tônica da entrada no novo século: uma visão de futuro. E isso implicava mudanças. Inicialmente foi feita a reforma do prédio e a aquisição de melhores equipamentos, seguidos de um novo organograma para viabilizar serviços mais ágeis e eficazes. Ficou decidido que seria necessária também a atualização da imagem corporativa. Assim foram inseridos boletins eletrônicos, sites e novos materiais de apresentação. Roberto Santucci, Adib Jatene, Gianni Samaja, Rubens Macedo e Lauro Moretto.

Novos programas de capacitação foram implementados, como a criação do prêmio FCE-Sindusfarma, de

2000

O nome expresso no antigo logotipo surgiu da simplificação nas mensagens telegráficas, muito utilizadas pelo sindicato.

A visão do futuro

excelência no fornecimento de embalagens (primárias e secundárias), de matérias-primas e de transportes de produtos acabados, para a indústria farmacêutica. O objetivo principal foi o de fomentar a capacitação tecnológica dos produtos, serviços e recursos humanos dos fornecedores da indústria farmacêutica e a adoção do "Manual de Qualificação de Fornecedores", sob a coordenação de Lauro Moretto. O prêmio Techno Plus Sindusfarma de excelência no fornecimento de máquinas é outorgado aos melhores fornecedores de máquinas e equipamentos para a indústria farmacêutica.

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Publicações do Sindusfarma

À esquerda, os antigos boletins impresso em papel off set, copiado e distribuído por correio. À direita, o boletim atual, eletrônico, enviado pela web.

Roteiro de Inspeção em Indústria Farmacêutica

Manual de Qualificação de Fornecedores

Boas Práticas de Fabricação

Denominações Comuns Brasileiras

Boas Práticas de Fabricação

Manual de Qualificação de Fornecedores

1995

1995

1998

1998

1999

1999

Prêmio FCE-Sindusfarma, de excelência no fornecimento de embalagens e prêmio Techno Plus Sindusfarma de excelência no fornecimento de máquinas.

Mercosul - Legislação para a Indústria Farmacêutica

Farmacovigilância

2000

2001

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Medicamento Genérico

de Laboratório

Boas Práticas

Guia de Auto-Inspeção de BPF na Indústria Farmacêutica

de Fabricação

Boas Práticas

2001

2001

2001

2001 Sindusfarma, 7 décadas

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A reforma do prédio e a aquisição de equipamentos possibilitaram ao sindicato prestar serviços de melhor qualidade, abrigando eventos de grande importância e sediando reuniões com os representantes dos órgãos públicos, associados e imprensa.

Em 2001, o Sindusfarma abrigaria em suas instalações o Grupo Pró Genéricos. Criado em 24 de janeiro daquele ano, tinha como principal objetivo estabelecer condições básicas para o desenvolvimento, consolidação e ampliação do mercado de produtos farmacêuticos genéricos no país. Colaborou, também, com os poderes públicos e demais associações e entidades ligadas ao setor. "

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O novo auditório do Sindusfarma é um importante centro de convergência e divulgação de conhecimentos para a indústria farmacêutica.

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Encontro com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Fevereiro de 2000.

Recentemente houve uma reordenação na forma de representação do setor farmacêutico brasileiro com a criação da Febrafarma - Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (substituta da Abifarma), que assumiu o papel de porta-voz das decisões coletivas da indústria farmacêutica. Com a mudança, o Sindusfarma assumiu atribuições mais específicas, atuando com uma estrutura mais ágil e dentro de um contexto federativo, dando

continuidade, porém, ao seu intensivo trabalho de contribuir para a evolução permanente da qualidade dos produtos farmacêuticos e o atendimento das expectativas da classe médica e da população. Nesse sentido, mantém seu tradicional papel de contribuir tecnicamente para a qualificação da mão-de-obra industrial. Essa visão representa um diferencial importante para o desenvolvimento dos negócios, tanto dos seus associados como de toda a cadeia produtiva do setor farmacêutico.

Posse de Omilton Visconde Júnior na presidência em 2001, com a presença de Gianni Samaja Franco, Gonzalo Vecina Neto e Arlindo Chinaglia.

Cerimônia da assinatura da Carta de Intenções entre o Ministério da Saúde, a Anvisa e o Sindusfarma, que proporia um grupo de trabalho e novas atribuições para todo o setor farmacêutico e os órgãos públicos.

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Desafios Entre os principais desafios do Sindusfarma está a busca de um novo posicionamento para a indústria farmacêutica, de forma a permitir que o seu relacionamento com os órgãos do governo e com toda a sociedade sejam pautados pelo correto entendimento das características da sua atuação e da sua importância para o país – seja sob a ótica da saúde pública, seja do ponto de vista da sua contribuição para o PIB nacional.

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Omilton Visconde Júnior Omilton Visconde Júnior, presidente do Sindusfarma (período 2000-2003), é também presidente dos Laboratórios Biosintética Ltda. e membro do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico criado pela Presidência da República do atual Governo. Economista e empresário, nasceu em Bauru, SP, em 1952.

Depoimentos

de quem viu e fez a história do sindicato

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“O Sindusfarma foi fundamental no processo de mudança representativa” “Após o mandato do Dr. Gianni Samaja, assumi a presidência do Sindusfarma num momento de grande transformação do setor. E o sindicato teve intensa atuação nesse processo de mudança como uma entidade de representação dinâmica na busca de soluções para o setor. A mudança era fundamentalmente necessária. Hoje o Brasil está inserido num ambiente regulatório, legal, mercadológico, totalmente diferente do passado e a procura de uma nova postura nesse ambiente era questão de sobrevivência. Nosso setor sempre foi historicamente representado por uma série de entidades que tratavam de políticas muito específicas, e a pulverização representativa nos tornava fracos diante dos órgãos governamentais. Com a criação da Febrafarma, as decisões coletivas hoje são tomadas por toda a indústria, de forma coesa, o que nos fortalece.

Com essa nova configuração houve uma reorganização de atribuições das entidades e o Sindusfarma se estruturou de uma forma diferente, definindo melhor suas atribuições dentro do contexto da federação. Hoje temos, por exemplo, um acordo com o Governo para buscar resoluções novas, num diálogo aberto, que significa um notável avanço. Se analisarmos a situação de um ano atrás, sob controle de preços, estamos hoje numa posição que oferece expectativas melhores para todos. O setor deve assumir uma responsabilidade até maior de levar adiante novos projetos. Com sua força, o Sindusfarma foi fundamental nesse processo, sempre sob comando de pessoas de expressão política, sendo também o grande balizador das mudanças. Se não tivéssemos abraçado essa causa importante, não teríamos conseguido chegar a um consenso. Vejo o sindicato como uma entidade facilitadora de todo esse processo que inclui ações compartilhadas para soluções integradas. E, sob essa visão, o Sindusfarma ganhou muito. O Sindusfarma é uma entidade inserida dentro da discussão da indústria farmacêutica, e seu papel no futuro será basicamente identificar e buscar soluções para os problemas de amplitude nacional, trabalhando juntamente com o governo e com a sociedade, criando um ambiente saudável. Nosso setor é pressionado em qualquer parte do mundo, mas num país desigual como o Brasil, a relação custo-benefício do medicamento fica ainda mais desequilibrada. As pessoas ficam doentes, tomam remédio, curam uma doença, aliviam a dor, mas não conseguem fazer uma relação efetiva entre o preço que se paga e o benefício que se tem. Assim, a possibilidade que nós temos de construir algo novo depende, entre outras coisas, de um setor forte trabalhando conjuntamente, porque não podemos chegar a nenhuma solução sustentável isoladamente.”

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Gianni Franco Samaja Gianni Franco Samaja tem uma história de longa militância no Sindusfarma. Atualmente é vicepresidente da entidade, já ocupou outros cargos de diretoria e foi presidente da entidade, por seis anos, no período entre 1995 e 2001. Economista e administrador de empresas, começou a trabalhar na indústria farmacêutica em 1955. Em 1960 adquiriu com mais dois sócios o Farmasa – Laboratório Americano de Farmacoterapia S.A., onde trabalhou por 40 anos e atualmente é presidente do Conselho Deliberativo.

“Nossa organização está altamente profissionalizada” “Quando fui vice-presidente do Sindusfarma entre 1993 e 1995, o presidente era Omilton Visconde, uma pessoa fantástica. Ele conseguiu aglutinar e mudar toda a orientação do sindicato e para isso teve o apoio até o fim de seu antecessor Fausto Spina, que havia comandado o sindicato por mais de duas décadas. Conheci muitos dos presidentes antigos - eles carregavam o sindicato nas costas. Faziam tudo sozinhos ou traziam gente dos laboratórios deles para fazer o serviço. Eram abnegados. As mudanças aconteceram em todos os níveis e hoje nossa organização está altamente profissionalizada. O sindicato serve de orientação, de suporte científico, suporte técnico, principalmente para os pequenos associados que não têm esses recursos em sua estrutura. As relações de trabalho com o sindicato dos

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Ciro Mortella trabalhadores são de excelente nível; nós ouvimos, eles nos ouvem, discutimos num bom nível. Temos gente capaz em todos os setores: o corpo jurídico é muito bom, o corpo técnico é muito bom, a parte administrativa é muito boa. Além disso, temos normalmente, uma vez por mês, uma pessoa do exterior dando cursos sobre legislação, mostrando o que está sendo feito fora do país. Quando foram introduzidos pela ANVISA, os novos regulamentos de Boas Práticas de Fabricação, as indústrias tiveram necessidade de se adaptar rapidamente e o sindicato assumiu a liderança em buscar especialistas no exterior, que em muito contribuíram para solução dos caminhos a ser adotados pela indústria. Adaptar-se aos novos critérios de fabricação de medicamentos é imprescindível à indústria farmacêutica brasileira. Espera-se, assim, que haja um nivelamento gradual aos existentes na América do Norte e na Europa.

Ciro Mortella, presidente executivo da Febrafarma, Federação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas desde que foi criada, em 14 de junho de 2001, ex-presidente da Abifarma – Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, entidade que deu origem à Federação. Nascido na Itália em 1957, na cidade de Nápoles, veio para o Brasil com 6 anos de idade. Em 1980 retornou ao seu país de origem para atuar na indústria farmacêutica, voltando oito anos depois para assumir a direção de uma empresa italiana aqui estabelecida. Em 2000 foi empossado na Presidência Executiva da Abifarma. Estudou em Milão.

“Sindusfarma teve papel relevante no processo de mudança representativa”

implicará em maior nível de exigência por parte de seus ´clientes´. Com a nova definição de papéis, a Febrafarma assume o papel de encaminhar determinadas interlocuções, principalmente com o governo e com a própria sociedade (poderes Legislativo e Judiciário, consumidores, ONGs, comunidade acadêmica, imprensa etc), que não entendia a razão da fragmentação representativa que existia em nosso setor. E hoje, que temos um governo que gosta da consulta à sociedade, isso fica mais fácil. Não é à toa que um dos setores que melhor conversa com o Governo atualmente é o setor farmacêutico. Foi o primeiro setor a fazer um acordo com ele para resolver um problema emergencial, que era a questão dos reajustes de preços frente a uma inflação que poderia ser complicada logo no início do mandato. Com essa nova postura o setor industrial de medicamentos deve fazer a defesa dos seus interesses de uma forma transparente, sem nenhum medo de dizer que temos e defendemos esses interesses, permitindo que se desmistifique um pouco essa idéia de que o fabricante de remédios é inimigo da saúde, sendo que se dá exatamente o contrário.”

“Não foi fácil passar pelo processo de transformação do setor representativo da indústria farmacêutica. A história mostra que, se as mudanças são significativas, elas costumam ser difíceis de se realizar e de se consolidar. O Sindusfarma teve um papel relevante nessa passagem, principalmente devido a sua força, sua estrutura organizacional e seus múltiplos recursos de prestação de serviços ao setor. De acordo com essa configuração representativa mais contemporânea, a atuação de uma entidade estadual estruturada como o Sindusfarma será melhor direcionada e potencializada, o que certamente também Sindusfarma, 7 décadas

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Plínio Gilberto Spina Plínio Gilberto Spina, paulistano, nascido em 1931, formado em farmácia, entrou para o mundo farmacêutico aos 16 anos pelas mãos de seu pai, Fausto Spina, ex-presidente do Sindusfarma. Trabalhou em indústrias farmacêuticas durante 50 anos. Foi membro de uma comissão no sindicato e militou no Conselho Regional de Farmácia e na União Farmacêutica de São Paulo.

“Meu pai, devagarinho, começou a pertencer ao sindicato como secretário, depois foi indo até que assumiu a presidência e ficou...” “Meu pai nasceu em São Paulo, no Brás, o bairro dos italianos. Meu avô era calabrês, tido como muito “brabo”, como todos os calabreses. Mas meu pai não era assim, era um homem muito político, até o chamavam de “bagre ensaboado”. Meu avô tinha uma pequena indústria de calçados. Era lá na rua do Gasômetro, no Brás. E, com muito sacrifício, deu a oportunidade a meu pai de freqüentar um curso superior e obter seu diploma na Faculdade de Farmácia de São Paulo, que não cobrava mensalidade. E meu pai aí começou a trabalhar como propagandista na Rhodia. Depois foi para o Laboratório Torres, que era de um amigo dele, o Jaime Torres, e que também foi presidente do sindicato. E meu pai, “devagarinho”, começou a

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pertencer ao sindicato como secretário, depois foi indo até que assumiu a presidência e ficou... Como ele já tinha o Laboratório Yatropan, dividia seu tempo, ficava um pouco no laboratório, um pouco no sindicato. Devido à hipertensão, teve de diminuir sua atividade no laboratório, quando eu gradualmente o substituí em seus afazeres, mas sempre sob sua supervisão, porque ele conhecia muito. Depois surgiu uma multinacional que comprou nosso laboratório e papai teve uma vida mais tranqüila economicamente e pôde então se dedicar integralmente ao sindicato. Isso foi nos anos 60. E aí ele só se dedicava à entidade; viagem para cá, para lá, reuniões nos sindicatos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, com grupos de professores de farmácia para troca de idéias sobre novos fármacos que poderiam ser desenvolvidos, principalmente a partir da nossa flora. O sindicato fez um convênio com esses professores da USP de São Paulo para desenvolver alguns; fez também um convênio com o Laboratório de Controle da Faculdade, para analisar a matéria-prima e os produtos acabados da indústria farmacêutica. Isso era feito para atender àquelas empresas que não tinham condições de montar um laboratório de controle, que era uma coisa muito cara para a época. Para as multinacionais, que vinham com toda sua potência e sua pujança, não havia dificuldade em contratar sete, oito ou mais farmacêuticos. Mas a indústria nacional lutava muito e não tinha condições.

“E então meu pai arrumou um caderninho...”

Foi uma doação muito grande! Ele abriu o livro com 100 mil. E meu pai ia em todos os demais laboratórios com o livrinho na mão... Parece que ele era uma pessoa talhada para o sindicato. Ele se aposentou depois de várias gestões sucessivas, porque estava na hora. Faleceu com 89 anos! E no sindicato, acho que ficou até um ano antes de nos deixar. No mínimo até 1986 ele ficou.

O sindicato ficava instalado em prédios alugados. Um deles era uma casa bonita na rua dos Ingleses. Já o outro, na Alameda Ribeirão Preto... Depois, o sindicato já estava mais forte e surgiu a idéia da sede própria. Então papai arrumou um caderninho e ia visitar os laboratórios para angariar fundos, porque o sindicato não tinha muito dinheiro. Quem iria ajudar? A indústria farmacêutica, porque, afinal, era para o bem dela ter um sindicato forte, com sede própria. E aí, então, ele ia com o caderninho e me lembro que a primeira doação foi de um laboratório em que eu, depois de uns quinze, vinte anos, fui trabalhar – o Byk Química e Farmacêutica, um laboratório alemão. Não me lembro que moeda era, sei que o Byk deu 100 mil.

“O sindicato ajudou muito a indústria farmacêutica” O sindicato ajudou muito a indústria farmacêutica. Mantinha as comissões de Fiscalização, de Registro de Produtos, de Farmacotécnica - técnica de fabricação de medicamentos. Essas comissões existiam para ajudar os associados que não podiam pagar um corpo técnico de alta categoria. Havia também uma comissão que auxiliava as empresas a preencher as planilhas e adaptar-se às portarias do CIP. O sindicato participava da diretoria da Fiesp, tendo meu pai ocupado cargos de representação na mesma. Era muito freqüente meu pai visitar as empresas associadas, prestando apoio. Suas visitas eram sempre cordiais, nunca para fiscalizar. Era mais para mostrar solidariedade, muito especialmente nos momentos mais difíceis que seus associados enfrentavam. O velho Spinão era um emérito conciliador e negociador. Estava sempre envolvido em assuntos polêmicos, dando sua contribuição para minimizar pontos de conflito, inclusive nas assembléias da categoria. E acho que meu pai conseguiu isso.”

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Júlio Sanchez Gimenez Julio Sanchez Jimenez, ex-diretor do Sindusfarma e ex-conselheiro da Abifarma nos anos 80. Nascido na Espanha em 1940, naturalizado brasileiro, formou-se em Direito e dedicou toda sua vida profissional à indústria farmacêutica, tendo passado quase toda a década de 70 trabalhando para a Ciba no exterior – Colômbia, Angola, Moçambique, Turquia e Suíça.

“Para evitar atritos decidiu-se que patente era um assunto tabu” “O sindicato teve duas fases diferentes. Uma, até os anos 80. A outra, a partir dessa época. Quando entrei na gestão do Fausto Spina (anos 80) ainda era um grupo de amigos. Basicamente todos tinham formação técnica, eram farmacêuticos. Na época do Spina, as empresas nacionais sempre tiveram um aliado muito forte no Sindusfarma. Então, quando entramos lá, digo o Roberto Santucci e eu, as multinacionais começaram a se interessar pelo sindicato. Entre 1985 e 1986, o Spina comandava o sindicato, que se preocupava com as questões técnicas das pequenas empresas nacionais. Isso era a base das nossas reuniões. Não tínhamos estrutura definida. Na Abifarma e no sindicato era proibido falar de patentes, porque as duas entidades congregavam empresas nacionais e internacionais. Para evitar atritos, nas duas entidades decidiu-se que o tema era tabu. Que cada grupo defendesse seus interesses. Foi aí que nós criamos a Interfarma, que é a entidade das empresas de pesquisa, as

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Décio Melhem multinacionais, e a Alanac é a entidade das nacionais. Foi somente a partir do momento em que as empresas maiores decidiram entrar na diretoria é que começamos a profissionalizar o sindicato. Os profissionais de multinacionais entraram na composição da diretoria da Interfarma e Abifarma. Os grupos americanos eram representados pelo Roberto Santucci, que naquela época era presidente da Abbott, e eu representava o grupo europeu. A primeira área profissionalizada foi a tesouraria. Fora isso, ficou decidido que nós deveríamos dar outra cara ao Sindicato. Não apenas na parte técnica e de legislação, mas também na parte política. O Omilton Visconde foi convidado para ser presidente. A partir de então o sindicato começou a ter maior expressão nacional. Nós achávamos que o Sindusfarma tinha que se virar, tinha que se tornar uma coisa mais atual, a entender sua essência como entidade, que também estava destinado a defender os interesses da indústria farmacêutica no seu conjunto. Tanto que nós, nas primeiras gestões, tardiamente, criamos a figura do diretor executivo - um presidente e um vice. E o sindicato cresceu muito até o início dos anos 90, com uma mudança de conceito de atuação. E, naquele contexto, já existia a idéia de uma federação. Hoje cada região tem um sindicato próprio e, apesar das disputas internas dentro de cada grupo, com a Febrafarma alcançamos num consenso, o de ser o porta-voz único do setor.”

Décio Melhem, consultor técnico da indústria farmacêutica, atua no setor desde 1951. Paulistano, formou-se em farmácia em 1950, tendo lecionado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP entre 1980 e 1998. Foi secretário executivo do Sindusfarma durante uma das gestões de Fausto Spina e integrante de diversas comissões técnicas.

“O entrosamento com autoridades sanitárias não era bom assim” “Independentemente da parte política, havia uma série de comissões no sindicato ligadas à área técnica, na qual mais colaborei. Existia, por exemplo, a Comissão de Legislação, pela qual tínhamos contato direto com o Ministério da Saúde. Naquela época, quando estavam sendo elaboradas portarias, o sindicato recebia cópias prévias para que fossem estudadas e comentadas. Nosso grupo - geralmente todos farmacêuticos de vários laboratórios – estudava o assunto e oferecia contribuições para o aperfeiçoamento daqueles atos regulatórios. Até 1976, o órgão do Ministério da Saúde responsável pelo registro de medicamentos funcionava com apoio da Comissão de Biofarmácia, que era uma comissão formada por especialistas de diferentes unidades de ensino de medicina e farmácia, que colaborava na análise dos processos de registros de produtos. Eu participei como representante do sindicato nessa comissão por um período de quatro anos.

Após 1976 a Comissão de Biofarmácia foi denominada Câmara Técnica de Medicamentos. Embora a decisão fosse do órgão que atualmente é a ANVISA, essas comissões participavam, estudavam e emitiam pareceres. Sempre houve esse entrosamento entre o setor industrial e o Ministério para atender à permanente evolução dos produtos e desenvolver a legislação. Esse procedimento continua em pleno vigor, pois é muito freqüente a interação entre os representantes da ANVISA com os profissionais das entidades associativas. Ainda na semana passada houve movimento muito grande no Sindusfarma, porque os representantes da ANVISA estavam demonstrando um novo sistema eletrônico de escrituração dos produtos controlados. Estão querendo fazer a escrituração não mais em livros, mas em meios eletrônicos. Isso demonstra que há entrosamento com o setor industrial. Não é mais aquela mentalidade policial de só fiscalizar e punir, o objetivo é colaborar, trabalhar de comum acordo, dentro de uma rotina. Isso é bom para todos. O setor melhorou e isso se deve muito ao Sindusfarma, com sua capacidade de dialogar e articular soluções.”

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Pedro Zidoi Pedro Zidoi, presidente do Sincofarma e da ABCFARMA - Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico. Nascido em 11 de agosto de 1927, em Dois Córregos, SP, integrou a diretoria do Sindusfarma entre 1972 e 1982. Empresário do ramo farmacêutico, aos 20 anos de idade iniciou sua vida profissional como gerente de uma farmácia em São Paulo.

“Conheci a indústria farmacêutica no tempo em que se falava que era laboratório de fundo de quintal” “Existiam, principalmente no bairro Bela Vista, vários laboratórios que fabricavam em tachos, quase tudo de forma manual. Só depois veio a modernização da indústria farmacêutica. Com a chegada dos laboratórios multinacionais é que a maioria dos laboratórios nacionais prepararam-se para enfrentar a concorrência. Então, automatizaram e passaram a ter o controle de qualidade que até então não tinham. As multinacionais começaram a entrar no Brasil logo após o término da II Guerra. E foram comprando alguns laboratórios. Um dos primeiros a ser vendido foi o Vicente Amato, depois o Laboratório Torres, o Lafi, o L.P.B. e outros. Tínhamos grandes laboratórios nacionais. E existiam também os laboratórios mais simples, localizados na Bela Vista. A indústria farmacêutica brasileira já tinha um desenvolvimento grande, mas não conseguiu segurar suas empresas pela quantidade de dólares oferecida para que fossem vendidas.

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O encontro com Fausto Spina Conheci Fausto Spina, que era proprietário do Laboratório Yatropan, em 1964, e fizemos uma grande amizade. Ele era presidente do Sindusfarma. Fui coordenador de uma convenção nacional do comércio farmacêutico aqui em São Paulo e procurei a indústria farmacêutica para colaborar conosco. Fausto Spina foi o intermediário dessas negociações. Fizemos uma belíssima convenção. Naquela época, o sindicato estava instalado na rua dos Ingleses, ali no Morro dos Ingleses. No começo tínhamos duas entidades no mesmo prédio, não estou lembrado como se chamava essa entidade que representava as empresas multinacionais e era dirigida por Waldemar Bier. Depois, essa entidade que representava os laboratórios multinacionais se transferiu foi para a av. Santo Amaro e nós fomos para a alameda Ribeirão Preto.

“Devíamos ter casa própria” Depois achamos que devíamos ter a casa própria. Como proprietário do Laboratório Ducto, eu era diretor do Sindicato da Indústria Farmacêutica, mas nunca deixei de ser diretor ou presidente do Sincofarma São Paulo e da ABCFARMA. Na ocasião, fomos verificar alguns terrenos, prédios antigos para demolir e construir a sede do sindicato. Ouvindo outros companheiros, optamos por este terreno onde está o sindicato hoje, porque ficava próximo dos laboratórios, todos eles concentrados na região de Santo Amaro. A inauguração foi uma festa para nós, uma realização. Algum tempo depois Fausto Spina deixou o Sindusfarma. Ele já estava com bastante idade na ocasião. Devido às minhas ações, eu tinha um apelido carinhoso que o Fausto Spina havia me colocado – Diabo Loiro -, porque quando precisava, eu

entrava pra valer! E, como tinha experiência política, sempre era convidado para acompanhá-lo, para abrir algumas portas, às vezes ser irreverente – o Spina era muito metódico, às vezes eu quebrava o pau, depois ele acertava! Podemos lembrar da época, no começo dos anos 70, em que ele estava lutando para que os laboratórios nacionais pudessem fabricar medicamentos por similaridade e não conseguia uma lei para essa situação. Um dia o Fausto Spina marcou uma reunião com o Herbert Levi, deputado federal, na rua Boa Vista. Éramos uns 20, mais ou menos, da indústria farmacêutica. O Herbert Levi chegou e ficou a uma distância de oito, dez metros de onde estávamos sentados na sala dele. Nem chegávamos até ele. E quando o Fausto Spina expôs o problema, a resposta dele foi: Verei o que posso fazer, mas é muito difícil o que vocês estão querendo. Saindo de lá, na porta da rua, todos decepcionados, eu disse para o Fausto Spina: Posso encabeçar o trabalho para conseguir essa lei? Ele disse: Pode. Com quem? Respondi: O problema é meu. E fui com o deputado Cantídio Sampaio, com quem eu tinha muita amizade e

que na ocasião era líder do governo na Câmara Federal dos Deputados. Conseguimos a lei de produtos similares. Propus ao Cantídio o prazo de um ano para que os laboratórios nacionais, ou qualquer laboratório, tivessem a permissão para fabricar o mesmo medicamento – um ano depois de registrado na Vigilância Sanitária – e o Cantídio respondeu: Por que um ano? Desde que esteja registrado, pode registrar o similar. A lei foi sancionada e possibilitou a expansão da indústria farmacêutica nacional.

responsável pelo estudo das leis, pela determinação de como deveriam ser executadas. Orientava a indústria em relação ao que ela tinha de realizar. Ao mesmo tempo fazíamos as reuniões, ouvíamos a base e íamos às autoridades no Rio de Janeiro ou em Brasília para propor mudanças, apresentar novas propostas, enfim, tudo aquilo que pudesse favorecer, ou dificultar menos, a indústria nacional. Na época da ditadura militar conseguimos fazer com que a indústria farmacêutica tivesse crescimento e inclusive tivesse condições de expandir-se com o capital estrangeiro.

“O sindicato não tinha visão de entendimento com autoridades”

As reuniões do passado deixaram muita saudade. Em uma delas o sindicato conseguiu a liberação de preços por 60 dias. Todos nós estávamos colocando os preços que precisávamos e o Porta, que era diretor executivo do Laboratório Carlo-Erba, assustado com alguns preços, disse: Não! O meu Laboratório só vai colocar uma importância ínfima. Passados mais ou menos uns 60 dias, estávamos novamente numa reunião e veio o Porta pedir socorro, porque o Laboratório Carlo-Erba estava em situação crítica, sem rentabilidade. Diante disso, um senhor italiano, que era proprietário do laboratório chamado Instituto Quimioterápico, deu um tapa muito forte na mesa e disse: Pra mim chega! Há 60 dias, com toda a arrogância, veio o senhor Porta e disse que só aplicaria uma porcentagem mínima, porque não precisava de mais. E hoje ele vem com uma bruta de uma disenteria econômica e quer que resolvamos o problema dele!

Com a nova sede, o sindicato estruturou-se, passou a ter uma assessoria técnica, jurídica. Formaram-se comissões, cada laboratório indicava uma pessoa especializada, em preços de medicamentos, por exemplo. Outras ofereciam seus advogados. Tínhamos espaço para reuniões em que essas comissões funcionavam. O que verificamos durante uma época é que a indústria farmacêutica, principalmente a nacional, média e pequena, não tinha uma visão do entendimento com as autoridades do país. O sindicato recebia toda a incumbência das indústrias farmacêuticas para representá-las junto às autoridades, quer na Vigilância Sanitária, quer na Sunab, quer no CIP e em todos os órgãos que controlavam os medicamentos ou controlavam os preços. O sindicato era o

“Reuniões deixaram saudade”

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Lauro Moretto Lauro Moretto, vice-presidente executivo do Sindusfarma desde 1992. Farmacêutico-bioquímico, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, na disciplina de Supervisão da Produção. Nascido em 1938 na cidade paulista de Bariri, atuou na indústria farmacêutica entre 1961 e 1992, exercendo cargos técnicos.

“O período mais nervoso foi o que se seguiu à promulgação da Lei nº 6.360 e do Decreto nº 79.094”. “Meu primeiro contato com o sindicato ocorreu na década de 70, quando a sede tinha acabado de se mudar para a al. Ribeirão Preto. Não cheguei a conhecer a sede na rua dos Ingleses. Lembro-me das modestas instalações em que se estruturava o debate sobre portarias do SNFMF, sigla do Serviço Nacional de Medicina e Farmácia, órgão que se ocupava do registro de medicamentos, sediado no Rio de Janeiro. Minha interação com o sindicato era por intermédio do Dr. Fausto Spina, que chamávamos de Spinão, para diferenciá-lo de Spininha, seu filho Gilberto. Todas as vezes que participávamos de reuniões, lá estavam Décio Melhem, Dr. Siqueira, Dr. Antenor Landgraf e mais alguns leais voluntários que ajudavam o Spinão a debater os assuntos regulatórios. O período mais nervoso do sindicato foi o que se seguiu à promulgação da Lei nº 6.360 e do Decreto nº 79.094. Lá estavam os companheiros da

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área regulatória para debater e até mesmo discutir como implementar, no prazo concedido pelo decreto, a inclusão da faixa vermelha nas embalagens dos medicamentos controlados. Outro tema polêmico, simultâneo com o da faixa vermelha, era a inserção de textos nos cartuchos, nos rótulos, nos blisteres, nas fitas aluminizadas, nas ampolas etc. Chegamos, inclusive, a aceitar a colagem de fita adesiva vermelha para aproveitar cartuchos antigos. O entusiasmo mesclado de idealismo e sonho do Dr. Spina nos motivava a elaborar propostas para eventos. Recordo-me, com nostalgia, quando subimos na laje onde está hoje nosso auditório e juntos chegamos a fazer abstrações de como ele seria e quais recursos seriam necessários para realizar nossos eventos. Fiquei longos anos isolado em Itapecerica da Serra, ausente da grande maioria dos eventos do sindicato, porém estive presente na inauguração da sede. Voltei ao sindicato em 1992, a convite de Omilton Visconde, como substituto de Dr. Bandeira, que estava assumindo a presidência da Abifarma. Cargo importante: eu iria ser vicepresidente executivo. Era para ficar dois anos e meio, ou seja, até o final de 1994... No sindicato, às vezes timidamente chamado de Sindusfarm, recebi a incumbência de reorganizar as atividades relacionadas com os assuntos técnicos e regulatórios da Vigilância Sanitária. O Mercosul tinha sido criado em 1991 e o pessoal da área técnica tinha participado apenas de uma reunião. O Mercosul orientava as atividades do sindicato, muito especialmente pelas reuniões preparatórias que lá se realizavam, necessárias para enfrentar o desafio das negociações fora do Brasil. Com os recursos eletrônicos disponíveis no sindicato ficamos responsáveis pela consolidação do Roteiro de Inspeção do Mercosul. Editar o texto final, após harmonização, no sindicato, parecia impossível. Omilton facilitoume a tarefa, encaminhando-me para a Carmen, sua nora, que já

conhecia o pagemaker e diagramou a primeira brochura do Sindusfarm. O Roteiro de Inspeção, incluído como anexo da Portaria da SNVS nº 16, de 6 de março de 1995, foi editado com o material contido no disquete que, junto com o recémeleito presidente da entidade, Gianni Samaja, entregamos ao Dr. Carlini, na Escola Paulista de Medicina. Ainda na gestão do Omilton é digno de destaque sua iniciativa na organização da Oficina de Trabalho no Conselho Nacional de Saúde, realizada em outubro de 1994, que resultou na conversão da Secretaria de Vigilância Sanitária em autarquia, embrião da ANVISA. A análise de processos de registro na SNVS, as freqüentes alterações de secretários da Vigilância Sanitária e as negociações do Mercosul ocupavam nosso dia-adia. Para o Mercosul era necessário juntar mais forças. Convidei um líder emergente, identificado nas reuniões preparatórias, achando que tinha qualificação. Era um pouco tímido, mas se saiu muito bem. Quem era ele? Nada menos que Ciro Mortella, que muito ajudou nas negociações e muito contribuiu com o sindicato.

Nas gestões de Gianni Samaja, entre 1995 e 2000, período tranqüilo, sem problemas de preços de medicamentos, foi desenvolvido um grande número de atividades técnico-regulatórias. Reuniões, workshops, palestras, brochuras, comissões, todas simultaneamente realizadas com a reforma da sede. Só esporadicamente se interrompiam as “bateções” para não atrapalhar as reuniões. Em outras ocasiões, quando não eram tão intensas, o ruído da reforma era fundo musical para nossas reuniões!

“Quero registrar minha satisfação em contribuir para a consolidação de alguns registros do processo evolutivo do nosso Syndicato, Sindicato, Sindusfarm e agora Sindusfarma” Insatisfeito com nosso material gráfico, timidamente desenvolvi uma logomarca para o Sindusfarm. A diretoria não gostou de minhas sugestões e o Sálvio di Girólamo, companheiro de trabalho, ficou encarregado de desenvolvêla. Assumimos a mudança de Sindusfarm para Sindusfarma, que foi homologada pela diretoria. Parece que foi há muito tempo, porém apenas três anos decorreram. Quero registrar minha satisfação em contribuir para a consolidação de alguns registros do processo evolutivo do nosso Syndicato, Sindicato, Sindusfarm e agora Sindusfarma. O primeiro ensaio, feito em 1996, com o livro 25 Janeiros, com o apoio da diretoria e de Dr. Gianni Samaja, encheu-nos de orgulho. Agora, com muitas outras contribuições e, incluindo novos fragmentos de nossa história, com o suporte e incentivo da diretoria presidida por Omilton Visconde Júnior, certamente nos deixará ainda mais orgulhosos do nosso Sindusfarma.”

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Wilson Rodrigues Pereira Wilson Rodrigues Pereira, advogado, administrador de empresas, profissional da indústria farmacêutica entre 1953 e 1999, encerrando a carreira como diretor corporativo de uma empresa internacional. Militou no Sindusfarma por longo período, integrando diversas comissões de trabalho. Hoje é diretor da APS – Consultores Associados.

“O sindicato foi importante na difícil travessia dos anos 80” “Desde que comecei a trabalhar no setor administrativo da Fontoura-Wyeth, passei a representar a empresa perante os sindicatos e associações de classe, ligadas à indústria farmacêutica e química. A década de 50 foi a época romântica da indústria farmacêutica... Alvim e Freitas, o grande Joviano Alvim, com o Xarope São João. Quem de nossa época não se lembra – Quem bate?... É a dona Tosse! E o Rhum Creosotado – Veja ilustre passageiro o belo tipo faceiro que o sr. tem a seu lado... Quase morreu de bronquite... Salvou-o o Rhum Creosotado. E o Biotônico Fontoura, do tio Candinho, que começou em Bragança (SP). Fontoura tinha lá uma namorada, com quem veio a se casar. Na época ela estava doente, sem apetite. Fontoura preparou então uma mistura com ervas, óleos, vitaminas, vinho do porto. Ela tomou e ficou curada. Estava criado o Biotônico Fontoura, que em poucos anos se tornou uma potência mercadológica. Há outras histórias

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semelhantes na época. Foi também nesses anos, 40, 50, 60, que chegaram as empresas estrangeiras, construíram suas filiais e começaram a crescer. Na década de 80 o Sindusfarma e a Abif, depois Abifarma, tiveram um papel importante na travessia de um período muito difícil, devido ao controle rígido de preços. Muitos laboratórios saíram do país, alguns foram vendidos para empresas nacionais. Os anos 90 foram positivos para a indústria farmacêutica. Em 92 Collor liberou os preços e o Sindusfarma foi de fundamental importância no que diz respeito ao monitoramento dos reajustes por parte das indústrias, mesmo porque durante muito tempo sofreu controle oficial e teve que conviver com inflação alta. Ainda havia problemas, mas as indústrias que saíram do Brasil começaram a voltar e ainda estão voltando, principalmente após 96, com o advento do Real e o controle da inflação, o que permitiu planejar e fazer investimentos.”

As atas contam a história O Sindusfarma conserva todas as suas atas das assembléias gerais e extraordinárias e reuniões de diretoria, desde o encontro dos 32 representantes que consolidaram a criação da entidade, em 1933, até os dias de hoje. Como revelação dos tempos, a caligrafia caprichosa empregada para os relatos minuciosos das primeiras décadas foi lentamente dando lugar a escritas menos elaboradas para relatos mais pragmáticos. A consulta dessas encadernações representa uma visita ao passado da entidade e, em diversos aspectos, da própria realidade do país, conforme está demonstrado na seleção de atas que se segue.

A fundação. 26 de abril de 1933. “(...) à rua Quintino Bocayuva numero quatro, reunidos trinta e dois industriaes de productos chimicos e pharmaceuticos representando grande classe digo parte da referida classe... sendo acclamado o senhor Decio digo Pharmaceutico Candido Fontoura. (...) O senhor Candido Fontoura com a palavra, communica aos presentes o fim da reunião e mostrando as vantagens que decorrerão para a classe com a sua Década organisação em syndicato, de accordo com o decreto numero dezenove mil setecentos e setenta, de dezenove de Março de mil novecentos e trinta e um, propõe seja considerado installado o Syndicato de Productos Chimicos e Pharmaceuticos sendo a sua proposta unanimemente approvadas.”

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24 de fevereiro de 1938. Sob presidência de Jayme Torres, pede-se “maior severidade na fiscalização dos fabricantes, que muitas vezes não mantêm instalações adequadas”. Também se manifesta descontentamento em relação à cobrança de licença do Serviço Sanitário apenas das indústrias de São Paulo e não das indústrias do Rio de Janeiro. Comenta-se, ainda, o decreto italiano sobre importação de produtos farmacêuticos. 19 de julho de 1938. Volta à tona a taxação discutida quatro meses antes, relacionada ao decreto italiano. É formada uma comissão que levaria um documento do sindicato ao Governo, solicitando a revogação do decreto que institui a taxa de fiscalização sanitária. Essa questão vai adentrar pela década de 40.

29 de novembro de 1938. Em pauta a situação delicada enfrentada pelo sindicato diante da ação do Sindicato do Rio de Janeiro propondo ação no Juízo Federal contra o Governo do Estado de São Paulo, pleiteando a anulação do Decreto nº 9.278, por ser inconstitucional. A ação, entretanto, havia sido agravada pelo Governo. O problema se estenderia pela década seguinte, prejudicando a “imagem” da indústria. “O Sr. João Silveira Cruz falou sobre notícias que estavam sendo publicadas nos jornais, atingindo a classe médica e os laboratórios. Solicitou que o sindicato exigisse dos jornais a exibição de um abaixo-assinado, defendendo, assim, os interesses de seus associados.” 7 de outubro de 1940. O sindicato se enquadra na “categoria econômica da indústria de produtos farmacêuticos”, segundo o “Enquadramento Sindical Brasileiro.” Isso implicou na mudança do nome de Sindicato dos Industriaes de Produtos Pharmaceuticos para Sindicato da Indústria de Produtos Chimicos e Década Pharmaceuticos”. 21 de julho de 1942. Discutese o decreto do Presidente da República, que impõe o racionamento de álcool em todo o país, o que afeta as indústrias farmacêuticas.

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25 de agosto de 1942. Com a Segunda Grande Guerra, o sindicato discute como enfrentar problemas causados pela alta dos preços das matérias-primas importadas. O repasse desses custos para os medicamentos ocasionou uma série de ataques da imprensa, que acusa o setor de

“explorar abusivamente a economia popular”. A indústria, por sua vez, conforme atestam as atas das reuniões, procura se defender, lançando a Campanha da Boa Vontade (10/9/1942), financiada com contribuições dos sócios, com objetivo de melhorar a imagem da indústria. 11 de maio de 1943. “Propaganda da indústria farmacêutica... Vários oradores se fizeram ouvir, tendo sido deliberado que o sindicato faria, na próxima Feira Nacional da Indústria, um stand sobre a indústria farmacêutica”. Outro assunto discutido na época diz respeito à regulamentação e profissionalização dos farmacêuticos, bem como à padronização do controle de qualidade, pureza e concentração dos produtos. O problema do tabelamento de preços, que se estenderia até os dias de hoje, se inicia nessa época.

Década

2 de junho de 1953. “Dando absoluta preferência à matériaprima sobre o produto acabado, temos lutado para conseguir maior margem de dólares para a produção farmacêutica. Ultimamente foi feito um planejamento de matéria-prima que atingiu quatro milhões e quinhentos mil dólares, plano que foi baseado nos cálculos da Cexim.”

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14 de outubro de 1955. “O Sr. Fausto Spina declarou que, conforme telegrama de convocação, a Assembléia da entidade deveria estudar a proposta de acordo para reajuste salarial com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas.” O sindicato, nesta ata, mostra-se propenso a entrar em acordo com o

Sindicato dos Trabalhadores. É feita uma tabela de reajuste de salários que não é aceita, conforme registra a ata de 28/10/1955. 14 de junho de 1956. Parecer sobre os dois anos de controle de preços: “Fiscalizar a porta de saída resulta em muito pouca eficiência. E é o que o Governo tem feito, observando apenas a lista de preços final. O resultado nós assistimos em todos esses 11 anos de COFAP que, inclusive, induziu as firmas a praticar modalidades anormais de comércio. As firmas preferem manter seus preços no nível de lista, fazendo descontos e bonificações. Tudo isso menos por culpa da própria indústria. A prática dessas modalidades anormais de comércio apresenta vantagens imediatas para alguns, mas representa uma desmoralização para toda a atividade com conseqüências danosas para toda a indústria. A experiência realizada no campo dos antibióticos, recebida inicialmente com alguma descrença, demonstrou-se altamente frutuosa... Podemos assegurar que o mercado está 90% regularizado e que as exceções são mínimas”. 16 de agosto de 1956. Evidencia-se o descontentamento do sindicato com as atitudes do Governo: “Vivemos uma época paradoxal. De um lado, o Governo procura criar novas indústrias, deseja atrair capitais estrangeiros, fala em incentivo à produção, quer estimular as forças vivas da Nação. O que vemos, porém, de outro lado, são funcionários desse Governo procurando destruir uma indústria que tem trabalhado nas épocas mais difíceis, como na guerra, com todos os entraves que lhe são postos em seu caminho”. Nessa mesma ata é relatado o caso de um laboratório que envia amostra de matéria-

prima para ser avaliada pelo Instituto Adolfo Lutz e cujo resultado é deplorável.

laboratórios gastam mais ou menos 2% de sua receita em pesquisa” dos medicamentos.

14 de julho de 1960. Sinais de dissidências entre segmentos do mercado. “As nossas viagens através do Brasil nos têm permitido contatos mais íntimos, quer com os sindicatos da indústria, quer com entidades do comércio farmacêutico. O nosso grande inimigo foi o comércio varejista que insuflou e Década envenenou a opinião pública. Um papel incompreensível principalmente do comércio varejista. Felizmente hoje se estabeleceu um espírito de colaboração entre a indústria e o comércio farmacêuticos. O nosso comércio varejista atravessa uma fase difícil, motivada sem dúvida pela multiplicação de estabelecimentos que redunda numa diluição de serviços. Esse comércio é demasiado nobre para ser degenerado numa competição inglória. Daí julgar que se torne indispensável com a ajuda da indústria uma modificação da margem do comércio, margem esta que é em si insuficiente. Essa situação de o comércio ganhar na compra ao invés de auferir lucro na venda é altamente prejudicial. A nossa venda começa na porta da farmácia e termina nas mãos do consumidor.”

27 de julho de 1962. Setor alarmado com as declarações do primeiro ministro Francisco de Paula Brochado da Rocha (na época estava instalado o parlamentarismo), que anuncia a “intervenção parcial na indústria farmacêutica”. Isso ocorreu no contexto de um possível aumento de preços dos produtos.

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18 de maio de 1961. A imprensa, em rara ocasião, aborda o tema dos investimentos da indústria farmacêutica em pesquisa, contribuindo para o esclarecimento da opinião pública, mesmo sem definir valores, pois “na maior parte das empresas a pesquisa não é um item em separado na contabilidade (...). Os

4 de dezembro de 1963. Fica demonstrado o interesse do Sindicato em enquadrar-se no plano do Governo que trata da Aliança para o Progresso. “Há aproximadamente um mês a diretoria do sindicato enquadrou-se junto à FIESP no sentido de que a indústria farmacêutica pudesse ser beneficiada no Plano de Aliança para o Progresso, dadas as várias peculiaridades da nossa indústria. Na última reunião pudemos constatar que infelizmente a FIESP, observando a grande complexidade, resolveu que o Banco do Brasil assessorasse e definisse o assunto. Para grande decepção, a indústria farmacêutica não ficou enquadrada.” 10 de dezembro de 1963. Transferência da sede do sindicato para a Rua dos Ingleses, 568, e reajuste das contribuições dos associados. “Com a transferência de nossa sede para a rua dos Ingleses, onde, em melhores instalações, temos condições de prestar melhores serviços às empresas associadas, as nossas despesas sofreram considerável aumento. Além dessas despesas da nova sede, sofremos ainda o impacto dos aumentos de salários, tarifas postais e telegráficas, condução e transporte, impressos, conservação etc... Assim, a nossa diretoria elaborou, após minucioso estudo, uma nova tabela de contribuições que permitisse a esta entidade meios de enfrentar as despesas para o próximo exercício.” Sindusfarma, 7 décadas

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10 de dezembro de 1963. Decreto nº 53.584 do Presidente da República fixa preços. Na ata de 2 de março desse mesmo ano, a Sunab mostra-se irredutível diante dos argumentos do sindicato quanto às dificuldades de se tabelar os preços para todo o país. “O Dr. Jair Mercadione disse que desde agosto de 1960 foi incumbido pela Sunab de fazer um estudo sobre a indústria farmacêutica, tendo se reunido com médicos, veterinários, químicos, economistas e mais profissionais da indústria farmacêutica. Ele lembrou, na ocasião, que o prazo era curto, mas que a Sunab tinha obrigação de fazer cumprir o decreto que havia sido assinado.” 2 de março de 1964. Além do problema dos preços, Governo ameaça intervir no setor. “No momento o Governo acha que deve intervir no campo da indústria farmacêutica e segundo informações do Sr. Waldemar Bier, o projeto ainda seria pior. Nos sentimos surpresos que o Governo volte a insistir que a indústria farmacêutica apresente análises de custo. Esse novo Governo, que acreditamos democrático e honesto, tem interesse em que a classe produtora possa ter meios de sobrevivência. A reação dos membros da Sunab foi violenta e também o primeiro ministro está de acordo com o ponto de vista dos assessores econômicos da Sunab. Muitos laboratórios ao apresentarem suas análises de custo obtiveram reajuste. Pelo que fomos informados, aqui em São Paulo, os que estiveram na Sunab e apresentaram análises de custo, desde o mês de março lutaram para conseguir um reajuste, e não conseguiram. A impressão que nós tivemos no término daquela reunião é de que o que pretendem é ainda que a indústria farmacêutica se subordine a uma formulação que o próprio decreto houve por bem eliminar.” 8 de outubro de 1964. Comissão formada pelo presidente do sindicato, médicos da Força Pública, do

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Exército e da Aeronáutica vão estudar, por exemplo, a possibilidade das “Forças Armadas estabelecerem um depósito central para aquisição de medicamentos, com pagamento possivelmente à vista”.

21 de dezembro de 1966. É citado o grupo de trabalho da FIESP que discutiu o Código de Propriedade Industrial e que contou com a participação de dois membros indicados pelo sindicato.

21 de dezembro de 1964. “Depois de 21 anos de congelamento e de controle de preços, nós podemos declarar em alto e bom som que, pelo menos neste momento, a indústria farmacêutica terá o direito de liberar a si mesma no tocante à política de preços.”

2 de outubro de 1969. Participantes da 6ª Conferência Interamericana da Indústria Farmacêutica comparam política de preços no Brasil em relação a outros países: “Verificamos que em dois países, Chile e Venezuela, que estão com presidentes eleitos pelo povo, se tem os piores problemas na indústria farmacêutica, com seguro social e com laboratório estatal do Governo, e abrindo farmácias cooperativas. Enquanto isso, no Brasil, nós estamos nos preocupando muito e quase exclusivamente com o aspecto preços. Tenho chamado a atenção para que não nos preocupemos apenas com preços porque daqui a pouco nós teremos preços e não teremos como ou a quem vender. No Rio, o ministro Jarbas Passarinho no Década momento está hoje numa reunião, no I.N.P.S., de suma importância para nós. Ele deseja o reequipamento de todos os laboratórios para atendimento à medicina no terreno social”.

18 de junho de 1966. Plano desenvolvido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico incluiu a indústria farmacêutica dentre os setores a serem beneficiados por uma política de financiamento para construção e aquisição de maquinário. 6 de dezembro de 1966. “Há dois anos obtivemos a liberação de preços dos remédios a um preço muito elevado, que foi a instituição da lista de medicamentos essenciais. Após a publicação da Portaria 171, há laboratórios que fizeram aumentos mensais. Em fevereiro de 1965 a soma de reclamações de órgãos do Governo, da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa, do Ministério da Educação, foi assombrosa. As reclamações começaram dentro do próprio Gabinete do Presidente de República. Isso gerou, em primeiro lugar, a 213, que instituiu preço nacional, e a Portaria GB 71, que instituiu a Conep – Comissão Nacional de Estímulo à Estabilização de Preços. E isso representou dificuldades para todos. O problema hoje é diferente. Há o ponto de vista do Governo, no sentido de afirmar que a inflação não será mais da mesma grandeza dos anos passados. Mas, para quem viveu até agora num regime de controle rígido, o problema é difícil.”

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Janeiro de 1975. “A nossa Diretoria... resolveu submeter aos prezados associados nesta Assembléia, a conveniência de se adquirir uma sede própria, com as alternativas de se contrair um empréstimo na Caixa Econômica Federal, como também, a exemplo de nossos colegas do sindicato-irmão do Estado da Guanabara, ser autorizada a aceitação de colaboração financeira, espontânea, dos

senhores associados.” Em 14 de agosto desse mesmo ano é criado pela assembléia o Livro de Ouro, que registrará a arrecadação de fundos destinados à construção da sede. Em 11 de junho de 1979 é feito o contrato com a empresa Antiqueira Landgraf Planejamento e Construções Ltda. para o início das obras. 11 de dezembro de 1975. Debatidos o Decreto-Lei nº 1.427 e a resolução nº 354, que afligem os representantes das indústrias, pois exigem o “depósito prévio do valor da importação”, pelo prazo de 12 meses. Setembro de 1976. Em seguidas reuniões os representantes das empresas associadas discutem a Lei Federal nº 6.360, que modifica totalmente os princípios que regulam o funcionamento da indústria farmacêutica nacional, substituindo a lei anterior, de 1946. As novas exigências relacionadas a licenciamento de produtos, produção, controle de qualidade, armazenamento, comércio etc, estavam mal dimensionadas para o setor e acabaram somando novos Década problemas para uma indústria que já sofria com a férrea política de controle de preços. A obrigação de colocar grandes tarjas vermelhas nas embalagens, estabelecido pelo Decreto nº 79.094, foi vista como uma das medidas mais incoerentes e desnecessárias. É grande a indignação em todo o setor.

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24 de julho de 1986. O Plano Cruzado e o congelamento de preços dificultam a produção de medicamentos devido “à falta de matéria-prima e de material de acondicionamento”.

30 de junho de 1989. É debatida a necessidade imediata de algumas alterações nos estatutos sociais do sindicato, dando assim oportunidade de a atual diretoria atender ao desenvolvimento a que se propõe em favor da entidade e, ao mesmo tempo, aproveitar a liberalidade sindical ocasionada pela nova Constituição Federal. Nessa mesma ata é criado o 1º título honorífico, destinado a Fausto Spina.

veiculados em jornais líderes nas principais capitais. Os três primeiros textos do plano seriam: • Remédios – não lhe dão nenhum prazer. Só a vida; • Remédios – os laboratórios investem para que você não precise deles; • Remédios – Eles salvam vidas, mesmo de quem fala mal deles.

Década 29 de outubro de 1990. “Esta presidência, 22 de abril 1993. Aparece pela primeira vez ciente da magnitude de um entendimento a questão do medicamento genérico nacional, transmitiu a seus associados a real (Decreto nº 793/93), levantando-se importância da colaboração do setor industrial argumentos para uma ação judicial contra farmacêutico do Estado de São Paulo para esta o decreto: “Para debater o assunto, o Sr. nova fase que se pretende ver inaugurada no Omilton convidou o Dr. Vicente Nogueira, País e que visa, sobretudo colocá-lo na era da que fez uma análise detalhada dos tópicos modernidade, como também corrigir os do referido decreto, tecendo considerações grandes desequilíbrios sociais que afligem acerca da exigência de autorização em nível federal grande parte de nossa população... Assim os nossos para as farmácias fracionarem medicamentos; a associados reunidos em Assembléia Geral ilegalidade da exigência de responsável técnico em Extraordinária decidiram propor como subsídios: a) distribuidoras; as dificuldades de caracterização da manutenção do nível de emprego pelo período de 90 responsabilidade de profissionais farmacêuticos nos dias, a contar da assinatura do acordo de entendimento casos de fracionamento de embalagens de nacional; b) manutenção de preços relativos durante medicamentos; a falta de suporte legal da inclusão igual período; c) manutenção da oferta de dos medicamentos genéricos no Decreto nº 79.094/ medicamentos essenciais em níveis compatíveis com 97; a irregularidade do tratamento das marcas frente o consumo; d) colaborar na implantação de um sistema a Lei nº 5.772/71 da Propriedade Industrial e as de atendimento das necessidades básicas de irregularidades frente ao Código de Defesa do medicamentos à população sem condição de acesso Consumidor.” ao mercado consumidor. Mas para que isso aconteça, 26 de agosto de 1993. Em decorrência da ação judicial, o setor manifesta o desejo de que não fique exposto à elabora-se uma estratégia para sensibilizar a imprensa, greve e que o Governo colabore na desregulamentação no sentido de reforçar a revisão do Decreto nº 793/93. de preços.” Com relação à questão dos genéricos, a ação da Abifarma 1º de março de 1993. Exposto o plano de comunicação se integra à do Sindusfarma. do sindicato e o conteúdo dos anúncios que seriam

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21 de março de 1994. Expostos resultados das conversações com o Governo no sentido de se converter os preços em URV. 20 de julho de 1998. “As posições dos expositores e da Assembléia são convergentes no sentido de definir uma estratégia de comunicação com a imprensa, com vistas a se transmitir aos consumidores, à própria imprensa e às autoridades governamentais, segurança em relação aos medicamentos industrializados. No que concerne às medidas para se evitar falsificações, ficou evidente que a proposta de selo holográfico ou assemelhado não oferece garantia absoluta, uma vez que, em geral, o consumidor não tem condições de discernir entre um selo original e um falsificado. As críticas citadas na imprensa com relação aos selos holográficos falsificados ou copiados, recomendam não adotá-los nos cartuchos dos medicamentos como único mecanismo distintivo.” 17 de novembro de 1998. Definida a verba para o projeto de ampliação de área de escritórios e salas de reunião na atual sede, e reforma do imóvel. Ainda nesta década, é possível perceber um esforço para se padronizar normas de inspeção das indústrias, visando o Mercosul.

Nestes primeiros anos do terceiro milênio são freqüentes as citações sobre medidas tomadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e que serão amplamente debatidas no sindicato. 2 de janeiro de 2001. Votação para a diretoria realizar medidas judiciais em defesa da categoria, devido a Medida Provisória nº 2.063/2000, que estabelece “critérios prejudiciais à categoria”. 24 de maio de 2001. Votação para medidas judiciais contra a resolução RDC ANVISA nº 102 de 30 de novembro de 2000. Esta resolução está ligada à regulamentação das propagandas, divulgação e mensagens publicitárias de medicamentos; e também por causa da RDC ANVISA nº 9 de 2 de janeiro de 2001, que “estabelece critérios de padronização de embalagem Década e rotulagem das soluções parenterais de pequeno volume SPPV, tendo em vista os gr avíssimos riscos que a implementação do disposto na mesma pode gerar aos pacientes de medicamentos”.

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10 de agosto de 2001. Deliberação sobre a aliança estratégica SINDUSFARMA-ABIFARMA, visando “diminuir a duplicidade de atividades e maximizar a performance de ambas. Esse processo de atuação integrado sempre foi objeto de debates, os quais se justificam muito especialmente em função da

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composição da Diretoria e do Conselho das entidades a serem constituídos, em sua maioria, dos mesmos diretores. Haveria trocas entre as duas instituições. Cada uma cederia espaços em suas sedes para a realização de reuniões. As atividades políticas, jurídicas, de comunicação com a mídia, exercida simultaneamente poderiam ser centralizadas na ABIFARMA. A proposta foi aprovada unanimemente”. 12 de abril de 2002. Votação para providenciar medidas judiciais a respeito de restrição ao uso de marcas em vacinas de uso humano.

Fusões

As participações de quem evoluiu para acompanhar a história De uma maneira simples e de fácil visualização, conheça a história dos laboratórios que, nas últimas décadas, passaram por processos de fusão.

Fonte: Revista Grupemef

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Abbott

Alcon / Asta Médica / Galderma / Roche / Darrow

Astrazeneca / Enila / Glaxo Smith Kline

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Ache / Pfizer

Allergan

Bayer

Biosintetica

Bristol Myers Squibb

BYK

DM / Merk Sharp & Dohme / Prodome / Wyeth

EMS

Aventis

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%$ Boehringer Ingelhein

Haller

Cimed

Medley

Eurofarma

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Pharmacia Brasil

ICN / Sanofi Synthelabo

Jamir Vasconcelos

Naturin / Sanus / União Química

Novartis

Zambon

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