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ENEM

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COMENTÁRIOS DA PROPOSTA DE REDAÇÃO

   

 

  

EPISÓDIO​ ​01:​ ​REDAÇÃO

COMENTÁRIOS​ ​SOBRE​ ​A​ ​REDAÇÃO​ ​DO​ ​SIMULADO     E,  aí,  galera!  Estamos  na  reta  final  pro  ENEM!  Muito  nervosos?  Calma!  Esse  é  o  momento  de  tentar  ao  máximo  se  acalmar  (sei  como  é  difícil!)  e  apenas  revisar  o  que  estudamos  durante  todo  esse  ano.  Para  isso,  esse  material  foi  pensado  para  que  lembremos  todo  o  processo  mental  que  deve  ocorrer  dentro  da  nossa  cabeça  antes  de  escrever  a  redação.  Aqui  vamos  nos  basear  no  tema  “Os  desafios  para  a  inclusão  de  pessoas​ ​com​ ​deficiência​ ​no​ ​Brasil”.​ ​Bora​ ​lá?      1º​ ​PASSO    Antes  de  qualquer  coisa  na  hora  de escrever a redação ENEM é importantíssimo ter certeza  sobre  o  tema.  Lembre-se  que  não  adianta  apenas  ler  esse  enunciadinho,  você  deve  ler  também  os  textos  de  apoio,  marcando  as  partes  mais  importantes  (como  os  dados,  os  exemplos…).  Esse  é  o processo de interpretação da proposta. A partir disso teremos clareza  do  tema  proposto  e  não  correremos  o  risco  de  tangenciá-lo  e  muito  menos  fugir  dele!  Por  isso,​ ​vamos​ ​a​ ​leitura:    PROPOSTA​ ​DE​ ​REDAÇÃO  A  partir  da  leitura  dos  textos  motivadores  seguintes  e  com  base  nos  conhecimentos  construídos  ao  longo  de  sua  formação,  redija  um  texto  dissertativo-argumentativo  em  modalidade  formal  da  língua  portuguesa  sobre  o  tema  “Os  desafios  para  a  inclusão  de  pessoas  com  deficiência  no  Brasil”,  apresentando  uma  proposta  de  intervenção  que  respeite  os  direitos  humanos.  Selecione,  organize  e relacione, de forma coerente e coesa,  argumentos​ ​e​ ​fatos​ ​para​ ​defesa​ ​do​ ​seu​ ​ponto​ ​de​ ​vista.     TEXTO​ ​I    IBGE:​ ​6,2%​ ​da​ ​população​ ​têm​ ​algum​ ​tipo​ ​de​ ​deficiência    Dados  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 6,2% da  população  brasileira  tem  algum  tipo  de  deficiência.  A  Pesquisa  Nacional  de Saúde (PNS)  considerou  quatro  tipos  de  deficiências:  auditiva,  visual,  física  e  intelectual.  O  levantamento  foi  divulgado  hoje  (21)  pelo  IBGE  e  feito  em  parceria  com  o  Ministério  da  Saúde.  Dentre  os  tipos  de  deficiência  pesquisados,  a visual é a mais representativa e atinge 3,6%  dos  brasileiros,  sendo  mais  comum  entre  as  pessoas  com  mais  de  60  anos  (11,5%).  O  grau  intenso  ou  muito  intenso  da  limitação  impossibilita  16%  dos  deficientes  visuais  de  realizar​ ​atividades​ ​habituais​ ​como​ ​ir​ ​à​ ​escola,​ ​trabalhar​ ​e​ ​brincar. 

   

   

  O  Sul  é  a  região  do  país  com  maior  proporção  de  pessoas  com  deficiência  visual  (5,4%).  A  pesquisa  mostra  que  0,4%  são  deficientes  visuais  desde  o  nascimento  e  6,6%  usam  algum  recurso  para  auxiliar  a  locomoção,  como  bengala  articulada  ou  cão-guia.  Menos​ ​de​ ​5%​ ​do​ ​grupo​ ​frequentam​ ​serviços​ ​de​ ​reabilitação.  O  estudo  mostra  também  que  1,3%  da  população  tem  algum  tipo  de  deficiência  física  e  quase  a  metade  desse  total  (46,8%)  tem  grau  intenso  ou  muito  intenso  de  limitações.​ ​Somente​ ​18,4%​ ​desse​ ​grupo​ ​frequentam​ ​serviço​ ​de​ ​reabilitação.  Ainda  segundo  o  IBGE,  0,8%  da  população  brasileira  tem  algum  tipo  de  deficiência  intelectual,  e  a  maioria  (0,5%)  já  nasceu  com  as  limitações.  Do  total  de  pessoas  com  deficiência  intelectual,  mais  da  metade  (54,8%)  tem  grau  intenso  ou  muito  intenso  de  limitação​ ​e​ ​cerca​ ​de​ ​30%​ ​frequentam​ ​algum​ ​serviço​ ​de​ ​reabilitação​ ​em​ ​saúde.  As  pessoas  com  deficiência  auditiva  representam  1,1%  da  população  brasileira,  e  esse  tipo  de  deficiência  foi  o  único  que  apresentou  resultados  estatisticamente  diferenciados  por  cor ou raça, sendo mais comum em pessoas brancas (1,4%), do que em  negros  (0,9%).  Cerca  de  0,9%  dos  brasileiros  ficaram  surdos  em  decorrência  de  alguma  doença  ou  acidente  e  0,2%  nasceu  surdo.  Do  total  de  deficientes auditivos, 21% têm grau  intenso​ ​ou​ ​muito​ ​intenso​ ​de​ ​limitações,​ ​o​ ​que​ ​compromete​ ​atividades​ ​habituais.  Os  percentuais  mais  elevados  de  deficiência  intelectual,  física  e  auditiva  foram  encontrados  em  pessoas  sem  instrução  e  em  pessoas  com  o  ensino  fundamental  incompleto.  A​ ​Pesquisa​ ​Nacional​ ​de​ ​Saúde​ ​consultou​ ​64​ ​mil​ ​domicílios,​ ​em​ ​2013.  Fonte:​ ​Agência​ ​Brasil,​ ​2015 

  TEXTO​ ​II 

  Fonte:​ ​Folha​ ​de​ ​São​ ​Paulo 

 

TEXTO​ ​III    Participação​ ​de​ ​pessoas​ ​com​ ​deficiência​ ​no​ ​mercado​ ​de​ ​trabalho​ ​cresce​ ​20%    A  Lei  de  Cotas  para  Pessoas  com  Deficiência  completa  hoje  (24)  24  anos.  A  medida  estabelece  que  empresas  com  mais  de  100  empregados devem destinar de 2% a  5%  de  suas  vagas  para  pessoas  com  deficiência.  A  lei  contribuiu  para  ampliar  a  participação  dos  deficientes  no  mercado  de  trabalho,  mas  ainda  é  pequeno  o  percentual     

   

  de  contratações  por  empresas  que  não  são  obrigadas  a  cumprir  a  lei,  de  acordo  com  a  auditora​ ​fiscal​ ​do​ ​trabalho,​ ​Fernanda​ ​Maria​ ​Pessoa​ ​di​ ​Cavalcanti.  “Se  analisarmos  os  dados  da  Rais  [Relação  Anual  de  Informações  Sociais]  de  2013, 92% das pessoas com deficiência estão no mercado de trabalho por conta da Lei de  Cotas  porque  estão  em  empresas  com  100  ou  mais  empregados,  que  são  obrigados  a  contratar”,​ ​disse​ ​a​ ​auditora.  Os  dados  do  Ministério  do  Trabalho  apontam  que  nos  últimos  cinco  anos  houve  aumento  de  20%  na  participação  das  pessoas  com  deficiência  no  mercado  de  trabalho.  Segundo  os  dados  da  última  Rais,  em  2013,  foram  criados  27,5  mil  empregos  para  pessoas com deficiência. Com o resultado, chegou a 357,8 mil o número vagas ocupadas.  Os  homens  representam  64,84%  dos  empregados  e  as  mulheres  ocupam  35,16%  das  vagas.  [...]  Devido  a  necessidade  de  promover  encontro  entre  as  empresas  que  querem  ofertar  vagas  e  os  deficientes  que  buscam  um  trabalho,  Cláudio  Tavares  fundou  o  site  Deficiente  Online.  Ele  avalia  que  ao  longo  dos  últimos  anos  o  mercado  de  trabalho  melhorou  para  as  pessoas  com  deficiência  que  eram  vistas  como  indivíduos  sem  qualificação​ ​e​ ​ocupavam​ ​principalmente,​ ​postos​ ​com​ ​baixos​ ​salários.   A  Lei  de  Cotas  para  deficientes  ajudou  nesse  processo,  segundo  ele.  “Antes  era  preciso  convencer  os  gestores  que  tinham  que  incluir  as  passoas  com  deficiência  no  mercado  de  trabalho,  mas  hoje  eles  estão  mais  abertos  e  a  obrigatoriedade da lei é mais  forte.  Quanto  a  qualificação para o mercado de trabalho, Cláudio avalia que esse não é o  principal  desafio  para  ampliar  o  número  de  deficientes  empregados.  Ele  diz  que  há  crescente  oferta  de  cursos  gratuitos  oferecidos  por  governos  e  organizações  da  sociedade  civil  e  cita  que  das  47  mil  pessoas  com  deficiência  cadastradas  no  site,  36%  concluíram  ou  cursam  nível  superior  e  42%  tem  segundo  grau  completo.  Entre  os  deficientes  cadastrados  em  busca  de  emprego,  57%  são  homens  e  44%  têm  deficiência  física.    Para  Cláudio,  que tem deficiência física, um desafio para inserir esse segmento no  mercado  de  trabalho  é  garantir  a acessibilidade urbana, com transporte público adaptado  e  rampas  que  facilitem  a  circulação  nos  espaços  públicos,  e  também  acessibilidade  nas  empresas.    Fonte:Agência​ ​Brasil,2015. 

  2º​ ​PASSO:​ ​BANCO​ ​DE​ ​IDEIAS    Espaço  para  anotações  dos  dados  mais  importantes  sobre  o  tema.  Ele  pode  ser  construído  em  um  folha  separada  ou  pode  ser  feito  nas  margens  dos  textos  de  apoio.  Você​ ​decide​ ​como​ ​melhor​ ​organiza​ ​essas​ ​informações!    TEXTO  I - Esse texto apresenta um panorama variado da realidade de pessoas deficientes  no  Brasil.  São  eles:  auditiva,  visual,  física  e  intelectual.  Além  disso,  evidencia  dentro  de  cada  uma  delas  algumas  peculiaridades,  como  pessoas  que  nascem  com a deficiência e     

   

  outras​ ​que​ ​adquirem​ ​(doença​ ​ou​ ​acidente).  TEXTO  II  ​-  Esse  texto  apresenta  uma  tirinha.  No  primeiro  quadro  vemos  um  cadeirante  com  uma  expressão  facial positiva frente a uma rampa de acesso. No entanto, o segundo  quadro  revela  que  essa  rampa  está  apenas  na  base  de  uma  longa  escada,  o  que  seria  uma problema para o cadeirante chegar ao topo. Dessa forma, o que se pode inferir dessa  tirinha  é  que  embora  alguns  avanços  tenham  sido  feitos  na  área  de  acessibilidade,  há  ainda​ ​um​ ​longo​ ​percurso​ ​até​ ​chegarmos​ ​ao​ ​topo​ ​no​ ​quesito​ ​igualdade.  TEXTO  III  -  Esse  texto  apresenta  a  participação  de  pessoas  com  deficiência  no  mercado  de  trabalho,  focando  especificamente  na  questão  das  cotas. Dados importantes: De 2% a  5%  das  vagas  são  destinadas  para  pessoas  com  deficiência,  92% das pessoas que estão  no  mercado  de  trabalho  são  por  causa  da  lei  de  cotas  e  qualificação profissional não é a  questão,​ ​pois​ ​a​ ​maioria​ ​já​ ​é​ ​qualificado.  Depois  de  ler  as  suas  anotações  e  conseguir  identificar  bem  o  tema  da  redação,  esse  espaço  pode  ser  utilizado  também  para  anotar  outras  informações  e  conhecimentos  que  você  tem  sobre  o  assunto  (exemplos,  fatos,  relações  com  a  história…).  Quando  apresentamos  reflexões  que  ultrapassam  os  textos  de  apoio  e  os  nossos  exemplos  pessoais,  a  nota  da  nossa  redação  tende  a  aumentar  bastante.  Então,  faz  aquele esforço  para​ ​encontrar​ ​informações​ ​que​ ​vão​ ​além!  1. Na  Grécia  a  pessoa  que  nascia  com  alguma  deficiência  é considerada um castigo  dos  deuses,  sendo,  muitas  vezes  mortas  ao  nascer  ou  abandonadas  à  própria  sorte.   2. O  filósofo  francês,  Michel  Foucault,  em  História  da  Loucura,  descreve  como  a  sociedade  tratou  de  forma  absurda  e  desumana  por  milhares  de  anos as pessoas  consideradas  “loucas”,  os  quais,  muitas  vezes,  eram  apenas  pessoas  com  algum  tipo​ ​de​ ​deficiência.   3. Jogos  paralímpicos:  Exemplo  de  pessoas  que  evidenciam  que  são  capazes  de  fazer  qualquer  coisa  mesmo  que  a  sociedade  ainda  os  discrimina  e  considere  inferiores  (exemplo  de  discriminação  da  sociedade  é  o  baixo  número  de venda de  ingressos​ ​para​ ​os​ ​jogos​ ​paralímpicos​ ​no​ ​RJ).  4. Vivemos  imersos  em  um  mundo  tecnológico  em  que  as  próteses  são  cada  vez  mais  bem  feitas  e  permitem  às  pessoas  uma  vida  mais  acessível.  No  entanto,  o  estigma​ ​sobre​ ​elas​ ​se​ ​mantêm.  5. …   Um  bom  questionamento  para  se  fazer  aqui  é  sobre  a  responsabilidade:  Quem  pode  resolver  ou  modificar  positivamente  esse  cenário?  Será  a  partir  dessa  reflexão  que  a  sua  proposta​ ​de​ ​intervenção​ ​irá​ ​se​ ​desenvolver!  Um  exemplo  dado  no  texto  III  é  a  questão  das  cotas  para  deficientes.  Nesse  caso,  já  existem  essas  cotas,  então,  é  interessante  evidenciar  que  elas  devem  ser  respeitadas  ou  até  mesmo  ampliadas.  Outra  aspecto  bastante  importante  é  a  questão  do  preconceito.  Como  resolver  o  preconceito?  Certamente  precisamos  conscientizar  a  população  (pode  ser  no  espaço  da  educação  -  educação  acessível  e  sensível),  mas  de  forma  mais  afetiva,  quem  sabe  se  pensássemos,  no  que  diz  respeito,  aos  deficientes  físicos  que  fossem  feitas  mais  rampas  de  acesso  para  facilitar  a  mobilidade  (quem  deve  fazer?),  filmes com  legendas  ou  intérpretes  para  pessoas  surdas  terem  acesso  à cultura, por exemplo. Dessa     

   

  forma,​ ​assegurariamos​ ​o​ ​espaço​ ​público​ ​que​ ​deveria​ ​ser​ ​de​ ​todos,​ ​também​ ​a​ ​elas.    3º​ ​PASSO:​ ​PROJETO​ ​DE​ ​TEXTO    Espaço  para  organização de todas as ideias que foram surgindo enquanto refletimos sobre  o  que  lemos  e  o  que  sabemos  sobre  o  tema.  Não  esqueça  que  o  projeto  de  texto  diz  respeito  a  organização  de  um  texto  dissertativo-argumentativo,  isto  é,  um  texto  que  defende  um  ponto  de  vista  (qual  seu  ponto  de  vista  sobre  os  desafios  na  inclusão  de  pessoas  com  deficiência?),  sendo  que  esse  ponto  de  vista  deve ser defendido por meio de  argumentos!  Além  disso,  organize  suas  ideias  em  três  principais  momentos:  ABERTURA,  DESENVOLVIMENTO​ ​e​ ​FECHAMENTO.  ABERTURA  ​(1º  parágrafo):  Apresenta  o  plano  de  texto  de  forma  sintética:  tema,  tese  e  os  dois​ ​argumentos​ ​a​ ​serem​ ​desenvolvidos​ ​no​ ​texto.  DESENVOLVIMENTO  ​(2º  parágrafo):  ARGUMENTAÇÃO  1:  É  a  relação  que  o  mecanismo  argumentativo  (exemplo,  fato,  citação  etc)  e  a  defesa  do  seu  ponto  de  vista  sobre  o  assunto.  Qual  dos  argumentos  presentes  no  seu  banco  de  ideias  mais  auxilia  na  sua  defesa?​ ​Desenvolva​ ​aqui​ ​apenas​ ​um.  DESENVOLVIMENTO  (3º  parágrafo):  ARGUMENTAÇÃO  2:  Obedece  a  mesma  estrutura  da  argumentação  anterior,  mas  aborda  um  aspecto  diferente  (não  contrário!)  do  anterior.  Desenvolva  apenas  uma  ideia  (mecanismo  argumentativo)  também  e  não  esqueça  de  relacioná-lo  ao  seu  ponto  de  vista.  Não  esqueça  que  esse  não  é  um  texto  informativo  em  que​ ​você​ ​apenas​ ​apresenta​ ​informações!  FECHAMENTO ​(4º parágrafo): Proposta de intervenção: Como resolver o problema (falta de  acessibilidade)?​ ​Quem​ ​é​ ​responsável?​ ​O​ ​que​ ​deve​ ​ser​ ​feito?​ ​Quais​ ​os​ ​efeitos?