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AS A P AR ÊN C IA S E NG AN AM : D IV ER G Ê NC IA S E N TR E O M AT ER I AL IS M O H I S T Ó R I CO D I AL É TI CO E A S AB O RD AG ENS Q UA L I TA T...
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AS A P AR ÊN C IA S E NG AN AM : D IV ER G Ê NC IA S E N TR E O M AT ER I AL IS M O H I S T Ó R I CO D I AL É TI CO E A S AB O RD AG ENS Q UA L I TA T IV AS DE P ES Q U IS A. L íg ia M ár c ia M ar t ins *

*

Doutora em Educação, professora do Departamento de Psicologia, Faculdade de Ciências – UNESP/Bauru, membro do grupo de pesquisa “Estudos Marxistas em Educação” e coordenadora do grupo de pesquisa “Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Infantil (NEPEI)”.

AS APARÊNCIAS ENGANAM: DIVERGÊNCIAS ENTRE O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO E AS ABORDAGENS QUALITATIVAS DE PESQUISA MARTINS, LÍGIA MÁRCIA – UNESP – [email protected] GT: Filosofia da Educação / 17

A a n á l is e q u e co nt e mp la mo s ne st e ar t ig o ve r s a so br e a a d o çã o d a s c h a ma d a s a bo r d ag e ns q ua l it at iv a s no â mb it o d e v i n c u la çõ e s co m o mat er ia l is mo h ist ó r ico . Ou se ja , o o b jet o d e st a r e f le x ão é a fr eq ü e nt e

r upt ur a

d ia lét ico ,

e nt ão

e nt r e

mat er ia l is m o

s u bst it u ído

po r

hist ó r ico

e

met o d o lo g ia s

mat er ia l is mo d e no m ina d a s

q u a l it at iv a s. E m co nfo r m id a d e co m o d it o p o r E ng e l s, p ar a q u e m “o mét o do é a a l ma d a t eo r ia”, e nt e nde mo s q u e est a a l ie n a ção r e s u lt a n a pr ó p r ia d e sc ar act er iz aç ão d o mat er ia l i s mo h ist ó r ico , be m co mo d e fe nd e mo s q u e o ma r x is mo d is p e ns a a a do ção d a s a bo r d ag e ns qu a l it at iva s na le g it i ma ç ão d a c ie nt i f ic id a d e de se u s mét o d o s d e inve st ig aç ão , p o is d is p õ e d e u ma ep ist e mo lo g ia su f ic ie nt e me n t e e la b o r a d a p ar a o faz er c ie nt í f ico : a e p ist e mo lo g ia mat er ia l ist a h ist ó r ico d ia lét ic a .

À g u i s a d e i n t rod u çã o. . .

Co m r azo á v e l fr e qü ê nc ia , e sp ec ia l me nt e na s ár ea s d a p s ico lo g i a e d a ed uc a ção , e n co nt r a mo s t r a ba lho s de p e sq u is a qu e ind ic a m fu n d a me nt ar - s e no mat er ia l i s mo hist ó r ico d ia lét ico ma s pr et er e m o d e se n v o lv i m e nt o d o p e ns a me nt o ló g ic o d ia lét ico no t r a n s cu r so d a i nv e st ig a ção r e a l iz a d a. D ia nt e de st a s s it u açõ e s no s p er g u nt a mo s: q ua is a s r a zõ e s ap r e se nt a d as

po r

e st es

p e sq u is a do r e s

no

s e nt ido

v in c u la çõ e s e nt r e u ma le it u r a t eó r ic a a n co r ad a no

de

ju st i f ic a r

mat er ia l i s mo

h ist ó r ico e a met o d o lo g ia de pe s q u is a qu a l it at iv a . E st a i n d ag aç ão as s e nt a- s e

no

p o s s ib i l i d a d e

fat o

de

t eó r ic a,

q ue ist o

o é,

m at er ia l is mo co mo

h ist ó r ico

inst r u me nt o

co mo

ló g ico

de

i nt er p r et aç ão d a r ea l id ad e, co nt é m e m s u a e s s e n c ia l id a de a ló g ic a d ia lét ic a e n est e se nt ido , apo nt a u m c a m i nho e p ist e mo ló g ico p ar a a r e fer id a int er pr et a ç ão . A ne ga ção d e st e ca m i n ho p o r t a nt o , r epr e s e nt a a

de s car a ct er iz a ção

de

u ma

e fet iv a

co mp r ee ns ão

ac er c a

da

ep ist e mo lo g ia ma r x ia na . 2

AS APARÊNCIAS ENGANAM: DIVERGÊNCIAS ENTRE O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO E AS ABORDAGENS QUALITATIVAS DE PESQUISA MARTINS, LÍGIA MÁRCIA – UNESP – [email protected] GT: Filosofia da Educação / 17

T e nd o e m v ist a a d e fe s a d a t es e ac i ma r e fe r id a, a t r a jet ó r i a p er co r r id a na r e f le x ão , o bjet o d e st e ar t ig o , co nt e mp la o s se gu int e s mo me nt o s. P r i me ir a me nt e, a na l is a mo s o nz e t r a ba l ho s d e d is s er t a çõ e s e t ese s

nas

ár e a s d a p s ico lo g ia

e da

edu c aç ão

de fe n d id a s e nt r e

2 0 0 2/ 2 0 0 4 t e ndo e m v is t a id e nt i f ic a r o que ju st i f ic a o fu nc io n a me n t o e nt r e mat er ia l is mo h ist ó r ico d ia lét ico e met o d o lo g ia qu a l it at iva . As ju st i f ic a çõ e s ma is fr e qü e nt e me nt e e nco nt r a d a s fo r a m: a pr et e nsão d e co nt r a p o s iç ão e m r e la ç ão ao s mo de lo s po s it iv is t a s d e in ve st ig aç ão ; a f ir ma ç ão

da

co n h e c i me nt o ;

i mp o s s i b i l id a d e ne g a ção

da

de

se p a r a ção

po s s ib i l i dad e

de

su je it o / o b jet o ju ízo s

ne u t r o s

do na

co n st r u ção d o co nh ec i me nt o . A se gu ir , r e a l iz a mo s e st ud o co nce it ua l so br e met o do lo g ia s q u a l it at iv a s p ar a id e nt i f ic a r su a s car ac t er íst ic a s p r inc ip a is q u e, po r su a v ez, co r r o bo r a m a s ju st i f ic a çõ e s e n c o nt r ad a s. T a is

car a ct er íst ic a s

fo r a m

e nt ão ,

a n a l is a d a s

à

lu z

da

ep ist e mo lo g ia mat er ia l is t a hist ó r ico d ia lét ic a. Ap ó s e st a a ná l i s e, r et o ma mo s

as

ju st i f ic a çõ e s

eq u ívo co s

f i lo só f ico s,

e n co nt r a da s

r ea f ir ma nd o

t eó r ico - met o d o ló g ico s

e

a lg u n s

po l ít ico s

dos ne la s

p r e s e nt e s. E st e a r t igo não t e m a pr et e ns ão , p o r s eu s p r ó p r io s l i m it e s, d e es g o t ar

a

a n á l is e

em

cur so ,

m as

o ut r o ss i m,

co mpa r t il h a r

p r eo c u p açõ e s e qu e m s a be, pr o vo car a inq u iet aç ão g er a do r a d e b u sc a s.

M et o d o l o g i a Q u a l i t at i va: p ri n c i p ai s e xp re s sõ es

S eg u nd o e st ud io so s d a s a bo r d a ge ns q u a l it at iv a s fo i a p a r t ir d a d é ca da d e 70 q ue a co nc ep ção p o s it iv is t a de c iê n c ia p a s so u a r ec e ber , no Br a s i l, s e ver a s cr ít ic a s f i lo só f ic a s, po l ít ic a s e t é c nic a s. O a lvo d e st a s cr ít ic a s a po nt a va na d ir e ção d a a p l ic a ç ão do s mo d e lo s d e c iê n c ia s n at u r a is p ar a a s o ut r a s c iê nc ia s ( e m e sp ec ia l, a s hu ma n a s) e 3

AS APARÊNCIAS ENGANAM: DIVERGÊNCIAS ENTRE O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO E AS ABORDAGENS QUALITATIVAS DE PESQUISA MARTINS, LÍGIA MÁRCIA – UNESP – [email protected] GT: Filosofia da Educação / 17

p ar a a se pa r a ção e nt r e fat o s e co nt e xt o s , u ma car act er íst ic a bá s ic a d o p o s it iv is mo

ao

t r at ar

o

mu ndo

co mo

um

co nju n t o

de

fat o s

n at u r a l me nt e i nt e r l ig a do s. T a is

c r ít ic a s

i nv e st ig at iv a s ,

d e ma nd ar a m

cu l m i na ndo

na

a

bus c a

pr o p o s iç ão

por de

no v a s

est r at é g ia s

u ma

a bo r d a g e m

a lt er nat iv a par a o t r at a me nt o d is pe ns ad o ao s p r o b le ma s d e pe s q u is a e su a s co r r e s p o n d e nt e s a ná l is e s , d e no m i nad a d e mo d o ba st a nt e a mp lo co mo p e squ i sa q ual i t a t i va. Go d o y ( 1 99 5) co ns id er a qu e a pe s ar d e, ap e na s, no s ú lt i mo s t r int a a no s t er o co r r ido ma io r s is t e mat iz a ç ão e e xp a n s ão d a ad o ç ão d e st e mo d e lo d e pe sq u is a , su a s o r ig e ns s ão mu it o r e mo t a s. Co mo ma r co s r e fer e nc ia is h ist ó r ico s, est a a u t o r a in d ic a, pr i me ir a me n t e a so c io lo g ia in g le s a de S id ne y We bbs ( 18 5 9 - 1 9 47 ) e Be at r ic e We bb s ( 1 8 5 8 - 1 9 4 3) , q u e a f ir ma va m se u s t r a ba l ho s co mo fu nd a me nt ado s no “ mét o d o d e p e sq u is a so c ia l”. O s e st ud o s so c ia is e p o l ít ico s p o r e le s r ea l iz a do s já pr io r iz a va m a d e sc r iç ão e a ut i l iz a ç ão d e e nt r e v ist a s, a ná l is e

d o cu me nt a l

e

o bser va çõ e s

pe s so a is .

I nd ic a

também

a

i mp o r t â n c ia his t ó r ic a do s t r a b a l ho s de s e nvo l v ido s p e lo De p ar t a me nt o d e S o c io lo g ia d a U n ive r s id a de de C h ic ago ( “A E s co la de C h ic ag o ”) , no s q u a is gr a nd e de st aq ue fo i co n fer id o ao s a sp ect o s da v id a u r b a na e à s d i me ns õ e s int er a c io n ist a s da r e a l i dad e so c ia l, nu ma per sp e ct iv a q u e b u s ca va su p e r ar a qu a nt i f ic a ç ão d o s fe nô me no s a na l is a d o s. Na

at u a l id a d e,

so b

a

d e no m i na ç ão

“p es q u is a

qu a l it at iva ” ,

e nco nt r a mo s v ár io s t ipo s de in ve st ig a çõ es a p o iad a s e m d i fer e nt e s ma r co s t eó r ico s, d e nt r e o s q ua is se d e st a ca m: t eo r ia s ist ê m ic a , et no met o do lo g ia, fe no me no lo g ia e mat er ia l is mo hist ó r ico . S e gu nd o Go d o y ( 199 5) e st a a mp l it ud e não r e su l t a n u ma d es c ar a ct er iz a ç ão d e mo d e lo ,

que

ap e sar

de

a b ar c ar

d i fer e nt e s

mat iz e s

pr e s er v a

car act er íst ic a s e s se n c ia is co mu ns. F u nd a me n t a nd o - s e

na

o br a

A

Pe s qu i sa

Qu a l i t a t i v a

em

E d uc a ç ão, d e Bo g da n e B ik le n ( 1 9 82) , t ant o Go do y ( 1 9 95 ) q ua nt o Lü d le e An dr é ( 1 9 8 6) s ist e mat iz a m c inco c ar a ct er ís t ic a s bá s ic a s co n st it u t iva s do s e st udo s de t ipo q ua l it a t ivo , apr e se nt ad a s a s egu ir . 4

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A p r i me ir a d e la s d est a c a o a mb ie nt e n at u r a l co mo ba s e d o s d ado s inve st ig ad o s, do qu e r e su lt a o gr a n de v a lo r co n fer id o ao co nt at o d ir et o e pr e fer e nc ia l me nt e pr o lo ng ado d o p e s qu is a do r co m o ca mp o d e e st ud o . E st a s i nve st ig a çõ e s, t a mb é m d e no m i na d a s p e lo s au t o r es a c i ma r e fe r ido s co mo “n at ur a l ís t ic a s”, t ê m co mo p r eo c u p aç ão fu n d a me nt a l o e st udo e a a ná l is e d o m u ndo e mp ír ico , pr i v i le g ia nd o o s p r o ce s so s int er at ivo s pr e s e nt e s no co nt e xt o d a in v e st ig aç ão . Ne st e se nt id o ,

a

p e s so a

do

p e squ is a do r

é

co ns id er ad a

i mp o r t a nt e

i nst r u me nt o p ar a a o bser va ç ão , se le ç ã o , an á l i s e e i nt er p r et aç ão d o s d ado s co let a d o s e e m fa c e de st a t ar e fa, po der á u t i l iz a r r e cur so s t a i s co mo

f i l m a g e n s,

fo t o gr a f ia s,

gr a va ç õ es,

d o cu me nt o s

h ist ó r ico s,

r eg is t r o s e scr it o s et c co m o o b jet ivo d e a mp l ia r a co nf ia b i l id a d e d e su a s p er c ep çõ e s. A se gu n da c ar act er ís t ic a r e fe r e- s e ao c ar át er fu n da me nt a l me nt e d e sc r it i vo

d e st as

in ve st ig açõ e s.

Af ir ma n do

a

n ec e s s id ad e

de

ap r ee ns ão d o s d ado s na s r e la çõ e s q u e e l es ma nt ê m co m o co nt e xt o ao qua l

p er t e nc e m,

pr o c ur a - s e

ver i f ic a r

co mo

os

fe nô me no s

se

ma n i fe st a m, t e nd o e m v ist a u ma co mp r ee ns ão ho l íst ic a, his t ó r ic a e p r o ce s su a l. O pe s q u is a do r e st ar á at e nt o ao ma io r nú me r o po s s í v e l d e e le me nt o s co nst it u t ivo s do c a mp o e st u dado , co nfe r i ndo - lh e s se mpr e, g r a n d e i mpo r t â n c ia . S eg u ndo R ic h a r d so n ( 19 8 5) , o s e st udo s d e nat u r ez a de s cr it iv a p r o p õ e m- se a in v e st ig ar a s ca r a ct er íst ic as d e u m fe nô me n o co mo t a l, e xp lo r a n do p ar t icu lar me nt e, a s t éc n ic a s d e o bs er va ção , e nt r e v ist a s, a ná l is e s d e co nt eú d o e a ná l is e s h ist ó r ic as. P ar a e st e au t o r , e x ist e u m a d i fer e n ç a e m r e la ç ão à nat ur ez a do s fe n ô me no s a s er e m in v e st ig ado s, ist o é, e xist e m n e le s do m í n io s qu a l i f i cá ve is o u q u a nt i f ic á v e is e a p r io r id ad e no r t ea d o r a do t r a ba l ho d e p es qu is a e st ar á na d ep e n dê n c i a d a n at ur e za d o fe nô me no a na l is a d o . Ne st e se nt id o , i nd ic a q u e a s i nv e st ig a çõ e s

que

fr eq ü e nt e me nt e,

se têm

apó ia m

na

a n á l is e

co mo

o bjet o

d e s cr it iv a

s it ua çõ e s

q u a l it at iv a ,

co mp le x a s

ou

est r it a me nt e p ar t ic u la r e s, na s qu a is a e xat id ão da s q ua nt i f ic a çõ e s p o d e ser i mpo ss íve l o u r e lat iva . 5

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A t er ce ir a car act er íst ic a a f ir ma a p e sq u is a d e t ipo q ua l it at iv o co mo e s se nc ia l me nt e vo lt ad a pa r a o pr o ces so , o u se ja, o o bjet ivo d a i nv e st ig a ção a s se nt a- se na s de s cr içõ e s do s p r o b le ma s e st ud ad o s t a l co mo ma n i fe st o s na s at iv id a d e s, no s pr o ced i me nt o s e na s i nt er a çõ e s co t id ia na s . N est e s e nt ido , ver i f ic a mo s u ma fo r t e u n id ad e e nt r e a se g u nd a e a t er ce ir a car act er íst ic a s, p o st o q ue a ide nt i f ic a ção da s ma n i fe st a çõ e s fe no mê n ic a s d o o b jet o d o e st u do é i n d ic a d a co mo co n d iç ão par a u ma co mpr e e ns ão d inâ m ic a e p r o c e s su a l do me s mo . P o r t ant o , pa s sa a ser r equ er id a u ma a t it ud e e s p e c í f ic a n e st a bu s c a co mp r e e ns iv a , q u a l se ja, a s u b me r s ão do pe sq u is a do r no ca mp o r e a l d a e x ist ê nc ia , c a mp o e st e qu e co mpo r t a u m d ina m is mo p r é- d ado e a lt a me nt e co mp le xo . E st a at it u de é pr o p o st a co mo fu n d a me nt a l par a q u e a r e a l id a d e po s sa s er co mpr e e nd id a e int er p r et ad a, o u s e ja, par a q u e se a pr e e nda com o e st e ca mpo d inâ m ic o e co mp le xo adq u ir e s u a s d iv e r sa s e xp r e ssõ e s, se us vár io s se nt id o s e va lo r e s pa r a t o do s q u e o co mp õ e m. At e nd e n do ce nt r a l

do

a

e st a o r ie nt aç ão

e st u do

pe la

via

da

met o d o ló g ic a , a n á l is e

a

qu a l it at iv a

p r eo cu pa ç ão do s

da d o s

o b ser va d o s ins t a la o co nfr o nt o ent r e p r i nc íp io s t eó r ico s e co nt eú do s ap r ee nd ido s no t r a ns cur so da p e sq u is a. De st e co nfr o nt o , r es u lt a m a s q u e s t õ es an a l í t i ca s, ist o é, s ist e ma de s ig n i f ic a çõ e s p e lo s q u a is p r o ce d e- s e a de co d i f ic a ç ão her me n ê ut ic a d o s fe nô me no s, e q u e é r e it er ado naq u i lo qu e s e pr o põ e co mo qu ar t a ca r a ct er íst ic a d a s a bo r d ag e n s q u a l it at iva s, ve ja mo s po r qu e. Do

p o nt o

de v ist a

met o do ló g ico ,

os

mo d e lo s q u a l it at ivo s

d e fe n d e m q u e a me l ho r ma n e ir a p ar a s e c apt ar a r e a l id a d e é aq u e l a que

p o s s i b i l it a

ap r ee nd e n do

os

ao

p e squ is a do r

fe nô me no s

p e la

co lo car - s e vi são

no

do s

lu gar

do

o ut r o ,

p e sq u is a d o r e s.

A

p r eo c u p aç ão e s se n c ia l d a i nve st ig a ç ão r e fer e- s e ao s s ig n i f ic a d o s q u e as

p e sso a s

at r ib u e m

ao s

fe nô me no s.

O

d e sa f io

i mp o st o

ao

p e sq u is a d o r é e nt ão , ca pt ar o s u n ive r so s s i m bó l ic o s t e nd o e m v ist a o e nt e n d i me nt o d o s me s mo s.

6

AS APARÊNCIAS ENGANAM: DIVERGÊNCIAS ENTRE O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO E AS ABORDAGENS QUALITATIVAS DE PESQUISA MARTINS, LÍGIA MÁRCIA – UNESP – [email protected] GT: Filosofia da Educação / 17

Co n fo r me L üd le e An d r é ( 1 9 8 6) a f ir m a m, o p e sq u is a d o r d e v e e xer c er o p ap e l su b jet i vo de pa r t ic ip a nt e e o pa p e l o b jet i vo d e e xa m i n a do r v inc u la nd o , par a a a s s i m i l a ção d a r e a l id a d e e m e st u do , a p er ce pç ão i me d iat a e e spo nt â ne a pr ó pr ia d a v id a co t id ia na e a p er ce pç ão o bjet iva pr ó pr ia d a in ve st ig a ç ão r e f le x i v a . Co m e st a at it ud e pr o cur a- se c apt ar o d ina m is mo i nt er no d a s s it u a çõ e s, q ue d e o u t r a fo r ma s er ia m i na ce s s í ve is a u m o bs er v ado r e xt er no . P ar a est e s au t o r es, t r at a- s e d e “ca pt ur ar a p er sp ect iv a d o s pa r t ic ip a nt e s ”, o u se ja, id e nt i f ic ar o s s ig n i f ic a do s at r ibu í do s p e la s p e sso as à s q u est õ e s e m fo co na pe sq u is a . S e ndo a ss i m, a qu a l id a d e d as pe r c ep çõ e s do p e sq u is a do r é a lvo co nt ín uo d e at e nç ão , po is a f id ed ig n id a de p e la q u a l va i e xp r es s ar o s p o nt o s de v ist a d o s pa r t ic ip a nt e s d ep e n der á s u bst a nc ia l me n t e d e s u a ac u id ad e per c ept iv a . P ar a t a nt o , a ad o ç ão de e st r at é g ia s d e c h ec ag e m d a s me s ma s é se mp r e ne ce s s ár ia. D e nt r e e st a s e st r at é g ia s, a s ma i s u s u a is são o s co nfr o nt o s co m a s p er c ep ç õ es d e o ut r o s p e s qu is a do r e s e d is c u s sõ e s a b er t a s co m o s pr ó pr io s p ar t i c ip a nt e s d o e st ud o . Na bu s ca p e la va l id e z d a p e sq u is a a p es so a do p e sq u is a d o r é no v a me nt e,

mu it o

e mo c io n a l me n t e

um

i mpo r t a nt e. lug ar

no

N ão

o bst a nt e

co nt e xt o

da

o c u p ar

f ís ic a

i nve st ig a ção ,

e

su a s

co n c lu sõ e s não po d e m ser su b jet i v a s. P ar a t a nt o , de v e m r e su lt ar d e d e sc r içõ e s pr e c is a s d o o bjet o e m s u a c o mp le x id a d e ; d a c la s s i f ic a ção e co mpr ee n s ão do s pr o c e s so s d inâ m ico s p r e se nt es e e m e sp ec ia l d a ap r ee ns ão d as par t ic u la r id a de s de st e o b j et o . A qu i nt a, e ú lt i ma , c ar act er ís t ic a g er a l pr o po st a po r est u d io so s d a met o d o lo g ia qu a l it at iva d iz r e s pe it o à nat ur ez a ind ut iv a d e st a s i nv e st ig a çõ e s. N e la s, pa r t e- s e d e q u e st õ es o u fo co s b a st a nt e a mp lo s q u e v ão se t o r na n d o ma is d ir et o s e es p e c í f ic o s no t r a n sc ur so do t r ab a l ho . As s i m, o pr o ce s so in ve st ig a t ivo não p ar t e d e h ip ó t es e s d e f i n id a s

a

pr i o ri

(a

ser e m

co mpr o va d a s

ou

r e fu t ad a s

p e la s

e vid ê nc ia s e nco nt r ad as) ne m d e u ma l i n ha t eó r ic a pr é- d et er m i n a da . P ar a Lü d le e An d r é ( 1 986 ) , e mb o r a o p es qu is ad o r par t a d e a lg u n s p r e s su po st o s t eó r ico s i n ic ia is , de ver á ma nt er - se at e nt o ao s no vo s 7

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e le me nt o s qu e p o de m e me r g ir dur a nt e o est u do , a o r ie nt ar e m o ut r a s b u sc a s t eó r ica s. O qu adr o t eó r ico , co mo r e fe r ê n c ia d a i n ve st ig a ção se r á, p o r t a nt o , co nst r u ído no pr o c e sso d e e st ud o , co n co m it a nt e me n t e à co let a e e x a me do s d ado s ve r i f ic a do s. A d i me ns ão ind ut iva de st a met o d o lo g i a é ba st a nt e e nfat iz a d a p o r t o do s o s au t o r e s r e fer ido s ne st e ar t igo , q u e ap r e se nt a m- n a co mo i mp o r t a nt e t r aço d ist int ivo e m r e la ç ão ao s mo d e lo s p o s it i v ist a s d e p e sq u is a. Co r r o bo r a par a e st a d e fe s a d o p e nsa me n t o ind ut ivo , o fat o q u e à s pe sq u is a s q u a l it at iva s o s a u t o res a s so c ia m o b jet o s a mp lo s e co mp le xo s, o u se ja, a f ir ma m- no co mo co nd iç ão bá s ic a n a b u s ca d o e nt e n d i me nt o d o s fe nô me no s co mo u m t o do . F ac e o e x p o st o , ver i f ic a mo s qu e a m et o d o lo g ia d e p e sq u is a q u a l it at iv a ; d o t ando - s e da s c ar a ct er íst ic as g er a is ac i ma d e scr it as ; t e m co n q u ist a do , se gu n do R ic ha r d so n ( 19 8 5) , ca da ve z ma io r d est a q u e nas

se gu i nt e s

s it u a çõ es :

nec e s s id ad e

de

su b st it u ir

i n fo r ma çõ e s

est at íst ic a s po r da do s q ua l it at ivo s ; q u a ndo o s o bjet i vo s do e st u do ap o nt a m qu e o s d ado s não po de m ser co let ad o s de mo do co mp let o po r o u t r o s mét o do s t e nd o e m v ist a su a co mp le x id a d e o u a i n d a, e m s it u a çõ e s na s qu a is a s o bs er vaçõ e s q u a l it at iva s são ut i l iz a da s co mo i nd ic a d o r e s d o fu n c io na me nt o d a s e st r ut ur a s so c ia is . N ão o bst a nt e, r e it er a mo s qu e a me s ma d iv e r ge s u b st a n c ia l me nt e do s p r e s su po st o s mat er ia l is t a h ist ó r ico d ia lét ico s, qu e st ão so br e a q u a l ver s ar e mo s a se g u ir .

An á l i se d a s p ri n c i p a i s e xp re s sõ e s d a m et o d o lo g i a q u a li t a t i v a à l u z d a ep i st e m o lo gi a ma rxi an a.

P r i me ir a me nt e, co ns id er a mo s qu e po r det r á s d a s d ico t o m ia s q u a nt it at iv o x q u a l it at ivo , su b jet iv id a de x o bjet i v id ad e, ind u ção x d ed u ç ão e o u t r as, e sco nd e- s e u m s ér io q u e st io na me nt o ac er ca d a p r ó p r ia p o s s i b i l id a d e d e co nst r u ção do co nh e c i me nt o r a c io na l e o b jet i vo da r e a l id a d e hu ma na e m su a co mp le x id a d e. R ep r o d u z i n do 8

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d ico t o mia s, a s met o do lo g ia s qu a l it at i v a s r e ve la m u ma su per a ção ap ar e nt e da ló g ic a po s it i v ist a, p o is at e nd e m u m d e s eu s p r in c íp io s b a s i la r e s, qu a l se ja, o pr inc íp io d a e xc lu s ão . S eg u n do

Ko p n i m

( 1 9 7 8 ) , o at end i me nt o a e st e pr i nc íp i o i mp l ic a qu e d e nt r o de u m me s mo

s is t e ma

d ed ut ivo

não

co e xi st e m

o p o st o s

s e n do

a mbo s

v er d a d e ir o s ( o u fa lso s) e a s s i m, u m d o s p ó lo s d a o p o s iç ão a ca ba p o r se r e x c lu íd o . D i fe r e nt e me nt e, a ló g ic a d ia lét ic a p r ó p r ia à e p ist e mo lo g i a ma r x ia na n ão é e x c lu d e nt e, u ma vez q ue inco r p o r a a ló g ic a fo r ma l i nd o

a lé m,

é,

inco r po r a

n e ce s s id a d e d e u ma

pr o fu nd a

o p o s iç ão

e

ist o

co nt r a d iç ão 1.

Não

po r

su p er a ção .

co mpr ee ns ão se

t r at a

de

D is so

r e s u lt a

ac er ca do r eco nh e cer

a

q u e s e ja o p o st o s

co n fr o nt a d o s e xt e r io r me nt e, ma s t ê- lo s co mo int er io r e s u m ao o u t ro , no q u e r es id e u m d o s ma is i mpo r t a nt e s pr e ce it o s d a ló g ic a d ia lét ic a d e no m i n a do i de n t i da de d os co nt rá ri o s . E m co nfo r m id ad e co m e st e p r in c íp io fa la mo s e nt ão , na u n id a de in d is so lú ve l do s o po st o s, o q u e d et er m i n a s a ber o o b j e t i v o c om o sub j e t i vo, o ex t e r no co mo i n t er no , o i nd i vi d u a l co mo s o c i al , o qu al i t at i v o c omo q u an t i t a t i vo et c. E st e é o ma is a b so lu t o s ig n i f ic a do d a co nt r a p o s iç ão mar x ia na ao s d u a l is mo s d ico t ô mico s a s s e v er a do s no s pr in c íp i o s d e id e nt id ad e e e x c lu s ão p r ó p r io s à ló g ic a fo r ma l. Out r a q ue st ão d ig na d e no t a r e fe r e- s e ao fat o qu e ao co nfe r i r t a ma nh a i mpo r t â nc ia ao mu n do e mp ír ic o , o s mo de lo s q ua l it at ivo s d e p e sq u is a a ca b a m p o r pr et er ir a a ná l is e d a e mp ir ia fet ic h iz a d a qu e car act er iz a a so c ie da de c ap it a l ist a. D e sc e nt r a nd o su as a n á l i s e s d a s met a nar r at iv a s, o s p er c ur so s qu a l it at iv o s apr is io na m- s e ao e mp ír ico , ao i me d iat o , fur t a ndo - s e ao e nt e nd i me n t o ess e nc ia l do s fu n d a me n t o s d a r e a l id a d e hu ma n a. D ua r t e ( 2 0 04) r e fer in do - se à s c ar a ct er íst ic a s d o s pr o c e sso s so c ia is qu e le va m ao fet ic h is mo c h a ma - no s a at e nç ão p ar a o fat o d e qu e ne le s “[ . . . ] a s pe s s o as só vê e m a qu i lo q ue est á 1

Sugerimos para tanto a leitura das obras: Kopnim, P.V. A dialética como lógica e teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, Seve, L.. Quais Contradições? In: Clot, Y. (org.) Avec Vigotski. Paris: La dispute, 2002.

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i me d iat a me nt e pr e se nt e e não co ns eg ue m a n a l is a r o fat o ime d iat o à lu z d a t o t a l id ad e so c ia l. O fet ic h i s mo é u m fe nô me no pr ó pr io d o mu n d o d a co t id ia n id a de a l ie na da [ . . . ] ”, ( p . 9 ) . P ar a o mat er ia l is mo h is t ó r ico d ia lét i co , o mu n do e mp ír ic o r ep r e se nt a ap e n a s a ma n i fe st a ção fe no mê n ic a d a r e a l id a de e m su a s d e f i n i b i l id a de s e xt er io r e s. O s fe n ô me no s i me d iat a me nt e p er c ep t íve is , o u se ja, as r ep r e s e nt a çõ es pr i má r ia s d ec o r r e nt es de s ua s p r o je çõ e s n a co n s c iê nc ia d o s ho me ns , d es e nvo lve m- s e à su p er f íc ie d a e s sê n c ia do p r ó p r io fe nô me no . Fu nd a me nt ado ne st e pr inc íp io ma r x ia no , Ko s i k (1976)

a f ir ma

que

e xp l ic it a me nt e

em

ap ar e nt e) ,

não

se

a

e s s ê nc ia

su a

do

fe nô me no

p s eud oc on cr et i c i d a d e

r e ve la ndo

de

mo do

ime d iat o

não

est á

po st a

( co ncr et ic id a d e ma s

s i m,

p e lo

d e s v e la me nt o d e s u a s me d ia çõ es e d e s u a s co nt r a d içõ es i nt er n a s fu n d a me nt a is . A co nst r u ção do co nhe c i me nt o de ma nd a e nt ão , a ap r e e n s ão do co n t e úd o 2 do fe nô me no , pr e nh e de me d ia çõ es h ist ó r ic a s co ncr et a s qu e só p o d e m ser r eco nh e c id a s à lu z d a s a bst r a çõ e s do p e ns a me nt o , ist o é, d o p e ns a me nt o t eó r ico . Não se t r at a d e d e sc ar t ar a f o r ma p e la q u a l o

dad o se ma n i fe st a, p e lo

co nt r ár io , t r at a- se d e s a b ê- la co mo

d i me n s ão p ar c ia l, su pe r f ic ia l e p er i fé r ic a do me s mo . P o r t ant o , o co n h e c i me nt o c a lc a do

na su per aç ão

es s ê n c ia

de s co ber t a

r eq u e r

a

da ap ar ê n c ia e m d ir e ç ão à d as

t e n sõ e s

i ma n e nt e s

na

i nt er vi n c u la ç ão e i nt er d ep e nd ê nc ia e nt r e f o r ma e co n t eú do . P o r t ant o , se q u er e mo s d e sco br ir a e ss ê nc ia o cu lt a d e u m da d o o b jet o , ist o é, su pe r ar su a a pr e e ns ão co mo r e a l e mp ír ico , n ão no s b a st a m d e scr içõ e s ac ur a da s ( e scr it a s, f i l m a d as, fo t o gr a fad a s et c ! ! ! ) , n ão no s ba st a m r e la çõ e s ínt i ma s co m o co nt e xt o d a i nv e st ig a ç ão , ist o é, n ão no s ba st a fa z er a fe no me no lo g i a d a r e a l id a d e nat u r a l iz a d a e p ar t ic u la r iz a d a n a s s ig n i f i c a çõ e s ind i v i d ua is q u e lh e s s ão at r ib u íd a s. É pr e c iso ca m in har da s r epr e s e nt açõ e s pr i má r ia s e d a s s ig n i f ic a çõ e s 2

O significado aqui atribuído a conteúdo refere-se à expressão do processo ontológico da realidade humana e das formas pelas quais este processo tem se desenvolvido historicamente. Portanto, a captação

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co n s e ns u a is e m s u a i me d iat e z se ns íve l e m d ir eç ão à de s co ber t a da s mú lt ip la s d et er m in a çõ es o nt o ló g ic a s do r ea l. As s i m s e nd o , não po de no s b a st ar a pe n a s o qu e é vi sí v el a o s o l ho s, p o is o co nh ec i me nt o d a r ea l id ad e, e m s ua o bjet i v id ad e, r eq ue r a vi s i bi l i d a d e da má xi m a i nt el i gê n c i a do s ho me ns. Ne st a d ir e ç ão de pe ns a me nt o , r e co n h ec e mo s a e x ist ê nc ia d e i nú me r a s visõ e s a cer ca do qu e s e ja r ea l id a d e e pa r a e v it ar mo s eq u ívo co s t eó r ico - co nc e it ua is d e int er p r et aç ão é i mpo r t a nt e le mbr ar q u e p ar a M ar x, a r e a l id a d e e nc er r a a mat er ia l id a d e hist ó r ic a do s p r o ce s so s d e p r o d u ção e r e pr o du ção da e xis t ê n c ia do s ho me n s . O co n h e c i me nt o so br e e la é, p o r co ns eq üê n c ia , ap e na s u m me io at r a v é s d o q u a l a co n sc iê nc ia, a s s i m i l a nd o - a, a r epr o du z i nt e le ct u a l me nt e. De st e mo do , a at iv id ad e t eó r ic a po r s i me s ma e m na d a a lt er a a e xist ê n c ia co n cr et a do fe nô me no . E st a a lt er a ção ap e n a s se r e ve l a p o s s ív e l qu a nd o a at iv id a d e t eó r ica o r ie nt a a int er ve n ç ão pr át ic a t r an s fo r ma d o r a da r ea l id ad e. P ar a

a

e p ist e mo lo g ia

mat er ia l ist a

h ist ó r ico

d ia lét ic a,

a

co mp r e e ns ão d o s fe nô me no s e m su a p r o ce s su a l id a d e e t o t a l id ad e e nco nt r a

r e sp a ldo

ap e na s

na

d ia lét ic a

e nt r e

s in g u lar id ad e,

p ar t ic u la r id ad e e u n iv e r sa l id ad e. S eg u nd o Lu ck ác s ( 1 9 7 0) , no s ne xo s e xist e nt e s e nt r e s i n gu lar - p ar t icu lar - u ni ver s a l r e s id e o fu n da me nt o q u e su st e nt a u ma a ut ê nt ic a e v er da de ir a a p r o x i ma ç ão e co mp r e e n s ão d a r e a l id a de. E m s ua e xpr e s são s i ngu la r , o fe nô me no r e ve la o q ue é e m s ua i me d iat ic id ad e ( s e ndo o po nt o de p a r t ida d o co nh e c i me nt o ) , e m su a e x pr e ss ão u n ive r s a l r e ve la su a s co mp le x id a de s, su a s co n e xõ e s i nt er na s, a s le is d e se u mo v i me nt o e e v o lu ção e n f i m, a su a t o t al id ad e h ist ó r ico - so c ia l. Oco r r e p o r é m, qu e ne nh u m fe nô me no s e e xp r e s s a a p e na s e m s u a s i ng u lar id ad e o u un ive r sa l id ad e. Co mo o p o st o s, se id e nt i f ic a m, e a co nt ín u a t e n s ão

e nt r e

e le s ( s i ng u la r - u n i v er s a l)

se

ma n i fe s t a

na

co n f ig u r a ç ão par t ic u la r do fe nô me no . E m s ua p ar t ic u la r id a d e e le do conteúdo do fenômeno demanda, do ponto de vista epistemológico, tomá-lo na relação dialética entre singular-particular-universal.

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as s u me a s e s p e c i f ic id a de s p e la s qu a is a s ing u la r id a d e s e co nst it u i e m d ad a r e a l id a de d e mo do det er m in a do , po r é m não co mp let o , não u n i v er s a l. Ai n d a s eg u ndo L uc ká c s, o p ar t ic u la r r epr e se nt a par a M ar x a e xp r e s s ão ló g ic a d a cat e go r ia d e me d ia ção e nt r e o e s pe c í f ic o ( s i ng u lar ) e o ger a l ( u n ive r s a l) , q u e não po d e m s er co mpr ee n d ido s d e mo d o iso la d o e p o r s i me s mo s. O l i v e ir a ( 20 0 5) c ha ma- no s at e nç ão pa r a a i mp o r t â nc ia d e s e car act er iz ar a r e la ç ão s ing u la r - p ar t ic u lar - u n iv e r sa l no â mb it o d a i nv e st ig a ção

c ie nt í f ic a,

a f ir ma n do - a

co mo

r eq u is it o

p ar a

a

co mp r e e ns ão d o o b jet o e m su as mú lt ip la s r e la çõ e s e a c i ma d e t u do , p ar a a su per a ção de fa ls a s d ico t o mia s ( do t ip o i nd i ví du o- so ci eda de) , mu it o

p r e s e nt e s

na s

c iê nc ia s

hu ma n as.

Se

pr et er id a

a

fu nç ão

me d ia d o r a da p ar t icu lar id ad e, a s r e la çõ es ac a b a m s e nd o co n s id er ad a s n a c e nt r a l id ad e d e p ó lo s ap ar e nt e me nt e d ico t ô m ico s, per d e nd o - s e d e v ist a a s fo r ma s p e la s qu a is o co r r e a “co ncr et iz aç ão da u n ive r sa l id ad e no v ir - a- s er d a s in g u la r id a de, me d ia da p e la pa r t icu la r id a de ” ( p. 4 6) . A p ar t ir d e st as co ns id er a çõ es no s p ar e ce i mpo s s ív e l co n st r u i r q u a lq uer co n h e c i me nt o o bjet ivo , q u er s o br e in d iv íd uo s qu er so br e a t o t a lid a de so c ia l, t o ma ndo - s e q ua lq uer u m d e le s s ep ar ad a me nt e. E st a a f ir ma ç ão e nt r et a nt o , não po st u la a i mp o s s i b i l id a d e d e s e t er a p ar t ic u la r id ad e

co mo

r e fe r ê nc ia

pr i má r ia

na

co nst r u ção

do

co n h e c i me nt o , ma s r ea f ir ma q u e é ap e n a s pe la a n á l is e d ia lét ic a d a r e la ç ão e nt r e o s ing u la r e o u n ive r s a l qu e se t o r na po s s ív e l a co n st r u ção do co nh e c i me nt o co ncr et o , o u se ja , é ap e nas p o r est a v i a q u e a ê n fa s e co n fer id a ao par t ic u la r nã o se co n ver t e no a b a ndo no d a co n st r u ção d e u m s a ber na p er sp ect iv a d a t o t al id ad e. As r azõ e s ac i ma e xpo st a s co r r o bo r a m no s sa a f ir ma ç ão a cer c a d a s d ive r g ê n c ia s e nt r e a ep ist e mo lo g i a ma r x ia n a e a s a bo r d ag e n s q u a l it at iv a s qu e s e a c ir r a m, t a m bé m, e m r e la ç ão à co nc ep ção d e h ist ó r ia. A a d e s ão t eó r ico - met o do ló g i ca ao mat er ia l is mo his t ó r ico d ia lét ico e x ig e a co mpr e e nsão do hist o r ic is mo co ncr et o p r e s e nt e n a s o br a s d e Mar x e E n ge ls, p ar a o s qu a is a p r o d uç ão mat er ia l d a v id a e ng e nd r a t o d as a s fo r ma s d e r e la çõ e s hu ma n a s e a s s i m s e n do , a 12

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cat e g o r ia o nt o ló g ic a do t r a ba lho t o r na- s e i mp r e s c ind ív e l e m q u a lq u e r est u d o qu e s e a nu nc ie na p er sp ect iv a d a t ot a lid a de h ist ó r ic a. O p r o c es so d e pr o du ç ão , po r su a v ez, e x ist e “ fo r a do s ho me ns ” ( M ar x, 1 9 8 9) , a i n d a q ue e nqu a nt o ma ni fe st aç ão d e s u a s p r ó pr ia s fo r ç a s. E st a e xt er io r iz a ção de ve s er , p o r t ant o , a e xp r e s são de s u a n at u r e z a

o b jet i v a da,

a

ma n i fe s t a ção

de

suas

fo r ça s

h u ma n a s

es s e n c ia is . O co r r e po r é m, q ue a o r g a n iz a ção so c ia l c ap it a l ist a ; ca lc ad a n a pr o pr ie d a de pr i va da do s me i o s d e p r o d u ção ; t e m o bst r u íd o es s e d e se n vo lv i me nt o , u ma ve z q u e a at iv id ad e d o ind iv íd u o e s eu r e su lt a do , t o r na ndo - se ind e p e nd e nt e s, ac ar r et a m a s u bo r d i n a ç ão d o p r o d u t o r ao p r o dut o de se u t r a b a lho . S o b t a is co nd içõ e s d e a l ie na ç ão as c ap ac id ad e s d o s ho me ns , be m co mo as po s s ib i l i d a de s p ar a s e u p le no d e s e n vo l v i me nt o , s e r ep r i me m e se d e fo r ma m p o is o bl it er a m a e fet iv a ut i l iz a ç ão de t o da s as s ua s fo r ça s cr ia do r a s. As s i m s e n do , a co n d iç ão p ar a a e fet iva ç ão do ver d a de ir o se r hu m a n o se co lo c a n a t r an s fo r ma ç ão d a s co nd içõ e s e i nst it u iç õ es q u e a l ie na m o t r a b a l ho e o t r ab a l h a do r , e e st e é o ma is pr o fu nd o s ig n i f ic a do d o mat e r ia l is mo h ist ó r ico . Na me d id a e m q ue a s a bo r d ag e n s qu a l it at iva s pr i v i le g ia m a s d i me n sõ e s

da

r ea l id ad e

em

s ua s

d e f in i b i l id a d e s

e xt er io r e s

em

d et r i me nt o d e se u s fu nd a me nt o s o nt o ló g ico - h ist ó r ico s, inco r r e m n u m grande

r is co :

c a m i nha r

p s eu d o co n h eci m en t o ,

a

da

s er ,

p se u do c on c re t i ci d ad e

mu it o

fa c i l me n t e,

p ar a

c apt ur a d o

um p e la s

id eo lo g ia s d o m i n a nt es e co lo ca d o a s er v iço d a ma nu t e n ção d a o r d e m so c ia l q ue u ni v e r s a l iz a a s r e la çõ e s so c ia is d e a l ie na ç ão . D i fe r e nt e me nt e, su st e nt a d a

p e la

co n h e c i me nt o

que

a

pr o d u ç ão

o nt o lo g ia par a

int e le ct ua l

ma r x ia n a,

a lé m

de

ma r x ist a,

co n st r ó i

e xp l ic it ar

o

ou

s e ja ,

um

t ipo

de

r ea l

em

su a

es s e n c ia l id a d e, co lo c a- se c la r a me nt e a se r v iço d a i mp le me nt a ção d e u m p r o jet o so c ia l pr o mo t o r d e u ma no v a so c ia b i l id a d e, is t o é, a se r viço

do

so c ia l is mo .

N e st e

se nt id o ,

bu s ca r

no

mat er ia l is mo

h ist ó r ico d ia lét ico o s fu nd a me nt o s p a r a o t r a ba lho d e p e sq u is a é t a mbé m u ma q u e st ão ét ico - po l ít ic a. 13

AS APARÊNCIAS ENGANAM: DIVERGÊNCIAS ENTRE O MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO E AS ABORDAGENS QUALITATIVAS DE PESQUISA MARTINS, LÍGIA MÁRCIA – UNESP – [email protected] GT: Filosofia da Educação / 17

No bo jo d e st a a n á l is e, q ue apo nt a as co nt r ap o s içõ e s ma i s d e c is i v a s e nt r e a e p ist e mo lo g ia mat er i a l ist a his t ó r ico d ia lét ic a e a s met o d o lo g ia s qu a l it at iva s , n ão po d er ía mo s d e ix a r d e co n s id er ar a s d i fer e n ç a s r e fe r e nt e s ao s cr it ér io s de v a l id a ção d a i nve st ig a ção be m co mo o t r at a me nt o d is p e n s a do à i nd uç ão e d e d u ção . P ar a t a nt o , r e sg at e mo s ma is a lg u ma s pr e m is s a s d o pe ns a me nt o mar x ia no , e m es p e c ia l, a mat e r ia l id ad e d a e xist ê nc ia . Ma r x, e m s u a é p o ca, le va nt o u de fo r ma co nt u nd e nt e o p r o ble m a d a e x ist ê nc ia hu ma n a e so br et udo , o pr o ble ma da r e la ç ão e nt r e i nd i v íd u o e gê n e r o hu ma no , su per a nd o t ant o a fi lo so f ia d o id e a l is mo d e H eg e l co mo t a mbé m, o mat er ia l i s mo i nt u it i vo d e F eu er ba c h. Ce nt r o u at e n ção no mat er ia l is mo q u e co ns id er a a at iv id ad e h u ma n a o b jet i v a



o

t r a ba lho



mat e ri a l i sm o d a p r á x i s,

co mo

c at ego r ia

ce nt r a l,

br i l h a nt e me nt e s int et iz ado

p r o p o ndo

o

n a s c é le b r e s

“T e s e s so br e Fe u er ba c h” ( 1 99 3 ) . O mat er ia l is mo a pr e s e nt a do po r Ma r x a p o nt a, ne ce s s ar ia me nt e, na d ir eç ão d o t r aba lho so c ia l d o s ho me n s

e

n as

mat er ia l is mo p o s s ib i l i d a d e

pr o p r ie da de s

d ia lét ico para

a

se

qu e

a pr e s e nt a

co mpr ee ns ão

ad qu ir e

h is t o r ic a me nt e.

em

p e n s a me nt o ,

da

se u

r e a l id a d e

O

co mo

r e su lt a nt e

do

met a bo l is mo ho me m- n at ur e za pr o du z id o pe la at iv id ad e h u ma na e m su a co mp le x id a d e e mo v i me nt o . A i mp le me nt aç ão do mét o do mar xia n o 3; a q u i a p r e s e nt ado d e fo r ma e xt r e ma me nt e r e s u m id a ; pr e s su p õ e co mo p o nt o de par t id a, a ap r ee ns ão d o r ea l i m ed i a t o , ist o é, a r ep r e se nt a ç ão in ic ia l d o t o do , q u e co nver t id o e m o bjet o d e a ná l is e po r me io do s p r o ce s so s d e a bst r aç ão r es u lt a nu ma ap r e e ns ão d e t ipo su p e r io r , e x pr e ss a no co n c r et o p en s ad o . P o r é m, e st a n ão é a et apa f i n a l d o pr o ce s so , u m a vez

que

as

c at ego r ia s

int er pr et at iv as,

as

e st r u t ur a s

a na l ít ic a s

co n st it u t iv a s do co ncr et o pe nsa do ser ão co nt r a po st a s e m fa c e d o 3

Sobre o método em Marx, sugerimos a leitura de: Marx, K. O Capital – Crítica da Economia Política, Volume I, Livro Primeiro: O Processo de Produção do Capital. São Paulo: Abril Cultural, 1983; Duarte, N. A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco. In: Educação & Sociedade. Campinas, CEDES, n. 71, p.p. 79-115, 2000; Abrantes, A. e outros O método Histórico Social na Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2005.

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o b jet o in ic ia l, ago r a apr e e nd ido não ma is e m su a i me d iat e z, ma s e m su a t o t a lid a de co n cr et a. E st e pr o c ed i me n t o met o do ló g ico po de se r as s i m s int et iz ado : p ar t e- s e do e mp ír ico ( r ea l ap ar e nt e) , pr o c ed e- se à su a e x eg e se a n a l ít ic a ( me d ia çõ e s a b st r at as) , r et o r na- s e ao co ncr et o , ist o é, à co mp le x id ad e do r e a l q u e a pe n a s pô d e s er c ap t a d a pe lo s p r o ce s so s d e a b st r aç ão do pe n s a me n t o . P o r t ant o , a ep is t e mo lo g ia mar x ia na t e m a pr át ic a so c ia l co mo r e fer ê n c ia fu nd a nt e d a co nst r u ção do co nh e c i me nt o , ne la r e s id ind o o s se u s cr it ér io s d e v a l id a ção . N ão ape la a ne g a ção d a ló g ic a fo r ma l , ma s t o r n a- a par t e int eg r a nt e d a ló g i ca d ia lét ic a. Não pr iv i le g ia p r o ce s so s de de d u ção e m d et r i me nt o d o s pr o c e s so s d e i n d u ç ão o u v ic e- v er s a, c ar act er iz ad a q ue é p e lo pr i nc íp io d a u n id ad e e lu t a d o s co nt r ár io s.

N ão

p r o c la ma

a

ló g ic a

su b jet iv is t a

co mo

cr it ér io

g no s io ló g ico .

Con si d e ra çõ e s Fi n a i s

P e lo e x p o st o , pr o cur a mo s e vid e nc iar o q ua nt o d iv er g e m o s p r in c íp io s ba s i la r e s do mat er ia l is mo h is t ó r ico - d ia lét ico e m r e la ç ão à s a bo r d ag e n s q u a l it at iva s, t e ndo e m v ist a a po nt ar a lg u ns fu nd a me nt o s d a i mp r o p r ie d ad e d e a pr o xi ma çõ e s e nt r e a mb o s. Ne st e s e nt ido , co n s id er a mo s a bso lut a me nt e ar t i f ic ia is as ju st i f ic a çõ e s at r ibu íd a s à s r e fer id a s a p r o x i ma çõ e s. E sp er a mo s t er de mo n st r a do ao lo ng o d e st e ar t ig o q u e, n ão o b st a nt e as t e nt at iva s, a s a bo r da g e ns q u a l it at iv a s n ão su p er a m d e fat o o s p r e c e it o s p o s it i v ist a s d e in ve st ig aç ã o . Ai n d a q u e o s ap l iq u e m “d e p o nt a c a be ça ”, não a lç a r a m su a sup er aç ão . E sp er a mo s t a mb é m, t er d e i x a do c la r o q ue a u n id ad e su je it o / o bjet o d o co nh ec i me nt o e x ig e a co mp r e e ns ão

co ncr et a

de

a mb o s,

d ado

n ão

at in g í ve l

pe l a

r ep r e se nt aç ão i me d iat a e id ea l ist a d o que se ja suj ei t o e do qu e se j a o b j et o . N a r a iz d e st a u n id a de r e s id e a p r át ic a so c ia l d o s ho me ns , t ec id a

h ist o r ic a me n t e

pe lo s

e nt r e la ça me nt o s

de

s u b jet iv id a d e s 15

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o b jet i v a da s e o b jet i v id ad e s su b jet iv a d as. D is so r e su lt a in c lu s ive , a i mp o s s i b i l id a d e d e ju ízo s neut r o s na c o nst r uç ão do co nh e c i me nt o e as s i m s e nd o , par a a ep ist e mo lo g ia mat er ia l is t a- h ist ó r ico - d ia lét ic a não b a st a co nst at ar co m o a s co is a s fu nc io n a m ne m e st a b e le c er co n e xõ e s su p er f ic ia is e nt r e fe nô me no s. T r at a- s e de não s e p er d er d e v ist a o fat o

h ist ó r ico

fu n d a me nt a l

de

q ue

v iv e mo s

nu ma

so c ie da d e

ca p it a l is t a, p r o d ut o r a de mer ca do r ia s, u n i v er s a l iz a do r a do v a lo r d e t r o ca, e n f i m, u ma so c ie da de e s se n c ia l m e nt e a l ie na d a e a l ie na n t e q u e p r e c is a s er su per ad a. At u a l me nt e, so b a ég id e d a id eo lo g ia ne o libe r a l “pó s- mo d er n a” , ma is q u e n u nca é ne ce s s ár ia a cr ít ic a ao qu e se pr o du z e se e ns i na e m no me do q u e s e ja a co nst r u ção do co nhec i me nt o c ie nt í f ic o , e t a m b é m p ar a

est a

cr ít ic a,

a f ir ma mo s

a

pr o pr ied ad e

da

ep ist e mo lo g i a

ma r x ia na.

Re f e rên ci as B i b li og rá fi ca s

Abr a nt e s, A. e o u t r o s. O M ét o do H i st ór i c o - S o c i a l na P si col og i a S o c i a l . P et r ó p o lis : Vo z es, 200 5.

Bo gd a n, R. e B ik le n, S . K. Q u al i t a t i v e R es e r ch f o r E du ca t i o n : an i nt ro d u ct i on f o r t o t he o ry an d m et ho ds. Bo st o n: A l l y n a nd B a co n , 1 9 8 2. Du ar t e, N. A a nat o mia do ho me m é a c ha v e d a a n at o mia d o ma c a co . I n: E d u c a ç ão & So ci ed ad e. C a mp ina s : CE DE S , n. 7 1, p . p. 7 9 - 1 1 5 , 2 0 0 0.

Du ar t e,

N.

( o r g. )

C rí t i ca

ao

F et i chi s mo

da

I n di v i d ua l i da de .

Ca mp i n a s : Au t o r e s As so c ia do s, 2 0 04.

Go d o y, A. S . I nt r o du ção à P e sq u is a Qu a l it at iv a e S u as P o s s ib i l i d a de s. I n : R . A . E . / R e vi st a d e A dmi n i st r aç ã o d e E mp r es a s. S ão P au lo , v. 35 , n. 2 , p . 5 7 - 63 , 19 9 5. 16

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Ko p n i m, P . V. A d i al ét i c a c om o l ó g i ca e t eo ri a do co n h e ci m en t o . R io d e Ja n e ir o : C i v i l iz a ç ão Br a s i le ir a, 1 97 8 .

Ko s ik , K. D i a l ét i ca do Co nc r et o. R io d e Ja ne ir o : P a z e T er r a, 19 7 6.

Lu ck á cs, G. I n t r o d uç ão A Uma E s t é t i ca M a r xi st a. R io de J a n e ir o : C iv i l i z a ç ão Br as i le ir a, 19 70.

Lü d le ,

S.

e

And r é,

M.

P e squ i sa

em

E du ca çã o :

a b or d a g e n s

q u a l i t a t i va s. S ão P au lo : E . P . U. , 19 86 .

Ma r x, K. O Ca pi t a l . – “Cr ít ic a d a E c o no m ia P o l ít ic a ”. Vo lu me 1 , L i v r o P r i me ir o : O P r o c e s so de P r o d u ç ã o d o Cap it a l. S ão P a u lo , Abr i l Cu lt u r a l, 1 9 8 3 .

Ma r x,

K.

M a nu s c ri t o s

e co nô mi co

f i l o sóf i co s

e

o ut r os

t ex t o s

es co l h i do s. L is bo a: E d iç õ e s 7 0, 19 8 9.

Ma r x, K. & E n g e ls, F. A i d e ol o gi a a l em ã . ( Fe ue r bac k ) . S ão P au lo : Hu c it ec, 19 9 3.

O l i ve ir a,

B.

A

d ia lét ic a

do

s in g u lar - pa r t icu la r - u n i ver s a l.

In:

Abr a nt e s, A. e o ut r o s ( o r g. ) M ét od o H i st ó ri co S oc i a l n a P s i c o l o gi a S o c i a l . P et r ó p o lis : Vo z es, 200 5 .

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